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Dos 400 monumentos artísticos e comemorativos existentes em
espaços públicos na capital, a grande maioria está se deteriorando.
Para restaurá-los é preciso recursos que a prefeitura busca através
de parcerias. Pelo menos 63 desses monumentos são considerados
bastante degradados e são prioridades da prefeitura. Encabeçando
a lista estão a estátua Alfredo Maia, na praça Júlio Prestes, o
monumento à Amizade Sírio-Libanesa, na região da rua 25 de
Março, o Monumento ao Duque de Caxias, na praça Princesa
Isabel, escultura da Mãe Preta, no Largo Paissandu e o chafariz da
Fonte Monumental, na praça Júlio Mesquita.
“As obras encontram-se neste estado porque falta iluminação
adequada, policiamento e limpeza.O centro de São Paulo é muito
escuro”, diz Marco Antonio, superintendente geral da Associação
Viva o Centro. A associação promove há 13 anos a recuperação
urbana da região central e tem o objetivo estimular as empresas e
os moradores da região a trabalharem na limpeza e na
reestruturação de praças e avenidas.
As críticas da associação são reforçadas pelo arquiteto e urbanista
Paulo Bastos, da Sociedade Amigos de Pinheiros. Ele disse que o
Monumento da Bandeira no Ibirapuera sofre vandalismo pela
falta de iluminação e policiamento, principalmente nos dias em
que são realizados shows no parque.
Já alguns empresários que patrocinaram do restauro de
monumentos se queixaram da burocracia que envolve o processo
de aprovação do projeto junto à prefeitura. Este é o caso do
empresário Antonio Ermírio de Moraes, presidente Companhia
Brasileira de Alumínio, CBA. Segundo ele, o processo é muito
burocrático. No caso da CBA, foram precisos sete meses para que
a prefeitura aprovasse a restauração do Obelisco da Ladeira da
Memória.
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Um projeto que já conseguiu mobilizar a iniciativa privada é o da
restauração da Capela de São Miguel Arcanjo, que hoje é a
edificação mais antiga do Estado de São Paulo. Ela foi construída
em 1622 e em 1930 foi tombada pelo patrimônio histórico. A
Petrobrás, a Votorantim e o Banco Itaú estão desembolsando
cerca de R$ 3,1 milhões para a obra que começou a ser restaurada
no dia 6 de fevereiro, e deve estar concluída em 12 meses. A
Formate, empresa especializada na preservação da memória e de
bens culturais está gerenciando o projeto. Essa empresa também
foi responsável pela restauração da Catedral da Sé, e está em fase
final de restauração do Colégio Rodriguez Alves.
“Infelizmente o poder público demora muito para autorizar o
início das obras, isso dificulta muito o nosso trabalho”, lamenta
Rosana Delelis, diretora da Farmate.
Carlos Gomes
A Klabin é outro exemplo de empresa que tem apostado nesse
tipo de trabalho de resgate do patrimônio cultural da cidade. A
empresa fez o restauro do piso da praça Ramos de Azevedo,
construído em mosaico e tombado pelo patrimônio histórico. Ela
também patrocinou a manutenção de um conjunto de 12
esculturas em homenagem ao compositor Carlos Gomes
instaladas na praça Ramos de Azevedo. O projeto prevê a
colocação de uma placa-totem junto à Fonte dos Desejos, que
compõe o conjunto, com informações históricas sobre as
esculturas. “A população está afastada do acesso ao conhecimento
das obras, a cidade precisa valorizar tudo que mostre a sua
história”, diz Wilberto Lima Jr, diretor de comunicação e
responsabilidade social da Klabin.
Ladeira da Memória
O investimento da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) na
restauração do Obelisco da Ladeira da Memória foi de R$ 330
mil . As obras demoraram seis meses e o monumento foi
reinaugurado em dezembro do ano passado. Segundo o
empresário Antonio Ermírio de Moraes, presidente da CBA, “o
custo não é alto se levarmos em conta a importância que isso tem
para a preservação de um monumento como esse para a cidade de
São Paulo”.
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