www.arvoredoleite.org Esta é uma cópia digital de um documento que foi preservado para inúmeras gerações nas prateleiras da biblioteca Otto Frensel do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), antes de ter sido cuidadosamente digitalizada pela Arvoredoleite.org como parte de um projeto de parceria entre a Arvoredoleite.org e a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista do ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu nome foi alterado para o atual. Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta REVISTA, desde a sua publicação, permanecendo por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegando até você. Diretrizes de uso A Arvoredoleite.org se orgulha da parceria com a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes da EPAMIG para digitalizar estes materiais e torná-los amplamente acessíveis. No entanto, este trabalho é dispendioso, por isso, a fim de continuar a oferecer este recurso, tomamos medidas para evitar o abuso por partes comerciais. Também pedimos que você: ● Faça uso não comercial dos arquivos. Projetamos a digitalização para uso por indivíduos e ou instituições e solicitamos que você use estes arquivos para fins profissionais e não comerciais. ● Mantenha a atribuição Arvoredoleite.org como marca d'água e a identificação do ILCT/EPAMIG. Esta atitude é essencial para informar as pessoas sobre este projeto e ajudá-las a encontrar materiais adicionais no site. Não removê-las. ● Mantenha-o legal. Seja qual for o seu uso, lembre-se que você é responsável por garantir que o que você está fazendo é legal. 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Maria de Lourdes Gonçalves Monteiro; Gaby Patrícia Teran-Ortiz; Luiz Ronaldo de Abreu; Guiliano Pinheiro . .... .. .. ... . . .. .. . .... ... .. .. . .. .. .... ........... ... .. ..... . ... ..... .. ..... .. . ... ...... ..... .... ......... .. . ............. . . .. 3 2 3 A necessidade de u m a maior integração e n tre a gestão de Qual idade Total e a Metodo logia A R PCC. José A. Bonilla . . .. .... . . ... ...... .... ... .......... .. . . . ............ ... ... ... .. ...... ......... ... ... .. .. ... . . . .. . .............. ............. 6 Efeito da temperatura ambiental na formação de ácidos graxos l i vres em leite de cabra. Ismael Antonio Bonassi; Lucia Helena de Albuquerque B rasi l ; Flavio Baccari Junior; Francisco Stefano Wechsler 4 ....•............................... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........ .................. . . . . . . . . ............................................................. 14 Mon itoramento na qual idade do leite "in natura" obtidos por diferentes t i p os de manejo e m Pereira Barreto ( S P ) . Adriana Colebrusco Rodas; Jacira dos Santos Isepon; J oão Batista Alves; Olair José Isepon 5 . . . . . . . . . ..... ..... ..... .... ...................... ................. Con tri b u ição da ativi dade l i p o l ítica e proteolítica na fo rmação de flavor em q ueijos e n o desenvolvimento d e produtos aromáticos de origem láctea. José Geraldo Sabioni 6 ... 19 ........................ .................... 30 M odificação no perfi l dos ácidos graxos da gordura do leite através da a l i m entação de vacas leiteiras. Sandra Maria Pinto; Luiz Ronaldo de Abreu; Júlio César Teixeira; Joel Augusto Muniz; Celso José de Moura .... ..... ... . ...... ..... .. .. ..... .. ............ ... .. . .. . .... ... ... ........................ ... . . .. ... .. .. .. .. .. .. . ... . ...... . .. . ... 40 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes" - Juiz de Fora - Vol. 54 (312); l-50 - Jan/Fev de 2000 , EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUARIA DE MINAS GERAIS Centro Tecnológico I nstituto de Laticín i os " Cândido Tostes " Revista B i mestral .'1-0 (;"?" cT / /,' .<..,V "',..l': / • '-.0 0\ ... v/" �'v"'�� � ': .' t.9 Á /;v digitalizado por arvoredoleite.org Endereço: Revista do Instituto de Laticínios " Cândido Tost Te! . : 224-3116 - D DD: 32 / Fax: 224-3113 - D D D 3? 36.045-560 - Juiz de Fora - M i nas Gerais Brasil � 0' 0 � /.(.,' r' .':-v . r Pág. 2 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes" , JanlFev, n° 312, 54: (5): l-50, 2000 Governo do Estado de Minas Gerais Itamar Franco Pág. 3 Rev. lnst. Latic. "Cândido Tostes", J anlFev, n° 312, 54: 3-5, 2000 APARELHO PARA TESTAR A PROPRIEDADE FUNCIONAL DE ELASTICIDADE DO QUEIJO MUSSARELA PARA PIZZA (PIZZA CHEESE)I Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Raul Décio de Belém Miguel "'faria de Lourdes Gonçalves Mon teiro Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais Guiliano Pinheiro Gaby Patrícia Teran-Orciz Márcio Amaral - Presidente Lui;: Ronaldo de Abreu Marcos Reis Araújo - Diretor de Operações T écnicas Marcelo Franco - Diretor de Administração de Finanças REST)MO Centro Tecnológico - Instituto de Laticínios Cândido Tostes Comitê Gerencial Geraldo Alvim Dusi - Chefe do CT/ILCT Paulo Henrique Fonseca da Silva - Sec, Executivo Prog, Proc. Agroindustrial Regina Célia Mancini - Coord. do Programa Ensino Leite e Derivados José Lourenço Pereira Russi - Supervisor do Núcleo de Administração e Finanças Nelson Tenchini Macedo - Supervisor do Núcleo de Indústria e Comércio Área de Difusão de Tecnologia Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes Luiza Carvalhaes Albuquerque Eduardo Hargreaves Surerus Corpo Revisor Luiza Carvalhaes de Albuquerque Paulo Henrique Fonseca da Silva Maria Cristina Drumond e Castro Jornalista Responsável Vania Lucia Alves Lacerda Reg. ProL 4.729/MG Os rrabalhos apresenwdos são de illleira responsabilidade de seus alllores. Juiz de Fora, junho de 2000 EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS EPAMIG· • Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes, ri. I - 1946 - Juiz de Fora. Instituto de Laticínios "Cândido Tostes " , 1946. v ilust. 23 ,m n. 1-19 (1946-48), 27 cm, com nome de Fektiano, n. 20-73 (1948-57), 23 cm, com o nome de Felctiano. I Para medir muitas das características funcionais do queijo Mussarela para pizza (Pizzll Cheese) são necessânos instrumentos adequados. visto o queijo ser um produto viscoelástico e suas propriedades serem influenciadas pelo tempo de deformação. A elasticidade normalmente é feita através do teste do garfo. de acordo com as normas propostas pelo USo Departamento of Agricuiture (1 983). porém apresenta-se como um teste que permite muita variação de uma amostra para outra. já que depende do tamanho do garfo. da quantidade e espessura da amostra a ser puxada. da força empregada. não constante durante o teste. Em virtude do grande interesse que existe atualmente sobre a propriedade funcional de elasticidade do queijo Mussarela para pizza (Pizzll Cheesel. foi montado um aparelho para ser utilizado como substituto deste teste. procurando fazer uma adaptação do equipamento utilizado por Apostolopoulos ( 1 994) para testar a elasticidade dos queijos Mussarela. Tendo como grande vantagem a quantidade padronizada de queijo a ser amostrado. a força e a tensão aplicada na amostra ser constate para todas as amostras. facilidade de aplicação e repetição do teste como rotina para verificar a elasticidade do queijo Mussarela para pizza (Pi:;:a Cheese). comprimento e a qualidade do fio. INTROD U Ç Ã O A m a i o r i a d o s pro b l e mas de q u a l i dade encontrados n a apl i c a ção d o q u e i j o como ingredientes estão associados com o seu compor tamento reológico do queij o . Os problemas mais c o m u n s são rdac i o nados , o m o fl u x o e a, propri edades de esticamento do 4ucljo sobre a pizza. A l g u n s dos prob l e m as de qual i d ade são expressos c o m o pouq uí ss i m os e s t i c a m c n t o . esticamento e m demasia, o queijo derretido fica muito liquefeito ( P i lcher e Ki ndstedl. 1991 I. As propriedades reológicas e texturais dos produtos de laticínios são pesquisados a mais de m e i o s é c u l o . O q u e i j o foi p r o v avel mente o primeiro produto de laticínios que atraiu a atenção dos pesquisadores na área de reo l ogia. A fabricação de queijos o ferece u m a a m p l a v a ri e d ade d e oport u n i dades p a ra me n s u raçôes reo l ó g i c a s , c o n s i dera n d o o f a t o d e que u m l íq u i d o qu ase Neyt o n i an o e poder ser c o n vert i d o em vários tipos de queijos com propriedades viscoelásticas ( Prentice. 1992). Para avaliar a reologia do queijo m u i t o es fo r ç o tem s i d o d es t i n a d o para o desen v o l v i me n t o de testes mec â n i c o s e m substituição ao painel sensorial para a classificação da qualidade e adequação do queijo. Atualmente o alvo dos cientis tas que estudam a reolog ia dos q u e ij o s t e m sido o ri e n t a d o p a ra a pe s q u i s a . especial mente com o queijo Mussarela. que sofreu algu mas mud anças para o seu uso como ingre diente de alimentos. Esse queijo deve ter algumas características fu n c i o n a i S específicas. tanto no estado não fu ndido ,o mo n o fundido. A e l astki d a de é uma d a s p roprte d a d e funcionais do queijo Mussarela para pizza (I'i::a Clteese l. que consiste na capacidade da massa do queijo. d e rret i d a s o b re a pizza. de esti,ar-se . distanciando-se d a pizza, quando sob tensão. Esta a v a l i aç ã o e n v o l v e a i n d a fatores c o m o a res i stência, ausência de rompi mento do fi o e a aderência a própria pizza. Sendo que o consumidor exige um queijo, que ao se esticar, não arrebente e mantenha ainda certa aderê n c i a a superfície d a pizza. Temos ainda como fator i mportante nesta propriedade. a esticat i b i l i d ade que é a fo rça d o esticamento. isto é, a resistência a o alongamento das fitas fi brosas a med i d a que são esti cadas. O termo elast i c i d ade é u s a d o c o rn o s i n ô n i m o d e fibrocidade o u viscosidade. O queijo deve exibir A partir de setembro de 1958, com o nome de Revista do InslÍlUto de Laticínios "Cândido Tostes". I . Zootecnia - Bras i l - Periódicos. 2. Laticínios - Brasil - Periódicos I . Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Juiz de Fora, MG, ed. ISSN 0100-3674 CDU 636/637(81)(50) 2 3 Parte d a D i s sertação apresentada como eXlge n c l a para o b tenção d o t ít u l o de Mestre Depart amento de Ciência de A l i mentos - UFLA/M G . MS em Ciência de A l i mentos - DCA - UFLAlMG. Professor Adj u nto - DCA - UFLA/M G . digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 4 Rev. InsL Latic. "Cândido Tostes" , Jan/Fev, n° 3 1 2, 54: 3-5, 2000 élastlcldade. mas não deve ser duro ou excessiva me nte e l ástico ou borrachen to. A capacidade de formar longos fios ao ser esticado, tem sido avaliado manualmente. usando o garfo para esticá-lo. observando a qual idade do fio, o tamanho e sua aderência a superfície da pizza. Os testes com o uso de i nstrumentos são mui to complexos para serem i ncorporados em análises e testes de rotina e requerem o uso de instrumentos específicos e sofisticados (Apostolopoulos, ( 994). O queijo M u ssarela ideal deve ter a capa cidade, no estado fundido de formar fitas fibrosas que alongam e se rompem sob tensão ( K i ndstedt, 1 99 I ; Furtado, 1 99 7 ) . Das características reo l ó gicas d o queijo Mussarela, a fu n d i b i l idade e o est i c amento são pro vavel mente as propriedades funcionais mais i mportantes (Fox e Quine, ( 987). ' Baseado nisto foi montado um equipamento para substituir os instrumentos sofisticados, porém que pode ser uti li zado como análise de rotina, inclu sive substituindo o teste do garfo que apenas dá u m a m e d i d a padrão ( 7 . 5 a 1 5 c m ) . mas que possibi l i ta muitos erros de observação. já que vai depender da quantidade de queijo derretido que foi pega pe lo garfo e a força ut i l i zada também não é constante. sendo variável de amostra para amostra. MEDIDAS DE ELASTICIDADE UTILIZANDO O EQUIPA MENTO DESENVOLVIDO Esse teste i n s tru m e n t a l empír i c o foi dese n v o l v i d o de m a n e i r a a se assemel har as condi ções d o comportamento do queijo sobre a pizza ao ser manipulado pelo consumidor O equ ipamento (Figura I ) é constituído por um corpo de madeira que fica sobre uma superfície plana. A s partes do equipamento são: A - cano de PVC no qual são presos os fios de naylon ( B ) que são l igados ao motor do equipamento ( F); C - gancho que prende a peça ( D ) para ser puxada pelos fios ( B ); D - circunferência de d i âmetro de 60 mm em madeira. peça móvel: E - placa circular (diâ metro de 1 6 5 111m) feita de madeira: F - motor do equipamento ( 1 500 mm/min ) : G gancho de metal que na escala a medida de e l as t i c i d ade ( c m ) al cançada pela amostra de queijo; H - escala de madeira (cm). O pro ced i mento para o dese n v o l v i mento do teste de elasticidade, (Figura 2), consiste em: I - cortar-se a base da pizza do tamanho das placas de madeira; 2 espalha-se uma camada de queijo ralado em tiras ( l 22g) sobre toda base da pizza; II 3 - as p l acas são leva das ao for n o de microondas por 1 5 segundos: 4 - as p l acas s ã o retiradas d o for n o e transportadas i medi atamente para o equipamen to: 5 - a peça ( D ) é acoplada ao gancho ©, que tem l i gação através dos fi os de naylon ( B ) com o motor ( F): 6 - o motor é l i gado (F), puxando a peça ( D ) vertical mente, esticando a amostra de queijo sobre as peças (O - 60 mm) e (E - 1 65 mm) com a velocidade cons tante de 1 500 mm/min. A elasticidade do queijo é considerada como a distância percorrida até que o último fio de queijo seja rompido, sendo neste momento o aparelho desligado. A medida exata é marcada pela seta (G) na escala (H). Durante o período do teste é possível avaliar a qualidade e a quantidade de fios formados, durante a tensão empregada ao qut!ij o derreti do ao ser esti cado pelo aparel h o. manu facturi ng parameters on the meltab i l ity and free oil o f Mozzarella cheese. }ounIal or lhe Sociel)' of Dair)' Tecno!o !iY. v. 47, n . 3 , p.84-87, August/ 1 994. PA RK. 1.; ROSENA U, J . R . : PELEG, M. Compa rison of Four Procedures of Cheese Meltabi l i ty Evaluation. fo //mal of Food Scien ce . v.49, p . 1 1 5 8 - 1 1 7 0. 1 9 84. PILCHER, S. W.: K I N DSTEDT, P. S. Survey o f Mozzare l l a cheese qual ity a t restaurant end use. }o//l'/llI! Dairy Science. v.73, n.6, p. 1 6441 647 . 1 9 9 1 . FURTADO. M . M. ,1IIan //al prálico da i'dussarela (Pizz a C h e e s e ). Camp i nas, M aster G r a f Gráfica c Comérc io Ltda. 1 997. 70 p. K I N D S TEOT, P.S. "P izza Ch eese ". For a. Set/ 1 9 97 . SelllinlÍrio ! n l e rtl/lci o n a l US DEPA RTMENT OF A G R I C U LT URE. 1 9 8 3 . Methods o f l a boratory a n a l y s s i s for meta b i l i ty, c o l or, stretchab i l i ty and free fal for types of Mozzarel la cheese for pizza making. Was h i n g t o n , D C : D a i r)' G rading S e c l i o fl . D a i r)' D ivisi o n . A gr i c u l t ural M ar ket i n g Service, I n struction 9 1 8 - I 02-2. Chr. H a n s e n I L CT, J u i z de K I N DSTEOT, P. S , R I P PE, J.K. Rapid Quantita tive Test for Free Oil ( O i l ing om in Melted Mozzarella Cheese. fO //l'/wl of Dair)' Science. v . 7 3 , nA, p. 8 6 7 - 8 7 3 . 1 990. FOTOS D O EQUIPAMENTO CONCLUSÃO Esse teste pode ser usado para mc:nsurar objetivamc:nte uma das caractc:rísticas funcionais m a i s i mportantes d o q u t!ijo Mussarela e a sua capacidade de formar fios, quando o queijo fundido é puxado Apostolop o u l os ( 1 9 94 ) . O teste i nstrumental empírico foi realizado de maneira a se a s s e m e l h a r as c o n d i ç ões d o c o mportamento do queijo sobre a pi zza a o ser manipul ado pelo consumidor. Devido a s i mp l i c i d ade do aparelho. baixo custo e si mples manuseio, esse equipamento pode servir para desen v o l ver as anál i ses de maneira rápida, direta e objetiva para avaliar a elasticidade d o queijo Ivlussarela para pizza (Pizza Cheese). Durante o desenvol v i mento do teste é possível observar o comportamento e aval i ar a qualidade do queijo e sua adequação para o consumo. Pág. 5 "Cândido Tostes". JanlFev, n° 3 1 2. 54: 3-5, 2000 � ,-.c' ....� .. �".' , ;!. Figura 1 - Equiplllllen/ll para medir elaslÍcidade do queijo Mu.\'sare lll para pi7.w (Pizza clzee se). J. AGRADECIMENTOS - Cnpq - Engu. Eletrecista G u i l i ano Pinheiro - O fi cinas d a UFLA, espe c i a l mente ao funci o nário Sebastião ( c letrecista). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A POSTOLO P O U L O S , C . S i mple Empirical and Fundamental Methods to Determ i ne objecti vely the Stretchab i l i ty o f Mozzarella Cheese. fo//ma! of D a ir)' Research, v. 6 1 , n. l , pA054 1 3 . 1 9 94. A POSTOL O P O U L O S , C.: B INES, V. E . ; M A RS H ALL, R.J. E ffect o f post-cheddaring Figura 2 - digitalizado por Equipallle n /(J tes/(/lll!o ullla (/II/OSlra de q //e ijo M //ssa rela para pizZll (Pizza clze e se ). arvoredoleite.org Pág. 6 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes". J anlFev. n° 3 1 2. 54: 6- 1 3. 2000 A NECESSIDADE DE UMA MAIOR INTEGRAÇÃO ENTRE A GESTÃO DE QUALIDADE TOTAL E A METODOLOGIA ARPCCI José A . BOllilla' RESUM O ARPCC (ou HACCP) é uma nova metodologia para assegurar a qualidade alimentar dos produ los agropecuânos. baseada na prevenção das causas que possam afetar a saúde dos consumidores. ESle sistema é desenvolvido através de um certo número de etapas. que variam segundo os autores. sendo que no presente trabalho elas são quantificadas no número de nove. A Geslão de Qualidade Total (ou GQTl. por outra parte. é uma metodologia gerencial constituída por cinco dimensões: Qualidade Intrinseca. Cus10. Atendimento. Moral e Segurança. Em particular esta última engloba o assunto de interesse da ARPCC: a segurança alimentar. Portanlo. a GQT pode ser considerada como uma moldura ou um conlexto básico do ARPCC. Discute-se a importância da i"ntegração de ambas metodologias. com destaque para alguns instrumentos da GQT (lais como Avaliação de Processos e Metodologia de Análise e Solução de Problemas). que poderiam auxiliar nOlavelmente as aplicações da ARPCC. Esla idéia de integração não é nova. já que foi proposla emm 1992 pelo Comilé de Microbiologia e Segurança Alimentar da Associação Nacional de Processadores de Alimentos dos EUA. Parece ler chegado o momento de aplica-Ia. em benefício mÚluo para ambas melOdologias. 1. O QUE É A R P C C? Segundo Perdomo( 1 992). os especial istas da Organização Panamericana de Saúde (O.P.S) reco nhecem que são muito poucos os países da região que podem mostrar sistemas adequados de vigilância sanitária no tocante a alimentos. Os escassos levan tamentos efetuados. por outra parte. mostram. com freqüência. altos graus de contaminação. Doenças tais como febre tiróide. brucelose. IUberc u l ose d i gestiva. d i senteria. sal monel lose. s h i ge l l ose. hepatite v írica. cólera. i n tox icações químicas (oriundas de agrotóxicos e outros produtos). doenças micóticas e parasitárias etc .. têm origem na obtenção. recoleção. transporte. armazenagem. elaboração. manipulação. transporte e/ou consumo de a l i men tos. Nos últimos 50 anos. as autoridades sanitárias têm tentado controlar este problema através de duas estratégias: a) i nspeção de toda a cadeia alimentar; b) fiscalização dos produtos finais. Entretanto . por diversos motivos que podem ser aprofundados na literatura especializada como Perdomo( 1 99 2 ). Bryan( 1 992). Mora A l zate( 1 996) e Beckers( 1 9 89). aquelas estratégias não têm sido s u fi c i entemente e ficazes. Paralelamente. as de mandas e exigênci as dos consumidores. al icerçados 2 n u m aumento s i gn i ficativo do grau de conscien ti zação e cidadania das pessoas. ass i m como da vigência efetiva dos Códigos de Defesa do Consu midor. fizeram que nos países do Primeiro Mundo. o assunto viesse à tona já na década de 60. A preocupação inicial partiu de alguns pesqui sadores americanos como Bauman e Lee e poste rio rmente B ryan ( 1 992). que tentaram garantir a inocu idade dos a l i mentos util izados pela NAS A em suas viagens espac iais. Estes trabal hos deram origem ao s i stema A R PCC. Ele. basica mente. combina os conceitos de análise de perigos potenciais e de pontos críticos de c o n trole destes. dese n v o l ve n d o uma meto dologia de iden ti ficação de riscos e de meios de p revenção. O sistema A R PCC foi apresentado o ficial mente em 1 97 1 d u rante a Conferência Nacional de Proteção de A l i mentos de E U A . Posteri o r mente. em 1 985. a Organização Mundial da Saúde recomendou sua util ização prática. sendo que em 1 9 8 9 . o C o m i t ê A s sessor N ac i o n al ( E U A ) de Critérios Microbiológicos começou a dar um forte i mpulso a sua apl icação tanto em organi zações públi cas como nas empresas privadas. através da fo r m u l ação de um s i s tema bem e s t r u t u rado e amadurecido. A R PCC = Anál ise de Riscos e Pontos Críticos de Controle. também conhecida como HACCP = Hazard Analysis and Criticai Control Points ou ARCPC = Análise de Riscos e Controle de Pontos Críticos. Professor de Gestão da Qualidade Total. Departamento de Ciências Administrativas. Faculdade de Ciências Econômicas. Universidade Federal de M i nas Geais - Belo Horizonte - Brasil. Inst. Latic. "Cândido Tostes". J an/Fev. n° 3 1 2. 54: 6- 1 3. 2000 O ARPCC tem como objetivo básico prevenir de natureza física. química e biológica dos pert· "OS '" ' O ate• o consumo . alimentos. desde o processo pro dUllV final . Ele é uma metodolog ia de baixo custo que pr ocura substi t u i r o antigo modelo. baseado em amo stragem e que não tem assegurado altmentos real mente l i vres de contam inação. As causas de fracasso d o modelo antigo podem ser ass i m caracter i zadas: a) A l t o custO de execução que geram as recomendações o ficiais. freqüentemente sem benefícios de curto prazo. b ) Demora na obtenção dos resultados dos exames feitos. especialmente quando de natureza m i crobi ológica. c) D i fi c u l d ades para col etar e e x a m i n a r n ú mero estat i s t i camente s u fi c iente de observações para gerar i n fo rmações seguras. d ) Variada i nterpretação e apl icação pessoal das normas de i n speção por parte dos funcionários dos organismos o ficiais. e) Des c o n fi an ç a dos i n d u striais devido a falta de coerência nas ativi dades oficiais. Já o s i stema A R PCC corresponde a uma visão mais hol ística. percebendo o ciclo produção consumo como um processo i n tegral. que deve ser avaliado e contro lado pn:viamente. mediante instrumentos oportunos. pníticos e de resultados igualmente in tegrais. Na aplicação do ARPCC. o uso de anál ises microbiológicas raramente é um meio efet i vo de moni torar um ponto crítico tle controle. devido à necessidade de precisar de uma longa disponibilidade de tempo para se conhecer os resuhados daquelas análises. Na maioria dos casos. a monitoração dos pontos críticos de controle é melhor acompanhada pelo uso de testes físicos e químicos. assim como por avaliações sensoriais. Os critérios microbioló gicos são reservados. via de regra. para verificar se todo o sistema está funcionando. percurso que vai desde o estabelecimento r u r a l até o l o c a l o n d e o a l i me n t o é consumido ( l ar. restaurante. etc . ) . b) É preventiva. já q u e centra grande parte de seus esforços antes de que os alimentos sejam efetivamente consumidos. c) É s i s têm i c a . p o i s está fund amen tad a a Teoria de Sistemas. i mp l icando a exis tência de elementos de entrada ( matérias primas). elementos de processamento ( proce d i mentos. e q u i pamentos) e e l e m e n tos de saída ( a l i mento pronto e resíduos). No tocante à seq ü ê n c i a metodológica d o s i s tema A R PCC. e l a está apoiada numa série e etapas que ao expostas logo a seguir". - E t a p a 1. C r i a ç ã o de u m a e q u i p e d e trabalho. muhidiscipli nar. a qual deverá arti c u l a r as neces s i d ades q ue a orga n i zação tem de o ferecer produtos i n ó cuos, com as exigências dos organismos p ú b l i c o s regu l a d o re s . que procuram p r o t e g e r a saúde dos c o n s u m i d o res . É respo nsabi l i dade desta equ ipe. pro g r a m a r e dese n v o l ve r cada etapa d o Programa A R PC C . _ Etapa 2 . Identificação dos perigos. o u sej a evidenciar a presença d e fatores d e r i s c o re l a c i o n a d o s c o m a pro d u ç ã o . proces s a me n t o . a r m a zenagem. d i st ri bui,ão e uso do a l i mento. - E t a p a 3. D e t e rm i n a ção d os p o ntos críticos de con t role. ou seja iden t i ficar os pontos onde os riscos. associados aos perigos em estudo. necessitam ser preve n i dos. elimi nados ou reduzidos a níveis at.:c i tá v c i s . - Etapa 4. Defi n iç ã o d os p a râmetros e s e u s l i m i t es crí t i cos. Por exemp l o: temperatura. pressão osmótic a. temp o . n ível d e toxi nas. viscosi dade. etc. 2. M ETODOLOGIA BÁSICA USADA PELO SISTEMA A R P C C A metodologia A R PCC tem três caracte rísticas pri ncipais: a) É i ntegral. pois se apl i c a ao longo de t o d a a c a d e i a p ro d u t i v a , desde os processos que ocorrem no campo. sejam de nat u reza agro n ô m i c a o u pec u á r i a . passando p o r todas a s fases de indust ria l i zação do prod uto até o c o n s u m i d o r fi n a l . O u sej a. atravessa-se todo o 3 Pág. 7 - E t a p a 5. Es t a b e l e c i m e n t o de u m s is t e m a d e m o n i to r a ç ã o . capaz d e comprovar s e o sistema implantado está fu ncionando eficazmente. - E t a p a 6. Es t a b e l e c i m en t o d e ações corretivas. Quando um parâmetro fi ca fora dos limites estabelecidos. devem-se apl icar ações corretivas apropriadas em fo rma i me d i a t a . de m o d o a c o l o c ar o processo sob controle. - E t a p a 7. Es t a b e l e c i m e n t o de u m sistema d e registros. visando docu mentar o p l a n o A R PC C e a efet i v i dade do s i stema estabelecido. Esses registros O n ú mero de etapas varia segundo os autores. mas o conteúdo global é muito simi lar. Neste trabalho adotamos a seq üência proposta pela S B CTA(s/d). digitalizado por arvoredoleite.org Pág g ReI'. Ins!. Latic "Cândido Tostes". Jan/Fev. n° 3 1 2. 54: 6- 1 3 . :WOO d e v e m s e r organizados de fo rma a c o n s e rvar i n formação precisa e verda deira, em formatos especialmente desen vol vidos e continuamente aperfeiçoados. Também devem permitir a rastreabilidade dos produtos e processos. - E t a p a 8. I m p l a n ta ç ã o do S is t e m a A RPCC. Antes d a implantação propria mente dita deve ser feito o treinamento de t o d o s os e n v o l vidos no s i s t enia, e n focando seus prin c ípios assim como a s re s p o n s abilidades e c o m p ro m i s s o s ineren tes. Quando do início da implan tação, a equipe deverá oferecer escl are c i m e n t o s e trei n a m e n t o s "in l o c o " e fazer correções no sistema até que ele se consolide. E t a p a 9. A u d i t o r i a do S is t e m a A R PCC. O objetivo desta atividade é verificar se os procedimentos próprios do s i stema estão sendo executados correta m e n t e e t a m bém a v a l i a r a robus t e z daque l e e m relação c o m o seu objetivo básico: oferecer produtos que não tragam riscos à saúde dos consumidores. Para m a i o r d e t a l h a m e n t o d e s t a s e t a p a s pode-se consul tar, fora do mencionado trabalho da S B CT A ( s/d ) . os artigos de M O R A ALZAT E ( 1 9 9 6 ). P E R D O M O ( 1 9 9 2 ) o u o livro clássico de B R YAN ( 1 9 9 2 ) . 3, O QUE É A G E S T à O DA Q U A L I D A D E TOTAL (GQT)? Quando o sistellla A R PCC foi apresentado o ficia l mente nos EU A em 1 97 1 . c m outra parte do planeta ( J apão) tinha-se estruturado e aplicado c o m t o t a l s u c e s s o urn a n o v a metodol ogia ge renciai: a Gestão da Qualidade Total (GQT>. Este suce s s o foi tão g rande que o Japão derrotado militarmente em 1 945 pelos EUA, 25 anos depois t e v e a m p l a re v a n c h e c o m e rcia l . in vadindo profusamente c o m seus produt o s . de excelente qualidade e preço, a seus antigos vencedores. G e s t ã o da Qualidade T o t a l . tradução do inglês Total Quality Control ( T Q C ) . corresponde a um modelo gerencial aperfeiçoado no Japão. a partir de idéias americanas. especialmente devidas a Deming e Juran, introduzidas durante a ocupação a liada naquele país depois de 1 945. A sigla TQC é usada internamente no Japão, mas eles, no contato com países estrangeiros, preferem outra: CW QC ("Co m p a n y Wide Quality Co n t ro l ) , ou s ej a, "Controle de Qualidade por toda a Empresa", para diferencia - I a de outro sistema, também chamado T Q C , proposto por Feigenbaum nos E.U.A. O G Q T e s t á b as e ado e s t á b as e ado em difere n t e s fo n t e s . que a b r a n g e m duas l i n h a s básicas: uma d e natureza técnica. que nasce com Taylor. se desenvolve com os métodos de controle estatístico de S hewart e se consolida com todo o c o n h e ci m e n t o cie n t í fi c o dos ú l timos 40 a n o s , através do trabalho d o s grandes mestres Deming e Juran e outra, de n a tureza humana, apoiada nas pesquisas sobre comportamento desenvol vidas p o r M ac G re g o r , H e rz b e rg e M as l o w e . m ai s recentemente, n a abordagem h o l ística represen tada. entre outros, por Capra e Ferguson. A mon t a g e m b á s i c o d o G QT foi fei t a p e l a JUSE (Japanese Union of Scientists and Engineers ) . U m a s p e c t o fun d a m e n t a l d o Q GT é o conceito de rompimento. que imp lica uma mu dança de forma de pensar. de estilo e de postura, e n v o l v e nd o t o d o s os i n t e g r a n t e s da e m p re s a . desde o presidente até o ú ltimo trabalhador. Em particular. a figura o presidente da empresa assume dimensões decisivas. pois é ele. de forma intrans feríve l . que t e m em suas mãos o detonador do sucesso ou do insucess o . Com efeito. QGT é um programa do presiden t e : portanto. ou ele rompe com o modo de pensar. sentir e agir antigo. através da assunção e c o mprometimento pessoal com a i mplantação do programa. transformando-se assim num dinâmico agente de mudanças. ou o abandona as suas próprias forças. inviabilizando-o. O c o nceito de Qua lidade Total é amplo e dinâmico. Em princípio. e l e está ligado à satis fação total d o consumidor, procurada tanto de fo rma i n t e r n a (e l i mi n a ndo o s fat ores que não agradam ao c o n sumidor. segundo pesquisas de m e rc ado fei t a s ) . c o m o e x ternas ( a t ravés da a n t eci pação das n e c e s s idades do c o nsumidor, i n corporando-se as características detectadas nos produtos e se rviço s ) . Reconhece-se que a Qualidade Total está composta por cinco dimensões ( ve r Figura I ) . ll) Q u a l i d a d e i n t rínsecll d o p r o d u t o (uu s e rv i ço) - Em s e n tido a m p l o , refere-se especificamente às caracterís ticas inerentes ao produto (ou serviço) e daí o nome de intrínsecas. capazes de fo rnecer satisfação ao consumidor. I sto implica uma série de aspectos tais como: ausência de manchas em frutas. teor de gordura do leite. caracte rís ticas agra dáveis ao consumidor tais como sabor e aroma, previsibilidade do produto. por exemplo hom ogeneidade de batatas ou cebo l a s , c o n te údo protéico do feij ão, tamanho do grão n o c a fé, etc. b ) C u s t o do p ro d u t o ou s e r v i ç o Naturalmente que, quanto menor o preço do p rodu t o ou s e rviço , maior s e rá a satisfação do consumidor. M as isso não i m p l i c a numa rel ação l i n e a r perfeita. Acontece que um elemento fundamental Pág. 9 R ev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes " . Jan/Fev. n° 3 1 2. 54: 6- 1 3 . 2000 é o conceito e valor', ou seja. o que o consumidor estaria disposto a pagar pelo p rodu t o ( ou s e rviç o ). P o rt a n t o . seu preço deverá levar em conta o valor que o produto tem para o usuário. O ideal e que o preço seja igual ou algo menor ao valor estabelecido. O custo dos insumos, tais c o m o c o mbust íveis , fe rti lizantes químicos e agrotóxicos é atualmente muito alto. É este. pois. um aspecto de vital i m p o rt â n c i a n a a v al i ação de !1roc e s s o s que l e v a m à m e l h o ri a da qualidade na agricultura. P o r e x e m p l o : Se um c o m p rador e s t á disposto a pagar 5 reais por um quilo d e queijo (valor que ele l he atribui) e o vendedor oferece o mesmO preço (5 reais) ou um pouco menos (4.75 por exemplo), o negócio é interessante para ambas as partes. Já se o preço fosse 7 reais. talvez o comprador desista, e se fosse 4 reais é claro que ficaria interessado, mas não seria conveniente para o vendedor, que poderia lucrar um pouco mais. c) Atendimento - O cliente deve receber o produto no prazo certo. no local certo e na quan tidade certa. Além disso. deve ser ate ndido com boa vontade. cortesia e amabilidade. No caso que corresponda. deve e x istir uma boa orga nização de a s s i s t ê n cia 't écnica ( po r e x e m p l o . no t o c a n t e a máquinas agrícolas), assim c o m o p r o n t a d e v o l ução de p rodut o s de feitu o s o s ( p o r e x e m p l o na agroin d ú s t ri a . l a t as de ó l e o de s oj a ou de conservas vegetais amassadas ou tampas de vidro de café sol úvel danificadas ou caixas de leite furadas ou embalagens de manteiga rasgado s ) . N o caso de produtos "in n atura", p ri n ci p a l m e n t e os pere cíveis. o prazo de entrega passa ser um item vital. d) S e g u r a n ç a - É fu n d a m e n t a l que o produto não ameace a s a úde do consu midor, seja diretamente, através de sua ingestão. ou indiretamente. através de tratamentos feitos durante o plantio ou li criação de animais. Na agro pecuária. o nível de resíduos tóxicos contidos nos produt o s . a s s i m c o m o a p o luição de s o l o s e águas e s t a r n e c e s s a ri a m e n t e m u i t o b a i x o s e quere m o s falar de Qualidade Total . e) M o ral - R e fe r e - s e à d i s p o s ição e m o t ivação que os e m p re g ados da e m p r e s a m a n i fe s t a m . P a r a que isto 4 a c o n t eça. a e m presa deve se e s forçar p a ra p a g a r- l h e s b e m . respeit a n d o - o s c o rn o s e re s h u m a n o s e dan do-l h e s a oportunidade de crescer como pessoas e como trabalhadores . Uma das formas de avaliar o moral é at ravés do nível de absenteís m o o .::: rn ã:í c: :õ li: O o .::: ã:í :õ O Sobrevivência da Empresa o Q) Satisfação Total do Cliente Q) U 'O co co Q) 'O V> c: ::= ";:: CC :;, - 0-'= ::;;; co uc: co :; Dl Q) o u; :;, ü Cf) Moral dos Empregados Figllra 1 - o ã:í 'i5 Q) ..ê rn ;2 Q) 'O co :!2 rn :;, O co 'O V> Q) -o V> c: Q) E i:5 As cinco di/llensiies ti Q u a /idade TOIll/. A Q u a lidade T o t a l i m p l i c a e x p l o r a r as profundezas. as raízes. as bases. onde a qualidade é elaborada. Muitos pensam que o grande peso da re s p o n s a b i lidade na o b t e nção da Qualidade depe nde - quase ex clusivamente - da área de P roduç ã o . N ã o é v e rdade. G QT re fere - s e à qualidade em toda a organização. O que oco rre é que a área operacional é o ponto terminal visível da qualidade. I sto é um modo de dizer porque a qualidade, na realidade. é um processo circular c, portanto. sem começo nem fim. Com efeito. nela se acumulam: insumos defeituosos. mão-de-obra não treinada. projetos lIladequados. impe rfeitos ou i n c o m p l e t o s , fa l t a de c o m u nicação com o co nsumidor. etc. Nesse sentido. a GQT amplia o c o n ce i t o c l á s s i c o de c o n t r o l e de qualidade ("c o n fo rmidade com a s e s p e c i ficações", p o r Existe toda uma técnica interessantíssima denominada "Análise de Val o r", cuja aplicação na agricultura tem sido, até agora, quase nula, apesar de suas poderosas possibilidades e m termos d e redução d e custos. digitalizado por arvoredoleite.org t� 1(. Pág. 1 0 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes " . JanlFev. na 3 1 2. 54: 6- 1 3 . 2000 e x e m p l o : que o l eite tenha um teor de gordura pelo menos igual a 3 '70). desenvolvendo uma idéia básica e fundamental: a do consumidor interno. isto é . "cada e m p regado é cliente do processo anterior". Desse modo. as dimensões da qualidade são revertidas também para dentro da Empresa. Esta percepção integrada - ve rdadeiramente leva e ntão a uma cadeia de re l ações holística que d e v e ser e n t e n dida e a t e ndida. A s s i m . a qua lidade fin a l do produt o agrope cuário ( p o r e x e m p l o l ei t e ) d e pe nderá d o s s u b - p ro c e s s o s anteriores. a t é chegar, no caso a o empacotamento para venda ao consumidor final . Desta forma. o setor encarregado da alimentação dos animais tem como clie n t e interno o setor responsável p e l a ordenhas, e este. por sua vez, o setor encarregado do transporte o leite. N o caso do pequeno produtor. ele acaba sendo cliente interno de si mesmo. mas o conceito básico c o n ti n u a : na medida que os processos iniciais são melhor conduzidos. isto se reflete nos seguintes. como o resultado final de melhorias signific ativ as. Dito de uma forma mais genérica. cuidados devem ser tomados para que. por exemplo: - O setor técnico organize o trabalho para que possa ser executado em tempo hábil pelo setor operacIOn al (cliente interno). O setor de compras tem se preocup ar muito com os insumos I ração forragens. vacinas etc) para que atendam o setor de produção (d iente intern o ) de m odo a oferecer qualidade intrínseca adequada c prazos de entrega satis fatórios. além de cuidar o aspecto vital dos cus tos. - O setor de produção tem que entregar o prod uto agrope cuário em co ndições e oportunidade adequadas ao setor de comercialização (cliente interno). M aiores informações sobre GQT. especialmente no tocante ao produto café. pode ser obtidas em B o ni l l a ( 1 99 9 a. para produtores) e em B onil l a ( 1 9 99 b ) . para técnicos. 4. A RELAÇÃO ENTRE ARPCC E GQT A S B CTA(s/d) define a AR PCC como "uma técnica d a G estão de Qualidade". mas parece nos que no caso se está falando de "Controle de Qualidade" e não de "Qualidade Total". Com e fe i t o . nesse t e x t o afirm a - s e q u e : " A R PCC é uma abordage m sistemátic a . com a preocupação de garantir a segurança do alimento à s a ú de d o c o nsu midor e p o r t a n t o deve ser diferenciada da preocupação com os atributos da 5 qualidade". Inclusive exempI í fica-se. dizendo que um produto pode ter uma qualidade inaceitável quando o p H estiver abaixo de 3 . 8 . porém sem o ferecer risco ao consumidor pois nesses n íveis de pH não p o d e rá se d e s e n v o l ve r ne nhum micro o rg a n i s m o p a t o g ê n i c o ou p rodu t o r de tox inas. Ou seja poderia existir segurança sem qualidade. A c o n fu s ã o o c o rre - e i s t o e s t á muito difundido a nível e m p res arial e i n c lusive aca dê mico - p o rque a q u al i d a d e está e n t e ndida a p e n as c o m o q u ali d a d e d o p r o d uto. ou seja ajuste com as especificações técnicas. Esta noção não é falsa e sim incompleta. na verdade obsoleta. O fa t o é q u e . de sde que a G QT foi reconhecida mundial mente. e isto aconteceu uns 1 5 ou 2 0 anos antes que o A R PCC, ficou c l aro que a Q uali d a d e Total t e m cinco dimensões. como foi ex plicado no item 3. uma das quais é a Q u al i d a d e I n trínseca. que pode ser definida com a qualidade que vem junto. que é inerente ao produto. Neste caso a afirmativa da S B CTA estaria correta. Mas. uma das outras quatro dimensões da Qualidade (ver item 3. Figura I ) é precisamente a segurança. entendida como sal vaguarda da saúde do consumidor. Desta forma. fica bem escl arecido que o Sistema A R P C C t ra t a - s e . na verdade. de uma metodologia especifica. relativa-exclusivamente ti segurança al i m e n t arS C o m o conseqü ência. ele deve ser considerado como um ramo vital de algo bem maior: a á rvore da Qualidade Total. H ti outro aspecto crucial onde a rel ação entre GQT e A R PCC precisa ser frisado. pois ele é um alicerce fund a m e n t a l para o sucesso de qualquer e m preendi m e n t o . T rata-se da qui n t a dimensão da Qualidade T o t a l . c o n hecida c o m o m oral o u motivação. Com e feito. e l a é a base onde as outras quatro dimensões da Qualidade Total se apoiamo incluindo a segurança (Ver Figura I ). Em o u t ras p a l a v ras . se p o r um l ado a dimensão segurança e especificamente a segu rança alim e n t a r é u m assunto e minentemente técnico. por outro devemos reconhecer que ela está impl antada acima de uma base que precisa ser s ó l ida e que n ã o é de n a tureza t é c nica e sim h u m a n ís tica. E s t a m o s fa l a ndo da i m p ortância fundamental de valorizar os funcionários como pessoas, c o m o s e res h u m a n os. Com efeito. são os funcionários (de todos os n í veis da organização) os que produzem. Portanto a quali d a d e e/ou a s e g u r a n ç a não poderão ser obtidas sem a sua ativa participação. O modelo gerencial ocidental é elitista e autoritário. Precisa mudar. O conceito de rompimento. uma Deve ser l embrado que há outros aspectos de segurança de produtos que não tem a ver com a segurança alimentar (risco de choque e l étrico ou radioatividade. poluição sonora etc.). Ins!. Latic . "Cândido Tostes" . Jan/Fev. na 3 1 2. 54: 6- 1 3 . 2000 ares da G QT . significa que é das pedr as angul ficar o modo de pensar. sentir e ne ce ssário modi níveiS gerenclUls ( asstm como dos auir dos altos ) . A e x pressão T C C" (Trans s rio mediá i �ter parte do setor gerenCIai. parên cia e Coerência por p a r t e do s e t o r o p e racI O n a l ) . C oo peração p o r ass a a ser um s ímbolo chave d a nova empresa. uora vista como um componente equilibrado do e �ossi stema s o c i a l . em parceria com c l ientes. func ionários e co munidade. Em resumo. a rel ação entre GQT e A R PCC pod e ser e n t e ndida m e l h o r visual iza ndo t rê s círculos concên tricos ( Ver Figura 2 ) . O externo. maior. repre s e n t a o GQT com as suas cinco dimensões: no c írcul o médio temos uma destas dimensões. a segurança como conceito genérico. e no c írcul o i n t e r n o . a s e g u r a n ç a a l i m e n t a r representada através d e seu mais moderno método de abordagem. o A R PCC. � Segurança Alimenlar (Sislema ARPCC) GOT GOT Figura 2 - R!'!açti(l cnlrl' a G(J.T e (/ Segurança AIi/1/enlllr (ARPCC) 5. COMO A GQT PODE CONTRIBUIR PA RA UMA APLICAÇÃO MAIS ABRANGENTE DO SISTEMA A RPCC A S B CTA('J) menciona o i m portante fato de que o Sistema A R PCC deve ser desenvolvido como parte da Pol ítica de Qualidade (queremos entender Qualidade Total) da e mpresa. É i m p o rt a n t e l e m b rar que a G e s t ão da Qualidade Total e n v o l ve t rê s tipos de g e re n ciamento. cuja con ceituação e a p licação podem ser de grande valia para o sucesso do Sistema ARPCC. Vejamos u m exe m p l o para facilitar a compree n s ã o : s u p o n h a m o s que d e t e rminada empresa l aticinista decide reduzir drasticamente o uso de agrotóxicos. de modo que ainda utilizando alguns. os resíduos tóxicos oriundos deles não 6 Pág. I I superem o li miar (limite crítico) definido pela Orga nização Mundial da Saúde. por exemplo 30 ppm. No caso teria-se: a) G e rê n c i a da R o t i n a Ela tenta s atis fazer aqu e l e v a l o r (que na G QT c h a m a - s e e s p e ci fi c ação do item de c o n t ro l e . e no A R PC C . limite crítico do ponto de ris c o ) co nsiderado c o m o adequado e suficiente n e s s e primeiro m o m e n t o . ou s ej a 30 ppm de agro tóxicos. e m a n t e r esse d e s e m p e n h o durante um certo período. identificando e eliminando os desvios eventuais desse valor. Ou seja: temos em efeito desejado (S; 30 p p m ) e procura mos m a n t ê - l o a todo custo. A identi ficação de eventuais desvios nos leva a procurar as causas dos mesmos ( que a GQT denomina de i t e n s de veri fi c a çã o . p o r e x e m p l o : d o s a g e m . fre q ü ência e tipo d e agro tóxico utilizado ). b) Gerência da Melhoria - Depois de ter conseguido estabilizar o sistema durante um p e ríodo d e t e r mi n ad o de t e m p o . m a n t e ndo o parâme t ro e s p e c ífico e m até 3 0 p p m . podemos querer melhorar o n o s s o de s e m p e n h o . a t i n gindo um resultado final (efeito) de até 1 5 p p m . Para i n t roduzir e s t a mé l h oria s e r á necessário identificar um fator (causa) capaz de manifestar esta redução ( p O r exemplo' eliminar um d o s agrotóxICOs que ainda é usado. ou reduzir sua dose cf ou freqüência). E assim poderemos agir sucessivamente. criando uma mel horia cont ínua até allngir o res u l t ado per· feito. levando o ponto de fiSCO ,itclll de contro l e ) ao valor zero. obtendo assim U lll produto totalm e n t e orgãnlco. Para chegar a este p o n t o . precisamos modi ficar algum outro fa tor (causa). p o r exemplo: suspender o ú l timo agrotóxico que ainda estávamos usando. c) G e r e n c i a m e n t o do C resci m e n t o d o S e r H u m a n o - O objetivo básico é assegurar a participação dos funcio nários. visando o envolvimento de todos e cada um deles n o s princ ípios e nas a p l i c ações da G Q T . I s t o i m p l ica um reconhecimento por parte dos gerentes que aqueles são iguais a eles: pcssoas. É tão simples como is s o . O falO é que quando as pessoas são v a l o rizadas e m o tivadas. e l as t e n t a m desenvolver e a p l ic a r ao m á x i m o s e u p o t e n ci a l de recurs o s . de modo que quando i s t o Fazendo um jogo de pal avras com o T Q C ("Total Quality Controle"). digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 1 2 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanIFev, nO 3 1 2, 54: 6- 1 3 , 2000 acontece há ganhos para todos: para a e mpresa. para a soc i e d ad e e para os trabalhadores. Este é o j ogo não-zero. próprio da GQT e contraposto àquele que atualmente prevalece: o jogo zero ( alguns ganham muito e muitos perdem alguma coisa. pelo que a soma fi nal acaba sendo igual a zero l. Out ras con t r i bu i ç ões i mportantes que a G Q T pode for n e c e r à A R P C C são os seus i n s t ru m e n tos t é c n i cos, dos quais só m e n c i o naremos dois: a) Av a l i a ç ã o de processos - I mp l i c a e m comparar o s l i m i tes críti cos correspon d e n tes às v a r i á v e i s que repre s e n t a m pontos de risco (no linguajar da ARPCC), ou as especificações dos itens de controle (na termi nologia da GQT) com os resul tados obt i dos na realidade, no final do processo produtivo (ou numa fase espe c ífica deste). Por e x e mp l o : a proporção d e m e t a i s p e s a d o s no l e i t e . d e v e s e r menor d e 1 0 p p m ( l imite crítico, espe c i ficação). Feito o mon i toramento respec t i vo em c e rto n ú m e ro de amostras. o b t e v e - s e uma m é d i a d e 8 .4 ppm e um d e s v i o padrão de O.H mll1. O processo está sob controle ou não') A técnica da Avali ação de P rocessos . apo i a d a ell1 c r i tcfl os estatísticos relativos a probabili dades é c ap a z de responder e s s a p e rgu n t a . atravcs d o si mples cálculo d e u m índice conhecido COIl1 Cpk. S e a resposta for que o processo escapou do controle, ou seja ele já não é satis fatório, o que fazer' Parece cl aro que a resposta é: identificar a causa do desvio e trabalhar sobre ela para reconduz i r o resultado final a ficar dentro do i n ter valo defin ido pelos l i m i tes críticos ou espec i ficações. Mas como realizar esta i d e n t i fi c ação e o desenvol v i mento de ações que permitam acabar com o desvio detect ado' A resposta é dada por outro i n s t ru m e n t o da G QT conhecido como MASP b) MAS P (Método d e Análise e Solução de Problemas l. Este método, como seu nome o indica. permite a identificação. análise e proposta d e solução para qualque r problema específico. Como passo prévio a sua ut i l i zação. deve-se ter domínio sobre as chamadas Sete Ferramentas da Qualidade (Folha de Verificação. Estra t i fi c ação, His togra m a , D i agrama d e Ishi kawa, Diagrama de Pareto, Diagrama de Di spersão e Grá ficos de controle). O M A S P propriamente d i to i n clui oito passos. básicos. a saber: Identi ficação. Obse rvação. A n á l i se . P l a no de Ação, Ação. Checagem, Padronização e Con clusão. Ou seja. identificado o problema (por e x e mp l o : e x c e s so de metais pesados ). um grupo de trabalho se reúne estudando cri teriosamente o problema até propor u m d e t e r m i n ad o plano de ação, que d e p o i s d e e xe cu t a d o s e rá checado. Se ti ver resultado satisfatório, o pl ano de ação (melhoria) deverá ser i ncorporado aos proc e d i m e n tos de t r a b a l ho , s ej a m téc n i cos ou opera cionais, para o seu aprovei tamento em processamen tos futuros. 6. COMENTÁRIOS FINAIS O d e s e n vol v i m e n t o d a metodologia d a Ges tão d e Qual i d a d e Total foi compl etado por volta de 1 97 0 na área i n dustrial (especi almente apli cada a s i d e rúrgicas e i nd ú stria automotriz), no Japão; o A R PC C teve seu sistema consolidado nos EEUU uns 20 anos depois, na área específica da in dústria a l i men tar. Entretanto. apesar das d i ferenças relativas a sua origem geográfica e à natureza das empresas piont:iras nas respecti vas metodologias. podemos considerar II AR PCC como um ramo vi goroso e específico de uma árvore chamada GQT. Com efeito. uma das cinco dimensões da GQT é precisall1ente a segurança (C não apenas ali m e n t a r) dos processos e de seus respe c t i vos produtos. Port anto, considera-se e x t re mamente relevante aprofundar um contato mais estreito entre ambas metodologias, visando s i multaneamente. a ) M a n t e r. d e s e n v o l v e r e e x p a n d i r as espec i fici dades próprias do item segu r a n ç a a l i m e n t a r, v i s t a sua e x t raor d i n á r i a i mport ã n c i a sobre a s a ú d e humana, o b e m estar social e o s resul tados econõmicos decorrentes. b ) Aproveitar o contexto maior, oferecido pela G QT, de modo a reforçar o ARPCC. forn ecendo-lhe instrumentos mais abran gentes, amplamente testados com grande sucesso. mos t ra n d o a l t a e f i c i ê n c i a e sendo congrue n t e s com os seus p r i n cípios básicos. Finalmente, sugere-se que nas equipes de A R PC C - que pela a sua própria natureza são i n te rd i s c i p l i n ares - e j u n to aos esp e c i a l i s tas necessários para o funcionamento daquele sistema tanto e m produção, em toxi colog i a, e m fitopa tolog i a . e m resíduos quími cos como e m outras áreas, seja s e mpre i n c luído um espe c i a l i s t a em G QT, d e modo a formar uma base mais ampla Pág. 1 3 Re v. Inst. Latic. "Cãndido Tostes". Jan/Fev. n° 3 1 2 . .i:!: 6- 1 3 . 2000 respe c t i vo s i stema. Desta ara a e l abo ração do apoio con c e i tual mais um á assegurar se , orma r m i t i n d o o uso d e t e c no l o g i a s ab rang e n t e , p e te ú t e i s para c o m p l e aeren c i a i s e x t r e m a m e n especi ficament e técnicos entos conhecim s o r . �enta ão e i ndustri alização de rel acion ados com produç ali men tos. F i n a l m e n t e , d e v e mos a c re s c e n t a r que o comitê de Mi crobiologia e Segurança A l i mentar da Associação Nacional (EUA) dos Processadores de Ali mentos ( 1 99 2 ) já d i zi a : " Duas filosofias gerenciais, diferentes mas estreitamente vinculadas, podem s e r con s i d e radas como contribuindo efetivamente para mudanças na década de 90. trata se da GQT. uti l i zada para melhorar a qualidade e reduzir os custos e o ARPCC. criada para assegurar maior segurança a l i me n t ar. Estas metodologias implantadas c o nj u n t a m e n t e . pode rão ajudar a produzir a l i m e n tos mais saud á v e i s e de maior qualidade, mantendo custos de produção razoáveis." Portanto, após u m a d é c a d a d e a m ad u recimento d o sistema ARPCC. parece t e r chegado a hora propícia para fazer uma i n tegração bem ajustada das duas metodologias (GQT e ARPCC). � 7. BIBLIOGRAFIA CONSULTA D A 3 ) B O N ILLA, J . A . G e stão da Q u a lidade To tal lia Cadeia Produth'a do Café. Uni vers i dade Federal de Lavras. 1 99 b, 424 p. 4) B RYA N, F. L. HACCP System. Geneve, I tália. Organização Mundial da Saúde, 1 992. 5) MARA. S istema de A llálise de Risco e Controle do s Palitos Críticos na Indústria da Pesca : Manual de Procedimentos. p, 1 9 9 5 . 6 ) M I C R O B I O L O G Y A N D F O O D S AFETY C O M M ITTEE OF THE N AT I O N A L F O O D PROCES S O R S A S S O C I AT I O N . H A C C P and Total Qual ity Management: Wi nning Concepts for t h e 9 0 ' s : a R e v i e w. ]o u rna l oI Food Prlllection. 55: 459-62, Junho 1 99 2 . 7) MORA ALZATE. J .H. EI Si.HeI/UI d e AnlÍlisis de Riesgos y Puntos Críticos de COlllrol (.'01//11 Herrtl mie llla S para el A sseurtlmiento y COl/trol de la Calidad ell la IlIdúst ria Pesqu e ra de M i n i s t é ri o d e A g r i cu l tura y Desarrollo Rural. Bogotá. 40 p. Jan. 1 996. CoilÍlIl bia. 8) PER DOMO, F.E.B. Evalua cilÍlI de Facllires de Riesgo y D e t e rm i llaciôlI de PUlltos Crít i co s I ) B E C K E R S , H . J . �egu r i d a d A l i m e n t a r i a y Normas de Higiene en Relación con la Salud Pública. Holanda. Boleti1l FederacilÍ1l Illterna cional de la L e che: 244. p. I - I . 1 9 89. 2) B O N ILLA. J . A Gest<lo d a Q u alidade 'filia i para Produtores de Cale. Universidade Federal de Lavras. 1 9 91J a. I X3 p. R i o d e Janeiro. 29 de COlltrol e l / e l Procesamie llto de Alime lltos. O ficina Panamericana da Saúde. B rasíl i a . 1 8 p. seI. 1 9 9 2 . 9 ) S B CTA. Mallual de A nálise d e Ris co.\' e POl/to.\' Críticos de COl/trole (A RPCC). São Paulo. s/do 34 p. r digitalizado por arvoredoleite.org Rev. I ns t . Latic. "Cândido Tostes ". J anlFev, na 3 1 2. 54: 1 4- 1 8. 2000 Pág. 1 4 EFEITO DA TEMPERATUR A A MBIENTAL NA FORMAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS LIVRES EM LEITE DE CABRA ISlIlael Antonio Bonassil Lucia Helena de A lbu'iuer'iue Brasil' Flm'io Baccari Junior' Frallcisco Steflll/ll Wechsler" RESUMO Seis cabras Pardas Alpinas com produção média de leite de 2.5 kg/dia. foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos de três cada. submetidas a termoneutralidade ou estresse térmico. Usou-se um delineamento estmístico "crossover". Um período de adaptação de 28 dias foi seguido por quatro intervalos de 14 dias cada. durante os quais os animais sob estresse foram expostos à temperatura média do ar de 33 . 84cC das 8 às 17 horas, incluindo radiação solar simuladas das 10 às 15 horas. Na segunda semana de cada intervalo experimental amostras de leite individuais foram coletadas diariamente pela manhã e à�arde. adicionan do-se conser vante. No final da semana as amostras de cada ordenha foram misturadas formando-se amostras compostaS nas quais foram efetuadas determinações de pH, acidez titulável e ácidos graxos livres IOtms. Os resultados indicaram que não hou ve diferença estmística para ácidos graxos livres lOtais entre o leite ordenhado pela manhã e à tarde. tanto noS animais mantidos em condições de termoneutralidade como sob estresse térmico. Porém observou-se menor valor de ácidos graxos livres totais, para leite das cabras em condições de estresse térmico. que foi estatisticamente diferente ao nível de 5 % de probabilidade. Palavras�chavc: ácidos graxos livres. leite de cabra. temperatura ambiental. L INTRO D U ç A o Segundo K U ZDZAL - SAVOIE e t a i ( 1 9 7 5 ) logo após a seneção o leite contém sempre uma pequena quantidade de úcido;, graxos li vres. que para o leite d e vaca s i t u a - s e e m t o rn o de 0 . 2 5 m i l iequivalcnte, por 1 00g de matéria graxa. ISll l é r e s u l t a n t e de u m a s ín t e s e i n c o m p l e t a d e g l i cerídeos e não proveniente de l i pÓlise. A m e mbrana dos g l óbulos graxos protege os g l icerídeos d a ação da l ipase ( B O N A S S I . 1 9 89: C I M I A N O & A LVA REZ. 1 9 8 3 : K U Z D Z A L S AV O I E . 1 9 8 2 : K U Z D Z A L- S AV O I E . e t a I . 1 9 7 5 » . M a s a c o m p o s i ç ão da mem brana varia e m funçâo de d i versos fatores, podendo-se citar: raça, a l i mentaçâo, estádio de lactação do animal e armazen a m e n t o sob refrigeração ( K UZDZAL S A V O I E et aI. 1 97 5 ) , A proporção d e pequenos glóbulos graxos é maior no leite de cabra que no de vaca ( B ONASS I. 1 9 8 7 : J A O U E N . 1 9 8 5 ) . LOEWENSTE I N e t a i ( 1 9 80) consideram q u e a membrana d o glóbulo de gordura do leite de cabra é menos estável. o que faz que seja mais susceptível às mudanças de aroma e s a b o r re l ac i o n a d o s à l i p ó l i s e . Estes mesmos autores relatam que a proporção de ácidos graxos de c a d e i a c u rta ( 4 a 1 0 átomos de c a rbono ) é aproxi madamente o dobro em relação ao de vaca. K U ZDZAL - S AV O I E et a i ( 1 9 7 5 ) consideram que os ácidos graxos de -I a 12 átomos de carbono tem papel i mportante no apare c i me nto de defeitos de sabor e aroma em leite. B O N A S S I et a i ( 1 9 9 6 ) obti veram para o l e i t e de cabra v a l o re s da ordem de 0,60 a 1 ,0 9 meq/l de ácidos graxos livres c o m v a l o r médio de 0,84 ± 0, 1 2 meq/l não encontrando na l i teratura consultada valores e m leite de caprinos. logo após a ordenha para se fazer comparaçâo. Verificaram que os teores m a i o res foram obtidos n o outono ( 0, 8 8 meq/l) e no verâo ( 0, 8 6 meq/I ) , sendo menor no i n verno ( 0 , 7 8 meq/l ) . Embora t e n h a h a v i d o d i ferença sazonal, n â o se observou correlação da variação deste índice c o m dados metereoló" icos da reg i ão, pres s u p o n d o que talvez o estád io de lactação tenha i n fl ue n c i ado nos valores mai ores encon trados n o verão e o utono. Rev. InsL Latic. "Cândido Tostes", J an/Fev, na 3 1 2, 54: 1 4- 1 8, 2000 Este trabalho se propõe a verificar e m con di ções controladas se a temperatura ambiental tem in fluê n c i a na formação de á c i d os graxos l i vres em leite de cabra. Período Grupo 2 2. MATERIAL E MÉTODOS - 3 4 4 TN ST ST TN 3. RESULTA D OS E D I S C U s s A o A temperatura do a r , u m idade re l at i va do ar e os índices biocli máticos, temperatura do globo negro ( B G T l . índice d e tempera t u ra e u m idade ( T H I ) e temperatura do B otsball ( B T), calculados para caracterizar o ambiente térmico da Sala I e Sala 2 da Câmara B ioclimática durante o período e x perimental constam da Tab e l a I . A temperatura do ar na câmara 2 foi bem superior 11 de câmara I ( d urante o dia: 33,84±0,:?,3°C \'s . 22,8 2±0, 3 1 °C, d u rante a n o i t e : 2 7 , 1 9±0,24 \'s . 22,2 5±0,3 1 1 . Durante o estresse térmico, no Termollcutralldadc ( T N ) 2 3 TN ST Médias ± erro padrão das variáveis c l i múti c as durante o período experi mentaL Variável t o s A g ro p e c u á r i o s da Fac u l d a d e de C i ê n c i as D e p a r t a m e n t o d e Te c n o l o g i a dos P ro d u P. Agron ô micas - Campu s de B otucatu - U NES . , Area de Concentra ç ão "Nutrição e Produção A l una do Curso de Pós-Gradu a ção em Zootecnia P. S NE U tu Botuca de A n i mal". FMVZ - Campu s U n i versidade Estadual de Londrina. Fac u l d ade de Medicina Veterinária e Zootecnia - U NES P. ST TN 2 Para e fe i t o d e a n á l i s e e s t at í s t i c a fo ram c o n s i d e r a d o s o s d ad o s c o l e t a d o s n a s e " u n d a semana d e cada i ntervalo. N a segunda sem :na de cada i n tervalo e x perimental, amostras de l e i te individuais ( 500 ml pela manhã e 300 ml à tarde foram coletadas d i ariamente e acondicionadas em rec i p i e n t e s d e v i d ro l i m p o s e s e c o s . P a r a a conservação da amostra, adicionou-se sol ução a 40'70 de formaldeido na proporção de I ml/litro da amostra ( I N S TI TU T O A DOLFO L UTZ, 1 9 8 5 ) . N o fi n a l d a s e m a n a , as sete a m o s t ras d e c a d a o rd e n h a foram m i s t u radas, fo rmando-se as s i m amostras compostas nas quais foram efetuadas as determ i n ações d e p H , acidez t i t u l áv e l ( I N S T I T UTO A DOLFO L UTZ, 1 9 8 5 ) e úcidos graxos l i v re s t o t a i s s e g u n d o DEET et ai ( 1 97 5 ) , c uj a técnica está descrita e m B O N A S S I et ai ( 1 996). A análise estatística foi efetuada como um deli neamento estatístico "crossover", no qual cada cabra observada num período constitui uma parcela principal. e cada período de dia ( m anhã ou tarde) c o n s t i t u i li m a s u b parce l a . A anúlise estatística ro i de t u a d a p o r meio d o p r o g r a m a G L M ( S TAT I S T I C A L A N A LY S I S S I S T E M , 1 9 8 5 ) . considerando-se n ívcl dc 5 % d e significância. Foram e m p re g a d as s e i s c a b ras Pardas Alp in as na 5' semana de lactação, distribuídas ao acaso e m dois grupos de três, com idade e peso ini ciai s médios de 20,5 meses e 3 9 kg respecti vam e n t e e p rod u ç ão m éd i a d i ár i a d e l e i te de 2 ,5 k g/cabra. Os animais foram mantidos em baias ind i v i d u a i s com piso d e con creto ( 0, 8 x 1 ,3 m ) sob re e s t r a d o r i p a d o c o m a c e s s o a c o c h o e bebedouro. D u rante todo período e x perimental forneceu-se 1 ,0 kg/an i mal/dia de mistura concen trada e água a vontade. A temperatura e a u m i d a d e d o a r foram reg i s t r a d a s c o n t i n u a m e n t e m e d i a n t e d o i s term o h i grógrafo s , c o l ocados u m e m cada s a l a da c â m a r a . F o i a n o t a d a d i a r i a m e n t e d e h o ra em h o ra ( d a s 8 às 1 7 h o r a s ) a t e m p e ra t u ra ra d i a n t e ( d e fo r m a i n d i re t a ) m e d i a n t e d o i s t e rm ô m e t ro s d e g l o b o n e g r o e d o i s t e r m ô m e t r o s d e B o t s b a l l ( B O T S FO R D , 1 9 7 1 : HOWA R D E N G I N EE R I N G C O M PA N Y. 1 9 8 1 ) um e m c a d a c â m a r a . Foi t a m b é m c a lt.: u l a d o o índ i c e de Te m p e ra t'u ra e U m i d a d e TH I ( KELLY & B O N D , 1 97 1 ) . Na s a l a 2, os a n i m a i s sofreram estresse d a s S à s 1 7 horas com radiação s o l a r s i m u l a d a por d u a s l â m p a d a s i n fra v e r melho de 2 5 0 W s o b re c a d a a n i m a l . das 1 0 as 1 5 horas. Na s a l a I , os animais permaneceram em condições de termo neut ra l i dade. O proce d i m e n t o e x p e r i m e n t a l fo i o seguinte: um período de adaptação de 28 dias com todos os a n i m a i s em c o n d i ç õ e s d e t e r m o n e u trai idade, para aj ustarem à s condições fís icas e de alimentação da cfunara bioc l i mática. A segu i r os ani mais foram d i v ididos aleatori amente em dois grupos de três cabras, que foram submetidos a dois tratamentos, termoneutral idade ( T N ) e estresse térmico ( ST ) em quatro intervalos de 14 dias cada conforme o d i agrama a segu ir. Tabela 1 Pág. 1 5 Estresse T érmico (ST ) Hora Hora 8h- 1 7 h 1 7h - 8 h 8h- 1 7h 1 7h-8h 22.25:tO.J I Temperatura do globo negro ( B GT ) cC 22. 82:tO.J I 7 6 , 67:tO . 9 1 7 1 . 1 2:tO,55 2 1 ,95:tOAO 3 3 .84:tO,23 66. 1 1 :tO,70 86,47:tO.34 3 6,08:tO,24 Temperatura do botsball ( B T ) cC 1 9 ,67:tO,27 27 , 1 9:tO,24 7 5 .68:tO,46 77 ,89:tOA I - Temperatura do ar c C � midade relativa ( U R ) '10 Indice de temperatura e umidade ( T H I ) 7 7 , 7 3:tO.70 7 0 , J5:tO,54 digitalizado por - 3 2 , 1 8:tO,2 1 arvoredoleite.org -- --- = ---c-c:c= == = _ _ _ _ __ _ _ _ Pág. 1 6 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", J anIFev, na 3 1 2, 54: 1 4- 1 8, 2000 período das 8 às 1 7 h oras a t e mperatura do ar esteve cerca de 4°C acima da temperatura crítica superi or para cabras alpi nas americanas, referida por L U ( 1 9 8 9 ) , com o T H I d e 86,2 índice este que representa uma condi çâo de emergência, para os animais de produção de um modo geral ( H A H N . 1 9 8 5 ) . A B GT e o B T n o mesmo período foram 36.08±0,24°C e 32, 1 8±0,2 1 0e. res p e c t i v a m e n t e . Embora a câmara permanecesse desligada durante o período n o t u rn o . a temperatura ambiente d a s a l a 2 esteve sempre s u p erior aquela d a s a l a I ( 2 7 . 1 9° C . 2 2 , 25°C respec t i v a mente), c o m T H I d e 7 7 . 9 r e p re s e n t a n d o a I n d a c o n d i ç ões d e desc o n forto t é r m i c o . N a Tab e l a 2 e n c o n t ram-se os val ores de pH, ac idez t i t u l ável e ácidos graxos livres totais do leite das cabras e m condi ções d e termoneu trai idade ( T N ) e e s t re s s e t é r m i c o ( S T), em ordenha pela manhã e à tarde. O pH e a acidez t i tu l ável foi determinada apenas com o objetivo de se verificar o estado de conservação das amostras de leite armazenadas. Ve ri fi cou-se que o l e i te apresentava-se e m bom estado de conservação, não ocorrendo variações e n t re a orde nha d a manhã e da tarde e também nos tratamentos. Para os ácidos graxos livres totais efetuou s e t e s t e s p re l i m i n a re s . para veri ficar se não h a v e r i a a l t e rações dos res u l t a d o s . d u ra n t e o período de armazen amento das amostras com o conservante. Como não de constatou modificações foi re a l i zado o e x peri mento . N a t a b e l a 2 o b s e r v a- s e q u e n â o h o u v e d i ferença e s t a t ís t i c a s i g n i fi c a t i v a p ar a á c i d o s graxos l i v res t o t a i s entre o leite ordenhado p e l a m a n h ã e à tarde, t a n t o n o s a n i m a i s mantidos e m condições d e termoneutralidade c o m o s o b estresse térmico. Porém os valores de ácidos graxos li vres totais foram diferentes estatisticamente ao nível de 5% para o leite das cabras em condições de termo neutralidade ( 1 ,06) e de estresse térmico (0,98). O aumento da t emperatu ra i n fl u e n c i a nas reações fisiológicas dos animais. Segundo WALSTRA & J E N E S S ( 1 9 8 4 ) t e m p e r a t u ra s a m b i e n t ai s elevadas originam menor teor d e gordura n o leite. que também foi observado por H E A D ( 1 9 8 9 ) e B ROWN et ai ( 1 9 8 8 ) em leite de cabras A lpinas. Resultados de estudo e m caprinos das raças Saanen. A n g l o - N u b i a n a e A l p i n a r e a l i za d o em c l i m a tropical i n d i c aram q u e além da baixa produção, a l g u n s c o m p o n e n t e s do l e i t e c o mo g o rd u ra a p res e n taram m e n o r v a l or do q u e a q u e l e s das m e s m a s raças c r i ad as em c l i m a t e m p e rado ( J U A REZ, 1 9 8 6 ) . De a c o r d o c o m M c D O W E L L ( 1 9 8 9 ) grande parte d a energia metabolizável disponível é fornecida pelos ácidos graxos voláteis prove nientes da fe rmentação rumi na!. D e s d e que os ácidos graxos v o l áteis são os principai s precur sores não l i pídicos para a síntese de ácidos graxos de cadelll curta e média na gordura do leite. pouca disponibilidadl! ácidos graxos dou glicose devido ao estressc t é r m i c o pode re d u z i r a prod ução e afetar li composi ção do leite ( H EA D . 1 9 8 9 ) . Tabela 2 · Valores médios c C V d e p H . aCidez titu lávcl c ácidos graxos li vres totais d o leite de cabras Pardas A l pi nas em c o n d i ções de termoneutral i dadc ( T N ) e estresse térmico ( S T). em ordenha pela manhã e à tarde. Variável pH Acidez (OD) Período Tratamento CV ( % ) Média do p eríodo (TN) ( ST) Manhã 6,63 6,62 6,63 Tarde 6,62 6.62 6,62 m Tratame n t o 6,63 6,62 M a n hã Tarde 1 8,57 1 8 . 94 18,16 18,15 m Tra t a m e n t o 8, 1 7 8,53 Manhã Tarde 1.10 1 .0 1 0. 9 8 0,97 m Tratamento 1 , 06' 0,98" A ( t raI . ) B 6,63 4. C O N C L U S Õ E S Os res ltado s obtid os para o leite d e cabras � Pardas A l p i nas, nas con d i ç õ e s do p re s e n t e traba lho ind icara m que: - �� o h o u v e d i fe r e n ç a e s t a t ís t i c a p ara aCld os grax os l i vres totai s e n t re o leite orde nhad o pela man hã e à tard e tanto nos a n i mais man ti dos e m cond iç Õ es de t : r m � n e u t ra l i d ad e c o m o sob e s t re s s e term lco. ?� s e r v o u - s e poré m men or valo r d e a C l d o s grax os l i vres t o t a i s , para o leite d as c a b r a s e m c o n d i ç õ e s d e e s t ress e , term lco, que foi e s t a t i s t i c a m e n t e d i fe rente a o níve l de 5% de prob abili dade . 5. SUM MAR Y E ffec ts o f a m b ien tal t e m p e r a t u re o n free fatt y acid s c o n te n ts of g o a t ' s m i l k S i x alpin e goat s w i t h m i l k aver aae yicld o f 2,5 kg/d ay, were ram dom ly settl ed i n t�vo arou ps " of t h ree and s u m i t ted to ther mon e u t ra l i ty (TN ) or h e a t s t re s s ( S T ) c o n d itions . A c rOSSover . . s t a t l s t l c a l d e l i neat ion w a s u s e d . N a a dJ' ustm ent . pefl od o f 28 days was fo} locd by fo u r in terv als of 1 4 d a y s e a c h o n e , d u r i n g the w h i c h , t h e anlln als unde r heat stres s were expo scd to ml!d iurn a l I' t e m pe ra t u re of 3 3 , 8 7 "C b e t w e c n 8 : 00 and 1 7 :00 hs Inclu ding s i rnul atcd sola r radi ation from 1 0 :00 to 1 5 : 00 h s . On t hc seco nd wee k of cach . expen mental Inte rval. i n d i v i d u a l i t v rni l k s a m p l es w e re c o l l ecte u d a i ry b y 1Il0r n i n g a n u afte rnoo n, addi ng cons erva nts. I n the end � f the wee k, the sam ples of each m i l ki n a \Vere lIli�c d , " . form ll1g a com pose d sarn ples whic h were e ffec ted . p H , tt trata ble acid ity and tota l free fatty acid s The res u l t s i n d i c a t e d that i t 's n o t v e r i fie d s lglll flca l stati stic di ffere nce for tota l frce fattty . aCld s bet wee n the m i l k rni l kcd by mor n i n g and a ftcr n o o n , fo r goa t . s rnl' . I k 'In t e r rn o n e u t ra l i t v and heat s t ress con ditio ns. B u t i t \\'as obse rl'e d s rnal l e r valu c for t h e tota l frec fa t t y a c i d s for , goa t s rn t l k 111 terrn ic strc ss con ditio ns that was . s I g n I fica i stat istic d i ffere . nces at 571 slgm ' f'l çan ce l e v e i ( P< 0,05 ). o 1 8,37 1 8,55 1 . 04 0,99 6,42 1 0. 8 7 m média do Tratame nto: A. B: Méd ias de tratamentos seguidas de letras maiúsculas disti ntas são d i ferentes ( P<O,05). = 0,49 Rev. Inst. Latic . "Cân dido Tost es". J an/Fev. na 3 1 2. 54: 1 4- 1 8 . "000 3,42 7,86 6. REF ERÊ NCI AS BIB LIO GR ÁFI CAS B O N A S S I , l . A . Leit e d e cabr a: cara cter ís t i c a e tecn olog ia. Revl(/ 111.1'1. Lali e. Câlldido Tosl es, v.42 , n . 25 1 , p . 1 7 - 2 1 , 1 9 87. B O N A S S I , L A . Lipó lise em leite e deri vado s. ReVIa II/s Lall e. Câl/dido Tosles. v.44 , n . 2 6 1 -266 , P . 4_ - 4 8 , 1 9 8 9 . � Pág . 1 7 B ON A S S I . L A . , K R OLL, L . B . , V I E I TE S , R . . Cont n b U1ção a o estud o d e ácido s grax os livres . em l e i t e de c a b ra . I n : CONGRESSO NAC IONA L DE LAT ICÍN IOS. 1 4. 1 996. Juiz de Fora . A n a is . . . J u i z de Fo ra : EPA M I G ' 1 9 9 6 . P. 7 7 - 8 2 . B OT S FO R D, J . H . A w e t g l o b e t e rmom eter for . e n v l ro n me n t a l heat meas u re m e n t . A m . Ind. Hyg. A s soe. J . A k ron 1', 3 2 , p . l _ I O, 1 97 1 . . B ROW N, D . L . , M O R R ISON . S . R. , B RA DFO R D G . E . E �fects o f ambi ent temp eratu re on m i l k Prod uctlO n of N ubian an A l pine goats . J. 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B ON D . T.E. B i I n : N AT I O N A L . t n e m e r a n d t h e i r meas u A guide to ACADEMY OF SCIENCES. Washmgton. ais. anim n o rch resea ntal envir onme 1 97 1 . p.7-92. datio n l i polyt ique K U DZA L-SA VOIE . S . L a degra n .966 . p . I -6 . de la grass e laitie re. Teci/. Lai/ . . . 2 8 19 CLASR. J .E.. K U Z D Z A L - S AV O I E . S . . A U . D . L a l i po� yse S I GLO LAN . . R . ES U G R MOU . n.548 . p.) 305 5 v. LlIil. . i dans le lail refro i d 543. 1 97 5 . 1 . . B O R N H A RT. LOE WEN STEI N. M . S PECK . S . A revle w. J. H . M . Resea rch on milk produ cts: 80. 9 1 . 8 64 1 1 3 6 1 . p . 3 6 Dair)' Sci . . v. LU. . � o n go t C . D . E ffec t s o f h e a t s t re s s . v._. erdan Amst . s e R RUII/. prod uction . SII/al/ p . 1 5 1 - 1 62 . 1 9 8 9 . vement o f l ivestock M c DOWELL. R.E. I mpro s. W . H . Free man prod ucti on i n w a r m c l i mate 7 2 a p u� H E A D . 9 1 CA. . o c s i c Co . . San Fran e phy slOl ? glca l h t f o H . H . The s trate gi c use . In: S I M PO S l O . cow ry ai d e h t f o l ntia pote Ó N O VA S E S T R A " LE ITE N O S T R P I C O S 1 9 8 9 . B otuc atu. à O". TÉG I A S D E P R O D U Ç d ad e E s t a d u a l i rs e . v i n U : u t a c u t o B . . . A MI I' .\ . 9 8 8 3 . p Paulista. 1 989. MONITORAMENTO NA QUALIDADE DO LEITE "IN NATURA" OBTIDOS POR DIFERENTES TIPOS DE MANEJO EM PEREIRA BARRETO (SP) Adrialla Colebru sco Rodasl Jacira dos Salllos Isepoll' João Batista A l ves.! Olair José Isepoll' . S I S TE M . 6 ed . U S A . STAT l STIC AL A N ALY S l S IlIc . 1 98 5 . 429p . lllte Cary . N C : S A S . IlIsti WAL S T R A . P .• laclO logi ca. � sica J E N N E S S . R. Q u imic a y f _ 1 p. Zara goza : Acri bi a . 1 9 84. 4 AGR ADE CIM ENT OS p e l os a u x í l i os A o C N P q e à FA P E S P, conc edido s. RESUMO A qualidade do leile é delerminada por vários aspeclos físico-químicos. nUlricionais e higiênicos. A condenação do leile em lesles de qualidade comumenle ulilizados nos lalicínios. leva a prejuízos. Por isso há grande preocupação em elucidar algumas causas de condenações que geram polêmicas pelas modificações observadas na composição do leile. O [rabalho leve como objetivo monilorar a qualidade do lei[e "in nmura" oblido por diferenles lipos de manejo. Duranle o período de abril de 1 998 à março de 1 999. quinzenalmenle. foram cole[adas amoslras de lei [e. na plmaforma do Lalicínio Perlal. em Pereira BarrelO SP. provenienles de seis rebanhos previameme selecionados segundo o manejo adotado: A - rebanhos suplememados com alimenlO concenlrado durame o ano IOdo. B - rebanhos suplememados com concemrado e volumoso apenas na estação seca e C - rebanhos não suplemenlados. A seguir as amoslras foram analisadas quanlo a sua composição físico-químicas: prova do alizarol: acidez Ii[ulável: teor de gordura: índice crioscópico: cOnlagem de células somálicas (CCS): proteínas lOtais: pesquisa de uréia. O experimemo foi realizado com uma heterogeneidade de variáveis. mas ficou evideme a diferenciação da qualidade do lei [e proveniemc dos animais que receberam suplememação durame o ano lodo e para os que receberam apenas na seca. demonstrando que o manejo nUlricional é fator de[erminame na composição do lei[e. Termo pam indexação: Leite '"in natura. caracteres físico- químicos. manejo nutricional. I NT R O D U Ç Ã O \ ) Pág. 1 9 Rev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes". Jan/Fev. n° 3 1 2. 54: 1 9-29. 2000 A d e fi n i ção de l e i t e sob o p o n t o d e v i s ta reg ulamentar é o produto normal. fresco. integral. o r i u ndo de ord e n h a completa e i n i n t errupta de vacas sadias e quimicamente: mistura de substâncias orgânicas e inorgân icas. dentre as quais encontram se água. g o rd u ra. c a r b o i d ratos. p ro t e í n a s . s a i s m i n e ra i s . v i t a m i n a s . c e r t a s e n z i m a s e gases ( Camargo. 1 9 84 ) . N o rm a l m e n t e . o con trole de q u a l i d a d e d o l e i te tem se res t ri n g i d o à provas básicas de rotina para a c1assi ficaçâo c destino do produto n as u s i nas . A conde n açâo do leite em provas de q u a l i d ade u t i l i zados normalmente nos l at i c í n i o s . podem gerar p rej u ízo s . Por i s s o . há grande preocupação dos res ponsáveis técnicos em esclarecer algu mas causas de condenações que são p o l ê m i c a s p e l as a n o r m a l i d ades o b s e rv a d as na composição do leite, acidez normal e p os i t i v idade ao a l izarol com coagul ação e c o loração normal do reagente ( verme l h o - t ij o l o ) . Segundo Ceba l l o ( 1 9 9 9 ) este t i p o d e anorma l i d ad e d o l e i t e pode 2 3 ser caracte ri zado como a " S ín d ro m c d o L e i t e A normal ( S i l a ) . Segundo B rito & B rito ( 1 9 96) . a qual idade com posicional do leite é i n fl uenciada entre outros fatores pela ali mentação e manejo que é submetido o re b a n h o A a l i m e n t a ç ã o a d e q u a d a d o g a d o l e i t e i ro . s i g n i fi c a s u p r i r a vaca c o m nu trient es i n d i s pe n s á v e i s p a ra a p r o d u ç ã o q u a l i t a t i v a e q u an t i t a t i va do l e i t e . ou sej a . a c o m posi ção d a d i e t a t e m e fe i t o d i re t o n a c o m p o s i ç ã o d o s p r o d u t o s d a d i g e s t ã o e c o n s e q u e n te me n t e n a prod u ç ã o e c o m p o s i ç ão d o l e i t e ( T h o m as & Marti n . 1 98 8 ) . A maior parte d a energia c proteína para a produção de leite é oriunda de vol u mosos ( Gomide. 1 9 9 5 ) . O d e s e m p e n h o d o a n i m a l em pas tej o depende. pri n c i palmente do v a l o r n u t r i t i vo e da q u a n t i dade de forragem d i s p o n í ve l . A estacio nalidade da produção. o valor nutritivo do pasto e a variação dos requerimentos nutricionais do animal ao l o n g o do seu c i c l o lactacional são exemplos t íp icos de fatores q u e constantemente i nterferem Parte da d is sertação de Mestrado do primeiro autor. Av. B ra s i l , 1 726/ 1 . CEP 1 5 . 3 70.000.Pereira B arreto ( S P) . Fone: (0** 1 8 ) 76 1 -6325. emai l : rodas @ c l ub i nter.com.br Pro fessor do Departamento de Fitotecn i a . S o c i o l o g i a e Extensão R u ral C P 3 1 - U N E S P. 1 5 . 3 8 5 .000. I l h a S o l t e i ra ( S P ) . Pro fessor do Departamento de Zootecn i a CP 3 1 . U N ES P - 1 5 . 3 8 5 .000. I l h a S o l t e i ra ( S P ) . digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Insl. Latic . "Cândido Tostes" , janfFev, na 3 1 2, 54: 1 9 -29, 2000 Pág. 20 . n o e q u i l íbrio de pro d u ç ã o e q u a l i d ad e do l e i t e , ( Assis. \ 9 8 4 ) . . . Durante a época seca ( abrIl a setembro) a produção de capim com exceçãO do e lefan,te é em média de I I % do total da produção de matena seca anual. e o teor de proteína das pastagens decresce aprese n tando v al o re s abaixo de 7% � o te r de fibra aumenta causando decréscimo na mg stao de a l imentos Além d a baixa qualidade, a uantldade de matéria seca também é baixa · (LuccI, 1 99 7 ) . . . A s u p l e me ntação d as pastagens constlt l se n u ma forma de amenizar o e fe i to d a estaclO nalidade na produção e qualidade do leite. Conc l u i-se q u e o ren d i mento da pecuarIa l e i t e i ra e m relação à p r o d u ç ã o , c o m p o s i ç ã o e q u al idade do leite depende de vári ? s fatores, que _ são i nerentes ao ani mal e às cond lçoes ext rnas . A qualidade é o fator principal par Ixar o preço do leite e n u m a rea l i d ade bem P,rox I�1a. o novo sistema de pagamento do leite sera reahza? o não só pelo rendimento em produção, mas tambem q u a n t o à q u a l i d ad e c o m p o s i c i o n a l d o p r o d u t o c o m o t e o r de gordura, proteína, e contagem d e m i c ro o rg a n i s mos c o m o é real i zado e m o u t ros países. Neste contexto é reconhecida a nec ssld de d e m o n i t o r a m e n t o da q u a l I d ad e do l e i t e I n . natura" obtido por d i ferentes t i pos d e manejo : ÂS características fís ico-quím i cas do leite i n O ue ciadas por vários fatores, se faz necessário a triagem completa do leite. através de correspon dentes anál ises a u x i l i ares . � � � � � �� � � � Prova d o á l cool c acidez t i t u l á v e l o método analít i cO mais prát ico u t i l i zado n a i n s peção i n d ustrial para i n vestigar acidez d o , leite é fcito de modo comparaI! \' 0 , ou seja, atraves do método acida Dornic. e prova da estab llt dade ao álcool ou álco ol-al i za ro l . quc estão relaC I O nados a o aspecto bioquímico, condições higiênico sanitário do produto , do animal. da ordenha bem como re lativo a sua conservação ( Freitas, 1 996). Santos et a\. ( 1 97 2 ) concl uíram que a capa cidade do leitc em coagular pelo álcool dependia do complexo casei nato. havendo relação inversa com a concentração de cálcio iônico do \clle. Em geral. a red u ção do cál cio iônico e aumento da constante d ie létrica res ulta e m aumento da estabdldade. O fundamento do uso do álcool na prova da acidez aparente, consiste na desid ratação parcial o u total dos colóides h i d ró fi l o s , podendo haver perda do equi líbrio e f1o c u l ação d o leite ( S antos et aI. 1 9 84). Para a coagulação da caseína do leite pelo etanol é necessári o um v o l u me ig u a l ao do . leite e está i n versamente relaCIOnado a. concen tração de cálcio iônico do leite ( Zadow, 1 99 ) . Santos et a I . ( 1 984), definem, que a aCIdez aparente pode ser infl uenciada por alguns fatores � de origem fi s i ológica: leite de começo e final de l actaçã o ( ri c o em l ac t o g l o b u l i n a ) e d e orIgem n u t r i c i o n a l : s'i l a g e n s p o b r e s , n o r m a l me n t e e d e t e c t a d a c o m m a i o r fre q ü ê n c i a na é p o : a d a seca, q u e c o i n c i d e c o m a c o m p. l e m e n taçao d a . forraaem c o m c a n a p i c ad a , n a p l e r , s t l ag e m de m i l h ; 05 mesmos autores c i tam, que o rebanho parece não i n fl u e n c i ar j á que o mesmo p roblema fo i d e t e c t a d o em r e b a n h o s c o m raças p r e d o m i n a n t e s d i fe r e n t e s . . Seaundo Ceballo ( 1 999), a S IL A é caractenzada pôr \ a i xas concentrações de p r teína b: Ula, l actose e a u me n to d o n i t roge. n l o n ao' p otelco, d i m i n ui ção d a acidez titulável, reaçãO pOSlllva ao . á l c o o l . S e g u n d o 05 e fe i t o s a n a l I s ad o s q u e . i n O uenciam a S ILA, p o d e destacar a baIxa dlspodemanda a atender para ' mentos i l a b' ' de . n t I l I dade . - . nutricional dos an imais de alto potencl a I genetlco e também mestiços mel horados. No expenmento, 05 a n i m a i s q u e a p re s e n t aram p o s i t i v i a d e ao . a l i zarol antes d e serem afas tados d a prati c a de ordenha foram suplementados com pontas Intei ras de cana-de-açúcar, segundo Cebal lo ( 1 99 9 ) a S ILA se reverte com a d i m in uição do cons u mo de cana a menos de 50% da matéria seca. Segundo Luccl ( 1 99 7 ) . dietas contendo sacarose parece :n preJ u d icar a ut i l i zação de energia fe rmentesclv 1 .r ara a fabricação de proteína microbianu em ate ,0%. Além de que, a cana-de-açúcar a p resenta defi ciência e m proteína, b e m como mmerals. A prova d o a l i zarol se p re s t a ainda para detectar secreção d e g l â n d u l a e n fe r m a , onde a p o rc e n t a a e m de a l b u m i n a e g l o b u l I n a e s t ão a u m e n t a das. e n q u a n t o a c a s e í n a pode e s t a r d i m i n u ída, n ã o havendo corres pondente aumen o do complexo fosfato-caseína para a total adsorsao c conse qucntemente coagu l ação do lelle ( S antos & Rodrigues, 1 9 8 3 ) . � � � � � Teor d e proteína A s íntese d e proteína m icrobiana é depen dente do balanceamento dos nutrientes necessários à fermentação. sendo que esta supre 50% ou ais d a m i n o ác i d o s a b s o r v íve i s , q u an d o a raçao e s t a balanceada. A proteína microbiana é fonte constante de a m i n o á c i d o s para o a b o m a s o e t e m u m a digestibil idade aparente d e 8 5 '70 ( Schwab, 1 99 5 ) . O t i p o de p roteína u s a d a na a l i mentaç o das vacas pode au mentar ou não, a concentraçao de p ro t eína n o l e i t e . Em d i e t as com grandes quantidades de proteína degradável no rúmen pode se elevar o teor de amônia , uréia e outros compo nentes nitroaenados nos tecidos do corpo. Uma forma de control :r o excesso de c o m p on e n tes n i troge nados seria a s incronização e adição de nutrientes ricos em energia, para a proteção a maximização da síntese de proteína m i crob i an a ( Lucc i , 1 9 97). � � � Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", janfFev, na 3 1 2, 5:1:: 1 9-29, 2000 S e g u n d o H o wes ( 1 9 9 9 ) , é i mportante o uso de n u trientes que max i mi ze m a util ização do n i tro gênio não protêico n o rúmen pelas bactérias. pois a proteína do l e i t e apresenta composi ção seme l hante a proteína m i c robiana. Teor de u ré i a A relação entre quan tidade d e nitrogento e energia forn e c i d a através da ração d e s e m penha u m papel i m portante n a produção econômica do leite. Variações nessa relação ni trogê n i o : energia, ocasionam mudanças n o teor d e proteínas totais, d e n i t ro gê n i o não protêico e d e uréia n o l e i te ( Wo l fs choon-Pombo, 1 98 2 a ) . O n i trogê n i o não protêico ( uréi a ) no leite serve como i n dicador do fornecimento adequado de ni trogê n i o e energia à vaca leiteira . R o b e r t s o n & Wes t h u i ze n ( 1 9 9 0 ) , o b s e r v a r a m e m amos tras i nd i viduais e t o t a i s d o l e i t e , que o n itrogênio não protéico ( N N P ) v ariou d e 1 6 à 54 mg e 24 à 3 9 mg I 1 00ml, res pectivamente, Esses valores representam 3,6 à 6,5 e 4,82 à 5.57 '70 do total do n i t rogênio do l e i t e . O nível de N N P n o leite é influenciado por vários fatores: estágio d e l actação, n ú m e ro de l actação, raça , reg i ã o . estação, mastite e princi pal mente a ali mentação. S e n d o a a l i mentação re�p o n s á v e l por 99'lc da variação. O conteúdo de N N P, geralmente é mais alto durante o i n ício da lacwção, no leite mastís tico. duranle o verão. e em dietas com alta rdação pro t e í n a : energia. O teor de NNP ( uréia) no leite no Brasil não é ainda conhecido, mas alguns dados ind icam que o gado Holandês variedade preto e branco deve produzir leite com teor de uréia em torno de 22 mgll 00 1111 de leite. Valores superi ores (28-30 mgl 1 00ml ) são i n d i cad ores de um d e fi c i e n t e forn e c i me n t o de energia na ração, enquanto que valores muito baixo ( 1 5- 1 8 mg I 1 00 m l ) indicam o contrário. Também a variação devido à raça do animal é muito grande, podendo variar de 1 9- 43 mg I 1 00 m l . Í n d i c e criosc ó p i c o Segundo Fonseca et a I . ( 1 99 5 ) , a determi nação do índice crioscópico do l eite é u m método usado e aceito como i n d icador de fraude do leite por adição de água. Os val ores d o índice crioscó pico têm relações fi siológicas bem estabelecidas. Para uma vaca produzir leite, a pressão osmótica ou balanço iônico deve ser s i mi l ar à d o sangue. Como a pressão osmóti ca do sangue varia dentro de uma fai,x a estreita, consequentemente aconte cerá o mesmo com o balanço iônico d o leite ( que e s t á r e l a c i o n a d o c o m os v a l o re s de í n d i c e cri oscópico). A l guns fatores que afetam o índ ice crioscópico d o l e i te b o v i no, d e n t re e l e s a raça Pág. 2 1 apresenta p e q u e n a variação, s e n d o que para a raça H olandesa o índice crioscó p i co é -0,526" C: o estág io de lactação ; o colostro apresenta menor índice crioscópico comparado com o leite normal ( -0 ,5 5 1 a -0,56 1 ) ; e s tação do a n o , ocorre u m valor mais alto n a estação do i n verno e m compa ração com o verão; a l imentação. vacas subnutridas podem produzir leite com índice crioscópico mais e l e v ado, até -0,483" C; c o n s u m o d e água, u m a única ingestão de á g u a res ulta e m d i m i n uição d e pressão osmótica sangü ínea e í n d i c e crioscó p i c o de -0,563" C e q u ando i n gerem água normal mente o índice crioscópico pode a t i n g i r -0,5 1 2" C ; m as t i te c l ín i ca, a l te ra o índice crioscópico com valor mais bai x o . Segundo Wol fschoon-Pombo et a l . ( 1 9 8 6 ) , as a l teraçôes fi s i o l ó g i cas rel ac i o n ad a s c o m a d epressão do ponto de congelamento do leite atri b u ídas as variações nas concentrações d e s u b s tâncias d i s s o l v i das na fase aquosa (sódio, potássio, c l oreto, uréia, ci trato) e ex trato seco desengor durado, estas variações são provavelmente o res ul tado de mudanças no subministro d e substratos e n a s c o n c e n t ra ç ô e s de c o m p o n e n t e s no sangue necessários para a biossíntese d o leite. ocasionados parci almente pela dieta; isto deve re fl etir-se e m a l t e rações n a s c o n c e n t rações d a s s u b s t â n c i a s osmoticamente a t i v a s . a nível c e l u l ar, o que i m p l i c a n a a t u a ç ã o d e mecanis mos auto-regula dores para a compOSição e secreção do leite. K loslcrmeyer et al.( I tJX6 ) avaliando a relação c n l n: o t c o r UL' a l g u n s COJI1 p O n ê n l c � do ! c I t C c a (kpressão do pO/110 de congelamento do Icite encon traram corre l ações e n t re () e x t rato seco desen gordurado ( r O 2 <J 3 ) lacto s\! (r -0,24 1 ) , uréia (r -0,273), citrato (r -0, 1 59 ). sódio (r -0,027 ) , potássio ( r -0,06 \ ), cl oreto ( r - O , 087 ) . = = - , , = = = = = Teor de gordura E x i stem vários fatores que i n fl uenciam no teor de gordura d o leite: como a i d a d e , animais com mais de nove anos de idade tem uma queda g ra d a t i v a do c o n t e ú d o de g o rd ura do l e i t e ; as estaçôes do ano; o período d e lactação, o teor de gordura d i m i n u i nos dois meses pós- parto e em seguida aumenta gradualmente d urante a lactação; a freq üência com que a vaca é ordenhada, sendo mais elevado nas vacas ordenhadas mais freqüente mente ( S t c h l i n g , 1 9 8 2 ) . O u t ro falOr, é quanto a presen ça ou não d o b e zerro, G o n ça l e z ( 1 9 8 7 ) , determinou após experimento com vacas mestiças ( H olandês x Zeb u ) uma maior produção de leite e de gordura para vacas ordenhadas com bezerro ao pé. Rossi et aI. ( 1 98 2 ) , observaram que 05 fatores n u t r i c i o n a i s e a m b i en l a i s c o n t r i b u íram para a ocorrência de alteração físi co-química do leite no período de entressafra . digitalizado por arvoredoleite.org Pág . 22 Rev. Insl . Latic. "Cândido Tostes". Jan/Fev, n° 3 1 2, 54: 1 9-29, 2000 C o n t a g e m d e c é l u l as s o m á t i cas ( C C S ) A contagem de células somáticas ( C C S ) é um dos parâmetros que define a qualidade sanitária e também está relacionada com alterações fís ico químicas do leite. P h i l p o t ( 1 9 6 7 ) , Ferre i ro e t a ! . ( 1 9 8 0 ) , Vianni & Nader Filho ( 1 990), e m experimen tos real izados determi n aram d i m i n u i ção d o teor de gordura dos quartos mastísticos, quando compa rad o s com os normais. N o en tanto, C i mi an o & Alvarez ( 1 988), determinaram segundo a contagem de células somáticas, que a concentração de gordura não apresentou uma ten'dência clara, já que algumas vezes s u a c o n ce n tração era maior nos q u artos sadios e outras vezes n o quarto doente. A caseína faz parte de 80% da fração de ni trogênio protêico, a sua di minuição está relacio nada com a transformação do plasminogênio em plasmina (princi pal enzima proteolítica do lei te), em processos inflamatórios. A albumina e imuno g l o b u li nas compõe 20% do nitrogênio total e em processos inflamatórios estão aumentados. Portanto o conteúdo total de proteína é variáve l . Sanchez et aI . ( 1 9 8 5 ) . Cimiano & Al varez ( 1 98 8 ) . Ferreiro et aI. ( 1 980). determinaram o aumento do conteúdo total de proteína n o leite mast ístico, enquanto Vianni & Nader Filho ( 1 990), Pedraza et aI. (I 977 ) , determi naram d i m i n u ição do conteúdo total. M ATERIAL E M ÉTODOS 1. M a t éria- P r i m a A matéria-prima utilizada foi leite i n tegral pro veniente de fornecedores do Lat icínio Perlal. l o c a l i z a d o n o m u n i c í p i o d e P e r e i ra B a rre t o ( S P ) . O s re b a n h o s fo r a m s e l e c i o n a d o s e m fu n ç ã o d o m a n ej o a d o t a d o n as p r o p r i e d a d e s . em n ú mero de s e i s e eram c o m p o s t o s por animais mestiços ( E uropeu x Zeb u ) . D e p o i s d e c l as s i fi c ados os re b a n h o s foram d i vidi dos n o s d i ferentes manej o s : A : constou d e 0 2 rebanhos, compostos por um número médio de 70 vacas em lactação e submetidos ao manejo: pasto + concen trado n o período das águas e pasto + c o n c e n trado + v o l u m o s o no período da seca. B: constou de 02 rebanhos compostos por um n ú mero médio de 20 vacas em lac tação e submetidos ao manejo: pasto no período das águas e pasto + c o n c e n trado + volumoso no período da seca. C: cons tou de 02 rebanhos compostos por u m n ú mero m é d i o d e 2 0 vacas e m lactação e submetidos a o manejo: pasto nos períodos das águas e da seca. Os volumosos usados na suplementação na sua maioria foram constituído de silagem de milho com I % de uré i a, ad m i n i s t rado n a q u a n t i d ade média de 25 kg/animal nos manejos A e B. A ração utilizada no manejo A foi constituída de polpa de citrus, farelo de soja, farelo de trigo, sorgo, uréia, calcário e s a l m i n eral na q u an ti dade m é d i a d e I Kgl 4 Kg de leite n a s águas e I Kgl 3 Kg de leite n a seca. Enquanto que n o manejo B, a ração foi constituída de m i l ho triturado, torta de algodão, farelo de soj a, calcário e sal mineral, na quantidade de I Kg/a n i m a l . A c o m p o s i ç ão bromatológica média dos alimentos e das pastagens utilizadas no experimento seguem n a Tabel a I . Rev. Insl. Latic . "Când ido Tostes ". JanlFev, n° 3 1 2. 54: 1 9-29, 2000 Tab e l a 1 Mês MS% - Pág. 23 Anál ises brom atoló gicas das pasta gens, volum osos e conce ntrad os dos mane jos A, B e C, duran te o exper iment o. A FDN% PB% MS% B FDN'i! C 2 , Q u a l i d a d e d o l e i te Os p a d rõ e s m l n l mo s p e rm i ti d o s p e l o Ministério da Saúde ( Portaria 0 1 /8 7 ) e Ministério Agricultura ( B rasi l . 1 9 80) para o leite "in natura": acidez em graus Dornic entre 1 5-20° D; I ; teor de gordura mínimo de 3 % : índice crioscópico mínimo de -0,55"C. Para verificar a qualidade do leite produzido pelos d i ferentes rebanhos. quinzenalmente. amos tras de leite foram colhi das à n ível de latões na plataforma do laticínio. no período de 1 2 meses (de abril de 1 99 8 à março de 1 99 9 ) . O sistema de ordenha util izado n o s manejos A e B foi mecânica e ao pé da vaca, enquanto no manejo C, ordenha manual. O l e i te proveniente dos manejos A e B foi da ordenha da manhã. O transporte do leite foi realizado em ca minhões não isotérmicos e o tempo entre a ordenha e a chegada do leite no laticínio foi inferior às seis horas. A temperatura temperatura média do leite ao chegar no laticínio foi de 25°C. Nas coletas foram utilizados frascos de 250 ml com tampa. As deter minações físico-químicas realizadas no momento da coleta foram: a l i zarol ( B ra s i l , 1 9 8 0 ) ; aci dez t i t u l á vel ( I n s t i t u t o A d o l fo L u t z , 1 9 8 5 ) . í n d i ce crioscópico pelo lactocrioscópico eletrônico modelo ITR MK 540 ( Manual, 1 994) , e parte das amostras foram aco ndicionadas e m pequenos frascos com pastilhas de bicromato de potássio a I %. para análise de conteúdo de gordura e proteína pelo método eletrônico de abs orção i n frave rme l h a ( B e n tley 2000. 1 995). e contagem de células somáticas pelo método eletrõ n i c o d e c i tometria fl uxomé t rica (Somacount 300. 1 995). O restante dessas amostras foram u t i l i zadas para a determi nação do teor de uréia segundo Wolfschhoon-Pombo ( 1 98 2 c ) . , no mesmo dia da coleta das referidas amostras. 3. A n ál is e s E s t a t ís t i c a s A a n á l i s e d o s d a d o s d o e x p e r i m e n t o foi descri t i v a , baseado nos res u l tados o b t i d o s dos o - o mat na seca; FDN %= % fibra em deterg ente neulro', parâmetros de qualidade d o leite e suas correlações s e g u n d o o Proc C o rr do S t a t y s t i c a l A n a l y s i s System ( S A S , 1 990). As correlações foram rea li �adas entre as variáveis: alizarol, acidez titulável. mdlce cnoscópico. teor de gordura. proteína. uréia contagem de células somáticas por manejo durant� todo expenmento e por períodos (seca e áO'uas) : O método. de agrupamento do "Proc Cluster' 1 9 9 0 ) !O l u t l l t z ado para veri fi car a provável formaçao d e grupos à partir dos parâmetros de qualIdade do leite segundo os períodos. 7s�s: RES U LTA D O S E D I S C US S ..\ O 1 . A c i d e z Ti t u l á " c l As médias d a acidez ti t u lável du ra n t e os meses de s u p l e m e n t a ç ã o ( m a i o . j u n h o . j u l h o agosto e setembro) foram mais altas para o manej � A e B . e ? quanto o manejo C apresentou compor tame nto t n ver� o con forme Tabela 2 e Figura I . : O rm,n l lno e maxlmo da acidez titulável alcançados Ta bela 2 ' , ' , 6,47 • PB 'i!o-"Ir.o protem a bruta; P=pastagem; V=volumoso; R=raçã o pelos mane jos A e B foram iguais , sendo 1 5 00 e ' 1 7 . 00"D . r: s p e c t i v a m e n t e . e o manej o C c o m 1 4.00 e 1 6.)0�D. alcan çados em d i ferent es época s. Esses' dados sao I mpor tante pois evide ncia-se que os val ores alcan çados pelos mane jos A e B além de obede cerem certa homo genei dade estão dentr o da legIs lação vigen te, demo nstra ndo quali dade . O maneJ o C apres entou as men ores médi as d c . aCIde z (abai xo de 1 5"D ) na segun da qui nzena d e J ulho e n o s mese s de agost o. setem bro e prime ira q U I nzen a d � o u t u b ro . No perío do das água s. a aCId ez tlt ulave l apres entou eleva ções na segun da q UI nzena de outu bro e de fe verei ro. coinc idind o com ele vaçõe s da médi a do teor de prote ína do leite. con forme Figura I . Obse rva-s e que a corre lação entre acide z do mane jo A e a comp osiçã o do leite apres enta se pOsI t i va e SIgnI ficati va a I % prote ína (r = 0.53) . A aCIde z do I: lte pode ser relac ionad a com o tipo de a l t men taçao que o ani mal rece be. send o que esta pode ser aume n tada em até 50% quan do se alter a a propo rção de aceta to:pr opion ato da dieta . - Comp osiçã o méd la ' , d os comp onen tes do leite. obse rvados durante o período da seca e das aO'uas ." . Parâ metr os Perío do da Seca Perío do das águas Perí odo A n ual Mane jos M anejo s M a n ej o s A B C A B C A B C Acidez (nD) 1 6, 1 7 1 6,32 1 5 ,06 1 5, 2 3 1 5,83 9 6 , 5 1 3 3 , 5 1 Proteína ( % ) 1 5, 1 9 ,07 6 1 3,2 1 3,30 3, 1 7 3, 1 2 3 , 26 3,22 3, 1 7 3,29 Uréia ( m g % ) 3,20 4 1 ,4 6 34,63 27, 8 1 30, 1 4 32,28 35,80 27,07 Ín d .Criosc. ("C) 3 3 , 4 5 2 7 ,44 - 0 , 5 4 7 - 0 , 5 4 4 - 0 , 5 3 9 -0 , 5 3 8 -0 , 5 3 6 -0 , 5 2 8 - 0 , 5 4 2 Gordura ( % ) -0,540 -0,5 3 3 3,75 3,63 3,64 3,78 3,6 1 3,76 3 ,02 *CCS(x 1 000 cel/ml) 4 2 1 3,62 3,32 362 292 522 396 4 4 4 . :r-_4 7 1 379 367 CCS - Cont agem de Célu las Som ática digitalizado por arvoredoleite.org ReI'. Inst. Latic. "Cândido Tostes ", JanlFev. nO 3 1 2. 54: 1 9-29. 2000 2, 54: 1 9-29, 2000 ReI'. Ins!. Latic. "Cândid o Tostes" , JanlFev, n° 3 1 Pág. 24 um.-----j '� . 4' 17,m -k-,-t---jj':"",--.1\- --1 ;li -', l - :'-" \' '.. � . . ,;,.:.., ,\--...J ' - I 155J +-�"- ----i'-\I ' +"' � lfi5J � lfim L 3 " 15m � .. . A '':'''1 1 ;; 3.ro -l-- -.� 3..JO ---- � 3,20 .�e 3,00 � �oo��������,_��roo A M J J A S O N D J F o A M N D Período de Colela (quinzenal) Periodo de Cokla (quinzenal) I-+-.-\ · B I.....A . 8 Cl C 1 ",Q ID�----�-- A A O O A M B M Periodo de Colela Periodo de CoJeta (quinzenal) I-+-A , D o A M I...... A-H cl Cl 3. Teor de Uréia �.5{) �'2 �.oo o o .<J 5 r= JjO 3.00 2.50 Segundo Wol fschoon- Pombo ( 1 9 8 2 a ) , as vacas que apresentam um teor de proteína no leite menor que 3% podem i ndicar, de modo geral, que o forn e c i m e n t o de e n ergia n ã o e s t á s e n d o garantido e p o d e ocorrer q u e d a n a produção de l e i t e . I s s o foi c o n s t atado no experimento, n os meses de j ulho, agosto, setembro e dezembro no manej o C, c o m um t e o r m é d i o de proteína d o leite de 3 , I O, 3 , 0 8 , 3 ,04 e 2,96, res pecti vamente, c o n forme F i g u ra I . O l e i te prove n i e n t e desse rebanho, nessa época teve problema na análise de p l a t a fo rma, ou sej a, p o s i t i v i d ade ao teste d o a l i z a ro l , e a i n d a a p re s e n t o u fl o c u l aç ã o d as proteínas e sem alteração do p H , c o m a acidez t i t u l ável vari ando de 1 4"D à 1 5°D . Esses dados encontrados sugerem a possibili dade de concor d â n c i a a u m caso d e " S í n d r o m e do L e i t e Anormal", ci tado por Ceballo ( 1 99 9 ) . O estado s a n i tário d o re b a n h o , s e g u n d o a c o n t agem de célu las somáticas apresentou-se acima da média brasileira com o nível mínimo de 240 e máximo de 3 1 8 (x 1 000 cél/m l ) , não sendo j us t i ficada a p o s i t i v i d a d e fre n t e ao a l i zarol q u e s e g u n d o S A NTOS e t a I . ( 1 9 8 3 ) a ocorrê n c i a da mastite pode levar as condenações do leite na prova de estabilidade álcool-al i zarol. O c o mportamento do teor de proteína do manejo A d u rante o experimento nos meses de n o v e m b ro e d e ze m b ro a p re s e n t a r a m o s s e u s menores valores, apesar d i s t o n ã o houve coag u lação d a s proteínas frente a o alizaro l . O li Periodo de Coleta (qUlzenal) Periodo de CoJeta (quizcnal) I-+-A !I' B I-+-A l c • B c l . . acidez ("D) proteínas ( % ) . da uréia (mg%), índice Figura 1 - Evolução dos valores médios qUinzena Is d a . s ( x I OOO cel./ml ) . nos manejos A, B e C. somaltca de células crioscóp ico (0C). gordura ( % ). contagem Portanto é defi n i d o que a com poslçao mais rica em proteína estabelec e a l t a acidez t i t u l ável. e assim se j u s t i fica como provável causa a corre lação positiva entre acidez e teor de proteína do l e i t e no e x pe r i m e n t o . c o n c o rd a n d o c o m os res ultados de Lacchma n ( 1 977) citado por Santos e t a I . ( 1 9 8 4 ) . Q u a n t o ao manej o B e C . a correlaçã o foi posi tiva e significat iva a 5% para proteína (r = 0,44), (r = 0.46), respectiv amente. A correlaçã o entre a acidez e proteína para todos os manejos se manteve durante o experime nto. . _ 2. Teor d e Proteína To tal A média do teor de proteína ( % ) alcançado pelos manejos A e B durante o período da seca foram mais altas do que a do período das águas, sendo 3,2 1 e 3, 1 2 : 3,30 e 3 , 26 %, respectivamente. Enquanto o manejo C aprese n t o u os val ores 3 . 1 7 e 3 , 2 2 , respectivamente. O manejo A apresentou a menor média para o teor de proteína 3 , 1 7%, d u rante o experimento. seguido 3 , 2 0 % para o manejo C e 3,29% para o manejo B, conforme Tabela 2. As médias alcançadas do teor de uréia no l e i t e ( m g % ) n os três manej os A . B e C foram su periores no período da seca quando comparadas ao período das águas. sendo 4 1 . 46 e 3 0 . 1 4 mg'70 para o manejo A; 34,63 e 32.28 mg'70 para o B ; 2 7 . 0 I e 27.07 mg'70. pura o C . res pectivumente. No decorrer do experi mento o manej o A apre sentou a maior média ( 35.80 mg %), seguido de B (33.45 mg%) e C (27.44 mg%). conforme Tabela 2. As flutuações das médias dos teores de uréia é bem acentuada em todos os manejos durante o período da seca, que coincide c o m o período de s u p l e mentações e no final da seca ( e m agosto) quando inicia as primeiras chuvas refletin do-se na qual i dade das forragens, conforme Tabela I . À partir d o mês de n o vembro, o c o rre uma d i m i n u ição das médias, principalmente em relação ao manejo A e B. conforme Figura I . Provavelmente, tal situação seja por melhor aporte energético proveniente das produções das pastagens, c o n c o r d a n d o c o m Robertson & Westhuizen ( 1 990). N o s manej o s A e B , o teor de u ré i a foi m a i s b a i x o d u rante o p e r í o d o das á g u as e na d i m i n u i ção de s u p l e m e n t a ç ã o . c o n fi rm a n d o a i n fluência da ali mentação na variação do nitrogênio não protêico do leite, concordando com Robertson & Wes thuizen ( 1 99 0 ) . O m a n ej o C fo i s u b m e t i d o a c o n s t a n te d e fi ci ê n c i a n u tricional, haja vista os resultados obtidos da qualidade e disponibi lidade de alimen tação, conforme Tabela I . Nessa situação, pode se sugerir que o resultado do nível mais baixo do teor de uréia alcançado tenha estreita relação com o processo de reciclagem de nitrogênio, conforme c i t a Lucci ( 1 99 7 ) . Devido a mastite foi observado um aumento tanto das células somáticas quanto no teor de uréia. segundo Wolfschoon-Pombo ( 1 982 b). No período das águas o teor de uréia do manejo A apresentou c o rre l ação po s i t i v a e não s i g n i fi c a t i v a com a con tagem de c é l u l as so máticas (r = 0 , 1 9 ) . e o manej o C a p re s e n t o u c o rre l a ç ã o po s i t i v a e significativa a 5% CCS (r = 0.57). 4. Í n d i c e C ri o s c ó p i co A média do índice crioscópico ( -"C ) alcan çado pelos manejo A, B e C no período da seca foram mais baixo do que a do período das águas. sendo res pecti vamente -0,547 e - 0 . 5 3 8 para o manejo A. -0.544 e -0,536 para o manejo B. -0,539. -0 . 5 2 8 para o ma nejo C. c o n fo rme Tabe l a 2 . O s resultados obtidos são contrários a o citado por (Fonseca et aI., 1 99 5 ) . ( Nader Fi lho et aI.. 1 99 1 ) e ( I sepon & S c h o c ke n - I t u rrino. 1 9 9 2 ) . Segundo FONSECA e t a I . ( 1 9 95) são vários os fa t o re s q u e p o d e m i n fl u e n c iar no í n d i ce crioscópico do leite; sendo que a subali mcntação pode resultar cm elc vação do índice crioscÓpico. Essa ci tação concorda com este experimento. pois a média do leite proveniente do manejo C sempre apresentou o índice mais elevado durante todo o e x perimento. conforme os dados da Figura I . O princípio da análise do índice crioscópico fu n d a m e n t a - s e n a m o d i fi c ação do p o n t o de congela mento em razão d i reta da concentração m o l e c u l a r dos s o l u t o s . A l g u n s dos e l emen t os ul trafi l t ráveis ( I actose e sais minera i s ) exercem e fe i t o n o í n d i c e c r i o s c ó p i c o . N o e x pe ri m e n t o pode-se notar u m a elevação d o índice crioscópico no período as águas em todos os manejos. O c o m p o r t a m e n t o do í n d i c e c ri o s c ó p i c o dos manej os d u rante o e x peri me n t o f o i seme lhante, conforme Figura I . Nota-se que n o mês de julho e agosto houve uma elevação acentuada do ín d i ce crioscóp i c o e do teor de u ré i a nos três manejos, conforme Figura I , sugerindo a influência de fatores climáticos e nutricionais. Sendo que outro parâmetro que i n fluencia o índice crioscópico é o teor de lactose do leite, embora não tenha sido determinado, possivelmente nessa época, em que o aporte energético está prej u d icado, reflet i n d o digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 26 Rev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes", J an/Fev, n° 3 1 2, 54: 1 9-29, 2000 na s í n tese de l a c t ose d o l e i t e . S e g u n d o KLOSTE RMEYER ( 1 9 8 6 ) o aumento do teor d e lactose do leite determ i n a d i m i n uição no índice c r i o s c ó p i c o . O manej o C a p re s e n t o u os s e u s valores mais e l e v ados n os meses de sete mbro, n o v e m b r o , j a n e i ro , fe v e re i ro e março . F i c o u e v i dente q ue este rebanho fo i submetido a u m a d e fi c i ê n c i a n u tr i c i o n a l d u rante t o d o o experi mento, c o n forme Tabela I . A estacionalidade i n fluenciou o manejo A , d e forma q u e durante a época da seca a correlação entre o índice crioscópico e uréia (r = 0,74) foi pos i t i v a e s i g n i ficativa a I '70. O manej o B apre sentou correlação p o s i t i v a e s i g n i fi c a t i v a a 1 % para uréia ( r = 0,89) e para CCS ( r = 0,76). E o manejo C apresentou correlação positiva e não e s i g n i fi c a t i v a c o m o t e o r de u r é i a ( r = 0 , 3 2 ) . Observa-se q u e d u rante o período da seca, o s manejos q u e receberam sup lemen tação apresen taram correlações positi vas e s i gn i ficativas entre o índice crioscópico e teor de uréia, considerando que nessa época o índice alcançado foi mais baixo. Segundo FONSECA et aI. ( 1 995), a relação entre mastite e índice crioscópico é ainda objeto de investigação, mas afirmaram qUI: em mastites clínicas I:xiste uma tendência do índice ser mais baixo. 5, Teor de G o r d u ra A uni formidade dos valores alcançados para o teor de gordura é mais evidente no manejo A e B , d u rante o ano todo, enquanto que no manejo C, osc ilou bastante e no período das águas apre sentou uma diminu ição acentuada. Isto sugere, que ani mais s u b me t i dos a uma melhor n u tri ção res p o n d e m c o m u m a c o n s t â n c i a de p r o d u ç ã o e c o m p o s i ç ã o do l e i t e . Os p i c o s m a i s altos dos valores dos teores de gordura n o manejo A, durante o período da seca foi obtido no i n ício das suple mentações e em agosto e setembro i n d i cando a i m po r t â n c i a da d i s p o n i b i l i d ade e q u a l i dade da forragem , e no período das águas foi em dezembro, quando apresentou chuvas constantes contribuindo para o aumento do teor de gordura, conforme Figura I . Entretanto para o manejo C os picos mais altos alcançados durante a seca foram coincidentes com a queda na produção média diária, onde a correlação entre teor de gordura e produção (r = -0,3 1 ) foi negativa mas não s i g n i ficativa. Os manejo A e B não apresentaram deflcxão de gordura, ass i m como EST, ESD, no início da primavera ( setembro ) , como c i ta m San tos et aI. ( 1 9 8 1 ) que o b t i veram os v a l ores de 3 , 84 '70 d o teor de gordura e I sepon & S c h o n ke n - I turri n o ( 1 9 9 2 ) c o m o v a l o r de 3 , 8 1 % , sugeri ndo-se a i n fl u ê n c i a das c h u vas nesse período. O teor de gordura do manejo C foi menor durante o período de p r i mavera-verão variando de 2 , 8 0 à 3 , 4 5 % , conforme Figura L sendo o valor míni mo ( 2 , 8 '70 ) menor do q u e é instituído pelo B rasil ( 1 9 80), que é de 3 , 0 % . Nota-se q ue o manejo C apresentou d u ra n t e t o d o o e x p eri m e n t o fo rrage i ras c o m m a i o r conteúdo d e m atéria seca ass i m c o m o o teor de fibra detergente neutro, a l é m de menor disponibilidade e m conseqüência do tipo de manejo das pastage n s , c o n forme Tab e l a I . Portanto, a partir de novembro foi veri ficado um teor abaixo d o n o r m a l , s u g e r i n d o q u e a s u b a l i m e n t ação i n terferiu na q u a l idade d o l e i te com d i m i n u ição d o teor de gord ura d o l e i te , concordando c o m Fernandez ( 1 98 3 ) . Deve-se atentar que para este m a n ej o d u ra n t e o período da s e c a n ã o h o u v e suplementação suficiente, isso reflete na disponibi li dade de ali mentos d u rante o experi mento. A pas tagem não teve tempo de recuperação e produção favorável no período das águas. Observa-se que as correlações d o teor de gordura do manej o A , B e C com o EST foram positiva e significativa a 1 '70 (r = 0,69), (r = 0,75) e ( r = 0,89), respec t i vamente, concordando com Pereira et aI. ( 1 999), que encontrou a correlação (r = 0,46) na ordenha de manhã. Esses resultados i n d i c a m a i m p o rt â n c i a do t e o r de g o rd u ra na composição do EST para todos os manejos. 6. C o n t a g e m de C é l u l a s S o m á t i c as .,. C C S ( X I O OO/ml ) A s méd i as a l c a nçadas p e l a c o n t agem de células somáticas ( C C S ) pelos manejos A, B e C foram i n fe r i o res no p e r í o d o d a s e c a q u a n d o c o m paradas ao p e r í o d o das águas s e n d o respe c t i vamente, 42 1 , 3 6 2 , 2 9 2 : 5 2 2 , 3 9 6 , 444 ( x 1 0 0 0 c é l . / m l ) . P o r t a n t o , a s a z o n a l i dade influenciou na contagem, de modo que no período de v e rão a c o n t ag e m de cé l u l a s s o m á t i cas aprese n t o u - s e m a i s e l e v ad a , c o n fo r m e c i t a Produtor ( 1 9 9 8 ) . Segundo Harmon & Reneau ( 1 998) o maior fator que afeta a contagem de células somáticas é a i n fecção da glândula mamária. A contagem de cél ulas somáticas é v á l i d a para o teto, vaca o u tanque grane l . N u m a retrospect i va da prevalência de i n fecção de o i te n t a vacas e i s t o re l ac ionado com a contage m de célu las somáti cas do tanque granel concluiram que o aumento da contagem do tanque está re lacionado a u m aumento da preva lência da in fecção. Ao analisar a CCS dos manejos d urante o experimento pode-se observar que os manejos A e B apresentaram correlações negativas mas não significativas com a acidez titulável (r = -0, 1 6 e r = -0,07 ) , respect i vamente, enq uanto o manejo C apresentou correlação p o s i t i v a para a acidez ( r = 0,20). A acidez do leite está relacionada com o comportamento ácido, especialmente da caseína Rev. lns!. Latic. "Cândido Tostes " , Jan/Fev, n° 3 1 2, 54: 1 9-29, 2000 e alguns fosfatos ácidos. A diminuição da caseína pode determ i n ar a d i m i n uição da acidez do leite na presença da mas t i t e . Segundo Pedraza et aI. ( 1 97 7 ) , a c o rrelação e n t re caseína e acidez do leite encontrada foi de r = 0,95 a partir dos valores analisados para a i n vestigação da mastite subclínica em seis reban hos . N o processo i n fl a matório há mudança na permeab i lidade dos vasos sangüíneos da glândula mamária com afl uxo de proteínas do s a n g u e , as a l b u m i n as e i m u n o g l o b u l i n a s , e m contrapartida, h á u m a diminuição d a caseína, que é sintetizada à nível de glãndula mamária. Portanto o. e fe i t o da i n fl a mação no c o n te ú d o t o t a l de proteína é variável, segundo M unro et aI. ( 1 984). No experimento a correlação entre CCS e teor de proteína do leite foi d i ferentes nos manejos, sendo positiva e não s i g n i ficativa para os manejos A e C (r = 0,09 e r = 0,29), respectivamente e negativa e significativa a 1 '70 para o manejo B (r = -0,64). CON CLUSÕES A s m é d i as d e a c i dez e g o rd u ra apre sentaram a mesma corres p o n d ê n c i a de d i s t ri b u i ç ã o para os re b a n h o s q u e receberam sup lementação d u rante o ano e os que re ceberam s u p l e m entação na s e c a . O mesmo c o m p o rt a m e n t o fO I observado para índice crioscópico, teor de uréia, e contagem de células somúticas. in dependente dos manejos adotados. - O l e i t e p r o v e n i e n t e dos re banhos não s u p l c me n tados apresent aram-sc abaixo dos padrões estabelecidos pela legislação quanto a acidez t i t u l á v e l , índice cri os cópico, teor de gordura, e teor de pro teína, e m função do manejo nutrici onal que os animais foram submetidos. Para u m m e l h o r controle de q u a l i dade n o s l a t i c í n i o s se faz n e c e s s á r i o u m a abordagem mais completa quanto as fa t o re s re l a c i o n ad o s à p r o d u ç ão e obtenção da matéria- prima e de alguns índices estabelecidos pela legislação. - F i c o u e v i d e n te a d i fe r e n c i a ç ã o da q u a l i d a de do l e i t e m e d i a n t e ao agru pamento dos reban hos s u p l ementados durante o ano e os que receberam suple menta ç ão d u rante a seca p e l o método '"Proc C l u s t e r'" n o período da s e c a . demonstrando que o manejo nutricional foi determinante na composição do leite. Para um melhor controle de qualidade nos laticínios se faz necessário uma abordagem m a i s c o m p l eta q u a n t o as fatores re l a c i onados à p r o d u ç ã o e o b tenção d a matéria-prima e d e alguns índices estabe lecidos pela legislação. Pág. 27 SUMMARY The qual ity of milk is determined b y many aspe c t s : p h y s i c a l - c h e m i c a L n u t r i c i o n a l a n d hygienic. The condemnation o f the m i l k i n quality tests commonly used i n the dairys, i t takes to d a mages . C o n s e q u e n t l y is g reat concern i n e l u c i d at i ng some causes of condemnations that generate polemics for the modi fications observed in the compos ition of the m i l k . The work had as objective to m o n i tor the q u a l i t y of the m i l k " i n nature "obtai ned by d i fferent manejement types. Samples o f milk fortnightly were col lected during April 1 99 8 t o March of 1 9 9 9 , in the "Lat i c í n i o Perlat" p l a t form, i n Pere i ra B a rreto - S P, from six d i ferents dairy cow properties under d i fferent feeding manejement: A - cows receiving supple m e n t at i o n as c o n c e t rate and fibrous forage feeding during the whole year: B - co\vs receiving c o n c e n t rate a n d fibrous forage d u ri n g the dry seas o n . and C - n o feeding s u p lementat i o n . To follow these col lected milk samples were processed t h e p h y s i c a l c h e m i c a l a n a l y s e s : t e s t of t h e alizaro l : acidity for t h e method Dornic: fat : index cry i oscopy: somatic cells cou nting - CCS : total prote ins: urea. The experi ment \Vere done with a large hcterogeneity of variables, but it was evident the d i fferen tiation in the milk for the ani maIs that recei ving s u p l e me n tation d u ri n g the whole year and for the ones that they Just receivcd in the dr). d c m o n s t r at i n g that the fee d i n g maneJe ment i s dccisivc factor i n the compos itlOn o f the Ill i l k . K e y \V o rd s : tvl i l k '" i n n a t u re ' " . p h y s i c a l chemical characteres. fee d i n g manejement REFERÊNCIAS B I B L I O G RAFICAS ASSIS, A . G . A l i mentação de vacas leiteiras. I n : CURSO D E PECUÁRIA LEITEIRA, 3, 1984, São Paulo. Curso . . São Paulo: Nestlé, 1 984. p.80-98. B E NTLEY 2000. Op e r a / o I' 's m al / lll/I. Chaska: B e n t l e y I n struments, 1 9 9 5 . p.77. B R A S I L . kfil/ i s/ério d a A g ricullllTa. II/speçüo II/du s/rial e Sal/i/ária de Produ/os de Origem B rasíl i a : M i n i stério da Agricult ura, 1 9 8 0 . 1 66 p . A I/imal. B R I TO. V . R . F. , B R ITO, M . A . V. 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"Cândido Tostes", JanlFev, n° 3 1 2, 54: 30-39. 2000 Pág. 30 CONTRIBUIÇÃO DA ATIV IDADE LIPOLÍTICA E PROTEOLÍTICA NA FORMAÇÃO DE FLAVOR EM QUEIJOS E NO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS AROMÁTICOS DE ORIGEM LÁCTEA José Geraldo Sabio/li ' RESUMO A revisão aborda a importância da lipólise e da proteólise no desenvolvimento do aroma característico de queijo. nos processos tecnológicos e nos produtos desenvolvidos destinados à produção de aroma de queijo para as indústrias alimentícias. As características das enzimas lipolíticas e proteolíticas que devem ser consideradas no momento do uso industrial são discutidas. Poucos estudos foram realizados no Brasil, visando o conhecimento da contribuição da lipólise na formação do flavor de queijos brasileiros. 1 . INTRODUÇÃO Ao térm i n o da fabri cação, a maioria d o s diferentes tipos d e queijo são desprovidos do flavor característico. Muitos queijos exigem uma maturação em condições ambientais. de temperatura c umidade. controladas para que a coalhada. originalmente com uma textura borrachenta. sofra modificações bioquí micas transformando-se numa massa com textura e fIavor característicos. Estas transformações dese jáveis ocorrem devido a ação de enzi mas proteolíticas e l i p o I ít i c as , produzidas pelas c u l t u ras láti cas adicionadas durante a fabricação do queijo. A adição destas enzimas aos queijos. para acelerar a formação de flavor tem sido muito estudada. 2 . RELAÇÃO ENTRE A HIDRÓLISE PROTÉICA E O FLAVOR DE QUEIJO A para-caseína const itui a matriz do queijo e repre s e n t a 9 9 % da proteína da m a i o r i a dos queijos. Estudos com a microscopia eletrônica têm mostrado que as proteínas formam uma malha que retém a gordura (Adda et a!. 1 982). Durante a m a t u ração do q u e ij o , a proteó l i se m o d i fi c a a textura e o fIavor do queijo. O mecanismo da hidró l ise é bem discutido por Dcsmazeaud e Grippon ( 1 9 7 7 ) . Ela i n i c i a com a ação do c o a l h o que Met I 06 da K-caseína. hidrolisa a ligação Phe I 05 i n d u z i n d o ass i m a ag l u t i nação e pre c i p i t ação. A re nina hidrolisa também as ligações Phe-23 P h e 2 4 - Va l 2 5 d a 5 1 - caseína d u ra n t e os p r i m e i ros estágios d a mat u ração d o q ue ij o . A rcnina li bera peptídeos de grande peso molecular, mas não pro d u z a m i n o á c i d os l i vres . S e g u n d o Grappin e t ai ( 1 9 8 5 ) , a s mudanças sofridas pela ai fa, beta e gama caseína, são conhecidas como proteólise primária, e podem ser detectadas por eletroforese em gel . Pela ação das endopeptidases e exopepti dases. produzidas pelas culturas lácticas, são formados os ami noácidos li vres e peptídeos, contri b u i n d o para o aumento da fração protéica s o l ú v e l . fe n ô m e n o c o n h e c i d o como pro t e ó l i s e secun d á ria ( R ank et aI. 1 9 8 5 ) . A part i c i pação desta fração solúvel n o desenvolvimento do flavor dos queij os é pouco conhecida, mas acredita-se que ela c o n s t i t u i u m " p o o l " de precussores de fl avor ( M e . G ugan e t a!. 1 97 9 ) , como também é re s p o n s á v e l p e l o s a b o r a m a rgo em q u e i j o s (Ed wards e Kosikowski. 1 98 3 , Harwalkar e Elliot. 1 9 7 1 ) . Segundo Law e S harp ( 1 9 77), o aumento d o conteúdo de ami noácidos l i vrt!s não prod uz d i ferença na i n tensidade d o flavor. O flavor de origem proteolítica, res ulta de reações bioquímicas posteri o res dos a m i n o á c i d os l i v res, tais como desa m i n ação. transami nação e descarbox i l ação, que por sua vez res u l tam n a formação de ácidos graxos, aminas, aldeídos e álcoois, os quais possuem propriedades fIavorizantes (Add ct ai, 1 9 8 2 ) . A dcsaminação o x i d ativa pode conduzir à formação de ácidos g raxos l i vres. A g l i c i na. a alanina e a serina produzem o acetato, enquanto que a treonina, a valina e a isoleucina produzem o propio nato, isobutirato e iso valerato, res pectiva mente ( N akae c Ellio! ' 1 96 5 ) . Ami noácidos servem como substrato para a formação de aldeídos. seja por transaminação enzimática. com formação intermediária de imida, seguida de descarboxilação. ou si mplesmente pelo processo q u ímico conhecido como degradação de Departamento de A l i mentos d a Escola de N u trição. U n i versi dade Federal de Ouro Preto O u ro Preto ( M G ) Pág. 3 1 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlFev, n° 3 1 2, 54: 30-39, 2000 S trecker ( Keeney e Day, 1 957). A primeira reação explica a formação de aldeídos ramificados como isobutanal, 3 metil b u tanal, 3 meti! tiopropanal e fen il - acetaldeído, a partir dos a m inoácidos iso leucina, leucina, valina, metionina e feni l alanina ( M o rg a n , 1 9 7 6 ) . Os a l d e íd o s p arecem s o frer redução posterior para formar os álcoois corres p o n d e n t e s , u s u a l m e n t e d e t e c t a d o s em grande quantidade nos queijos (Adda et ai, 1 9 82). solúvel , insolúvel I I I I I 2 Saturação (a) 3 . RELAÇÃO ENTRE A HIDRÓLISE DA GORDURA E O FLAVOR D E QUEIJO A g o rd u ra tem u m i mp o r t a n t e papel da textura e flavor dos queijos (Adda et ai, 1 982). É comumente observado que queijos produzidos com l e i t e d e s n a t a d o n ão d e s e n v o l v e m o flavor completo (Ohren e Tuckey, 1 964). A hidrólise da gordura através de enzimas Iipolíticas, conhecida como Iipólise, produz ácidos grxos l ivres e glicerol. As enzimas lipolíticas são produzidas pelas culturas l á c t i c a s , ad i c i o n ad a s d u ra n t e o processo de fabricação do queijo, ou diretamente adicionadas n a forma p u ri fi cada de preparações comerciais (Sood e Kosikowski, 1 979; Kosikowski e Iwasaki, 1 975, Arbige et ai, 1 9 86, R i chardson et ai, 1 97 1 , Magee e t a i , 1 9 7 8 , Magee e t a i , 1 97 9 , Law e King, 1 9 85, B raun 1 9 8 5 ) . ' O d e se n v o l v i m e n t o d o fl a v o r l i p o l í t i c o característica do queijo, pode ser dados diretamente pela presença de ácidos graxos, de acordo com o tipo, concentração e proporção definida (Arbige et a i , 1 9 7 6 ) . ou i n d i retamente. após s o frerem transfo rmações b i o q u ím i c as . que res u l t a m na fo rmação de o u t ros c o m p o s t o s fl a v o r i z a n t e s . c o m o cetonas. mctil -cetonas e lacto nas ( Woung et ai, 1 97 3 , Nelson 1 9 70). 4 . E N Z I M A S L I PO L Í T I C A S E A S S U A S CARACTERÍSTICAS Enzimas que têm a capacidade de hidrolisar triglicerídeos incluem as lipases e esterases, as quais apresentram d i ferença em re lação ao su bstrato (Jensen, 1 96 4 ) , G l i cerol-és ter h i drol ases (E.C. 3 . 1 . 1 .3 ) ou Iípases, são enzimas que hidrolisam tri, di e monoglicerídeos presentes n a i nterface óleo água, ou seja, são mais específicas para substratos insolúveis na forma de emulsão, produzindo ácidos graxos livres e monoglicerídeos. Ao contrário das Iipases, as esterases apresentam grande atividade sobre substratos sol úveis em água ( K i l ara, 1 08 5 : Shahani, 1 975). Na Figura I estão representadas as atividades de uma lipase pura (a) e esterase de fígado de cavalo (b) sobre o substrato triacetina (Shahani, 1 975). A I ipase só representa atividade quando o substrato passa a formar emulsão, enquanto que a esterase é ativa para o substrato solúvel. ---� I-- 1 j Saturação (b) Figura 1 - hidrólise da triacetina por l ipase (a) e esterase de fígado de cavalo (b). As lipases são produzidas por plantas, animais ou microorganismos (Kilara. 1 985: Shahani, 1 975). De origem animal tem-se as lipases lácteas e l ipase pancreática. As de origem vegetal são extraídas da soja. do centeio e do algodão. As lipases microbianas podem ser produzidas por leved uras dos gêneros Calldida e Torulopsis (Benzoana e Espósito, 1 975), pelos fungos fi lamentosos Rhizopus (Fukumoto et aI, 1 963) Geolricllllll/ (Iwai et aI, 1 975). HlIlI/icolll ( I braim et ai, 1 9 87) e pelas bactérias do gênero Pselldoll/OllllS (Mencher e Alford. 1 967, Sugiura ct aI. 1 97 7 . B u c k e t aI, 1 9 6 3 ) e Slllphy loco C C lI S (Alford et aI, 1 964). As esterases pregástricas são produzidas por glândulas da cabeça e do pescoço de a n i m a i s c o mo as cabras, o v e l h as e bezerros, enquanto que as esterases gástricas são produzidas a panir da mucosa estomacal de bezerros e o utros a n i m ais ( R i chardson et a i , 1 97 I , R i chardson e Nelson, i 967, Nelson e Jensen, 1 977). 4.1. Efe i t o do pH, t e m peratura e s ais A maioria das l ipases de origem animal tem p H ótimo entre 8 e 9 , dependendo das condições de hidrólise, enquanto que as de origem microbiana têm p H ó t i m o entre 5,6 a 8 , 5 ( A l ford e Pierce, 1 9 6 I ) . As es terases p ré g á s t ri c a s , de c ab ra e carneiro, apresentam temperatura ótima entre 3 2 e 34 °C, e a s de bezerro entre 2 8 e 30°C (Nelson e Jersen, 1 977). S hahani ( 1 97 7 ) cita que a maioria das l ipases tem temperatura ótima entre 30 e 40°C. No entanto, atividade Iipo l ítica tem sido relatada em temperatura de -29 °C ( A l ford e Pierce, 1 96 1 ) . Os sais a fe t a m as I i pases de d i ferentes maneiras. C l oreto de sódio até 7mM aumenta a digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 3 2 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanIFev, n a 3 1 2. 54: 30-39, 2000 atividade da lipase pancreática de porco, o que não é observado com a lipase pancreática bovina. Cálcio e sais biliares estimulam a atividade Iipolítica, reduzindo o efeito inibitório dos sabões (Shahani, 1 975). 4.2. Especificidade das enzimas IipoIíticas As enzimas lipolíticas apresentam vários tipos de especificidade em relação ao substrato, as quais t ê m grande i mportância, q u a n d o se obj et i v a o desenvolvimento de f1avor característicos. Nelson ( 1 97 7 ) , cita c o m o fator mais s i g n i ficativo, n a tecnologia d e formação f1avor lipolítico, a desco berta e aplicação de uma variedade sistema de lipases, com d i ferentes especificidades para o tamanho dos ácidos graxos, tipo de molécula do gl icerídeo e condições físicas do substrato. A disponibilidade de enzimas lipolíticas específicas para ácidos graxos de cadeia curta tomou possível o desenvolvimento de vários produtos com f1avor característico, a partir de modificações de gordura do leite. Várias técnicas e sistemas enzi máticos l i p o l íticos, para desen volvimento de produtos altamente f1avorizados, tem sido patenteados (Arnold et ai, 1 975, Kilara. 1 985. Nelson, 1 972). A interdenpendência da forma física do substrato e a especifidade da enzima Iipolítica são de extrema i m p ortân cia, na escolha do sistema e n z i m á t i c o para o dese n v o l v i mento de f1avor desejável ( Kilara, 1 98 5 ; Nelson, 1 972). A s e n z i mas l i p o l íticas podem apresentar d i ferentes tipos d e es peci fici dades. tais c o m o : substrato, posicio nal e ácido graxo. a - Especificidade para substrato Esta característica refere-se a d i ferentes taxas de atividades enzi máticas apresentadas por u m a mesma Iipase sobre trig l i cerídeos. digl ice rídeos e monoglicerídeos. contendo ácido graxos de cadeia longa ou curta. A l i pase pancreática apresenta maior taxa de hidrólise sobre o triglicerídeo (TO) e a atividade hidrolítica vai decrescendo na ordem dos substratos 1 , 2 ( 2 . 3 ) d i g l i ce rídeo ( DO ) . 1 . 3 - DO e I ( 3 ) monogl icerídeo ( M O ) ( Constantin e t a i . 1 960. Brockerhoff e Jensen. 1 974). O aparecimento de 1 . 3 DO E I ( 3 ) MO é dado d a m i gração acil espontânea. Khan et ai ( 1 967) relatam que a Iipase do leite apresenta maior atividade sobre a tribu tirina do que a trioleina. enquanto que a lipase do A chrolllobacer lipo/ylicllIIl exibe atividade oposta sobre aqueles substratos. A esterase pregástrica é especifica para glicerídeos. contendo ácidos graxos de cadeia c urta. c o n forme estudos de S iewer e Otterby ( 1 9 6 8 ) e P i tas e Jensen ( 1 97 0 ) . Trigli cerídeos contendo ácido burítico foram hidrolisados mais rapidamente do que aqueles com maior peso molecular. Richardson et aI ( 1 97 1 ) citam a lipase gástrica de carneiro hidrolisa mono e dibutirinas mais rapidamente do que a lipase pregástrica (oral) do mesmo animal. Outra importante característica da especificidade para substrato está relacionada com a forma física do substrato. em solução ou emul sionada. Uma comparação relativa da atividade de q u atro enzimas l i p ol íticas sobre a triacetina em emulsão e solução. está indicada na Tabela I . Tab e l a 1 A t i v i d ad e d e v ár i as e n z i m as e m triacetina e m solução 5 % e emulsão 1 5%. e m p I l 6 , 2 ( R i chardson e Nelson. 1 9 67). Enzima Atividade (unidade/min) Solução Esterase pre-gástrica Lipase Lipase fúngica láctea 2. 8 2.6 0.2 4.6 (5) Emulsão (E) Relação E/S 2.0 5.8 4,4 2.2 0.7 1 2.2 22.0 0,48 A e s p e c i fi c i d ad e das e n z i mas I i p o l íticas para ácidos graxos. aliada a dependência da forma fisíca do substrato, são características de extrema i mportân c i a na e s c o l h a da e n z i m a ou s i s te m a enzi mático. para o desenvolvimento de produtos f1avorizados por modificações de gordura ( Kilara. 1 985. Nelson. 1 972). O potencial para o aumento o u formação de f1avor. pela combi nação de duas enzimas l i p o l íticas. fo i estudado por Richardson et ai ( 1 97 1 ) . A combinação de esterase gástrica e esterase pregástrica. re sulta em maior produção d e á c i d o s graxos l i vres e a u m e n t o de f1 a v o r. O aumento da liberação de ácidos graxos l i vres. apare n t e m e n t e . d e v e - s e à m a i o r a t i v i d ade d a este rase gástrica sobre m o n o e digl icerídeos. b - Especificidade posicional Esta propriedade das enzimas lipolíticas. é dada pela capacidade em h i drolisar ésteres pri mários e secundários. com ou sem especificidade. A especificidade posicional em relação ao ácido graxo tem grande importância n o emprego das e n zi m as li p o l ít i c as n a prod ução de ácidos graxos li vres. a partir d e gord u ras e óleos. nas reações de interesterificação de ó leos e gorduras e na esterificação de ácidos graxos por álcoois. posicional 1 .3 é observada nas lipases produzidas por Aspergilllls Iliger e R h izoplls de/elllar ( O k u mura et a i . 1 97 6 ) , PselldolllOl/aS fragi (Mencher e A l ford. 1 967), HlIlIlíco/a /allllgil/osa (Ibrahim et ai, 1 987), lipase pancreática (Costantin e t a i , 1 9 6 0 , B ro c k e rh o l ff. 1 9 7 4 ) e esterase pregástrica ( K i l ara, 1 985, Shahani, 1 97 5 ) . b.2 - Especificidade para ésteres secundários ( \ 9 7 4 ) , c i t a q u e a l i p as e d o p o s s u i especificidade para ácido graxo, c o m i n saturação n o carbono C9-cis. A l ford e t a i ( 1 9 6 4 ) , ao c o n trário, rela taram que tal enzima possue forte especificidade para ácido graxo insaturado, independente da sua posição no tri g l i cerídeo. Jensen Ge o/rioc/wlIl calldidulIl, b.3 - Enzmas não especificas E x i s t e m l i p ases q u e n ão apresentam especi fi c i d ade, e todos os ácidos graxos, i nd e pendente da posição no glicerol. s ã o hidrolisados em concentrações equimolares. Aqui podem ser incluídas as l i pases do GeolriclwlIl cal/didulIl e Pel/ici//iulIl ciclopUIIl ( O k u m u r a et a i , 1 9 7 6 ) , Calldida cy/il/drllcea ( B e n z o a n a e E s p o s i t o , 1 975), Sraphy/ocococcus aureus ( S hahani , 1 97 5 ) e Pseudolllol/as f/uo rescells ( ugiura et ai, 1 977). 5 . ACELERAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DE FLAVO R EM QUEIJOS A a d i ção d e pasta d e c o a l h o c o n t e n d o enzimas proteolíticas a o leite. para conferir f1avor p i cante em queij o Romano. tem sido praticada d e s d e o I m p é r i o R o m a n o . 1 00 a 300 A . D . ( K o s i k o w s k i , 1 9 8 8 ) . A t u a l m e n te . a s transfor mações industriais no f1avor e textura dos queijos, são conduzidas por dois processos enzimáticos: q u e ij o m o d i fi c a d o e n z i m a ti c a m e n t e ( e n z y m e modified-cheese) e queijo c o m maturação acele rada (accelerated-ripened chees e ) . Tabela 2 - Este úl timo processo se aplica em queijos que p o s s u e m a m at u r a ç ã o n a t u ra l d e m o r a d a . As enzimas lipolíticas e/ou proteolíticas são adicio nadas, em pequenas q u a n t i d ades. para forçar a formação do f1 avor e textura d o q ueijo. obje t i v a n d o - s e a red ução d o tempo d e maturação ( Kosikows k i , 1 9 8 8 ) , e consequentemente a l ib e ração mais rápida do produto. c o m menor custo d e estocagem. As enzimas são adicionadas a o leite o u diretamente n a coalhada (Tabela 2). O processo de microencapsulação de enzimas tem sido sugerido como meio de intensificar a formação de f1avor em queijos (Kirby et ai. 1 9 87, Magee et ai. 1 978, Magee et ai, 1 979, Law e King, 1 98 5 ) . Segundo Law ( 1 9 86), a microencapsulação tem-se tomado uma nova tecnologia para formação de f1avor em queijos, pois minimiza a perda da enzima solúvel pelo soro. uma vez que os lipossomos que a contém passam quase todos para a coalhada. N a técnica de "queijo modiftcado enzima ticamente" grandes quantidades de l i p ases e/ou proteases são misturadas com a coalhada. para produzir altas taxas de lipólise ou proteólise. Este produto altamente f1avorizado é adicionado e m outros ali mentos. para produzir a intensidade d e f1avor desejado ( Kosikowski. 1 988. Olson. 1 9 8 1 ) . Os mecanis mos e n v o l v i d os n o des e n v o l vimento de u m f1avor e textura típicos durante a maturação. são agora bem e l u c i dados podendo so frer cont roles (Law. 1 9 8 0 ) . Naque les queij o s q u e o f1avor é dependenete de altas concentrações de ácidos graxos li vres. a adição de li pase quase sempre resulta em sucesso. A adição de proteinases conduz a uma forte formação de f1avor nos queijos em curto tempo. mas podem até induzir a defeitos. como a formação do amargor (Law. 1 979. Edwards e Kosikowski. 1 9 8 3 . Harwalkar e Ell iot. 1 97 1 ) . Na Tabela 2 estão relacionadas algumas enzimas adicionadas a queijos para acelerar a maturação. Segundo Law ( 1 9 8 0 ) . existem mui tos trabalhos sobre a aceleração da maturação de queijos duros Enzimas usadas para acelerar a maturação de queijos. (Law. 1 9 80) Tipo de q ueijo Enzima Origem Estágio d a adição Cheddar Proteinases ácidas e neu tras . Peptidases . Ii pases Preparações comerc i ais de origem animal e Microbiana Coal hada Romano e Parmesão Lipase e proteinase Carneiro e tecidos gástricos Leite e coalhada b.I - Especificidade para és/eres primários A l g u m as I i p ases hidrolisam preferencial mente ácidos graxos esterificados nos carbonos I ou 3 do gl icerol. l iberando ácidos graxos e I . 2 (2.3) DO e 2 - MO. Os 1 .2 (2.3) - DO e I ( 3 ) M O . p o d e m s o frer m i gração a c i l e s p o n tânea convertendo-se e m 1 -3-00 e 1 (3 )-MO. os quais são substrato para as l i pases. Assim, incubações em t e m p o s p r o l o n g a d o s . p o d e m l e v a r a u m a completa hidrólise d o TO (Constatin et a i , 1 960, B ro c kerhoff e J e n s e n ( 1 97 4 ) . A espec i fidade Pág. 3 3 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes " . JanIFev. na 3 1 2. 54: 30-39. 2000 Gouda Proteinase Asp. oryzae Leite e coalhada Edam Proteinase e peptidase P. f1uorescens L e i te M o zare l l a Lípases e esterases Bezerro e secreções "ástricas Le i te Azul L i pase Aspergillus sp Coalhada - digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 34 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes" , JanlFev, n° 3 1 2, 54: 30-39, 2000 e s e m i - d uros, e m b o ra e s t a t é c n i c a n ã o seja comercial mente d i fundida. Isto se deve parcial mente à sua não eficácia em l arga escala, além do aspecto l egal d a adição d e enzimas e m queij o s p a ra e s s e fi m e a v i a b i l i d a d e e c o n ô m i c o d o processo, ( Kosikowski, 1 9 8 8 ) . U m p o n t o de grande i m portância para o e m p rego de e n z i m as fl avorizantes, é o con he cimento do perfil dos compostos responsáveis pelo flavor, o que fac i l itaria a e s c o l h a d o s i s t e m a e nzimático. A co mposição e a concentração d e ácidos graxos l ivres podem s e r determinados p o r cromatografia gasosa ( W o o e Lindsay, 1 9 8 2 ) . V ári o s t r a b a l h o s t ê m s i d o p u b l i c a d o s relatando o u s o de e n zi mas e m queijos. Currier ( 1 9 1 3) , descreveu que o P. roqueforti produz uma lipase solúvel, a qual é responsável pela liberação do ácido capróico, caprílico e cáprico, em queijo Roquefort. A adição de enzi mas ao queijo Cheddar p ara a c e l erar a fo r m aç ã o de f1 a v o r tem s i d o bastante estudada ( G ripon, 1 97 7 , Law e S harpe, 1 977, Sood e Kosikowski, 1 979, Ohrene e Tuckey, 1 964, Kosikowski e I mosaki, 1 97 5 , R i c h ardson et aI, 1 97 1 , Babbar et aI, 1 965). Segundo Ohren e Tuc key ( 1 964), a adição de esterase pregástica ao leite produziu u m queijo Cheddar com maior flavor, quando a relação ácidos graxos livres/ácido a c é t i c o fo i de 0 , 5 5/ 1 . A a d i ção d e e n z i mas l i p o l íti cas e m queijos i t a l i anos t i p o R o mano e Provolone, tem produzido bons resultados já que o flavor destes queijos é dependente da elevada concen tração de ácido graxos l i v res, conforme demonstraram os estudos de Harper et ai ( 1 95 5 . 1 956, 1 957) e Neclakanten e t a I ( 1 97 1 ) . A lipólise também tem e feito marcante sobre a formação de fla\'or em queijo azul, conforme indicaram os estudos de Currie ( 1 9 1 3 ) . Os ácidos graxos livres no q u eijo a z u l agem p o s teriormente c o m o precursores para formação de compostos flavo rizantes a d i c i o n a i s , tais como, metil-ceto nas e álcoois secundários, os quais são essenciais à carac terística deste tipo de queijo (Nelson, 1 970, Lawrence, 1 966, Jolly e Kosikowski, 1 975). A adição de lipases intensificaram o flavor em queijos D o m i a t i ( E l . N e s h a w y et a I , 1 9 8 2 , 1 9 8 3 ) , R as ( O rnar et a I , 1 986, Hagrass e t a I , 1 98 3 ) e R o m i ( Nasr, 1 9 8 3 ) . 6 . MODIFICAÇÃO ENZIMÁTICA D A GORDURA E D A PROTEÍNA LÁCTEA PARA PRODUÇÃO D E FLAVOR Flavor obtido por ação enzimática é comum e m m u itos tipos d e a l i mentos, parti c u larmente aqueles produzidos por fermentação. A tecnologia para produção de flavor lácteos, via modificação controlada por enzimas, tem-se desenvolvido muito nos últimos anos (Nelson, 1 972) embora processos patenteados desde 1 934 (Arnold et ai, 1 975). Roundy e Keil ( 1 945), patentearam processo para uma rápida maturação de queijo fundido com e m p rego d e trips i n a , p e p s i n a e eripsina. Estes m e s m o s p e s q u i s ad ores d es e n v o l verem o u tros processos semelhantes, e m 1 94 8 , e m que o leite era previamente fermentado com culturas lácticas até 0, 1 5 -0 , 2 0 % de ac i d ez, j u n t a m e n t e c o m e n z i m as p r o t e o l ít i c a s . A p ó s a c o a g u l a ç ã o , a coalhada passava p o r processo de maturação a 35° F, para o desenvolvi mento do flavor. Atual mente e x i s te m d i versos processos patenteados empregando enzimas lipolíticas para desenvolver produtos com aro ma d e q ueijo ou de manteiga i n t e n s i fi c a d o s , p ara serem i n c o r p o rados e m formulações alimentícias. Vários processos usando enzimas microbianas para produção de flavor de q u e ij o e m a n t e i g a , p a ra uso em p a n i fi cação, produtos cereais, confeitarias e imitação de produtos de laticínios, têm sido descritos por Arnold et aI ( 1 97 5 ) , Kilara ( 1 9 85) e Nelson ( 1 972). D a n g i er ( 1 9 6 9 ) e l ab o r o u processo p ara produção de flavor de manteiga, por l i p ólise de creme de leite acidificado, com lipase de bezerro ( 3 0lb/2000 Ib de creme) . A mistura era homoge neizada e incubada a 1 00° F / 20-36h, até acidez titu lável de 30 ml de N aO H 0 , 0 5 N por 5g de produto. Em seguida a enzima era inativada a 1 80° F/2 0 m i n e o p r o d u t o era a c o n d i c i o n a d o e armazenado sob refrigeração. Tal produto conferia flavor de manteiga aos ali mentos. Gordon ( 1 9 7 2 ) desen v o l ve u u m p ro d u t o com f l a v o r i n t e n s i ficado de qu eijo americano, através da adição de lipase e protease à coalhada. Durante a maturação, aumentavam-se as concen trações de ácidos graxos li vres C, - C IO ' O produto, c o m i n t e n s o flavor de q u eij o , d e s t i nava-se a conferir sabor de queijo a outros alimentos. Para isto 1 000lb de leite era pasteurizado a 1 6 1 °F1 l 6s, resfri ado a 98°F e inocu lado com Lactobacillus /ll ctis, Micrococcus, Lac/obaci/lus casei, para produção de 0, 1 65 % de acidez. A 231b de coalhada foi adiconado 7,5g de Italase C (lipase de bezerro), 5,25g de caplase k l (lipase de cabra e carneiro), 1 9 de R h o z y m e ( p rotease microbi ana) , I % d e MicrococlIs e I % d e Lac/obacillus casei. O produto foi maturado a 72"F por I a 28 dias. O aumento nas porcentagens de ácidos graxos foram de C, (0,0330,027%), C.(O,027-0,350%), C. (O, l O-O, 1 3 8%), Cs (0,003-0,045%) e C IO (0,002 - 0, 1 06 % ) . Kan isawa et aI ( 1 9 8 7 ) trataram creme de leite como esterase pregástrica de bezerro, l ipase pancreática de p o rc o e l i pases m i crobianas de Calldida cylill dra cea, ll/ca/íll gelles, Rlzizopus As lipases de origem ani mal produ ziram mais C. - C. ' as de origem microbiana alta concentração de C , •. A lipase de Cllll didll cy/illdracea é m a i s apropriada p ara produção de creme f1avorizado, e liberou alto teor de/emar e PIz)'comices lIiteus. Pág. 3 5 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes" , JanlFev, n° 3 1 2, 54: 30-39, 2000 de ácidos graxos C , . e C IR. , . E m outro processo patenteado, B o u d reaux ( 1 9 8 5 ) , u s o u Calldida lipo/ytica como origem de lipase e proteínas e duas l inhagens de c ulturas lácticas como acid i ficante. O produto final foi desidratado o u concentrado e usado c o m o fo n t e de f1avor de q u e ij o , sendo comercialmente denominado como N B F-50. Nelson ( 1 9 7 0 ) e l ab o ro u um s i stema para adicionar, de maneira programada, creme de leite lipo l izado a leite estéril contendo P. roqueforri. Os ácidos graxos l i vres foram oxidados até ceto ácidos e posteri ormente descarb o x i l ados p ara formar metil-cetonas e álcoois secundários, pelo fungo P. roqueforti. Deste processo, o b teve-se um produto com quatro vezes mais f1avor do que o queijo azul, o qual era adequado para inco rporação em alimentos, para conferir f1avor de queijo azul. Arbige et aI ( 1 986), relatam a história do desenvolvimento de uma tecnologia para produção de flavor de q u eijo C h e d d ar , a p a rt i r d o descobrimento de u m a nova liapase, que culminou com i n t r o d u ç ã o de um p r o d u to comerc i a l , conhecido como "f1avor Age TM"(Chr. Hansen's Laboratory) . A lipase produzida por Asp. Oryzae produzia u m d istinto "aroma Chedd ar", quando incubada com creme, por 15 dias a 4°C, N e l s o n ( 1 97 2 ) cita que os p assos para a manufatura de produtos lipol izados incl uem: a ) preparação' d o l e i te c o n d e n s a d o , ou substrato "butteroil" b ) preparação do sistema enzimático em água c) combinação da gordura com a enzima d) homogeni zação para formação de uma emulsão estável, para promoção de uma ativi dade enzi mática máxima e ) incubação em temperatura até que um deter minado nível de li pólise tenha ocorrido f) pasteurização para inativação da enzima g) padronização final. secagem e embalagem. 7. FLAV O R BRASIL EM Q U E I J O S T Í P I COS D O Pouco se conhece sobre o desenvolvimento de flavor em queij o s genui namente bras ilei ros . como o queijo Minas, Serro e Prato. A história e processo de fabricação de queij o do S erro foi relatado por Furtado ( 1 9 8 0 ) . A degradação das proteínas e gordura do leite tem marcante efeito sobre a formação do f1avor em queijos, conforme j á discutido. É importante que se conheça a composição individual dos ácidos graxos da gordura do leite. Con forme os estudos de Santos ( 1 970). a gordura do leite da vaca da raça Holstein contém a composição de ácidos graxos descritos n a Tabela 3. Verifica-se que os ácidos graxos de maior peso molecular C,. - C IR " estão presentes em concentrações superiores aos demais. A presença de á c i d o s l i v res v o l áteis n o queijo M i n a s fo i estudado p o r B o n assi ( 1 97 8 ) . O q ueijo a p r e s e n t o u teor e l e v a d o de áci d o acético e burítico, e valores apreciáveis d e isova lérico e capróico. (Tabela 4). A avaliação organo léptica classificou o queijo como de boa qualidade. Em outro trabalho B o nassi e Curi ( 1 9 8 3 ), verificaram que o queijo M inas apresentou u m a proporção d e 5 : I : 0 , 2 5 para o s ácidos a c é t i c o . burítico e capróico. respectivamente. A formação de ácido acético não se correlacionou com outros t i p o s de á c i d o s g r a x o s . E n t r e t a n t o , o áci d o b u t íri co apresentou correlação positiva com os á c i d o s i s o b u t í ri c o . i s o v a l é r i c o e c a p r ó i c o . O papel d a l i pó l ise sobre a formação d e f1avor n o queijo M inas ainda permanece desconhecida. Para isso. estudos são necessários para conhecer o perfil de ác idos graxos, e posterior avaliação do e fe i t o da v a r i a ç ã o da c o n c e n t r a ç ã o e proporção dos mesmos sobre o f1avor. mediante o emprego de e n z i m as l i p o l íticas . análises p o r cromatografia gasosa e sensorial. C o m p o s i ç ão i n d i v i d u al em á c i d o s graxos da gordura de leite de vaca. raça Holstein, S antos ( 1 97 0 ) . Tab e l a 3 Tipo de ácido graxo Média ( % ) C •.o C •.o C, u 2.78 2.02 1 .28 2.75 3 . 48 1 2 .99 36.63 1 0.93 24.27 2.78 C 1fl U C !:! )(l C '4 0 C 't. .o C U I f) C IR" C IR , - Ácidos graxos livres voláteis em queijo tipo M i n as . B onassi ( 1 97 8 ) . Tabela 4 Tipo d e ácido graxo Acético Propiônico + isobutírico B utírico I s ovaérico Capróico C o n ce n t r a ç ã o ( m g/ lOOG de queijo) 1 47 . 0 2.8 1 97 . 9 27.4 48 . 1 8. C O NC L U S Õ E S digitalizado por a ) A partir deste estudo evidenciou-se que e x i s t e m p o ucas p e s q u i s a s n o B ra s i l envolvendo o emprego de enzimas para a produção de f1avor de origem láctica. arvoredoleite.org Pág. 3 6 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", lan/Fev, n O 3 1 2, 5 4 : 30-39, 2000 o campo de estudo sobre produção de sejam adi c i o n adas aos seus s u bstratos específicos, separadamente, e que após hidró lise os produtos sejam misturados para compor f1avor específico, não tem sido empregados. Este processo, teori cam�nte, pode permitir u m maior con trole da formação d o flavo r, uma vez que a p ro te ó l i se o c orre mais rapida m e n te d o q u e a l i p ó l i s e . A o fi nal d a incubação pode-se fazer d iversas combi n a ç õ e s na t e n t a t i v a d e d e s c o b r i r a proporção que compõe melhor o flavo r caracterís t i c o . U m fl u x o g r a m a h i p o tético é apresentado n a Figura 2 . flavor s e m e l h a n tes ao q ueijo M in a s , S erro, Prato e R e i n o , prod utos ampla mente acei tos p e l o c o n s u m i d o r bras i leiro, deve s e r expl orado. Recomenda se que sejam realizados estudos para que se conheçaa origem do flavo r, se proteo l ítica e/ou lipolítica. b) D entre os vári os processos de modifi cação e n z i m ática de creme e proteína d o leite, para a produção de flavor, as enzimas são adicionadas conjuntamente em concentrações variáveis. Técnicas em que enzimas l i p o l íti cas e prote o l íticas LEITE I DESNATE j -------.j CREME CONCENTRAÇÃO PASTEUR�AÇÃ! PATEURlZAÇÀO L1PÓLlSE EM CONDiÇÕES ESPECíFICAS I ! ADIÇÃO DO SISTEMA ENZIMÁ TlCO LlPOLiTICO ADIÇÃO DE CULTURAS LÁTICAS E COALHO SORO '- COA Glt AÇÃO COALHADA L ADIÇÃO DO SISTEMA ENZIMÁTICO PROTEOLÍTICO ! PROTEÓLlSE SOB CONDIÇÕES ESPECiFICAS INATIVAÇÃO ENZIMÁTICA l Figura 2 - r-----, 9 . REFERÊNCIAS B I B LI OGRÁFICAS ADDA, l. GRIPON. l.C.,VASSAL, L. The chemistry o f flavour and texture generation in cheese. Food Clzelllis/ry. , v. 9 , p . 1 1 5- 1 29 , 1 982. AKESSON, B., GRONOWITZ, S . , HERSLOF, B . M IC H AEL S O N , P., O L l V E C R O N A , T. S te reo s p ec i fi ty o f d i fferent l i p as e s , Lipids. v. 1 6 , n . 4 , p . 3 1 3 - 3 1 8 , 1 9 8 3 . A L FO R D , J . A . , P I E R CE , D . A . , S U G G S , F . G . Activity o f microbiol l i p ases o n natural fats and synthetic triglycerides. J. Lipid. v.5, n . 3 , p . 3 9 0 , 1 9 64. ALFOR D , l . A . . 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"Cândido Tostes", JanlFev, n° 3 1 2, 54: 40-46, 2000 MODIFICAÇÃO NO PERFIL DOS ÁCIDOS GRAXOS DA GORDURA DO LEITE ATRAVÉS DA ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS Sandra Maria Pinto I Luiz Ronaldo de Abreu1 llilio César TeixeiraJ loel A ugusto MlmizJ Celso José de Moural RESUMO Com o objetivo de avaliar a influência de 4 diferentes fontes de Iipídeos no perfil dos ácidos graxos da gordura do leite, utilizou-se 12 vacas multíparas da raça holandesa, no início da lactação, num esquema em changeover com 3 quadrados latinos 4x4, sendo que cada parcela experimental foi constituída de um animal. O experimento teve duração de 64 dias, sendo que cada animal permaneceu em cada tratamento durante 1 6 dias, fazendo-se a pesagem do leite durante todo o período experimental e nos três últimos dias de cada período, coletadas amostras do leite e analisado o perfil dos ácidos graxos da gordura do leite. As rações isoproteicas utilizadas diferiram entre si pela fonte de Iipídeos, sendo o tratamento controle com 3% de extrato etéreo e os outros tratamentos com 7%. Os tratamentos foram os seguintes: CON = Farelo de soja (controle); MAG = CON + 4'70 de Magnapac" (sais de ácidos graxos); DEG = CON + 4% óleo degomado e FSI = Farelo de soja integral. Foi fornecido I Kg de concentrado para cada 2,2 litros de leite produzidos. Os resultados do perfil dos ácidos graxos da gordura do leite mestraram que a relação cadeia curta/cadeia longa foi estatisticamente maior para o Iratamento controle (0,395) em relação aos OUlros Iratamentos (MAG = 0,308; DEG = 0,307 e FSI = 0,292). Quando se observa a relação ácidos graxos de cadeia insaturada/cadeia saturada, esta foi maior em todos os tratamentos com adição de Iipídeos (CON = 0,5052; MAG = 0.533: DEG = 0,592 e FSI = 0,609) havendo um aumento na concentração dos ácidos graxos insaturados na gordura do leite. As demais características físico-química do leite não foram afetadas pelos tratamentos. Com exceção do Farelo de Soja Integral (FSI) todas as dietas foram bem aceita pelos animais. Recomenda-se o uso de lipídeos em rações, principalmente na forma protegida, para vacas no início da lactação a fim de repor energia e modificar o perfil dos ácidos graxos na gordura do leite. Quanto ao uso de farelo de soja integral (FSI) para vacas leiteiras são necessários mais estudos. 1 . INTRODUÇÃO A qualidade higiênica do leite tem há muito tempo recebido atenção dos pesquisadores; entre t a n t o a p r e o c u p a ç ã o c o m a q u a l i dade fís i c o q u ím i c a é m a i s recente. É sabido q u e d i versos fatores afetam a composição q u ímica d o leite, dentre eles destacam-se: a raça, o animal, o período de lactação, a ord e m de parição, fatores c l i má ticos, ali mentação, dentre outros. A alimentação tem recebido u ltimamente uma especial atenção, pois é o fator n o qual podemos i n terferir mais fac i l mente para obter resultados a curto prazo. O estudo das frações que compõem a gordura e proteína do leite têm sido muito estudado, devido ao fato desses i n fl uenc iarem d i retamente o seu valor nutritivo e rendimento ind ustrial. Com re ferê n c i a à gordura d o l e i te, s u a composição e m ácidos graxos t e m s e constituído em u m importante objeto de pesquisa, devido aos s e u s aspectos n u tr i c i o n ai s e i n t e r fe rê n c i a n a reologia d o s produtos onde a gordura participa de I 2 3 sua composição. Além disso, a presença na gordura de consi derável quantidade de ác idos graxos de cadeia curta é um fator i mportante pois os mesmos contribuem para o aro ma dos produtos lácteos . Como nos tempos atuais existe uma tendência no aumento da demanda de produtos com baixo teor de gordura, se torna interessante a descoberta de maneiras para elevar o teor desses ácidos graxos e consequentemente o aroma associado à gordura do leite e com isso, obter produtos l ácteos com baixo teor de gordura, resguardando seu aroma. Desse modo, o desenvolvimento de novas estratégias para manipular a composição química do leite através da alimentação é um fator que deve ser considerado nas pesquisas em nutrição de vacas leiteiras. G r u m m e r e S o c h a ( 1 9 8 9 ) c i t a m que as proporções de ácidos graxos sintetizados de novo d i m i n u i l i nearmente c o m d i etas s u p l e mentadas com gord u ra e q ue as m o d i ficações dos ácidos graxos d o l e i te de C 1 6 e C 1 8 com d i e tas suplementadas com gordura dependem dos níveis destes nas dietas. A l u n a de Doutorado/DCA/UFLA. Professor Adjunto/DCA/UFLA. Professor Titular/DCAlUFLA; DEX/UFLA. Pág. 4 1 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlFev, n° 3 1 2, 54: 40-46, 2000 Abreu, Palmquist e Lindsay ( 1 997) desen volveram u m estudo com suplementação de ácidos araxos de cadeias ramificadas para vacas leiteiras �o m o objetivo de aumentar os níveis de ácidos graxos' de cadeias ram i ficadas de importância de "flavors" n a g o r d u ra d o l e i t e . Estes autores observaram q u e o u tros ácidos graxos q u e não estavam i n c l u ídos n o suplemento também foram aumentados por este tratamento, mostrando que era possível modificar o teor de ácidos raxos com f1avor n a gordura do leite. Afirmam ainda que os métodos que aumentam os níveis de propionato e/ ou valerato no sangue fornecido a glândula mamária elevam as concentrações de ácidos graxos de cadeia ramificada e de cadeia ímpar, m uitos dos quais exibem características potentes de flavor. Face ao exposto esse trab alho teve como o bj et i vos: 1 2 Avaliar d i ferentes fontes de l ipídeos n a d i e t a d e v acas n o i n íc i o d a lactacão e s e u e fe i t o s o b re o p erfi l d o s á c i d o s graxos n a gordura do leite; I d e n t i ficar as d i ferenças nos perfis de ácidos graxos n a gordura d o leite nos d i ferentes tratamentos. 2. MATERIAL E MÉTODOS com 4% de ó l eo degomado; FS I : Concentrado à base de Farelo de Soja Integral. 2.3. 1 Volumoso O volumoso utilizado foi o capi m elefante Schum) picado no cocho, fo rnecido d u as vezes ao d i a "ad libilll m " . Os animais recebiam em média cerca de 45 Kg/animal/ dia. Medindo-se n o final o consumo individual de cada animal. (Pelllliselll/1l purpureu/1l, 2 . 3 . 2 COTlceTltrado As diferentes rações concentradas, contendo as d i ferentes fontes de lipídeos, foram balanceadas segundo as exigências estabelecidas pela National Research Council - NRC ( 1 9 89), utilizando como ingredientes o m i l ho grão n a forma de fubá, farel o d e s oj a, fari n h a d e carne e o s s o s , calcário e s u p l ementação v i ta m í n i c a e m i n e ra l . A d i e t a controle constituiu de 3 % de extrato etéreo, sendo os o u t ros tratamentos fo r m u l ad o s para u m a concentração de 7 % d e extrato etéreo. Todas as rações foram calcu l adas para conterem 23% P B . Esses concentrados foram fornecidos duas vezes ao dia, em cochos individuais na hora da ordenha, numa proporção de I Kg de ração/ 2,2 Kg de leite produzido. O perfil dos ácidos graxos das fontes de l i pídeos utilizadas no experimento Tabela I . - Perfil dos ácidos graxos (%) das fontes de l i pídeos utilizadas nas rações: Tabela 1 2 . 1 . Localização O experi mento f o i re a l i zado n a Fazenda Palmital de propriedade da Fundação de Apoio ao Ensino Pesquisa e Extensão (FAEPE), localizada no município de Ijaci, no sul do Estado de Minas Gerais a 14 Km de Lavras Tipo 2.2. A n i mais e I ns ta lações Foram u t i l i z a d a s 1 2 v acas h o l andesas, variedade preta e branca, PO e PC, m u l típaras, recém-paridas, com peso médio e m torno de 500 Kg e produção de leite média e m torno de 20 Kg/ d i a ( e m 2 o rd e n h a s ) . C a d a a n i m a l e n trou n o experimento n o i n ício da lactação permanecendo até atingir o p i co (64 dias). Os ani mais foram m a n t i d o s em c o n fi n a m e n t o t o t a l , em baias individuais e livre acesso ao volumoso, à água e sal mineral, sendo pesados no i n ício e fi nal de cada período. 2.3. Tra t a m e n t os Os tratamentos utilizados foram os seguintes: C O N : C o n c e n t ra d o à base de Farelo de S oj a ( C o n tro l e ) ; M A G : C o n ce n t r a d o c o m 4 % d e M a g n ap a c " ( ác i d o s g r a x o s d e ó l e o d e p a l m a complexados c o m sais d e Cal; DEG : Concentrado Magnapac' F.S Integral C 1 2:0 C 1 3 :0 C 1 4: 0 C 1 5:0 C 1 6 :0 C 1 6: 1 C 1 8: 0 C18:1 C 1 8: 2 C 1 8: 3 2,3 1 1 . 89 3.10 0,99 48,98 0,04 34,62 8,03 0.05 1 .27 1.12 1 .76 2,3 1 1 7,1 1 0,26 0.25 23.84 47.64 4,44 degam. Milho 1 . 28 1.1 1 1 .60 2,40 1 8 .80 0.23 0.20 22.5 45.5 6,38 0, 1 7 0,30 0, 1 2 0, 1 6 1 4 ,54 0,06 0. 1 1 3 1 .3 52,43 0.8 1 TOTAL 1 00 1 00 1 00 1 00 Saturados 57.3 23.82 25,39 1 5 ,4 76. 1 8 74.6 1 84,6 I nsaturados 2.4. Delineamento experimental e aná l ises esta t ís t i c as O experimento foi co mposto de 1 2 vacas mul típaras n o i n ício da lactação, com produção média de 20 Kg de leite/dia, sendo que o esquema adotado foi em Changeover c o m 3 q u a d rados latinos 4x4, cada quadrado latino diferenciando a produção e a ordem de lactação, e cada parcela e x p e ri me n t a l fo i c o n s t i t u í d a d e um a n i m a l , recebendo todos os tratamentos, co mparando 4 digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlFev, na 3 1 2, 54: 40-46, 2000 Pág. 42 d i etas i s o proteicas, c o m variação n os tipos de gordura suplementada, visto que o perfil dos ácidos graxos da g o r d u r a do l e i te fo r a m variáveis respostas d o experimento. Os dados foram anal isados pelo pacote estatístico SAS ( S tatistical A n a l y s i s S y s t e m ) , através da Análise de Variância e teste F, compa rando-se os tratamentos pelo teste de tukey (p < 0,05). 2 . 5 . A nálise do perfil dos ácidos graxos da gordura do leite dentro das faixas de variação aceitas por vanos autores (Grummer e Socha, 1 989; Baer, 1 99 1 ; Abreu, 1 993; Gresti et ai., 1 993). Para melhor compreensão. a apresentação desses ácidos graxos foi subdividida em grupos que possuem interesse especial. - Perfil dos ácidos graxos total presentes na gordura do leite nos d i ferentes tratamentos. Tabcla 2 Ac. Graxo CON MAG DEG FSI C, C, C. C IO C" C" C" Saturados Insaturados Cadeia Curta Cadeia longa 3 ,66 2,35 1 ,7 9 2,9 3 ,9 7 0,53 1 0,69 2,32 1,14 29,85 2,93 0,8 8,7 1 26;36 2 66,39 33.61 1 4,69 37.07 3,45 2,29 1 .6 1 2, 1 1 3,09 0,5 9,34 1 ,5 3 I 31 2,42 1 9,83 28,41 2,42 65,22 34,78 1 2,55 40,66 3 .42 2, 1 1 1 .8 1 2.39 3,41 0,52 9,7 1 1 ,8 8 0,99 27,8 2,45 0,8 9,84 30,02 2,85 62.80 37.20 13,14 42,7 1 3,33 2.25 1 ,42 2,36 3,39 0,5 1 9,72 1 ,66 0,99 27,44 2,46 0,8 1 9,92 30,42 3.32 62, 1 4 37.86 1 2.75 43,66 SOMA 1 00 1 00 1 00 1 00 a. Extração d a gordllra A gordura do leite foi extraída pela técnica do detergente-B O I descrita por Abreu ( 1 99 3 ) . b . AlIálise d o perfil dos ácidos graxos C1-I:1 O perfil de ácidos graxos da gordura cio leite fo i d e t e rm i n ad o p e l o m é t o d o cro m atográfico descrito p o r Luddy, B arford e R iemenschneider ( 1 960), m o d i ficado por Abreu ( 1 993). C" C" C "., C '7 Cu C Il:1 b . 2 A n á lise p o r cromalOg rafia e m fase gasosa: Para a separação e quantificação dos ésteres m e t í l i c o s , u t i l i zo u - s e um cromatógrafo à gás, modelo Varian 3 .400 equipado com detector de chama (FIO) , acoplado a u m integrador Intralab 4290, trabalhando nas seguintes condições: A tempe ratura do injetor e do detector foram mantidas a 220"C ; a temperatura da coluna, foi programada em um gradiente de 1 5 0 a 200uC. com elevação constante de tl = 2"C/min; o gás de arraste util izado foi o nitrogênio, com um fluxo de 30mllmin, aten u ação 3 2 x I O ' ' ' ; o fl u x o do h i drogê n i o foi de 30ml/min e do oxigênio foi de 350ml/min. Os compo n e ntes dos ésteres metílicos dos ácidos graxos foram separados em uma coluna (empacotada) de 2 metros, DEGS a 1 8 % em Chromosorb 8 01 1 00 mesh. Para determinação dos ácidos graxos, foi injetado I 1-11 da solução dos ésteres metílicos. C,,� 3 , 1 . 2 Á cidos graxos d e cadeia cllrta ácidos graxos de cadeia IOllga � CON �"' � � @l MAG � DEG o c o () O FSI S e g u n do vários trabalhos ( C h urch, 1 99 3 ; P a l m q u i s t e B ea u l i e u , 1 9 9 3 ) t o d o s o s á c i d o s g r a x o s d e c a d e i a c u rt a s ã o s i n te t i zados p e l as células epiteliais lactígenas da glândula mamária, e n q u a n to m e t a d e d os de c a d e i a s m é d i as e a totali d ade dos de cadeia l o n ga são derivados da corrente sanguínea que irrigam essas células, sendo consequenteme n te derivados, ou da d ieta o u de m o b i l i zação das reservas corporais do ani m a l . C o m o fo ram a d i c i o n adas fo n tes d e l i p ídeos, constituídos estes na sua vasta maioria de ácidos graxos de cadeias médias e l on g as (Tabela 2 ) . tiveram u m a i n fl uência marcante n a elevação de s u a s c o n c e n t rações na g o r d u r a do l e i t e . c o m c o n s e q u e n t e d i m i n u i ção n a c o n c e n t ração dos ácidos graxos de cadeias curtas. A o "" Uo " � CON u c o U l!l DEG �� II MAG 3, RESULTADOS 3 . 1 . Perfil dos ácidos graxos da gordura do I c i t c Figura 1 - Porce n tagem d o s á c i d os graxos de cadeia curta d a gordura do leite. 3 . 1 . 1 Á cidos graxos totais Comparando o tratamento controle (CON) com os demais, onde foi adicionad o u m a fonte de l i p ídeos, pode ser observado que a utilização d e s s as fo n t e s o c as i o n ar a m a d i m i n u i ç ã o n a concentração dos ácidos graxos d e cadeia curta (Figura I ) . Isto se deve ao fato dos ácidos graxos em questão possu írem natural mente uma menor concentração em relação aos ácidos graxos de cadeias mais l ongas (Figura 2) e o processo de i ncorporação desses ácidos n a gordura do leite se comportar de maneira distinta. O perfil dos ácidos graxos totais, obtidos p e l a cro matografia gasosa após p u r i ficação e m e t i l a ç ã o d e s t e s , se e n c o n t ra na Tab e l a 2 . Embora a gordura do leite contenha outros ácidos graxos, essa tabela apresenta somente aqueles cuja concentração está ac ima do l i mite mínimo de detecção do m é t o d o e da c o l u n a cromato gráfica uti l i zados. E m geral, as médias obtidas para todos os ácidos pesquisados nesse trabalho se encontram o 'co 0co Figura 2 - Porcen tagem d o s ácidos graxos de cadeia longa da gordura do leite, X Pág. 43 Inst. Latic. "Cândido Tostes", JanlFev, na 3 1 2, 54: 40-46, 2000 '" OI .E c '" o "g 'ã U 1: " u Dois pontos i mportantes caracterizam esses ácidos graxos de cadeia curta. O primeiro é a sua importante contribuição para o aroma dos produtos que os contém e o segundo na diminuição do ponto de fusão dessa gordura. Face a isso, a manipulação da dieta de vacas l eiteiras, n o sentido de diminuir a concentração desses ácidos graxos (AG). no leite de consumo se toma particularmente i mportante. Para o leite de consumo, a contribuição destes ácidos graxos de cadeia curta ( A G C C ) n ão representa fator i m p ortante, sendo que a i m portância se reflete marcadamente nos produtos lácteos, principalmente queijos, onde esses ácidos contribuem decisivamente com seus aromas distintos, característicos de cada tipo desse importante derivado do leite (Abreu, 1 993). 3 . 1 . 3 Á cidos graxos de cadeia illSatllrada/ saturada As advertências médi cas e a reação con trária crescente dos consumi dores por produtos com altos teores de ácidos graxos saturados, têm aumentado a procura de a l i m e n tos com m e n o r quantidade destes ácidos. A indústria leiteira tem e m contra p artida acelerado o desen v o l v i mento de estratégias de produção para atender a este mercado. Di versas estratégias alimentares do gado leiteiro tem sido feitas no intuito de aumentar as con centrações de ácidos graxos ins aturad os n a gordura do leite, porém práticas mais aplicáveis ainda não foram desenvolvidas. Os res u l tados referentes aos ácidos graxos i n saturados se e n c o n t ra m n a F i g u r a 4 e o d e saturados na Figura 5 . Ill CON II M AG !!l DEG Figura 3 - Relação dos ácidos graxos de cadeia curta! ácidos graxos de cadeia longa da gordura do leite. Este c o m p o r t a m e n t o da re l ação ácidos graxos de cadeia curta! cadeia l o n ga (Figura 3 ) , t e m s i d o repetidamente e n c o ntrada em vários outros trabalhos (Ferguson, Torralba e Schbeuder. 1 98 8 ; Kent e Arambel, 1 9 8 8 ; ElIiott et aI., 1 995; A b re u e Lindsay, 1 9 96), o nde foram uti l i zadas fontes diversas de l ipídeos na formulação de ração para vacas leiteiras no i n ício da lactação; sendo que todos o s autores se b asearam n o c o m por tamento d a síntese l i p ídica anteriormente citado, para explicar esse fato. 0 CON u c o U lll DEG �"' � c O FSI • M�dias seguidas de mesma letra não diferem estali5tica�cntc pelo teste de Tukey (P<O,OS). o '''' Uo " IIl M AG O FSI Figura 4 - P o rcentagem d o s ácidos graxos d e cadeia insaturada da gordura do leite. o '.. Uo .. !!E CON B& Hl OEG !: � c o U II MAG O FSI - P orcentagem d o s ácidos graxos d e cadeia saturada d a gordura d o leite . Figura 5 digitalizado por arvoredoleite.org . . 11"" I 'I Rev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Fev, n° 3 1 2, 54: 40-46, 2000 Pág. 44 Esses res u l ta d o s i n d i c a m u m a m a i o r concentraçâo dos á c i d o s graxos i n s aturados n a gordura do leite de vacas ali mentadas com raçâo adicionada de u m a fonte de l i p ídeos; sendo essa g o r d u r a c o n se q u e n te m e n t e , m a i s d es ej áv e l n u tri c i o n a l m e n t e . fZI CON ..; ca I!I M AG �ca � DEG In .s Figura 6 D FSI Relação dos ácidos graxos de cadeia insaturadaJ cadeia saturada da gordura do leite. - Observa-se que houve uma relação previ sivelmente inversa entre a soma dos AG de cadeia insaturada em comparação aos saturados (Figura 6), o u sej a, o aumento de um acarreta em uma dimi n u i ç ão p r o p o r c i o n a l do o u t r o . Como n o r m a l mente o organismo d o s ruminantes n ã o dispõe de quantidades suficientes de AG de cadeia insaturada provenientes da dieta, pois estes são hidrogenados no rúmen, estes animais possuem eficiente meca n is mos enzimáticos para dessaturação de AG, a fim de atender suas necessidades de AG mono- e poli-i nsaturados. Contudo. ao se fornecer lipídeos ricos em AG insaturados a ruminantes. boa parte destes escapam à hidrogenação ru minal ( B yers e Schelling. 1 9 89 e Elliott et a ! . . 1 99 3 ) . são conse quente mente absorvidos no intestino delgado e irão contribuir para a síntese da gordura do leite. elevando com isso seus teores no leite. Esse fato é particularmente marcante com relação aos AG de cadeia longa (C .." e C .. ), pois os mesmos não são s i n tetizados na g l â n d u l a mamária, mas são derivados da corrente sanguínea e incorporados na g o rd u ra do l e i t e . Os d o i s á c i d o s graxos insaturados de cadeia média (C,." e C16) tiveram seus teores dimin uídos em relação ao tratamento controle. Isso se deve ao fato das fontes de l ipídeos utilizadas não possuírem quantidades signi ficativas desses ácidos, sendo sua concentração n a gordura do leite d iluída pela maior proporção dos de cadeia longa (C . .,o ' C .." e C ..). A maior concentração do ácido pai mítico ( C ,o,o) e n c o n trada neste trab a l h o para a dieta adicionada de Magnapac", em relação aos demais tratamentos, reflete a maior i ncorporação deste 'ácido n a gordura d o leite proveni ente d a dieta, uma vez q u e esta'fonte de lipídeo protegido é rico n este ácido graxo (Tabela 2 ) . Hermansen ( 1 9 9 0 ) e K i m e t a I . ( 1 9 9 3 ) , traba l h an d o com este s u p l e mento energético e n c on traram res u l tados s i m i l ares. Os autores atribuíram este fato ao maior aporte deste ácido na glândula mamária, elevando consequentemente sua concentração na gordura do leite. Como o Magnapac" é mais rico e m ácido oléico (Tabe l a 2) em relação às demais fontes de l ipídeos, era d e se e s perar u m a maior concen tração do mesmo n a gordura do leite dos animais que receberam este tratamento ( M A G ) . E n tre t�nto i s s o não fo i o b s e r v a d o , provavel mente, e m fu n ç ã o d e uma d i l u i ç ã o desse á c i d o em relação aos demais, principal mente o pai mítico. To d a v i a , este fato p o d e ser m e l h o r c o m p r e e n d i d o . q u a n d o se observa a a l ta concen tração do ácido l i noléico ( C ,,) n o ó l eo de soja, fonte de l i pídeo nos tratamentos DEG e FS I . A n ível d e r ú m e n , e s s e s á c i d os são h i d r o g e n a d o s e consequentemente saturados. Porém, muito dessa saturação é parcial, o que leva a um alto teor de ácido oléico (resultante d a h i d rogenação parcial do á c i d o l i n o l é i c o ) q u e c h e g a no i n te s t i n o delgado para ser absorvido. 3 . 1 . 4Á cidos graxos de cadeia com nlÍmero ímpar de carbonos A Figura 7 apresenta os dados referentes a porcentagem de á c i d o s graxos de cadeia c o m número ímpar de carbon o . ,Ii/ 0ca � � C ?f. (IJ � (J c o CJ � CON III MAG Iil DEG D FSI Figura 7 - Porcentagem dos ácidos graxos com n ú mero ímpar de carbono. Como se observa, não ocorreu d i ferença e n t re o s trata m e n t o s . É s a b i d o que os ácidos graxos de cadeia com n ú mero ímpar d e carbono são s intetizados na g l â n d u l a mamária, sendo o p r o p i o n a t o s e u p re c u rs o r. O p r o p i o n ato q u e n ão s o fr e m e t a b o l i s m o h e p á t i c o , o u a q u e l e produzido e m outros tecidos, pode servir como " p r i m e r " no p ro c e s s o de s í n t e s e de á c i d o s grax o s , p e l a i n c o r p o ração d e s u cessi vas u n i dades d e d o i s carbon o s fornecidos p e l o malo n i l , l e v a n d o c o n s e q u e n t e m e n t e à fo r m a ç ã o d e ác i d o s graxos c o m n ú mero í m p a r d e carbono ( C h ri s t i e , 1 9 8 1 ) . Pág. 45 Rev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes", Jan/Fev, n° 3 1 2, 54: 40-46, 2000 E m suma, os dados mostram que a mani pulação da dieta de vacas leiteiras pode modificar as concentrações dos ácidos graxos da gordura do leite, tornando-o um a li mento mais saudável ao consumidor. 4. CONCLUSÃO C o m base n as condições experimentais e nos dados obtidos, pode-se concluir que: � Pode-se mod i ficar o perfil dos áci dos graxos d a gordura d o leite através de m o d i fi c a ç õ e s na d i e t a das v acas leiteiras. Sendo que a adição dos l ipídeos util izados nesse experimento, diminuiu a p o r c e n t a g e m d e á c i d o s graxos de cadeia curta, e eleva o teor de ácidos graxos i nsaturados d{) leite, tornando o mais saudável ao consumidor e me l horando a q u a l i dade dos prod utos lácteos, e m termos de aroma e sabor, sem d iminuir a porcentagem de gordura desse lei te. 5. REFERÊNC I AS B IBLIOGRÁFICAS A B R E U , L.R. Factors affecting t h e bios)'n thesis of branched-c/win fa li)' a cids in milk fa t. Madison: University o f Wisconsin, 1 993, 1 63 p. (Doctorate thesis in Food Science) A B R E U , L. R . ; L I N D S AY, R . C . I n f l u e n c e o f M o n e n s i n o n the fatty acid co mposition o f milk fal. Jourtlal of Dair)' Science. Champaign, 1 99 6 . 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(ii) (iii) A revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (REVILCT) publicada em Juiz de Fora, apresenta-se (vii) As ilustrações devem ser feitas em nanquim preto e branco e em tintas de desenho (Rotrings ou equi no tamanho de 230mm por 1 60mm e, como um órgão do Centro de Pesquisa e Ensino do Instituto de Laticí nios Cândido Tostes. da Empresa de Pesquisa Agrope cuária de Minas Gerais. destina-se à publicação de trabalhos originais de pesquisa e à veiculação de infor mações relevantes para o setor de leite e lácteos deri vados. A critério de um Corpo Editorial. constituído por membros especialistas i n ternos e externos à EPAMIG. a revista poderá veicular artigos de revisào bibliográfica exaustiva. pertinente a um tema específico, valentes) de cores variadas para reproduções em cores. As i lustrações deverão ser planej adas em função das seguintes reduções opcionais: I ) 1 ,5X; 2) 2,OX; 3) 2,5X; 4) 3.0X ou 5) nX sempre calculadas com base na diagonal de um retângulo. Dar-se-á preferência aos tamanhos impressos de I) 1 20mm por 90mm; 2) 60mm por 45mm; 3) 1 70mm por 1 27,5mm. As bases das ilustrações deverão ser consideradas como I ) 1 20mm; 2) 60mm; 3) 1 70mm. Os gráficos e as tabelas devem ser reduzidos ao mínimo indispensável, apenas de acordo ou mesmo notícias de interesse geral, Aos autores poderá ser solicitada a provisão institu cional de recursos financeiros para publicação de trabalhos originais elou impressão de separatas, de acordo com a disponibilidade financeira n o período em questão. Neste caso, a Revista poderá orientar os professores e pesquisadores na busca institucional de apoio financeiro, como por exemplo. para paga mento de fotolitos a cores. com as exigências de um tratamento estatístico formal. As ilustrações e as tabelas devem vir separadamente autores são escritos com apenas as primeiras letras maiúsculas, isto é, dentro da norma culta do português. (iv) Faça seu pedido d e assinatura, renovação ou peça exemplar avulso. Tabela de preços Agtópecuário . Assinatura anual (06 exemplares) ................. :........ RS 34,00 Renovação de assinatura (v) (06 exemplares) .................... ; ..... R$ 28,OO Exemplar avulso . ........................ R$ 6,00 (vi) Boletim Técnico Exemplar avulso • ............ ........... R$ 3,00 Enrl.: Av. Amazonas, J 1.5 - 6° andar Caix;t Postal515 Fone.: d3131273�3544 em relação ao texto e devem estar de acordo com as normas usuais de tratamento e processamento de dados. As fotografias não deverão ser recortadas. as formas fotográficas originais devem ser mantidas em tamanhos retangu lares para espaços impressos preferenciais indicados acima (lado menor dividido pelo lado maior i g u a l a aproxi madamente 0,7). O cálculo para previsão da redução das i lustrações deve ser feito de acordo c o m a orientação de Papavero & Martins ( 1 983 : 1 09). As ilustrações e as tabelas deverão ser montadas separadamente do texto, deverão conter indicações da sua localização Os artigos devem ser redigidos em português. inglês ou espanhol. Os autores devem apresentar redações sempre incluindo títulos e resumo em português e inglês. A bibliografia e as normas complementares de citação devem estar de acordo com a última publicação revista da Associação B rasileira de Normas Técnicas - ABNT (NB - 66 revisada ou posterior). Dar-se-á preferência à forma sem destaque. onde o nome dos ReVista lriforme Pág. 47 Os manuscritos em cópias originais devem ser enviados datilografados em papel branco. tamanho A4, 2 I Omm x 297mm de 75 g m'. reservando-se as seguintes margens: I - margem esquerda de 40mm, 2 - margem direita de 25mm. 3 - margem superior de 25mm, 4 - margem inferior de 25mm. Os manuscritos devem ser datilografados em espaço duplo em páginas de aproximadamente 30 linhas (no máximo 34 linhas e 80 espaços ou caracteres por linha). O Corpo Editorial poderá fazer alterações de pequeno porte nos originais. As alterações de grande pane serão sugeridas aos autores juntamente com a devolução do texto a ser reajustado. As correções e os acréscimos encaminhados pelos autores, após protocolo de entrada dos originais poderão ser recusados a critério do Corpo Editorial. Todos os pretendentes ao espaço da Revista. dentro do subtítulo "Ciência e Técnica ou Engenharia", de verão apresentar um resumo em portug�ês no início do trabalho e um "Summary" em inglês antes da listagem da bibliografia. A bibliografia deve ser listada, em ordem alfabética, pelo último nome do primeiro autor. As referências bibliográficas devem ser citadas no texto em uma das seguintes formas opcionais: Silva ( 1 980); Silva 1 980; (Silva 1 980); (loc. cit., Silva. 1 980); ou (Silva, 1 980: 35). As abreviaturas de nomes de periódicos devem seguir as normas da "World List of Scientific Perio defi n i t i v a e m relação à paginação d o trabalho, devendo constar uma chamada no texto. Na montagem deverá ser obedecido um rigoroso critério de eco nomia de espaço através da divisão da página em lauda esquerda e lauda direita. Para possibilitar este aproveitamento de espaço, a magnitude da redução poderá ser ajustada. O Corpo Editorial outorga-se o direito de proceder às alterações na montagem dos clichês e das pranchas ou de solicitá-Ias ao autores. As legendas e os títulos das ilustrações deverão ser dati l ografados à parte do texto e das pranchas. As ilustrações enviadas pelo correio deverão ser protegidas em forma de pranchas de cartolina com uma proteção externa em cartão duro ou em madeira. de forma a d e i x á - I a s s e m p r e p l a nas. n u n c a dobradas. A C E n ã o pode responsabilizar-se pelas perdas e danos com serviços de postagem . (vii i } Em nenhum caso (subtítulo, nomes de autores, etc) deverão ser usadas palavras escritas só com maiús culas. No corpo do texto serão grifados apenas nomes genéricos e específicos e palavras estrangeiras even tualmente usadas nas referências bibliográficas: grifar apenas os nomes de li vros e periódicos e seus respectivos volumes. ( i x ) Estas normas se aplicam à produção de testos por meio dos múltiplos instrumentos da informática e os artigos podem ser apresentados empregando-se qualquer recurso de gravação reprodutlvel e vi sualizável. As credencicais dos autores e as notas (x) dicals". Textos que resultam de ensaios devem conter: título, credenciais dos autores. resumo, introdução, material e método, resultados e discussão, conclusão, agradecimentos, summary e bibliografia. digitalizado por de rodapés podem ser organizadas dentro dos cri térios "Wi nword 6.0" (ou versão posterior). Todos os artigos publicados poderão ser impressos em tiragem de I O separatas. As separatas acima desse número serão cobradas dos autores a preço de custo. Os autores não receberão provas para exame e correção, os originais serão considerados definitivos. arvoredoleite.org :: I' Revista que há 56 anos vem se esp ecializan do na p esquisa e difusão do setor de leite e derivados. 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