A Matriz BCG
Passo a Passo
A MATRIZ BCG
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PS
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Aluisio Ambrosio e Vicente
O
1. INTRODUÇÃO
bserva-se que a grande maioria dos
livros de administração, especialmente os livros de planejamento estratégico, apresenta a Matriz BCG
apenas superficialmente e, além disso, não entra em seus aspectos
quantitativos.
Ao mesmo tempo, os gestores, e em
particular os gestores financeiros,
estão se preocupando com a adição
de valor para o acionista e a importância do fluxo de caixa – em detrimento dos lucros contábeis – para
a empresa.
Assim, os cursos de graduação e os
de pós-graduação em Administração de Empresas e em Comunicação Social exigem em seus trabalhos de conclusão de curso uma
abordagem quantitativa cada vez
mais profunda. Concomitantemente, os profissionais de Marketing e
Comunicação cada vez mais são
envolvidos em diversos tipos de
análises, sendo compelidos a usarem ferramentas quantitativas com
maior freqüência e exigência.
Este artigo busca satisfazer ao espaço não preenchido pelos livros, e a
fornecer aos estudantes e aos profissionais uma abordagem da Matriz
BCG completa, tanto em seus
aspectos qualitativos, quanto em
seus aspectos quantitativos. Para
tanto, foi desenvolvido um método
passo a passo para se elaborar a
Matriz BCG.
Visando tornar o método passo a passo bastante simples e didático, foi
preparado um caso para uma empresa
distribuidora de energia elétrica com
base em três cenários. Dessa forma,
será possível verificar as posições dos
produtos na Matriz BCG.
2. HISTÓRICO E
BASES CONCEITUAIS
DA MATRIZ BCG
A Matriz BCG, cujo nome oficial é
Matriz Crescimento-Participação, foi
criada em meados dos anos 60 por
Alan J. Zakon, executivo da empresa
de consultoria em planejamento
estratégico Boston Consulting Group
(BCG), e por William W. Wommack,
executivo da Mead Corporation,
uma grande empresa do ramo de
papel que estava diversificando seus
negócios. (1) Em seguida, Barry Hedley, também executivo do Boston
Ambrosio
Consulting Group, deu seqüência ao
desenvolvimento da matriz. (2) A
partir de estudos relativos à curva de
experiência, ela foi formalizada
através de um artigo publicado por
Bruce D. Henderson, fundador do
Boston Consulting Group, na revista
Perspectives, em 1970, editada pelo
próprio BCG. (3)
A matriz se tornou, e ainda é, o
modelo de carteira de produtos
(portfólio de produtos, “product portfolio”) mais utilizado na criação de
políticas de investimento e administração de caixa em empresas
que comercializam diversos produtos (diversificadas).
Um conceito essencial que apóia
a Matriz BCG é a Curva de Experiência, a qual especifica que, para
cada duplicação da produção
acumulada, os custos unitários
decorrentes do aumento do valor
adicionado cairão em uma porcentagem fixa alpha, tipicamente,
em 20%. Os produtos que apresentam elevada participação
relativa no mercado deveriam, portanto, apresentar uma vantagem em
termos de custo, em comparação
com seus concorrentes. (4) Ver a
tabela 1.
TABELA 1 – PARTICIPAÇÃO
RELATIVA X CUSTO RELATIVO
PARTICIPAÇÃO
RELATIVA
NO MERCADO 4X
2X
1X
0,5X
0,25X
CUSTO
RELATIVO
80%
100%
120%
165%
64%
Fonte: COOPER, Cary L. e ARGYRIS, Chris.
Dicionário Enciclopédico de Administração. São Paulo: Atlas, 2003. p. 1456.
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A Matriz BCG
3.
Passo a Passo
COMPONENTES DA MATRIZ BCG
A figura 1 mostra a Matriz BCG (5).
GERAÇÃO DE CAIXA
(PARTICIPAÇÃO DE MERCADO)
BAIXA
ALTA
ALTA
Utilização de Caixa
(Taxa de Crescimento)
1) EIXO HORIZONTAL –
identifica a participação relativa
no mercado (market share) de
cada um dos negócios ou
produtos da carteira da empresa;
participação relativa no mercado é
definida como a participação da
empresa no mercado, dividida
pela participação no mercado de
sua maior concorrente; é uma
escala logarítmica.
ESPM–
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/
A G O S T O
x
1,0x
4) LINHA QUE CORTA A MATRIZ
NO EIXO VERTICAL – definida em
10% de crescimento real.
5) QUADRANTES – a matriz tem
quatro quadrantes; cada um
representa uma quantidade de
fluxo de caixa; a partir dessa
característica são definidas as
oportunidades de investimento.
3) EIXO VERTICAL – representa a
taxa de crescimento no setor em
termos efetivos, com a remoção
do impacto da inflação.
DA
$
BAIXA
2) LINHA QUE CORTA A MATRIZ
NO EIXO HORIZONTAL –
geralmente definida no nível 1,0x,
onde x é a participação de
mercado do maior concorrente.
REVISTA
?
10%
Vê-se na figura 1 que a Matriz BCG
é composta por seis elementos
essenciais, os quais são:
94
★
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2005
Figura 1
6) CÍRCULOS – representam os
produtos ou negócios da empresa.
O tamanho de cada produto ou
negócio é refletido pela área do
círculo utilizado para representálo. A posição relativa de cada
produto dentro dos quadrantes
indica o fluxo de caixa gerado e
sugere uma estratégia de
investimento.
Aluisio Ambrosio e Vicente
Os elementos mais significativos da
Matriz BCG são os quadrantes. Os
quatro quadrantes da Matriz são os
seguintes:
★1.
ESTRELA (STAR NO
ORIGINAL EM INGLÊS)
Nesse quadrante ficam os produtos
(representados pela figura de uma
estrela) com a participação relativa no
mercado alta e crescimento de vendas
alto. Embora esses produtos sejam
rentáveis, o fluxo de caixa é praticamente neutro, uma vez que os lucros
precisam ser sempre reinvestidos
para apoiar seu crescimento contínuo. Futuramente deverão ser
produtos Geradores de Caixa.
$ 2.
GERADOR DE CAIXA
OU VACA LEITEIRA
(CASH COW NO ORIGINAL EM
INGLÊS)
O produto que é classificado nesse
quadrante (representado pelo cifrão
“$” ou pela figura de uma vaca) gera
caixa continuamente para a empresa. Ele tem alta participação no
mercado e um crescimento real
lento de vendas. Como tem custo
baixo e alta rentabilidade, esperase que gere caixa excedente. Além
disso, ele precisa de menos investimentos futuros à medida que o
crescimento diminui.
x 3.
ANIMAL DE
ESTIMAÇÃO, ABACAXI,
CACHORRO OU CÃO (DOG NO
ORIGINAL EM INGLÊS)
Os produtos classificados nesse
quadrante (representados pela letra
“X” ou pela figura de um cachorro)
apresentam baixa participação
relativa no mercado e baixa taxa de
crescimento de vendas. Possivelmente terão custo relativamente alto
em função do volume de vendas
menor. Transformar esses produtos
em Geradores de Caixa requer um
esforço excessivo, pois competem
em mercados maduros e têm
concorrentes com alta participação
no mercado.
Esses produtos são por isso, candidatos à colheita ou à manutenção
enquanto o fluxo de caixa não for
negativo. Quando for negativo,
certamente o produto será retirado
de linha.
?4.
PONTODE
INTERROGAÇÃO OU CRIANÇA
PROBLEMA (QUESTION MARK
NO ORIGINAL EM INGLÊS)
Os produtos alocados nesse quadrante (representados pelo “ponto
de interrogação”) são aqueles com
elevada taxa de crescimento de
vendas e participação relativa no
mercado ainda muito baixa. Eles
demandam alto investimento para
que futuramente se convertam em
produtos Estrelas e Geradores de
Caixa.
A figura 1 também mostra as setas
cheias que indicam a Seqüência de
Sucesso (3), a trajetória ideal de um
produto na Matriz. O produto inicia
a sua trajetória no quadrante Ponto
de Interrogação, prossegue para o
quadrante Estrela e evolui para Ge-
J U L H O
/
Ambrosio
rador de Caixa onde permanece.
A figura 1 ainda mostra as setas pontilhadas que indicam as Seqüências
Desastrosas (3), as trajetórias
negativas de um produto na Matriz.
Elas são:
A)
O produto é lançado e inicia
o seu crescimento, porém
não alcança o quadrante Estrela e
em vez disso cai diretamente para
a posição Abacaxi.
B)
Outra Seqüência Desastrosa
ocorre quando o produto
inicia a sua trajetória no quadrante
Ponto de Interrogação, evolui para
Estrela, mas não prossegue para Gerador de Caixa e sim para o quadrante Abacaxi.
C)
Uma outra Seqüência Desastrosa verifica-se quando o
produto atinge o quadrante Gerador
de Caixa, mas não consegue se
manter nesta posição e resvala para
o quadrante Abacaxi.
4. CORRELAÇÃO
ENTRE A MATRIZ
BCG E O CICLO DE
VIDA DO PRODUTO
A figura 2 mostra que há uma
correlação direta entre os quadrantes da Matriz BCG e os estágios
do modelo do Ciclo de Vida do
Produto (CVP). O quadrante Ponto
de Interrogação na Matriz BCG
corresponde ao estágio de Introdução no CVP. O quadrante Estrela
corresponde ao estágio Crescimento, o quadrante Gerador de Caixa
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95
A Matriz BCG
Passo a Passo
Esta correlação é útil para o planejador
porque permite avaliar a aplicação das
estratégias recomendadas para cada
corresponde ao estágio Maturidade e
o quadrante Abacaxi corresponde ao
estágio Declínio no CVP. (7)
estágio do CVP nos produtos identificados nos quadrantes específicos da
Matriz BCG.
VENDAS
CVP
Período
MODELO CVP
Introdução
Crescimento
Maturidade
Declínio
MATRIZ BCG
Ponto de interrogação
Estrela
Gerador de caixa
Abacaxi
Figura 2 – Correlação entre a Matriz BCG e o Ciclo de Vida do Produto
5. ESTRATÉGIAS
PRINCIPAIS
DECORRENTES DA
MATRIZ BCG
como Pontos de Interrogação, os
quais idealmente irão crescer para
futuramente se transformarem em
Estrelas e mais tarde em Geradores
de Caixa. A estratégia Build também
é aplicada aos produtos Estrela.
Tanto no caso dos Pontos de
Interrogação quanto dos pontos
Estrelas, os investimentos são
orientados para marketing, desenvolvimento de novos produtos e
fábricas.
A Matriz BCG permite a formulação
de estratégias para investimento em
produtos. As seguintes estratégias
principais são decorrentes da
análise da Matriz BCG (2):
A)
CONSTRUÇÃO OU CRIAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO DE
MERCADO (BUILD NO ORIGINAL
EM INGLÊS)
B)
MANTER A PARTICIPAÇÃO
DE MERCADO (HOLD NO
ORIGINAL EM INGLÊS)
Uma das estratégias é a construção
ou a criação de participação de mercado. Essa estratégia é aplicada aos
produtos ou negócios classificados
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Essa estratégia é aplicada aos produtos Geradores de Caixa, os quais
são administrados com vistas na
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manutenção de sua participação de
mercado. Manter uma alta participação de mercado gera mais
dinheiro do que criar a participação.
Dessa forma, os recursos oferecidos
pelos Geradores de Caixa podem
ser utilizados para investir nos
Pontos de Interrogação e nos pontos
Estrelas que sejam promissores, isto
é, que apresentam potencial de
crescimento.
C)
COLHEITA (HARVEST NO
ORIGINAL EM INGLÊS)
A colheita quer dizer extrair dinheiro do produto, o máximo possível, o que implica, normalmente,
se permitir a redução da participação de mercado. O dinheiro
Aluisio Ambrosio e Vicente
obtido através dessa estratégia é
utilizado para investimento em
Pontos de Interrogação e Estrelas
promissores. Geralmente esta estratégia é aplicada aos Abacaxis, aos
Pontos de Interrogação e até mesmo
aos Geradores de Caixa, que não
são promissores, ou seja, que não
apresentam potencial de estabilidade ou de crescimento.
d)
DESINVESTIR (DESINVEST
NO ORIGINAL EM INGLÊS)
O desinvestimento de um produto ou
de uma unidade de negócio significa
a venda, a interrupção de produção
ou mesmo o fechamento do negócio.
Quando ocorre através de venda,
normalmente gera dinheiro para a
empresa. Esse processo também detém
o escoamento de dinheiro causado por
prejuízo ou investimento. Essa
estratégia é aplicada a Abacaxis ou
Pontos de Interrogação que não são
minimamente promissores. O dinheiro
conseguido é redistribuído para
Estrelas e Pontos de Interrogação que
podem vir a se tornar Estrelas.
6. OUTRAS
UTILIDADES DA
MATRIZ BCG
Além de facilitar a elaboração de
estratégias para investimento em
produtos, a Matriz BCG é muito útil
para se analisar posições estratégicas bem como opções estratégicas. (5) Veja-se o seguinte:
A)
MAPEAMENTO
DO NEGÓCIO
A Matriz BCG permite que a empresa mapeie os seus negócios,
tanto em forma de unidades de negócios quanto em forma de produtos, visualizando-os em uma
perspectiva de carteira de produtos.
Como resultado, a dinâmica de estratégias para toda a empresa pode
ser planejada para ser desenvolvida
e implementada no futuro.
Exemplo: a empresa pode usar seus
produtos Geradores de Caixa e
Abacaxis, para financiar o lançamento de produtos Pontos de
Interrogação e o crescimento de
produtos Estrela.
B)
Exemplo: uma empresa de transportes aéreos pode avaliar o seu
portfólio e perceber que a maioria
de suas linhas está sendo servida por
aviões pequenos e ultrapassados.
7. MÉTODO
PASSO A PASSO
Antes de iniciar a descrição dos passos para se elaborar a Matriz BCG é
necessário esclarecer o seguinte:
A)
Foi preparada uma planilha
em Excel objetivando calcular as variáveis-chave para a elaboração da Matriz. Ver a tabela 2.
AVALIAÇÃO DA
CONCORRÊNCIA
A Matriz Crescimento-Participação pode
também ser utilizada para se avaliar a
dinâmica de competitividade. A posição
relativa no mercado das principais
empresas concorrentes é claramente
visualizada na matriz. Podem-se deduzir
daí estratégias de reação ou de pró-ação
face à concorrência.
Exemplo: a empresa pode verificar que
a sua atual estratégia privilegia
produtos Geradores de Caixa, o que
permite a entrada de concorrentes com
produtos Pontos de Interrogação,
ameaçando no futuro a sua atual
posição confortável de caixa. A
empresa pode, então, decidir investir
em novos produtos, lançando Pontos
de Interrogação.
C)
Ambrosio
AVALIAÇÃO DO NEGÓCIO POR TECNOLOGIA
A Matriz BCG também pode ser
usada para analisar os negócios da
empresa por tecnologia, gerando uma
percepção estratégica de oportunidades e ameaças sob este ângulo.
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B)
Também foi preparada uma figura na qual são plotados os
círculos que representam os produtos ou
negócios da empresa.Ver a figura 3.
A planilha mostra as seguintes variáveis de apoio envolvidas na elaboração da Matriz:
A)
Unidades de negócios (UNs)
ou produtos que compõem
o portfólio da empresa;
B)
Crescimento de mercado no
ano em estudo;
C)
Participação da empresa no
mercado total no ano em
estudo;
D)
Participação de mercado do
maior concorrente no ano
em estudo;
e)
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Faturamento por Unidade de
Negócio no ano em estudo.
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A Matriz BCG
Passo a Passo
A seguir serão vistos os passos para a elaboração da Matriz BCG:
PASSO 1
Construir a planilha para o caso que será estudado
a partir do modelo proposto na tabela 2.
PASSO 2
Levantar os dados das variáveis de apoio que
compõem a planilha.
PASSO 3
Preencher a planilha com os dados levantados no
Passo 2.
PASSO 4
Calcular a primeira variável-chave, ou seja, o Índice
de Participação de Mercado do Maior Concorrente
(IPMMC) através da seguinte fórmula (6):
IPMMC =
Participação de mercado (%)
Participação de mercado do maior concorrente (%)
PASSO 5
Calcular a segunda variável-chave, isto é, a Área
do Círculo (AC) através da seguinte fórmula (6):
AC = Faturamento
= 3,141592
PASSO 6
Construir uma Matriz BCG.
PASSO 7
Construir uma figura da Matriz BCG a partir da
figura 3.
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8. CASOEXEMPLO: EMPRESA
BETA S/A
PASS0 8
Plotar os círculos correspondentes a cada unidade
de negócio ou produto na Matriz BCG.
Tomando como exemplo o Cenário I, teremos:
a) Cálculo da área da circunferência para cada
Unidade de Negócio
Faturamento =
Ambrosio
25
= 2,821
3,14159265
b) Cálculo do índice de participação de mercado
do maior concorrente
Participação de mercado do produto A (%)
= 40% = 1,43
Participação de mercado do maior concorrente (%) 28%
Será usado o caso da empresa
Beta S/A para ilustrar o método
passo a passo de elaboração da
Matriz BCG. A empresa Beta é
uma empresa existente no Brasil,
distribuidora de energia elétrica.
A empresa tem quatro produtos.
O termo produto está sendo
usado aqui no seu sentido amplo,
ou seja, significando qualquer
oferta ao cliente, seja ela tangível
ou intangível. No caso da empresa Beta os produtos são serviços de distribuição de energia
elétrica.
C) Cálculo da posição do círculo nos quadrantes
Para melhor entendimento do
método passo a passo e também
para demonstrar a sensibilidade
permitida pelo método, foram
preparados três cenários:
Esta variável é uma função do quociente obtido em
b. Caso o quociente seja superior a 1, o círculo será
alocado nos quadrantes de alta participação de
mercado do maior concorrente e, se inferior a 1,
ficará alocado nos quadrantes de baixa participação
de mercado do maior concorrente.
PASSO 9
Fazer a análise a partir da Matriz BCG elaborada.
A)
Podem-se, também, construir outras matrizes a fim
de plotar os círculos calculados a partir de alterações
nas variáveis de apoio e, conseqüentemente nas
variáveis-chave.
B)
o Cenário I foi baseado em
dados reais;
os Cenários II e o III consideram alterações nas variáveis de apoio, as quais geram conseqüências nas variáveis-chave.
Esta flexibilidade permitirá ao planejador desenvolver
conclusões e sugestões/recomendações mais
enriquecidas de estratégias para a gestão do portfólio
de produtos da empresa.
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Passo a Passo
CENÁRIO I (DADOS REAIS)
CRESCIMENTO
DE MERCADO
UNIDADE
DE NEGÓCIO
Produto A
Produto B
Produto C
Produto D
PARTICIPAÇÃO
DE MERCADO
PARTICIPAÇÃO
DE MERCADO
DO MAIOR
CONCORRENTE
40%
70%
2%
5%
28%
25%
10%
16%
18%
5%
15%
3%
PARTICIPAÇÃO
DE MERCADO
DO MAIOR
CONCORRENTE
(ÍNDICE)
1,43
2,80
0,20
0,31
FATURAMENTO
U$ milhões
25
60
4
8
ÁREA DA
CIRCUNFERÊNCIA
2,821
4,370
1,128
1,596
Tabela 2 – Cenário I (Dados reais)
MATRIZ BCG
PARTICIPAÇÃO RELATIVA DE MERCADO
ALTA
CRESCIMENTO DO MERCADO (%)
20%
ALTA
10%
CENÁRIO I
STARS
BAIXA
QUESTION MARKS
★
?
1,43
CASH COWS
0,20
DOGS
2,80
0,31
$
BAIXA
0%
10,00
1,00
0,10
Figura 3 – Matriz BCG – Cenário I (Dados reais)
CENÁRIO II
UNIDADE
DE NEGÓCIO
CRESCIMENTO
DE MERCADO
Produto A
Produto B
Produto C
Produto D
PARTICIPAÇÃO
DE MERCADO
PARTICIPAÇÃO
DE MERCADO
DO MAIOR
CONCORRENTE
33%
58%
8%
4%
8%
33%
4%
18%
15%
4%
13%
3%
PARTICIPAÇÃO
DE MERCADO
DO MAIOR
CONCORRENTE
(ÍNDICE)
4,13
1,76
2,00
0,22
FATURAMENTO
U$ milhões
25
60
18
18
ÁREA DA
CIRCUNFERÊNCIA
2,821
4,370
2,394
2,394
Tabela 3 – Cenário lI (Dados reais)
100
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Aluisio Ambrosio e Vicente
MATRIZ BCG
CENÁRIO II
PARTICIPAÇÃO RELATIVA DE MERCADO
ALTA
CRESCIMENTO DO MERCADO (%)
20%
ALTA
10%
Ambrosio
STARS
BAIXA
QUESTION MARKS
★
?
4,13
2,00
CASH COWS
DOGS
1,76
0,22
$
BAIXA
0%
10,00
1,00
0,10
Figura 4 – Matriz BCG – Cenário II
CENÁRIO III
CRESCIMENTO
DE MERCADO
UNIDADE
DE NEGÓCIO
Produto A
Produto B
Produto C
Produto D
PARTICIPAÇÃO
DE MERCADO
12%
6%
10%
4%
12%
25%
2%
5%
PARTICIPAÇÃO
DE MERCADO
DO MAIOR
CONCORRENTE
(ÍNDICE)
PARTICIPAÇÃO
DE MERCADO
DO MAIOR
CONCORRENTE
30%
35%
15%
20%
0,40
0,71
0,13
0,25
FATURAMENTO
U$ milhões
ÁREA DA
CIRCUNFERÊNCIA
18
52
3
5
2,394
4,068
0,977
1,262
Tabela 4 – Cenário lIl
MATRIZ BCG
ALTA
CRESCIMENTO DO MERCADO (%)
20%
ALTA
10%
CENÁRIO III
PARTICIPAÇÃO RELATIVA DE MERCADO
STARS
BAIXA
QUESTION MARKS
★
CASH COWS
0,40
?
0,13
DOGS
0,71
$
0,25
BAIXA
0%
10,00
1,00
0,10
Figura 5 – Matriz BCG – Cenário III
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Passo a Passo
ANÁLISE
RECOMENDAÇÃO
O Cenário I mostra que a empresa
Beta tem um portfólio de produtos
equilibrado, com um produto em
cada quadrante. O principal produto está no quadrante Gerador de
Caixa e o segundo maior produto
está no quadrante Estrela. A empresa
tem um bom presente e um futuro a
caminho, pois também tem um
produto no quadrante Ponto de
Interrogação. O produto Abacaxi é
pequeno e acaba gerando fluxo de
caixa positivo para apoiar o seu
pequeno crescimento de mercado.
O Cenário I é o mais adequado para
a empresa Beta porque é o que
apresenta o quadro mais equilibrado. Entretanto, o Cenário II
também é muito propício para o
desenvolvimento da empresa,
embora se deva considerar, fortemente, o lançamento de um novo
produto para equilibrar o portfólio,
especialmente visando ao futuro.
9.
DA
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CONCLUSÃO
A Matriz BCG oferece ao analista
uma ampla visão do portfólio de
produtos da empresa, e deve ser
utilizada em sintonia com outras
metodologias.
O grande problema para sua utilização é justamente a elaboração da
matriz, a qual, na maioria das vezes,
é “desenhada” e não calculada; o
que invalida a sua apresentação.
O Cenário III mostra um portfólio
desequilibrado com dois produtos
no quadrante Abacaxi, um produto
no limiar entre os quadrantes Ponto
de Interrogação e Abacaxi, embora
um produto esteja indo muito bem
no quadrante Ponto de Interrogação.
REVISTA
BETHLEM, Agricola. Estratégia Empresarial. São
Paulo: Atlas, 1998. 407 p. (7)
COOPER, Cary L.; ARGYRIS, Chris. Dicionário
Enciclopédico de Administração. São Paulo: Atlas,
2003. 1456 p. (4)
DIAS, Sérgio R. et al. Gestão de marketing. Edição
especial. São Paulo: Editora Saraiva, 2002. 496 p. (6)
HENDERSON, Bruce D. The Experience Curve Reviewed.
The Growth Share Matrix or the Product Portfolio.
Perspectives, Boston, no. 135, p. 1-3, 1973. (5)
O Cenário II mostra um portfólio de
produtos muito bom, pois dois
produtos estão no quadrante Estrela.
Entretanto, a empresa precisaria
lançar um novo produto para
reforçar o seu portfólio visando
manter o fluxo de novos produtos
com potencial de substituição, por
exemplo, do produto Abacaxi.
102
BIBLIOGRAFIA
Com o método passo a passo
proposto neste artigo o problema
fica resolvido e o planejador passa
a ter, disponível, uma ferramenta de
análise tanto qualitativa quanto
quantitativa bastante poderosa. ESPM
D E
2005
(2) KROLL, Mark J.; PARNELL, John; WRIGHT, Peter.
Administração Estratégica – Conceitos. São Paulo:
Atlas, 2000. 433 p. (2)
(3) STERN, Carl W.; STALK Jr., George. Perspectives
on Strategy from The Boston Consulting Group. New
York: John Wiley & Sons, 1998. 319 p. (3)
INTERNET
MEADWESTVACO. Disponível em: http://
www.meadweb.com/cgi-bin/meadweb.storefront.
Acesso em: 6 maio 2005. (1)
AUTORES
ALUISIO AMBROSIO
Professor de Finanças e Estatística da ESPMRJ ([email protected])
VICENTE AMBROSIO
Professor de Planejamento de Marketing da
ESPM-RJ
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