O que você deve saber sobre A ERA VARGAS Em dois mandatos, de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954, Getúlio Vargas foi o homem que por mais tempo governou o Brasil e aquele que mudou a cara do país, acelerando a industrialização, ampliando a soberania nacional e estabelecendo os direitos trabalhistas. A era que receberia seu nome não quebrou o poder das oligarquias, mas trouxe novos atores sociais à cena política. I. Antecedentes: a República Velha e a Revolução de 1930 República Velha: política do “café com leite” De 1889 até a Revolução de 1930, 13 mandatos presidenciais Candidatura do paulista Júlio Prestes. Crash da Bolsa de Nova York Getúlio Vargas, do RS, e João Pessoa, da PB, formam uma chapa alternativa. João Pessoa é morto e a vitória é dada a Júlio Prestes. Getúlio partiu para o RJ, Washington Luís é deposto e Vargas vai ao poder. A ERA VARGAS ACERVO ICONOGRAPHIA I. Antecedentes: a República Velha e a Revolução de 1930 Partida de Getúlio Vargas rumo ao Rio de Janeiro. Porto Alegre, outubro de 1930. A ERA VARGAS II. Consolidação do poder e da ditadura Entre a Revolução de 1930 e o final da Segunda Guerra Mundial, Vargas buscou consolidar-se na Presidência e promover o desenvolvimento capitalista do Brasil. Proprietários de terra compartilham o poder com a burguesia industrial. Novos atores sociais: burguesia industrial, burocracia estatal e burocracia sindical O sucesso do empreendimento varguista só pode ser explicado pelas peculiaridades da conjuntura internacional e nacional da época. A ERA VARGAS II. Consolidação do poder e da ditadura Inglaterra encontrava-se em declínio. EUA não haviam consolidado sua hegemonia. Alemanha nazista ambicionava a supremacia mundial. URSS constituía-se em uma referência para as forças de esquerda. Getúlio estabeleceu um espaço de relativa autonomia, afirmou-se como autoridade e promoveu a industrialização do país. A ERA VARGAS II. Consolidação do poder e da ditadura Para consolidar o poder, derrotou: Oligarquia paulista Forças de esquerda (Partido Comunista) Forças de ultradireita (golpe integralista de 1938) Em 1937, com a implantação do Estado Novo, Vargas muniu-se de instrumentos de repressão e de propaganda, levando adiante seu projeto modernizador. A ERA VARGAS III. Desenvolvimento nacional e direitos trabalhistas Hidrelétrica de Paulo Afonso, no rio São Francisco Programa de governo priorizava a expansão da indústria. Fábrica Nacional de Motores Companhia Siderúrgica Nacional Companhia Vale do Rio Doce Companhia Brasileira de Álcalis A ERA VARGAS III. Desenvolvimento nacional e direitos trabalhistas Direitos trabalhistas estabelecidos: Salário-mínimo Jornada de trabalho de oito horas Férias e descanso semanal remunerados Estabilidade no emprego depois de dez anos de serviço Regulamentação do trabalho de menores, mulheres e trabalhadores noturnos Carteira profissional para maiores de 16 anos empregados Previdência social Igualdade salarial A ERA VARGAS IV. O segundo governo Vargas Direita conservadora e pró-americana: União Democrática Nacional (UDN) e o jornalista Carlos Lacerda Vargas é eleito senador, sua atuação não obteve destaque, mas reuniu forças para seu retorno à Presidência em 1950. Getúlio retornou ao Palácio do Catete pelo voto popular e manteve-se estritamente dentro dos limites da democracia. Carlos Lacerda: “O senhor Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar”. UDN tenta inviabilizar o segundo mandato de Vargas. A ERA VARGAS IV. O segundo governo Vargas Direita conservadora conspira por um golpe de Estado. Em seu segundo governo, retomou a política nacional-populista: • Fixou um limite de 10% para as remessas de lucros das empresas estrangeiras a seus países de origem. • Estatizou a produção de petróleo, criando a Petrobras. • Concedeu aumento de 100% para o salário-mínimo. A ERA VARGAS IV. O segundo governo Vargas Acusações de corrupção Atentado a Carlos Lacerda e Rubens Vaz Investigações chegam em Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Getúlio, que confessou o atentado. Na madrugada de 24 de agosto de 1954 Vargas dá um tiro no coração. O suicídio causou intensa comoção popular, abortando o golpe militar, que só ocorreria uma década mais tarde. A ERA VARGAS Cronologia: A era Vargas 1 3 5 7 4 2 A ERA VARGAS 6 8 Cronologia: A era Vargas 7 8 11 9 10 A ERA VARGAS 12 EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 1 (Unesp) A respeito do período da história política do Brasil que se estendeu de 1951 a 1954, quando Getúlio Vargas exerceu a presidência da República, pode-se afirmar que: a) a inflação atingiu índices mínimos, o que garantiu o apoio dos empresários e da classe média ao governo, assim como o fim das greves. b) o grande partido político, a União Democrática Nacional (UDN), sustentou a política de desenvolvimento econômico implementada pelo governo. c) o governo aboliu a legislação trabalhista criada e aplicada pela ditadura varguista durante o Estado Novo. d) o Alto Comando das Forças Armadas, em particular da Força Aérea, manteve-se neutro face às disputas que levaram ao suicídio de Vargas. e) foi aprovado no Congresso o projeto de criação da Petrobras, empresa estatal, embora fosse permitida a algumas empresas estrangeiras a distribuição dos derivados do petróleo. RESPOSTA: E A ERA VARGAS – NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 4 (Unicamp-SP, adaptado) Os animais humanizados de Walt Disney serviam à glorificação do estilo de vida americano. Quando os desenhos de Disney já eram famosos no Brasil, o criador de Mickey chegou aqui como um dos embaixadores da Política da Boa Vizinhança. Em 1942, no filme Alô, amigos, um símbolo das piadas brasileiras, o papagaio, vestido de malandro, se transformou no Zé Carioca. A primeira cópia do filme foi apresentada a Getúlio Vargas e sua família, e por eles assistida diversas vezes. Os Estados Unidos esperavam, com a Política da Boa Vizinhança, melhorar o nível de vida dos países da América Latina, dentro do espírito de defesa do livre mercado. O mercado era a melhor arma para combater os riscos do nacionalismo, do fascismo e do comunismo. TOTA, Antonio Pedro. O imperialismo sedutor: a americanização do Brasil na época da Segunda Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 133-138, 185-186. (Adaptado.) A ERA VARGAS – NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 4 a) De acordo com o texto, de que maneiras os personagens de Walt Disney serviam à política externa norte-americana na época da Segunda Guerra Mundial? RESPOSTA: O personagem Zé Carioca, sempre bem-humorado e enfrentando toda dificuldade de maneira criativa, encarnava positivamente o estereótipo do “malandro brasileiro”. Era apresentado como “amigo” do Pato Donald e de outros personagens de Disney, promovendo sem disfarces a “boa vizinhança” entre Brasil e Estados Unidos. Na época de sua criação, e apesar do enorme poder de influência das indústrias cinematográfica e fonográfica americanas, o “americanismo” ainda não era tão predominante no Brasil quanto viria a ser logo depois (exatamente em função da aliança durante a guerra e da vitória dos Estados Unidos, que emergiram do conflito como a potência hegemônica do planeta). A ERA VARGAS – NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 4 b) Como o governo Vargas se posicionou em relação à Segunda Guerra Mundial? RESPOSTA: O governo Vargas tentou manter uma política de neutralidade até 1942, quando o Brasil entrou na guerra contra o Eixo, após navios brasileiros terem sido torpedeados por submarinos alemães. Além de enviar tropas da FEB para combaterem na Itália, o governo Vargas também cedeu, para uso dos Aliados, bases militares localizadas no Nordeste. A ERA VARGAS – NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 7 (UFRJ) Em 1950, candidato pelo PTB, Vargas retornou à Presidência. Resolvido a diferenciar-se do ditador estadonovista, o novo presidente retomaria o trabalhismo. (...) Na sua plataforma estavam os ideais do desenvolvimento, nacionalismo e distributivismo, elementos que cativaram diversos segmentos da sociedade. SILVA, Fernando Teixeira da; NEGRO, Antônio Luigi. Trabalhadores, sindicatos e política 1945-1964. Indique uma medida adotada pelo segundo governo Vargas (1950-1954) e explicite sua relação com um dos ideais referidos no texto. RESPOSTA: Como concretização dos ideais do desenvolvimento, nacionalismo e distributivismo, podemos mencionar: • criação de empresas estatais, como a Petrobras, a Eletrobras e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE); • concessão de crédito fácil ao setor privado por parte dos bancos oficiais, especialmente o Banco do Brasil; • estabelecimento de programas de habitação popular, controle de preços e distribuição de cestas básicas; • adoção de uma política de negociação com o movimento sindical, em meados de 1953; • aumento de 100% para o salário-mínimo, anunciado em 1o de maio de 1954. A ERA VARGAS – NO VESTIBULAR EXERCÍCIOS ESSENCIAIS 12 (UFSC) Na década de 1920, eclode no Brasil um descontentamento de um setor militar, o qual ficou conhecido como “tenentismo”. Em relação a esse assunto, é correto afirmar que: (01) o movimento tenentista pregava a moralização da vida pública e a defesa dos interesses nacionais. (02) dentre sua liderança destacou-se Luís Carlos Prestes, que liderou a “Coluna Prestes” e percorreu mais de 24.000 km pelo interior do Brasil. Seu maior objetivo era depor o governo de Getúlio Vargas. (04) a “Coluna Prestes” propunha a destituição do presidente Artur Bernardes e da República Oligárquica. (08) o movimento tenentista foi fortalecido no sertão nordestino com o apoio decisivo de “Lampião”, líder dos cangaceiros. (16) a “Coluna Prestes” nunca foi derrotada pelas tropas do exército. No entanto, internou-se na Bolívia, onde se dispersou em 1927. Seu líder maior, Luís Carlos Prestes, ficou conhecido como “Cavaleiro da Esperança”. RESPOSTA: Soma: 01 + 04 + 16 = 21 A ERA VARGAS – NO VESTIBULAR