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Rio de Janeiro, 21 de Janeiro de 2013 - Número 4545
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Passo a passo
Quando Rubens Ometto encaixa uma peça no quebra-cabeça é porque já tem outra à mão. Após comprar o controle da
Comgás, Ometto está se movimentando para entrar no capital da Transportadora Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG). O
negócio é altamente estratégico. Além de verticalizar sua operação na área de gás, Ometto colocaria o pé na empresa
responsável pelo transporte da maior parte do insumo comprado pela Comgás.
Maersk Oil
A Maersk Oil negocia a compra dos 60% da BP no campo de Polvo, na Bacia de Campos. Se fechar o negócio, o grupo
dinamarquês assumirá o controle integral da operação. Procurada, a Maersk disse "não confirmar a operação"
Muro baixo
A Caixa Econômica Federal deverá tirar do forno, até março, uma nova redução das taxas de empréstimo para a compra
de material de construção.
Rodobens
Segundo informações filtradas junto à Rodobens Negócios Imobiliários, a empresa deverá intensificar o processo de
corte de custos iniciado no ano passado. O clima na companhia é de apreensão. Em 2012, entre outras medidas, teriam
ocorrido mais de cem demissões. Procurada, a Rodobens não retornou.
Raposa
A exemplo do SporTV, a Fox tem planos de lançar um clone do seu canal de esportes. A criação do "Fox Sports 2" se
justifica pela sucessiva compra de direitos de exibição de competições internacionais.
Nova praia
A ALL vai pendurar mais um pingente em seu extenso colar de negócios. Prepara-se para entrar na operação de terminais
marítimos e fluviais destinados ao transporte de combustíveis. A primeira unidade deverá ser construída no Paraná.
Procurada, a ALL informou que "não comenta especulações".
Sherazade
O Aabar Investments, de Abu Dhabi, está cada vez mais cheio de salamaleques no Brasil. Até março, deverá montar um
fundo para investir em empresas com perfil exportador. Entre outros negócios, não custa lembrar que o Aabar já investiu
mais de US$ 330 milhões na compra de ações do Santander Brasil.
Bifocal
A Óticas Diniz, rede com faturamento anual em torno de R$ 400 milhões, está com um olho no IPO e outro na venda de
uma participação para um private equity. A decisão dependerá do cenário refletido nas lentes do mercado financeiro nos
próximos meses.
(in) Justus
Roberto Justus está fazendo zombarias e chacotas contra João Dória Jr. por conta do seu afastamento do programa "O
Aprendiz". Engraçado é que os dois têm tudo em comum. Parecem gêmeos.
BR Malls
A BR Malls, que recentemente aumentou sua participação no Amazonas Shopping, pretende assegurar uma opção de
compra do controle até o fim de 2014.
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Ternium fixa residência no Brasil se levar a CSA
O cenário é árido e a temperatura, tórrida, tal qual a de um alto-forno de aciaria. Os dois oponentes se observam com um
olhar gélido e injetado de sangue. De um lado da pista, o vulto suscita a imagem de Giuliano Gemma com um poncho
com as cores da bandeira portenha caído sobre os ombros. Na direção inversa, postado como um vergalhão, um clone
barroco de Clint Eastwood com traços tipicamente judaicos aquece sua mão na coronha do Colt 45. A cena do bizarro
western ?siderúrgico- espaguete? é uma metáfora burlesca do duelo pela aquisição do controle da Companhia Siderúrgica
do Atlântico (CSA), que deve ser concluído até o Carnaval. O Giuliano Gemma da vida real é a Ternium, que remonta ao
lendário siderurgista ítalo-argentino Agostino Rocca - velho camarada do Duce. O Clint Eastwood de nervos de aço
atende pelo nome de Benjamin Steinbruch, considerado por muitos o maior empresário do Brasil, não obstante o estilo
espalha- brasa que o notabilizou.
Cada um tem seus trunfos no coldre. Benjamin carrega a bandeira do nacional-siderurgismo. Sabe que, se perder essa
contenda, a CSN ficará isolada, cercada de gringos por todos os lados. E a indústria siderúrgica praticamente inteira se
tornará um sangrador de divisas. Benjamin conta com o BNDES para se tornar o grande player nacional do setor. Um
ponto a favor é sua relação estreita com Luciano Coutinho. Sabe como é... É sempre melhor ter amigos. Desconfortável
seria apenas a participação da Vale em 30% do projeto. Não que incomode a presença da mineradora no capital, mas,
sim, o acordo de reserva de mercado para a venda de minério de ferro. A CSN teria vantagens em se livrar dessa camisa
de força devido à autossuficiência nesse insumo. No entanto, é bom lembrar que o BNDES, virtual sócio na empreitada, é
também controlador da Vale. Noves fora essa inevitável equação mineral, a aquisição alçaria a CSN a um novo patamar.
Com a CSA, ela praticamente duplicará de tamanho, passando de 5,6 milhões para 10,6 milhões de toneladas de
capacidade instalada. Deixará para trás a ArcelorMittal, que produz cerca de dez milhões de toneladas de aço por ano e é
a primeira no ranking brasileiro.
A Ternium, por sua vez, adoraria passear com a Vale em uma gôndola de Veneza. A empresa até tem minério de ferro,
por meio da Usiminas, porém se trata de uma matéria-prima de qualidade inferior e logística complexa. Os
ítalo-portenhos têm a siderurgia no sangue e são considerados excepcionais gestores, vide o exemplo da própria empresa
mineira, que chegou a ser tida como um ativo de segunda classe e está sendo tocada com maestria e precisão. Mas a bala
de prata que a Ternium guarda para vencer o duelo ao por do sol da CSA é o anúncio da transferência de sua sede da
Argentina para o Brasil. Em tese, o grupo viraria empresa nacional. E passaria a ter uma capacidade instalada no país da
ordem de 14 milhões de toneladas.
Correndo por fora, como um Lee Van Cleef de turbante, os indianos da ArcelorMittal. São conversas ainda nebulosas, já
que as tratativas com a Thyssen envolvem a aquisição de uma usina no Alabama. Segundo o Wall Street Journal, a
negociação poderia incluir a CSA. O RR acha que o jornalão norteamericano está por fora. Se o pistoleiro outsider vencer
a rodada de fogo, aí a coisa fica séria. A ArcelorMittal faria uma festa, disparando no setor, com 15 milhões de toneladas
de capacidade. Nesse caso, o western "siderúrgico-espaguete" seria filmado em Bollywood.
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