SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA CNAPT 15/04/2011 EVALDO MARCHI * DP maligno pode ocorrer como: * primeiro sinal de neoplasia * complicação das neoplasias * primeira manisfestação de recidiva Até 50% dos derrames pleurais diagnosticados em pacientes com neoplasias podem não ser malignos * DP maligno: presença de células neoplásicas no DP * Derrame paramaligno: sem células tumorais * por obstrução linfática do mediastino (linfoma) * obstrução brônquica (atelectasia) * radioterapia (pneumonite actínica) * embolia pulmonar * síndrome da cava superior Mayo Clin Proc. 2008;83(2):235 Confirmar a etiologia maligna é fundamental, pois determina a conduta na abordagem do DP Maligno Questionário a Médicos que tratam DPM: A indicação de Pleurodese é baseada na confirmação do DPM ? Confirmed malignancy (%) Brazil South Am Central Am Yes 61 ** 73 ** 74** No 39 27 26 Total (n= 198) 119 44 35 J Bras Pneumol. 2010;36(6):759 * Sobrevida no DP maligno: de 3 a 12 meses * Depende: * do estadio * do tipo histológico * Prognóstico de Sobrevida: * Neop. Pulmão: mais curta * Neop. Ováro: mais longa Chest. 2000;117(1):79 * Causas mais frequentes de metátase pleural * Homem: tumor de pulmão (adenocarcinoma) * Mulher: tumor de mama * Até 65% dos DP malignos: * Outros 25%: Pulmão e Mama linfomas trato genito-urinário trato gastro-intestinal * 10% = outras causas mais raras Diagnóstico precoce: tempo e qualidade de sobrevida Chest. 2000;117(1):79 * História Clínica: * Atual: Neoplasia primária * Antecedentes de neoplasia: Metástase * QC: dispnéia, tosse e tolerância ao exercício * Eventual achado de exame em pacientes assintomáticos * Dor torácica: incomum no adenocarcinoma frequente no mesotelioma (> 60%) * Características que fazem suspeitar de DP maligno: * sintomas clínicos persistentes por > 1 mês * ausência de febre * DP hemorrágico * achados suspeitos na tomografia de tórax Clin Chest Med. 2006;27(2):193 Derrames pleurais malignos são, mais comumente, volumosos e sintomáticos (C) * Radiografia de tórax: suficiente para suspeitar de DP ? * PA * Perfil * Decúbito lateral 5 cm Decúbito Lateral > 10 mm Punção Perfil > 5 cm 10 mm Clin Chest Med. 2006;27(2):193 * Ultrassom de tórax: cada vez mais usado * pequenas densidades pleurais * espessamento pleural irregular * massas com invasão de parede * USG na radiologia intervencionista: * Para guiar biópias dirigidas: * nódulos pleurais suspeitos * espessamento pleural irregular Mayo Clin Proc. 2008;83(2):235; Monaldi Arch Chest Dis. 2005;63(1):17 * Tomografia de tórax: é o exame mais acurado para diagnóstico de etiologia maligna * permite avaliar todas as estruturas do tórax * inclusive fígado e suprarrenal * Espessamento pleural: * Benigno = regular * Maligno = irregular Mayo Clin Proc. 2008;83(2):235; Monaldi Arch Chest Dis. 2005;63(1):17 *Achados mais comuns DP maligno (sensibilidade 80-100%) * espessamento pleural irregular > 1cm * nódulos pleurais * envolvimento da pleura mediastinal Biópsia pleural guiada por TC nas áreas de nódulos pleurais aumenta a chance de positividade diagnóstica (C) Mayo Clin Proc. 2008;83(2):235; Monaldi Arch Chest Dis. 2005;63(1):17 * Achados de Mesotelioma na CT: * espessamento pleural > 1cm * invasão de fissuras interlobares * invasão de diafragma e mediastino * presença de placas de calcificação pleurais Monaldi Arch Chest Dis. 2005;63(1):17 * Ressonância (RNM) raramente necessária * RNM: reservada para casos mais complexos com suspeita de invasão de diafragma e parede torácica Chest. 2000;118(3):604 * PET-CT * Sensibilidade: 93 – 100% * Valor preditivo negativo: 94 – 100% * Falso-positivos ( inflamação): * derrames parapneumônicos * pós-pleurodese Radiology. 2004;231(3):858; Chest. 2004;125(6):2356 * Na suspeita de derrame maligno, a citologia oncótica deve ser sempre solicitada, e pode alcançar índices de positividade de até 60% * Se a primeira citologia for negativa, uma segunda amostra deve ser solicitada (B) * Na coleta da citologia, tanto o “cell block” quanto o esfregaço celular devem ser analisados. Se o material estiver coagulado, pode ser fixado em formol e emblocado para análise histológica (B) Thorax. 2010; 65:ii32; Mayo Clin Proc. 2008;83(2):235 * Aspecto do LP no DP Maligno: * * Sero-hemorrágico * Hemorrágico * Seroso Eritrócitos: DP hemorrágico * DP asbestos * Pós cirurgia cardíaca * Trauma * Embolia ou infarto pulmonar * Celularidade no DP Maligno * Linfócitos predominam (50 a 70%) * Linfócitos >85% TBC, Linfoma, Artrite Reumatóide, Sarcoidose, Sd. Unha Amarela, Quilotórax * Eosinófilos > 10% no LP: * 12 - 24% DP Malignos têm eosinófilos elevados Mayo Clin Proc. 2008;83(2):235 * Exsudato: Proteínas e DHL * Até 3 – 10% Transudatos ! * DHL > 1.000 UI/L * Empiema e Parapneumônico Complicado * Pleurite da artrite reumatóide * Glicose <60 mg/dL * Pleurite da artrite reumatóide * DP Parapneumônico Complicado * TBC * Pleurite lúpica Mayo Clin Proc. 2008;83(2):235 * Valores de pH < 7,3 no LP são preditivos: * infiltração tumoral da pleura * chance de falha na pleurodese * prognóstico de sobrevida * Amilase >100 IU/L: 1 - 8% DP Malignos * não deve ser dosada na rotina * na suspeita de pancreatite ou ruptura do esôfago Mayo Clin Proc. 2008;83(2):235 Marcadores tumorais no DP Maligno: * Meta análise: 29 estudos incluídos * Sensibilidade / Especificidade * * * * * CA 125: 0.48 / 0.85 CA 15-3: 0.51 / 0.96 CA 19-9: 0.25 / 0.96 CYFRA 21-1: 0.55 / 0.91 Quando combinados entre si ou ao CEA = eficácia Marcadores tumorais no DP Maligno têm sensibilidade e não devem ser usados de rotina (C) Thorax. 2008 Jan;63(1):35; Thorax. 2010; 65:ii32 Biópsia Pleural no DP Maligno Neoplasias: 7 a 30% chance diagnóstica no DP maligno Mínimo de 3 fragmentos Na suspeita de neoplasia sem diagnóstico • Quantas vezes repetir a biópsia? 2 ou 3 x • Biópsia dirigida por USG / Tomografia? Derrame Pleural 2004 Standard pleural biopsy versus CT-guided cutting needle biopsy for diagnosis of malignant disease in pleural effusions: A randomised controlled trial. Bx guiada por CT é mais eficaz que biópsia cega Cavidade pode ser esvaziada parcialmente para facilitar > 80% sensibilidade e 100% especificidade no mesotelioma Lancet 2003; 361:1326 * Toracoscopia * Médica: sedação EV * Cirúrgica: anestesia geral * Controvérsia: primeira abordagem diagnóstica e terapêutica (pleurodese) ? Thorax. 2010; 65:ii32 * Toracoscopia deve ser considerada quando métodos menos invasivos não forem conclusivos para diagnóstico de derrame maligno (B) Derrame Pleural 2004 * Propedêutica diagnóstica variada e rica * Procedimentos menos invasivos têm prioridade * Apesar dos métodos diagnósticos avançados, cerca de 7 a 15% dos derrames pleurais podem ter etiologia indeterminada * A maioria dos derrames pleurais de etiologia indeterminada são confirmados como malignos com a evolução - insistir na investigação