UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE BRINCAR OU APRENDER? A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE LÚDICA PARA CRIANÇA E ADOLESCENTE KARLA DE FATIMA PEDROSA LETRA MARY SUE Rio de Janeiro Julho, 2004 2 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE BRINCAR OU APRENDER? A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE LÚDICA PARA CRIANÇA E ADOLESCENTE Monografia apresentada por Karla de Fátima Pedrosa Letra como requisito para conclusão da Pós- Graduação em Psicopedagogia. Orientadora: Mary Sue Rio de Janeiro Julho, 2004. 3 AGRADECIMENTOS Aos meus pais – eternos educadores. Que com toda simplicidade me ensinaram a ter fé na vida e me apoiaram durante toda esta jornada. A minha filha Anne Caroline que foi luz do meu caminho, sem ela não teria motivos para prosseguir. Aos meus amigos de Jornada. Aqueles que nos momentos mais delicados me fizeram crer no amanhã. Acreditar que a esperança é a mola mestra de nossa profissão. A DEUS! Por continuar me presenteando com o Dom da Vida. por ter oportunizado a conclusão de mais essa etapa importante. Pela presença incondicional na minha caminhada! MINHA ETERNA GRATIDÃO! 4 DEDICATÓRIA A meus pais, Almerinda e Reinildo pelo apoio em todos os momentos. A minha filha Anne Caroline por me permitir brincar e crescer com ela. A Professora Mary Sue, por toda atenção dispensada ao meu trabalho. 5 6 SUMÁRIO • Introdução • Capítulo I Histórico da atividade Lúdica na Sociedade • Capítulo II Reflexões de estudiosos sobre o lúdico • Capítulo III Jogo, Brinquedo e Brincadeiras – Uma revisão conceitual • Capítulo IV O Lúdico e a educação • Conclusão • Referências Bibliográficas • Índice • Ficha de avaliação • Atividade Extra – Classe 7 RESUMO Para despertar o prazer em estar no ambiente escolar ou em qualquer outra situação educativa, faz-se necessário do tempo e espaço para que a criança dedique-se a brincadeira. É através dela que vai organizando o seu mundo interno. Vai experenciando, vivenciando e internalizando – ou até formar conhecimento. Ao observarmos um grupo de crianças em atividades físicas ou recreativas, tais como aulas de Educação Física, oficinas de Recreação, aulas de Capoeira e etc. Elas mostram-se alegres, soltas felizes, atentas e vibrantes, enfim conseguimos perceber uma aprendizagem com prazer. Logo, quando olharmos uma atividade com fundamentos tradicionais, o prazer e a vibração estarão adormecidas. É sabido que o jogo motiva e desperta a criança para a aprendizagem. Faz-se necessário acreditar em uma educação prazerosa onde todos os envolvidos nesse processo acreditam na totalidade da criança. Para isso, será preciso, despirmo-nos dos padrões internacionais e apostarmos em instituições novas e vivas. Será preciso muita garra, coragem para assumir esta postura, apaixonada pelo que se faz e disposição para erros e acertos. 8 INTRODUÇÃO Existe uma cobrança exacerbada nos conteúdos que devem ser trabalhados pelos docentes na Instituição Escolar, esquecendo-se que o “simples” brincar servirá como conexão entre o real e o imaginário. Compreende-se que o brincar não só auxilia a desenvolver habilidades, mas é uma experiência fundamental do Ser Humano. A aprendizagem acontece, quando o indivíduo consegue interferir tanto na realidade interna quanto na externa. Modificando-a, isto é, quando cria algo novo. Exigir que a criança consiga abstrair sentenças matemáticas sem dar-lhe a oportunidade de imaginar é tolhir seu mundo é cortar suas asas. Nas últimas décadas o papel social da criança vem sofrendo modificações. A criança é percebida como um ser organizado e competente, com características próprias relacionadas com sua história de vida. Acompanhando isso, a atividade lúdica percebe outra dimensão: não simplesmente o brincar, mas sim inclusa em uma metodologia. Almejamos uma Instituição Escolar, onde ensino aprendizagem aconteça através de experiências concretas. Com a intenção de formar cidadãos críticos que venham atender à expectativa do mundo atual. O ambiente desejado é aquele onde ensinar e aprender interajam de forma agradável e criativa. Onde aluno desenvolva sua visão crítica, para que possa agir sobre a realidade e não se acomodar à ela. 9 CAPÍTULO I Histórico da Atividade lúdica na Sociedade “Os deuses sempre brincam onde há bosques perto dos rios, montanhas e primaveras e nas cidades com jardins agradáveis”. (De um Templo Hindu) 10 Histórico da Atividade Lúdica na Sociedade Analisando a história da sociedade podemos perceber que cada época e cada cultura têm uma visão particular da infância e da atividade lúdica. Na Antigüidade greco-romana, o jogo era visto como recreação e surge somente como relaxamento necessário a atividades que exigem esforços físicos, intelectuais e escolares (Tomás de Aquino, Sócrates, etc.). Por longo tempo o jogo infantil era encarado apenas como recreação. Durante a idade média, o jogo foi associado ao “azar” e considerado assim “não sério”. Essa concepção foi bastante divulgada na época. A partir do Renascimento, o jogo ganha novo caráter, pois serviu para divulgar os princípios de moral, ética e conteúdos de história, geografia e outros. Esse período foi reconhecido como “compulsão lúdica”. O Renascimento vê a brincadeira como conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilitador do estudo. Sendo assim, o jogo torna-se a forma adequada para aprendizagem dos conteúdos escolares. Houve uma contradição na época, pois a palmatória era a conduta vigente e o Pedagogo começa a reafirmar a forma lúdica de trabalhar conteúdos. Na clássica obra, Gargântua e Pantagruel, Rabelais fala do jogo, utilizando personagens da época, para desenvolver a trama de suas histórias. O autor faz uma sátira aos sofistas da época. 11 Na verdade Rabelais valoriza o jogo como instrumento de educação para ensinar conteúdos, gerar conversas, ilustrar valores e práticas do passado ou, até, para recuperar brincadeiras dos tempos passados, descarta o jogo “não sério” aliado ao dinheiro. Montaigne propaga também o caráter educativo do jogo. Inutiliza os jogos de caça, passatempos de nobres e a dança, considerada lazer popular. Para Montaigne o jogo instrumento de desenvolvimento da linguagem e do imaginário. Particulariza os jogos que valorizam a escrita, algo que realmente complete o sentido do jogo, vinculado nos tempos atuais, como um meio de expressão de qualidades espontâneas ou naturais da criança, momento apropriado para observar a criança que expressa através dele a sua natureza psicológica. Essa idéia mantém o jogo a margem das atividades educativa, mas salienta sua voluntariedade. Essa maneira de perceber o jogo está de acordo com a nova concepção da criança que começa a ser construída no Renascimento: a criança dotada de valor positivo, de uma natureza boa, que expressa-se espontaneamente por meio de jogo, perspectiva que irá fixar-se com o Romantismo. Assim, nesse período fixa-se o jogo como conduta típica da criança. Representantes desse pensamento como Jean Paul Ritchers, Hoffmann, e Froebel, consideram o jogo como conduta espontânea e livre e instrumento de educação da pequena infância. Em outros tempos, as fases da vida do indivíduo eram comparadas às da Humanidade. Com o Romantismo, e seu foco na criança surge a metáfora que relaciona a infância do indivíduo à da humanidade por influência de Rousseau. 12 No século XVIII Rousseau procurou dar uma conotação diferente para a infância. Daí vem o sentido de afirmar que o jogo é uma conduta espontânea, de expressão e de tendências livres. Ao surgir, no século XIX, a psicologia da criança recebe forte influência da biologia e faz transposições dos estudos com animais para o campo infantil. Assim Gross surge com sua teoria que considera o jogo pré-exercício de instintos herdados, uma ponte entre a biologia e a psicologia. Para ele, o jogo é uma necessidade biológica, um instinto e, psicologicamente um ato voluntário. Groos retoma o jogo enquanto ações espontâneas, naturais, prazerosas e livres e já antecipa sua relação com a educação. No início do Século XX, as idéias de Rousseau se firmaram, pois ocorreu uma mudança profunda da imagem da criança. Psicólogos e pedagogos passaram a considerá-la como um ser especial, com individualidade, características, interesses e necessidades próprias, valorizando, assim suas atividades espontâneas e proporcionando o aparecimento da atividade lúdica com fator de desenvolvimento infantil. A valorização dos jogos e dos brinquedos permitiu um novo campo de estudos e hoje, é questão de consenso a importância do lúdico para a formação do auto conceito positivo e para o desenvolvimento integral da criança. 13 CAPÍTULO II REFLEXÕES DE ALGUNS ESTUDIOSOS SOBRE O LÚDICO “Para falar ao vento, Bastam palavras Para falar ao coração São necessárias Obras”. (Magda) 14 Reflexões de Alguns Estudiosos sobre o Lúdico Ao longo de toda a história da Educação da sociedade mundial, vários estudiosos deram suas contribuições para elucidar a importância do lúdico no desenvolvimento do ser humano. Frente a esses paradigmas, que tanto o jogo como os brinquedos podem ser englobados em um universo maior, chamado de ato de brincar verificará o que alguns estudiosos sobre educação pensavam sobre o lúdico. 2.1- Froebel Embora não tenha sido o primeiro a analisar o valor educativo do jogo, Froebel foi o primeiro a colocá-lo como parte essencial do trabalho pedagógico, ao criar o jardim de infância com uso dos jogos e brinquedos. A partir de sua filosofia educacional baseada no uso dos jogos infantis, Froebel delineia a metodologia dos dons e ocupações, dos brinquedos e jogos, propondo: • Dons, materiais como bola, cubo, varetas, anéis, etc., que permitem a realização de atividades denominadas ocupações, sob a orientação da jardineira; • Brinquedos e jogos, atividades simbólicas, livres, acompanhadas de músicas e expressão das relações que estabelece sobre objetos e situações do seu cotidiano. Os brinquedos são atividades imitativas livres, e os jogos, atividades livres com o emprego dos dons. 15 “Brincar é a fase mais importante da infância – [do desenvolvimento humano neste período]... [A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem neste e, ao mesmo tempo, típica da vida humana enquanto um todo – a criança que brinca sempre, com determinação, auto - ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente torna-se um homem determinado, capaz de auto-sacrifício para a promoção do eu bem e de outros ]...[ Como sempre indicamos, o brincar em qualquer tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação.” ( Froebel,1912,p.5) 2.2 - Piaget Piaget estrutura o jogo em quatro categorias: • Jogo de exercício – onde o objetivo é exercitar a função em si; • Jogo simbólico – onde o indivíduo se coloca independente das características do objeto, funcionando em esquema de assimilação; • Jogo de regra-no qual implícita uma relação inter individual que exige a resignação por parte do sujeito. • Jogo de construção – onde a criança cria algo. Esta última situa-se a meio caminho entre o jogo e o trabalho, pelo compromisso com as características do objeto. Tais modalidades não se sucedem simplesmente acompanhando as etapas das estruturas cognitivas, pois, tanto o bebê pode fazer um jogo de exercício, como também uma criança poderá fazer sucessivas perguntas só pelo prazer de perguntar. 16 Para ele, a origem do jogo está na imitação que surge da preparação reflexa. Imitar consiste em reproduzir um objeto na presença do mesmo. É o processo de assimilação funcional, quando o exercício ocorre pelo simples prazer. A essa modalidade especial de jogo, Piaget denominou de jogo de exercício. Em suas pesquisas ele mostra que a imitação passa por várias etapas até que, com o passar do tempo, a criança é capaz de representar um objeto na ausência do mesmo. Quando isso acontece, significa que há uma evocação simbólica de realidades ausentes. É uma ligação entre a imagem (significante) e o conceito (significado), capaz de originar o jogo simbólico, também chamado fazde conta. Para Piaget, o símbolo nada mais é do que um meio de agregar o real aos desejos e interesses da criança. Paulatinamente, o jogo simbólico vai cedendo lugar ao jogo de regras, porque a criança passa do exercício simples às combinações sem finalidade e depois com finalidade. Esse exercício vai se tornando coletivo, tendendo a evoluir para o aparecimento de regras que constituem a base do contrato moral. As regras pressupõem relações sociais ou interpessoais. Elas substituem o símbolo, enquadrando o exercício nas relações sociais. As regras são, para Piaget, a prova concreta do desenvolvimento da criança. 2.3 – Vygotsky O brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal (capacidade que a criança possui), pois na brincadeira a criança comporta-se num nível que ultrapassa o que está habituada a fazer, funcionando como se fosse maior do que é. 17 O jogo traz a oportunidade para o preenchimento de necessidades irrealizáveis e também a possibilidade para exercitar-se no domínio do simbolismo. Quando a criança é pequena, o jogo é o objeto que determina sua ação. Na medida em que cresce, a criança impõe ao objeto um significado. O exercício do simbolismo ocorre justamente quando o significado fica em primeiro plano. Do ponto de desenvolvimento da criança, a brincadeira traz vantagens sociais, cognitivas e afetivas. Segundo Vygotsky, a brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra. Elas estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, tanto nas tradicionais, naquelas de faz-de-conta, como ainda nas que exigem regras. Podem aparecer também no desenho, como atividade lúdica. Do ponto de vista psicológico, Vygotsky atribui ao brinquedo um papel importante, aquele de preencher uma atividade básica da criança, ou seja, ele é um motivo para a ação. Para o autor, a criança pequena, por exemplo, tem uma necessidade muito grande de satisfazer seus desejos imediatamente. Quanto mais jovem for a criança menor será o espaço dentre o desejo e a satisfação. Na Educação Infantil há uma grande quantidade de tendências e desejos não possíveis de ser realizado imediatamente, e é nesse momento que os brinquedos são inventados, justamente para que a criança possa experimentar tendências irrealizáveis. A impossibilidade de realização imediata dos desejos cria tensão, e a criança se envolve com o ilusório e o imaginário, onde seus desejos podem ser realizados. É o mundo dos brinquedos. 18 A imaginação é um processo novo para a criança, pois constitui uma característica típica da atividade humana consciente. É certo, porém, que a imaginação surge da ação, e é a primeira manifestação da criança em relação às restrições situacionais. Isso não significa necessariamente que todos os desejos não satisfeitos dão origem aos brinquedos. 2.4 - Winnicot Para Winnicot, a brincadeira é universal e projeto de saúde: o brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde. O brincar conduz aos relacionamentos grupais, podendo ser uma forma de comunicação na psicoterapia. Portanto, a brincadeira traz a oportunidade para o exercício da simbolização e é também uma característica humana. Sua contribuição mais original ao tema, entretanto, é o desenvolvimento dos aspectos transacionais e fenômenos transacionais (1951, 1971), para descrever a experiência de viver em uma área de transição da experiência, isto é, transição com respeito à realidade interna e externa. Na obra “A criança e seu mundo”, 1976, Winnicot faz colocações fundamentais sobre a brincadeira: “[As crianças têm prazer em todas as experiências de brincadeira física e emocional]... [Deve-se aceitar a presença da agressividade, na brincadeira da criança]... [A angústia é sempre um fator na brincadeira infantil e freqüentemente, um fator dominante]...[ A brincadeira é a prova evidente e constante da capacidade criadora, quer dizer vivência.” (Winnicot, 1976, p.78) 19 CAPÍTULO III JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA – UMA REVISÃO CONCEITUAL. “A maturidade do homem significa ter adquirido novamente a seriedade que a gente tinha quando brincávamos” (Friedrich Nietasschel) 20 Uma Revisão Conceitual. A ambigüidade entre os termos se consolida com o uso que as pessoas fazem dela. Certamente encontram-se professores que utilizam as palavras jogo, brinquedo e brincadeira como sinônimos. Outros, no entanto, marcam uma diferença entre elas que remontam sua própria história de vida. Pensa-se em dois aspectos implicados nessa questão. O primeiro diz respeito às palavras poderem assumir diferentes significados desde a nossa infância, bem como ao longo da fase adulta. Ou seja, antes mesmo da formação profissional e com ela possível reflexões desde o ponto de vista de Piaget, Winnicot e outros, tais conceitos já estavam marcados pelas vivências de cada um, desde o lugar de crianças que nomeava o seu brincar. O segundo aspecto refere-se aos diferentes significados que uma mesma palavra pode assumir ao longo dos tempos. Um dicionário de 50 anos atrás certamente a acepção das palavras jogo, brinquedo e brincadeira estarão impregnadas de uma visão da época. Nos dias de hoje, observa-se que há uma clara diferença entre jogo e brinquedo e entre brincadeira e brinquedo. No entanto, tanto jogo e brincadeira, podem ser sinônimos de divertimento. Vejamos como esses termos são definidos no dicionário Larrousse: “Jogo = Ação de jogar: folguedo, brinco, divertimento”. “Brinquedo = Objeto destinado a divertir uma criança”. “Brincadeira = Ação divertimento. / Gracejo, de brincar, zombaria. / Festinha entre amigos ou parentes. / Qualquer coisa que se faz por imprudência 21 ou leviandade e que custa mais do que se esperava; aquela brincadeira custou-me caro”. É claro, porém que, além das diferenças, esses conceitos também possuem aspectos em comum. Um deles é o de que tanto o jogo quanto a brincadeira são culturais. É difícil encontrarmos exemplos de um jogo ou brincadeira que sendo originário de uma cultura, tenha sido assimilado por outra. O brinquedo sempre esteve presente na vida da criança, desde os tempos primitivos até os dias de hoje. Sua figura é peça de fundamental importância na construção do mundo infantil. A partir do nascimento, ou mesmo antes, o desenvolvimento do bebê é influenciado pela qualidade de relações e reações estabelecidas a partir da presença da mãe. Depois disso, a influência virá das relações com o meio e seus objetos, dentro dos quais podemos destacar os brinquedos. Para orientar a aprendizagem, é necessário constatar que existem motivos "universais" e constantes no decorrer da vida do ser humano, além de motivos específicos de cada fase de seu desenvolvimento. Os primeiros já mencionados estão ligados à segurança, garantia de sua individualidade e afeto (ser amado e aceito pelo grupo). O segundo motivo se relaciona às características físicas e psicológicas de cada fase de seu desenvolvimento. Ao nascer, a criança já manifesta a necessidade de aprender. Ela passa, então, a explorar o mundo que a cerca, até encontrar as primeiras 22 barreiras. Diante dos obstáculos, a criança começa a organizar e construir as estruturas de pensamentos. As brincadeiras infantis mostram o caminho para a recuperação da inteligência criativa, adormecida ou bloqueada pela compulsiva interferência adulta. Uma interferência que acaba orientando a criança para Atividades que reprimem sua fantasia, seus pensamentos, e a busca por respostas e resoluções para os seus problemas. No ato de brincar, a criança está tendo a oportunidade de desenvolver-se integralmente. Ela experimenta, descobre, inventa e confere suas habilidades. Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. É um ato natural que, quando bem cultivado, contribuirá futuramente para a eficiência e equilíbrio do adulto. 3.1 – A importância do brincar para a criança A criança brinca por uma série de motivos que a psicanálise estuda e nos trás valiosas contribuições. Pedagogos também puderam contribuir com reflexões importantes sobre o papel do jogo ao longo da vida do indivíduo. É também um meio indispensável para perceber como se dão as relações familiares, conhecer a criança e seu contexto histórico. “A observação do jogo é de há muito indicada aos futuros pedagogos como um dos melhores meios de conhecer a criança.” ( Leif, 1778,p.12) 23 As atividades lúdicas favorecem os desenvolvimentos emocionais, cognitivos e afetivos do indivíduo. Através do jogo é possível ajudar a criança em suas dificuldades de aprendizagem, porque os jogos e as brincadeiras são aceitos pelas crianças em qualquer idade. É sabido que a atividade mais atraente para a criança é o jogo e brincadeira. Percebendo essa importância do brincar vemos já na Assembléia Geral das Nações Unidas em 20 de novembro de 1959 a aprovação da Declaração Universal Dos Direitos Das Crianças. Em seu artigo 7o temos: “Toda criança será oferecida uma educação capaz de promover a sua cultura geral e permitir que, em condições de igualdade, ela desenvolva suas aptidões naturais, sua capacidade de emitir juízo próprio e seu senso de responsabilidade moral e social, ajustando-se assim à sociedade como um todo. Toda criança terá direito a brincar e diverti-se cabendo à sociedade e as autoridades públicas garantir a ela o exercício pleno desse direito.” Realmente para uma criança em idade pré-escolar o brincar é a atividade mais séria do mundo infantil. Tão sério quanto é o trabalho para a pessoa adulta. Esta atividade é tão necessária para o desenvolvimento da criança quanto a alimentação e o descanso. A criança vai conversando e adaptando-se ao mundo que a rodeia. Sente-se parte desta sociedade e precisa aprender a dialogar com esta mesma realidade da qual está inserida. 24 CAPÍTULO IV O LÚDICO E A EDUCAÇÃO “É preciso muito pouco para tornar a vida feliz; só depende de nós próprios, de nossa forma de pensar”. (Marco Aurélio) 25 O Lúdico e a Educação As crianças estão indo para a escola cada vez mais cedo. Esta, por sua vez, tende a assumir funções antes delegadas à família, meio gerador onde a criança dispunha de espaço - físico e emocional necessário para executar sua vontade de explorar, experimentar e se interessar pelo mundo externo. No ambiente familiar, a criança amplia seus horizontes e, por conseqüência, as suas respostas sociais. Na escola, ao contrário, o espaço de atuação da criança fica limitado. Sua vontade é sistematizada, programas e currículos objetivos lhes trazem verdades prontas. A infância, fase tão rica em vida e descobertas, fica limitada a sistemas de valores de utilidade e inutilidade, ou conceitos como fracasso e sucesso. O lúdico perde espaço. Brinquedo e brincadeira são postos de lado. Na escola a fantasia é colocada de lado. As atitudes "espontâneas - expressão genuína" do ser são comprometida pela necessidade de executar ordens pré-determinadas em prazos pré-estabelecidos e de ter um desempenho que assegure posições de acerto e erro... A escola, então, deve refletir e retomar a questão da ludicidade e da contribuição do pensamento e hipóteses do aluno na construção de conceitos mais amplos e significativos, fundamentada na "Teoria de Construção do Pensamento de Jean Piaget". É preciso considerar, também, o ambiente do exercício da relação efetiva com o mundo, com as pessoas, com os objetos. Tal idéia parte do princípio de que as atividades escolares devem afastar a monotonia e reforçar a tendência natural do aluno para a exploração e a descoberta. 26 As situações devem ser apresentadas de maneiras dinâmicas, agradáveis, pela diversificação de materiais e propostas de pesquisa. O trabalho escolar deve permitir que, através da experiência, se utilize o raciocínio e a conquista. A criança será também mais objetiva e interessada se o conteúdo trabalhado tiver fins explícitos e se caracterizar um estímulo ativo e significativo para que ocorra o aprendizado. A proposta curricular deve respeitar o direito da criança de falar, agir, ter consciência de sua ação e do ambiente que a cerca. Ela deve poder brincar, exercitar suas necessidades psicológicas, buscar a solução de problemas e ter um local seguro e efetivo para desenvolver-se. A aprendizagem faz com que a pessoa ajuste-se ou transforme o meio em que vive, supondo sempre uma mudança de comportamento. O Homem, então, é agente de sua própria existência. Ele é um ser em movimento que adapta continuamente o seu ser e o seu ambiente. E tal fato não deve escapar ao conhecimento de qualquer educador. 4.1 – A escola e a atividade lúdica devem caminhar juntas? A escola é um elemento de transformação da sociedade; sua função é contribuir, junto com outras instâncias sociais da vida social, para que essas transformações se efetivem. Nesse sentido, o trabalho da escola deve considerar as crianças como seres sociais e trabalhar com elas no sentido de que sua integração na sociedade seja construtiva. Assim, a educação deve privilegiar o contexto sócio – econômico e cultural, reconhecendo as diferenças existentes entre as crianças; ter a preocupação de propiciar a toda as crianças um desenvolvimento integral e dinâmico, assim como a construção e o acesso aos conhecimentos 27 socialmente disponíveis do mundo físico e social. A educação deve instrumentalizar as crianças e os adolescentes de forma a tornar possível a construção de sua autonomia, criticidade, criatividade, responsabilidade e cooperação. Tomando como base a formação integral, constata-se que as atividades que as crianças estão realizando na escola estão fragmentadas uma hora para trabalhar coordenação motora, outra para expressão plástica, outra para brincar sob a orientação e outra para a brincadeira não direcionada. Essa divisão não vai ao encontro da formação da personalidade integral das crianças, nem de suas necessidades. Tanto o conhecimento como o senso moral é elaborado pelas crianças, em interação com o meio físico e social, passando por um processo de desenvolvimento. Em relação ao conhecimento, é importante fazer corresponder conteúdos ao conhecimento geral das crianças, seus interesses e suas necessidades. Em relação ao desenvolvimento moral, as crianças constroem seu próprio sistema de valores morais. Esse processo é uma verdadeira construção interior. Formar homens criativos, sensíveis, inventivos e descobridores, assim como espíritos capazes de criticar e diferenciar entre o que está provado e o que não deve ser o principal objetivo da educação. “O jogo é, pois um” quebra-cabeça”]...”[Não é como se pensava, simplesmente um método para aliviar tensões. Também não é uma atividade que prepara a criança para o mundo, mas é uma 28 atividade rela para aquele que brinca. Verdadeiramente, brincamos envolvemo-nos com paixão no jogo, sem precisarmos, em absoluto, saber o que ela significa. Deve ser dado destaque à qualidade de transformação do jogo: a atividade lúdica é muito viva e caracteriza-se sempre por transformações e não pela preservação de objetos, papéis ou ações do passado das sociedades. Nesse sentido, acredito no jogo como uma atividade dinâmica, que se transforma de um contexto para outro, de um grupo para outro, daí sua riqueza. Essa qualidade de transformação dos contextos das brincadeiras não pode ser ignorada.” ( Friedmann, 1996, p.20) A aprendizagem depende em grande parte da motivação: as necessidades e os interesses da criança são mais importantes que qualquer outra razão para que ela se ligue a uma atividade. Ser esperta, independente, ter iniciativa e confiança na sua capacidade de construir uma idéia sobre as coisas, assim como exprimir seu pensamento com convicção são características que fazem parte da personalidade integral da criança. Para concretizar esses grandes objetivos, pensando na participação dinâmica da criança nesse processo, o educador deve ter bem claros esses objetivos, é importante articulá-las de forma integrada, conforma a realidade sócio-cultural. É interessante a construção progressiva na prática educacional, de estratégias metodológicas, como as atividades lúdicas. Essa metodologia 29 deve ser construída, levando-se em conta atividades que constituam desafios e sejam ao mesmo tempo significativas e capazes de incentivar a descoberta, a criatividade e criticidade. A possibilidade de trazer o jogo para dentro da escola é uma possibilidade de pensar a educação numa perspectiva criadora, autônoma, consciente. Através do jogo, não somente abre-se uma porta para o mundo social e para a cultura infantil como se encontra uma rica possibilidade de incentivar o seu desenvolvimento. A idéia de aproveitar o jogo como alternativa e importante, mas sua utilização não deve excluir outros caminhos. Há um aspecto ao qual deve-se dar especial atenção ao se trabalhar com o jogo de forma mais consciente: o caráter de prazer e ludicidade que ele tem na vida das crianças. Sem esse componente básico, perde-se o sentido de utilização de um instrumento cujo intuito principal é o de resgatar a atividade lúdica, sua espontaneidade e, junto com ela, sua importância no desenvolvimento integral da criança. 4.2 – O aprendizado lúdico Durante muito tempo, acreditou-se que havia uma oposição entre brincar e aprender, até mesmo quando se tratava de educação infantil. Para aprender era preciso parar de brincar. Hoje, sabemos que, quando há estímulo à brincadeira, os resultados podem ser muito mais duradouros e profundos. 30 Um exemplo é o aprendizado da leitura e da escrita. Antes, acreditava-se que as crianças deviam receber tarefas “sérias”, como copiar palavras e treinar caligrafia. Atualmente, temos certeza de que um modo muito mais eficiente de ensinar é criando condições para que elas brinquem de ler e de escrever. Aquelas que brincam de assinar seu nome, desenhando algumas bolinhas ou letrinhas soltas, em breve vão escrevêlo corretamente; as que brincam de ler um livro, em breve vão começar a reconhecer algumas palavras, a perceber qual é o significado das letras e a pedir, quase espontaneamente, explicações sobre elas e até tarefas de cópia e caligrafia. A brincadeira é o caminho do desenvolvimento na infância. Ao lidarmos com a educação infantil, precisamos ter consciência de que, quando as crianças brincam entre si, ou sozinhas, não estão perdendo tempo, mas sim construindo uma série de conhecimentos e habilidades importantíssimas e, ao mesmo tempo, revivendo e resolvendo uma série de conflitos emocionais. Em vez de tentar impedi-las de brincar, o ideal é apresentar materiais que motivem a brincadeira e a enriqueçam cada vez mais. Esse é o objetivo da sala de educação infantil deste portal. Ao explorá-la, as crianças vão encontrar atividades lúdicas muito proveitosas e, conseqüentemente, aprender muito. 4.3 – O jogo auxiliando as dificuldades de aprendizagem No seu cotidiano e através dos jogos, a criança vai elaborando o seu mundo, definindo regras, definindo laços afetivos, representando a 31 realidade presente e vai então aprendendo a lidar com conflitos sociais que a sociedade possa vir lhe apresentar. Com o seu crescimento a criança passa a encarar o jogo de formas diferentes. O indivíduo estimula a suas potencialidades criadoras com o ato de brincar. As instituições não valorizam este espaço do brinquedo como deveriam. Nos currículos da Educação Infantil o jogo aparece como uma simples recreação ou possibilidade de resgate de energia para que, em sala, as crianças possam se concentrar nos conteúdos programáticos. Para isso é preciso que os professores pensem sobre este tema e encontrem alternativas de opções alternativas em busca de uma Educação Renovada, onde a criança sinta prazer de brincar e de estar na sala com seus colegas de grupo, porque quando a criança brinca continua ampliando os seus conhecimentos. “A compreensão do brincar e das brincadeiras nos remete à discussão de diversos aspectos dessa questão. Winnicott coloca o brincar como uma área intermediária de experimentação para qual contribuem a realidade interna e externa . nesse sentido, a criança pode relacionar questões internas com a realidade externa e é capaz de participar de seu contexto e perceber-se como um “ser” no mundo. Sendo assim, o brincar é fonte de crescimento, saúde e conduz aos relacionamentos grupais. A busca da vida de grupo se faz necessária à medida que a vivência do coletivo promove a relação entre o que é pessoal ( interior) e o que é do grupo ( realidade objetiva). O brincar é, portanto, uma das 32 possibilidades, que o indivíduo tem que postulado seu “eu” em relação ao contexto.” (Santos, 1989, p.13) O jogo em grupo é um excelente meio para se desenvolver: O respeito ao outro, as diferenças individuais, o respeito ao espaço e limite seu e do outro indivíduo. Os jogos trazem efeitos bem mais valiosos do que enche as crianças de tarefas escolares, quadros e mais quadros de atividades. “É preciso disciplina, ordem e produção...” enquanto, se propusermos jogos pedagógicos teremos resultados bem mais satisfatórios, um ensina ao outro. “Muitos professores têm medo de usar jogos, por receio de que os pais venham a reclamarem que as crianças não levam lições de casa. Acreditamos que as crianças aprendem bem mais em jogos de grupo do que lições e folhas mimeografadas. (Kammii, 1991, p.15) Quando a autora defende esta questão quer chamar atenção dos profissionais de educação que ainda ignoram a importância do jogo como facilitador dos processos de aprendizagem. É sabido que muitos responsáveis não acreditam nos benefícios que os jogos trazem para a educação. Para que o espaço escolar seja agradável requer do educador muita criatividade na hora de propor as atividades, pois as crianças sempre adoram brincar. Ao planejar qualquer atividade recreativa, além desconsiderar o grupo que pretende atingir, deverá também aguçar a curiosidade, 33 provocando a descoberta por meio de vários instrumentos. Se as atividades forem vazias não surtirão efeitos. O lúdico torna a educação mais viva e brilhante. Será necessário reorganizar os planos escolares. “Muitos pais e diretores se opõem a jogos em grupo e outros tipos de jogos em sala de aula. Alguns pais dizem: “Por que deveria mandar meu filho para a escola se tudo que faz lá é brincar?”Esses pais freqüentemente ficam mais satisfeitos quando seus filhos voltam com lições para casa como prova de trabalho e aprendizagem. Para pessoas que acreditam que a aprendizagem é comprovada através de exames de leitura, o parece apenas destinado à diversão e recreação. (Kammi,1991,p.30) Enquanto existir este tipo de mentalidade em nossas instituições encontraremos muitas crianças com dificuldades de aprendizagem. Os sintomas de não aprendizagem aprisionam o desenvolvimento do indivíduo como um todo. 34 Conclusão No decorrer deste estudo, com intuito de identificar o lúdico como essencial para o desenvolvimento da criança e adolescente, transporteime para as minhas brincadeiras de infância. Deparei-me com um universo único mágico se vivido com intensidade. Todo ato de brincar envolve uma medida de tensão, competição, ganhos e perdas. É um eterno desafio tanto interno quanto externo. Quando brincamos entramos em contato com nossa realidade lúdica e com o universo lúdico de nossos parceiros de jogo, se o jogo for em equipe ainda maior será nosso conhecimento. O dia em que nossas escolas descobrirem, que o brincar está ligado com o prazer de aprender, haverá mudanças significativas em nossos currículos escolares. A escola deve ser uma obra de interação entre jovens e adultos e precisa possibilitar a alegria através da vivência da troca. Acredito que a atividade lúdica pode proporcionar a alegria e o prazer às crianças e pode motivar e pôr em movimento a imensa maioria dos educandos que não se deixam levar pelo tédio e desagrado. Nossos alunos necessitam de alegria de aprender através das atividades lúdicas que estimulem seus desejos de busca do conhecimento e da recompensa da alegria pelos esforços despendidos nas atividades que o ajudam a penetrar no mundo do conhecimento. 35 Referências Bibliográficas • LEIF, Joseph, BRUNELLE, Lucien. O jogo pelo jogo. Rio de Janeiro; Zahar, 1978. • FRIEDMAN,Adriana. Brincar: Crescer e aprender – O resgate do jogo infantil. 3ed. São Paulo: Ed. Moderna,1998. • KAMMI, Constance, DEVRIES, Rheta. Jogos em grupo. São Paulo: Trajetória Cultural,1991. • KISHIMOTO,T. Morchida. O jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez,1999. • WINNICOT, D. W.. A Criança e o seu mundo. Rio de Janeiro:Zahar,1979. • RIZZO, Gilda. Jogos inteligentes. A construção do raciocínio na escola natural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. • SAMPAIO,R. W.V.. Freinet evolução histórica e atualidades. São Paulo: Scipione, 1989. • JEAN, Piaget. A representação do mundo na criança. Rio de Janeiro: Record,1971. 36 Índice • Introdução......................................................................................8 • Capítulo I Histórico da Atividade Lúdica na Sociedade......................................9 • Capítulo II Reflexões de estudiosos sobre o lúdico..............................................13 2.1 – Froebel.......................................................................................14 2.2 – Piaget ............................................................... .........................15 2.3 – Vygotsky ...................................................................................16 2.4 – Winnicot ....................................................................................18 • Capítulo III Jogo, Brinquedo e Brincadeira – Uma Revisão Conceitual ..............19 3.1 – A importância do brincar para a criança ..................................22 • Capítulo IV O Lúdico e a Educação .....................................................................24 4.1 – A escola e a atividade lúdica devem caminhar juntas ? ...........26 4.2 – O Aprendizado Lúdico .............................................................29 4.3 – O Jogo auxiliando as dificuldades de aprendizagem ...............30 • Conclusão .....................................................................................34 • Referências Bibliográficas ...........................................................35 • Índice ............................................................................................36 • Folha de Avaliação .......................................................................37 • Atividades Extra- classe ...............................................................38 37 FOLHA DE AVALIAÇÃO UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PROJETO A VEZ DO MESTRE Pós-Graduação “Lato Sensu” Título do trabalho: Brincar ou aprender? A importância da Atividade Lúdica para Criança e Adolescente. Data da entrega: ______________________________________ Avaliação: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Avaliado por: _______________________________ Grau:____________________ ________________________,_________ de __________________ de ___________ 38 Atividades Extra- Classe