GESTÃO CONCEPÇÕES E TEMNDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS . INTRODUÇÃO As transformações capitalistas contemporâneas e o espraiamento do neoliberalismo vai além de impor ajustes econômicos ao enfrentamento das crises do capital, levar à redefinição de novas relações entre Estado, Mercado e Sociedade Civil, haja vista a agudização da “questão social” expressas pelos processos de desigualdade oriundos do modelo concentrador de riqueza. As conquistas democráticas de ampliação e garantia de direitos materializadas sob forma de Políticas Sociais, vão exigir novas formas de investimento e práticas que incorporem formas de participação coletiva via Controle Social. Assim, os processos de governança e de Gestão precisam ser revistos em suas funções principalmente de Planejamento, Administração e Avaliação. GESTÃO Na perspectiva clássica, o conceito de Gestão possui como finalidade superar as formas empíricas e se constituir em competências capazes de empreender maior racionalidade de forma eficaz, eficiente e efetiva nas decisões e imprimir novos processos de trabalho, organização de pessoas, recursos e produtos visando otimizar e maximizar os resultados dentro de padrões de qualidade vinculados à elevação da produção e produtividade, gerando lucro e acúmulo de capital. GESTÃO A ênfase na dimensão Gestão centrada na racionalidade não priorizava uma visão coletiva e acabava fortalecendo a individualidade onde a capacidade de trabalho era “medida” pelo “intelecto humano”, entendido como instrumento para produzir resultados. Nela, há separação entre corpo e pensamento. Ficando evidente quem planeja e quem executa. Ao não refletir sobre a atividade de trabalho, o trabalhador “aliena-se” do processo de produção. GESTÃO O modelo de desenvolvimento impulsionado pelo capitalismo centrado no crescimento econômico e progresso tecnológico, dentro de uma perspectiva agressiva, predatória da natureza, da produção intensiva e subordinação da ciência e tecnologia ao ditames do mercado, se mostrou incapaz de agregar novos padrões de vida coletiva, trabalho e distribuição de renda. GESTÃO ABORDAGENS : PERSPECTIVA ESTRUTURAL: • Teorias da Gestão Científica (F.Taylor - 1911) visando maior eficiência industrial que tinha por ideias base: encontrar uma “única melhor maneira”de realizar um trabalho; seleção dos trabalhadores; treino e educação; interação amigável e cooperação, mas com clara separação dos deveres. • A Escola Clássica – Teoria Geral da Administração (H. Fayol - 1916) que divide as operações empresariais em 6 atividades fundamentais: Comercial, Técnica,Segurança, Contabilidade, Financeira e de Administração ( planejamento, organização, comando, coordenação e controle). Define também os Princípios da Gestão : Divisão do Trabalho, Autoridade, Disciplina, Unidade de Comando, Unidade de Direção, Subordinação do interesse individual ao coletivo,Remuneração, Centralização, Cadeia de Comando, ordem, Equidade, Estabilidade no emprego, Iniciativa e Espírito de Equipe. GESTÃO ABORDAGENS : PERSPECTIVA ESTRUTURAL: • Teorias da Burocracia ( M.Weber - 1947) propunha um tratamento equitativo de todos os empregados, a cada um deve ser atribuído áreas específicas de atuação e responsabilidades na base da sua competência e capacidades. Defendia um sistema ordenado de supervisão e subordinação a uma unidade de comando. Fazia apelo e uso intensivo de documentos escritos relativos a regras e regulamentos, detalhado em manuais. • Teoria da Decisão ( H. Simon e J. March) destaca a ideia de que os indivíduos tomam decisões com base em uma série limitada de alternativas possíveis, não avaliando a totalidade das opções. Fazem baseadas nas regras e experiência e escolhem as soluções que satisfaz e não procuram a solução ótima. ABORDAGENS : GESTÃO PERSPECTIVA HUMANA: • Escola de Relações Humanas ( E. Mayo) referencia que os sentimentos e as atitudes dos trabalhadores influenciavam na produtividade. “Experiências de Hawthorn”; • Escola da Dinâmica de Grupos ( K. Lewin) os empregados aprendem mais depressa os novos métodos de trabalho se lhes fosse dada a oportunidade de discutir em grupo e certa liberdade na forma de aplicação nas suas tarefas. • Liderança (déc.50 R. Bales e D. McGregor) enfatiza a importância dos grupos e da liderança que classificou em 2 tipos: Líder de Tarefa ( focaliza os objetivos do grupo em termos de produtividade – tarefas ) e Líder Social ( busca atingir os objetivos atuando no desenvolvimento da coesão e encorajando a colaboração entre os membros do grupo). GESTÃO ABORDAGENS : PERSPECTIVA INTEGRATIVA : • Escola Sociotécnica (E. Trist, W. Bamforth, E. Emery) que defende que os sistema técnico ( equipamentos e métodos de trabalho) tem um efeito muito forte sobre o sistema social, ou seja, as relações humanas e os comportamentos de grupo são influenciados pelo sistema técnico em que as pessoas trabalham. Os aspectos técnicos e sociais do trabalho devem ser considerados em simultâneo. • Teoria dos Sistemas ( D. Katz e R. Khan) a organização como um sistema aberto que interage com variáveis do ambiente que o rodeia. O sistema se articula com um conjunto de subsistemas interdependentes e inter-relacionados deve manter informação e feedback ou retroalimentação visando o equilíbrio. A organização deve adaptar-se às alterações do ambiente. GESTÃO ABORDAGENS : PERSPECTIVA INTEGRATIVA : • Teoria da Contingência ( T. Burns e G. Stalker) abordagem do pensamento e prática recente da gestão que destaca a idéia de que o que os gestores fazem na prática, depende do conjunto de circunstâncias que caracterizam a situação. Dois tipos: Sistema Mecanicista – estrutura rígida e hierárquica e Sistema Orgânico – flexível, menos estruturado e influência dos trabalhadores na tomada de decisão. Atualmente volta-se para o desenho das tarefas, a liderança, a dinâmica de grupos e as relações de poder. Os gestores possui diferentes papéis : Interpessoal ( figurativo, líder e de relação); Informacional ( receptor disseminador e transmissor); Decisional ( empreendedor, solucionador de conflitos; Distribuidor de Recursos e Negociador. GESTÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS Segundo Dowbor,1999, o capitalismo se constituiu como um “sistema capaz de produzir, mas não de distribuir, pois joga milhões no desemprego, dilapida o meio ambiente e remunera mais especuladores do que produtores”. O pacto forjado pelo” Welfare State” que criou a perspectiva de proteção social voltada para assegurar políticas universalistas, reconhecidas como direitos dos cidadãos, não foi suficiente para enfrentar os crescentes processos de exclusão do conjunto dos serviços, direitos e riquezas produzidas, assim como, nunca chegou a se expressar na América Latina e Brasil. GESTÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS A dramática concentração de renda gerou e gera desestabilidades profundas no planeta e, a visão de que o luxo dos ricos gerava “bem-estar” e a desigualdade era um mal necessário, “triste”, mas “inevitável ” não mais convence. Assim como as ações paternalistas e assistencialistas. Disciplina: Estágio Supervisionado e Oficina de Prática e Sistematização em Serviço Social GESTÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS Disciplina: Estágio Supervisionado e Oficina de Prática e Sistematização em Serviço Social O modelo neoliberal, centrado nos ajustes econômicos expressos no Consenso de Washigton, chega ao seu esgotamento, o que em um mundo globalizado vai requerer responder à crise do Estado para repor a centralidade do mercado, a partir de políticas de desregulamentação e de ajustes. Segundo Michel Hammer, era preciso uma “reengenharia” que considerasse a “dimensão humana”. Se advoga um Consenso “post-Washington” que precisaria construir bases para um desenvolvimento sustentável e equitativo. Logo, a política econômica precisa ter um forte e claro conteúdo social. A adoção de Políticas Sociais deveriam além de atuar nos processos de desigualdade e exclusão gerar estabilidade sócioeconomica e política. GESTÃO Os processos de governança e de Gestão alicerçados na hierarquia, controle, racionalização, características presentes tanto na gestão privada como na gestão pública são questionados e não mais produzem os resultados esperados, precisando ser revistos visando avançar no sentido da democratização das relações sociais cuja complexidade desafiava Estado e Sociedade. Urge, então, uma perspectiva de Gestão com base em um novo paradigma de Desenvolvimento. O paradigma que se expressa é de Desenvolvimento Sustentável, onde se que busca agregar as dimensões: econômica,social,humana e ambiental, definindo a qualidade de vida como objetivo e como finalidade mais ampla da sociedade. Nele, o SOCIAL é uma dimensão que articula e perpassa todas as demais em todos os setores. Deve assegurar a participação ativa e cidadã, ultrapassando a visão assistencialista, paternalista e clientelista existente para assumir a responsabilidade que lhe confere o poder político efetivo que têm. GESTÃO GESTÃO Torna-se urgente incorporar novas formas de GESTÃO e atuação na área social, capazes de promover novas relações entre Estado, Mercado e Sociedade Civil, tendo por base os eixos da competência, sustentabilidade, consciência e ética. Os objetivos do Desenvolvimento precisam ser revistos, de modo a ir além do mero crescimento e “ incluir outras metas, tais como o Desenvolvimento Sustentável, Equitativo e Democrático e a buscar estratégias que sirvam para promover avanços em todas estas metas simultaneamente.” (Nogueira, 1998) GESTÃO Nos anos 90 se constata de forma definitiva, que o desenvolvimento econômico não traz necessariamente avanços sociais e que as ações assistenciais não conseguem transformar a sociedade. A dimensão social do desenvolvimento deixa de ser um “complemento”, uma dimensão humanitária, para se tornar um dos componentes essenciais para se efetivar processos sociais vinculados a uma perspectiva de transformação social . É neste cenário que as bases para o estabelecimento de novos paradigmas de atuação na área Social se expressam com vigor, impondo a necessidade de romper com ações assistencialistas, paternalistas e paliativas. A Gestão com base em um novo paradigma de Desenvolvimento requer foco no social, alicerçado nos Direitos Humanos. Disciplina: Estágio Supervisionado e Oficina de Prática e Sistematização em Serviço Social A Baixada Fluminense não tem nenhuma cidade com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) classificado como “baixo” e “muito baixo”. O ranking foi divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), através do estado Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Essa é a terceira pesquisa divulgado pelo órgão da ONU. Os anteriores foram divulgados em 1998 e 2003. O IDH vai de 0 a 1 e quanto mais próximo de zero pior é o desenvolvimento humano. De acordo com o PINUD, Nilópolis continua em primeiro lugar, tendo atingido a marca de 0,753 e Japeri em último, com 0,659. A grande novidade ficou por conta ascensão de Mesquita, que ficou em segundo lugar. De acordo com Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, o município de Paracambi está em terceiro lugar (0,720), seguido de São João de Meriti (0,719), ficando Seropédica e Nova Iguaçu empatados em quinto lugar (0,713). O estudo mostra ainda que Duque de Caxias está em sexto lugar (0,711), Magé em sétimo (0,709), seguido por Guapimirim (0,698), Belford Roxo (0,684) e Queimados (0.680). NOVA PERSPECTIVA DE GESTÃO FUNÇÕES DA GESTÃO É a ação de determinar a finalidade e os objetivos da organização, prever as atividades, os recursos e os meios que permitirão atingir ao longo de um período de tempo. É a ação de conduzir e motivar pessoas a exercerem suas tarefas e atividades a fim de alcançar os objetivos propostos. É a ação de agrupar pessoas e recursos, definir atribuições , responsabilidades e normas de modo a atingir a finalidade e objetivos propostos . É a ação de comparar os objetivos estabelecidos e os recursos previstos com os resultados atingidos e os recursos realmente gastos, a fim de corrigir ou mudar os rumos fixados. EFICIÊNCIA – é o resultado da comparação entre as realizações e os resultados com os recursos utilizados para atingi-los. Estabelece a correlação entre os efeitos dos programas (benefícios) e os esforços (custos) empreendidos para obtê-los. Relaciona os custos e recursos empregados buscando aferir a otimização ou desperdício dos insumos utilizados na obtenção dos resultados. EFICÁCIA – é o resultado obtido da comparação entre as realizações e os resultados reais com os objetivos que foram estabelecidos. Busca adequação da ação para alcance dos objetivos (gerais e específicos) e das metas previstas no planejamento, estabelecendo as razões de êxitos e/ou fracassos. (Eficácia Funcional, Administrativa e Contábil); EFETIVIDADE – é a realização da ação adequada para transformar a situação existente e deve estabelecer o resultado e impactos da ação na população alvo. OBJETIVA – é o critério de aferição da mudança quantitativa e o antes e o depois da execução do programa / projeto. SUBJETIVA – é o critério da avaliação das mudanças comportamentais nas crenças e valores da população alvo. SUBSTANTIVA – é o critério da avaliação das mudanças qualitativas significativas e duradouras nas condições sociais de vida do público alvo. Assim, se esboça e vai ganhando espaço, a construção da chamada “Gestão Social”, vista como um “construto estratégico” capaz de dar sentido e reconhecimento elaboração de a experiências dispersas, participativas e democráticas presente em alguns setores e organizações/instituições. “O processo de construção da Gestão Social como alternativa de governança e de relação entre atores evidencia o propósito de avançar no sentido de democratização nas relações sociais,por meio de participação e engajamento de diversos atores em decisões e práticas que privilegiam a dimensão dialógica e relacional da Gestão” . (Tenório, 2002/2004) O debate sobre Gestão,em seu caráter de racionalização e ganha nova direção principalmente com a visão, dentre outros de Tenório (1997) pois ele referencia que no exercício cotidiano, a gestão deve se expressar por meio de competências que se articulariam a partir de quatro Funções : Planejamento, Organização, Liderança / Direção e Controle objetivando garantir desenvolvimento organizacional. Druker(1997) e Hudson(1999) dimensionam que nas organizações pode-se estabelecer algumascaracterísticas comuns na função de Gestão: o Planejamento Estratégico, o Gerenciamento Descentralizado, o Trabalho em Equipe e Liderança. . Klikberg,(1999) acrescenta que, a área social, exige cada vez mais flexibilidade na interpretação da realidade e métodos adequados. vinculados com a participação da população. Segundo Dowbor, 1999 no Brasil se criou uma separação entre economistas “sérios” e os cientistas sociais, pois estes últimos, se preocupavam com a tragédia social . “Uns se preocupavam com o PIB, e outros deveriam trazer ‘bandaid’ ou ‘muletas sociais’ para as vítimas do processo”. “ É tempo de se rever esta esquizofrenia. Entre o cinismo pragmático e o idealismo ingênuo. Já é tempo de se construírem as pontes” A realidade demonstrava que não era apenas uma questão de ampliar investimentos e as políticas sociais, mas principalmente de imprimir novas formas de gestão que estivessem voltadas para investir no ser humano, na sua informação e formação uma nova forma de pensar e agir no campo social. Emerge nos anos 90, de forma contundente, debates acerca da necessidade de uma Gestão Social, comprometida com a Qualidade,Cidadania e Vida. GESTÃO SOCIAL O debate sobre Gestão Social referenciado na “gestão das ações públicas” que objetivam enfrentamento das necessidades e direitos sociais dos cidadãos se fortalece. No entanto, a gestão das Políticas Sociais “só poderá produzir respostas consistentes se e quando as pressões e reivindicações dos movimentos da sociedade civil organizada conseguir penetrar na agenda estatal, transformando demandas sociais em políticas públicas que assegurem o alargamento e a consolidação da cidadania para as minorias.” (Brant de Carvalho, 1999) GESTÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS Tendo por pressuposto que as políticas públicas, mesmo decididas pelo Estado , emergem na sociedade civil, haja vista se constituírem como respostas às necessidades e demandas dos cidadãos, que, com a CF88 são reconhecidas como legítimas que adentraram na agenda do Estado vocalizadas por diferentes grupos e movimentos que adensam forças e pressões no campo político buscando efetivação de cidadania. As Políticas Sociais, Planos, Programas, Projetos, e Serviços passam a se constituir em canais e respostas às necessidades e demandas visando de um lado manutenção de um pacto de governabilidade e, de outro, enfrentamento e amortecimento das tensões sociais advindas do acirramento dos processos de desigualdade gerados pela concentração de riquezas. GESTÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS É preciso rever os objetivos do desenvolvimento, papel do Estado e da Sociedade Civil e também do mercado no âmbito do desenvolvimento e buscar formas estratégicas de uma Gestão Social assentada nos princípios de : Subsidiaridade, Complementariedade, Transparência, Flexibilidade, Igualdade, Equidade e Sustentabilidade (Castells,1998) GESTÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS O Direito Social como fundamento da Política Social deve romper e não deixar espaço para se conduzir a política de forma clientelística, paternalista ou tutelar. O reconhecimento da cidadania implica adotar Programas, Projetos, estratégicos vinculados a uma perspectiva de fortalecimento emancipatório, de “ empowerment” e autonomia da população alvo voltados para que ocorra de fato inclusão social alicerçada na ética, competência e responsabilidade. MODALIDADES DE GESTÃO SOCIAL GESTÃO PATRIMONIAL Sua principal característica é a privatização do Estado, o que significa o privilegiamento de alguns grupos na direção da Política e na alocação de recursos ( financeiros, humanos, materiais e de informação ) de acordo com interesses particulares. GESTÃO TECNO-BUROCRÁTICA Imprime critérios técnicos sob uma perspectiva que afasta as decisões os interesses pessoais e atribuições arbitrárias (neutralidade), porém, promove a despolitização do processo decisório no que tange as prioridades de serviços, recursos, locais e população destinatária sob a justificativa do “crivo” tecnocrático Predominou no regime da ditadura militar que investiu em políticas públicas com a racionalidade tecnoburocrática de aparente neutralidade. GESTÃO GERENCIAL A partir da déc. 80 se difunde no bojo neoliberal, questionando a ineficiência e ineficácia do Estado assim como sua capacidade e responsabilidade frente a “questão social” . Introduz na gestão pública a gestão empresaerial que transfiguram os cidadãos em “clientes” e incentivam a concorrência entre os entes federativos. Traz inovações gerenciais e democráticas como prestação de contas, transparência, e proposição de participação de atores sociais significativos em uma perspectiva de parceria entre Estado e Sociedade Civil. Contudo leva a incorrer em riscos de assumir uma democracia minimalista ( concebe a liberdade a partir de um prisma individualista e não igualitário). GESTÃO DEMCRÁTICO –PARTICIPATIVA Reivindicada por movimentos sociais dos anos 70/80, tem suas bases na CF88. Prioriza as demandas das classes populares e privilegia a população destinatária. Tem por ênfase a participação social e fortalecimento de processos decisórios dentro de uma perspectiva democrática. Visa fomentar os movimentos sociais pela mobilização social dentro dimensionando o Controle Social. Prioriza a descentralização políticoadministrativa e interface intersetorial de políticas, programas , projetos e serviços numa articulação em Rede. Requer dos gestores posicionamento político e competência técnica na garantia e qualidade dos serviços e direitos. GESTÃO EM REDE Tendência que se expressa no final do séc. XX combina tanto com a democrático-participativa, tendo por inovação por abordar as políticas ( habitação, saúde, assistência social, etc) de forma interfacetada buscando articulação dos atores sociais do Estado e da Sociedade Civil, enfatizando as ações locais. Busca estabelecer vínculos orgânicos do ponto de vista técnico, político e orçamentário. Tende a evitar compartimentalizações dos direitos que tanto dificulta o exercício da cidadania. Para que haja articulação dos vários atores sociais é fundamental identificar as Redes Sociais. São elas : Rede de Pertencimento – relações estabelecidas pelos sujeitos individuais e coletivos no cotidiano; Rede de Equipamentos e Serviços Coletivos – tem sentido na operacionalização da Políticas Públicas e na forma institucional na trajetória da população que busca por direitos; Rede Movimentalista – formada por movimentos sociais, fóruns, conselhos, organizações não governamentais configuradas como participação sóciopolítica; Rede de Políticas Públicas – atores que atuam no interior do Estado e da Sociedade Civil (movimentos sociais, ONG’s, e3ntidades sociais, secretarias e órgãos públicos estatais e paraestatais. GESTÃO SOCIAL A Gestão Democrático-Participativa, a Gestão em Rede e, de certa forma a Gestão Gerencial, são modelos que apresentam um potencial democratizador. No entanto, sua materialização vai exigir para além das concepções políticas e ideológicas, a competência técnica dos gestores em implementar Serviços sociais. Significa operar Objetivos para alcance de Metas por meio de Método de desenvolvimento das atividades, utilização de Recursos , humanos, materiais e financeiros em um tempo determinado. Ou seja a Gestão Social requer PLANEJAMENTO. GESTÃO SOCIAL A Gestão Social dentro de uma perspectiva crítica e participativa, tende a articular práticas contra-hegemônicas ao capital neoliberal globalizante. Reconhece práticas diferenciadas e inovadoras que se colocam como desencadeadoras de iniciativas que podem ampliar alcances e impulsionar transformações significativas, questionando não apenas as estruturas políticas, mas desafiando o “status quo”. Dentro desta perspectiva, impões as perguntas : “gestão para que?” e “gestão para quem?”, o que implica em um posicionamento político na compreensão das relações entre homem e sociedade. A Gestão Social, deve estar afinada. Segundo Lave e Wenger,1998 requer bases de aprendizagem coletiva e individual. GESTÃO SOCIAL “A Gestão Social deve estar baseada na articulação entre diferentes saberes e tende a ser potencializada em situações que envolvem práticas concretas em torno das quais as pessoas engajam-se, levando saberes que já possuem e construindo outros, coletivamente. Trata-se pois, de construir processos de formação que valorizem e estimulem a articulação entre saberes acadêmicos e não, multi e interdisciplinares, de diferentes atores, com diferentes histórias, origens e áreas de atuação.” (Wenger,1998) GESTÃO SOCIAL CONCEITO “Um conjunto de processos sociais no qual a ação gerencial se desenvolva por meio de uma ação negociada entre seus atores, perdendo seu caráter burocrático em função da relação direta entre processo administrativo e a múltipla participação social e política” ( Tenório, 1998) Deve ser capaz de romper com as concepções tradicionais e conduzir as pessoas para a busca da emancipação e auto realização com alcance da satisfação social e concretização das potencialidades. GESTÃO SOCIAL CONCEPÇÃO Gestão das ações sociais, das demandas e necessidades dos cidadãos,que foram reconhecidas como legítimas e constituídas como direitos, cujo ingresso na agenda estatal se deu por meio de políticas públicas, devendo se inserir de forma prioritária. “Assentada no consenso, de que as ações sociais além de estratégicas, devem se basear na comunicação e no diálogo, compartilhando decisões, objetivos e os meios de atingi-los.” (Melo, 2006; Tenório, 2004) GESTÃO SOCIAL A assimilação de novas tecnologias e formas de GESTÃO SOCIAL possibilita repensar as formas de organização social e a redefinir a relação entre o político, o econômico e o social, assim como a escutar de forma sistemática os atores estatais, empresariais e comunitários, apontando para a construção de uma sociedade mais horizontalizada, mais participativa, mais organizada em rede, inclusiva e cidadã. GESTÃO SOCIAL COMPROMISSO Alterar as diferenças e processos de desigualdade e exclusão social através de uma GESTÃO ESTRATÉGICA, PLANEJADA E INOVADORA, que articule a dimensão técnica com a dimensão ética e política comprometida com o DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E HUMANO. GESTÃO SOCIAL OBJETIVO : QUALIDADE DE VIDA GESTÃO SOCIAL PRINCÍPIOS SUBSIDIARIDADE Gestão Social assentada nos princípios de : Subsidiaridade, Complementariedade, Transparência , Flexibilidade , Igualdade , Equidade e Sustentabilidade (Castells,1998) FLEXIBILIDADECOMPLEMENTARIEDADE ÉTICA IGUALDADE TRANSPARÊNCIA SUSTENTABILIDADE GESTÃO SOCIAL QUESTÕES-CHAVES Necessidade de revisão das Competências e Responsabilidades do Estado; Importância da Participação Ativa da Sociedade civil – Controle Social ; Processo de Formação de Redes; Compreensão das Parcerias ( público - privada) como forma de enfrentamento da exclusão social e como referência para a elaboração de Políticas Sociais. GESTÃO SOCIAL Descentralização Política e Administrativa Estado Participação Ativa Parceria Políticas Sociais Mercado Responsabilida de Social Sociedade Civil Rede Controle Social GESTÃO SOCIAL : MODELO TREVO Uma entidade/organização social existe para atuar nas questões da sociedade que podem afetar sua qualidade de vida hoje e no futuro. O gestor precisa compreender o público alvo a partir de seu contexto social. Deve manter uma visão global da sociedade e observar todas as circunstâncias que cercam a inserção dos público alvo, avaliando o passado, o presente e projetando o futuro. O gestor precisa dispor ainda de informações sobre o que já está sendo feito para e por esses público alvo, quem se interessa por eles, se há outras instituições trabalhando para atendê-los, como, por que e onde atuam. Sua ferramenta principal é a entidade social e o seu campo de atuação maior, a SOCIEDADE. Com a Sociedade, preenche-se o primeiro espaço do “trevo”. GESTÃO SOCIAL : MODELO TREVO Uma Organização social representa, em sua essência, um grupo de pessoas que resolveu fazer algo para interferir no quadro atual da sociedade. Constitui-se de pessoas que, por várias razões, reconheceram uma determinada necessidade e decidiram que poderiam ajudar, por menor que fosse essa ajuda, apoiando crianças em situação de risco social, educando adolescentes ou acolhendo homens de rua. Essa ação corresponde, na verdade, ao segundo campo de atuação do gestor: os SERVIÇOS prestados pela entidade. GESTÃO SOCIAL : MODELO TREVO Não adianta querer ajudar, saber como e o quê fazer. Se não tiver com quê fazer, não será possível obter resultados que façam a diferença. Desse modo, o terceiro “campo” em que o gestor atua é o dos RECURSOS. No campo Recursos (equipamentos, carros, computadores, dinheiro, poupança,doações, insumos, material didático, etc) ou seja, tudo aquilo que vai ser utilizado, consumido ou repassado para a sociedade na prestação de serviços da entidade. Faz parte de suas obrigações controlar o uso dos recursos e aplicá-los bem no trabalho. Mas também precisa buscar aquilo de que ainda não dispõe, ser captador dosrecursos que ela vai precisar. Os recursos funcionamcomo infra-estrutura para que a instituição atue na sociedade e alcance aquilo a que se propõe. GESTÃO SOCIAL : MODELO TREVO Finalmente, para prestar serviços e contribuir para o desenvolvimento da sociedade, além de recursos é preciso… gente! Ou seja: pessoas, talentos e capacidades. Esse é o quarto campo básico administrado pelo gestor: as PESSOAS. Nesse campo incluem-se a criatividade, o potencial, a experiência, o conhecimento, a maturidade da organização. Estão também os conflitos, as relações, as amizades, o “clima” entre as pessoas, o espírito de equipe, a liderança e a disputa pelo poder. O gestor precisa estar preparado para lidar com as pessoas tendo, habilidade, paciência, sensibilidade, interesse e atenção. Um gestor é, ao mesmo tempo, educador, líder, facilitador,colega, companheiro, chefe e patrão. É também um caça-talentos, alguém que recruta e mobiliza pessoas para a equipe. O grande desafio é exercer, com naturalidade, o papel certo na hora certa. GESTÃO SOCIAL : MODELO TREVO GESTÃO SOCIAL : DILEMAS E DESAFIOS GESTÃO SOCIAL : DILEMAS DUAS ORDENS DE TENSÃO NA GESTÃO DA POLÍTICA SOCIAL CONTEMPORÂNEA Privatização das atividades do Estado conferem maior eficiência no gasto público, porém não asseguram maior equidade. A tensão entre Eficácia, Eficiência, Efetividade e Equidade. GESTÃO SOCIAL : DILEMAS A tensão entre a Lógica da Tutela ou compaixão e a Lógica dos Direitos Baseia-se na parceria entre Sociedade Civil / Iniciativa Privada/ Estado pelo valor da solidariedade. Corre o risco de desconsiderar o direito como fundamento da Política Social, através de sua “REFLILANTROPIZAÇÃO” “SOCIEDADE DE BEM-ESTAR “ GESTÃO SOCIAL DESAFIOS : • Necessidade de articular frequentemente o social, o econômico e o político para estabelecer prioridades de ação. • Trabalhar com recursos cada vez mais escassos em contraposição à crescente demanda social e, ao mesmo tempo, potencializar resultados. • Necessidade de formar alianças, através de parcerias e redes, como forma de melhorar a utilização dos recursos e habilidades e de atendimento das necessidades de cada parceiro. • Necessidade de criar instrumentos e meios de sustentação de sua ação. • Necessidade de garantir a total transparência de suas ações. GESTÃO SOCIAL DESAFIO • Orientar a dinâmica da organização, estabelecendo e interpretando objetivos, alocando recursos para atingir uma finalidade previamente determinada, considerando as necessidades e expectativas dos usuários. • Incorporar metodologias participativas que possibilitem o desenvolvimento de capacidades de autosustentação para alcance dos objetivos; • Considerar a especificidade de cada território / local, dentro da perspectiva de descentralizaçãodos programas e projetos, viabilizando para uma maior participação. GESTÃO SOCIAL DESAFIO Interpretar a Missão da Organização e traduzir os objetivos propostos em ações eficientes, eficazes e efetivas, através das Funções: PLANEJAMENTO ADMINISTRAÇÃO E MONITORAMENTO AVALIAÇÃO Referências Bibliográficas CHIAVENATO, I. Administração para Não-Administradores. São Paulo: Saraiva, 2008 DRUKER, P. A Administração de Organizações sem fins lucrativos: princípios e práticas. 4ª ed. São Paulo, 1997 HUDSON, M. Administrando Organizações do Terceiro Setor: o desafio de administrar sem receita. Makron Books: São Paulo, 1999 KAUCHAKJE, S. Gestão Pública de Serviços Sociais. Curitiba: Ibebex, 2008 KLIKSBERG,B. Como capacitar em Gerência Social: ENAP, 1999 RAICHELIS, R. WANDERLEY, L. Desafios de uma gestão pública democrática na integração regional. In: Revista Serviço Social e Sociedade nº 78, São Paulo: Cortez, 2004 RONCONI, L. Os Dilemas gerenciais do Serviço Social. Artigo produzido a partir da Dissertação de Mestrado Gestão Social e economia Solidária: desafios para o Serviço Social. Florianópolis: UFSC, 2003 RICO, M. e RAICHELIS (Org.) Gestão Social : Uma Questão em Debate. São Paulo: IEE/EDUC – PUC/SP,1999 TENÓRIO, F. Gestão de ONGs : Principais Funções Gerenciais . Rio de Janeiro: FGV, 1999 TEIXEIRA, S. Gestão das Organizações. Portugal,: Mac Graw-Hill, 1998