CASA:
 representação simbólica;
 possibilita ao homem um enraizamento mais profundo
na vida;
 constituindo-se como um elemento de estabilidade;
 sendo uma das maiores força de integração na vida do
sujeito, pois a casa abriga o devaneio, protege o
sonhador, permitindo-o sonhar em paz:
 seu interior se encontram os “espaços felizes”. Assim,
“habitar não significa estar abandonado em qualquer
lugar de um mundo hostil; mas significa estar abrigado
graças ao amparo da casa”.
A casa tem sido, na sociedade
contemporânea, para além de
resposta objetiva e funcional, um
sinal de status.
Dinâmica da Casa
Objetivo: Analisar a vida acadêmica e em comunidade,
como é a minha relação com aqueles que me rodeiam.
Participantes: Todos os presentes na sala divididos em
pequenos grupos de 3 membros.
Material: Papel e caneta.
 Cada grupo fará uma analise da vida
acadêmica e depois uma analise
comunitária sobre a parte recebida.
Como eles estão vivendo tudo isso,
o que pode ser mudado.
 Cada grupo relata o que eles
discutiram entre si.
 Em que parte da casa estou? Em
que parte da casa estamos? Por
quê?
Tomando a nossa CASA como local de vivência acadêmica e realização
pessoal, podemos pensar em significados simbólicos para cada parte,
por exemplo:
1. Porta de entrada: Através dos sentidos você percebe o mundo que o cerca. Vai
vivenciando experiências que vão fazendo parte de sua vida. Em suas
experiências transitam pensamentos, emoções, sentimentos, imaginações,
fantasias...
2. Corredor: dá acesso às diferentes partes: razão, reflexão, sentimentos,
necessidades, valores, ideais, convicções, memórias...
3. Sala de visita: lugar onde você recebe pessoas, se apresenta, se sente aceito,
onde os outros o vêem, como deseja que o vejam, lugar de gentilezas com
outros, lugar de formalidades, títulos; relembra-se lembranças, memórias...
4. Cozinha: lugar onde se alimenta a vida, gostos, coisas quentes (calor humano),
coisas geladas (friezas), lugar de serviço, entre ajuda construtiva, lugar de se
aprender a temperar a vida, partilhar o que se tem, se faz, se dispõe dos dons.
Lugar de se experimentar os dons dos outros, lugar dos amigos, companheiros
(pai-mãe) afeto, amor, sal, açúcar, equilíbrio.
5. Lavanderia: lugar do desabafo, possibilidade de superar conflitos,
lava-se a "roupa" e volta-se a usá-la novamente com novo cheiro...
(laboratório de experiências), lugar onde se mexe com sujeira, com
limpeza, sem medo de molhar-se, passar sabão, lavar as mágoas,
descarregar raivas, ressentimentos, lugar de purificação, lugar do
perdão ...
6. Dispensa: reservas guardadas, dons não usados, qualidades não
desenvolvidas, energias armazenadas, disponíveis....
7. Quarto: lugar da intimidade, lugar de segredos, confidências,
fidelidades, infidelidades, liberdade, prisão, simplicidade, respeito,
espaço do sagrado, do pessoal, do estar à vontade consigo mesmo, lugar
do conflito, das inquietações, da transcendência, da fantasia...
8. Fundos: lugar aberto, espaço para novos sonhos, novas realizações,
lugar do entulho (pode-se remover, limpar, construir)...
9. Porão: zona inconsciente, memórias afetivas,
bloqueios, lembranças felizes, conflitos, novas
energias, (lugar onde pouco se vai), lugar da
história pessoal mais antiga, lugar de cupim,
baratas, mas também de matérias úteis para se
melhorar o espaço da casa...
10. Banheiro: lugar de se desfazer-se daquilo que
não serve mais: mágoas, rancores, infantilismos,
dependências, vitimismos, mau humor, ciúmes
doentios, invejas,...
Em que parte da casa estou? Em que parte da
casa estamos? Por quê?
1) Porta de entrada: A percepção que temos de nossos pares: é realista, preconceituosa,
distorcida ?...
2) Corredor: Compartilhamos valores, necessidades, sentimentos, memórias com nossos pares ...
3) Sala de visita: Como é nosso estar juntos, qual a qualidade da atenção que damos uns aos
outros?...
4) Cozinha: Como alimentamos nossos ideais, desejos, sonhos... uns aos outros?...
5) Lavanderia: Como esclarecemos nossos conflitos, nossas diferenças.- suportamos-nos com
caridade os desabafos dos colegas?.. Sabemos separar o que é o problema do outro daquilo que
ele é?...
6) Dispensa: Como valorizamos as qualidades dos companheiros? Ele é mais do que pode
manifestar?...
7) Quarto: Em nossa comunidade há espaços para confidências, confiança e respeito pela
intimidade uns dos outros? Contribuímos para denegrir a imagem um dos outros?
8) Fundos: Percebemos as possibilidades de crescimento uns dos outros ou já nos vemos todos
esgotados?
9) Porão: Lugar das memórias: a história de cada um é uma fonte de experiências que alimentam,
iluminam nossos projetos?
10) Banheiro:
Somos capazes de abrir mão daquilo que não serve mais? De experiências negativas que não
edificam mais?...
Subjetividade x Identidade
Mancuso, Clarice. Guia Prático de Design do
Interiores. Ed: Sulinas, 2008.
www.claricemancuso.com.br
Formada pela UFRGS em
1979, Clarice Mancuso
sempre trabalhou na
Área de Arquitetura de
Interiores.
Subjetividade
 Propriedade do sujeito ativo;
 Sujeito único e singular;
 Construída com base na realidade material;
 Relação entre pessoas;
 Processo natural;
 Maturação biológica, as vezes não dá conta de explicar;
 Exclui a objetividade;
 Essência humana:
 Relação de apropriar-se da cultura.
Identidade
 Pensar e ser;
 Subordinar-se ao interesse da razão;
 Interpretação do que fazemos;
 Busca de significado;
 Interpretação do ser ativo:
 Compreender o agir.
Interação com cliente
 Quando firmamos um contrato estamos garantindo ao
cliente que ambas as partes têm responsabilidades;
 O cliente acredita, de maneira subjetiva, que de
alguma forma o projeto será expresso de maneira
objetiva;
 O habitat humano representa o “EU” do seu cliente:
 O Design de Interiores é agente psicológico de todo
esse processo. Ele vai realizar sonhos.
Padrões básicos de comportamento
 De acordo com Eric Berne:
Ação-pai: não perceptivo, tendência de defender/ proteger os
mais novos, críticos ao máximo, colocam defeito em tudo,
são difíceis de satisfazer.
Ex: Piso de porcelanato. (apenas pergunta/ frisa
desorganização/ culpa)
Ação- adulto: racional, sabe lidar com frustração.
Ex: Prestador de serviço.
Ação –criança: melhor parte do cliente, consegue ter prazer
consigo mesmo, espontâneos, você sabe quando agradou.
Ex: Expressões frente ao projeto.
Transação cruzada
 Lidamos com ideias;
 Diferentes comportamentos;
 Nas transações ocorre resposta ao estímulo;
 Devemos ter cuidado com a transação cruzada;
 É comum existir “jogo” (S->R) entre as relações sociais
 Muito cuidado para não entrar no “jogo” com seus
clientes, pois assumiremos papéis:
 Sabendo disso o contato com o cliente poderá ser mais
simples
Exemplo 1
 Casal, 20 anos com a mesma decoração do quarto
As vezes as pessoas querem mudar sua vida, e não a
decoração.
Exemplo 2
 Homem recém-divorciado queria trocar a decoração da
casa.
Ele não estava preparado para a mudança naquele
momento.
Exemplo 3
 Casal queria redecorar o quarto dos filhos.
Quem são nossos verdadeiros clientes? Ou pais ou os
fihos?
Exemplo 4
 Cliente que se envolveu o mínimo possível
Dar limites ao cliente, especificar exatamente até onde
vai sua responsabilidade.
“Só desenvolva um trabalho com
aquele que realmente vai desfrutar
do espaço”
Conheça seu cliente
 Disponha de tempo para escutar (você observará a
subjetividade e identidade do cliente) ;
 O primeiro contato pode ser mais superficial;
 Caso seja um casal, que não entre em consenso, prefira
ouvir a mulher;
 Homens que vivem sozinho, dão valor
à tecnologia;
 Homem sozinho investe na sala;
 Mulher sozinha investe no quarto:
 Família, é necessário conhecer horários, hábitos.
Proposta de contrato
 Ver modelo Pag 46 a 49 ou no site da ABD.
Sistema básico de perguntas
A entrevista com o cliente deve ser composta de todo tipo de
questão, devendo fluir como uma simples conversa, onde
não haja constrangimento no questionamento de detalhes.
 Quem vai morar no imóvel?
 Casal, com filhos ou, se, solteiros?
 Há perspectiva de crescimento do número de pessoas da
família?
 Você recebe muitas visitas?
 Em que parte da casa gosta de receber?
 Têm hospedes eventualmente?
 Alguém costuma trabalhar em casa? E estudar? Em que
horários?
Sistema básico de perguntas
 Algum dos moradores gosta de cozinhar?
 Costumam comer em casa ou fora?
 Você conta com uma empregada?
 Tem ou pretende ter animais de estimação?
 Que espécie de animal?
 Possui móveis, tapetes, objetos que quer manter?
 Ou está disposta a comprar tudo novo?
Sistema básico de perguntas
 Prefere ambientes ricos em elementos, muito





ornamentados, ou se sente melhor com um visual
despojado?
Que cores aprecia?
Que efeitos cada tom causa em seu estado de espírito?
Com que frequência cada um dos cômodos será usado?
Por quem e em que situações?
Você e seus familiares cultivam algum hobby? Fazem
coleções? Têm manias ou aversões?
Fonte: www.biankamugnatto.com.br
Programa de Necessidade
 Com as informações colhidas na entrevista pode-se
elaborar o programa de necessidades. O Programa de
Necessidades é um resultado das informações
recebidas, e já filtradas, e com a reciclagem necessária.
A partir daí, levamos ao cliente nossa ideia de
concepção, alertando o mesmo das dificuldades que
possam vir a surgir em função das relações espaço X
necessidades práticas X necessidades subjetivas
 Ver pag 50 a 68.
Um projeto bem executado por
você terá a cara do seu cliente
(subjetividade e identidade) e a
sua também.
Resumo
 Não existe barreira para construção da subjetividade






do profissional;
Importante observar o contexto das pessoas que estão
nos procurando;
Observar nosso cliente desde o primeiro contato, ele
sabe mais do que nós a sua identidade e subjetividade;
Use a técnica e a sensibilidade;
O bom projeto é aquele que eu entendi meu cliente, e
que se tornou real;
E quem tem essa capacidade de tornar real é você;
Estude sempre!
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Aula2- Estudo do Comportamento