CIBERESPAÇO E REGULAMENTAÇÃO DAS ESTRUTURAS VIRTUAIS DE ACUMULAÇÃO NO BRASIL: A Institucionalização da Internet e das Relações de Comércio Eletrônico Hindenburgo Francisco Pires Universidade do Estado do Rio de Janeiro Departamento de Geografia [email protected] RESUMO A temática desse trabalho representa um novo campo de estudo na área de Geografia e se subscreve a linha de pesquisa: “Globalização, Políticas Públicas e Reestruturação Territorial” do curso de Pós-graduação em Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, na área de conhecimento “Ciberespaço e Sociedade da Informação”. É também parte do projeto de pesquisa “Estruturas Virtuais de Acumulação e Ciberespaço”, financiado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - FAPERJ. Este pesquisa é uma continuidade de estudos dedicados a refletir a necessidade de conceber de uma teoria geográfica sobre as novas formas produtivas de acumulação baseadas em redes técnicas. Estas redes possibilitaram a consolidação de estruturas virtuais acumulação e a emergência de um novo espaço social de comunicação ou de sociabilidade, o ciberespaço. Dentro desta perspectiva, este trabalho pretende, em primeiro lugar, analisar a formação territorial das estruturas virtuais de acumulação no Brasil, a partir da teoria das estruturas sociais de acumulação; em segundo lugar, revelar como os processos de regulamentação e institucionalização da Internet e das relações de comércio eletrônico, através da criação do Comitê Gestor da Internet (Cf. http://www.cg.org.br/) e do Comitê Executivo de Comércio Eletrônico (http://ce.mdic.gov.br/), se constituem em importantes instrumentos governamentais de migração digital e de gestão normativa dos fluxos territoriais no ciberespaço brasileiro; em terceiro lugar, demonstrar como estes dois processos contribuem para o reposicionamento estratégico dos estados nacionais no Sul, frente a atual divisão digital e à expansão do comércio eletrônico e do "capital imaterial"; em quarto lugar, demonstrar como ocorre o crescimento de serviços, a formação de novas dinâmicas territoriais em rede e o aumento considerável do volume de transações financeira através da Internet. Por fim, o estabelecimento desse marco regulatório é condição para consolidação de um paradigma de governança regional que vem permitindo a re-territorialização das estruturas virtuais de acumulação no capitalismo tardio brasileiro. PALAVRAS CHAVES Migração digital, divisão digital, estruturas virtuais de acumulação, estruturas sociais de acumulação, comércio eletrônico, ciberespaço, capital imaterial, geografia. Uma rápida apresentação a área temática Atualmente venho trabalhando com a área de conhecimento “Ciberespaço e Sociedade da Informação”, que se constituiu em um novo campo de estudo da Geografia e faz parte da linha de pesquisa: “Globalização, Políticas Públicas e Reestruturação Territorial” do curso de Pós-graduação em Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Sobre esta área de pesquisa venho desenvolvendo um projeto de pesquisa sobre as “Estruturas Virtuais de Acumulação e Ciberespaço”, que é financiado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro FAPERJ. Em três anos, esta área de conhecimento, no Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio de janeiro, já produziu duas dissertações de mestrado, estas pesquisas, à luz da teoria da estruturas sociais de acumulação, reforçam e ampliam os estudos sobre o tema do ciberespaço1. Sobre o tema de hoje Este trabalho está dividido em três partes: 1 Foram os casos dos trabalhos: z Carvalho, Ronaldo Pimenta de. Redes Acadêmicas e a Morfogênese do Ciberespaço Fluminense: a RedeRio de Computadores, Rio de Janeiro, Instituto de Geografia/UERJ, 2006, p.170. z Girão, Cecília Silva. Porto Digital do Bairro do Recife - Uma ilha de riqueza em um oceano de pobreza: Um Estudo de Caso das Estruturas Virtuais de Acumulação no Brasil, Rio de Janeiro, Instituto de Geografia/UERJ, 2005, p.319. 1. a primeira parte trata da “Formação territorial das estruturas virtuais de acumulação e ciberespaço ”; 2. a segunda parte examina a “Regulação e a Institucionalização da Internet e das Relações de Comércio Eletrônico”; 3. a terceira parte analisa a “Governança Regional e a Reterritorialização das Estruturas Virtuais de Acumulação no Capitalismo “Financeiro”. 1. Formação Territorial das Estruturas Virtuais de Acumulação e Ciberespaço Este trabalho pretende, a partir da perspectiva da Geografia, contribuir para uma reflexão sobre a fenomenologia da formação territorial das estruturas virtuais de acumulação, sob o enfoque da Teoria das Estruturas Sociais de Acumulação (Kotz; Mcdonough; Reich, et al.1994). No campo da ciência geográfica, foi em meados dos anos 70, que surgiram importantes esforços procurando revelar a dimensão espacial contida na teoria da acumulação de Marx. O mérito destes trabalhos foi revelar e explicar como a acumulação capitalista engendra estruturas espaciais e como estas por sua vez podem impulsionar e reforçar a expansão contraditória do capitalismo (Harvey, 20052). As estruturas espaciais de acumulação são resultantes de ESAs. 2 Na década de 70, David Harvey produziu uma coletânea de artigos com o objetivo de revelar a dimensão espacial contida na teoria da acumulação de Marx. Essa coletânea foi publicada pela Revista New Left Review e foram republicadas, em 2005, com o título: “A Geografia da Acumulação Capitalista”. Segundo ainda essa premissa, os processos espaciais de concentração, aglomeração e conglomeração que tanto caracterizam o fenômeno urbano contemporâneo, são conteúdos quase sempre impulsionados historicamente pela acumulação capitalista. As condições essenciais requeridas que desencadeiam a acumulação capitalista são: a) oferta crescente de trabalho material e imaterial (Gorz, 2005; Lazzarato & Negri, 20013), razoavelmente adaptada ao padrão tecnológico do ciclo expansivo do capital (Goldstein, 1988); b) concentração espacial de meios de produção, de infra-estrutura produtiva em rede e de investimento financeiro seletivo (Gordon, 1994); c) mercado para absorver quantidades crescentes de novas mercadorias ou para expansão da demanda por bens tangíveis ou não tangíveis. A espacialização desses condicionantes estruturais pode influenciar e repercutir no crescimento do capitalismo. Vencer distâncias, destruir as barreiras espaciais, reduzir o tempo de circulação do capital, aumentar a velocidade e a escala dos mercados, eis o principal fundamento da acumulação capitalista. 3 Segundo Gorz (2005:15): “O trabalho abstrato simples, que, desde Adam Smith, era considerado como fonte de valor, é agora substituído por trabalho complexo. O trabalho de produção material, mensurável em unidades de produtos por unidades de tempo, é substituído por trabalho dito imaterial, ao qual os padrões clássicos de medida não mais podem se aplicar”. Já para Lazzarato & Negri (2001:45):“Todas estas características da economia pós-industrial (presentes tanto na indústria quanto no terciário) são acentuadas na forma da produção “imaterial” propriamente dita. A produção audiovisual, a publicidade, a moda, a produção de software, a gestão do território etc. são definidas através da relação particular que a produção mantém com o seu mercado e os seus consumidores”. As redes e suas composições técnicas desempenham importante papel na integração territorial, pois permitem o transporte de matéria, de energia ou de informação (Santos, 1996). As redes como infra-estruturas da acumulação capitalista (hidrovias, ferrovias, rodovias, telefonias, cabos submarinos, ”infovias”, etc.) refletem padrões tecnológicos (Reich, 1994) e geográficos de investimento exigidos pelas diferentes formas do capital (comercial, mercantil, industrial, financeiro, informacional) . Estas redes possuem uma morfologia cujo desenho pode revelar: a) a escala da divisão digital (fig 14); b) a hierarquia urbana e o poder de dominação de seus territórios (Smith & Timberlake, 2002); c) a concentração de economia do conhecimento (Gorz, 2005)5. As estruturas espaciais em redes possuem um vínculo mediativo ou virtual com a dinâmica da acumulação, pois essas estruturas espaciais podem cumprir um importante papel na redução do tempo de giro do capital. A paisagem e o território são alterados e modelados pelas estruturas de engenharia do padrão tecnológico hegemônico, que lhes impõe temporalidades e ritmos desiguais. 4 Vejas as figuras nos anexos. 5 Gorz argumeta (2005:29): “Se não for uma metáfora, a expressão “economia do conhecimento” significa transtornos importantes para o sistema econômico” (...). “Indica também que o valor de troca das mercadorias, sejam ou não materiais, não mais é determinado em última análise pela quantidade de trabalho social geral que elas contêm, mas, principalmente, pelo seu conteúdo de conhecimentos, informações, de inteligências gerais. É esta última, e não mais o trabalho social abstrato mensurável segundo um único padrão, que se torna a principal substância social comum a todas as mercadorias. É ela que se torna a principal fonte de valor e de lucro, e assim, segundo vários autores, a principal forma de trabalho e do capital”. As redes digitais são organizadas por padrões geográficos diferenciados e hierarquicamente articulados por satélites internacionais e super-infovias (Abilene - fig. 3, Aarnet - fig. 4, Alice - fig. 5, Clara - fig. 6, Ampath - fig. 7, Géant - fig. 8, Eumed - fig. 9, Cernet - fig. 10, Janet and Linx- fig. 11, Saix - fig. 126, TEIN2 - fig. 13, etc.). Estas superinfovias interconectadas por satélites combinam elementos e dispositivos de criação (arte), produção, comercialização, comunicação, simulação e conhecimento, formam um quase embrião de “inteligência coletiva” (Levy, 1994), o ciberespaço7 (fig 14). O estudo do ciberespaço segundo o olhar da geografia constitui um esforço recente que vem se expandindo e se consolidando rapidamente, impulsionado principalmente pela necessidade de se estabelecer às bases ontológicas e conceituais que expliquem e elucidem como essa estrutura de redes afeta a dinâmica territorial e influencia, através da Internet, o crescimento de serviços e atividades eletrônicas. Dentro desta perspectiva tem sido importante também investigar como a consolidação de dois importantes processos característicos da expansão e do desenvolvimento do ciberespaço -- a migração digital, designada como um “novo 6 Conferir o mapa da África no domínio da internet em: http://demiurge.wn.apc.org/africa/afrmain.htm O mapa simbólico do ciberespaço confecionado em 2003, segundo The Opte Project, revela mais 7 de 5 milhões de bordas e quase 50 milhões de pontos distribuídos segundo a seguinte distribuição de cores(in: http://www.opte.org/): z Ásia do Pacífico – em Vermelho z Europa/Oriente Médio/Ásia Central/África – em Verde z América do Norte – em Azul z América do Sul e Caribe – em Amarelo z RFC1918 IPs – em Cinza z Pontos não reconhecidos – em Branco colonialismo” (Vilches, 2003), e a divisão digital, representada pelo cenário desigual de acesso à Internet (Castells, 2003) -- possibilita a reconfiguração das atividades sociais, econômicas e políticas nas estruturas territoriais de acumulação (Pires, 2004a). 1.1. O Ciberespaço como Estrutura Virtual de Acumulação O ciberespaço, termo criado por William Gibson em 1984, muitas vezes foi confundido pelo senso comum com a Internet, ou vem sendo indevidamente tratado como “dimensão” virtual cuja natureza é “não-territorial”, “pós-orgânico”, “imaterial”, ensejando inúmeros equívocos, mitificações e imprecisões. O fetichismo do ciberespaço é a oposição entre a representação, a partir dos pontos de vistas, e o representado, enquanto ESA. Procurando desmitificar o uso consagrado pelo senso comum do termo ciberespaço, Koepsell (2004) afirma que estas incorreções são originárias de questões ontológicas pertencentes a todos os fenômenos mediados pela tecnologia do computador, sugerindo que “o termo “ciberespaço” referir-se-á ao conjunto de transações de informação e comutadores que ocorrem dentro e entre computadores por meio desses comutadores. O e-mail existe e move-se no ciberespaço. Os programas de computador existem e funcionam dentro do ciberespaço. A realidade virtual existe e ocupa o ciberespaço. Transações financeiras ocorrem de forma crescente no ciberespaço. Dentro de uma abordagem filosófica, Koepsell (2004) procura derivar o conceito de ciberespaço a partir de uma perspectiva oriunda de uma formulação elaborada pela disciplina da ontologia, sem, no entanto, dialogar com as reflexões produzidas pelo debate sobre o tema no âmbito da geografia e da economia. A ciência geográfica também vem se empenhando em elucidar e desmitificar todas as tentativas ideologizantes de dissimulação da “natureza” do ciberespaço. O ciberespaço é tratado aqui nesta pesquisa como um tecnoespaço (Turco, 2002), isto é, um território articulado e estruturado pela primazia de suas ESAs. O ciberespaço deixou de ser um “espaço público” constituído eminentemente pelas redes acadêmicas, e se transformou em uma estrutura virtual de acumulação subsumida pela migração digital (Cf. Carvalho-Júnior, 2006). O imperativo do ciberespaço e da era digital é um fato irreversível. O crescimento do comércio eletrônico e a troca de bens tangíveis e não-tangíveis pela Internet revelam essa tendência. 2. Regulação e Institucionalização da Internet e das Relações de Comércio Eletrônico Procurando traçar um breve histórico sobre a constituição do ciberespaço e das estruturas virtuais de acumulação no Brasil, alguns estudos recentes apontaram que estes foram estruturados em duas grandes fases: a acadêmica e a comercial (Stanton, 1993, 2004; Filippo & Sztajnberg, 1996; Pires, 2005). As primeiras iniciativas para criar a rede e a infra-estrutura necessária para o desenvolvimento do ciberespaço no Brasil foram empreendidas por instituições públicas não comerciais, compostas eminentemente por instituições universitárias e de pesquisa, foram elas: o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) no Rio de Janeiro, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e o da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A justifica principal destas iniciativas era a de aperfeiçoar o ambiente de integração e de articulação intra-institucional às redes globais, principalmente às das universidades estadunidenses, de modo a torná-lo capaz de promover e ampliar o intercâmbio e a colaboração científica, a partir do uso de avançadas tecnologias de informação e comunicação (TICs). Dentro desta perspectiva, em setembro de 1988, o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) no Rio de Janeiro, anteriormente pertencente ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, e atualmente subordinado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, foi responsável pela iniciativa do estabelecimento da primeira conexão das instituições científicas brasileiras à rede BITNET, através da Universidade de Maryland, em College Park, usando para isto um enlace de 9.600 bps. Em novembro do mesmo ano, uma segunda conexão, foi procedida às redes BITNET e HEPNET pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP - FAPESP, que se ligou ao Fermi National Laboratory, em Chicago, a 4.800 bps, esta conexão serviu às instituições universitárias e de pesquisa mantidas pelo governo estadual. A UFRJ empreendeu, em maio de 1989, uma terceira conexão de acesso à rede Bitnet através da UCLA, em Los Angeles, ligando-se de modo semelhante a 4.800 bps (Stanton, 1993). Neste mesmo período, o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) criou um Grupo e Trabalho que tinha como meta a formulação de um plano para a construção de uma rede acadêmica nacional, que ficaria encarregada da gestão e do planejamento do ciberespaço brasileiro. Neste sentido, já em 1989, foi formulado pelo MCT (SEI), CNPq e a FINEP, o projeto de constituição da Rede Nacional de Pesquisa (RNP), que contou com o apoio das mais importantes instituições estaduais de fomento à pesquisa: a FAPERJ – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro; a FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo; e a FAPERGS – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul. Mas, só em 1990 foi efetuado o lançamento formal da RNP. No início dos anos 90, o CNPQ através do LNCC, na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, além de oferecer cursos para utilização da rede BITNET e de Virtual Machine (VM), em terminais da IBM; permitiu o acesso discado a esta rede a seus pesquisadores, logo após a padronização e uso dos protocolos TCP/IP utilizados na Internet, já comumente disseminado nos Pcs que utilizavam sistemas operacionais baseados em UNIX, Macs ou Windows 3.1. A primeira representação morfológica do ciberespaço no Brasil, elaborada por Michael Stanton em 1993, revela uma topologia constituída eminentemente por instituições universitárias e de pesquisa. O desenho estrutural da rede nacional, em 1991 (fig 20), foi baseado morfologicamente no modelo fornecido pela Fundação Nacional de Ciência (NSFNET) do Estados Unidos; dentro desta perspectiva, a espinha dorsal do ciberespaço brasileiro foi estruturada em quatro níveis de solidariedade: o global, o nacional, o regional e o local ou institucional (Santos, 1996). O nível global é mantido com a colaboração dos grandes centros de pesquisas internacionais. O governo federal foi um ator importante responsável por manter a espinha dorsal com um ponto de presença da Internet distribuído por estados. Os governos estaduais, atuaram colaborando para promover a conexão das instituições de sua própria região. No nível local ou institucional, as universidades e os centro de pesquisa se responsabilizariam pelo custeio e pelo acesso às redes existentes em seu campus. A implantação e a consolidação territorial da estrutura do ciberespaço brasileiro ocorreu oficialmente logo após a Eco'92, quando a RNP, o CNPq e as fundações estaduais de fomento à pesquisa inauguraram a espinha dorsal nacional ou o backbone nacional, alicerçando-o nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, através das redes: 1. Rede Rio de Computadores – Rede Rio, composta pelo LNCC, a UFRJ e a PUCRio. A Rede Rio resultou de convênios acadêmicos e de pesquisas estabelecidas, entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), no final dos anos 80. A Rede Rio foi oficialmente inaugurada em maio de 1992 com um financiamento inicial da FAPERJ de US$ 300 mil dólares <http://www.rnp.br/noticias/2003/not- 030923b.html>; 2. Rede Acadêmica em São Paulo – ANSP, mantida pela FAPESP e pelo Fermilab – Fermi National Accelerator Laboratory. Originalmente concebida em 1985, a Rede Rio com um enlace internacional ligando a UFRJ à CERFNet (California Education and Research Federation Network), em San Diego, Califórnia, praticamente possuia quase todas as suas instituições interligadas a 64Kbps. Este avanço no uso das TICS, baseadas em protocolos TCP/IP (da Internet) com roteadores multiprotocolares, possibilitou o oferecimento regular à Telerj, hoje Telemar, deste serviço para uso comercial. Ainda em 1992, a ANSP, com enlace internacional entre a Fapesp e o Fermilab, foi aos poucos expandindo esta conexão de apenas 9.600 bps para 64Kbps. Algumas instituições universitárias começaram a ser conectada também a 64Kbps, foi o caso por exemplo a Universiade de São Paulo (USP). Em 1993, a morfologia da rede nacional passou a possuir enlaces institucionais superiores a 9.600 bps e de 64 Kbps. Neste período, houve um expressivo crescimento de outras redes acadêmicas regionais ampliaram-se as Conexões da RNP em 1993, fora do eixo Rio - São Paulo, este impulso favoreceu a desconcentração da infra-estrutura da Rede Nacional de Pesquisa e ajudou a reduzir a divisão digital que sempre caracterizou o desenvolvimento da estrutura territorial do ciberespaço no Brasil. O apoio dos governos estaduais e das Fundações de Amparo à Pesquisa foi fundamental8. Em 1994, com o começo da saturação dos enlaces internacionais de 64 kbps, a RNP planejava ampliar as conexões, entre o Rio de Janeiro e de São Paulo, para 2 Mbps. Nesse período, com a consolidação e usos dos protocolos TCP/IP utilizados na Internet e resolução dos problemas com os modens digitais, a disseminação da cultura de serviços como: correio eletrônico, ftp, gopher, news, WWW (Lynx), e de conexões discadas, havia se tornado algo popular no meio acadêmico. Outras redes não comerciais além da RNP haviam prosperado, como por exemplo: 4. o nó do Ibase/AlterNex, da rede APC; 5. a rede da comunidade de radioamadores; 6. a febre das redes dos Bulletin Board Systems, os BBSs brasileiros; 7. a Rede Nacional de Pacotes – RENPAC, operada pela Embratel, que passou a ser a principal infra-estrutura de rede a alcançar as cidades do interior e o embrião da Internet comercial no país; 8. as redes X.25 de operadoras da Telebrás, que ofereciam serviços de correio eletrônico(Filippo & Sztajnberg, 1996). A oferta comercial de serviços na Internet no Brasil estava dando os primeiros 8 De acordo com Staton (2004): “A espinha dorsal nacional da RNP, foi montada ao longo do segundo semestre de 1992, e interligava pontos de presença localizados em Brasília e em dez capitais de estado. A rede foi implementada, inicialmente, com circuitos de 9.600 bps. Com o passar do tempo e a disponibilidade de infra-estrutura da Embratel, alguns destes enlaces tiveram sua taxa de transmissão aumentada para 64 Kbps. Em 1993, já haviam sido instalados enlaces de 64 Kbps entre São Paulo e Porto Alegre, e no triângulo São Paulo – Rio de Janeiro – Brasília; e, em 1994, foi a vez da conexão entre São Paulo e Recife”. passos. Em 1995, com a expansão da velocidade do trafego da rede ampliada para 2 Mbps, a RNP passou a atuar não apenas como uma rede acadêmica, mas também como uma rede com serviços e atividades de caráter privado e comercial. Neste mesmo período, o governo Fernando Henrique Cardoso, através dos Ministérios da Comunicação e da Ciência e Tecnologia (MC e MCT), estabeleceu o Comitê Gestor (CG) da Internet, a partir da Portaria Interministerial nº 147, que passou a ser um aparato jurídico de regulação e de privatização da Internet no Brasil . Além de normatizar o funcionamento e o provimento de serviços comerciais e privados da Internet ao público em geral, as atribuições principais do CG eram: a) fomentar o desenvolvimento de serviços Internet no Brasil; b) recomendar padrões e procedimentos técnicos e operacionais para a Internet no Brasil; c) coordenar a atribuição de endereços Internet, o registro de nomes de domínios, e a interconexão de espinhas dorsais; d) coletar, organizar e disseminar informações sobre os serviços Internet. Em 1996, a rede BITNET com trafego de 9600 bps foi sendo aos poucos desativada. A rede nacional de computadores deixou de ser uma rede eminentemente acadêmica e passou a ser definitivamente uma rede que oferece serviços e atividades de caráter privado e comercial. A expansão comercial de serviços e acessos ao ciberespaço e à Internet favoreceu o crescimento de inúmeras atividades econômicas e o número de internautas no Brasil, e transformou o ciberespaço brasileiro em uma grande estrutura virtual de acumulação. A maturidade alcançada pelo comércio eletrônico brasileiro na Internet revela bem a punjança deste mercado, que chegou a movimentar R$ 1,8 bilhão em 2004 e R$ 2,3 bilhão, no ínicio de 2005 <http://www.e-commerce.org.br/STATS.htm>. Para The Internet Telecomunication Union, de 1996 a 2001, o número de habitantes conectados à Internet no Brasil cresceu de 170 mil para 11,9 milhões de internautas, ou seja, 6,84% da população brasileira. Em 1999, o Brasil possuía 77% do número de pessoas com acesso à Internet na América do Sul (NUA, 2002). Neste mesmo período, o Brasil ocupava o décimo primeiro lugar no mundo em número de hosts, computadores com endereço ativo à Internet, e o décimo em número de habitantes conectados à Internet, estando com 6,79 milhões de pessoas conectadas à Internet, ou seja, apenas 4% da população brasileira tinha acesso à Internet. Em 2002 este número já é superior a 8%. Dados fornecidos pela Receita Federal ratificam este número e revelaram que o número de declarações de imposto de renda (IRPF) realizadas com o uso da Internet cresceu de 706 mil, em 1997, para mais de 14 milhões, em 2002; este crescimento se deveu a expansão extraordinária da velocidade e dos serviços prestados na Internet. Em 2004, a velocidade máxima alcançada pelos fluxos informacionais, entre as duas maiores regiões metropolitanas do Brasil, era de 622 Mbps, mas até 2007 esta velocidade poderá alcançar o patamar de 10 Gbps (RNP - fig.15), com a implantação do Projeto Rede Giga (fig.16), que se encontra atualmente em fase experimental (Santoro, 2004). A implantação do Projeto Rede Giga abrangerá 8 Universidades e 9 Centros de Pesquisa e Desenvolvimento, no eixo Rio – São Paulo. Procurando identificar o paradigma territorial que subscreve a expressão material do setor líder na região, as estruturas virtuais de acumulação (Pires, 2004), pode-se constatar que diante à dispersão das atividades econômicas da era da informação, as cidades adquiriram novas formas de composição do capital e de centralidade, associadas aos novos arranjos de gerenciamento e comando operacional de suas atividades em escala planetária. O comércio eletrônico representa uma das mais importantes evidencias da migração digital, no período atual, sua existência enquanto atividade econômica é resultante da compra e da troca de bens (tangíveis e não-tangíveis) na Internet. O comércio eletrônico é fruto da utilização intensiva e combinada das tecnologias de informação e comunicações. De forma simplificada, pode-se definir o comércio eletrônico como a compra e venda de produtos e bens na Internet (Neto, 2003). Segundo Takahashi (2000), desde 1999, o Brasil ocupa a liderança do mercado de comércio eletrônico da América Latina, tendo transacionado US$450 milhões, o que representou cerca de 88% do valor das transações realizadas eletronicamente pelos países latino-americanos, naquele período. O processo de regulamentação jurídico das relações de comércio e troca na Internet, constitui um importante mecanismo de controle e de gestão normativa de fluxos, pois contribui para o reposicionamento estratégico dos Estados Nacionais frente à expansão do comércio eletrônico, a partir da criação de mecanismos de regulamentação e institucionalização das atividades geradas pelo desenvolvimento da economia digital, influenciada pelo “paradigma tecno-econômico", baseado no regime financeirizado de mundialização do capital (Chesnais, 1997). O setor financeiro, na era das tecnologias de informação e comunicação, possui “um caso de amor com revolução tecnológica”, como já explicitou Carlota Perez (Quadro 1). No Brasil, o setor financeiro através do processo de automação bancária (Pires, 1997; Pires, 2001) foi responsável pela introdução das mais importantes inovações tecnológicas, principalmente no segmento das tecnologias de informação e comunicação. Esta perspectiva de necessidade normativa é enfatizada pelo Estado, devido a fragilidade dos mercados nacionais frente às investidas dos atores globais que operam através do paradigma digital de acumulação, em outras palavras, sob a égide das estruturas virtuais de acumulação. A implantação dos instrumentos de regulamentação do comércio eletrônico no Brasil, ocorreu quando foi instalado, em agosto de 2001, o Comitê Executivo de Comércio Eletrônico. Naquele momento, esse Comitê tinha a orientação de atuar por meio de Resoluções, Recomendações Técnicas, ou outros dispositivos apropriados, na regulamentação e na definição de processos de gestão deste novo campo da economia. Em fevereiro de 2005, por iniciativa dos ministérios do Desenvolvimento, da Ciência e Tecnologia e do Planejamento, o Comitê Executivo de Comércio Eletrônico aperfeiçoou seu campo de atuação e passou também a conceber ações voltadas para a promoção e a disseminação do comércio eletrônico. Atualmente o Comitê Executivo de Comércio Eletrônico tem como prioridades a definição de políticas públicas em quatro grandes áreas de trabalho: marco legal, inclusão digital, exportações e Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior. Com o passar dos anos, o Comitê Executivo de Comércio Eletrônico elaborou e catalogou um banco de dados com mais de 230 registros de estatísticas, as mais diversas, sobre conteúdos que englobam: E-Comércio, Informática, Internauta, Internet, Mercado, Telecomunicações e Inovação (Cf. http://ce.mdic.gov.br/estatisticas/ página acessada em agosto de 2005). Segundo o Comitê Executivo de Comércio Eletrônico, até agosto de 2005, o número de fornecedores de produtos e serviços para Comércio Eletrônico, Governo Eletrônico e Tecnologias da Informação já representa 393 empresas cadastradas, que empregam 61.777 funcionários. A mão de obra empregada nestas empresas apresenta um elevado grau de escolaridade: 613 possuem doutorado, 4.962 com mestrado e 40.570 são graduados com nível superior em diferentes áreas do conhecimento (Cf. http://ce.desenvolvimento.gov.br/e-tools/ página acessada em agosto de 2005) . O comércio eletrônico, no Brasil, cresceu de R$ 549 milhões, em 2001, para R$ 2,3 bilhões, em 2005 (Gráfico 1), e o uso da Internet em atividades financeiras cresceu em volume de transações de 3,7%, em 2000, para 13%, em 2004 (Valor Econômico, 2005). Em 2003, a maioria dessas transações foi efetuada por 48% dos internautas. O Brasil possui um número bastante expressivo de usuários da Internet no contexto da América do Sul. São aproximadamente mais de 19,2 milhões de internautas (Pires, 2004b), o que constitui um valioso e importante nicho de mercado para o e-comércio, desta região. Segundo pesquisa do Ibope, realizada em 2005, entre as pessoas com mais de 16 anos que navegam na Internet no Brasil (28 milhões de pessoas), 56,5% efetuaram pelo menos uma consulta de preços na rede. O número de consumidores on-line passou de um pouco mais de 2,5 milhões, no início de 2004, para 3,25 milhões no final do mesmo ano (Felipini, 2005). 3. Governança Regional e Reterritorialização das Estruturas Virtuais de Acumulação no Capitalismo Financeiro A governança internet, passou por três grandes fases: a primeira, nos anos 60, no período da guerra fria, marcada pelo controle militar quando era controlada pelo departamento de defesa dos Estados Unidos através da ARPANET9, oriunda da antiga Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA); a segunda, nos anos 70 e 80, consagrada pelo viés científico-militar, manteve-se regulada por instituições acadêmicas vinculadas a National Science Foundation (NSFNET) e permaneceu controlada pela Internet Assigned Numbers Authority (IANA); a terceira, no final dos anos 90, destacou-se pelo viés de caráter corporativo mantido pela Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), empresa sem fins lucrativo que herdou as responsabilidades de gestão da rede da IANA. Com o crescimento da Internet, o viés excessivamente corporativo da ICANN10 e a sua capacidade de gestão passaram a ser questionados (Goldsmith & Wu, 2006), principalmente por autoridades européias que queriam ter mais autonomia na elaboração de propostas de políticas públicas para o seu desenvolvimento. Nos anos 90, em contraposição a expansão da divisão digital e ao viés de governança corporativa produzido pelas grandes companhias de software proprietário, emergiu a comunidade de software livre, uma alternativa multilateral de governança socialista na grande rede mundial de computadores, baseada na solidariedade e na produção compartilhada de software livre. Em 2002, a Assembléia Geral das Nações Unidas deu um importante passo em 9 Conferir os mapas da evolução histórica da ARPANET em: http://som.csudh.edu/cis/lpress/history/arpamaps/ 10 Mais informações conferir o sítio The Internet Governance Project: http://www.internetgovernance.org/ direção à preparação de um novo modelo de governança, organizando duas grandes conferências, a primeira realizada em Gênova, em 2003, e a segunda realizada na Tunísia em 2005 (Kapur, 2005; CMSI,2005; Afonso, 2005). Neste sentido, pode-se afirmar que a formação de um movimento pela formação de uma Governança Regional representou um processo de reposicionamento dos estados nacionais frente à necessidade de se estabelecer mecanismos políticos e instrumentos de regulamentação comuns, com o objetivo de implementar ações regionais que promovessem, de modo integrado, o desenvolvimento econômico e social, a participação, a cooperação e a construção de relações culturais entre as Nações. Desde 2004, o Estado brasileiro tem adotado políticas públicas para promover o uso do software livre nas instituições educacionais e nas instituições administrativas. Quatro fatores contribuíram para a constituição da Governança Regional entre os estados nacionais: a migração digital; a divisão digital; a expansão do comércio eletrônico de bens tangíveis e não tangíveis; e a globalização dos mercados financeiros. No caso do ciberespaço, a Governança Regional se caracteriza pelo estabelecimento de ações voltadas a garantir: z regras de proteção da propriedade intelectual; z controle e combate aos cibercrimes. Como, por exemplo, no Brasil: o Projeto de Lei Nº 84, de 1999, que regula o uso de bancos de dados e a prestação de serviços por redes de computadores, dispõe sobre os crimes cometidos na área de informática; z normas para a definição de padrões e modelos de identificação dos usuários na internet (IP, Domain Name System, etc.); z políticas de integração e desenvolvimento de tecnologias; z medidas de universalização do acesso e combate à exclusão digital; z desenvolvimento de instituições que possam representar interesses comuns e do mercado regional em fóruns das Nações Unidas. No Brasil, desde 1993, o governo federal fomentou e aprimorou a política de consolidação Governo Eletrônico, cujo objetivo era formular políticas, estabelecer diretrizes, coordenar e articular as ações voltadas para a prestação de serviços e informações ao cidadão, como: z declaração eletrônica de imposto de renda e emissão de certidões de pagamento de impostos; z cadastro de currículo de pesquisadores (Currículo Lattes); z leilões eletrônicos e editais de compras; z cadastramento de fornecedores governamentais; z acompanhamento de processos judiciais; z informação sobre indicadores econômicos e sociais, etc. A disputa pela implantação desta estrutura virtual de acumulação, em um contexto de extrema divisão digital, representa uma nova luta deflagrada pela apropriação, manutenção ou reterritorialização (Cocco; Galvão & Silva, 2003)11 de mercados, principalmente pelas nações de capitalismo tardio, que ainda estão ingressando na era da 11 Segundo Cocco (2003:34): “Os processos de reterritorialização acompanham intimamente os processos de deslocamento das combinações produtivas, dos arranjos de poder. A globalização, pela própria forma de coerção exterior de que se reveste (exterior ao espaço local, ao espaço nacional), engendrou uma mobilização local e global e respostas glocais, as únicas capazes de conciliar sob outras formas a sobrevivência dos agentes locais, com a pressão bastante severa das regras da nova economiamundo”. economia do conhecimento. A implantação de estrutura virtual de acumulação passa a requerer mudanças institucionais que favoreçam o desenvolvimento do capital imaterial e a expansão do “capitalismo Financeiro”. Conclusões As estruturas virtuais de acumulação possuem uma morfologia que é fruto da divisão digital e representa a base de consolidação histórica do processo de investimento do capital no espaço. A expansão do comércio eletrônico e das operações financeiras via Internet associados ao estabelecimento da divisão digital e da intensificação da migração digital, constituem um novo escopo temático a ser desbravado pelas pesquisas de geografia e de economia. Será que o esgotamento do modelo de acumulação financeirizado baseado nas estruturas virtuais de acumulação está próximo? A simulação e virtualização poderão engendrar uma sociedade do conhecimento? Quais serão os limites ou as barreiras para expansão desta forma metamorfoseada de capitalismo? A expansão do software livre representa uma alternativa internacional pela inclusão digital. As vantagens econômicas do modelo de software livre já são reconhecidas. Atualmente existem algumas contribuições que caminham numa linha de investigação que aprofunda a análise do processo de consolidação das estruturas virtuais de acumulação. ANEXOS Figur a1 Figu ra 2 Figu ra 3 Figura 4 AARNet Figura 5 Figura 6 Red Clara Setember 2006 Fig ura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10 Cernet Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Th e Pro ject Opt e Figura 15 RedeIpê, RNP Figura 16 Rede Giga BIBLIOGRAFIA AFONSO, Carlos A. Governança da Internet, contexto, impasses e caminhos, São Paulo, RITs, 2005. CARVALHO JÚNIOR, Ronaldo Pimenta de. Redes Acadêmicas e a Morfogênese do Ciberespaço Fluminense: a RedeRio de Computadores, Rio de Janeiro, Instituto de Geografia/UERJ, Dissertação (Mestrado em Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro), 2006, p.170. CASTELLS, Manuel. A Galáxia da Internet: Reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003. CHAHIN, Ali (et al.). E-gov: a próxima revolução brasileira: eficiência, qualidade e democracia: o governo eletrônico no Brasil e no mundo. São Paulo: Pratice Hall, 2004. CHESNAIS, François. Mundialização do capital, regime de acumulação predominantemente financeira e programa de ruptura com o neoliberalismo. In: Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, Nº1, 1997. CMSI Documents Finales. Cumbre Mundial sobre la Sociedad de la Information, UIT, 2005. COCCO, Giuseppe; GALVÃO, Alexander Patez; SILVA, Gerardo (orgs.). Capitalismo cognitivo: trabalho, redes e inovação. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. Comitê Executivo de Comércio Eletrônico: <http://ce.mdic.gov.br/> FELIPINI, Dailton. ABC do E-commerce. In:<http://www.abc-commerce.com.br/downmodelo/abc-4segredos-cli.pdf>, página acessada em agosto de 2005. FILIPPO, Del Re Denise & SZTAJNBERG, Alexandre. Bem-vindo à Internet, Rio de Janeiro: Brasport, 1996. GIRÃO, Cecília Silva. Porto Digital do Bairro do Recife - Uma ilha de Riqueza em um Oceano de Pobreza: Um Estudo de Caso das Estruturas Virtuais de Acumulação no Brasil, Rio de Janeiro, Instituto de Geografia/UERJ, Dissertação (Mestrado em Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro), 2005. 234f. GOLDSMITH, Jack & WU, Tim. Who Controls the Internet? Ilusions of a bordless world. New York, Oxford, 2006. GOLDSTEIN, Joshua S. Long Cycles: Prosperity and War in the Modern Age, Yale University, Edwards Brothers, 1988. GORZ, André. O imaterial: conhecimento, valor e capital. São Paulo: Annablume, 2005. KAPUR, Akash. Internet Governance. United Nations Development Programme–Asia- Pacific Development Information Programme (UNDP-APDIP), 2005. KOEPSELL, David R. A Ontologia do Ciberespaço, São Paulo, Madras, 2004. KOTZ, David M.; MCDONOUGH, Terrence and MICHAEL, Reich (Ed). Social Structures of Accumulation: The political economy of growth and crisis. Cambridge University Press, 1994. LAZZARATO, Maurizio & NEGRI, Antonio. Trabalho imaterial: formas de vida e produção de subjetividade. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. LEVY, Pierre. A Inteligência Coletiva, São Paulo, Edições Loyola, 2000. MUELLER, Milton L. The New Cyber-Conservatism: Goldsmith/Wu and the Premature Triumphalism of the Territorial Nation-State A review of Goldsmith and Wu’s Who Controls the Internet? Illusions of a Borderless World, 2006. <http://www.internetgovernance.org/pdf/MM-goldsmithWu.pdf> NETO, Ângelo Volpi. Comércio Eletrônico: Direito e Segurança, Curitiba, Jaruá, 2003. PEREZ, Carlota. Microeletronics, long waves and the world structural change: new perspectives for developing countries. World Development, v. 13, n. 3, p.441-463, ago. 1985. PEREZ, Carlota. Technological Revolutions and Financial Capital. The Dynamics of Bubbles and Golden Ages, Edward Elgar, Cheltenham, UK, 2002. PIRES, Hindenburgo Francisco. A Geografia da Internet e do Ciberespaço na América Latina. CD-Rom do 10º Encontro de Geógrafos da América Latina, pp.11944-11955, 2004b. PIRES, Hindenburgo Francisco. A produção morfológica do ciberespaço e a apropriação dos fluxos informacionais no Brasil. VII Coloquio Internacional de Geocrítica, Santiago de Chile, 24-27 de mayo 2005. Instituto de Geografía - Pontificia Universidad Catolica de Chile. <http://www.cibergeo.org/artigos/> PIRES, Hindenburgo Francisco. Estruturas virtuais de acumulação e cibercidades: das estruturas territoriais às estruturas virtuais de acumulação . Geo Crítica / Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, vol. VIII, núm. 170-59, Agosto, 2004ª.<http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-17059.htm> SANTORO, Alberto. Digital Divide: An update from Brazil,Rio de janeiro, LISHEP2004, Digital Divide and HEP Grid Workshop, 2004. <acessado em agosto de 2004:http://www2.uerj.br/~lishep/lishep> SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção, São Paulo, Hucitec, 1996. SMITH, David & Timberlake, Hierarchies of Dominance Among World Cities: A Network. In: SASSEN, Saskia (Ed.) Global Networks, Linked Cities, London, Routledge, 2002. STANTON, Michael. A; Non-Commercial Networking in Brasil, Proc. INET, 1993. TAKAHASHI, Tadao org. Sociedade da informação no Brasil: livro verde, Brasília, Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000. TURCO, Ângelo. Cyberspace/Cyberscape. In: TURCO, Ângelo (Org). Paessagio: Pratiche, Linguaggi, Mondi. Edizioni Diabasis, Reggio Emilia, Itália, 2002. p.209-232. VILCHES, Lorenzo. A Migração Digital. São Paulo, Edições Loyola, 2003.