Regras Institucionais e Inovação no Sistema de Proteção Brasileiro: Décadas de 1990 e 2000 Seminário Políticas de Saúde e Proteção Social – Escola Nacional de Saúde Pública – Rio de Janeiro, 11 e 12 de Março de 2009 Nilson do Rosário Costa Fiocruz e Uff PERGUNTAS • Como foi a implementação da CF de 1988 sob a perspectivas da proteção; • Com a condição de implementação sob o “ajuste macroeconômico” afetou a pacto social alcançado de pela CF de 1988; • Enfrentando o consenso entre os economistas da área social: o ajuste inviabilizou a CF de 1988 A Jovem Constituição de 1988? 20 anos! • Teve ALGUMA Efetividade? • Não TEVE NENHUMA Efetividade? Ajuste Macroeconômico Brasileiro • Anulou o resgate da chamada dívida social almejada pela democratização da década de 1980? • Não anulou os direitos sociais formalizados ou indicados na CF de 1988? Qual o efeito da agenda social do ajuste macroeconômico? • Focalização sem universalização? • Focalização + universalização? Resposta • O arcabouço institucional da CF foi muito efetivo no desenvolvimento de algumas políticas pela ampliação de alianças federativas: saúde e assistência social; • Foi pouco efetivo nas política para a educação; • Manteve intacta a estrutura da previdência social (as reformas foram marginais); • Não favoreceu a destruição da CLT: • O desempenho de políticas para habitação, saneamento, segurança e educação foi sofrível; • A focalização de políticas de transferência de renda (Bolsa Escola, Alimentação e o Bolsa Família, principalmente) foi a principal inovação de PP de proteção social pos CF de 1988; • Novas despesas sociais + mais crescimento dos gastos com pessoal ) os gastos financeiros explicam a estabilização na implementação das “políticas universalistas” da CF de 1988 e no desenvolvimento da infra-estrutura urbana. Os gastos sociais cresceram! • Explicação: combinação de ajuste com crescimento da carga fiscal global do setor público nos últimos 20 anos; • O Brasil tem uma carga fiscal extraordinariamente alta (37% hoje) para uma sociedade com tamanho déficit social; Distribuição do Gasto Social: Centralidade da Previdência (2001) 12,40% do PIB Previdência Social Saúde Assistência Social Educação e Cultura Trabalho Organização Agrária Habitação e Saneamento Outros Gastos Distribuição do Gasto Social: Centralidade da Previdência (2005): 13,90% do PIB Previdência Social Saúde Assistência Social Educação e Cultura Trabalho Organização Agrária Habitação e Saneamento Outros Gastos DISTRIBUIÇÃO DO GASTO SOCIAL DO GOVERNO FEDERAL (EXCLUSIVE RENÚNCIAS FISCAIS E SUBSÍDIOS) POR ÁREA DE ATUAÇÃO (2001 e 2005) ÁREAS Previdência Social Saúde Assistência Social Educação e Cultura Trabalho Organização Agrária Habitação e Saneamento Outros Gastos 2001 (%) 68,6 12,5 5,7 3,1 4,6 0,9 2005 (%) 70,1 11,9 6,9 2,8 4,5 0,9 1,3 0,6 3,6 2,3 Gasto Financeiro Médio do Setor Público (1994-2008) • 8% do PIB Esforço Primário Governos % Médio do Balanço Primário Primeiro Mandato FHC (1995-98) (0,15) Segundo Mandato FHC (1999-2001) 3,62 Primeiro Mandato Lula = (2002-2006) 4,32 Carga Fiscal Evolução da Carga Tributária no Brasil 35 34 % do PIB 33 32 31 30 29 28 1996 1997 1998 1999 1997-2001 2000 2001 2002 Conclusão • Modelo social brasileiro permaneceu o mesmo nos governos FHC e Lula; • Lula amplia a política focal de transferência de renda; • Não vetam as políticas universalistas, porém mantêm o constrangimento estrutural; • Os resultados sociais são controversos, porém há indicativos sobre a redução da pobreza e desigualdade com a ampliação do Bolsa Família associada ao crescimento do emprego na economia em crescimento. • Não sabemos o que virá com a crise econômica atual! Para pensar • Welfare State é possível em uma economia periférica sem ruptura de modelo de desenvolvimento? • Ou devemos insistir na estratégia de stepstep de longo prazo? • Porém, quanto tempo demora o futuro?