1 FACULDADE BOA VIAGEM - FBV CPPA – CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MPGE – MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL Uma Análise do Poder de Predição da Teoria da Expectância: o caso do engajamento de discentes em atividades de extensão na FACET - Faculdade de Ciências de Timbaúba - PE. Roosevelt Pessoa Suna Orientador: Helder Pontes Régis, Doutor. RECIFE/2009 2 Roosevelt Pessoa Suna Uma Análise do Poder de Predição da Teoria da Expectância: o caso do engajamento de discentes em atividades de extensão na FACET - Faculdade de Ciências de Timbaúba - PE. Dissertação apresentada como requisito complementar para obtenção do grau de Mestre em Administração do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA da Faculdade Boa Viagem. RECIFE/2009 3 4 FACULDADE BOA VIAGEM - FBV CPPA – CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MPGE – MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL Uma Análise do Poder de Predição da Teoria da Expectância: o caso do engajamento de discentes em atividades de extensão na FACET - Faculdade de Ciências de Timbaúba - PE. Roosevelt Pessoa Suna Dissertação submetida ao corpo docente do MPGE – Mestrado Profissional em Gestão Empresarial do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA da Faculdade Boa Viagem e aprovada em 30/07/09. Banca Examinadora: ________________________________________________________ Professor Helder Pontes Régis, Doutor (Orientador) ________________________________________________________ Professora Mônica Maria Barbosa Gueiros, Doutora (Examinadora Externa) ________________________________________________________ Professora Sônia Maria Rodrigues Calado Dias, Ph.D (Examinadora Interna) 5 Esta dissertação é dedicada às pessoas mais importantes da minha vida: à minha amada esposa e ao meu filho Pedro. 6 Agradecimentos Primeiramente a Deus por minha existência e todas as bênçãos alcançadas. Aos meus pais Lusivan José Suna de Menezes e Maria Gorete Pessoa Suna, pelo apoio e amor incondicional que me ofereceram em todos os momentos e minha existência. Aos meus irmãos Irving e Jeniffer, pelo companheirismo e por sempre estarem lá quando precisei. À minha esposa Lidiane e nosso filho Pedro pelo amor que me dedicaram por toda essa jornada. Ao meu orientador, Dr. Helder Pontes Régis por sua paciência pedagógica, pelas horas dedicadas a mim e por sua grande amizade. Obrigada por acreditar em mim. As professoras, Sônia Maria Rodrigues Calado Dias, Phd. e a Mônica Maria Barbosa Gueiros, Doutora, por terem aceito o convite para a banca examinadora, pela sua coerência na avaliação realizada. À Albina que sempre se mostrou disponível a todos que lhe procuraram e acompanhou todas as realizações e dificuldades enfrentadas nesse projeto. À toda Diretoria da FACET, na pessoa do diretor geral da instituição, Sr. Luiz Rodrigues de Sousa, por acreditar neste projeto e ajudar a transformar o sonho em realidade. Aos colegas do mestrado que juntos constituíram uma verdadeira corrente de apoio para superação das dificuldades e desafios que surgiram durante o percurso: Beatriz M. de A. Fink; Cristina C. Taveira; Francisco Dinarte de S. Fernandes; José Carlos Medeiros; Martyna N. de A. Barbalho; Maria Rosineide V. de Souza; e Marcella R. Mignac de Barros Monteiro. Foi muito bom conviver com todos vocês; E, a todos aqueles que de maneira direta ou indireta contribuíram para a realização deste trabalho. 7 Resumo Esta dissertação aborda a motivação de discentes para o engajamento voluntário em um programa de extensão universitária, ao passo que busca examinar o poder da Teoria Motivacional da Expectância em predizer o elemento comportamental da atitude de se engajar nas atividades de extensão. A pesquisa visa, ainda, analisar a influência da distribuição das recompensas intrínsecas e extrínsecas sobre a força motivacional resultante. A pesquisa foi desenvolvida em uma instituição de ensino superior, a Faculdade de Ciências de Timbaúba/PE, com uma amostra de 350 respondentes, sendo todos discentes da referida instituição. Para tal, foi empregado um questionário (survey) para levantamento de dados junto a uma amostra estratificada aleatória. Os dados foram analisados quantitativamente empregando o SPSS, para verificar a força motivacional resultante. O Estudo mostrou que 86,3% dos discentes da FACET estão motivados para participar das atividades da semana universitária. São realizadas análises comparativas da força motivacional resultante calculada com base nas recompensas intrínsecas, extrínsecas e internalizadas. O estudo evidencia que existem associações significativas entre a força motivacional dos discentes e a decisão em se engajar voluntariamente em um programa de extensão universitária. Outro achado é que as recompensas intrínsecas proporcionam uma maior capacidade de predição ao modelo de Vroom. O estudo também mostra que um modelo de expectância within-person poderá ser empregado na elaboração de um instrumento capaz de medir a força motivacional em diferentes ambientes organizacionais. É apresentado um instrumento reduzido e de âmbito geral, em que as recompensas analisadas pelos respondentes são comuns a diversos ambientes organizacionais. Palavras-chave: Motivação. Universitária. Programas de Extensão. Teoria da Expectância. Engajamento. Semana 8 Abstract This dissertation broaches the student´s motivation for voluntary engagement in a program of universitarian extension, at the same time that tries to examinate the force of the Motivational Theory of Expectance to predict the attitude in the engagement at the activities of extension. The search still seeks to analyze the influence of the distribution of the inherent and extrinsical rewards on the resulting motivating force. The search was developed at an institution of superior teaching, Faculdade de Ciências de Timbaúba/PE – FACET, with a sample about 350 respondent, all of the students of the institution. For that, it was used a questionary (survey) for lifting date, with a stratified and aleatory sample. The date were analyzed quantitatively using the SPSS, in order to check the motivating force resultant. The study demonstrates that 86,3% of the students at FACET are motivated to take part in the activities of universitarian week. Comparative analysis of the motivating force resultant are realized, calculated basing the inherent, extrinsical and internalized rewards. The study evident that there are significant associations between the motivating force of the students and the decision to engage voluntary in a program of universitarian extension. Another finding is that the inherent rewards give a bigger capacity of prediction at Vroom´s model. The study also shows that a model of expectance within-person could be employed to elaborate an instrument able to measure the motiving force in different organizational spheres. It is presented a reduced instrument and of general ambit, in which the rewards analyzed by the respondent are common to different organizational spheres. Keys-words: Motivation. Theory of Expectance. Engagement. Universitarian Week. Programo f Extension. 9 Lista de Figuras e Gráficos Figuras FIGURA 1 - MODELOS DE CLASSIFICAÇÃO DAS TEORIAS DE MOTIVAÇÃO ................................. 30 FIGURA 2 – COORDENADAS EMPÍRICAS PARA REALIZAÇÃO DE EXPERIMENTOS COM O MODELO DE VROOM. ................................................................................................................... 38 FIGURA 3 – ESQUEMA DINÂMICO DA TEORIA DA EXPECTÂNCIA DE VROOM. ........................... 40 Gráficos GRÁFICO 1: POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA (PEA) POR NÍVEL DE INSTRUÇÃO, 1992/2003. ................................................................................................................... 18 GRÁFICO 2: PERCENTUAIS MÉDIOS DAS VALÊNCIAS. .............................................................. 72 GRÁFICO 3: PERCENTUAIS MÉDIOS DA INSTRUMENTALIDADE DE PARTICIPAÇÃO. ................... 72 GRÁFICO 4: EXPECTÂNCIA VOLUNTÁRIA. .............................................................................. 75 GRÁFICO 5: FORÇA MOTIVACIONAL PARA PARTICIPAR .......................................................... 76 GRÁFICO 6: PERCENTUAIS DAS INSTRUMENTALIDADES DE NÃO PARTICIPAÇÃO. ..................... 79 GRÁFICO 7: PERCENTUAIS MÉDIOS DAS INSTRUMENTALIDADES. ............................................ 79 GRÁFICO 8: EXPECTÂNCIA DE NÃO PARTICIPAÇÃO INVERTIDA. ............................................... 80 GRÁFICO 9: FORÇA MOTIVACIONAL PARA NÃO PARTICIPAR .................................................. 81 GRÁFICO 10: FORÇA MOTIVACIONAL RESULTANTE. .............................................................. 82 GRÁFICO 11: DIFERENÇA ESTATÍSTICA ENTRE O NÚMERO DE PREDIÇÕES REALIZADAS E AQUELES QUE SE DEFINIRAM COMO VOLUNTÁRIOS. ....................................................................... 85 10 Lista de Quadros QUADRO 1: TEÓRICOS E POPULAÇÃO PESQUISADA ............................................................................... 16 QUADRO 2: TEÓRICOS E CONTEXTO PESQUISADO ................................................................................. 42 QUADRO 3: COMPARATIVO DAS RECOMPENSAS ORIGINAIS E MODIFICADAS. ...................................... 66 QUADRO 4: RESUMO DAS HIPÓTESES .................................................................................................... 68 QUADRO 5: MODAS E PERCENTAGENS DE VALÊNCIAS PARA CADA UMA DAS 25 RECOMPENSAS. ........ 71 QUADRO 6: MODAS E PERCENTAGENS DE INSTRUMENTALIDADE PARA PARTICIPAR PARA CADA UMA DAS 25 RECOMPENSAS. ................................................................................................................. 73 QUADRO 7: MODAS E PERCENTAGENS DE INSTRUMENTALIDADE PARA NÃO PARTICIPAR PARA CADA UMA DAS 25 RECOMPENSAS. ......................................................................................................... 78 QUADRO 8: RESULTADOS DA FORÇA MOTIVACIONAL PARA NÃO PARTICIPAR NA SEMANA UNIVERSITÁRIA. ........................................................................................................................... 81 QUADRO 9: ANÁLISE FATORIAL COM ROTAÇÃO VARIMAX DOS COMPONENTES COM BASE NAS VALÊNCIAS DAS 25 RECOMPENSAS. .............................................................................................. 88 QUADRO 10: CONFIABILIDADE DOS CONSTRUTOS ............................................................................... 98 11 Lista de Tabelas TABELA 1: CARACTERÍSTICAS GERAIS DA AMOSTRA ............................................................. 56 TABELA 2: AMOSTRA DE PESQUISA. ....................................................................................... 69 TABELA 3: FREQÜÊNCIAS, PERCENTAGENS E MODA DAS AVALIAÇÕES DE EXPECTÂNCIA DE PARTICIPAÇÃO. ............................................................................................................. 75 TABELA 4: FREQÜÊNCIAS, PERCENTAGENS E MODA DAS AVALIAÇÕES DE EXPECTÂNCIA DE NÃO PARTICIPAÇÃO. ............................................................................................................. 80 TABELA 5: Nº DE PARTICIPANTES, VOLUNTÁRIOS E AS PREDIÇÕES COM BASE NA FORÇA MOTIVACIONAL RESULTANTE ........................................................................................ 83 TABELA 6: PREDIÇÃO DE VOLUNTÁRIOS INTRINSECAMENTE MOTIVADOS. ............................... 84 TABELA 7: PREDIÇÃO DE VOLUNTÁRIOS EXTRINSECAMENTE MOTIVADOS. .............................. 85 TABELA 8: PREDIÇÃO DE VOLUNTÁRIOS INTERNALIZADA. ...................................................... 86 TABELA 9: EXATIDÃO DO MODELO PARA PREDIZER O COMPORTAMENTO DOS DISCENTES QUANTO AO ENGAJAMENTO. .......................................................................................... 90 TABELA 10: REGRESSÃO LOGÍSTICA PARA A PROBABILIDADE DE SE ENGAJAR. ........................ 91 12 Sumário 1. Introdução ........................................................................................................................ 14 1.1. Formulação do Problema ........................................................................................... 16 1.2 Questão de Pesquisa ................................................................................................... 20 1.3 Objetivos .................................................................................................................... 20 Objetivo Geral .............................................................................................................. 20 Objetivos Específicos.................................................................................................... 20 1.3. Justificativa ............................................................................................................... 21 Justificativas práticas .................................................................................................... 21 Justificativa teórica ....................................................................................................... 22 2. Fundamentação Teórica ................................................................................................... 24 2.1 Atividades de Extensão Universitária.......................................................................... 24 2.1.1 Ações de Extensão da Faculdade de Ciências de Timbaúba ..................................... 27 2.2 Algumas reflexões sobre a teoria motivacional ........................................................... 28 2.2.1 A classificação das teorias ....................................................................................... 30 2.2.1 Fatores que afetam as orientações motivacionais...................................................... 33 2.2.1.1 Internalização ....................................................................................................... 35 2.2.2 Fundamentos da teoria da expectância ..................................................................... 37 2.2.3 O modelo da expectância aplicado ao engajamento voluntário ................................. 43 2.2.4. Valência ................................................................................................................. 43 2.2.5 Instrumentalidade .................................................................................................... 45 2.2.6 Expectância ............................................................................................................. 47 2.2.7 A força motivacional ............................................................................................... 49 3. Metodologia ..................................................................................................................... 53 3.1. Delineamento da pesquisa.......................................................................................... 53 3.1.1 Tipo de estudo ......................................................................................................... 53 3.1.2 População e amostragem.......................................................................................... 55 3.1.3 Método de coleta de dados ....................................................................................... 57 3.1.4 Questão de pesquisa ................................................................................................. 58 3.1.5 Definição das variáveis ............................................................................................ 58 3.1.5.1 Medição da força motivacional para o engajamento .............................................. 58 3.1.5.2 Medição da força motivacional para não participar ............................................... 60 3.1.5.3 Cálculo da força motivacional ............................................................................... 62 13 3.1.6 Instrumento para coleta de dados ............................................................................. 62 3.3 Método de análise ....................................................................................................... 67 4. Resultados........................................................................................................................ 69 4.1 Apresentação e Análise dos Dados.............................................................................. 69 4.2 Descrição do perfil dos discentes analisados ............................................................... 70 4.3 Força para participar a partir dos escores das valências, instrumentalidades e expectâncias ..................................................................................................................... 70 4.4 Força motivacional para não participar ....................................................................... 77 4.5 Exatidão das predições da teoria da expectância ......................................................... 83 4.6 Probabilidade de participação com base na força motivacional resultante ................... 91 5. Conclusões ....................................................................................................................... 93 5.1 Exatidão das predições ............................................................................................... 97 5.2 Limitações do estudo .................................................................................................. 98 5.3 Implicações práticas ................................................................................................. 100 5.4 Sugestões de futuros estudos..................................................................................... 102 6. Referências .................................................................................................................... 104 APÊNDICE A – Roteiro Empregado no Primeiro Painel............................................. 112 APÊNDICE B - Modelo de questionário utilizado ...................................................... 113 APÊNDICE C - Freqüência das Valências .................................................................. 120 APÊNDICE D - Freqüência das Instrumentalidades de Participação ........................... 123 APÊNDICE E - Freqüência das Instrumentalidades de Não Participação .................... 126 APÊNDICE F – Histogramas da Força Motivacional Resultante (Intrínseca, Extrínseca e Internalizada) .............................................................................................................. 129 APÊNDICE G –Regressão Logística .......................................................................... 131 14 1. Introdução Em nenhuma outra época na história das organizações as pessoas foram tão valorizadas com suas competências e talentos, como estão sendo atualmente. É inegável que, desde a Revolução Industrial, o mundo vem passando por transformações notáveis, desencadeando mudanças que afetam não apenas o trabalhador, mas o próprio trabalho. Fenômenos como a globalização, os novos modelos de gestão, a terceirização, os avanços tecnológicos, o crescimento do desemprego e a automação têm provocado significativas alterações nas organizações e nas formas de trabalho. As empresas estão se reestruturando em diferentes esferas, e há um elemento constante: a enorme preocupação com a aquisição e manutenção do conhecimento, seja em nível pessoal ou organizacional. Esta preocupação tem levado as empresas a reverem todo seu quadro de valores e a desenvolverem visões de futuro compatíveis com esta nova ordem que se implanta: a era do conhecimento (CÉSAR, 2002). Com o intuito de fazer frente às atuais transformações do mundo dos negócios, as organizações têm necessitado de indivíduos cada vez mais talentosos e competentes. Nessa nova realidade têm se valorizado o chamado capital social e se reconhecido a relevância das pessoas e seu desenvolvimento como fonte de vantagem competitiva (PORTER, 1990). Diante deste quadro, a atividade laboral humana em organizações tem merecido a atenção de estudiosos na tentativa de compreender os fatores que influenciam na competência das pessoas em situação de trabalho. Manfredi (1998), por exemplo, defende que a formação educacional deve ser considerada como um importante eixo da formação profissional. Se assim for, a busca pela compreensão do comportamento motivacional do indivíduo para se engajar em atividades educacionais dentro das Universidades ganha relevância para as organizações. Neste cenário, a precariedade da educação no país e a urgência de fazer que o Brasil passe a ter condições de competir com países do primeiro mundo colocam o estudo sobre formação profissional e capacitação na agenda de pesquisa. 15 Isto ocorre, principalmente quando temos a falta de interesse dos alunos como sendo o principal problema da educação. Esta falta de interesse não se limita apenas aos conteúdos das disciplinas, mas à dificuldade de envolver os alunos nas atividades de aprendizagem, a leválos a persistir nas tarefas desafiadoras, em suma, a valorizar a educação e sua própria qualificação (BROPHY, 1983; CARDOSO; BZUNECK, 2004; HUSMAN, 1999; GUIMARÃES, 2001; LEITE; RUIZ; RUIZ; AGUIAR; OLIVEIRA, 2005; MEECE, BLUMENFELD; HOYLE, 1988; MORAES; VARELA, 2007). Conforme Vernon (1973), motivação é uma variável importante no estudo do comportamento humano, representando uma força interna que emergiria, regularia e sustentaria todas as nossas ações. Devido ao fato do engajamento depender da decisão individual de ser voluntário, é importante compreender o que motiva tais decisões. O estudo desta variável tem apontado para o fato de que não seria possível falar de uma motivação geral que funcione para todas as situações, mas que se deveria levar em conta o contexto a ser analisado. Nesse sentido, poder-se-ia falar em motivação para a educação, motivação atlética, política, entre outras. Assim sendo, para uma melhor compreensão do fenômeno por traz da motivação, faz-se necessário estudá-lo em diferentes contextos em busca de uma compreensão mais adequada. No tocante aos estudos motivacionais, várias teorias foram propostas ao longo das últimas décadas. A teoria da Expectância foi escolhida por se tratar de um dos modelos contemporâneos de motivação que figura entre os mais largamente aceitos e testados (ARNOLD, 1981, 1981; GILES, 1977; MITCHELL, 1974; ALLEN; LUCERO; VAN NORMAN, 1997; PARKER; DYER, 1976; RÉGIS, 2000). Dispõe, portanto, de uma considerável produção científica internacional embasando-a e desenvolvendo-a a partir de sua formulação inicial (RÉGIS; FALK; DIAS, 2008; JURKIEWICZ; MASSEY JR; BROWN, 1998). No Brasil, a aplicação de tal modelo em pesquisas vem ocorrendo há mais de duas 16 décadas, conforme ilustram os estudos de Borges e Alves Filho (2001), Alves Filho e Araújo (2000), Régis e Calado (2001), Madruga (2006) e Brito (2008). O quadro 1 apresenta os pesquisadores supra citados, bem como o local e a população pesquisada em seus experimentos. Pesquisador População e Local de Pesquisa Borges e Alves Filho (2001) Profissionais de saúde, trabalhadores de uma distribuidora de petróleo e bancários de um banco de economia mista em Natal. Alves Filho e Araújo (2000) Funcionários do Banco do Brasil Régis e Calado (2001) Professores de uma escola técnica federal Madruga (2006) Gerentes do Banco do Brasil Brito (2008) Empregados da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – CHESF Allen, Lucero e Van Norman (1997) Funcionários de uma empresa prestadora de serviço público Quadro 1: Teóricos e população pesquisada Com esta pesquisa se pretende compreender o fenômeno da motivação em uma situação de aprendizagem, não a aprendizagem em si. Em outras palavras, buscou-se descobrir os motivos que conduzem ao engajamento para a aprendizagem. Os resultados obtidos poderão ser empregados para ampliar a eficácia de programas que envolvam o engajamento voluntário e desenvolver expectativas mais realistas concernentes aos efeitos destes programas para a organização e seus membros. Além disso, poderão auxiliar no desenvolvimento de uma ferramenta confiável para a verificação da motivação em diferentes ambientes. 1.1. Formulação do Problema As necessidades decorrentes do processo de globalização implicam necessariamente em novos cenários competitivos, ocasionando a absorção de novos formatos 17 organizacionais. Tais alterações são perceptíveis pela absorção das novas tecnologias de informação e comunicação, desde as relações da indústria com os bancos e com o sistema financeiro até as infra-estruturas e serviços públicos, nível de qualificação da mão-de-obra, qualidade do sistema de pesquisa, dentre outros. A tecnologia tornou-se fator fundamental num contexto em que a competitividade e a produtividade se tornaram dogmas absolutos e sinônimo de luta pela sobrevivência no mundo dos negócios. Portanto, nesta ótica empresarial, verifica-se que grande parte das vantagens está associada à qualificação dos recursos humanos e à qualidade do conhecimento produzido. Por isso, as questões voltadas para a formação profissional para o mercado de trabalho, a busca pela qualificação continuada e a produção do conhecimento passaram a ser de fundamental interesse das empresas, especialmente das transnacionais (CHESNAIS, 1996). Brito (2008) argumenta que, diante desta realidade, as organizações se vêem obrigadas a olhar com mais cuidado para o comportamento das pessoas que nelas atuam. Apenas para se manter em sua posição atual, as empresas têm de melhorar continuamente e, para manterem o ritmo de crescimento, precisam de idéias que emanem principalmente dos empregados de linha de frente, de forma a se conectarem com os processos internos e com os clientes. Conforme observado na literatura (GROHMANN, 2000; ARAÚJO, ALVES-FILHO, 2000; GROHMANN, SCHERER, 2001; ROBBINS, 2005; AGUIAR, 2005;), um dos desafios hoje existentes nas organizações é fornecer, aos colaboradores, o suporte e o estímulo necessário para que eles possam executar seu trabalho estando adequadamente qualificados e verdadeiramente motivados de forma compatível com os objetivos da organização e, simultaneamente, com suas competências, interesses e valores. Essa questão ganha maior importância quando constatamos a carência de mão-de-obra qualificada no Brasil, onde a maior parte dos trabalhadores (58,1%), segundo o último levantamento realizado pelo IBGE 18 (2003), possui até o nível fundamental completo, como pode ser visto no Gráfico 1 apresentado a seguir. Gráfico 1: População economicamente ativa (PEA) por nível de instrução, 1992/2003. Fonte: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2003). Para a análise da motivação, foi empregado o modelo multiplicativo VIE – “Valência x Instrumentalidade x Expectância” da teoria da expectância. Ressalta-se ainda, que esta investigação não focaliza apenas a obtenção de um diagnóstico da situação motivacional, mas avalia também a aplicabilidade do modelo VIE em um ambiente diferente daqueles onde já foi testado. A Semana Universitária tratada na presente pesquisa é um movimento anual de integração da Faculdade de Ciências de Timbaúba com a sociedade, realizado por meio de uma programação de cinco dias. Em sua quarta edição, que ocorrerá neste ano de 2009, a semana universitária procurará abarcar em sua programação áreas temáticas voltadas aos cursos de Pedagogia, Direito, Ciências Contábeis e Administração. O conjunto de atividades será articulado com ações pedagógicas, de caráter teórico e/ou prático, planejadas e organizadas de maneira sistemática, com carga horária definida e 19 processo de avaliação formal. Inclui oficinas, mini-cursos e palestras. O evento propõe um conjunto de ações processuais contínuas, de caráter educativo, social, cultural, científico, tecnológico, de iniciação, atualização, qualificação profissional e aperfeiçoamento (SANTOS; SOUZA; VASCONCELOS, 2007). Neste sentido, a instituição orienta que os temas e os trabalhos a serem apresentados deverão pautar-se nas dimensões políticas, culturais e econômicas da região. Desta maneira, oferece a oportunidade à população de Timbaúba e das cidades vizinhas (alunos do ensino médio da rede pública ou privada, profissionais de áreas afins e interessados), de conhecer a Faculdade de Ciências de Timbaúba na medida em que participam do evento. A semana universitária pode vir a se tornar atraente ao engajamento por parte do corpo discente, por se tratar de uma oportunidade para a capacitação, bem como uma ocasião de realizar um trabalho em benefício da comunidade através de ações cidadãs no contexto interno e externo da instituição de ensino. A semana universitária é um momento em que a instituição abre suas portas para a participação de todos. Apesar de a instituição contar com 942 alunos, o engajamento por parte do corpo discente tem sido modesto. Em 2008, houve apenas 260 pessoas inscritas na semana universitária e nem todos eram alunos. Conforme edital lançado a cada ano, a Semana Universitária é organizada nos seguintes estágios: 1) Divulgação do Evento na instituição e na comunidade. 2) Inscrições nas atividades para construir a programação (serão oferecidas de acordo com o número de participantes inscritos) 3) Realização do Evento 4) Avaliação e emissão de certificados. Assim, o foco da presente dissertação é o fenômeno da motivação, na Faculdade de Timbaúba, especificamente um estudo de caso em uma situação de aprendizagem. 20 A seguir é apresentada a descrição da questão de pesquisa e os objetivos, formulados em conformidade com os problemas acima identificados. 1.2 Questão de Pesquisa Tendo em vista os objetivos anunciados anteriormente e o quadro-teórico apresentado, o desenvolvimento das atividades de pesquisa foi norteado pela seguinte questão: Até que ponto a teoria da expectância, no modelo multiplicativo “valência x instrumentalidade x expectância” de Victor H. Vroom, é um preditor eficaz da motivação para o engajamento voluntário de discentes em um programa de extensão universitária? 1.3 Objetivos As subseções seguintes apresentam os objetivos gerais e específicos que orientarão toda pesquisa. Objetivo Geral O objetivo geral desta pesquisa é analisar o poder de predição da teoria de Victor Vroom para o engajamento voluntário em um programa de extensão universitária, ao passo que se busca examinar o poder da Teoria Motivacional da Expectância em predizer o elemento comportamental da atitude de se engajar nas atividades de extensão . Objetivos Específicos a. Identificar as recompensas que os discentes valorizam ao ingressarem nas atividades oferecidas na Semana Universitária (Valência). b. Avaliar a percepção dos discentes quanto à probabilidade de alcançar as recompensas valorizadas em razão do engajamento na semana universitária (Instrumentalidade). 21 c. Identificar a percepção dos discentes quanto à probabilidade de ter competência para se engajar voluntariamente nas atividades da Semana Universitária (Expectância). d. Diagnosticar a força motivacional resultante dos discentes quanto ao engajamento voluntário nas atividades de extensão. e. Analisar a associação da distribuição das recompensas intrínsecas e extrínsecas sobre a força motivacional resultante. f. Identificar o grau de acerto da Teoria da Expectância para medir a motivação para o engajamento voluntário nas atividades de extensão. 1.3.1 Justificativa Justificativas práticas Atualmente, estão sendo criadas novas formas de organização, novos conceitos e entendimentos sobre as relações de trabalho e de produção, para atender a necessidade das empresas de competir e de se adaptar rapidamente as mudanças. Neste cenário, o conhecimento passa a ser visto como gerador de riqueza e conseguir resultado por meio das pessoas tornou-se um aspecto importante a ser considerado (CAVALCANTI et al., 2007). Uma vez que a motivação é apontada como uma variável importante para aquisição de conhecimento (GODOI, 2001; EASTERBY-SMITH; BURGOYONE; ARAUJO, 2001; CARDOSO, BZUNECK, 20004), e a busca de competitividade nas empresas é mediada pelo processo de aquisição de conhecimento, a compreensão da motivação dos discentes para participarem da semana universitária pode ser bastante útil no planejamento e avaliação desses programas de extensão. Estes, apesar de difundidos nas instituições de ensino superior de todo o país, carecem de estudos acerca das questões que envolvem o seu uso e, portanto, de pressupostos teóricos para avaliar o seu desempenho (MESQUITA FILHO, 2005). 22 Este trabalho pode contribuir com a discussão do tema ao agregar conhecimento em uma área que, segundo o autor supracitado, se encontra bastante carente de estudos. Isto pode vir a auxiliar na elaboração de estratégias que permitam uma melhor adequação dessas atividades nas universidades em sintonia com as necessidades do mercado de trabalho. Os resultados obtidos também poderão gerar subsídios para elaboração de estratégias que permitam uma melhor adequação das atividades de extensão nas universidades em sintonia com as necessidades do mercado de trabalho. Apesar desta teoria motivacional não consistir em uma novidade na Psicologia Organizacional, os instrumentos aplicados no Brasil ainda carecem de testes para que o modelo de Vroom possa ser empregado para medir a motivação para o engajamento voluntário em diversos aspectos organizacionais. Portanto, pesquisas realizadas nesse sentido poderão auxiliar no desenvolvimento de uma ferramenta confiável para a verificação da motivação. Quanto mais precisos forem os instrumentos disponíveis no sentido de que realmente meçam o construto que se deseja medir, melhores serão as avaliações realizadas nas organizações ou em categorias ocupacionais e profissões. Justificativa teórica Conforme Nadler e Lawler III (1991), a motivação merece atenção por se tratar de um dos componentes básicos do comportamento organizacional. Observa-se que, apesar de se ter encontrado pesquisas sobre a motivação para o engajamento voluntário, não foram encontradas pesquisas que correlacionassem motivação e atividades de extensão universitária (RÉGIS, 2000; RÉGIS; CALADO, 2001a; RÉGIS; CALADO, 2001b; MADRUGA 2007). Percebe-se a relevância do estudo em razão de uma verdadeira lacuna acerca de pesquisas que abranjam as questões que envolvem essa atividade. Os resultados poderão despertar o interesse pelo desenvolvimento de programas de extensão como uma forma de investimento 23 na qualificação profissional do corpo discente. Além disso, podem prover subsídios teóricos para os campos do comportamento organizacional e de recursos humanos sobre os processos motivacionais para as atividades voluntárias de desenvolvimento profissional. A teoria da Expectância, (MILLER, 1992; LAWLER III, 1991; ARNOLD, 1981; GILES, 1977; MITCH ELL, 1974; HACKMAN, 1968), foi escolhida como base para analisar os processos cognitivos envolvidos na motivação dos alunos para participarem da semana universitária em razão da existência de pesquisas que lhe dão embasamento (ROBBINS, 2005). Adicionalmente, a teoria da expectância é submetida a uma nova avaliação, diferente não apenas de seu ambiente original americano, mas também diferente dos ambientes das pesquisas nacionais que já foram realizadas, entre eles os funcionários do Banco do Brasil na região metropolitana do Recife, os professores do Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba e os funcionários da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (RÉGIS, 2000; RÉGIS; CALADO, 2001a; RÉGIS; CALADO, 2001b; RÉGIS; FALK; DIAS, 2007; MADRUGA 2007; BRITO, 2008). No capitulo seguinte será apresentada a fundamentação teórica que dá suporte ao presente trabalho. 24 2. Fundamentação Teórica Neste capítulo são apresentados os fundamentos teóricos e conceituais do estudo. Inicialmente explanaremos sobre aquilo que seriam atividades de extensão, sobre a motivação e, posteriormente, acerca da teoria da expectância com seus componentes: valência, instrumentalidade e expectância. Estes permitem o cálculo da força motivacional. As hipóteses de pesquisa são construídas ao longo da fundamentação. 2.1 Atividades de Extensão Universitária A questão dos currículos de graduação começou a ganhar importância na reforma da educação superior a partir de 1995, com a Lei no 9.131/95, que criou o Conselho Nacional de Educação (CNE). Uma das suas competências é deliberar sobre as Diretrizes Curriculares propostas pelo MEC, para os cursos de graduação (letra "c" do parágrafo 2º do art. 9º). Em razão da bibliografia reduzida sobre o tema, devemos partir do que diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para tentarmos elucidar o que compreenderia as atividades de extensão universitária. Conforme o Art. 43º, a educação superior tem por finalidade (FRAUCHES; FAGUNDES, 2007): I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; 25 IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. A partir do exposto, poderíamos entender que a educação superior desempenha quatro funções essenciais: I) formar profissionais aptos; II) oferecer educação em nível avançado; III) realizar estudos, pesquisas e investigação científica; IV) prestar serviços à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade (CARNEIRO, 1998, p. 125). Desta maneira a promoção de atividades de extensão abrangeria a participação da população e a difusão das pesquisas geradas na instituição. Segundo Pleitez (2006) enquanto as atividades de Ensino e Pesquisa seria vista como atividades nobres das universidades, as atividades de extensão sofreria de certa negligência estrutural. Em parte, isso aconteceria porque as necessidades de extensão seriam vistas como uma conseqüência do desenvolvimento das outras atividades universitárias. 26 Baldez (2006) vai além, argumentando que isso aconteceria porque esta seria uma área de denominação genérica, de contornos pouco definidos, uma espécie de terceiro setor. A rigor, porém, toda atividade universitária de formação de alunos tem que incluir, necessariamente, o Ensino, a Pesquisa e a Extensão (EPE). Seria justamente nessas atividades de Extensão que o aluno teria a oportunidade de maior qualificação e uma aprendizagem de cidadania fora da sala de aula. Conforme o autor supra citado, o alcance dessas atividades é diverso, podendo ser a aplicação prática de um determinado conhecimento gerado numa pesquisa, por exemplo, ou a efetiva colaboração para o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade local. Com a intensificação das discussões internacionais e nacionais sobre diplomas e perfis profissionais, face às mudanças na sociedade contemporânea e, particularmente, no mundo do trabalho, a LDB (Lei no 9.394/96), é marcada por flexibilidade e a avaliação como eixos articuladores da reconfiguração deste nível de ensino, quer seja do ponto de vista institucional, quer seja da oferta de cursos e de suas modalidades de organização (DOURADO; OLIVEIRA, 1999). De forma geral, ao se pesquisar o tema, os autores oscilam entre dois aspectos das atividades de extensão: na forma de cursos dados dentro da universidade, que não os cursos de graduação, ou como forma de prestação de serviços sociais, sem vinculação com o ensino e a pesquisa, servindo como um instrumento de aproximação com a população (MESQUITA FILHO, 2005). A proposta de ação para a semana universitária da instituição de ensino pesquisada (SANTOS; SOUZA; VASCONCELOS, 2007), privilegia os cursos de extensão oferecidos por professores convidados. Dada a metodologia de estudo de caso, a seção seguinte apresenta o contexto institucional da Faculdade de Ciências de Timbaúba-PE como a base para a formulação do problema de pesquisa. 27 2.1.1 Ações de Extensão da Faculdade de Ciências de Timbaúba A Semana Universitária é um movimento anual de integração da Faculdade de Ciências de Timbaúba com a sociedade, realizado por meio de uma programação de cinco dias. Em sua quarta edição, que ocorrerá neste ano de 2009, a semana universitária procurará abarcar em sua programação áreas temáticas voltadas aos cursos de Pedagogia, Direito, Ciências Contábeis e Administração. O conjunto de atividades será articulado com ações pedagógicas, de caráter teórico e/ou prático, planejadas e organizadas de maneira sistemática, com carga horária definida e processo de avaliação formal. Inclui oficinas, mini-cursos e palestras (SANTOS; SOUZA; VASCONCELOS, 2007). O evento propõe um conjunto de ações processuais contínuas, de caráter educativo, social, cultural, científico, tecnológico, de iniciação, atualização, qualificação profissional e aperfeiçoamento. Neste sentido, a instituição orienta que os temas e os trabalhos a serem apresentados deverão pautar-se nas dimensões políticas, culturais e econômicas da região. Desta maneira, oferecendo a oportunidade da população de Timbaúba e das cidades vizinhas (alunos do ensino médio da rede pública ou privada, profissionais de áreas afins e interessados), de conhecer a Faculdade de Ciências de Timbaúba na medida em que participam do evento. É perceptível, que a semana universitária pode vir a se tornar atraente ao engajamento por parte do corpo discente não apenas pela preocupação com a própria capacitação, mas também pela oportunidade de realizar um trabalho em benefício da comunidade através de ações cidadãs no contexto interno e externo da instituição de ensino. A semana universitária é um momento em que a instituição abre suas portas para a participação de todos. Apesar de a instituição contar com 942 alunos, o engajamento por parte do corpo discente tem sido modesto. Em 2008, houve apenas 260 pessoas inscritas na semana universitária e nem todos eram alunos. 28 Conforme edital lançado a cada ano, a Semana Universitária é organizada nos seguintes estágios: 1) Divulgação do Evento na instituição e comunidade. 2) Inscrições das atividades para construir a programação (serão oferecidas de acordo com o número de participantes inscritos) 3) Realização do Evento 4) Avaliação e emissão de certificados. Desta forma, este estudo aborda a temática das ações de extensão universitária, bem como a motivação para o engajamento nas atividades da semana universitária da Faculdade de Ciências de Timbaúba. Na seção seguinte, serão iniciadas algumas reflexões sobre a teoria motivacional. 2.2 Algumas reflexões sobre a teoria motivacional Gondim e Silva (2004) argumentam que poucos colocam em dúvida a afirmativa de que a motivação seja um dos mais importantes processos que explicam a conduta humana, especialmente no ambiente de trabalho. Foi a partir do início do século XX que o estudo da motivação ganhou uma abordagem psicológica-gerencial, em grande parte por causa dos esforços de Willian McDougall, um cientista britânico do comportamento (DAVIDOFF, 1983). Desde então, por meio do estudo de variáveis que focalizam não só o indivíduo, mas também a situação contingencial com as quais interagem, várias pesquisas têm sido elaboradas e diversas teorias têm tentado explicar o funcionamento desta força que leva as pessoas a agir em prol do alcance de objetivos (RÉGIS, 2000). Por essa razão, nos últimos trinta anos, inúmeros foram os conceitos introduzidos com o objetivo de explicar a motivação, associando-a a vários outros conceitos, sendo muitas vezes empregada no sentido de impulso, 29 necessidade, instinto, vontade, entre outros (BERGAMINI, 1982). Todos esses termos têm em comum a conotação de movimento ou ação. Entretanto, ao pesquisar o tema, percebe-se a existência de muita confusão e desconhecimento sobre o que é e o que não é motivação. Em vista dos objetivos a que se propõe este estudo, não se pretende apresentar todas as teorias existentes sobre motivação. Não obstante, cabe apresentar alguns conceitos que servem de alicerce para um melhor entendimento do constructo objeto de pesquisa neste trabalho. A visão teórica adotada nesta pesquisa é que a motivação é uma ação dirigida a objetivos, sendo auto-regulada, biológica ou cognitivamente, persistente no tempo e ativada por um conjunto de necessidades, emoções, valores, metas e expectativas (SALANOVA; HONTANGAS; PEIRÓ, 2002). Nota-se que a definição fornecida pelos autores abrange quatro aspectos do construto motivação. O primeiro é direção, que trata da existência de uma meta ou alvo da ação, o que levanta a indagação do nível de consciência do sujeito na escolha de seus objetivos. O segundo aspecto faz alusão ao que é capaz de desencadear a ativação da ação, seja esse fator localizado intrinsecamente ou extrinsecamente à pessoa. A terceira ênfase é na intensidade tratando de quanto esforço um indivíduo despende, sendo este o elemento que as pessoas se referem quando falam de motivação. Finalmente, a motivação tem uma dimensão de persistência. Esta é uma medida de quanto tempo uma pessoa consegue manter seu esforço. Outra questão é a possibilidade de se motivar alguém. Aos poucos, se vai entendendo com mais clareza que não é possível motivar o outro, pois são as expectativas pessoais que ativam a busca de objetivos. Neste sentido, a tarefa da administração não é a de motivar seus empregados, mas, sobretudo induzir comportamentos positivos por parte deles (ARCHER, 1997). A alternativa é criar um ambiente de trabalho que estimule a ação, onde os indivíduos percebam uma ligação entre desempenhar bem e receber as recompensas que valorizam (BERGAMINI, 1997). 30 2.2.1 A classificação das teorias Conforme consideram Gondim e Silva (2007), atualmente as teorias da motivação podem ser classificadas em três grandes modelos de classificação, conforme pode ser visto na figura 1. Modelo 1 Conteúdo necessidade Versus Processo tomada de decisão Modelo 2 Reforço fator externo Versus Cognição fator interno Modelo 3 Distância da ação Proximidade da ação Reorientação da ação mais difícil de ter êxito Reorientação da ação mais fácil de ter êxito Figura 1 - Modelos de classificação das teorias de motivação Fonte: Adaptado de Gondim e Silva (2004, p. 149). As teorias de conteúdo focalizam as necessidades do indivíduo, afirmando que a conduta é orientada para a sua satisfação, enquanto as de processo focalizam o pensamento interior ou processos cognitivos que influenciam as decisões quanto ao comportamento no trabalho. No caso das primeiras, as teorias tratam das variáveis individuais ou situacionais que se supõe sejam responsáveis pela conduta, privilegiando aspectos como as necessidades humanas. Essas teorias, de certo modo, estariam buscando desvendar os aspectos individuais biológicos e psicológicos que desencadeariam a falta ou a carência de algo a ser suprido. Desta forma, focam os fatores que provocam, estimulam ou atiçam a busca ou a escolha de estratégias que satisfaçam certas necessidades à procura do estado de equilíbrio. Segundo Araújo (2001), as teorias de conteúdo são aquelas que se prendem à descrição do conteúdo 31 estático, que focam o que energiza o comportamento humano. Nesta categoria está a teoria da hierarquia de necessidades de Maslow (1943). Outras que merecem destaque são: as teorias X e Y de McGregor (1969), a teoria dos dois fatores de Herzberg (1959), a teoria ERC (Existência, Relacionamento e Crescimento) de Alderfer (1969) e a teoria das necessidades de McClelland (1953). Staw (1991) explica que a maior parte das teorias sobre motivação tem oferecido uma única explicação generalista a respeito de por que diferentes pessoas se predispõem a buscar metas pessoais. Os postulados básicos dessas teorias apresentam-se como um conjunto abstrato de conceitos com o objetivo de explicar o comportamento de todas as pessoas, porém falham em explicar indivíduos particulares. De modo geral, esses conceitos são racionalmente bem aceitos e compreendidos, sendo aparentemente irrefutáveis à primeira vista. Contudo, segundo o autor supre citado, na medida em que se procura aplicar esses conceitos à realidade prática, em busca do entendimento de diferentes sujeitos, essas teorias acabam por não se confirmar. A teoria proposta por Maslow (TODOROV; MOREIRA, 2005), por exemplo, propõe um sistema hierárquico de necessidades básicas que tem influenciado especialmente o trabalho na psicologia organizacional e na psicologia do desenvolvimento. Maslow se utiliza de uma suposta ordem de prioridade para classificar as necessidades humanas, em fisiológicas, de segurança, de amor e atenção, de estima, e de auto-realização. Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma hierarquia, ou seja, uma escala de valores a serem transpostos. Isto significa que no momento em que o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem meios para satisfazê-la. Dessa forma, podemos perceber que a hierarquização faz uso de dois sistemas de categorias, das necessidades mais puramente biológicas às mais socializadas e das mais simples às mais complexas. Os problemas com a hierarquia começam por aí. 32 Apesar da hierarquia das necessidades de Maslow ter recebido muita atenção dos administradores, por sua lógica e conveniência, o modelo por ele desenvolvido precisa ser complementado com outras explicações teóricas, além de não informar como se produz a motivação (STONER, 1999; RÉGIS, 2000). Deixando de lado o fato das hierarquias não terem sido validadas experimentalmente, vemos que a lista de necessidades obedece à seqüência temporal de desenvolvimento do indivíduo e refere-se a tipos de interação organismo-ambiente que podem ser observados em diferentes tempos de seu desenvolvimento. Da constatação de que certos tipos de interação surgem antes que outros na história do indivíduo, não decorre necessariamente a conclusão de que há necessidades hierarquicamente superiores ou inferiores. Além desses fatores, Robbins (2005), bem como Salanova, Hontangas e Peiró (2002), afirmam que as pesquisas, em geral, não validam a teoria. Em algumas ocasiões não foi possível constatar empiricamente que a satisfação das necessidades as tornariam menos importantes do que aquelas insatisfeitas, e que a satisfação das necessidades inferiores eleva a importância das de nível superior. Assim, as necessidades destacadas por Maslow limitam-se apenas a explicar o porquê uma pessoa realiza uma ação, mas são insuficientes para explicar as ações humanas. O segundo modelo de classificação aceita a divisão das teorias em conteúdo e processos, mas acrescenta uma outra dimensão representada pelo conjunto de teorias que enfocam o reforço da conduta e um outro conjunto que tem seu enfoque nos processos cognitivos da motivação. Estes modelos vão incorporando variáveis diferentes a fim de explicar, de forma mais adequada, a influência de diferentes determinantes cognitivomotivacionais sobre a conduta do trabalhador (SALANOVA; HONTANGAS; PEIRÓ, 2002). Dentro das chamadas teóricas de processo, entram para influenciar a motivação, fatores cognitivos e de percepção individual sobre as relações entre seu objetivo, seu desempenho, a situação externa e a tarefa, ou seja, elaboram os constructos do processo que possibilita 33 direcionar e manter determinada conduta ou padrão de comportamento. Sendo assim, a motivação seria decorrente não do que acontece depois que a pessoa age (recompensas), mas sim pelo que ocorre na sua mente (desejos, intenções e metas) e orienta o que ela irá fazer no futuro. Segundo Araújo (2001), “estas teorias têm como objetivo explicar o processo pelo qual a conduta se inicia, se mantém e termina”. Neste segundo grupo se enquadram a teoria da expectância de Victor H. Vroom de 1964, a teoria do estabelecimento de metas de Locke, a teoria da equidade de Adams e a teoria da avaliação cognitiva. O terceiro e último modelo foi proposto por Kanfer (1992 apud GONDIM; SILVA, 2004, p.149). Tem como característica enfatizar a ação como fator central de diferenciação das teorias da motivação. Nesse sentido uma teoria da motivação aumenta sua importância na proporção que oferece perspectivas concretas de intervenção para reorientação da ação individual. Dentro deste arcabouço teórico, as teorias motivacionais que levam em consideração os aspectos cognitivos, passaram a ter destaque porque oferecem a possibilidade de um melhor entendimento das forças que mobilizam o indivíduo para a ação. Podem ser incluídas nesta linha a teoria da Expectância de Vroom (1964), a teoria do Estabelecimento de Metas (LOCKE E LATHAN, 1990), a teoria da Avaliação Cognitiva de Deci (1971), a teoria do Fluxo desenvolvida por Csikszentmihalyi (1996), a teoria da Aprendizagem Social de Bandura (1971) e a teoria da Auto-Regulação (1997), conforme registrado por Gondim e Silva (2004). 2.2.2 Fatores que afetam as orientações motivacionais Como uma teoria cognitivista, a teoria de Vroom (1964) centra a atenção sobre o processo de motivar e não exatamente no seu conteúdo, assumindo existir uma relação entre o esforço que se realiza e sua execução ou rendimento do trabalho. Dentro desse contexto torna- 34 se importante buscar esclarecer quais seriam os fatores que podem influenciar a decisão das pessoas em se engajarem voluntariamente a determinada atividade. Principalmente, diante do interesse de se trabalhar a capacidade preditora da teoria da Expectância. Lawler (1968), tendo como base a teoria motivacional de Victor Vroom (1964), propôs um modelo de trabalho em que a motivação pode ser dividida em intrínseca e extrínseca. Essa conceitualização de “intrínseco vs. extrínseco” refere-se aos valores laborais, baseando-se em critérios tais como o locus de casualidade dos reforços, recompensas e incentivos; compromisso com a ação e a satisfação de necessidades; persistência na ação; instrumentalidade ou expressividade da ação. Estes critérios tem se revelado de grande utilidade para distinguir entre a “motivação laboral intrínseca” e a “motivação laboral extrínseca” (SALANOVA; HONTANGAS; PEIRÓ, 2002). No primeiro caso, o comportamento é motivado pela atividade em si, pela simples satisfação ou prazer de realizá-la, sendo algo inerente à mesma (DECI, 1972), onde a motivação intrínseca corresponde ao “grau em que o sujeito é motivado a desempenhar bem por causa de recompensas subjetivas ou sentimentos que ele espera receber ou experienciar como resultado do bom desempenho". Corresponde, portanto, ao envolvimento das pessoas em razão do interesse pessoal e da satisfação espontânea derivada da própria atividade, não sendo necessárias pressões externas ou prêmios pelo cumprimento do trabalho, uma vez que a participação nessa tarefa é a recompensa principal. Motivação extrínseca, em contrapartida, exige um comportamento instrumental entre a atividade e alguma conseqüência tangível exterior a tarefa, como recompensas materiais ou sociais. Dessa maneira, a satisfação não provém apenas da própria atividade, mas de conseqüências extrínsecas a atividade (DECI; RYAN, 1985; WALTON; BEER, 1997; RYAN; DECI, 2000). 35 A atividade laboral, neste caso, não é o fim em si mesmo, mas apenas um meio para um fim. O engajamento ocorre em resposta a algo externo à tarefa ou atividade, objetivando atender aos comandos ou pressões de outras pessoas ou para demonstrar competências e habilidades (FORTIER; VALLERAND; GUAY, 1995; AMABILE; HILL; HENNESSEY; TIGH, 1994; HARACKIEWICZ; ELLIOT, 1993). No tópico seguinte, serão apresentadas algumas reflexões sobre o fenômeno de internalização e a sua possível influência no processo motivacional. 2.2.2.1 Internalização Segundo Vansteenkiste, Lens e Deci (2006), a dicotomia entre os tipos de motivação intrínseca e extrínseca apenas limita a compreensão do problema, pois, grande parte das atividades que realizamos é regulada por razões extrínsecas e, mesmo assim, pode haver grande envolvimento e resultados semelhantes aos obtidos com atividades motivadas intrinsecamente. Walton (1997) afirma que de modo geral a satisfação resulta de um conjunto de recompensas e não de uma única recompensa. Na maioria das vezes a motivação seria intermediária, como no caso em que a pessoa internaliza uma causa externa, ou seja, quando toma como seus motivos, as razões que inicialmente eram externas. Desta maneira, tanto as recompensas intrínsecas quanto as extrínsecas são importantes e uma não pode ser diretamente substituída pela outra. De acordo com Vallerand et al. (1991), a internalização é o processo pelo qual o indivíduo primeiramente adquire crenças, comportamentos ou atitudes regulados de origem externa, e progressivamente transforma essas regulações em atributos pessoais, valores ou estilos. Esse processo de internalização advém no momento em que o sujeito aceita e transforma a regulação por fatores externos em processos de regulação internos. Desta forma, 36 pode-se entender que motivação internalizada consiste na incorporação de mecanismos externos de controle. De acordo com os referidos autores, quando o valor de uma atividade é internalizado, as pessoas não se tornam mais interessados pela atividade ou mais intrinsecamente motivados para a realização desta, mas tornam-se mais dispostos a realizar devido a seus valores. Norbert (1994) afirma que a internalização é um processo não planejado, contínuo e sistemático, desta maneira, não se pode identificar o local exato de causalidade. O indivíduo interioriza os controles e representações produzidas nas relações sociais e em suas atividades mentais, e depois ele exterioriza suas representações através de comportamentos e relações de poder. Desta maneira, pensamento e ação estão interligados no plano individual em função do social, que dirige o individual (e vice-versa) para certo limiar de controle exigido e aceito pelos demais indivíduos em sociedade. Essa internalização dará origem aos scripts (ou roteiros) cognitivos associados com a motivação intrínseca para a tarefa. Estes são um tipo de esquemas cognitivos, que tem sido caracterizado como estruturas cognitivas que integram uma seqüência temporal de eventos ou ações que conduzam a um resultado. Freqüentemente as tarefas conduzidas estão associadas a um conjunto de scripts que afetam a orientação para a ação, a persistência na tarefa e hierarquia de objetivos. Os recentes modelos teóricos sobre motivação que incluem as dimensões cognitivas permitem incorporar novas variáveis com a finalidade de explicar mais adequadamente os fatores que influenciam a conduta no trabalho (SALANOVA; HONTANGAS; PEIRÓ, 2002; BASTOS, 2004). A teoria proposta por Vroom (1964), apresenta os indivíduos como tomadores de decisão, fazendo escolhas entre alternativas que implicam em investimentos de tempo e esforço em uma linha particular de ação. Tais escolhas são guiadas pela avaliação cognitiva da utilidade subjetiva esperada. 37 Contudo, esses esquemas cognitivos não são entidades inalteradas, estando constantemente expostos a influências das interações sociais vivenciadas pelo sujeito. Assim, os esquemas individuais acabam tornando-se similares entre si como resultado da interação social, de experiências partilhadas e resolução de questões em comum (BASTOS, 2004). A qualidade da motivação, portanto, dependeria do nível de internalização das regulações externas, sendo que, quanto maior o nível de autodeterminação do comportamento melhor a qualidade motivacional. A internalização refere-se ao processo proativo pelo qual as regulações externas, que são as práticas e prescrições culturais, são transformadas em autoregulações, ou seja, tornam-se valores, crenças e compreensões pessoais (VANSTEENKISTE; LENS; DECI, 2006). 2.2.3 Fundamentos da teoria da expectância Vroom desenvolveu o modelo multiplicativo, o qual tem sido constantemente revisado por outros pesquisadores, sofrendo expansões e modificações gerando um largo campo de pesquisa relacionada com a previsão do desempenho da tarefa e a escolha ocupacional (ARNOLD, 1981; KANFER, 1990). A Teoria da Expectância abrange um conjunto de três variáveis para explicar o fenômeno da motivação e permite que se trabalhe com análises quantitativas, representando uma ferramenta válida e útil para o entendimento da motivação nas organizações (NADLER; LAWLER III, 1991). O modelo VIE foi uma evolução do modelo original (E x V) apresentado por Vroom (1964) que definia a variável Força para o desempenho de uma ação (força motivacional) como resultante multiplicativa das variáveis, Valência x Expectância, conforme apresentado na figura 2. No primeiro modelo apresentado pelo referido autor a instrumentalidade se encontrava inserida como um aspecto da valência, a qual pode ser entendida como uma associação entre a recompensa de primeiro nível (exemplo da performance no trabalho) e as 38 gratificações de segundo nível decorrentes desse desempenho (exemplo de dinheiro, benefícios adicionais, promoções, supervisão e aceitação em grupos de trabalho), podendo assumir valores positivos e negativos (NADLER; LAWER III, 1991). Sendo assim, pode-se entender que a instrumentalidade representa a crença do indivíduo de que uma recompensa (segundo nível) será recebida em função do desempenho (primeiro nível). Variáveis inferidas: Variáveis situacionais: Presente Variáveis Comportamentais: Probabilidade informada de que a ação i levará a um desempenho j; Relato verbal da atratividade da recompensa j Informação dada do quão desejável é a recompensa j Relato verbal da probabilidade de que a ação i conduzirá a obtenção do desempenho j; Probabilidade objetiva de que a ação i levará ao desempenho j; Quantidade de vezes que a recompensa j foi anteriormente alcançada Grau em que se incita uma ação, por ex.: privação de alimentos por um longo período. Valência da recompensa j As experiências: Passado Proporção de vezes nas quais a ação i foi seguida da recompensa j; ACRESSENTAR FIGURA 3 Freqüência com que o resultado j foi associado a prêmio ou punição X Expectância de que a ação i levará a obtenção do desempenho j = Força Motivacional (força empregada para realizar a ação i) Escolha ou rejeição da ação i; Mudança na probabilidade de escolher a ação i quando esta é seguida pela recompensa j; Conteúdo explicitado pela análise de fantasias. Tempo de escolha: os diferentes graus de valência medidos pelo tempo gasto para decidir entre duas recompensas. Figura 2 – Coordenadas Empíricas para realização de experimentos com o modelo de Vroom. Fonte: Traduzido e adaptado de Vroom (1964, p. 27). 39 Este modelo pretendia predizer escolhas entre empregos, tarefas e níveis de esforço que produzem os mais altos benefícios percebidos. Como visto, na sua perspectiva teórica, o que motiva uma pessoa a tomar uma decisão seria o produto destas três variáveis (VROOM, 1964): do quanto uma pessoa deseja determinada recompensa (valência), sua estimativa da probabilidade de que o esforço resultará num desempenho bem-sucedido (expectância) e a estimativa de que aquele desempenho será um meio para se chegar à recompensa (instrumentalidade). Esses relacionamentos são apresentados na seguinte equação matemática (NADLER; LAWLER III, 1991; MITCHELL, 1974; PARKER; DYER, 1976): “Valência x Expectância x Instrumentalidade = Força Motivacional”. Para Vroom (1964) a motivação seria o produto da percepção do sujeito em relação aos três constructos propostos (valência, expectância e instrumentalidade). Estes três aspectos influenciariam a motivação das pessoas no trabalho. Se um dos elementos se mostra ausente, a motivação torna-se fraca. Se todos os três estão presentes (alta expectância, alta instrumentalidade e alta valência), a motivação é alta. Assim, a teoria enfoca três relações: a relação esforço-desempenho, onde o primeiro resulta no segundo; a relação desempenhorecompensa, que representa o quanto o sujeito acredita que um determinado grau de desempenho o conduzirá ao resultado desejado; e a relação recompensas-satisfação das metas pessoais, que corresponde à atração que estas recompensas potenciais exercem sobre o indivíduo. Dito de outra forma, a motivação, segundo a teoria de Vroom (1964), é uma função crescente da soma dos produtos das valências de todas as recompensas envolvidas na atividade pela magnitude das expectâncias das pessoas (BRITO, 2008). Percebe-se que para podermos falar de motivação a partir desta teoria é necessário compreender que para um indivíduo estar motivado, ele deve dar valor à recompensa, acreditar que um esforço adicional o levará a um melhor desempenho e que isto resultará em recompensas melhores. 40 Essas relações podem ser percebidas na figura 3, que busca sintetizar a teoria da expectância de Vroom (1964), por meio de um esquema visual que demonstra a dinâmica que permeia a teoria da expectância. VALÊNCIA -Preferências por determinados resultados F -Desejo de atingir um O objetivo pessoal Desempenho C O Recompensa X X Recompensa Metas O C O F INSTRUMENTALIDADE EXPECTÂNCIA - Probabilidade de que o desempenho leve à recompensa - Probabilidade de que o esforço leve ao desempenho Esforço X Desempenho O F O C Figura 3 – Esquema Dinâmico da Teoria da Expectância de Vroom. Fonte: Ernesto-da-Silva (2008, p. 97). A Teoria de Vroom leva-nos a concluir que as organizações obtêm de seus empregados o desempenho desejado não apenas quando satisfazem os seus objetivos individuais, mas quando mostram a eles que o caminho para a satisfação dos objetivos individuais está no alcance do desempenho desejado. Uma das críticas feitas ao estudo de Vroom (1964) é que os cálculos que o sujeito teria que fazer de maneira consciente, para tomar uma decisão ou motivar-se em relação a algum objeto, seriam impraticáveis em relação ao tempo que consumiriam e excederiam sua capacidade de memória. Entretanto, pesquisadores têm defendido que os processos internos 41 têm uma influência maior sobre o comportamento do sujeito do que o reforço externo, bem como, estudos sugerindo que a valência, instrumentalidade e expectativa são preditores de esforços, intenções e preferências (LORD; HANGES; GODFREY, 2003). Os referidos autores apresentam um modelo de redes neurais, no qual assumem que o sujeito, apesar de fazer conscientemente algumas considerações da instrumentalidade e da expectância, ele operacionaliza essas questões de forma mais automática, empregando estratégias simplificadoras (heurísticas) para efetuar julgamentos e tomar decisões. O uso desses elementos na decisão e na motivação é implícito e, portanto, não consciente ao sujeito, tanto quando este se depara com situações familiares ou não familiares a ele. Como as estruturas cerebrais envolvidas, neste caso o sistema límbico, tem acesso privilegiado à memória de situações anteriores similares, uma resposta emocional pode se apresentar em cada caso bem antes que elaborações racionais tenham tempo para ocorrer. Desta maneira, isto influencia o comportamento, fazendo uma pessoa preferir um ou outro curso de ação, mesmo que ainda não saiba explicar o porquê (MATURANA, 2001). Esse processo de tomada de decisão ocorreria porque quando antevemos um resultado positivo o sistema de recompensa é ativado (o núcleo de accumbens ou acumbente), que nos impulsiona às mais diversas realizações. Quanto mais intensa for a sua ativação, maior a sensação alcançada, que vai da leve satisfação à franca euforia. Naturalmente, outras respostas mais lentas poderão surgir devido à percepção cognitiva do evento. Os dados obtidos em simulações feitas por Lord et al. (2003) e seu colaboradores sugerem que o modelo é consistente, ou seja, postula que os objetivos afetam as escolhas que são feitas pelos sujeitos e o enfoque teórico proposto pode modelar a interação que existe entre processos conscientes e processos automáticos relacionados à tomada de decisão e motivação. Porém, este processo não deve ser encarado como um processo passivo. Isto porque, os indivíduos avaliaram várias estratégias de comportamento e freqüentemente escolheram 42 empregar certos tipos de estratégias que tendem a oferecer uma solução relativamente rápida e garantam a recompensa de melhor avaliação (MATLIN, 2004). Nessa perspectiva o comportamento do indivíduo é motivado pelas suas opiniões ou expectativas relacionadas ao mundo que o cerca. Como reforçam Gondim e Silva (2004), a Teoria da Expectância (VIE) de Vroom idealiza a motivação fundamentalmente como uma força de natureza emocional e consciente, que é ativada no momento em que a pessoa é levada a escolher diversos planos de ação. A motivação, portanto, não estaria apenas relacionada a eventos passados de experiências positivas e prazerosas, mas teria relação a dois fatores: expectativas individuais e avaliação subjetiva das conseqüências esperadas por meio da comparação entre várias alternativas de ação. E assim o resultado da inter-relação de noções subjetivas de valência, instrumentalidade e expectância. O presente estudo busca replicar partes dos modelos de pesquisa utilizados por Allen, Lucero e Van Norman (1997), Parker e Dyer (1976) Régis (2000) e Brito (2008) em um contexto diferente dos anteriores, mas que afeta a motivação humana. Adicionalmente, busca acrescentar novos conhecimentos à linha de pesquisa relacionada às motivações, especificamente avaliar as propriedades preditoras da teoria da expectância de Victor Vroom (1964) para se engajar voluntariamente em um programa de extensão da Faculdade de Ciências de Timbaúba. Pesquisador Contexto Parker e Dyer (1976) Oficiais da marinha americana estariam motivados a se aposentarem ou permanecerem na ativa Predizer a probabilidade de voluntários, para um programa de envolvimento de empregados, em uma companhia de geração de energia elétrica dos Estados Unidos Allen, Lucero e Van Norman (1997) Régis (2000) Professores de uma escola técnica federal do estado da Paraíba Quadro 2: Teóricos e contexto pesquisado 43 2.2.4 O modelo da expectância aplicado ao engajamento voluntário A partir da abordagem da teoria da expectância, pode-se estudar a motivação para o envolvimento em um programa participativo como o programa de extensão universitária. Neste aspecto, o foco do estudo está sobre a decisão individual de ser ou não ser voluntário para o programa. Nesta abordagem, empregada inicialmente por Allen, Lucero e Van Norman (1997) e posteriormente por Régis (2000), a motivação para o engajamento pode ser vista como uma função de três fatores: a probabilidade percebida pelo indivíduo de que ele é capaz de se engajar no programa caso decida fazê-lo (expectância); a probabilidade também percebida de que o engajamento seja um meio, ou instrumento, que leve a certas recompensas associadas à participação (instrumentalidades); e, finalmente, o desejo que estas recompensas despertam no indivíduo com base nos seus objetivos pessoais (valências). A teoria da expectância prediz que as pessoas irão escolher a alternativa (engajar-se ou não-engajar-se) que resultar na maior força motivacional, ou seja, o valor mais alto quando expectância, instrumentalidades e valências forem multiplicados. Considerando que o modelo de Vroom possui três construtos distintos compondo a multiplicação, as variáveis são detalhadas a seguir. Cada subseção é finalizada com a apresentação de uma hipótese: 1, 2 e 3, respectivamente. As três hipóteses convergirão para as hipóteses 4, 5 e 6 que são apresentadas ao final da última subseção. 2.2.5 Valência A Valência deve ser entendida como uma atribuição de qualidade, positiva ou negativa aos resultados pretendidos. É o que faz com que a pessoa esteja orientada efetivamente para a busca de um resultado. Constitui-se como uma força da preferência por certa recompensa ou resultado. Em outras palavras, é o que faz com que uma pessoa sinta atração ou repulsa, por 44 exemplo, por uma promoção. Expressando o montante do desejo de se atingir um objetivo pessoal que pode ser um aumento salarial, uma promoção, um reconhecimento, um trabalho de melhor qualidade, e assim por diante (GONDIM; SILVA, 2004). Porém, vale ressaltar que, para Vroom (1964), Valor e Valência são dois constructos diferentes. O conceito de Valor seria uma afirmação de algo que é certo (uma virtude), sendo sempre positivo, enquanto o conceito de Valência, por expressar uma preferência do indivíduo por algo, poderá ser positivo ou negativo seria única para cada indivíduo, estando condicionada às suas experiências e podendo variar substancialmente durante um período de tempo, uma vez que quando necessidades antigas são satisfeitas, outras novas emergirão (SZILAGYI; WALLACE, 1990). Segundo Mitchell (1974), um problema comum na literatura tem sido, justamente, ignorar o aspecto negativo da valência. A maioria dos pesquisadores tem empregado escalas Likert contendo apenas valores positivos. Em sua formulação original Vroom afirmou que as valências podem possuir valores tanto positivos como negativos. À medida que as pessoas possuem preferências que as atraem ou as repelem em relação a um determinado resultado, a valência deve apresentar valores positivos ou negativos. Em uma situação de trabalho, poderia esperar-se que um aumento de salário tivesse uma valência positiva e que uma repreensão do supervisor tivesse uma valência negativa. Mas se a pessoa é indiferente a uma dada recompensa, a valência é 0 (SZILAGYI; WALLACE, 1990; MITCHELL, 1974). A valência tem seu foco sobre a relação recompensas-metas pessoais. Ou seja, o grau em que as recompensas vêm satisfazer os objetivos ou necessidades individuais e a atratividade destas potenciais recompensas para o indivíduo (BRITO, 2008; RÉGIS; CALADO, 2001a; RÉGIS; CALADO, 2001b; SALANOVA, HONTANGAS E PEIRÓ, 1996; NADLER; LAWLER III, 1991). 45 A partir dos dados obtidos através do pré-teste realizado, pode-se inferir dos escores apresentados que os discentes valorizarão as recompensas, apesar do número reduzido de adesões aos eventos realizados em anos anteriores. Isto é esperado porque muitas recompensas, inerentes à participação de um programa de extensão, satisfazem necessidades sociais, de auto-estima e de auto-realização. Portanto, há evidências que levam a seguinte hipótese: Hipótese 1: Os discentes da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresentam escores positivos de valência com respeito às recompensas relacionadas ao engajamento voluntário na Semana Universitária. 2.2.6 Instrumentalidade Vroom (1964) definiu inicialmente o conceito de instrumentalidade como uma associação entre as recompensas de primeiro nível (exemplo do desempenho no trabalho) e as recompensas de segundo nível (exemplo de dinheiro, benefícios adicionais, promoções, supervisão e aceitação em grupos de trabalho), as quais poderiam assumir valores positivos e negativos. Pode-se resumir que a instrumentalidade representa a crença do indivíduo de que uma recompensa (segundo nível) será recebida em função do desempenho (primeiro nível). Conforme Mitchell (1974), assim como no caso da valência, a maioria dos pesquisadores tem tratado instrumentalidade como uma probabilidade estimada, a qual assumiria valores apenas positivos, o que seria um erro teórico e logicamente indefensável. Conforme sugerido por Vroom (1964), ambas devem ter valores que variam de positivos a negativos, para que estes se combinem adequadamente. Segundo Mitchell (1974), a instrumentalidade pode ser definida conceitualmente como sendo uma avaliação do sujeito de que o envolvimento com determinado comportamento levaria ao alcance dos possíveis resultados esperados. Podendo variar entre menos um 46 (significando que a recompensa em questão é percebida como sendo impeditiva de conduzir a segunda recompensa) a mais um (significando que a recompensa em questão é percebida como sempre levando ao alcance da segunda recompensa). Desta maneira, podemos entender que ela representa uma avaliação subjetiva de um indivíduo de que uma recompensa será recebida em função do desempenho, tendo seu foco na relação desempenho-recompensa. Ou seja, representa o quanto a pessoa acredita que é possível alcançar o resultado esperado envolvendo-se com o evento institucional. Neste caso, a expectativa é de que todas as pessoas julguem de alguma forma a probabilidade da organização valorizar o desempenho e fornecer recompensas com base no desempenho (mérito). Autores como Mitchell (1974) e Kanfer (1990) reforçam este posicionamento defendendo que o desempenho tem sido freqüentemente referido e testado como recompensa de primeiro nível, decorrente do esforço desprendido. Outro fator relevante seria a necessidade do indivíduo perceber o sistema de avaliação organizacional como sendo justo, por exemplo, as recompensas são obtidas por aqueles que obtiveram um desempenho satisfatório, e não por outras razões, como se ter afinidades pessoais dentro da empresa (BRITO, 2008; RÉGIS; CALADO, 2001a; RÉGIS; CALADO, 2001b; SZILAGYI; WALLACE, 1990). Ou seja, até que ponto as pessoas percebem a existência de uma relação entre o nível de desempenho alcançado na tarefa e a obtenção de uma recompensa. Sendo assim, se um empregado percebe que recompensas como aumento de salário, promoção, etc., estão relacionadas com os dados obtidos através da avaliação de desempenho, a instrumentalidade tenderá a ser avaliada positivamente (sistema meritocrático). Todavia, sendo esta relação obscura, uma baixa estimativa poderá ser feita (SALANOVA, HONTANGAS E PEIRÓ, 1996). No caso do estudo da motivação para se engajar na semana universitária, o desempenho satisfatório está relacionado ao envolvimento no programa – esta é a tarefa. 47 A partir das bases teóricas a respeito da variável instrumentalidade, em função de características próprias da semana universitária, cuja relação entre o desempenho e a recompensa não são claros, ou necessariamente diretos, pode-se argumentar que os discentes não avaliarão como alta a probabilidade de que a participação na semana universitária os leve a certas recompensas. Isto conduz à elaboração da seguinte hipótese: Hipótese 2: Os discentes da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresentam escores baixos de instrumentalidade com respeito às recompensas relacionadas ao engajamento voluntário na Semana Universitária. 2.2.7 Expectância Por fim o terceiro componente do modelo, a expectância, é definida por Vroom (1964) como a força sobre o indivíduo para exercer uma dada quantidade de esforço. Desta maneira a expectância pode ser entendida como a crença de que certo nível de esforço resultará em um correspondente nível de desempenho. Este desempenho podendo ser simplesmente a conclusão da tarefa (RÉGIS, 2000). Nadler e Lawler III (1991), sintetizando algumas das evoluções que a teoria tem apresentado, posicionam a expectância como a relação esforço-desempenho. Inicialmente, Vroom (1964) entendia que essa relação seria entre ação e recompensa (primeiro nível). Ou seja, é a probabilidade subjetiva feita pela pessoa de que o resultado do comportamento possa lhe trazer algum tipo de benefício, neste caso o desempenho positivo. Assim, apesar de alguns autores utilizarem escalas positivas e negativas, expectância é uma probabilidade percebida e, portanto, varia de zero (não crê que um dado esforço possa levar a um desempenho desejado) a mais um (alta confiança de que o esforço possa levar à conclusão da tarefa) ou de 0% a 100% (RÉGIS, 2000; SZILAGYI; WALLACE, 1990; 48 NADLER; LAWER III, 1991). Vroom sugeriu que este modelo de força pode ser utilizado para predizer escolha de ocupação, permanência no trabalho e esforço. Mitchell (1974) chama atenção para o fato de a expectância ser distinta da instrumentalidade, pois enquanto a primeira é uma associação ação-recompensa (expectâncias são probabilidades percebidas), a segunda se refere à associação recompensa-recompensa (ou desempenho-recompensa, sendo o desempenho a recompensa de primeiro nível). Uma expectativa de eficácia seria a convicção que o indivíduo tem de que pode executar com sucesso o comportamento requerido para produzir determinado resultado (BANDURA, 1977). O modelo de esforço de Vroom (1964) tem sido testado empiricamente e sofrido modificações no decorrer dos anos, permanecendo o modelo da valência essencialmente o mesmo. Todas as versões do modelo expectância-valência da motivação no trabalho hipotetizam o efeito multiplicativo, o que foi validado pela pesquisa de Arnold (1981), quando os resultados proveram suporte para a interação entre a recompensa de primeiro nível, exemplo da performance no trabalho, e recompensas de segundo nível, como sendo os eventos aos quais as recompensas de primeiro nível devem conduzir (exemplo de dinheiro, benefícios adicionais, promoções, supervisão e aceitação em grupos de trabalho). Ou seja, as recompensas de primeiro nível são usadas como instrumento de troca (instrumentalidade), para se obter as recompensas de segundo nível (valências). Se considerarmos a expectância como uma atribuição subjetiva da probabilidade de se alcançar os resultados valorizados (valência) por meio da participação no evento instrucional (instrumentalidade), a variável expectância do modelo VIE passa a ser a probabilidade percebida pelo indivíduo de poder se engajar no programa de extensão caso decida fazê-lo (ALLEN; LUCERO; VAN NORMAN, 1997). Neste caso especifico, o esforço empregado está relacionado às resistências que o indivíduo enfrenta para o envolvimento. Por isso, é importante entendermos a maneira como cada um avalia os custos e os benefícios de sua 49 reação (AGUIAR, 2005). Estas resistências podem ser internas: fatores intrínsecos a cada indivíduo, convicções pessoais quanto aos programas de extensão; ou externas: opinião dos pares, exigências do trabalho ou até mesmo a família que pode não dar apoio a este tipo de envolvimento (MILLER; PRICHARD, 1992). Dada a natureza voluntária da semana universitária e dada a existência de tarefas que exigem certo nível de complexidade, como preparação e apresentação de artigos científicos, a probabilidade percebida pelo indivíduo de poder se engajar no programa pode ser interpretada como a percepção da sua capacidade pessoal (auto-eficácia). Neste sentido, apesar das pessoas poderem perceber que um determinado desempenho (o engajamento) levará a certas recompensas (instrumentalidade), que são desejáveis para elas (valências), ainda assim, elas poderão duvidar da capacidade de conseguirem realizar adequadamente as ações necessárias (expectância baixa) para concluir a tarefa de forma efetiva (um engajamento promissor na percepção do indivíduo) (SALANOVA, HONTANGAS e PEIRÓ, 1996). O contexto do programa de extensão da Faculdade de Ciências de Timbaúba trouxe evidências de que os discentes avaliarão como alta a probabilidade por eles percebida para o engajamento no programa. Com base nestas evidências com respeito à variável expectância, construiu-se a terceira hipótese. Hipótese 3: Os discentes da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresentam, em sua maioria, escores altos com respeito à expectância de participação na semana universitária. 2.2.8 A força motivacional Vroom (1964) traduz o conceito de Força Motivacional como sendo a quantidade de esforço ou pressão de uma pessoa para motivar-se e representa esse conceito por meio da equação: FM = E [∑ Vi * Ii ] 50 Na qual “FM” é a Força Motivadora, “E” a Expectância, “V” a Valência e “I” a Instrumentalidade. Este modelo distribui as variáveis em resultados de primeiro e segundo nível e está baseado em três perguntas centrais: Sou capaz de fazer isto? O que eu ganho por ter esse desempenho? A recompensa a ser obtida tem valor para mim? Porém, vale a pena ressaltar que na visão de Salanova, Hontangas e Peiró (1996), o modelo de Vroom procura predizer as escolhas ou decisões individuais, não necessariamente o desempenho posterior (elemento comportamental da atitude e não o comportamento propriamente dito). Como critério, na maioria dos casos, o esforço tem sido estimado em termos de auto-avaliação, avaliação por pares ou avaliação pelo supervisor. Conforme Mitchell (1974), isto estaria de acordo com o modelo original de Vroom (1964), o qual prediz a força sobre um indivíduo para se engajar em um ato específico Nesse sentido, a Força Motivacional, ou a escolha do nível de esforço a ser empregado pelo indivíduo em uma tarefa, deve ser maior quando altos níveis de esforço são percebidos como associados a níveis elevados de desempenho que, por sua vez, conduzem aos resultados valorizados pelo indivíduo, tais como, aumento de salário ou uma promoção. Estas escolhas são baseadas, em parte, na percepção dos resultados que estariam associados com aquelas escolhas. Ou seja, a percepção da não correlação entre esforço e desempenho ou entre desempenho e resultado, acarretaria uma força motivacional igual ou próxima a zero. Assim, a força motivacional seria a resultante do processo perceptivo que define quanto esforço e que comportamentos o individuo escolhe executar (SZILAGYI; WALLACE, 1990). Nota-se que este modelo enfatiza a natureza intencional da conduta do ser humano, considerando-a um processo mental ativo, em que as pessoas fazem muito mais do que simplesmente responder a reforço e punição. A partir do que foi exposto, podemos inferir que o comportamento do sujeito não consiste de uma simples resposta à realidade, mas sim uma construção de nossas 51 tentativas em compreender o mundo, onde respostas são sistematizadas, os sistemas referentes à memória são ativados e há a necessidade de uma constante reorganização de pensamentos e idéias (COLL; MARCHESI; PALÁCIOS,1996). Por este se tratar de um modelo multiplicativo, a existência de uma variável com escores predominantemente negativos ou baixos (valência, por exemplo) poderá produzir uma força motivacional negativa ou baixa. Isto ocorre mesmo que uma das variáveis (expectância, por exemplo) apresente valores elevados (MITCHELL, 1974). Por isso, é importante entendermos que a maneira como cada pessoa avalia os custos e os benefícios de sua reação influenciará sua decisão na medida em que ela analisa as forças que atuam em dada situação, a fim de remover ou neutralizar as forças restritivas e de incentivar as forças impulsionadoras (AGUIAR, 2005). Desta forma, as próprias estruturas organizacionais com os seus canais de comunicação formais e informais; os sistemas de informação (mídia, tecnologia, computadores, etc.); os procedimentos e rotinas; e os sistemas de incentivos, podem facilitar ou inibir o comportamento (ARGYRIS; SCHÖN, 1996). Sendo assim, podemos entender que se um discente decide se engajar na semana universitária, ou não, sua decisão irá depender da valência relativa de cada recompensa possível e de sua expectância de ser capaz de desempenhar os papéis exigidos na atividade. Por outro lado, a valência de cada uma dessas alternativas é determinada pelas valências das recompensas de segundo nível (positivas e negativas) associadas e das instrumentalidades de cada alternativa para o alcance das recompensas, as quais resultariam em comportamento evitativo diante das recompensas de segundo nível (PAKER; DYER, 1976). Apesar algumas pesquisas terem adotado como alternativa computar para cada indivíduo apenas o escore de uma única força, originalmente Vroom (1964) concebeu a teoria da expectância como um modelo de escolha comportamental interno à pessoa (within-person), onde as pessoas escolhem, entre ações alternativas, aquela correspondente à força positiva 52 mais forte (ou a negativa mais fraca). Por isso, os escores da força para não se engajar no programa de extensão devem ser registrados da mesma forma que os escores da força para se engajar, permitindo que se obtenha a força motivacional resultante (PARKER; DYER, 1976). O enfoque within-person é adotado no presente estudo, ao se analisar a força para o discente se engajar na semana universitária, bem como a força para não atuar nesse processo. A partir da existência de evidências no contexto do programa de extensão da Faculdade de Ciências de Timbaúba, cria-se as seguintes hipóteses: Hipótese 4: Em função do modelo multiplicativo, a motivação resultante para o engajamento voluntário no programa de extensão da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresenta resultados baixos, devido aos escores baixos da variável instrumentalidade. Hipótese 5: As recompensas intrínsecas respondem pela eficácia do modelo multiplicativo de Vroom para o engajamento em um grau maior do que as extrínsecas. Diante destas sinalizações, pode-se lançar a hipótese de que: Hipótese 6: O modelo da expectância empregado tem poder suficiente para distinguir com exatidão os discentes que escolhem se engajar e os que escolhem não se engajar no programa de extensão universitária. No próximo capítulo serão apresentados os procedimentos metodológicos que foram utilizados para o desenvolvimento deste estudo. 53 3. Metodologia Este capítulo trata da metodologia de pesquisa, incluindo: delineamento da pesquisa, tipo de estudo, população e amostra, definições das variáveis, instrumento para coleta de dados e método para coleta de dados. 3.1. Delineamento da pesquisa Este estudo se apóia no fato de que as pessoas buscam ativamente se engajar em programas de envolvimento, como os programas de extensão, quando essa participação é percebida como benéfica aos seus interesses individuais e não traz prejuízos aos mesmos (ALLEN; LUCERO; VAN NORMAN, 1997). Seguindo este raciocínio replicam-se partes dos modelos utilizados por Parker e Dyer (1976), Allen, Lucero e Van Norman (1997) e Régis (2000). Nas pesquisas anteriores (realizadas em um banco – Madruga, 2006, escola técnica – Régis, 2000 e empresa prestadora de serviço público - Allen, Lucero e Van Norman, 1997), a coleta de dados foi focada apenas nos não participantes. No presente estudo, não foi realizada uma distinção entre participantes e não participantes do programa de extensão universitária. Esta escolha teve como objetivo identificar os fatores que possam vir a influenciar a decisão de se engajar, ou de aumentar o nível de engajamento das pessoas no programa de extensão universitária. 3.1.1 Tipo de estudo Conforme BONOMA (1985), o estudo de caso é um método adequado para se pesquisar um fenômeno que não pode ser estudado fora do contexto no qual ele naturalmente ocorre. Em razão do exposto, percebe-se sua adequação ao estudo do processo motivacional, 54 por este se tratar de uma ação dirigida à realização de objetivos (SALANOVA; HONTANGAS; PEIRÓ, 2002). A presente pesquisa foi planejada na forma de um estudo de caso, de forma a permitir uma averiguação empírica do fenômeno estudado em um contexto da vida real, especialmente útil quando a fronteira entre o fenômeno estudado e o contexto não é claramente evidente (YIN, 1989), tendo uma etapa exploratória/descritiva realizada com a finalidade de melhor adequar o instrumento de medida à realidade que se pretendia conhecer, bem como apurar as hipóteses (COOPER; SHINDLER, 2003). Também se tratou de uma pesquisa correlacional por se buscar as relações (correlações) entre as variáveis em termos causais com base na teoria de Vroom (1964). O estudo foi eminentemente quantitativo, já que o instrumento de coleta de dados empregado serviu como base para a análise estatística das variáveis, não existindo possibilidade ou interesse no controle das variáveis dependentes e independentes. Sendo o ambiente natural a melhor opção para se estudar o fenômeno que está acontecendo, o método de pesquisa utilizado foi o survey construído a partir da revisão da literatura realizada (BABBIE, 1999). Permiti ainda uma maior capacidade conclusiva em relação aos dados, porque está menos suscetível a interferências do pesquisador e externas, gerando assim uma maior confiabilidade (BRIMAN, 1989). Desse modo, quanto aos meios, à pesquisa pode ser considerada como de campo, uma vez que foi efetuada uma investigação empírica, por meio de questionários, no local onde ocorreu o fenômeno (VERGARA, 2004). Além disso, por o levantamento (survey) ter sido conduzido de uma só vez, a pesquisa pode ser considerada como de corte transversal, onde a coleta de dados pretendeu descrever e analisar o estado de uma ou várias variáveis em um dado momento (FREITAS et. al., 2000). 55 3.1.2 População e amostragem Os sujeitos pesquisados são os alunos matriculados na Faculdade de Ciências de Timbaúba-PE, independente de terem se engajado ou não na semana universitária, distribuídos nos quatro cursos de graduação (administração, ciências contábeis, direito e pedagogia). O programa de extensão realizado pela referida instituição não é imposto, o que se enquadra com os objetivos desta pesquisa. Por ser algo recente, existe desde 2006, efetivamente se faz necessário conquistar a participação voluntária das pessoas, sejam elas alunos ou membros da comunidade local. Outro fator favorável a realização da pesquisa diz respeito à acessibilidade, já verbalizada pelo diretor geral da referida instituição, o senhor Luiz Rodrigues de Sousa, resultante da participação do pesquisador quando pertencente ao quadro de professores da instituição. Quanto ao universo de 914 alunos foi tomada uma amostra aleatória simples. Seguindo a orientação de Richardson (2007), foi utilizada como base de amostragem uma lista incluindo todos os discentes matriculados na Faculdade de Ciências de Timbaúba/PE, independente de sua participação no programa de extensão, de forma a permitir que os elementos da população tenham uma probabilidade igual ou conhecida, distinta de zero, de ser selecionados para formar parte da amostra. Foi montado um sistema de informações em planilhas Excel, no qual foi mantido o controle da seleção dos indivíduos a partir dos números aleatórios gerados, de forma a assegurar uma aleatoriedade proporcional. Pretendendo-se assim, estudar uma amostra significativa dos discentes de forma a garantir uma representatividade da população da base de amostragem. Para cálculo do tamanho da amostra, foi empregada a fórmula para universos finitos (amostragem aleatória simples) apresentada por Richardson (2007, p. 170). A partir do cálculo realizado, ficou definido que a amostra pesquisada seria composta de 350 alunos. 56 O perfil dos discentes que participaram desta pesquisa está representado pelos dados demográficos incluídos neste estudo como as variáveis pessoais/acadêmicas: sexo, faixa etária, período e curso. O contingente principal é feminino, representando 51,4% da amostra. Do ponto de vista da variável idade, observa-se que a maioria (56,0%) encontra-se entre 21 e 25 anos. Esses dados com indicações de freqüências e porcentagens estão dispostos na tabela 2. Tabela 1: Características Gerais da Amostra PARTICIPANTE SIM TOTAL NÃO N % N % N % GÊNERO Masculino Feminino Dados Omissos 149 169 5 42,8 48,0 1,4 15 12 0 4,4 3,4 0 164 181 5 47,2 51,4 1,4 Faixa etária em anos Até 20 anos 21-25 anos 26-30 anos 31-35 Mais de 35 anos Dados Omissos 59 111 42 38 67 6 16,8 31,7 12,0 10,8 19,2 1,7 2 14 5 0 6 0 0,6 4,0 1,5 0,0 1,7 0,0 61 125 47 38 73 6 17,5 35,8 13,5 10,8 18,0 1,7 Período 1º período 3º período 5º período 7º período 9º período Dados Omissos 64 84 77 44 51 3 18,2 24,0 22,0 12,3 15,5 0,8 1 8 8 6 4 0 0,3 2,1 2,1 1,6 1,1 0,0 65 92 85 50 55 3 18,5 26,3 24,4 14,3 15,7 0,8 Cursos Administração Ciências contábeis Direito Pedagogia Dados Omissos 61 121 104 34 3 17,6 34,5 29,7 9,7 0,8 2 16 7 2 0 0,6 4,5 2,0 0,6 0,0 63 137 111 36 3 18,0 39,2 31,7 10,3 0,8 A diferença entre os percentuais de discentes consultados de cada curso reflete o número de alunos matriculados em cada graduação. Devido à graduação em ciências contábeis o curso com o maior número de alunos matriculados, correspondeu a 39,2% da amostra. Já no caso do curso o curso de pedagogia, o número de alunos é bastante reduzido, em razão da baixa procura pela graduação e o número elevado de desistências, correspondendo por apenas 10,3% da amostra. 57 3.1.3 Método de coleta de dados Inicialmente, foi realizado um estudo piloto na Faculdade de Ciências de Timbaúba/PE com oito membros do corpo discente, dois alunos de cada curso de graduação selecionados aleatoriamente, o Diretor Acadêmico e a Coordenadora Pedagógica da referida instituição. O objetivo foi conhecer o entendimento dos itens por parte dos discentes, bem como, levantar novas categorias específicas de valências que poderiam não estar contempladas no questionário. O encontro durou 45 minutos, nos quais foram expostos os objetivos da pesquisa, debate entre os participantes e o preenchimento da ficha de coleta de dados (Apêndice A). Após algumas modificações nos itens, como será mostrado no quadro 1, foi realizado um novo painel com o mesmo grupo de pessoas para a validação semântica. Nessa etapa, a escala foi lida junto com o respondente buscando avaliar, principalmente, a adequação do instrumento em termos de clareza de linguagem. Os comentários e as sugestões foram anotados em um protocolo de registro. Após ambos os processos, efetuaram-se pequenos ajustes no instrumento, alterando algumas das recompensas, de forma a refletir o que os dados obtidos. Essa adequação é consistente com as evidências encontradas na literatura sobre a teoria da expectância (PARKER; DYER, 1976; RÉGIS, 2000) que sinalizam a necessidade de que os instrumentos desenvolvidos apresentem itens de recompensas que sejam positivamente valorizadas pelos respondentes. A coleta dos dados foi realizada, preferencialmente, através da entrega do questionário pessoal aos indivíduos da amostra. Os participantes poderão responder ao questionário em sala de aula, após a autorização do professor. Na apresentação da pesquisa e de esclarecimentos sobre o questionário, os alunos foram informados dos objetivos do estudo, assegurados o sigilo das informações e a liberdade de não responderem ao questionário, caso não o queiram. 58 3.1.4 Questão de pesquisa Tendo em vista os objetivos anunciados anteriormente e o quadro-teórico apresentado, o desenvolvimento das atividades de pesquisa foi norteado pela seguinte questão: Até que ponto a teoria da expectância, no modelo multiplicativo “valência x instrumentalidade x expectância” de Victor H. Vroom, é um preditor eficaz da motivação para o engajamento voluntário de discentes em um programa de extensão universitária? 3.1.5 Definição das variáveis Para se avaliar a percepção individual das pessoas em relação às vantagens e desvantagens do engajamento voluntário no programa de extensão da Faculdade de Ciências de Timbaúba foi empregada a teoria da expectância. Com essa finalidade, tendo como base as ponderações realizadas e a partir das questões norteadoras da pesquisa, as subseções seguintes apresentam o modelo adotado para operacionalizar o conteúdo pesquisado. 3.1.5.1 Medição da força motivacional para o engajamento Buscando uma compreensão da decisão pessoal para o engajamento voluntário através da identificação da percepção que os indivíduos possuem acerca das valências, das instrumentalidades e da expectância adotamos o modelo multiplicativo de Vroom (1964), com os seguintes indicadores: Indicadores das valências: os indicadores das valências foram validados através dos painéis realizados inicialmente com 8 alunos e dois coordenadores. A partir destes painéis, foram listadas as 25 recompensas percebidas pelos participantes como sendo significativas com relação ao engajamento voluntário. Estas recompensas foram incluídas no questionário para avaliação dos respondentes. Assim, cada respondente foi solicitado a avaliar as 59 recompensas numa escala de 7 pontos, variando de –3 (extremamente indesejável) passando por zero (não faz diferença) até +3 (extremamente desejável). Isto resultou na medição das valências específicas para cada recompensa de cada respondente (Apêndice B – Seção A). Indicadores de Instrumentalidade: os indicadores das instrumentalidades relativas ao engajamento são as mesmas 25 recompensas validadas nos painéis. As Instrumentalidades foram obtidas solicitando-se do respondente que ele avaliasse a probabilidade de vir a experimentar cada uma das 25 recompensas como conseqüência do envolvimento no programa. Uma escala de sete pontos, variando de –3 (impossível de acontecer) passando por zero (nem improvável nem provável) até +3 (certamente acontece). Isto produziu um valor de instrumentalidade para cada uma das 25 recompensas de cada respondente (Apêndice B – Seção B). Indicadores de Expectância: como sugerido por Mitchell (1974), as percepções de expectância são vistas como uma relação entre comportamento e desempenho que deve ser medida como uma medida subjetiva. A expectância associada com a decisão de se envolver com a semana universitária, foi medida pela resposta a terceira questão da parte II do questionário: “Qual a probabilidade de você vir a se engajar caso queira?” O formato de resposta consistiu em uma escala de 11 pontos oscilando de -0% (não há chance de participar, ainda que quisesse) a 100% (não há dúvida de que eu poderia participar se quisesse). O cálculo da força motivacional associado com a opção de participar foi feito da seguinte forma: Primeiramente, para cada uma das 25 recompensas avaliadas, a valência foi multiplicada por sua respectiva instrumentalidade. Em um segundo passo, os valores resultantes dos 25 produtos “valência x instrumentalidade” foram somados. Por último, esta soma foi multiplicada pela probabilidade do discente se engajar voluntariamente no programa de extensão universitária (percepção da expectância). Este cálculo produziu a força 60 motivacional para a participação na semana universitária e pode ser expressado pela seguinte expressão matemática: 25 Fn = En x [ (Vni x Ini )] Onde: i=1 Fn – Força motivacional para participar de cada discente; En – Expectância de participação da cada discente; Vni – Valência para cada recompensa de cada discente; Ini – Instrumentalidade para cada recompensa de cada discente; i – Iésima recompensa avaliada da lista de 25 recompensas; n – Identificação do questionário por ordem numérica; 25 – nº de recompensas avaliadas pelos discentes. 3.1.5.2 Medição da força motivacional para não participar Segundo Mitchell (1974), para a correta operacionalização do modelo deve-se considerar outras alternativas de comportamento existentes. Neste sentido, a abordagem empregada inicialmente por Parker e Dyer (1976), que avalia a força motivacional para diferentes alternativas de comportamento, foi utilizada. Isto gerou duas expressões matemáticas para este estudo: na primeira, já mostrada, “Fn” indica a força motivacional para participar de cada respondente e na segunda, mostrada a seguir, “Fn” indica a força motivacional para não participar de cada respondente. Desta forma, a força motivacional para não participar foi obtida a partir dos seguintes indicadores: Indicadores das Valências: foram os mesmos utilizados para a força motivacional de participar. Tendo em vista que as recompensas avaliadas são as mesmas. Indicadores das Instrumentalidades para não participar: as instrumentalidades associadas à decisão de não participar foram obtidas solicitando-se dos respondentes uma avaliação da probabilidade de que ele venha experimentar cada uma das 25 recompensas 61 como um resultado da decisão de não se envolver com a semana universitária conforme é apresentado no Apêndice B – Seção C. Semelhante à instrumentalidade de participação, a escala variou de -3 (impossível de acontecer) passando por 0 (nem improvável nem provável) até 3 (certamente acontece). Desta forma, foram geradas as instrumentalidades (decisão de não participar) para cada uma das 25 recompensas de cada respondente. Indicadores da Expectância para não participar: a expectância, associada à decisão de não se envolver com o programa de extensão, foi medida através da quarta questão da parte II do questionário. Para a expectância de não participar foi usado um estratagema, uma vez que, se a pergunta fosse feita de forma direta, as respostas tenderiam a não ser sinceras. A pergunta foi: “Qual a probabilidade de você sofrer pressões na organização a ter que se engajar?” Devido à participação no programa ser voluntária, as respostas foram invertidas. O formato de resposta consistiu em uma escala de 11 pontos oscilando de 0% (não há chance de ser pressionado a participar) a 100% (certamente serei pressionado a participar). Assim, esta inversão produziu um valor que foi interpretado como sendo a expectância para não participar do programa, ou seja, a probabilidade percebida de se engajar sem a interferência dos superiores (ALLEN; LUCERO; VAN NORMAN, 1997). Semelhantemente, o cálculo da força motivacional associada à opção de não participar foi realizado: primeiramente, para cada uma das 25 recompensas avaliadas, a valência foi multiplicada por sua respectiva instrumentalidade de não participação. Em um segundo passo, os valores resultantes dos 25 produtos “valência x instrumentalidade” foram somados. Por último, esta soma foi multiplicada pela expectância de não participação (a probabilidade de não se engajar sem a interferência da organização). Este cálculo produziu a força motivacional para a opção de não participar do programa de extensão. Também pode ser resumida na seguinte equação matemática: 62 25 Fn = En x [ (Vni x Ini )] Onde: conhecido que: En = 1 - Pn i=1 Fn – Força motivacional para não participar de cada discente; En – Expectância de não participação da cada discente; Vni – Valência para cada recompensa de cada discente; Ini – Instrumentalidade não participação para cada recompensa de cada discente; i – Iésima recompensa avaliada da lista de 25 recompensas; n – Identificação do questionário por ordem numérica; 25 – nº de recompensas avaliadas pelos discentes. 3.1.5.3 Cálculo da força motivacional A Força Motivacional Resultante “FRn” foi determinada subtraindo-se da força motivacional para participar, a força para não participar. Esta resultante foi interpretada como sendo a força motivacional que leva o indivíduo a se engajar voluntariamente ou não no programa de extensão. A expressão seguinte resume o significado da Força Motivacional Resultante: FRn = Fn - Fn Onde: FRn – Força motivacional resultante de cada discente; Fn – Força motivacional para participar de cada discente; Fn – Força motivacional para não participar de cada discente; n – Identificação do questionário por ordem numérica; 3.1.6 Instrumento para coleta de dados O instrumento utilizado para a coleta de dados desta pesquisa foi o questionário, estruturado, auto-administrado (VERGARA, 2000) baseado no questionário original 63 elaborado e validado por Allen, Lucero e Van Norman (1997) e posteriormente empregados, com validação semântica no Brasil realizada por Régis (2000) e validação estatística por Brito (2008). Após o pré-teste, se fez necessária uma adaptação das recompensas, para tornar o instrumento capaz de mensurar a motivação para o engajamento voluntário. Esse ajuste dos itens de recompensas está de acordo com as evidências encontradas na literatura sobre a teoria da expectância (PARKER; DYER, 1976; RÉGIS, 2000). As questões escolhidas foram devidamente elaboradas conforme o referencial teórico adotado, envolvendo questões associadas ao engajamento voluntário com base na motivação. Tanto as recompensas intrínsecas quanto as extrínsecas foram consideradas na construção do instrumento, por se entender que ambas são importantes e que uma não pode ser diretamente substituída pela outra (WALTON, 1997; VANSTEENKISTE; LENS; DECI, 2006). Foram empregadas duas questões com alternativas dicotômicas (sim/não), quatro questões para escolha de valores de 0 a 100 (probabilidade) e três questões de múltipla escolha. O questionário utilizado foi divido em quatro blocos: • O primeiro bloco consiste de duas questões fechadas com o objetivo de identificar o engajamento das pessoas no programa de extensão da Faculdade de Ciências de Timbaúba (se ele participou ou não); • O segundo bloco consiste de quatro questões para escolha de valores entre 0 e 100 (probabilidade), para avaliação da expectância em (1) vir a se engajar no programa de extensão por livre e espontânea vontade, (2) ser pressionado pela instituição a se engajar, (3) elevar o engajamento por livre e espontânea vontade e (4) elevar o engajamento no programa de extensão por pressão da instituição; 64 • O terceiro bloco consiste de três listas com 25 recompensas que foram utilizadas para a obtenção das valências (Seção A), instrumentalidade de participação (Seção B) e instrumentalidade de não-participação (Seção C). • Finalmente a quarta parte encerra o questionário com questões demográficas sobre os respondentes. Baseados no modelo conceitual de motivação, os itens 3 e 5 do segundo bloco correspondem a estímulos internos ao engajamento, enquanto o 4 e 6 fazem referência a pressões externas para o envolvimento no programa. No terceiro bloco são apresentados itens referentes às valências. Conforme o modelo de Lawler (1968), Deci (1972) e Harter (1981) as valências podem ser divididas em intrínseca e extrínseca. No presente estudo, os itens 1, 3, 4, 7, 8, 10, 12, 13, 14, 15, 23 e 25 das valências estão relacionados à motivação intrínseca por se tratarem de conseqüências diretas da execução das atividades, ou seja, o prazer é inerente a própria atividade (sentimento de realização, competência e criatividade). Já os itens 2, 5, 9, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22 e 24, correspondem à motivação extrínseca, a qual exigiria um comportamento instrumental entre a atividade e alguma conseqüência tangível exterior a tarefa, como recompensas materiais ou sociais, de reconhecimento, objetivando atender aos comandos ou pressões de outras pessoas, ou para demonstrar competências e habilidades. Dessa maneira, a satisfação não provém apenas da própria atividade, mas de conseqüências extrínsecas a atividade. Porém, é importante se ter em mente que algumas vezes a motivação é intermediária, como no caso em que a pessoa internaliza uma causa externa, ou seja, quando toma como seus motivos, as razões que inicialmente eram externas. São o caso dos itens 6 e 11. A definição das valências partiu da relação validada por Régis (2000), sofrendo algumas alterações, de maneira a apresentarem itens de recompensas que sejam positivamente 65 valorizadas pelos respondentes, com base nas informações coletadas nos painéis realizados com os alunos e os coordenadores pedagógicos da instituição. O instrumento aplicado foi semelhante ao empregado por Allen, Lucero e Van Norman (1997) e Régis (2000). Esta validação realizada por meio do painel possibilitou a adequação das recompensas utilizadas à realidade da Faculdade de Ciências de Timbaúba/PE. Das 27 recompensas usadas no questionário modelo, 3 foram substituídas por outras de maior significância para a decisão de se envolver com o programa, uma foi acrescentada por representar uma valência repetidamente mencionada e outras quatro foram suprimidas por se mostrarem inadequadas durante os pré-testes. Desta forma, este painel forneceu uma lista de 25 recompensas que, na percepção dos discentes, poderiam ser conseguidas como conseqüência do envolvimento no programa. A lista de 25 recompensas foi então utilizada nas avaliações de valências e instrumentalidades. O quadro 3, apresentado a seguir, apresenta um comparativo das recompensas originais e a relação modificada pelos painéis. As células sem texto na coluna referente à Recompensa Original, corresponde à recompensa que foi acrescentada na segunda coluna. Na coluna da Recompensa Modificada, as células sem texto correspondem às recompensas originais que foram retiradas. 66 Recompensa Original 1. Oportunidade de beneficiar a sociedade. Recompensa Modificada 1. Oportunidade de beneficiar a sociedade. (I) 2. Oportunidade de promoção e 2. Oportunidade de desenvolvimento desenvolvimento profissional. profissional. (E) 3. Sentimentos fortes de satisfação com o 3. Sentimentos fortes de satisfação por causa emprego. do engajamento. (I) 4. Oportunidade de aprender coisas novas. 4. Oportunidade de aprender coisas novas. (I) 5. Oportunidade de ampliar a rede de relacionamentos. (E) 5. Oportunidade de vender serviços (prestar serviços externos). 6. Oportunidade de exercer liderança. 6. Oportunidade de exercer liderança devido ao engajamento. (In) 7. Variedade nas obrigações do trabalho. 7. Variedade em minhas atividades na organização. (I) 8. Participação em um time de trabalho. 8. Participação em um time de trabalho devido ao engajamento. (I) 9. Reconhecimento especial por parte dos 9. Reconhecimento especial por parte da alunos. sociedade. (E) 10. Maior oportunidade de crescimento como 10. Maior oportunidade de crescimento como pessoa. pessoa. (I) 11. Maior segurança no emprego 11. O sentimento de que a organização precisa (estabilidade). de você devido ao engajamento. (In) 12. Oportunidade de sentir que faz algo 12. Oportunidade de sentir que faz algo importante. importante. (I) 13. Utilização e desenvolvimento de novas 13. Utilização e desenvolvimento de novas habilidades. habilidades. (I) 14. Oportunidade de contribuir para decisões 14. Oportunidade de contribuir com a importantes. organização. (I) 15. Consumo do tempo de outras atividades importantes devido ao engajamento no programa. 16. Maiores sentimentos de amizade com os 15. Maiores sentimentos de amizade com os colegas de trabalho. colegas. (I) 17. Reconhecimento da administração pelas 16. Reconhecimento da direção pelas contribuições do servidor à organização. contribuições à organização devido ao engajamento. (E) 18. Oportunidade de melhorar a capacitação 17. Oportunidade de melhorar a capacitação profissional. profissional. (E) 19. Reconhecimento especial por parte dos 18. Reconhecimento especial por parte dos colegas de trabalho. colegas. (E) 20. Oportunidade de melhorar o desempenho 19. Oportunidade de melhorar o meu individual no trabalho. desempenho individual na organização. (E) 21. Melhor comunicação entre os servidores e 20. Melhor comunicação entre você e a a administração. direção da organização. (E) 22. Maior competitividade do CEFET diante 21. Oportunidade de contribuir para a maior da concorrência. competitividade da organização diante da concorrência. (E) 23. Oportunidade de trabalhar de maneira 22. Oportunidade de estar mais próximo à mais próxima à administração. direção da organização. (E) Quadro 3: Comparativo das recompensas originais e modificadas. Fonte: elaborado pelo próprio autor (continua) 67 24. Descontrole da programação diária do trabalho devido ao não engajamento no programa. 25. Possibilidade de aumentar a qualidade de 23. Possibilidade de aumentar a qualidade de vida pessoal e a qualidade de vida no trabalho. vida pessoal. (I) 26. Sentimentos fortes de auto-respeito (eu me respeito como profissional). 24. Oportunidade de melhorar a remuneração. (E) 27. Sentimentos fortes de orgulho e auto25. Sentimentos fortes de orgulho e autoestima (sua percepção a respeito do seu estima (sua percepção a respeito do seu próprio valor). próprio valor). (I) Quadro 3 – Comparativo das recompensas originais e modificadas Fonte: elaborado pelo próprio autor. E – motivação externa; I – motivação interna; In – internalização. Conforme: DERCI (1972) O modelo de painel empregado no pré-teste e o roteiro de entrevista da pesquisa encontram-se detalhados no Apêndice A e no Apêndice B, respectivamente. 3.3 Método de análise Foi realizada a análise descritiva dos dados com objetivo básico de resumir e apresentar os resultados de forma a permitir que possam ser interpretados de acordo com os objetivos da presente pesquisa (HAIR JR et al., 2005). Com a finalidade de analisar a correlação entre o conjunto das variáveis foi empregada a análise fatorial. No âmbito da análise fatorial, o que se pretendeu foi a identificação de possíveis associações entre as variáveis observacionais, de modo que se defina a existência de um fator comum entre elas. Rodrigues (2002) afirma que a análise fatorial permite a identificação de fatores ou constructos subjacentes às variáveis observacionais, o que, sem dúvida, contribui para facilitar sobremaneira a interpretação dos dados. Para se confirmar as dimensões intrínsecas e extrínsecas da escala, os dados foram tratados quantitativamente através de análise fatorial. Além disso, foi empregada rotação Varimax, uma vez que esta minimizou o número de 68 variáveis maximizando a variação entre os pesos de cada fator comum permitindo uma melhor interpretação dos fatores (HAIR JR et al., 2005). O SPSS foi empregado como instrumento para avaliar as informações coletadas, com o objetivo de oferecer uma compreensão inicial sobre o problema apresentado, revelar percepções e propor hipóteses para futuros estudos. As hipóteses deste estudo são apresentadas no quadro 4, juntamente com os métodos empregados para avaliá-las, com o objetivo de facilitar a visualização e compreensão dessas informações. Hipóteses Métodos de Análise 1. Os discentes da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresentam Estatística descritiva escores positivos de valência com respeito às recompensas relacionadas ao engajamento voluntário na Semana Universitária. 2. Os discentes da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresentam Estatística descritiva escores baixos de instrumentalidade com respeito às recompensas relacionadas ao engajamento voluntário na Semana Universitária. 3. Os discentes da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresentam, em Estatística descritiva sua maioria, escores altos com respeito à expectância de participação na semana universitária. 4. Em função do modelo multiplicativo, a motivação resultante para o Estatística descritiva engajamento voluntário no programa de extensão da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresenta resultados baixos, devido aos escores baixos da variável instrumentalidade. 5. As recompensas intrínsecas respondem pela eficácia do modelo -Análise fatorial multiplicativo de Vroom para o engajamento em um grau maior do que as -Tabulação Cruzada com extrínsecas. teste de Qui-quadrado -Regressão Logística 6. O modelo da expectância empregado tem poder suficiente para -Análise fatorial distinguir com exatidão os discentes que escolhem se engajar e os que -Tabulação Cruzada com escolhem não se engajar no programa de extensão universitária. teste de Qui-quadrado -Regressão Logística Quadro 4: Resumo das hipóteses Fonte: elaborado pelo próprio autor. No próximo capítulo serão apresentados os dados estatísticos obtidos de cada uma das variáveis motivacionais (valência, instrumentalidade e expectância), incluindo a força motivacional resultante e a respectiva análise dessas informações. 69 4. Resultados Este capítulo apresenta os resultados dos procedimentos estatísticos que permitem caracterizar as variáveis da motivação, de forma a possibilitar a realização dos testes das hipóteses. Ao longo da apresentação são registrados os resultados das análises estatísticas exploratórias e descritivas dos dados obtidos através do questionário e simultaneamente são feitas comparações desses resultados com a literatura revisada. Para melhor entendimento, as análises dos resultados são feitas com base em gráficos e tabelas de dados, estando dispostas na seqüência em que os objetivos específicos foram apresentados. Cada uma das variáveis motivacionais (valência, instrumentalidade e expectância) é analisada neste capítulo, incluindo o cálculo da força motivacional resultante, a partir do tratamento das mesmas. 4.1 Apresentação e Análise dos Dados A tabela 1 resume os resultados com relação ao número de discentes que responderam (350), indicando tanto aqueles que disseram que não são voluntários a se engajar na semana universitária (27), quanto aqueles que afirmaram que se engajariam voluntariamente caso haja uma oportunidade (323). Tabela 2: Amostra de pesquisa. Voluntário Amostra 323 (93,4%) Não Voluntário 27 (7,3%) 350 Total 350 (100,0%) Fonte: elaborado pelo autor A seguir é apresentada uma descrição do perfil dos discentes da Faculdade de Ciências de Timbaúba. 70 4.2 Força para participar a partir dos escores das valências, instrumentalidades e expectâncias De acordo com o Modelo de Vroom (1964), com respeito à valência e à instrumentalidade, foi solicitado que os discentes avaliassem, respectivamente, o grau de desejo e a probabilidade de conseguir cada recompensa que pode ser obtida como conseqüência do engajamento. Para a expectância, os respondentes estimaram as probabilidades de elevar o grau de engajamento por livre e espontânea vontade, bem como por se sentirem pressionados pela instituição. Os dados obtidos serviram para testar as hipóteses deste estudo. A hipótese 1 afirma que os discentes da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresentam escores positivos de valência com respeito às recompensas relacionadas ao engajamento voluntário na Semana Universitária. No quadro 5 são apresentados os resultados obtidos com respeito às modas e às percentagens das respostas referentes à Seção A do questionário a partir das avaliações feitas pelos discentes. Para se analisar as valências a escala utilizada variou de -3 (extremamente indesejável) passando por 0 (não importa ou não faz diferença), até +3 (extremamente desejável). Como se observa no quadro 5, todas as 25 recompensas apresentaram como moda avaliações positivas. A média das percentagens de avaliações positivas foi de 86,01%. O Apêndice C mostra as freqüências das avaliações das valências para cada ponto da escala. 71 Recompensas Valências Moda (-)% (0)% (+)% 1. Oportunidade de beneficiar a sociedade. 1 6,4 4,3 89,4 2. Oportunidade de desenvolvimento profissional. 3 5,8 1,4 92,6 3. Sentimentos fortes de satisfação por causa do engajamento. 1 6,4 3,1 98,8 4. Oportunidade de aprender coisas novas. 3 1,2 0,3 98,8 5. Oportunidade de ampliar a rede de relacionamentos. 2 2,6 2,0 95,4 6. Oportunidade de exercer liderança devido ao engajamento. 1 17,8 7,7 74,6 7. Variedade em minhas atividades na organização. 1 10,9 6,3 82,8 8. Participação em um time de trabalho devido ao engajamento. 1 15,4 9,4 75,2 9. Reconhecimento especial por parte da sociedade. 1 18,3 10,0 71,7 10. Maior oportunidade de crescimento como pessoa. 3 2,3 1,4 97,8 11. O sentimento de que a organização precisa de você devido ao engajamento. 12. Oportunidade de sentir que faz algo importante. 1 16,6 7,1 76,3 2 7,4 3,4 89,2 13. Utilização e desenvolvimento de novas habilidades. 2 0,3 1,4 98,3 14. Oportunidade de contribuir com a organização. 1 4,0 2,0 94,0 15. Maiores sentimentos de amizade com os colegas. 2 5,1 5,4 89,5 16. Reconhecimento da direção pelas contribuições à organização devido ao engajamento. 17. Oportunidade de melhorar a capacitação profissional. 1 14,4 7,7 77,9 2 2,4 0,9 96,7 18. Reconhecimento especial por parte dos colegas. 1 16,6 9,4 74,0 19. Oportunidade de melhorar o meu desempenho individual na organização. 20. Melhor comunicação entre você e a direção da organização. 2 3,7 3,7 92,6 1 9,7 5,4 84,9 21. Oportunidade de contribuir para a maior competitividade da organização diante da concorrência. 22. Oportunidade de estar mais próximo à direção da organização. 1 11,9 6,0 82,1 1 23,9 12,3 63,8 23. Possibilidade de aumentar a qualidade de vida pessoal. 1 15,7 6,3 78,0 24. Oportunidade de melhorar a remuneração. 2 7,4 6,0 86,6 25. Sentimentos fortes de orgulho e auto-estima (sua percepção a respeito do seu próprio valor). 3 6,6 4,0 89,4 Alpha: 0,8907 Quadro 5: Modas e percentagens de valências para cada uma das 25 recompensas. Fonte: elaborado pelo autor. 72 Como pode ser observado no gráfico 2, a hipótese 1 foi testada através dos percentuais das avaliações (escores) dos discentes e ela é plenamente aceita, visto que a maioria dos respondentes avaliou positivamente as valências com respeito as recompensas. Gráfico 2: Percentuais Médios das valências. Fonte: elaborado pelo próprio autor. Quanto à análise da instrumentalidade (analisada através do resultado obtido na Seção B do questionário) os discentes respondentes apresentam escores altos de instrumentalidade, com respeito às recompensas possíveis de serem alcançadas com a participação no programa de extensão oferecido pela FACET em Timbaúba (gráfico 3). Gráfico 3: Percentuais Médios da Instrumentalidade de Participação. Fonte: elaborado pelo próprio autor. 73 Portanto, a Hipótese 2, que afirmava que os discentes da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresentam escores baixos de instrumentalidade com respeito às recompensas relacionadas ao engajamento voluntário na Semana Universitária, não se mostrou verdadeira quando confrontada com os resultados obtidos. O quadro 6, apresentado a seguir, traz os resultados obtidos com respeito às modas e às percentagens das avaliações feitas pelos discentes. A escala de instrumentalidades variou seguindo o mesmo modelo aplicado na escala de valências (variando de -3, passando por 0, até +3). Como se observa, das 25 recompensas, apenas uma apresentou valor modal igual a 3, quatro obtiveram valores modais iguais a 2 e nenhuma apresentou valor modal 0. Recompensas 1. Oportunidade de beneficiar a sociedade. Instrumentalidade Moda (-)% (0)% (+)% 1 13,7 5,4 80,9 2. Oportunidade de desenvolvimento profissional. 1 15,1 4,6 80,3 3. Sentimentos fortes de satisfação por causa do engajamento. 1 9,4 3,7 86,9 4. Oportunidade de aprender coisas novas. 3 1,7 0,0 98,3 5. Oportunidade de ampliar a rede de relacionamentos. 2 4,6 0,9 94,6 6. Oportunidade de exercer liderança devido ao engajamento. 1 23,2 12,9 64,0 7. Variedade em minhas atividades na organização. 1 12,0 6,0 81,9 8. Participação em um time de trabalho devido ao engajamento. 1 16,5 9,7 73,7 9. Reconhecimento especial por parte da sociedade. 1 20,2 10,6 69,2 10. Maior oportunidade de crescimento como pessoa. 2 3,8 1,4 94,9 11. O sentimento de que a organização precisa de você devido ao engajamento. 12. Oportunidade de sentir que faz algo importante. 1 19,8 9,1 71,1 1 6,8 2,3 90,9 13. Utilização e desenvolvimento de novas habilidades. 2 3,4 0,9 95,7 14. Oportunidade de contribuir com a organização. 1 8,3 3,1 88,6 Quadro 6: Modas e percentagens de instrumentalidade para participar para cada uma das 25 recompensas. Fonte: elaborado pelo próprio autor (continua) 74 15. Maiores sentimentos de amizade com os colegas. 1 8,0 4,0 88,0 16. Reconhecimento da direção pelas contribuições à organização devido ao engajamento. 17. Oportunidade de melhorar a capacitação profissional. 1 16,5 8,6 74,9 2 4,3 2,6 93,1 18. Reconhecimento especial por parte dos colegas. 1 17,2 9,4 73,4 19. Oportunidade de melhorar o meu desempenho individual na organização. 20. Melhor comunicação entre você e a direção da organização. 1 6,3 2,9 90,8 1 15,1 7,7 77,2 21. Oportunidade de contribuir para a maior competitividade da organização diante da concorrência. 22. Oportunidade de estar mais próximo à direção da organização. 1 13,4 6,6 80,0 1 24,3 11,7 64,0 23. Possibilidade de aumentar a qualidade de vida pessoal. 1 16,5 9,4 74,1 24. Oportunidade de melhorar a remuneração. 1 12,0 8,3 79,7 25. Sentimentos fortes de orgulho e auto-estima (sua percepção a respeito do seu próprio valor). Alpha: 0,9125 a. Existem duas modas 1 e 2. O menor valor é o apresentado. 1ª 9,1 3,7 77,2 Quadro 6: Modas e percentagens de instrumentalidade para participar para cada uma das 25 recompensas. Fonte: elaborado pelo próprio autor No que se concerne às percentagens, todos os respondentes fizeram avaliações de instrumentalidades com valores maiores que 70%, com exceção das recompensas 6 e 22, ambas com 64,0%, e a recompensa 9 com 69,2%. O Apêndice D mostra as freqüências das avaliações das valências para cada item da escala. Em relação às expectâncias, os discentes apresentaram escores altos com respeito à expectância de engajamento na semana universitária. Como pode ser observado na página seguinte (tabela 3), o valor modal da expectância de participação é 0,8. De acordo com às percentagens, a maioria dos respondentes (82,0%) avaliou a expectância com escores superiores ou iguais a 0,5. A escala empregada para avaliar a expectância oscilou de 0% (não há chance de participar, ainda que quisesse) a 100% (não há dúvida de que eu poderia participar se quisesse). 75 Tabela 3: Freqüências, percentagens e moda das avaliações de expectância de participação. Exp. 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Total Freq. 9 6 6 21 21 51 26 52 68 35 55 350 Perc. 2,6 1,7 1,7 6,0 6,0 14,6 7,4 14,9 19,4 10,0 15,7 100 Moda 0,8 Exp. ≥ 0,5 (82,0 %) Med. = 0,6711 (s.d. = 0,25311) Fonte: elaborado pelo autor Na prática, a Hipótese 3, a qual diz que os discentes da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresentam, em sua maioria, escores altos com respeito à expectância de participação na semana universitária foram corroborados pelos resultados obtidos. O que pode ser observado no histograma das expectâncias (gráfico 4). 140 120 100 80 60 Frequency 40 Std. Dev = ,25 20 Mean = ,67 N = 350,00 0 0,00 ,13 ,25 ,38 ,50 ,63 ,75 ,88 1,00 Expectância de participação Gráfico 4: Expectância voluntária. Fonte: elaborado pelo próprio autor. 76 Depois de obtidas as três variáveis do modelo de Vroom, foi possível calcular a força motivacional para o engajamento na semana universitária. A força motivacional para se engajar, considerando-se os dados obtidos através dos resultados das valências, instrumentalidades e expectância foi analisada através das freqüências dos valores, como pode ser visto no quadro 7, os quais se pressupõe, são obtidos através dos produtos das variáveis pesquisadas e que podem variar entre –225 e +225 respectivamente (valor mínimo e máximo). Força -225 a -50,1 -50 a -0,1 0,0 0,1 a 50 50,1 a 100 100,1 a 150 150,1 a 200 Freq. Perc. Total 0 11 9 189 114 25 2 0,0 3,1 2,6 54,0 32,6 7,2 0,5 350 respondentes (100%) Quadro 7: Resultados da força motivacional para participar no programa de voluntariado Fonte: elaborado pelo autor 200,1 a 225 0 0,0 Além dos resultados da força motivacional ter sido, em sua maioria, positivos (86,6% dos discentes apresentaram o valor da força motivacional acima de zero e menor que 100), os escores de instrumentalidade não se mostraram baixos. De forma a facilitar a visualização, é apresentado no gráfico 5 o histograma da força para participar. 70 60 50 40 30 Frequency 20 Std. Dev = 34,60 10 Mean = 46,9 N = 350,00 0 0 0, 17 0 0, 15 0 0, 13 0 0, 11 ,0 90 ,0 70 ,0 50 ,0 30 ,0 10 0 0, -1 0 0, -3 Força Mot. p. Participar Gráfico 5: Força Motivacional para Participar Fonte: elaborado pelo autor 77 Apesar da grande maioria dos discentes apresentarem motivação positiva, a média mostrada no Gráfico 5 revela que a magnitude da motivação para se engajar não é alta, uma vez que o valor máximo da força é 225. A seguir são apresentados os dados da força motivacional para não participar. Estes dados serão usados no calculo da força motivacional resultante. 4.4 Força motivacional para não participar Em razão dos resultados das forças motivacionais para não participar serem usados para o cálculo da força resultante de cada discente, os resultados das variáveis instrumentalidades de não-participação, expectâncias de não-participação e as forças para não participar, são apresentados a seguir. Vale ressaltar que as valências que compõem o modelo da força para não participar são as mesmas que compõem o modelo da força para participar e que a escala de instrumentalidade de não participação (Apêndice B - Seção C) emprega o mesmo modelo aplicado na escala de valências (variando de -3, passando por 0, até +3). A diferença está na pergunta inicial, que trata da probabilidade de receber a recompensa sem o engajamento, participação na semana universitária. O quadro 7, traz os resultados obtidos com respeito às modas, às percentagens das avaliações feitas pelos discentes e o Alpha de Cronbach das instrumentalidades de nãoparticipação. Como se observa, das 25 recompensas, nenhuma apresentou percentagens ou valores modais maiores que 0 (ponto médio), sendo que todas obtiveram valores modais negativos. A média das percentagens de avaliações positivas (entre 0 e 3) foi de apenas 32,7%. Vale lembrar que valores negativos da instrumentalidade de não-participação favorecem a uma força motivacional resultante positiva. 78 Instrumentalidade Recompensas Moda (-)% (0)% (+) 1. Oportunidade de beneficiar a sociedade. -3 61,2 12,0 26,8 2. Oportunidade de desenvolvimento profissional. -1 57,5 12,9 29,7 3. Sentimentos fortes de satisfação por causa do engajamento. -1 67,1 8,0 24,9 4. Oportunidade de aprender coisas novas. -1 60,9 5,4 33,7 5. Oportunidade de ampliar a rede de relacionamentos. -1 58,0 8,0 34,0 6. Oportunidade de exercer liderança devido ao engajamento. -1 66,0 10,3 23,7 7. Variedade em minhas atividades na organização. -1 60,8 12,0 27,2 8. Participação em um time de trabalho devido ao engajamento. -1 64,0 10,6 25,4 9. Reconhecimento especial por parte da sociedade. -1 60,6 14,6 24,8 10. Maior oportunidade de crescimento como pessoa. -1 51,2 13,7 48,8 11. O sentimento de que a organização precisa de você devido ao engajamento. 12. Oportunidade de sentir que faz algo importante. -1 62,6 7,7 29,7 -1 56,0 9,4 34,6 13. Utilização e desenvolvimento de novas habilidades. -1 54,2 9,2 36,6 14. Oportunidade de contribuir com a organização. -1 60,5 8,6 30,9 15. Maiores sentimentos de amizade com os colegas. -1 46,2 13,1 40,7 16. Reconhecimento da direção pelas contribuições à organização devido ao engajamento. 17. Oportunidade de melhorar a capacitação profissional. -3 66,8 0,3 32,9 -1 55,4 7,7 36,9 18. Reconhecimento especial por parte dos colegas. -1 55,1 13,1 31,8 19. Oportunidade de melhorar o meu desempenho individual na organização. 20. Melhor comunicação entre você e a direção da organização. 21. Oportunidade de contribuir para a maior competitividade da organização diante da concorrência. -1 56,0 10,9 33,1 -1 -1 80,6 60,2 8,9 10,0 28,3 29,4 22. Oportunidade de estar mais próximo à direção da organização. -1 61,1 11,7 27,2 23. Possibilidade de aumentar a qualidade de vida pessoal. -1 60,0 10,9 29,1 24. Oportunidade de melhorar a remuneração. -1 48,2 14,6 37,2 25. Sentimentos fortes de orgulho e auto-estima (sua percepção a respeito do seu próprio valor). Alpha: 0,9746 -1 51,2 13,7 35,1 Quadro 7: Modas e percentagens de instrumentalidade para não participar para cada uma das 25 recompensas. Fonte: elaborado pelo autor Quadro 6: Modas e percentagens de instrumentalidade para não participar para cada uma das 25 recompensas. 79 Para uma melhor visualização são apresentados no gráfico 7 os percentuais médios de instrumentalidade de não participação. Gráfico 6: Percentuais das Instrumentalidades de Não Participação. Fonte: elaborado pelo autor No gráfico 7 são apresentados os histogramas com percentuais médios de ambas as instrumentalidades (participação e não participação). Gráfico 7: Percentuais Médios das Instrumentalidades. Fonte: elaborado pelo autor. 80 Os resultados presentes na tabela 4 correspondem às freqüências, percentagens e moda das avaliações de expectância de não participação. Como se observa, o valor modal da expectância de não participação é 1,0. Tabela 4: Freqüências, percentagens e moda das avaliações de expectância de não participação. Exp. 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Total Freq. 19 12 27 27 32 54 24 31 21 30 73 350 Perc. 5,4 3,4 7,7 7,7 9,1 15,4 6,9 8,9 6,0 8,6 20,9 100 Moda 1,0 Exp. ≥ 0,5 (66,7%) Med. = 0,5926 (s.d. = 0,3118) Fonte: elaborado pelo autor Quanto às percentagens, a maioria dos respondentes (66,7%) avaliou a expectância de não participação com escores superiores ou iguais a 0,5 (gráfico 9). 80 60 Frequency 40 20 Std. Dev = ,31 Mean = ,59 N = 350,00 0 0,00 ,13 ,25 ,38 ,50 ,63 ,75 ,88 1,00 Expectância de não participação invertida Gráfico 8: Expectância de não participação invertida. Fonte: elaborado pelo autor 81 Obtidas as três variáveis do modelo de Vroom, fez-se o cálculo da força motivacional para não participar. Observa-se no quadro 7 que 63,1% (220) dos discentes apresentaram valores negativos ou nulos da força motivacional para não participar da Semana Universitária. Outros discentes, 36,9% (129), apresentaram força motivacional entre 0,1 e 200. Percebe-se que, assim como visto no quadro 8, os valores mínimos e máximos possíveis de serem obtidos pelos produtos das valências, instrumentalidades de não participação e expectâncias de não participação são –225 e +225 respectivamente. Força -225 a -50,1 -50 a -0,1 0,0 0,1 a 50 50,1 a 100 100,1 a 150 150,1 a 200 200,1 a 225 Freq. Perc. Total 48 152 13,8 43,5 350 respondentes (100%) 20 5,8 105 30 19 5,5 4 1,1 1 0,3 0 0,0 Quadro 8: Resultados da força motivacional para não participar na Semana Universitária. Fonte: elaborado pelo autor. No gráfico 9, disponível a seguir, são apresentados os escores da força para nãoparticipar de forma a permitir uma melhor visualização dos valores levantados com o questionário. 120 100 80 60 Frequency 40 Std. Dev = 44,79 20 Mean = -10,1 N = 350,00 0 0 0, 180,0 16 , 0 0 140,0 120,0 10 0 , 80,0 60 0 , 40,0 20 0 0, , 0 0 -2 , 0 0 -4 , 0 0 -6 , 0 0 -8 0,0 0 -1 0,0 2 -1 ,0 40 -1 0,0 6 -1 0,0 8 -1 0,0 0 -2 Força Mot. p. Não-participar Gráfico 9: Força Motivacional para Não Participar Fonte: elaborado pelo autor 82 Obtidas as forças motivacionais para participar e para não participar, foi possível calcular a força motivacional resultante e assim, testa a hipótese 4. No gráfico 6 é apresentado o histograma da força motivacional resultante. Os resultados obtidos das forças dos discentes foram baixos, o que nos leva a uma aceitação parcial da hipótese 4. 60 50 40 30 Frequency 20 Std. Dev = 59,40 10 Mean = 57,0 N = 350,00 0 0 0, 34 0 0, 30 0 0, 26 0 0, 22 0 0, 18 0 0, 14 0 0, 10 ,0 60 ,0 20 0 0, -2 0 0, -6 ,0 00 -1 Força Mot. Resultante = f_pa - f_np Gráfico 10: Força Motivacional Resultante. Fonte: elaborado pelo próprio autor. Em função do modelo multiplicativo se supôs que a motivação resultante para o engajamento voluntário no programa de extensão da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresentaria resultados baixos, devido aos escores baixos da variável instrumentalidade. Porém, apesar dos valores encontrados serem baixos, não são decorrentes da instrumentalidade baixa, como foi apresentado na hipótese 4, mas por causa do efeito multiplicativo da fórmula de Vroom. A expectância de participação obteve média de 0,6711 (Tabela 3), o que influenciou para que o valor da força motivacional para se engajar não fosse alta, apesar da grande incidência de valores positivos (entre 0 e 100). Associado a isto, o efeito de subtração da fórmula para o cálculo da força resultante, ainda que se considerem os 83 respondentes que obtiveram força motivacional de não engajamento negativa (que faz elevar a força resultante) estes escores foram baixos (quadro 5), fazendo com que a força motivacional resultante não atingisse valores mais altos. A seguir são apresentados os resultados referentes às hipóteses 5 e 6. 4.5 Exatidão das predições da teoria da expectância A tabela 5 repete o número de participantes e voluntários, conforme declarado pelos próprios discentes no questionário, e mostra as predições com base na força motivacional resultante na última coluna. Tabela 5: Nº de participantes, voluntários e as predições com base na força motivacional resultante Voluntários Amostra 323 (92,3%) Predição de Voluntários 303 (86,3%) (7,7%) Predic. Não Voluntários 47 (13,4%) (100%) Total 350 (100%) Não Voluntários Total 27 (100%) Fonte: elaborado pelo autor Duas são as hipóteses analisadas neste estudo referentes à exatidão das predições, as Hipóteses 5 e 6. A primeira diz que as recompensas intrínsecas respondem pela eficácia do modelo multiplicativo de Vroom para o engajamento em um grau maior do que as extrínsecas. Já a segunda hipótese, defende que o modelo da expectância empregado tem poder suficiente para distinguir com exatidão os discentes que escolhem se engajar e os que escolhem não se engajar no programa de extensão universitária. Ou seja, os voluntários apresentariam resultados positivos da força motivacional resultante, enquanto os não voluntários 84 apresentariam resultados negativos. É importante lembrar que a força motivacional resultante é igual à força para participar menos a força para não participar. Assim, aqueles que apresentaram força resultante positiva foram rotulados de voluntários, por outro lado, os que apresentaram força resultante negativa foram rotulados de não voluntários, obtendo-se assim, as predições para os discentes. Por último, estas predições foram comparadas com as declarações dos discentes no questionário quanto ao estado atual: voluntário ou não voluntário. Para testar a hipótese 5, a força motivacional resultante foi calculada separadamente, levando em consideração se as recompensas apresentadas eram classificadas em intrínsecas, extrínsecas ou internalizadas. Os resultados são apresentados nas tabelas a seguir. Também foram verificadas as percentagens de acertos e erros, com respeito às predições propostas pela teoria da Expectância, através de tabulação cruzada, cálculo do X2 para a bondade de ajustamento (PARKER; DYER, 1976), como pode ser observado na tabela 6. Tabela 6: Predição de voluntários intrinsecamente motivados. Predições Voluntários Não Voluntário Total Total Percent. de Acertos 14 13 301 49 86,0 % 14,0% 27 350 50,0% med. Estado Atual Voluntários Não Voluntários 287 36 323 X2 = 28,33 Sig. < 0,01 Fonte: elaborado pelo autor Como se pode observar na tabela 6, quando os cálculos são feitos considerando-se apenas as recompensas classificadas, conforme a literatura (DECI, 1972), em intrínsecas o modelo fez predições corretas em 50% dos casos. Contudo, o modelo mostrou exatidão apenas em suas predições com respeito aos discentes que seriam voluntários (86%), mas o 85 mesmo não ocorre com respeito aos que não seriam não-voluntários (14%), como pode ser visto no gráfico 11. Voluntário Predição de voluntários 7,7% 13,4% não voluntário não voluntár io não voluntário não voluntár io 86,3% voluntário 92,3% voluntário voluntário voluntário Gráfico 11: Diferença estatística entre o número de predições realizadas e aqueles que se definiram como voluntários. Fonte: O próprio autor. Quando realizado o mesmo cálculo, considerando apenas os valores correspondentes às recompensas extrínsecas, há uma redução nos resultados obtidos. Na tabela 7 é possível observar que apenas em suas predições com respeito aos discentes que seriam voluntários (85,1%) houve uma redução no grau de acerto do modelo empregado, sendo a mesma redução visível nos casos que dizem respeito aos que não seriam voluntários (14,8%). Tabela 7: Predição de voluntários extrinsecamente motivados. Estado Atual Voluntários Não Voluntários Predições Voluntários Não Voluntário Total 2 X = 20,24 Sig. < 0,01 Fonte: elaborado pelo autor Total Percent. de Acertos 283 40 15 12 298 52 85,1% 14,8% 323 27 350 49,9% med. 86 A diminuição na capacidade de predição é ainda maior quando são considerados apenas as recompensas internalizadas, o que é compreensível em razão do número reduzido de recompensas assim classificadas (apenas duas). O modelo permanece apresentando uma exatidão maior em suas predições com respeito aos discentes que seriam voluntários (72%), mas não com respeito aos que não seriam voluntários (28%). Na tabela 8, apresentada a seguir, é visível que o modelo realizou predições corretas em 50% dos casos. Tabela 8: Predição de voluntários internalizada. Estado Atual Voluntários Não Voluntários Predições Voluntários Não Voluntário Total Total Percent. de Acertos 240 83 15 12 252 98 72,0% 28,0% 323 27 350 50,0% med. X2 = 11,01 Sig. < 0,01 Fonte: elaborado pelo autor A partir do exposto percebe-se que a Hipótese 5 foi parcialmente confirmada, uma vez que, apesar dos resultados obtidos com as recompensas intrínsecas terem apresentado um grau maior de acerto que as extrínsecas, a diferença é muito pequena. Porém, os resultados obtidos sugerem que tanto as recompensas intrínsecas quanto as extrínsecas são importantes e uma não pode ser diretamente substituída pela outra, o que está de acordo com o que foi defendido por Walton (1997), Vansteenkiste, Lens e Deci (2006). Para a validação da escala, considerando as dimensões Intrínsecas, Extrínsecas e Internalizadas, os dados foram tratados quantitativamente através de análise fatorial confirmatória com dois fatores e rotação Varimax. O processo de rotação facilita a interpretação dos dados, pois objetiva aumentar os fatores de carregamento de uma variável e reduzir o número de fatores que uma variável carrega (HAIR JR, 2005). Isto permitiu 87 confirmar as dimensões intrínsecas e extrínsecas da escala, o que pode ser observado no quadro 9, adiante. Inicialmente foi realizada a rotação com três fatores (intrínseco, extrínseco e internalizado), mas os valores apresentados pelas recompensas classificadas como internalizadas oscilava entre os outros dois fatores. Ou seja, a tentativa de confirmar com três fatores não obteve resultados satisfatórios em razão das recompensas internalizadas não carregarem em um fator separado, mas apresentando resultados em ambos fatores (intrínsecas e extrínsecas). 88 Recompensas Classificação Inicial Componentes Extrínseca Intrínseca 1. Oportunidade de beneficiar a sociedade. Intrínseca 00,2455 ,529 2. Oportunidade de desenvolvimento profissional. Extrínseca ,516 ,112 3. Sentimentos fortes de satisfação por causa do engajamento. Intrínseca 00,6437 ,601 4. Oportunidade de aprender coisas novas. Intrínseca -00,3534 ,514 5. Oportunidade de ampliar a rede de relacionamentos. Extrínseca 00,5182 ,474 Internalizada ,364 ,365 7. Variedade em minhas atividades na organização. Intrínseca ,283 ,457 8. Participação em um time de trabalho devido ao engajamento. Intrínseca ,399 ,353 9. Reconhecimento especial por parte da sociedade. Extrínseca ,721 ,128 10. Maior oportunidade de crescimento como pessoa. Intrínseca ,340 ,498 Internalizada ,497 ,378 12. Oportunidade de sentir que faz algo importante. Intrínseca ,292 ,613 13. Utilização e desenvolvimento de novas habilidades. Intrínseca ,202 ,531 14. Oportunidade de contribuir com a organização. Intrínseca ,229 ,526 15. Maiores sentimentos de amizade com os colegas. Intrínseca 00,9932 ,464 16. Reconhecimento da direção pelas contribuições à organização devido ao engajamento. Extrínseca ,713 ,147 17. Oportunidade de melhorar a capacitação profissional. Extrínseca ,423 ,383 18. Reconhecimento especial por parte dos colegas. Extrínseca ,574 ,229 19. Oportunidade de melhorar o meu desempenho individual na organização. Extrínseca ,567 ,224 20. Melhor comunicação entre você e a direção da organização. Extrínseca ,641 ,148 21. Oportunidade de contribuir para a maior competitividade da organização diante da concorrência. Extrínseca ,624 ,100 22. Oportunidade de estar mais próximo à direção da organização. 23. Possibilidade de aumentar a qualidade de vida pessoal. Extrínseca ,728 00,3148 Intrínseca ,777 00,3490 24. Oportunidade de melhorar a remuneração. Extrínseca ,592 ,170 25. Sentimentos fortes de orgulho e auto-estima (sua percepção a respeito do seu próprio valor). Intrínseca ,421 ,321 6. Oportunidade de exercer liderança devido ao engajamento. 11. O sentimento de que a organização precisa de você devido ao engajamento. Nota: Resultados obtidos através da análise de dados com o SPSS. Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization. Quadro 9: Análise Fatorial com Rotação Varimax dos Componentes com base nas valências das 25 recompensas. 89 Foram 12 itens do questionário classificados como motivações intrínsecas (1, 3, 4, 7, 8, 10, 12, 13, 14, 15, 23 e 25) com resultados de carga fatorial variando entre 0,45 e 0,61. Já as recompensas classificadas como motivação extrínseca, composta de 11 itens (2, 5, 9, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22 e 24) com valores de carga fatorial variando entre 0,51 e 0,72. Os itens 6 (oportunidade de exercer liderança devido ao engajamento), 8 (participação em um time de trabalho devido ao engajamento), 11 (o sentimento de que a organização precisa de você devido ao engajamento), 17 (oportunidade de melhorar a capacitação profissional) e 25 (sentimentos fortes de orgulho e auto-estima), apresentaram cargas em mais de um fator, com empate entre a carga fatorial no fator motivação extrínseca e no fator motivação intrínseca (diferença menor que 0,150). Quando isso acontece, o item, em geral, é considerado ruim por apresentar variância concomitantemente com dois fatores distintos (HAIR JR et al., 2005). Em conseqüência dos resultados apresentados, as referidas questões podem vir a ser suprimidas em aplicações futuras do questionário de forma a reduzir parcialmente o número elevado de questões do instrumento de pesquisa. No caso das recompensas 6 e 11 o empate entre a carga fatorial pode refletir a existência de uma diferenciação progressiva dos tipos de motivação dependentes do processo de internalização, podendo apresentar características da motivação intrínseca e extrínseca, uma vez que, o mesmo consiste na incorporação de mecanismos externos de controle (VALLERAND et al.,1991). Os itens 5 (oportunidade de ampliar a rede de relacionamentos) e 23 (possibilidade de aumentar a qualidade de vida pessoal), devem ser reavaliados, uma vez que carregaram no fator motivacional inverso daquele inicialmente esperado. O que pode ter ocorrido foi a interpretação da recompensa 5 como uma necessidade social e a rede de relacionamento ter sido entendida como uma relação de amizade, estando dissociada das redes de relacionamento criadas com o objetivo de alcançar metas profissionais. Problema de interpretação semelhante 90 pode ter ocorrido com a questão 23, diante da dificuldade de se interpretar o que seria a qualidade de vida a que se refere a recompensa. Assim, após a análise dos componentes principais a escala construída inicialmente com 25 itens pode vir a ser substituída por uma com 20 itens. Com relação à precisão, a escala total alcançou um índice satisfatório, com coeficiente Alpha de Cronbach igual a 0,89. A escala com as recompensas classificadas como intrínsecas alcançou o índice de α=0,76, a escala com as recompensas extrínsecas obteve α=0,83 e a escala com as recompensas internalizadas apresentou um coeficiente α=0,47. Vale destacar que as recompensas internalizadas possuíam apenas dois itens na escala. Os 20 itens finais, ao se agruparem em dois fatores motivacionais, revelam congruência da escala com os constructos teóricos que ela se propõe medir (DERCI, 1972; VALLERAND et al.,1991; VANSTEENKISTE; LENS; DECI, 2006). Pode ser observado na tabela 9 que a Hipótese 6 foi aceita de forma parcial. O modelo fez predições corretas em 49,4% dos casos. Contudo, como pode ser observado o modelo mostrou exatidão apenas em suas predições com respeito aos discentes que se engajariam (85,5%), mas não com respeito aos que não se engajariam (13,4%). Resultado semelhante aquele obtido em pesquisas anteriores. Tabela 9: Exatidão do modelo para predizer o comportamento dos discentes quanto ao engajamento. Predições Voluntários Não Voluntário Total X2 = 37,15 Sig. < 0,01 Estado Atual Voluntários Não-Voluntários 290 13 33 14 323 27 Fonte: elaborado pelo autor Total 303 47 Percent. de Acertos 85,5% 13,4% 350 49,4% med. 91 Como mostrado na segunda linha das predições da tabela 9; 47 não voluntários eram esperados (força resultante negativa), mas apenas 13 dentre estes afirmaram que não se engajariam (estado atual). Quanto às predições para ser voluntário, como é possível observar na primeira linha da tabela, 323 voluntários eram esperados (força resultante positiva), sendo que 290 disseram ser voluntários (estado atual). 4.6 Probabilidade de participação com base na força motivacional resultante Devido à natureza dicotômica da variável dependente (engajado ou não-engajado), foi empregada, em caráter de triangulação, uma regressão logística no exame das diferenças (Apêndice H), entre voluntários e não-voluntários, medidas através da força motivacional resultante (ALLEN; LUCERO; VAN NORMAN, 1997). Os resultados da análise são apresentados no capítulo seguinte. Os resultados obtidos através das análises estatísticas foram efetuados com a utilização do programa SPSS. Os resultados da regressão logística são apresentados na tabela 10. O estado atual (voluntário; não voluntário) compôs a variável dependente e, a força resultante, a variável independente. O coeficiente de correlação apresentado, apesar de baixo, é estatisticamente significante e positivo. Tabela 10: Regressão logística para a probabilidade de se engajar. Variável Força Motivacional Resultante Constante Bondade de Ajustamento χ2 -2 Log Likelihood Percentual de Acertos Fonte: elaborado pelo autor Coeficiente ,0211 1,77 320,444 167,065 91,71% S.E. 0,0050 Wald 18,0179 Sig. ,0000 R ,2902 Exp (B) 1,0214 92 Observa-se que valores mais altos da força motivacional resultante estão associados à probabilidade dos indivíduos se declararem voluntários. Isto sugere que aqueles que se declararam voluntários avaliam o engajamento na semana universitária de maneira mais favorável do que aqueles que se declararam não-voluntários ao engajamento. Este resultado é consistente com a perspectiva da teoria da expectância de que as pessoas irão escolher a alternativa (tornar-se voluntário ou não-voluntário), de acordo com suas percepções individuais do valor associado com as várias recompensas. No capítulo seguinte, são apresentadas as conclusões com base nos resultados encontrados. 93 5. Conclusões Este capítulo apresenta um resumo das principais conclusões e contribuições deste estudo, suas limitações, as implicações práticas e sugestões de futuros estudos, os quais estão detalhados a seguir. O presente estudo se propôs analisar a motivação de discentes para o engajamento voluntário em um programa de extensão universitária, ao passo que buscou examinar o poder da Teoria Motivacional da Expectância em predizer o elemento comportamental da atitude de se engajar nas atividades de extensão, avaliando as influências de algumas características organizacionais sobre essa associação. As considerações com respeito ao engajamento foram feitas com base na motivação dos discentes para participarem da semana universitária na Faculdade de Ciências de Timbaúba, tendo por referencial teórico a teoria motivacional de Victor Vroom (1964). Discorreu-se também sobre as atividades de extensão universitária, tendo por referencial diversos autores da literatura desse tema (CARNEIRO, 1998; DOURADO; OLIVEIRA, 1999; MESQUITA FILHO, 2005; BALDEZ, 2006; PLEITEZ, 2006; FRAUCHES; FAGUNDES, 2007). Os conceitos de interesse à pesquisa foram organizados na forma de um questionário (survey), o qual foi impresso e distribuído a discentes selecionados de forma aleatória com o emprego do Excel, alcançando-se uma amostra 350 respondentes. Inicialmente foram coletadas informações referentes ao estado atual de engajamento (voluntário ou não-voluntário) dos respondentes para a semana universitária. Em seguida, foram obtidas as freqüências dos escores com os quais os discentes avaliaram as variáveis independentes: valências, instrumentalidades (participação e de não-participação) e expectância. Os dados foram analisados quantitativamente pelo SPSS, para verificar a influência de cada uma sobre a força motivacional resultante. Foram, também, realizadas análises da força motivacional resultante calculada apenas com recompensas intrínsecas, bem 94 como calculada apenas com recompensas extrínsecas e internalizadas (Apêndice F). Com o objetivo de verificar o grau de acerto das predições do modelo adotado na pesquisa foi realizada uma tabulação cruzada entre as freqüências observadas (variável dependente) e as freqüências esperadas a partir da força motivacional resultante (resultado do modelamento das variáveis independentes), bem como a regressão logística para verificar a probabilidade do comportamento com base nos valores da força motivacional resultante. No caso das recompensas intrínsecas, extrínsecas e internalizadas, os dados foram tratados através de análise fatorial com rotação Varimax para confirmar as dimensões intrínsecas e extrínsecas da escala. O modelo da expectância foi analisado a partir das freqüências dos escores da valência, da instrumentalidade, da expectância e da força motivacional dos discentes para se engajarem na semana universitária, cujas conclusões encontram-se a seguir. No que diz respeito à valência, evidencia-se que os discentes a avaliaram com valores elevados, o que confirma a primeira hipótese, de que os discentes da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresentam escores positivos de valência com respeito às recompensas relacionadas ao engajamento voluntário na semana universitária. Os resultados significativamente positivos dos escores da avaliação dessas recompensas indicam a sua valorização por parte dos discentes, bem como a efetividade dos cuidados que devem ser adotados no pré-teste (PARKER, DYER, 1976; MITCHELL, 1971) para a montagem da lista. Das recompensas avaliadas, aquelas que apresentaram escores mais elevados (98,8% de valências positivas – quadro 3) foram a “3. Sentimentos fortes de satisfação com o engajamento” e “4. Oportunidade de aprender coisas novas”, ambas classificadas como fatores motivacionais intrínsecos. As recompensas com maior grau de rejeição foram a “22. Oportunidade de estar mais próximo à direção da organização” (23,9% de valências negativas – quadro 5) e a “9. Reconhecimento especial por parte da sociedade” (18,3% de valências 95 negativas – quadro 5), ambas classificadas como fatores motivacionais extrínsecos. De acordo com os resultados obtidos, pode-se inferir que as recompensas associadas ao desenvolvimento de novas habilidades, a compreensão dos assuntos, entre outras características comportamentais referentes à qualificação profissional são particularmente valorizados. O que está perfeitamente de acordo com a concepção de valência enquanto uma recompensa única para cada indivíduo, estando condicionada às suas experiências e podendo variar substancialmente durante um período de tempo, tendo seu foco sobre o grau em que as recompensas venham satisfazer os objetivos ou necessidades individuais e a atratividade destas potenciais recompensas para o indivíduo. Se considerarmos que os indivíduos consultados nesta pesquisa se constituem em sua totalidade de membros do corpo discente de uma única instituição de ensino, esses resultados (valorização de recompensas atreladas a qualificação profissional) podem refletir as variáveis contextuais as quais os discentes compartilham por fazerem parte de uma mesma rede de significados culturalmente construídos. O que pode ser um indício de que os processos motivacionais podem sofrer influência de interações cognitivas com os outros, ocasionando a revisão dos esquemas interpretativos do sujeito. Dessa maneira, os discentes estariam internalizando o reconhecimento, a avaliação das recompensas e expectativas através das suas interações sociais cotidianas. Contrariando a hipótese 2, os discentes não avaliaram à instrumentalidade com valores baixos, com respeito as recompensas relacionadas ao engajamento voluntário na Semana Universitária. As avaliações positivas ficaram acima do ponto médio. No caso da avaliação da instrumentalidade as recompensas com os escores mais baixos são a “6. Oportunidade de exercer liderança devido ao engajamento” com 23,2% de instrumentalidades negativas, e, mais uma vez, o item “22. Oportunidade de estar mais próximo à direção da organização.” com 24,3% de instrumentalidades negativas. A exemplo 96 do que aconteceu nas valências, ambas as recompensas são classificadas como fatores motivacionais extrínsecas. Porém, cabe salientar que os escores dessas duas recompensas não são baixos, ou seja, todos os discentes avaliaram ambas com valores de instrumentalidade acima do ponto médio (zero). Assim, pode-se concluir que os discentes avaliaram o engajamento, de modo geral, como sendo um dos componentes instrumentais para o alcance das recompensas, independente do valor anteriormente atribuído na escala de valência. A hipótese 3 afirma que os discentes da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresentam, em sua maioria, escores altos com respeito à expectância de participação na semana universitária. A maioria dos respondentes (82,0%) avaliou a expectância com escores superiores ou iguais a 0,5, o que confirmou a hipótese. Em relação à força motivacional resultante, houve uma concordância parcial com a hipótese 4, a qual afirma que a motivação resultante para o engajamento voluntário no programa de extensão da Faculdade de Ciências de Timbaúba apresenta resultados baixos, devido aos escores baixos da variável instrumentalidade, em função do modelo multiplicativo. Contudo, não se pode assegurar que a razão por traz dessa ocorrência seja em razão de escores baixos da variável instrumentalidade. Porém, por se tratar de um modelo multiplicativo, os escores da expectância podem ter exercido um efeito redutor por ser uma probabilidade (a média da expectância foi de 67,119%), além das influências da força motivacional de não engajamento. Apesar de 94,3% dos resultados da força motivacional resultante obtidos terem sido positivos, esses escores, considerando o escore máximo (+450) que pode ser alcançado na escala adotada e que esse mesmo valor não foi alcançado por nenhum dos respondentes, percebe-se que essa força motivacional foi reduzida entre os discentes. 97 5.1 Exatidão das predições A força motivacional resultante (força para participar menos e força para não participar) foi empregada para se testar a exatidão da hipótese 5, a qual foi parcialmente confirmada, uma vez que, apesar dos resultados obtidos com as recompensas intrínsecas terem apresentado um grau maior de acerto que a extrínsecas, a diferença se mostrou pequena, o que sugere não haver uma influência maior de um tipo de recompensa sobre o grau de acerto da teoria. Os resultados obtidos sugerem que tanto as recompensas intrínsecas quanto as extrínsecas são importantes e uma não pode ser diretamente substituída pela outra. De acordo com Walton (1997), Vansteenkiste, Lens e Deci (2006), a dicotomia entre os tipos de motivação intrínseca e extrínseca apenas limitaria a compreensão do problema, pois, várias das atividades que são realizadas sofrem influência de razões extrínsecas e, ainda assim, podem ocorrer o engajamento e resultados semelhantes aos obtidos com atividades motivadas intrinsecamente. Porém, apesar da concepção de que seria simplista conceber os constructos motivação intrínseca e motivação extrínseca como opostos, Ryan e Deci (2000a; 2000b) enfatizam que a qualidade das atividades pode ser diferente quando se comparam indivíduos intrinsecamente motivados. Dessa forma, podemos entender que apesar da proximidade entre os resultados da capacidade de precisão da teoria com relação aos dois tipos de recompensas, isso não indicaria necessariamente que a qualidade do engajamento seria a mesma. O teste da hipótese 5 mostrou que, conforme a teoria, a força motivacional resultante para o engajamento na semana universitária da Faculdade de Ciências de Timbaúba calculada com base nas recompensas intrínsecas (50%) apresenta resultados com um índice total de acertos maior do que aqueles obtidos apenas com as recompensas extrínsecas (49,9%). No caso da hipótese 6, a qual diz que o modelo teórico empregado tem poder suficiente para distinguir com exatidão os discentes que escolhem se engajar e os que 98 escolhem não se engajar no programa de extensão universitária, também teve uma confirmação apenas parcial. O modelo mostrou exatidão apenas em predições a respeito dos discentes que se engajariam (Voluntários: 85,5%), mas não com respeito aos que não seriam Voluntários (13,4% de acertos). Dimensões distintas podem estar influenciando para esta diferença nas predições, principalmente dos não voluntários. Os resultados demonstram que apesar da escala de valências construída apresentar auto índice de consistência interna (α = 0,8907), ocorreu uma variação entre os alfas obtidos com um aumento gradual no seu valor em ambas escalas de instrumentalidade (α = 0,9125 para participação e α = 0,9746 para não-participação). Resultado semelhante foi obtido por Brito (2008), que empregou a escala de Regis (2000) obtendo os seguintes valores de confiabilidade: Constructo Valência Alpha de Cronbach 0,920 Número de Itens 23 Instrumentalidade Engajamento 0,936 23 Instrumentalidade Não Engajamento 0,978 23 Quadro 10: Confiabilidade dos Construtos Fonte: Adaptado de Brito 2008, p. 104. Na seção seguinte, são comentadas as limitações que permeiam o presente estudo. 5.2 Limitações do estudo Ainda que o presente estudo tenha importantes contribuições, existem limitações que devem ser comentadas. Uma delas deveu-se ao questionário não ter uma questão que avaliasse o interesse dos discentes em voltar a se engajar, caso já o tivessem feito antes. Considerou-se que todos 99 aqueles que responderam que já haviam participado da atividade de extensão, voltariam a fazê-lo. O que pode ter aumentado o erro de predição do referido instrumento. Uma segunda limitação refere-se ao aspecto temporal, o modelo de pesquisa adotado é o transversal, com todas as medições realizadas em um único "momento", não existindo, portanto, período de seguimento dos indivíduos. Não obstante os resultados obtidos sejam capazes de fornecer dados importantes, uma pesquisa de caráter longitudinal poderia vir a fornecer dados mais expressivos. Uma limitação também presente em pesquisas anteriormente realizadas (REGIS, 2000; MADRUGA, 2007; BRITO, 2008) se refere à possível influência do tamanho do questionário, em conseqüência da fadiga. Cada discente respondeu três listas, totalizando 75 questões. Estas listas diziam respeito às avaliações de valências, instrumentalidades de participação e instrumentalidades de não participação, para cada uma das 25 recompensas. Além destas, as outras partes do questionário somaram mais 11 questões perfazendo um total de 86 questões. Mesmo com a redução realizada no número de questões o tempo necessário para se responder ao questionário ocupou, em média, de 30 a 40 minutos dos respondentes. Em função de a pesquisa ter sido realizada em uma única organização, com as características bastante particulares a uma instituição de ensino particular brasileira, do interior do estado de Pernambuco e tendo apenas discentes como componentes da amostra, faz-se necessário a replicação desse estudo em outros ambientes organizacionais para que os resultados possam ser generalizados. No entanto, essa limitação pode servir de estímulo para realização de estudos comparativos. A presente pesquisa não considerou variáveis externas ao modelo teórico utilizado como referência no presente estudo, por essa razão aspectos afetivos dos discentes, padrões de personalidade, lócus de controle, auto-avaliação, interesse pela graduação cursada, pela 100 carreira profissional em sua área de estudo e o tipo de vínculo estabelecido com os professores e a instituição, não foram incluídos. Os resultados sugerem a existência de limitações para a generalização do modelo da expectância e a necessidade de se aprimorar o instrumento de pesquisa. O modelo da expectância se mostrou capaz de predizer o potencial de voluntários para se engajarem na semana universitária, mas não foi muito efetivo na predição do número de não voluntários. Variáveis, como padrões de personalidade, lócus de controle e auto-avaliação, por se tratarem de variáveis externas ao modelo podem ter afetado as predições da teoria da expectância (PARKER; DYER, 1976). Uma das formas de aperfeiçoamento do questionário de recompensas do modelo da Expectância acontece à medida que são acrescentadas novas variáveis que enfoquem o contexto em que ocorrem as cognições, uma vez que, pressões ambientais podem afetar o índice de engajamento. 5.3 Implicações práticas Os resultados observados nesta pesquisa indicam a existência de uma correlação direta entre uma ação de se engajar e o resultado esperado por essa ação para os indivíduos que dela participaram. Estes resultados estão de acordo os pressupostos da teoria da expectância de que é preciso compreender as ligações entre esforço e desempenho, entre desempenho e recompensas e entre recompensas e satisfação dos objetivos individuais, para que o modelo da expectância possa ser corretamente operacionalizado (VROOM, 1976). A teoria da expectância leva a concluir que o engajamento com a semana universitária (a força motivacional resultante) é maior quando os indivíduos avaliam que existem vantagens em participar da mesma e quando os indivíduos avaliam que não existem ameaças aos seus interesses (RÉGIS, 2000). Assim, a instituição deve buscar criar as condições que favoreçam 101 o alcance dos benefícios (recompensas) desejados pelos discentes como estratégia para estimular a sua participação em ações educacionais. O desenvolvimento de estratégias que privilegiem uma melhor adequação com as necessidades do mercado de trabalho pode vir a favorecer o engajamento, considerando que as recompensas com os escores mais elevados (valência) envolvem a satisfação e o desenvolvimento de novas habilidades. Uma vez que a valência pode ser afetada não apenas pelas experiências passadas, mas também pela situação presente e, em conseqüência, pelas organizações com as quais o indivíduo tenha vínculo (NADLER; LAWLER III, 1991), tornase natural a valorização dessas recompensas por parte dos graduandos. Desse modo, as estratégias de educação poderão vir a se consolidar como fatores motivacionais, contribuindo para o efetivo sucesso dos programas de extensão, permitindo uma melhor adequação dessas atividades nas universidades em sintonia com as necessidades do mercado de trabalho, e para a realização das aspirações daqueles que se engajam. Não devemos, contudo, considerar os discentes como possuidores de comportamentos iguais, o que pode acarretar uma redução das medidas que visam contribuir para a criação de estratégias motivacionais (MITCHELL, 1982). Ao considerar que o comportamento humano não se trata de uma simples resposta aos estímulos ambientes, mas sim de um processo cognitivo integrado, que envolve experiências particulares vividas pelo sujeito e a avaliação das ações que ele pode desempenhar a fim de alcançar um resultado, cada tipo de atividade requer diferentes sistemas de recompensas (COLL; MARCHESI; PALÁCIOS,1996). Os dados obtidos demonstram que um modelo de expectância within-person poderá ser empregado na elaboração de um instrumento capaz de medir a força motivacional em diferentes ambientes organizacionais. Isto torna possível a construção de um instrumento reduzido e de âmbito geral, em que as recompensas analisadas sejam comuns a diversos 102 ambientes organizacionais. A retirada dos itens problemáticos na análise fatorial permite a aplicação da escala com 20 itens. Os resultados obtidos agregam conhecimento às áreas de gestão de pessoas e de ensino superior. Apesar de difundidos nas instituições de ensino superior de todo o país, os programas de extensão devem ser avaliados quanto ao alcance dos objetivos aos quais se propõem. Em se tratando de um tema carente de estudos acerca das questões que envolvem o seu uso (MESQUITA FILHO, 2005), a presente pesquisa poderá fornecer diversos insights aqueles envolvidos com programas de extensão, na medida em que contribui com a discussão do tema. 5.4 Sugestões de futuros estudos A análise dos resultados obtidos no presente estudo, as condições e limitações em que o mesmo foi desenvolvido e as proposições dos diversos autores considerados, permitem compor a seguinte lista de sugestões para futuros estudos: • Replicar os instrumentos desenvolvidos e validados neste trabalho, com as modificações sugeridas, em outras instituições que possuam programas similares para verificar a confiabilidade dos mesmos, bem como se houve uma melhora no grau de exatidão do questionário para se prever o engajamento; • Fazer estudo comparativo, à luz da teoria da expectância de Vroom, entre indivíduos vinculados a segmentos do setor público e do setor privado para aferir a existência, ou não, de diferenças significativas no que diz respeito a maior valorização dada às recompensas intrínsecas ou extrínsecas; • Considerar os aspectos relacionados à motivação em níveis qualitativos, verificando se há uma diferença entre o que é produzido por aqueles que se engajaram voluntariamente e os que não o fizeram de forma voluntária; 103 • Examinar o que os discentes almejam alcançar com o seu engajamento e comparar com o que realmente têm obtido (nova informação a ser levantada), visando identificar as principais deficiências que existam para o desenvolvimento do engajamento desejado pela instituição, em acordo com as proposições de Jurkiewicz, Massey Jr e Brown (1998); • Pesquisar o contexto social em que ocorrem as cognições, no que dize respeito ao reconhecimento e avaliação das recompensas; • Considerar novas variáveis, como padrões de personalidade, lócus de controle, auto-avaliação, etc. Por se tratarem de variáveis externas ao modelo podem afetar as predições da teoria da expectância, conforme as experiências de Parker e Dyer (1976). Como sugestão final, estudos futuros poderiam incluir informações adicionais quanto aos aspectos afetivos que envolve as emoções dos discentes, procurando-se identificar seu nível de interesse pela graduação cursada, pela carreira profissional em sua área de estudo e o tipo de vínculo estabelecido com os professores e a instituição. Isto permitiria verificar as possíveis influencias desses fatores sobre a motivação. 104 6. Referências AGUIAR, Maria A. F. Psicologia aplicada à administração: uma abordagem interdisciplinar. São Paulo: Saraiva, 2005. ALLEN, R. E.; LUCERO, M. A.; VAN NORMAN, K. L. An examination of the individual´s decision to participate in employee involvement program. Group & Organization Management, v. 22, nº1, 117-143, 1997. ALLEN, Robert E.; VAN NORMAN, K. L. Employee involvement program: the noninvolvement of unions revisited. Journal of Labor Research, v. 17, 479-496, 1996. AMABILE, T.M.; HILL, K.G.; HENNESSEY, B.A.; TIGHE, E. M. 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Com base na exposição a respeito da teoria da expectância indique três resultados (ou recompensas) que podem ser alcançados com o engajamento na Semana Universitária? 1) _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 2) _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 3) _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 113 APÊNDICE B - Modelo de questionário utilizado Faculdade Boa Viagem MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE EMPRESARIAL - MPGE Professor Orientador: Helder Pontes Régis, Doutor. Aluno: Roosevelt Pessoa Suna PESQUISA: PARTE I: RECOMPENSA RELACIONADA COM O ENGAJAMENTO NO (A): Semana universitária da Faculdade de Ciências de Timbaúba O futuro obviamente reserva algo imprevisível para todos nós. É natural que criemos expectativas a respeito das recompensas que poderemos obter como conseqüência das nossas decisões. Por exemplo, faça a seguinte indagação a você mesmo: “Supondo que hoje tomei a decisão de me engajar voluntariamente, qual a recompensa que eu poderia obter como conseqüência deste envolvimento?” Por favor, com base na indagação anterior, indique abaixo uma recompensa que, em sua opinião, poderia ser alcançada através do seu engajamento. Lembramos que esta recompensa pode ter um caráter negativo, exemplo: “discriminação por parte dos colegas de trabalho” ou positivo, exemplo: “liderança por parte dos colegas”. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 114 PARTE II: ENGAJAMENTO NO (A): Semana universitária da Faculdade de Ciências de Timbaúba As questões seguintes dizem respeito ao seu engajamento. Marque com um “X” no espaço em branco antes do item que mais se aproxima da sua resposta. 1. Você participou alguma vez? ____ Sim ____ Não Se responder SIM, pule para a questão 5. Caso responda NÃO responda as questões 2, 3 e 4 e pule para a seção seguinte. 2. Se você nunca participou, você gostaria de se engajar em alguma atividade caso haja uma oportunidade? ____ Sim ____ Não Responda as questões 3 e 4 mesmo que tenha respondido NÃO. 3. Qual a probabilidade de você vir a se engajar caso queira? ___ 0% ___ 10% ___ 20% ___ 30% ___ 40% ___ 50% ___ 60% ___ 70% ___ 80% ___ 90% ___ 100% Não há chance de participar ainda que quisesse: X 0% ← EXEMPLO → Não há dúvida de que eu poderia participar se quisesse: X 100% 4. Qual a probabilidade de você sofrer pressões na organização, a ter que se engajar? ___ 0% ___ 10% ___ 20% ___ 30% ___ 40% ___ 50% ___ 60% ___ 70% ___ 80% ___ 90% ___ 100% Não há chance de ser pressionado a participar: X 0% ← EXEMPLO → Certamente serei pressionado a participar: X 100% 5. Qualquer que seja o grau atual de seu engajamento, o quanto você avalia as chances de elevar esse grau de engajamento por sua livre e espontânea vontade? ___ 0% ___ 10% ___ 20% ___ 30% ___ 40% ___ 50% ___ 60% ___ 70% ___ 80% ___ 90% ___ 100% Não há chance de elevar: X 0% ← EXEMPLO → Certamente vou elevar: X 100% 6. Agora, fazemos a mesma pergunta sob outro ponto de vista. Qualquer que seja o grau atual que você considere seu engajamento como um todo, o quanto você avalia as chances de ter que elevar esse grau de engajamento por sofrer pressões na organização? ___ 0% ___ 10% ___ 20% ___ 30% ___ 40% ___ 50% ___ 60% ___ 70% ___ 80% ___ 90% ___ 100% Não há chance de ser pressionado: X 0% ← EXEMPLO → Certamente serei pressionado: X 100% 115 ATITUDES ACERCA DO ENGAJAMENTO NO (A): Semana universitária da Faculdade de Ciências de Timbaúba (Por favor, antes de responder leia as orientações abaixo) Nas páginas seguintes você irá encontrar afirmações descrevendo recompensas que poderiam ser conseguidas por uma pessoa, como conseqüência do engajamento, ou não engajamento. Você será solicitado a considerar cada uma destas recompensas cuidadosamente. Primeiramente, você irá avaliar o grau do seu desejo por cada recompensa (SEÇÃO – A). Posteriormente, você irá indicar a probabilidade de conseguir cada recompensa, assumindo que a sua decisão é se engajar (SEÇÃO – B). Finalmente, você será solicitado a indicar a probabilidade de conseguir cada recompensa, assumindo que a sua decisão é NÃO se engajar. Obs.: Por favor, é importante para nós que você responda as SEÇÕES seguintes, esteja você engajado ou não, seja a sua decisão, querer participar ou não querer participar. 116 PERSPECTIVA DO RESPONDENTE QUANTO AO ENGAJAMENTO SEÇÃO A: O GRAU DE DESEJO POR CADA RECOMPENSA. Nesta seção nós gostaríamos que você avaliasse cada recompensa listada abaixo no que diz respeito ao grau em que cada uma é desejável, ou indesejável, como conseqüência do seu engajamento. Por favor, preencha a linha em branco antes de cada questão com o número que melhor descreve a sua opinião sobre cada afirmação. Não esqueça o sinal “-” quando a sua resposta estiver entre improváveis e impossíveis. Sinal Negativo - 3 = Extremamente Indesejável 0 = Não Importa ou Não Faz Diferença - 2 = Muito Indesejável - 1 = Indesejável 1 = Desejável 2 = Muito Desejável 3= Extremamente Desejável Exemplo: Se você acha que a primeira recompensa listada abaixo é extremamente indesejável, deverá preencher: - 3 1. Oportunidade de beneficiar à sociedade. ___ 1. Oportunidade de beneficiar a sociedade. ___ 2. Oportunidade de promoção e desenvolvimento profissional. ___ 3. Sentimentos fortes de satisfação com o engajamento. Pergunta Básica: ___ 4. Oportunidade de aprender coisas novas. Qual o grau do meu desejo pela ___ 5. Oportunidade de ampliar a rede de relacionamentos. “recompensa Nº...” relacionada ___ 6. Oportunidade de exercer liderança devido ao engajamento. ao engajamento? ___ 7. Variedade em minhas atividades na organização. ___ 8. Participação em um time de trabalho devido ao engajamento. ___ 9. Reconhecimento especial por parte da sociedade. ___ 10. Maior oportunidade de crescimento como pessoa. ___ 11. O sentimento de que a organização precisa de você devido ao engajamento. ___ 12. Oportunidade de sentir que faz algo importante. ___ 13. Utilização e desenvolvimento de novas habilidades. ___ 14. Oportunidade de contribuir com a organização. ___ 15. Maiores sentimentos de amizade com os colegas. ___ 16. Reconhecimento da direção pelas contribuições à organização devido ao engajamento. ___ 17. Oportunidade de melhorar a capacitação profissional. ___ 18. Reconhecimento especial por parte dos colegas. ___ 19. Oportunidade de melhorar o meu desempenho individual na organização. ___ 20. Melhor comunicação entre você e a direção da organização. ___ 21. Oportunidade de contribuir para a maior competitividade da organização diante da concorrência. ___ 22. Oportunidade de estar mais próximo à direção da organização. ___ 23. Possibilidade de aumentar a qualidade de vida pessoal. ___ 24. Oportunidade de melhorar a remuneração. ___ 25. Sentimentos fortes de orgulho e auto-estima (sua percepção a respeito do seu próprio valor). 117 SEÇÃO B: A PROBABILIDADE DE CONSEQÜÊNCIA DO ENGAJAMENTO. CONSEGUIR CADA RECOMPENSA COMO Consideremos novamente as recompensas relacionadas ao seu engajamento. Entretanto, nesta seção solicitamos que você pergunte a si mesmo a seguinte questão: “Supondo que eu esteja engajado, qual a probabilidade de que eu venha conseguir cada uma destas recompensas devido ao fato de estar envolvido com a atividade?” Por gentileza, utilize a escala que vai de “impossível até certamente” para preencher a linha em branco antes de cada recompensa com o número da resposta que melhor descreve a sua opinião. Não esqueça o sinal “-” quando a sua resposta estiver entre improváveis e impossíveis. Sinal Negativo - 3 = Impossível de acontecer - 2 = Muito Improvável - 1 = Improvável 0 = Nem improvável Nem Provável 1 = Provável 2 = Muito Provável 3= Certamente acontece Exemplo: “Quão provável é que eu venha conseguir 1. Oportunidade de beneficiar a sociedade como conseqüência do meu engajamento?” Se você acha que é impossível de acontecer, então, preencha: -3 1. Oportunidade de beneficiar à sociedade. ___ 1. Oportunidade de beneficiar a sociedade. ___ 2. Oportunidade de promoção e desenvolvimento profissional. Pergunta Básica: ___ 3. Sentimentos fortes de satisfação com o engajamento. Quão provável é que eu venha ___ 4. Oportunidade de aprender coisas novas. conseguir a “recompensa Nº...” ___ 5. Oportunidade de ampliar a rede de relacionamentos. como conseqüência do meu ___ 6. Oportunidade de exercer liderança devido ao engajamento. engajamento? ___ 7. Variedade em minhas atividades na organização. ___ 8. Participação em um time de trabalho devido ao engajamento. ___ 9. Reconhecimento especial por parte da sociedade. ___ 10. Maior oportunidade de crescimento como pessoa. ___ 11. O sentimento de que a organização precisa de você devido ao engajamento. ___ 12. Oportunidade de sentir que faz algo importante. ___ 13. Utilização e desenvolvimento de novas habilidades. ___ 14. Oportunidade de contribuir com a organização. ___ 15. Maiores sentimentos de amizade com os colegas. ___ 16. Reconhecimento da direção pelas contribuições à organização devido ao engajamento. ___ 17. Oportunidade de melhorar a capacitação profissional. ___ 18. Reconhecimento especial por parte dos colegas. ___ 19. Oportunidade de melhorar o meu desempenho individual na organização. ___ 20. Melhor comunicação entre você e a direção da organização. ___ 21. Oportunidade de contribuir para a maior competitividade da organização diante da concorrência. ___ 22. Oportunidade de estar mais próximo à direção da organização. ___ 23. Possibilidade de aumentar a qualidade de vida pessoal. ___ 24. Oportunidade de melhorar a remuneração. ___ 25. Sentimentos fortes de orgulho e auto-estima (sua percepção a respeito do seu próprio valor). 118 SEÇÃO C: A PROBABILIDADE DE CONSEGUIR CADA RECOMPENSA COMO CONSEQÜÊNCIA DA NÃO PARTICIPAÇÃO. Nesta última seção, considerando ainda as recompensas relacionadas ao seu engajamento, gostaríamos que você as avaliasse a partir de um outro ponto de vista. Para isto, solicitamos que você pergunte si mesmo a seguinte questão: “Supondo que eu não queira participar, qual a probabilidade de que eu venha conseguir cada uma destas recompensas devido ao fato de não me engajar?” Por gentileza, utilize a escala que vai de “impossível até certamente” para preencher a linha em branco antes de cada recompensa com o número da resposta que melhor descreve a sua opinião. Não esqueça o sinal “-” quando a sua resposta estiver entre improváveis e impossíveis. Sinal Negativo - 3 = Impossível de acontecer - 2 = Muito Improvável - 1 = Improvável 0 = Nem improvável Nem Provável 1 = Provável 2 = Muito Provável 3= Certamente acontece Exemplo: “Quão provável é que eu venha conseguir 1. Oportunidade de beneficiar a sociedade devido ao fato de não me engajar?” Se você acha que é impossível de acontecer, então, preencha: -3 1. Oportunidade de beneficiar à sociedade. ___ 1. Oportunidade de beneficiar a sociedade. ___ 2. Oportunidade de promoção e desenvolvimento profissional. ___ 3. Sentimentos fortes de satisfação com o engajamento. Pergunta Básica: ___ 4. Oportunidade de aprender coisas novas. Quão provável é que eu venha a ___ 5. Oportunidade de ampliar a rede de relacionamentos. conseguir a “recompensa Nº...” ___ 6. Oportunidade de exercer liderança devido ao engajamento. devido ao fato de não me engajar? ___ 7. Variedade em minhas atividades na organização. ___ 8. Participação em um time de trabalho devido ao engajamento. ___ 9. Reconhecimento especial por parte da sociedade. ___ 10. Maior oportunidade de crescimento como pessoa. ___ 11. O sentimento de que a organização precisa de você devido ao engajamento. ___ 12. Oportunidade de sentir que faz algo importante. ___ 13. Utilização e desenvolvimento de novas habilidades. ___ 14. Oportunidade de contribuir com a organização. ___ 15. Maiores sentimentos de amizade com os colegas. ___ 16. Reconhecimento da direção pelas contribuições à organização devido ao engajamento. ___ 17. Oportunidade de melhorar a capacitação profissional. ___ 18. Reconhecimento especial por parte dos colegas. ___ 19. Oportunidade de melhorar o meu desempenho individual na organização. ___ 20. Melhor comunicação entre você e a direção da organização. ___ 21. Oportunidade de contribuir para a maior competitividade da organização diante da concorrência. ___ 22. Oportunidade de estar mais próximo à direção da organização. ___ 23. Possibilidade de aumentar a qualidade de vida pessoal. ___ 24. Oportunidade de melhorar a remuneração. ___ 25. Sentimentos fortes de orgulho e auto-estima (sua percepção a respeito do seu próprio valor). 119 INFORMAÇÕES DEMOGRÁFICAS 1. Qual a sua idade? _______ anos. 2. Qual o seu gênero? ( ) masculino ( ) feminino 3. Em que curso você está matriculado? _____________________________________________________________________ 4. Há quanto tempo você estuda na Faculdade de Timbaúba? ____________________________________________________________________ MUITO OBRIGADO POR SUA COOPERAÇÃO. 120 APÊNDICE C - Freqüência das Valências Val Recompensa 1 Escore Freq. Perc -3 3 ,9 -2 3 ,9 -1 16 4,6 0 15 4,3 1 160 45,7 2 93 26,6 3 60 17,1 Total 350 100,0 Val Recompensa 3 Escore Freq Perc -3 3 ,9 -2 7 2,0 -1 14 4,0 0 11 3,1 1 146 41,7 2 90 25,7 3 79 22,6 Total 350 100,0 Val Recompensa 5 Escore Freq Perc -3 2 ,6 -2 1 ,3 -1 6 1,7 0 7 2,0 1 102 29,1 2 132 37,7 3 100 28,6 Total 350 100,0 Val Recompensa 7 Escore Freq Perc -3 1 ,3 -2 6 1,7 -1 31 8,9 0 22 6,3 1 156 44,6 2 102 29,1 3 32 9,1 Total 350 100,0 Val Recompensa 2 Escore Freq Perc -3 3 ,9 -2 3 ,9 -1 14 4,0 0 5 1,4 1 104 29,7 2 110 31,4 3 111 31,5 Total 350 100,0 Val Recompensa 4 Escore Freq Perc -3 2 ,6 -1 1 ,3 0 1 ,3 1 63 18,0 2 132 37,7 3 151 43,1 Total 350 100,0 Val Recompensa 6 Escore Freq Perc -3 8 2,3 -2 10 2,9 -1 44 12,6 0 27 7,7 1 136 38,9 2 86 24,6 3 39 11,1 Total 350 100,0 Val Recompensa 8 Escore Freq Perc -3 4 1,1 -2 10 2,9 -1 40 11,4 0 33 9,4 1 142 40,6 2 86 24,6 3 35 10,0 Total 350 100,0 121 Val Recompensa 9 Escore Freq Perc -3 7 2,0 -2 19 5,4 -1 38 10,9 0 35 10,0 1 109 31,1 2 85 24,3 3 57 16,3 Total 350 100,0 Val Recompensa 10 Escore Freq Perc -3 1 ,3 -1 2 ,6 0 5 1,4 1 73 20,9 2 127 36,3 3 142 40,6 Total 350 100,0 Val Recompensa 11 Escore Freq Perc -3 8 2,3 -2 12 3,4 -1 38 10,9 0 25 7,1 1 136 38,9 2 78 22,3 3 53 15,1 Total 350 100,0 Val Recompensa 12 Escore Freq Perc -2 2 ,6 -1 12 3,4 0 12 3,4 1 96 27,4 2 131 37,4 3 97 27,7 Total 350 100,0 Val Recompensa 13 Escore Freq Perc -2 1 ,3 0 5 1,4 1 95 27,1 2 138 39,4 3 111 31,7 Total 350 100,0 Val Recompensa 15 Escore Freq Perc -3 2 ,6 -2 5 1,4 -1 11 3,1 0 19 5,4 1 115 32,9 2 117 33,4 3 81 23,1 Total 350 100,0 Val Recompensa 14 Escore Freq Perc -3 2 ,6 -2 1 ,3 -1 11 3,1 0 7 2,0 1 139 39,7 2 117 33,4 3 73 20,9 Total 350 100,0 Val Recompensa 16 Escore Freq Perc -3 5 1,4 -2 9 2,6 -1 36 10,3 0 27 7,7 1 137 39,1 2 90 25,7 3 46 13,1 Total 350 100,0 122 Val Recompensa 17 Escore Freq Perc -2 2 ,6 -1 3 ,9 0 3 ,9 1 76 21,7 2 139 39,7 3 127 36,3 Total 350 100,0 Val Recompensa 19 Escore Freq Perc -3 1 ,3 -2 1 ,3 -1 11 3,1 0 13 3,7 1 124 35,4 2 131 37,4 3 69 19,7 Total 350 100,0 Val Recompensa 18 Escore Freq Perc -3 4 1,1 -2 10 2,9 -1 44 12,6 0 33 9,4 1 132 37,7 2 90 25,7 3 37 10,6 Total 350 100,0 Val Recompensa 20 Escore Freq Perc -3 3 ,9 -2 5 1,4 -1 26 7,4 0 19 5,4 1 137 39,1 2 101 28,9 3 59 16,9 Total 350 100,0 Val Recompensa 21 Escore Freq Perc -3 6 1,7 -2 4 1,1 -1 32 9,1 0 21 6,0 1 132 37,7 2 99 28,3 3 56 16,0 Total 350 100,0 Val Recompensa 22 Escore Freq Perc -3 20 5,7 -2 11 3,1 -1 53 15,1 0 43 12,3 1 121 34,6 2 67 19,1 3 35 10,0 Total 350 100,0 Val Recopensa 23 Escore Freq Perc -3 6 1,7 -2 11 3,1 -1 38 10,9 0 22 6,3 1 102 29,1 2 86 24,6 3 85 24,3 Total 350 100,0 Val Recompensa 24 Escore Freq Perc -3 3 ,9 -2 4 1,1 -1 19 5,4 0 21 6,0 1 88 25,1 2 114 32,6 3 101 28,9 Total 350 100,0 Val Recompensa 25 Escore Freq Perc -3 8 2,3 -1 15 4,3 0 14 4,0 1 84 24,0 2 111 31,7 3 118 33,7 Total 350 100,0 123 APÊNDICE D - Freqüência das Instrumentalidades de Participação Instr. Part. Recomp. 1 Escore Freq Perc -3 6 1,7 -2 13 3,7 -1 29 8,3 0 19 5,4 1 155 44,3 2 79 22,6 3 49 14,0 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 2 Escore Freq Perc -3 5 1,4 -2 8 2,3 -1 40 11,4 0 16 4,6 1 119 34,0 2 111 31,7 3 51 14,6 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 3 Escore Freq Perc -3 4 1,1 -2 1 ,3 -1 28 8,0 0 13 3,7 1 125 35,7 2 87 24,9 3 92 26,3 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 4 Escore Freq Perc -3 1 ,3 -1 5 1,4 1 73 20,9 2 125 35,7 3 146 41,7 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 5 Escore Freq Perc -3 2 ,6 -2 3 ,9 -1 11 3,1 0 3 ,9 1 99 28,3 2 117 33,4 3 115 32,9 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 7 Escore Freq Perc -3 2 ,6 -2 6 1,7 -1 34 9,7 0 21 6,0 1 145 41,4 2 102 29,1 3 40 11,4 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 6 Escore Freq Perc -3 10 2,9 -2 14 4,0 -1 57 16,3 0 45 12,9 1 116 33,1 2 72 20,6 3 36 10,3 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 8 Escore Freq Perc -3 6 1,7 -2 12 3,4 -1 40 11,4 0 34 9,7 1 134 38,3 2 81 23,1 3 43 12,3 Total 350 100,0 124 Instr. Part. Recomp. 9 Escore Freq Perc -3 12 3,4 -2 13 3,7 -1 46 13,1 0 37 10,6 1 143 40,9 2 66 18,9 3 33 9,4 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 10 Escore Freq Perc -2 3 ,9 -1 10 2,9 0 5 1,4 1 100 28,6 2 121 34,6 3 111 31,7 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 11 Escore Freq Perc -3 9 2,6 -2 17 4,9 -1 43 12,3 0 32 9,1 1 146 41,7 2 63 18,0 3 40 11,4 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 12 Escore Freq Perc -3 1 ,3 -2 5 1,4 -1 18 5,1 0 8 2,3 1 122 34,9 2 108 30,9 3 88 25,1 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 13 Escore Freq Perc -2 5 1,4 -1 7 2,0 0 3 ,9 1 106 30,3 2 120 34,3 3 109 31,1 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 14 Escore Freq Perc -3 3 ,9 -2 4 1,1 -1 22 6,3 0 11 3,1 1 128 36,6 2 103 29,4 3 79 22,6 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 15 Escore Freq Perc -3 1 ,3 -2 5 1,4 -1 22 6,3 0 14 4,0 1 145 41,4 2 84 24,0 3 79 22,6 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 16 Escore Freq Perc -3 4 1,1 -2 11 3,1 -1 43 12,3 0 30 8,6 1 146 41,7 2 85 24,3 3 31 8,9 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 17 Escore Freq Perc -3 1 ,3 -2 5 1,4 -1 9 2,6 0 9 2,6 1 89 25,4 2 142 40,6 3 95 27,1 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 18 Escore Freq Perc -3 7 2,0 -2 8 2,3 -1 45 12,9 0 33 9,4 1 141 40,3 2 75 21,4 3 41 11,7 Total 350 100,0 125 Instr. Part. Recomp. 19 Escore Freq Perc -3 2 ,6 -2 1 ,3 -1 19 5,4 0 10 2,9 1 132 37,7 2 124 35,4 3 62 17,7 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 20 Escore Freq Perc -3 6 1,7 -2 12 3,4 -1 35 10,0 0 27 7,7 1 141 40,3 2 86 24,6 3 43 12,3 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 21 Escore Freq Perc -3 7 2,0 -2 12 3,4 -1 28 8,0 0 23 6,6 1 149 42,6 2 90 25,7 3 41 11,7 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 22 Escore Freq Perc -3 19 5,4 -2 16 4,6 -1 50 14,3 0 41 11,7 1 125 35,7 2 62 17,7 3 37 10,6 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 23 Escore Freq Perc -3 7 2,0 -2 12 3,4 -1 39 11,1 0 33 9,4 1 109 31,1 2 97 27,7 3 53 15,1 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 24 Escore Freq Perc -3 9 2,6 -2 6 1,7 -1 27 7,7 0 29 8,3 1 112 32,0 2 95 27,1 3 72 20,6 Total 350 100,0 Instr. Part. Recomp. 25 Escore Freq Perc -3 8 2,3 -2 6 1,7 -1 18 5,1 0 13 3,7 1 106 30,3 2 106 30,3 3 93 26,6 Total 350 100,0 126 APÊNDICE E - Freqüência das Instrumentalidades de Não Participação Instr. N-Part. Recomp. 1 Escore Freq Perc -3 84 24,0 -2 51 14,6 -1 79 22,6 0 42 12,0 1 57 16,2 2 24 6,9 3 13 3,7 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 2 Escore Freq Perc -3 49 14,0 -2 66 18,9 -1 86 24,6 0 45 12,9 1 54 15,4 2 36 10,3 3 14 4,0 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 3 Escore Freq Perc -3 91 26,0 -2 39 11,1 -1 105 30,0 0 28 8,0 1 44 12,6 2 22 6,3 3 21 6,0 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 4 Escore Freq Perc -3 70 20,0 -2 65 18,6 -1 78 22,3 0 19 5,4 1 53 15,1 2 44 12,6 3 21 6,0 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 5 Escore Freq Perc -3 44 12,6 -2 56 16,0 -1 103 29,4 0 28 8,0 1 65 18,6 2 35 10,0 3 19 5,4 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 6 Escore Freq Perc -3 85 24,3 -2 56 16,0 -1 90 25,7 0 36 10,3 1 50 14,3 2 22 6,3 3 11 3,1 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 7 Escore Freq Perc -3 53 15,1 -2 44 12,6 -1 116 33,1 0 42 12,0 1 45 12,9 2 33 9,4 3 17 4,9 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 8 Escore Freq Perc -3 80 22,9 -2 48 13,7 -1 96 27,4 0 37 10,6 1 49 14,0 2 27 7,7 3 13 3,7 Total 350 100,0 127 Instr. N-Part. Recomp. 9 Escore Freq Perc -3 70 20,0 -2 62 17,7 -1 80 22,9 0 51 14,6 1 45 12,9 2 28 8,0 3 14 4,0 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 11 Escore Freq Perc -3 76 21,7 -2 52 14,9 -1 91 26,0 0 27 7,7 1 66 18,9 2 27 7,7 3 11 3,1 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 13 Escore Freq Perc -3 46 13,1 -2 49 14,0 -1 95 27,1 0 32 9,2 1 61 17,4 2 41 11,7 3 26 7,4 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 10 Escore Freq Perc -3 43 12,3 -2 52 14,9 -1 84 24,0 0 48 13,7 1 64 18,3 2 37 10,6 3 22 6,3 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 12 Escore Freq Perc -3 47 13,4 -2 52 14,9 -1 97 27,7 0 33 9,4 1 69 19,7 2 31 8,9 3 21 6,0 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 14 Escore Freq Perc -3 67 19,1 -2 48 13,7 -1 97 27,7 0 30 8,6 1 60 17,1 2 25 7,1 3 23 6,6 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 15 Escore Freq Perc -3 39 11,1 -2 41 11,7 -1 82 23,4 0 46 13,1 1 77 22,0 2 36 10,3 3 29 8,3 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 16 Escore Freq Perc -3 96 27,4 -2 53 15,1 -1 85 24,3 0 28 8,0 1 43 12,3 2 23 6,6 3 22 6,3 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 17 Escore Freq Perc -3 53 15,1 -2 49 14,0 -1 92 26,3 0 27 7,7 1 70 20,0 2 37 10,6 3 22 6,3 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 18 Escore Freq Perc -3 48 13,7 -2 48 13,7 -1 97 27,7 0 46 13,1 1 66 18,9 2 30 8,6 3 15 4,3 Total 350 100,0 128 Instr. N-Part. Recomp. 19 Escore Freq Perc -3 53 15,1 -2 49 14,0 -1 94 26,9 0 38 10,9 1 67 19,1 2 31 8,9 3 18 5,1 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 20 Escore Freq Perc -3 67 19,1 -2 57 16,3 -1 96 27,4 0 31 8,9 1 63 18,0 2 20 5,7 3 16 4,6 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 21 Escore Freq Perc -3 70 20,0 -2 52 14,9 -1 90 25,7 0 35 10,0 1 54 15,4 2 31 8,9 3 18 5,1 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 22 Escore Freq Perc -3 74 21,1 -2 42 12,0 -1 98 28,0 0 41 11,7 1 49 14,0 2 33 9,4 3 13 3,7 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 23 Escore Freq Perc -3 57 16,3 -2 58 16,6 -1 95 27,1 0 38 10,9 1 45 12,9 2 48 13,7 3 9 2,6 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 24 Escore Freq Perc -3 55 15,7 -2 46 13,1 -1 68 19,4 0 51 14,6 1 66 18,9 2 44 12,6 3 20 5,7 Total 350 100,0 Instr. N-Part. Recomp. 25 Escore Freq Perc -3 58 16,6 -2 37 10,6 -1 84 24,0 0 48 13,7 1 55 15,7 2 47 13,4 3 21 6,0 Total 350 100,0 129 APÊNDICE F – Histogramas da Força Motivacional Resultante (Intrínseca, Extrínseca e Internalizada) Força Resultante Extrínseca 80 60 Frequency 40 20 Std. Dev = 25,73 Mean = 22,2 N = 350,00 0 0 0, 13 ,0 0 12 0 0, 11 ,0 0 10 ,0 90 0 , 80 0 , 70 ,0 60 0 , 50 ,0 40 0 , 30 ,0 20 0 , 10 0 0, ,0 0 -1 0 0, -2 ,0 0 -3 0 0, -4 ,0 0 -5 Força Resultante Extrínseca Força Resultante - Intrínsecas 60 50 40 30 Frequency 20 Std. Dev = 32,02 10 Mean = 31,4 N = 350,00 0 0 0, 18 0 0, 16 0 0, 14 0 0, 12 0 0, 10 ,0 80 ,0 60 ,0 40 ,0 20 0 0, 0 0, 0 0, -2 -4 Força Resultante - Intrínsecas 130 Força Resultante - Internalizada 120 100 80 60 Frequency 40 Std. Dev = 5,29 20 Mean = 3,2 N = 350,00 0 ,0 35 ,0 30 ,0 25 ,0 20 ,0 15 ,0 10 0 5, 0 0, ,0 -5 0 0, -1 0 5, -1 Força Resultante - Internalizada 131 APÊNDICE G –Regressão Logística Number of cases included in the analysis: 350 Dependent Variable Encoding: Original Value 0 1 Internal Value 0 1 Dependent Variable.. programa VOL Beginning Block Number -2 Log Likelihood Voluntário ou não para participação no 0. Initial Log Likelihood Function 190,21462 * Constant is included in the model. Beginning Block Number 1. Method: Enter Variable(s) Entered on Step Number 1.. F_RES Força Mot. Resultante = f_pa - f_np Estimation terminated at iteration number 5 because Log Likelihood decreased by less than ,01 percent. -2 Log Likelihood Goodness of Fit Cox & Snell - R^2 Nagelkerke - R^2 167,065 320,444 ,064 ,153 Chi-Square Model Block Step 23,149 23,149 23,149 df Significance 1 1 1 ,0000 ,0000 ,0000 Classification Table for VOL The Cut Value is ,50 Predicted não voluntário voluntário Percent Correct Observed não voluntário n voluntário v n I v +---------------+---------------+ I 0 I 27 I +---------------+---------------+ I 2 I 321 I +---------------+---------------+ Overall ,00% 99,38% 91,71% ---------------------- Variables in the Equation ----------------------Variable B S.E. Wald df Sig R Exp(B) F_RES Constant ,0212 1,7759 ,0050 ,2235 18,0289 63,1142 1 1 ,0000 ,0000 ,2903 1,0214