IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO DO STATUS DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA DOS FUNCIONÁRIOS DE EMPRESAS FORNECEDORAS DE ALIMENTAÇÃO COLETIVA IMPORTANCE OF MONITORING THE TRAINING IN GOOD FOOD HANDLING PRACTICES IN FOOD SERVICE UNITS Margarete Midori Okazaki 1, Graciele de Souza Maller 2, Gina Maria Bueno Quirino Cardozo1, Fabiana Aparecida Ribeiro2 1 Pesquisadoras científicas – Instituto de Tecnologia de Alimentos - Campinas, SP, Brasil. 2 Discentes – Curso de Graduação em Nutrição - Universidade Paulista – UNIP, Campinas, SP, Brasil. Palavras-chave: segurança alimentar, alimentação coletiva, capacitação Introdução O hábito de alimentação fora de casa é uma tendência mundial, sendo que no Brasil, até o ano de 2009 correspondía a 26% dos gastos com alimentos (PORTAL DA ALIMENTAÇÃO, 2009). Apesar da tendência promissora de crescimento para os próximos anos, o mercado de alimentação fora do lar necessita de uma intensa profissionalização e atenção constante às novas exigências tanto do mercado consumidor como das autoridades sanitárias, objetivando o atendimento aos requisitos mínimos para produção de alimentos inócuos. Assim, o presente trabalho teve como objetivo, avaliar o status de capacitação técnica dos funcionários de uma empresa fornecedora de alimentação coletiva. Material e Métodos A pesquisa foi realizada entre agosto/2009 a julho/2010 no município de Campinas, SP. Para avaliar o status de capacitação dos 5 manipuladores de alimentos, utilizou-se uma lista de verificação (check-list) compatível com a Resolução RDC no 216/2004 (BRASIL, 2004). A lista contemplou um total de 106 itens distribuídos em 12 categorias: vestuário (15 itens); hábitos higiênicos (20 itens); controle de saúde dos manipuladores de alimentos (5 itens); capacitação e supervisão técnica (3 itens); higiene de alimentos (23 itens); controle de armazenamento (4 itens); matéria prima ingredientes e embalagens (3 itens); manejo de resíduos (8 itens); controle integrado de vetores e pragas urbanas (2 itens); equipamentos e maquinário (8 itens); utensílios (6 itens) e instalações sanitárias e vestiários para os manipuladores (9 itens). Resultados e Discussões Os resultados obtidos (Quadro1) revelaram que em 58% do total de categorias avaliadas, os manipuladores observados apresentaram alguma deficiência em adequação às boas práticas de manipulação de alimentos. Doze itens (11,3%) não foram atendidos satisfatoriamente pelos manipuladores. Quadro 1. Categorias não atendidas integralmente pelos manipuladores de alimentos Categoria hábitos higiênicos capacitação e supervisão técnica higiene de alimentos manejo de resíduos Equipamentos e maquinários utensílios instalações sanitárias e vestiários Índice de não conformidade (%) 10% 33,3% 17% 12,5% 12,5% 17% 22% Apesar da presença de um supervisor devidamente capacitado (nutricionista), 40% do total da equipe de manipuladores não haviam recebido capacitação técnica sobre boas práticas de manipulação de alimentos (Quadro 2). Além disso, os demais manipuladores (60%), mesmo com tempo de experiência entre 1 a 9 anos na empresa, não se lembraram dos assuntos abordados em seus treinamentos realizados anualmente. Quadro 2. Status da capacitação técnica dos manipuladores de alimentos avaliados Manipulador A B C D E Tempo de experiência na Empresa 1 ano 4 meses 5 anos 1 ano 9 anos Frequência da capacitação Não recebeu capacitação Não recebeu capacitação Anual Anual Anual A capacitação técnica em manipulação de alimentos deve ser prioritária para todos os setores de alimentação, incluindo também, o segmento de alimentação escolar. Em estudo realizado por MUNHOZ et al.(2008), verificou-se que somente 40% dos manipuladores de alimentos avaliados na rede municipal de ensino de Botucatu, SP, haviam participado em treinamentos técnicos relacionados às boas práticas de manipulação de alimentos. A Resolução RDC no 216/2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que estabelece procedimentos de boas práticas para serviços de alimentação para a garantia das condições higiênico-sanitárias do alimento preparado, determina que todos os manipuladores de alimentos devem ser capacitados periodicamente em: higiene pessoal, manipulação higiênica dos alimentos e doenças transmitidas por alimentos. No entanto, o treinamento para ser eficaz, deve atender às necessidades reais de cada estabelecimento de serviço de alimentação. Conclusões O presente trabalho evidenciou que nenhum dos manipuladores avaliados (inclusive aqueles com tempo de experiência maior no serviço) estavam devidamente capacitados para atuar na área de serviço de alimentação. Portanto, o monitoramento contínuo do status de capacitação dos funcionários de empresas de alimentação coletiva torna-se uma condição essencial para o fornecimento de refeições inócuas. Referências Bibliográficas BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 216, de 15 de setembro de 2004. Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação, Brasil, 2004. MUNHOZ, P. M.; PINTO, J. P. A. N.; BIONDI, G. F. Conhecimento sobre boas práticas por parte dos manipuladores de alimentos na rede municipal de ensino – Botucatu, SP. Revista Higiene Alimentar, v.22, n.166/167, p.29-31, 2008. PORTAL alimentação. Alimentação Fora do Lar, São Paulo, 04 mar.2009. Disponível em < http://www.alimentacaoforadolar.com.br> Acesso em : 04 mar.2009. o Autor a ser contactado: Margarete M. Okazaki. Instituto de Tecnologia de Alimentos. Av. Brasil n 2880 - Jardim Brasil - CEP: 13070-178, Campinas, SP. E-mail: [email protected]