Sociedade Brasileira de Química (SBQ) Caracterização de uma nova oxidorredutase isolada do microorganismo Bacillus safensis 1,3 1 1 Francine Souza A. da Fonseca (PG) , Célio Fernando F. Angolini (PG) , Francisco A. M. Reis (PQ) , 2 1 Anete P. Souza (PQ) , e Anita J. Marsaioli (PQ) *. *e-mail:[email protected] 1 Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Química, Caixa Postal 6154, CEP: 13083-970, Campinas-SP. Universidade Estadual de Campinas, Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG). 3 Universidade Federal de Minas Geral, Instituo de Ciências Agrárias (ICA- Campus Montes Claros, MG). 2 Palavras Chave: Oxidorredutase, Bacillus safensis, Petróleo. Introdução O micro-organismo Bacillus safensis é uma bactéria Gram-positiva capaz de suportar condições 1 extremas de temperatura e radiação ultra-violeta . O primeiro relato científico dessa bactéria foi em 2006 refere-se à identificação de uma cepa desse microorganismo isolado da sala asséptica da NASA, onde permanecem as sondas espaciais enviadas ao 2 planeta Marte. Em trabalhos anteriores do grupo de Pesquisa da Profa. Anita J. Marsaioli (IQUNICAMP), cepas de B. safensis foram isoladas de amostras de petróleo biodegradado. Ensaios de biocatálise verificaram que esse micro-organismo 3 catalisava oxidação de metilenos ativados. O objetivo desse trabalho foi purificar e identificar a proteína responsável pela atividade de oxidação. Resultados e Discussão A purificação das proteínas presente no extrato solúvel de B. safensis foi realizada por cromatografia (FPLC) utilizando resinas de troca iônica. A fim de revelar as atividades enzimáticas presente nas frações, sondas fluorogênicas derivadas de umbeliferona foram utilizadas. Frações provenientes da troca catiônica revelou atividade de oxirredutase dependente de NAD/NADH. A fração foi separada em gel de SDS-PAGE apresentando uma banda de 18 a 25 kDa (Figura 1). A massa exata foi obtida por ESI(+)-QTOF/MS o que revelou uma proteína de 21 kDa. A proteína foi extraída do gel SDS-PAGE, tripsinizada e submetida à análise por LC-MS/MS utilizando um LTQ-XL orbitrap da Thermo Scientific. Os espectros dos fragmentos da tripsinização foram analisados pelo programa de identificação Sequest através do Proteomic discover utilizando o banco de dados do NCBI e SwissProt para obter a sequencia primaria da proteína de interesse. Comparação com as proteínas análogas existentes na literatura revelou que a mesma era inédita provavelmente devido à ausência de informações sobre o B. safensis. O sequenciamento “De Novo” através do programa Peaks, permitiul obter uma cobertura de 83% de similaridade com 36a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química uma proteína de B. pumilus de atividade desconhecida, porém no presente caso foi de oxirredutase. Figura 1. Gel SDS-PAGE contendo, a proteína isolada nas frações (7 a 12) da troca catiônica. Outras frações foram analisadas seguindo o mesmo protocolo revelando a presença de três proteínas adicionais uma catalase, uma enolase e uma flagelina já relatadas em B. pumilus. Confirmamos a atividade da catalase através da adição de peróxido de hidrogênio à fração que continha a proteína identificada. Conclusões Este trabalho permitiu o isolamento de uma proteína inédita do micro-organismo Bacillus safensis. Essa proteína tem 21 kDa, e apresenta atividade de oxirredutase. Os cofatores desta oxirredutase serão investigados e a expressão da mesma está em andamento pela Profa Anete Pereira de Souza a qual depositou na GOLD o sequenciamento do genoma do B. safensis junto com Valeria Maia de Oliveira e Anita J. Marsaioli. Agradecimentos Prof. Eduardo Pilau. As agências financiadoras: ANPPetrobrás, CAPES, CNPQ, FAPESP e UFMG. ____________________ 1 Probst, A.; Facius, R.; Wirth, R.;Wolf, M.; Moissl-Eichinger, C. Appl. Envirol. Microbiol. 2011, 1628-1637. 2 Satomi, M.; La Duc, M. T.; Venkateswaran, K. Internation. J. System. Evolution. Microbiol. 2006,1735-1740. 3 Angolini, C.F.F. Tese de mestrado. IQ-UNICAMP. 2010.