Avanços em Ventilação Mecânica (Advances in mechanical ventilation). Martin J. Tobin N Engl J Med 2001;334:1986-1996 Apresentação: Danielli Feitosa Unidade de Neonatologia do HRAS/SES/DF www.paulomargotto.com.br Introdução • Suporte ventilatório é uma das principais causas de internação em terapia intensiva • Este artigo apresenta os princípios básicos de ventilação mecânica (VM) bem como as atualizações revista pelo autor Princípios básicos • • • • Indicações para VM (N=1638) Insuficiência respiratória aguda: 66% Coma: 15% Exarcebação aguda da Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): 13% • Distúrbios neuromusculares 5% • • • • • • Insuficiência Respiratória Aguda Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) Insuficiência cardíaca congestiva Pneumonia Sepses Complicações de Pós-operatória Trauma Objetivos da VM • Diminuir o trabalho respiratório • Reverter a hipoxemia e corrigir a acidose respiratória progressiva Modalidades • Assisto-controlada • Mandatório intermitente • Pressão de suporte Assisto controlado • Modalidade mais usada • Permite a ventilação espontânea do paciente. quando o mesmo tem a capacidade de ativar o respirador • Quando o paciente não possui “drive” respiratório , o ventilador é ativado em um tempo selecionado Ventilação mandatória intermitente • Foi introduzida para prover níveis graduais de assistência • O médico ajusta o número de ventilações mandatórias de volume fixo e entre essas respirações o pct pode respirar espontaneamente • Dificuldade de adaptação suporte menor do que o necessário Pressão de suporte • Escolha do nível de pressão mais do que o de volume • Os níveis de pressão escolhidos são ajustados de acordo com a freqüência respiratória (16 a 30) Coordenação do esforço respiratório e ventilação mecânica • Pacientes críticos em que o esforço respiratório se mantém sustentado leva a uma fadiga da musculatura lesão estrutural nos músculos fatigados • Não basta conectar ao ventilador É necessário ajuste dos parâmetros de modo a fornecer uma ventilação adequada e eficiente Coordenação do esforço respiratório e ventilação mecânica • Fornecer suporte ventilatório mas tentando manter um drive do próprio paciente evitando a atrofia muscular que levaria a dificuldade do desmame • O período de inspiração mecânica deve coincidir com o tempo inspiratório neural • A inatividade mecânica momento de expiração do paciente Coordenação do esforço respiratório e ventilação mecânica • A dificuldade na sincronização acontece quando o esforço inspiratório do paciente não coincide com fluxo dado pelo ventilador • O esforço inspiratório do paciente permite ativar o ventilador • O ajuste é feito para iniciar a ventilação mecânica quando o sistema é submetido a uma pressão de -1 a -2cmH2O sensibilidade Melhorando a oxigenação e prevenindo o dano pulmonar • O objetivo inicial da ventilação mecânica é melhorar a oxigenação • Lesões alveolares SDRA representa um desafio • SDRA é uma forma de edema pulmonar não cardiogênico resultado de um dano alveolar agudo severo Pneumatocele à direita Pneumatocele paramediastinal Pseudocistos à esquerda Secção de pulmão salientando pseudocisto Melhorando a oxigenação e prevenindo o dano pulmonar • Aumento na concentração de oxigênio e da pressão nas vias aéreas promove m uma melhor oxigenação arterial potencial tóxico • Estudos anteriores mostram que a VM pode causar ruptura alveolar e escape de ar • Webb e Tierney lesão estrutural independente do escape de ar Melhorando a oxigenação e prevenindo o dano pulmonar • A superdistensão alveolar causa mudanças na permeabilidade do endotélio e epitélio, hemorragia alveolar e membrana hialina em estudos experimentais Melhorando a oxigenação e prevenindo o dano pulmonar • Uma nova era do manejo respiratório começou em 1990 Hickling et al relataram que um baixo volume corrente permitiu uma diminuição na taxa de mortalidade na ordem de 60% de pacientes com SDRA • Observou-se que os melhores resultados na ventilação de pacientes com SDRA, foram submetidos além de um baixo volume corrente, a uma pressão de platô Melhorando a oxigenação e prevenindo o dano pulmonar • O grande problema em relação a variação pressórica diz respeito a pressão transpulmonar e não a pressão nas vias aéreas Melhorando a oxigenação e prevenindo o dano pulmonar • A maneira mais usual de melhorar a oxigenação é com o uso da PEEP, com a intenção de recrutar o tecido de pulmão previamente não funcionante • Selecionar o correto nível da PEEP para um paciente com SDRA é difícil porque a severidade do dano pode variar em cada pulmão Melhorando a oxigenação e prevenindo o dano pulmonar • A PEEP pode recrutar áreas atelectásicas e também áreas normalmente ventiladas sobredistenção • 30% pacientes com dano pulmonar não se beneficiam com a PEEP • A postura supina recruta geralmente as regiões do pulmão mais próximas do ápice Melhorando a oxigenação e prevenindo o dano pulmonar • Danos pulmonares como a pneumonia são menos beneficiados da PEEP do que aqueles com causas não pulmonares (sepse, traumas) • Distinção relacionada pela morfologia • Causas pulmonaresdistensão alveolar • Causas não pulmonaresedema intersticial e colapso alveolar Interromper a ventilação mecânica • O processo de interromper a VM deve ser realizado o mais rápido possível, e esse desmame toma grande parte da equipe em cuidados intensivos • Cerca 25% terão complicações podendo ser necessária uma ventilação de suporte • Após a desconexão do VM aumento da frequência respiratória, queda do volume corrente, respirações superficiais, esforço respiratório aumentando 4 vezes o normal, uso da musculatura acessória, estress e cardiovascular • O nível de oxigênio deve ser satisfatório antes de tentar interromper a VM • Um dado de confiança é a relação da frequência respiratória e do volume corrente • (uma taxa de 100 é o melhor discriminante entre os pacientes que serão extubados com sucesso ou não) Desmame • 4 métodos de desmame • Respiração espontânea diversas vezes ao dia com tube-T • Ventilações mandatórias intermitentes e de pressão, com diminuição gradual reduzindo também o número de freqüências mandatórias, até um nível mínimo suportável • Experimentação diária com tube-T Extubação Manter a ventilação espontânea sem desconforto Conclusão • Desde a última revisão do autor, houve ganho na compreensão da fisiopatologia ventila tória associada a um sucesso ruim no desmame, e ações mais eficazes no sucesso deste • Maiores conhecimentos em relação aos ajustes do ventilador e como estes influenciam na sobrevivência dos pacientes com SDRA Conclusão • Pouco progresso em determinar o melhor ventilador a ser usado para diminuir a fatiga muscular. • Desafio para novas pesquisas identificar elementos do nosso conhecimento atual que possam ser incorporados no manejo dos pacientes para obtenção de melhores resultados Referências do artigo: • • • • • • • • • • • • • • • Tobin MJ. 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