TEORIAS DA RESTAURAÇÃO
AGOSTO/2012
 Nascido em Londres, 8 de fevereiro de 1819
e falecido em 20 de janeiro de 1900, foi um
escritor mais lembrado por seu trabalho
como crítico de arte e crítico social británico.
Foi também poeta e desenhista. Os ensaios
de Ruskin sobre arte e arquitetura foram
extremamente influentes na era Vitoriana,
repercutindo
até
hoje.
 O pensamento de Ruskin vincula-se ao
Romantismo,
movimento
literário
e
ideológico (final do século XVIII até meado
do século XIX), e que dá ênfase a
sensibilidade subjetiva e emotiva em
contraponto
com
a
razão.
 Esteticamente, Ruskin apresenta-se como reação ao Classicismo e com
admiração ao medievalismo. Na sua definição de restauração dos
patrimônios históricos, considerava a real destruição daquilo que não se pode
salvar, nem a mínima parte, uma destruição acompanhada de uma falsa
descrição.
DOUTRINA ANTI-INTERVENCIONISTA (INGLATERRA)
A) Defende um anti-intervencionismo radical onde “não se tinha o direito
de tocar nos monumentos antigos, que pertenciam em parte, àqueles
que os edificaram e, também, às gerações futuras”.
B) Principal teórico da preservação do século XX na Inglaterra – colocase radicalmente contra a restauração, apontando a importância que se
deve ter com a manutenção constante aos monumentos.
1) Aforismo – “devemos fazer o que é certo sem nos preocuparmos com
os meios para isso”.
2)
Aforismo – todas as leis representam leis morais.
C) Defende a autenticidade de edificação.
D) A restauração equivaleria a “ressuscitar os mortos”.
E) Contrário a industrialização e valorizava o trabalho manual realizado
nos edifícios antigos.

Nascido em 1814 e falecido em 1879, foi um restaurador de
monumentos francês nascido em Paris, arquiteto ligado ao
revivalismo arquitetônico do século XIX e um dos primeiros
teóricos da preservação do patrimônio histórico, foi um dos
responsáveis pelo reconhecimento do gótico como uma das
mais importantes etapas da história da arte ocidental.

Viajou pela França e Normandia (1831/1833), desenvolvendo
grande interesse pela arquitetura medieval, e pela Itália (1836)
onde aprofundou seus conhecimentos sobre arquitetura
clássica. Influenciado pela obra do arquiteto Henri Labrouste,
voltou à Paris, onde passou a trabalhar (1837) na comissão
encarregada da preservação dos monumentos históricos.

Foi indicado pelo Ministro do Interior (1840), por
recomendação de Mérimée, secretário do Conselho de
Construção Civil da Comissão de Monumentos, para restaurar
a Igreja de Vézelay. Viveu na França em uma época em que a
restauração se firmava como ciência, principalmente por causa
dos eventos econômicos, políticos e sociais que vinham
ocorrendo por toda Europa influenciados pelo Iluminismo, pela
Revolução
Industrial
e
Revolução
Francesa.
 Ganhou fama com a restauração de monumentos como a Sainte-Chapelle e a catedral de Notre-
Dame, em Paris. Supervisionou ainda a recuperação de inúmeros prédios medievais, como a catedral
de Amiens, as muralhas de Carcassonne e a igreja de Saint-Sernin, em Toulouse. Vivendo seus últimos
anos em Lausanne, Suíça, sua tentativa de inovação, não se limitando à restauração das formas
originais dos monumentos, não foi bem recebida por arquitetos e arqueólogos do século XX.
DOUTRINA INTERVENCIONISTA (PAÍSES EUROPEUS)
A) Defende a reconstituição com base em hipóteses.
B) Propôs a utilização de elementos idénticos aos originais e, na
inexistência de informações que precisassem quais eram estes a
utilização de elementos mais coerentes com a construção.
C) Restaurar consistia em reconstituir a forma original, ou supostamente
original do edifício “restituí-lo a um estado completo, que pode nunca
ter existido”.
 Nasceu em Roma no seio de uma família que
gozou de grande prestígio intelectual e
artístico. Foi o filho primogênito do pintor
Silvestro Boito (1802-1856).
 Desenvolveu seu trabalho em várias áreas do
conhecimento se destacando como arquiteto,
restaurador, historiador, professor e teórico.
Suas contribuições na área da Arquitetura e da
restauração classificaram sua obra como
detentora de uma posição moderada entre
Ruskin e Viollet-le-Duc.
 Ingressou na Academia de Belas Artes de Veneza no ano de 1849, onde
começou sua formação como arquiteto
A) A restauração deveria ser adotada como forma extrema de
intervenção, depois de atitudes como manutenção e consolidação.
B) Considera a necessidade de respeito a intervenção de outras épocas e
criticava a reconstituição de partes desaparecidas.
C) As interveções deveriam ser minímas , notoriamente distintas do
original.
D) Os processos utilizados estariam embasados em documentos
detalhadamente registrados e divulgados.
E) Os ideais de Boito são incorporados pela Conferência de Atenas
(1931).

Nasce em Siena, aí licencia-se em direito e no ano seguinte
em
letras
em
Florença.
Trabalha na Administração das Antiguidades e Belas Artes
de Siena, logo em 1930, depois em Bolonha, Ferrara,
Verona, Udine e Rodes

De 1948 até 1960 ocupa a cátedra de “Teoria e História do
Restauro das Obras de Arte”, na Universidade de Roma e
depois em 1961 a cátedra de História da Arte Medieval e
Moderna na Universidade de Palermo.

Em 1938 é designado para fundar o Instituto Central de
Restauro
(ICR),
cargo
que
ocupa
até
1960. Fundamentando-se nestes postulados Césare Brandi
formulou, na década de 60, a sua teoria do restauro que é o
resultado da experiência prática que adquire enquanto
esteve à frente do Istituto Centrale per il restauro.
 A sua teoria tinha como fundamento a prática. Testemunhando uma atividade que segue desde 1939
Brandi reúne um corpus de regras e princípios que constitui um marco fundamental na reflexão moderna
sobre a Conservação e Restauro. Dá-se assim uma renovação do estatuto da conservação e Restauro
na medida em que procura conciliar três factores: Experiência, Teoria Escrita e Formação através do
Instituto.
A) O reconhecimento da obra de arte deriva da conscientização do valor
que se tem impregnado nela, seja pelo aspecto material, pela
notoriedade do autor ou, ainda, pela técnica empregada utilizada.
B) A restauração será considerada pela obra de arte, tendo em vista seu
valor estético e histórico fortemente presente, além do aspecto físico.
C) Deve se restaurar apenas a matéria da obra de arte, o veículo que
contém a imagem.
D) O restauro deve ter como alvo o restabelecimento de uma unidade
potencial da obra, desde que isto seja possível, sem que se cometa
um falso artístico e sem cancelar os sinais da passagem do tempo.
E) O lugar assim como a matéria, contribui para a manifestação da
imagem.
F) A mais grave heresia da restauração é aquele que abole o laço do
tempo entre o período em que a obra foi concluída e o presente.
G) Cada caso de restauro será um caso a parte, seja pelo conceito de
obra de arte como unicum, seja por sua singularidade irrepetível no
contexto histórico – a consideração histórica se coloca acima da
estética.
H) No caso das ruínas ainda que mantenha seu caráter histórico, os
vestígios estéticos, por serem resultados de uma destruição, excluem
a possibilidade de intervenção direta, desta forma, se faz necessário
uma vigília conservativa da matéria.
I) Historicamente é legítima a conservação dos acréscimos, enquanto a
remoção, quando justificada, deve ser feita de modo a deixar traços
de si mesma sobre a obra.
J) A reconstituição é diferente do acréscimo.
K) A falsificação se funda no juízo cópia – produção ou reprodução
semelhante de um objeto segundo o estilo de um determinado período
histórico ou personalidade artística, com o objetivo de documentação.
L) Imitação – se assemelha a cópia, exceto na intenção que tem como
objetivo geral um engano acerca da época, material ou autor (falso
histórico).
M) Falsificação – difusão do objeto no comércio, ainda que não tenha a
intenção de trazer um engano em relação aos materiais, à época ou ao
autor da obra ( falso artístico.)
 Austríaco, Historiador de Arte, publica em 1903 um
ensaio intitulado “O Culto Moderno dos Monumentos ”,
sua
essência
e
sua
génese.

Riegl é membro destacado da “Escola Vienense” de
história da arte. Entre outros cargos, é designado em
1902 presidente da Comissão de monumentos
históricos da Áustria e é encarregado de levar a cabo
a reorganização da legislação da conservação dos
monumentos austríacos, sendo assim “O culto
Moderno dos monumentos” a base teórica sobre a
qual se vai alicerçar tal reorganização.

Riegl estrutura a sua teoria de classificação de
monumentos em duas categorias de valores:
1) . Valores rememorativos, subdivididos em: valores de antiguidade, valor histórico e valor
rememorativo intencionado.
2. Valores de contemporaneidade : valor instrumental e valor artístico.
A) Publica o culto moderno dos monumentos.
B) Trata o monumento como objeto social e filosófico.
C) Somente a investigação do sentido ou dos sentidos atribuídos pela
sociedade ao monumento permite fundar uma prática – Daí uma dupla
abordagem: histórica e interpretativa.
D) Analisa o monumento pela oposição de duas categorias:
Rememoração – são ligadas ao passado e se valem da memória.
Contemporaneidade - pertencem ao presente.
Ancianidade - diz respeito a idade do monumento e as marcas que o
tempo não parou de lhe imprimir.
E) Aborda o monumento histórico sob uma perspectiva histórica e
interpretativa.
F) Valoriza todos os estilos e períodos da história na arquitetura.
 CHOAY, Francoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Estação
Liberdade: UNESP, 2006.
 RUSKIN, John. A lâmpada da memória. Cotia – SP: Ateliê editorial, 2008.
 BOITO, Camillo. Os restauradores. Cotia – SP: Ateliê editorial, 2008.
 VIOLLET – LE – DU, Eugène Emmanuel. Restauração. Cotia – SP: Ateliê
editorial, 2006.
 BRANDI, Cesare. Teoria das restauração. Cotia – SP: Ateliê editorial, 2004.
 CUNHA, Claudia dos Reis. ALOIS Riegl e. O “culto moderno dos
monumentos”. In. Revista CPC, São Paulo, V.1, n.2, P.6-16, maio/out. 2006.
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centro de ensino superior do amapá * ceap curso: arquitetura e