Rodolfo Ilari Depto.de LingUfstica IEL - UNlCAMP ~vemente, na cabe~a de quem passou pela nos- sa escola secundaria, 0 ensino de lfngua materna vem associado a tres experiencias mais marcantes: a alfabetiza~ao, 0 aprendizado dos primeiros rudimentos de gra- matica tradicional e 0 primeiro contacto com a literat~ ra. Receio que essas tres experiencias, marcantes pela energia investida e por seu carater de inicia~ao, dei- xam muitas vezes de ser realmente enriquecedoras par algum equlvoco serio de nosso sistema de ensino. Tentarei apontar alguns desses equivocos; por uma deforma~ao profissional que confesso, nao terei nada a dizer so- bre a inicia~ao ;.'literatura e terei nuito lD-tDadi2e:s::ixe alfabetiza~ao; de modo geral, estarei repetindo observ~ ~oes que sac obvias no ambiente universitario mas que -talvez nao se- 0 sejam para professores de primeiro e gundo grau: uma das questoes sempre envolvidas no debate sobre ensino de lingua num ambiente universitario, que 0 interlocutor real nao costumaestar presente: via de regra, os textos sac escritos e debatidos por fessores do terceiro grau, mas 0 e real interessado pro- e 0 achar que este texto fala de coisas obvias demais, sugiro que 0 tome como pretexto para uma troca de ideias com seus colegas do secundario ou primario: imagino que to de que se pensa a alfabetiza~ao como 0 am- mero aprendi- zado de uma tecnica para transcrever a fala; na real ida- exame um pouco mais atento: 1) em primeiro lugar, ciso considerar que a ortografia e aprender ~ coerentes, e e pr~ da lingua portuguesa, jogo cujas regras sao apenas parcial.u""Le assimilar ao mesmo tempo as regras e uma serie de exce~oes sem qualquer base racional; 2) em segundo lugar, e comum que a alfabetiza~ao coincida os primeiros contactos com um nivel de linguagem nao e proprio do aluno: inves de ~rvor~ 0 aluno' que pronuncia com que Carve] ao prec isa aprender a interpor, entre sua propria fala e a escrita a fala da professora; a dificul habitos de .leitura, intera~ao escrita, etc., quando a alfabetiza~ao e vista como simples aquisi~ao de urncodigo de transcri~ao, esses habitos nao recebem a aten~ao adequada, e previsivel que haja retrocessos. Quando reconhece que 0 se sentido mais fundamental da alfabetiza- ~ao qao e tecnico, mas de acesso a urnoutro universe cul tural, percebe-se, mais realisticamente, que a escola primaria cabe desencadear .acompanhar e sustentar urnprQ cesso que tende a reproduzir em seus resultados as eno~ mes diferen~as de nos sa sociedade; que mario precisa entender com clareza 0 0 professor pri- seu proprio papel, nao.so do ponto de vista profissional como politico;que ele precisa'saber identificar com clareza as culturais de seus alunos e desperta-los carencias para a supera~ao das mesmas. Fica clara tambem a necessidade de que a h§ tru~ao se pro longue apos as series ~niciais do primario, e podem avaliar-se em toda a sua perversidade os efeitos negativos dos altos indices de reprova~ao e a evasao e~ colar; por fim, fica claro que ponde 0 trabalho pelo qual re~ 0 ~rofessor I e a tarefa pela qual responde fessor II nao admitem solu~ao de continuidade, 0 prQ porque sac faces de uma mesma moeda. Depois da alfabetiza~ao, niciatica que espera 0 a grande experiencia i- educando e 0 dominio da gramati- ca: conhecimento das principais no~oes e regras, e apl! ca~ao perfeita em exercicios de analise. Para as pes- soas de escolaridade media, a gramatica e sem duvida imagem que fica da lingua pqrtuguesa a e como urn todo, e essa imagem que passaremos a analisar agora. Para tanto, ha necessidade de um pequeno preambulo sobre 0 que enten demos por imagem ou represe~ta~ao Qconhecimento mental. humane se cria e se transmit~ em grande medida na forma de representa~oes mentais~ que nos permitem dominar conceptualmentesegmentos mais ou menos complexos da realidade que nos cerca. Sao representa- QDeS mentais desse tipo as teorias elaboradas pelos cien tistas ao longo da historia e as doutrinas que a esco1a transmite aos a1unos em seus traba1hos de informa~ao:um e exemp10 t1pico, a geomettia materia obrigatoria euc1idiana, que se tornou das primeiras sial: ela n~s permite organizar cipais observa~oes series do curso gina- inte1ectua1mente as~ <pese p::d:m fazer so~re. figuras planas. t claro que nenhuma das inumeras representa~oes que a ciencia foi acumu1ando ao 10ngo de sua historia ·permite dominar a rea1idade a que se refere na tota1idade de seus aspectos e para todos os propositos que se possam visar: acreditar em representa~oes abrangenciaseria e de tao ingenue como imaginar que podemos viajar, isto e, des10car-nos bre urnmapa; com esse grau fisicamente, caminhando claro tambem que ha representa~oes SQ mais ou menos ricas, mais ou menos fieis; os mapas da costa do Brasil sac melhores hoje do que em mil e seiscentos. Finalmente, lenbrennsque nar a representa~ao, havera conhecimento 0 conhecimento efetivo implica e nao em ser dominados real se nao formos domi- por elainao capazes de perc~ ber as insuficienciasde uma representar,;ao qualqu.er, se cedermos a tentar,;aode acreditar mais no mapa que descobri mos no bau, do que no pais que ele representa. Infeliz- mente,ao diferen- inves de acostumar a aluno tes representar,;oes, e a escolher teriosa entre elas, a esc?la de maneira livre e cri tende a passar e reforr,;ar as "versoes" em que todo mundo sedimentaram e Todas CXlfB::JLdldll . aquelas essas considerar,;oes cheiram e poderiam sobre ensino do portugues.Na indisp~nsaveis dicional acredita, parecer de nosso ensino: realidade 0 elas nos de tamar tavel), nossos com a gramatica trS!. 0 equl- ser uma repre- representar,;oes e inevi se acost\.ll1aram a at:!! professores a tituir essa representar;ao realidade dar-se conta de sua abso~ta alguns sintomas sensiveis sao mais umgren da lingua. voco nao se da pelo fate de a gramatica trabalhar do em um text~ reconhecer como representar,;ao correta sentar,;ao (ela e,e a t~oria deslocadas para que possamos mas porque que se em nos sa cul tura. conhecimento de equivoco a comparar representada, pobreza. da pobreza Abordo a da gramatica sem seguir tradi cional: 1. A fa1ta de atenr,;ao a situar,;ao de fala 2. A limitar,;aoda analise ao nivel do perlodo tra critica. pela maneira cientificamente mo estabelece suas categorias. inadequada cQ fun~oes e rela~oes. ~~ portanto aqueles tras pontos para tentar em seguida uma explica~ao da sobrevi~ia dessa representa~ao inadequa- obvio e pouco interessante de que todo uso real de expressao lingulstica se da em algum ponto do tempo junto de rela~oes. representa~oes :' uma de impllcitas econheci- ora~oes como entidades fechadas e autosuficientes. sulta disso que mutias vezes a,'analise do aluno e a Redo a ~ao de ser de mentirinha, taria. A segunda o~ao escolar; a primeira e por uma decisao autori- e a saida habitual da gramatica a que gostariamos de ver adotada. 2. A lingua ja foi caracterizada como um "sist~ ma de sistemas" em que se d~stinguem unidades de compl~ xidade cre~cente - os fonemas, os morfemas, as vras, sintagmas de complexidade as ora~oes. variavel e pala- finalmente Nossa experiencia da lingua falada e escri ta ensina-nos que a ora~ao nao e a unidade de maior com plexidade que se possa imaginar: acima dela ha ainda y nidades como 0 coextensivas ou nao com as partes e sub-partes de gum genero paragrafo, 0 capitulo, e muitas outras, literario ou ret6rico (a "invoca;ao" de poema epico, 0 alum preambulo com que come~amos uma carta cu um pedido o}'al de desculpas, cada um dos "considerandos" de um parecer juridico, etc. sac unidades desse tipo). Enquanto falantes da lingua somos perfeitamente capazes de saber se um conjunto de ora;oes foi organizado como um texto coeso ou nao; na realidade, todo texto coeso se baseia Dum uso adequado da rela~ao que os linguistas chamam - num sentido moderno do termo - d~ anafora: a rela~ao pela qual a interpreta~ao de uma expressao qua~ quer se define por referencia a outras expressoes do mesmo texto. Todo falante sabe reconhecer a ana fora nas formas variadas que assume no texto: uso de artigos pronomes e ("Era uma vez urn rei. 0 rei tinha uma filha;~- la gostava muito de brincar com as amigas no jardim •.• ), uso da elipse (" •••0 rei era rico e famosa. [ J era mui to querido por todos os seus .suditos ••.,,),uso das conjunc;oes ("havia porem perto da divisa do reino um cast~ 10, no qual morava um senhor muito invejoso ..•") uso de expressoes relacionadas quanto ao sentido (..• 0 caste- lao da divisa jurou um dia que se vingaria do bom sobe~ tirando a vida da princesinha •••). Entretanto, por uma divisao de trabalho feita seculos, foi reservado a gramatica 0 estudo das des menores do que a orac;ao, ao passo que estruturas mais complexas foi confiado a 0 ha unida- estudo de a retorica e poetica. Como essas duas ultimas disciplinas nao sao mais estudadas na escola elementar e media, e como a formac;aode nosso professor de segundo grau se limita aos aspectos mais tipicamente literarios, estamos je diante de uma situac;ao paradoxal: segue, grac;as a 0 ho- professor con- ~ramatica tradicional, realizar anali~ incrivelmente minuciosas da orac;ao e do per10do gramati cal; sem dar importancia ao carater contra-intuitivo ~ sas analises, confia cegamente em sua justeza e sente- -se por isso extremamente seguro; ao contrario, diante de unidades mais complexas do que 0 per10do gramatical, desconfia de suas proprias intuic;oes d~ falante da lingua, e sente-se desamparado por nao dominar teorias com respaldo em alguma autoridade. Essa inseguranc;a em fa- cria em rela~ao as reda~oes dos alunos: de ao aluDo que produza 0 professor pe- reda~oes, isto e, textos comple- tos, mas ao inves de avalia-Jas numa perspectiva tex- guir (que foi objeto de discussao no ultimo treinamento dado na CENP-SESp'para monitores de lIngua portuguesa), ro£ 0 peDeu de traz do lado esquemo ja era 5: 30 todo *i!!. / do .aiu do carro pega.os 0 estepe para.os WI puta "ONSA EXPREsslo CONSIDERADA: born CORRE~loDAS ORA~OES DA REDA~lo: intromissao cxam;;.o ~ cxam;;.o M RDllt(to: p:mtuac;aodo texto:marca a passagemda introdQ ~: deis do DAS auv,iEs da oralidade M cgneco. RED!lI;k>: incorrec;aoortografica na divisao de palavras. cxam;;.o ~ <DlRI!J;1D M RDW;1\D: consciencia da necessidade de caracterizar <Xl\ISIIDADl\: ele trocou DAS a.w!Es 0 uma peneu; M RmllI;1Io: orac;aoirrepreens!vel do ponto de vista gramatical-sintacico. <DlRI!J;1D M .REIlll(;Jlo: orac;aoerrada do ponto de vista do texto porque 0 referente de ele 000 apareeeu. to filosOfico do seculo XVIIque CQ'lsistiu na recuperac;aoda filosofia e, can ela, da lc5gicaaristotelica. t correto falar emsu~ duto, porque a05 filosofos de vanguardadquela epoca interessou an tes de mais nada elaborar ma analise do pensamentosegundoas de 0- analisar as frases da lingua can vistas nessa analise. Deixana~II' do de lade>ma po~ao de questOes que 000 hcicaro tratar (por exem plo: a silogistica a apenas <;Oesde CCIOO funciona uma das pensarnento; outras 0 mento leva ram mais tarde a analisar neira canpletamente dicional diferente) se justifica 0 to na perspectiva pelas rnatica tradicional seriedade tematiza: guagem mento da e expressao a, provavelmente, a ser ~logans da reflexao vez mais pre-existente IXlr que fi 0 da pensamen- plagio,a gr.!! de perguntar-se can as afirma<;Oes de que "lin- claro e transcritas desvinculados sobre que varias a ver fun<;oes ea orienta<;oes livros dos conteudos. da linguagem, de pobredas e outros, a linguagem representa<;ao nos a "expressao" uma imagem Com Malinowski come<;ou-se recentemente literalmente, do pensamento", ou "linguagem como meros cada que de una origern filos6fica inconseqUentemente, continuam linguagem. saculo, esqueceu-se, tan- para que serve a lingua que ela suIXlstamente sis- Do lado ficou 1IIJdou, seculos de elabora<;ao, e de uuito repetidas da realidade" ticos, coisa e com ela a cren<;a na fUn<;aode representar to: ao cabo de tres algma uuita fUn<;Oesda linguagem: no to- cou cada vez mais vaga a conscieocia gramatica, tern caIn fUn<;ao caIn na dos intelectuais dado mais importante 0 tr.!! pensamento". dos gramaticos a gramatica, das ora<;Oes de ma- ve-se que a origem da gramatica qualquer IOOtivose interessaram cante a estrutura seculo XVII e nossos dias, 0 representa- representa<;Oes do penS2. pela cren<;a ~e que a lingua b3sica "representar Entre possiveis urn pens.!! iun<;oes no come<;o deste como a<;ao; "funcionalistas" rum-nos a ver a linguagem CCIOOuma sarie did~ de recursos mais ensin.!! expressivos que facultam a satisfa~ao de necessidades vitais bastante das. uma das leituras mais est~lantes varia- sob este aspecto sao os textos de N.A.K. Halliday: ele IOOstra,por eXeq>lo,que a linguageminfantil se organiza internamentede modoa satisfazer varios tipos de necessidades: l)obter a presta~ao de servi~os, 2)regular o cc.crpJrt<Bentodos outros, 3)estabelecer a intera~ao, 4) definir a propria individualidade, S)explorar 0 ambiente (e a fun~ao heuristica, isto e, a f~o cria~as, de perguntar, tao fundamentalpara e tao mal recebida no ambienteescolar), 6)para tar, brincar e fingir as inven- (e a flJll(,fao do faz de conta). MJstra mais: as fun<;Oesque interessam ao adulto (por exeuplo, a de relatar,i.!i!. to e de representar objetivamente os fatos) ternpara as UID peso insignificante. cri~as Para Halliday, M una relacwao de corres- pondencia entre a maneira COIOO a linguagerne e as necessidades q..e ela satisfaz;. independentementedo detalhe de suas descri~s,essa ideia e extremamenteoportuna: estinuia-nos os escritos de nossos alunos COIOO necessidades expressiva5, foram satisfeitas sob UIa a pensar a fala de, maneira mais au menosfeliz; Wen-se e que aS5im luz nova UIa aerie de fatos que, de outro modo,seriam en. carados ccmQ'erro gratuitos e avulsos. Ccm:> explicar que a graaatica tradicional continua sendo a principal estrategia betizar,;ao, Be de ensino da lingua maternadepois da alfa- a lingiiistica rrodernapropOsabordagensalternati- vas e deu novas armas a seus criticos, sens1veis e obvias, se 0 se as suas limita~Oes 9i> seu insucesso foi tantas vezes sentido e apontado? No meuentender a gramatica tradicional resiste porql.le tern constituldo urn poderoso fator rio e secuncliirio, de auto-confia~a e faz parte da reptesenta~ao portugues faz de sua prOpria ~tencia ria profissional can furx;;ao social de de encenar para a sociedade de ccmpetenciai preparo fOI1&i~ -escolar, diversificada pr~ professor de Toda categQ sent~ a necessid!! representii~ao em todo grupo can a for<;a en nossa sociedade, quem queira ~ ccmprovar primeiro que passou por un que lhe deu un diplooa e un corpo de conh~ cimentos' que "excedem" as necessidades Oaf a tendencia para assunir para ostentar 0 e Para si mesmauma das defoI'lllaQOesprofissionais. precisa que profissional. alguna iJna9ernenralza-se sar por c~tente, do professor profissionais OOnportamentos altamente corriqueiras. conotados, e conhecimentos apenas marginalmente relevantes •.. mas que iIIpressiaJam. Quemja precisou queixa na policia falar au falar can 0 agente do BNH,registrar a un func:ionario de cartOrio_ sabe teim::>siacaD que a maioria dos "servidores contribuinte seu linguajar tecnico, tas e orientae;Oes em ternos assistido te ao casal algo caro "0 0 ao suas pergun (Lembro-mede un dialogo, minha vez na Caixa EconCrnica, entre .encarregado dos financiamentos habitacionais casal de condi~ao humilde: da pUblicos" inp)em e evitam foraular corriqueiros enquanto eu esperava urn funcionario I.mi funcionario e un perguntava insistentemeJ! pagamento do prenu.o da aP5lice sera fei- to em cheque au numerario? Diante do estupor causado pela pergunta, 0 funcionario jar tecnico lIffi e canmic..;ao limitava-se inutil, eficaz, a repeti-la). e meSlOO prejudicial Esse aooso do linguado ponto de vista mas e extremamente eficaz no sentido de de passar uma imagernde competencia profissional to de vista profissional e social, e autoridade. canportamentos desse tipo quadram-se na nesma matriz que os teminhos medicos alardeiam sua presenca, leireiros de alta classe, alW'lOs, de carregar ca le-los. ou livros a afeta~ao hcibito, 0 sensata, tende as expectativas ~a do profissional. da ao professor 0 professor direito tade na escola autoritaria CUlTprir; para quem esteja cola, recathecer mente arraigada de algtUls de nossos sao inuteis a granatica e sentida tem e 0 a iniciativa. disposto numa perspecti- tradicional caro aquele "conhe- Para quem se sente a von- e todo un programa dessa orienta~o na cria~ao de uma atitude ensinar nao apenas sobre aquilo que algumas sugestOes nesse sentido mente algumas expectativas possiveis que 0 0 pri- a "lingua materna" enseja que a escola tern feito,. em fazer. mas Penso acabaram passando nas entreli ainda que de maneiraextremamente - para evitar e independente. tarnbBmsobre aquilo que a escola deve esfor9ar-se ha. interesse a tao fort~ e pergtUltar as razOes de sua resistencia texto, de- a sonhar com outro tipo de es- intemas A perg\.D1ta "0 que significa nhas deste nun- aluno nao tem e por isso que temos, ela as fraquezas meiro gesto necessario uma reflexao tipico e cabe- Sobrevive eni:lora seja uma repr~ da lingua porque 0 dos costureiros da sociedade e contriOOi para a auto-confian. ve ser leni>rada nessa perspectiva. cim:mto a mais" que brancos com que certos mas servem para canpor uma imagernque a- No neu entender, senta~ao sinplista en- de poemas embaixo do sovaco sern TOoos esses carp:>rtanentos va profissialal Do porr alusiva. equivocos e situar texto poderia t~ Mas adequadater gerado - em r:etOlBr:a questao dos objetivos maneir:a nais positiva riam odentar e explicita; do ensino pontos que seguem. 1. A escola deve proporcionar Nuna vivencia variante objetivos e iniciar-se -105 na pratica nao nar a variante culta e listas niza de autDres, de obraS. 0 literarios daninar a continuam abstrato MO e sendo a inp>£ e depois esvazia- algtmt sucedaneo acanhado: ter a- apenas aprender a tecnica de escreveri gramatica tradicionali grafias tao canpleta Mas nao adianta afirmar como principio substituindo-lhes a escrita cesso vivmcia aprender a escrita, aos valores leg1.tinos e fundarrentais. taneia desses objetivos lITla da iingua natema. rica da lingua materna, culta 1111<]tJa materna de Tento r:estInir:as linhas que dev~ a nudan<;anos quatro quanta possivel C!" empanturrar-se iniciar-se can a metalinguagem em literatura caracteiisticas Nao se aprende dcmi- nao e decorar de mvimentos literarios 0 que e vivido, MO e 080 da bioou se orga- que nao se aprendeui procuremos dar antes de mais nada a escrita, linguagem culta e a literatura un carater vera seUpre tempo para fazer da care.;;a de a de vivencia;h2. nossos alunos urnquadro sinOtico. 2. A escola deve tamar como ponto de partida ais, e necessidades A lingtJa naterna inclui da, as variantes sociais c(~nte desinter:essantes. cola tem ass~ido de expressao r:eais. as mais variadas e regionais ~ preciso em r:ela<;ao a esses alunos r:e- for:masde expr:essao fala- nao-padr:ao, e os usos estetisuperar ° pr:econceito ~Ie a e~ tipos de linguagem, que expressivament.e tao r:icos e estrutur:almente sao tao n~JlIlar:es e canplg xos quanta a linguagem de qualquer nao queiramos, peitar 0 material esse material que Ruy Baroosa: elas sao, meSllDque professor 0 recebe para trabalhar .R~ e antes Ii.ngi.iIstico de mais nada respeitar Cl!=eitar os alunos caOOas pessoas que sao; e isso e no m:inino bOa Iredida diplanatica: lingiHstico no terrena do intercfunbio que em outro Vale a regra de que a aceitac;ao dproca: drao, por mais iq:lortante de que ele a receber acredita e real que seja a variedade e porta-voz, de volta dos alunos discriminaterio so 0 professor 0 mesmocarp:lrtamento - que adota em relac;ao matematica a alguem - receptivo linguagem deles. e mais importante se alguem do que conhecer hem matematica: hem os alunos e antes pa- naturalmente ou Quemreo se lenbre ao menos da norma pedagOgica segundo a para ensinar mais se for re- que pede haver discriminac;Oes em ambos os sentidos, classe,que uma lingUlstica se arrisca it e nuna qual conhecer hem e.§. no nosso caso, conhecer de mais nada conhecer sua realidade lingiiIs- tica. 3. A autoridade do professor defesa autoritaria personalidade, reo precisa de teorias ai incluida basear-se na e sim na riqueza de a.a uma vivencia mais ampla da lingua. Se, COIro ja afirmei, lIngua materna, cabe ao professor auto-confianc;;a essa auto-confianc;;a costma cialmente trei prestigiadas, que esse tradicional. e 0 fundamental. ser obtida nas aulas Procurei pelo reeurso mesmoque cientificamente principal ~ posslvel e a iniciativa IOOstrar que a "teorias" sQ discutlveis;lOOs- IOOtivode sobrevivencia que alguns tenham visto de da gramatica em minhas observa- l;oes sobre a gramatica tradicional teoria antiquada lingU1sticas por rodas, LIllateoria recentes propOsito de substituir e cientificamente e esse: paramentadas. De LIlla 0 mal da granatica 000 esta na propria. gramatica, pois que a escola lingii1stica tradicioml, mas no fato de que d,!l entre as i.nUmerasrepresenta- e passou a confundi-Ia to me leva a duas afirma~s can a propria realidade.I.§. que podemparecer paradoxais, de un li.r!<Juista, mas que sao absolutamente necessarias: e que pode ser un equ1vOcosubstituir una teoria segunda lingiil.stica e que qualquer a granatica CCIIO a pro~ria gramatica tradicional de parada no qual a reflexao CCIIO ponto de partida Na realidade, creditar penso que 0 MO ccm:>urnponto so ele precisa, 0 a IIBl sobre a lingua cane<;a. profissional nada esse conhecimento que interessa la vida atora, e par exemplo, saber escrever eles serao usuarios teorias nesse conhecimento vi (claro que para i.§. uma carta de jornal); au entender e antes passar aos alunos; intuitivos a- the dao un conheciJrEn ver; sua autoridade sentido de urneditorial COIUII, de protugues deveria ousar can que par acaso passa ter tido contacto: e explicar do ensino;a da lingua rruito mais amplo do que as pabres vida que deve basear-se per pode ser urn instrume!!. no qual a reflexao que a vida e a vivencia to intuitive tradicional sabre lingUagem se toma lugar professor vindas a primeira linha orientadora to legl.tinD de viveneia da lingua se for tanada mas vez a adotou se esqueceu de que ela era apenas una r,!l presental;ao da realidade 95es poss1veis, a LIlla rroderna, quem sabe uma dessas teorias meu propOsito 000 e born repetir, 0 de mais afinal , P.!l da lingua e nao pes- 4. 0 ensino de portugues deve ser gratificante. t comumouvir do professor bre seu proprio visivel trabalho. de portugues comentarios desanimados ~ lsso nao acontece somente - e seria - com aqueles que precisam submeter-se ta ou quarenta horas, em classes superlotadas, a jornadas de trin- em condi<;Oesmenos precarias. que essa frustra<;ao frequente geral e no professor te em exagerar ve .ensinar, prender. 0 infelizrnente papel do proprio professor Basta pensar na facilidade lingiiistica pr~tica: fazer resultado e principalmente A primeira iJrpressOes de leitura consi§. caro a pessoa que mas de seu interesse si, 0 aprendizado de uma va- uma questao de exposic;ao por exenplo, au a uaneira e expondo a classe de epocas literarias. carparem e corrijam mir 0 \.IlIa lifiquei ciais 0 pontes de gramatica e quadros Fazer com que os PrOprios alunos em tenros papel de censor. de autdodestrutivas te- e mais :iJrp:>£ sem escacoio sua forma de expressar-se e mais interesssante terrp:> todo mais criativo f.sl: suas can6 pretendem CQ'lstruir e menos cansativo, para a vida do que expor-lhes cansativo de- com que as crian<;as aprendem a reda<;ao, au defendendo posic;Ciespre-marcadas nun debate sebre siooticos em com que os alunos leiam e ccmentem suas leituras, zer com que conversem entre tante de do papel do aluno caro alguem que pode g lingua de seu ambiente para perceber que d.ante 0 pensar ccmms no professor de portugues em particular. em detrimento Tendo a e antes de mais nada auto-destrutivas tom nul mas t~ tos que podem atuar duas atittrles pr~ de forma<;aodo que assu- A segunda das atittrles CQ'lsiste em exagerar que se fazem ao ensino de portugues. e men:s Hii I.ItI que qug as cobran<;as sovestibJlar no 00- ri:l'A)nte do S(..'gundograu, mas quantos alunos chegarao cldsse de quinta serie? Nao e roolhor apostar trabalho desagradavel, quer repUblica eles COOD suoordinadas). tutores tapados, da disciplina set"a que se trata, num dos pais,que e confundem trabalho hci diretores ele na vida desses alunos do que na pobre ilusao de lIll canudo? IJii a expectativa passaram por urn ensino gramtical, a serio can que se enc:aram em ~ (claro, a das pessoas a sernpre e invariavelmente,de casos perdidos? Havera ainda muito a nudar, gues possa ser alunos, que deve - urn processo e os alunos entre tilhalido dar, 0 si, pa, e a asstmir vale a pena que velroonte, essa os riscos ea e entender tarefa 0 0 ensino de port!!. professor se enriquecem reciprocaroonte 0 sera preciso professor si mesmocan un certo distane~nto do ensino, tas e dos pedagogos. Todas essas os erros em nossos dias. nero dos projetos ensino, IIU- para sem cuI Prova0 inpor- 0 terreno. nao daqueles dos 1i.ng.J:ie inst:anc:ias tern lIlla colaoora<;ao mas se nao estou enganado essa colaoora<;ao, hoje, vir para linpar querer independente. mais i.np:>rtante os ~r- aprenda a olhar para aceitar de lIlla atittrle e que a grande nudanc;a nao vira nem das Universida- des nem dos orgaos oficiais dar, no qual sua experienc:ia vivida da lingua. e para isso tante antes que sO pode se!'. Mas a Itl.rlan<;avira daqueles que vivem que especulam sobre ele. De dentro. a 0