1919-1939: entre uma
guerra e outra
A grande depressão
ANTIGA LINHA DE
MONTAGEM DA FORD
“CONSUMO DE MASSA”
O capitalismo e o caos
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Após a Grande Guerra, o mundo
viveu um período sombrio, pois a
experiência havia sido trágica.
Na Europa, muitas cidades estavam
destruídas e os campos não
garantiam o abastecimento de
alimentos para a população.
As fábricas e as indústrias, estavam
obsoletas e ineficientes para
competir com a produção
estadunidense.
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Era o momento para os socialistas
criticarem e questionarem a política
econômica capitalista.
Utilizando-se de uma produção em
larga escala, as indústrias
abasteceram a década de 1920 com
muitos automóveis e aviões,
revolucionando o transporte.
O telefone e o rádio, invenções do
século XIX e amplamente
empregadas na guerra,
popularizaram
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A difusão do automóvel é um excelente
exemplo para entendermos a dinâmica
econômica dos anos de 1920.
Idealizada por Henry Ford após uma visita
a um matadouro de Chicago, a adoção da
linha de montagem para a fabricação de
carros idênticos barateou
extraordinariamente o custo do modelo T.
No ano de 1914 um Ford T era produzido
em 93 minutos, na década seguinte, a
produção ultrapassou dois milhões de
automóveis por ano, com um custo unitário
inferior a 300 dólares.
“WELFARE STATE”
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Essa prática do “capitalismo de bemestar”, conhecido como welfare
capitalism, foi adotada por alguns
estados anos depois, originando o
welfare state, ou seja, o “estado de
bem-estar social”.
A política trabalhista de Henry Ford
tinha como objetivo pontual: fazer
convergir os interesses dos
empresários, dos trabalhadores e
dos consumidores.
“CONSUMO DE MASSA”
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Além dos automóveis, faziam parte
da lista de produtos consumidos
pelas classes médias o rádio, o leite
condensado, o papel celofane, o
tecido sintético elástico, as meias de
seda, geladeiras, máquinas de lavar,
fogões e outros eletrodomésticos,
como torradeiras, batedeiras,
liquidificadores, enceradeiras e
aspiradores de pó.
AMERICAN WAY OF LIFE
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O período imediatamente posterior
ao término da Grande Guerra foi, em
termos econômicos, um caos, a
situação se reverteu e uma fase de
bonança e riqueza imperou.
As indústrias estadunidenses
produziam em larga escala por meio
do sistema de produção em série
utilizado por Henry Ford, a linha de
montagem.
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A produção em larga escala atendia
um público consumidor de massa.
A sociedade de consumo se
consolidava, incentivada pelas
propagandas.
Os empresários perceberam que a
“propaganda era a alma do negócio”
e não mediram esforços no objetivo
de despertar o desejo do consumo
de massas.
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O rádio foi um importante difusor das
propagandas.
O cinema, o rádio, a literatura e a
música, por exemplo, romperam
padrões conservadores ao passar a
fazer parte da vida cotidiana de
muitas pessoas.
O lazer começou a ser
comercializado; e, na música, novos
estilos atraíam cada vez mais fãs.
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Surgiram novos bairros
residenciais.
As casas, que se ligavam por
jardins e gramados, tinham
garagens na frente e um espaço
para o lazer nos fundos.
No interior, eletrodomésticos,
como o rádio, serviam,
inclusive, para a decoração.
PROSPERIDADE
ECONÔMICA
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Tudo parecia ideal, pois a redução das
jornadas de trabalho e a elevação dos
salários eram compensadas com as
atividades de lazer.
O cinema era um dos programas favoritos
das famílias estadunidenses.
Hollywood já possuía glamour que fascina
as pessoas até hoje, criando mitos que
eram consumidos pelas massas.
Os esportes viraram um lucrativo negócio.
Assim como o cinema, os esportes
também criaram seus ídolos, que,
associados a determinados produtos,
faziam uma eficaz propaganda.
A KU KLUX KLAN:
ORGANIZAÇÃO QUE PREGAVA
A DISCRIMINAÇÃO RACIAL
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Pregava a discriminação racial
contra afrodescendentes, judeus,
católicos, entre outros, ressurgiu
durante a Grande Guerra.
Algumas pessoas pregavam que
bares, cassinos e bebidas alcoólicas
eram responsáveis pelo desemprego
e pela péssima qualidade de vida de
grande parte do proletariado
estadunidense.
A LEI SECA
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Na tentativa de solucionar problemas, no
ano de 1919, o governo decidiu proibir a
manufatura, venda ou transporte de
bebidas alcoólicas, assim como sua
importação ou exportação, nos Estados
Unidos.
Essa medida vigorou até 1933.
A proibição não acabou como o consumo,
tampouco deu aos Estados Unidos a
calma e a tranquilidade ambicionadas.
A produção de bebidas continuou mesmo
clandestinamente.
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Tais práticas contavam com a conivência
de autoridades corruptas que faziam
“vistas grossas”.
Foi nesse cenário de avanços culturais e
moralismo repressor que os Estados
Unidos se firmaram como uma grande
potência no mundo ocidental.
Mas o tempo mostrou que aquela estrutura
estava apoiada em frágeis alicerces.
Os últimos anos da década mostraram que
tudo poderia desmoronar, como de fato
desmoronou no mês de outubro de 1929.
OUTUBRO DE 1929: O FIM
DO CAPITALISMO?
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Com o tempo, a demanda não
acompanhou a produção, chegando-se a
um momento em que o mercado
consumidor estagnou: não havia
compradores para tudo que era produzido.
As famílias compraram muito entre os
anos de 1924 e 1928.
Compraram geladeiras, enceradeiras,
carros e outras coisas que chamamos de
bens de consumo duráveis, porque duram
e não precisamos ficar comprando sempre.
MERCADO EXTERNO
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A Europa, principal mercado externo
consumidor dos produtos
estadunidenses, conseguiu
recuperar-se da Grande Guerra e já
estava ficando autossuficiente, ou
seja, reduziu-se ainda mais a
procura pela produção industrial
estadunidense.
Isso representou “um banho de água
fria” na economia.
NO CAMPO
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A situação era pior. Como a
procura diminuia, a oferta
crescia, levando os preços a
níveis cada vez mais baixos.
Os agricultores tentaram
recuperar o prejuízo e,
incoerentemente, aumentaram a
produção, fazendo os preços
caírem ainda mais.
MERCADO DE VALORES
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Um dos passatempos preferidos
dos estadunidenses, na época,
era apostar no mercado de
valores, comprando e vendendo
títulos da bolsa.
As pessoas investiam suas
economias em ações das
empresas que cresciam graças
ao consumo desenfreado.
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Na bolsa de valores, o preço das
ações subia como se nada estivesse
errado.
No dia 24 de outubro, data que ficou
conhecida como “quinta-feira negra”,
mais de 13 milhões de ações foram
colocadas à venda.
Na terça-feira seguinte, também
denominada de “terça-feira negra”,
mais de 33 milhões de títulos foram
postos à venda.
CRASH DE WALL STREET
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No mês de outubro de 1929, a bolsa
de valores de Nova Iorque quebrou:
era a crise do sistema capitalista.
O liberalismo mostrara-se incapaz
de garantir o constante crescimento
econômico e a repartição das
riquezas.
Os Estados resolveram assumir o
controle da economia, era preciso
um novo contrato, um new deal.
NEW DEAL:
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A situação começou a mudar quando, no
ano de 1933, o democrata Franklin Delano
Roosevelt (1882-1945) foi eleito presidente
dos Estados Unidos.
Os democratas se opunham aos
republicanos e defendiam a intervenção do
estado na economia como uma única
maneira de salvar o país.
Roosevelt se declarava comprometido a
realizar um “Novo Contrato” – New Deal –
com a população estadunidense.
1929 NO BRASIL
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O cenário internacional da década
de 20 contribuiu para acentuar a
crise econômica brasileira.
O período posterior à Grande Guerra
até 1930 foi marcado pela retração
dos países importadores de
produtos brasileiros, seguido de
alguns anos de grande euforia
econômica e, por fim, a Crise de
1929 e a Grande Depressão.
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Com os problemas para vender
o café nacional, carro-chefe das
exportações, e com o Estado
garantindo os lucros dos
fazendeiros ao comprar as
safras excedentes, o restante
da população é que pagava o
preço da hegemonia econômica
da oligarquia do café.
Origem do Movimento
Tenentista
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A origem do movimento data a eleição de
1922, quando o grupo do “café com leite”
indicou para a presidência o mineiro Arthur
Bernardes.
A oposição, formou a Reação Republicana,
indicando Nilo Peçanha como seu
candidato.
A vitória de Arthur Bernardes precipitou a
reação dos tenentes insatisfeitos.
No dia 5 de julho de 1922, na Capital
Federal, uma revolta no Forte de
Copacabana colocou soldados armados
contra o governo.
Resistiram as forças oficiais apenas 18
pessoas, daí o nome 18 do Forte de
Copacabana.
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Podemos dizer que a semente havia
sido jogada.
O descontentamento demonstrado
pelos tenentes fomentou uma
disputa presidencial de 1930.
A reação de fato ocorreu.
Foi um golpe conduzido pelos
militares e que recebeu a pomposa
designação de Revolução de 1930.
Getúlio Vargas: se passar cavalo
encilhado, ele monta
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O fim da Primeira República dava
seus primeiros sinais na sucessão
de Washington Luís que, embora
não fosse paulista de nascimento,
representava São Paulo no rodízio
do “café-com-leite”.
Washington Luís indicou um paulista
Júlio Prestes, para a sucessão
presidencial, gerando um racha na
aliança entre Minas e São Paulo.
ALIANÇA LIBERAL
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Foi a união entre os mineiros e
as oligarquias dissidentes,
principalmente com os gaúchos.
O candidato lançado pela
Aliança Liberal foi o gaúcho
Getúlio Vargas, tendo como
candidato à vice-presidência o
presidente do Estado da
Paraíba, João Pessoa.
A ERA VARGAS (1930-1945)
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No ano de 1930, Getúlio Vargas foi
empossado presidente do Brasil.
A centralização política foi legalizada
por meio da criação do Código de
Interventores (1931), que
estabelecia as atribuições dos
governantes estaduais e municipais.
Algumas exigências tenentistas
foram contempladas, como a criação
do Código Eleitoral.
CÓDIGO ELEITORAL (1932)
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Instituía o voto secreto.
Dava as mulheres o direito de
voto.
Os trabalhadores foram
agraciados, sendo estabelecida
a jornada de oito horas nas
indústrias.
REVOLUÇÃO
CONSTITUCIONALISTA
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Essa revolta foi uma verdadeira
guerra civil; representava o
confronto entre aqueles que
desejavam a democracia
(constitucionalistas) e o
autoritarismo de Vargas, apoiado
pelos tenentes.
Apesar de militarmente derrotados,
os constitucionalistas conseguiram
uma importante vitória política: seria
finalmente aprovada a Assembleia
Nacional Constituinte.
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