2013 MONITORAMENTO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL RELATÓRIO MUNICIPAL SÃO BENTO DO UNA Gerência de Monitoramento e Avaliação | GMA 1 Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos |SEDSDH Eduardo Henrique Accioly Campos Governador do Estado João Lyra Vice-Governador do Estado Laura Mota Gomes Secretária de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos Clodoaldo Silva Secretário Executivo de Coordenação de Gestão Ana Célia Cabral de Farias Secretária Executiva de Desenvolvimento e Assistência Social Mariana de Andrade Lima Suassuna Superintendente das ações de segurança Alimentar e Nutricional Paula Vanusa de Santana Tavares Oliveira Gerente de Planejamento, Projetos e Capacitação Ingrid Vier Gerente de Monitoramento e Avaliação Fernanda Shelly Rodrigues F. da Silva Gerente do Fundo Estadual da Assistência Social Joelson Rodrigues Reis e Silva Gerente do Sistema Único de assistência Social – SUAS Rafaella Viana Gerente das Ações da Proteção Social Básica Rafael West Gerente das Ações da Proteção Social Especial de Alta Complexidade Lioniza Severina dos Santos Gerente das Ações da Proteção Social Especial de Média Complexidade Centro de Desenvolvimento e Cidadania | CDC Ana Nery dos Santos Melo - Presidente Adriana Santos - Técnica Administrativa Roberta Clarissa Barbosa - Técnica Administrativa Equipe Técnica Katharyna Assunção Coordenadora administrativo-Financeira Creusa Melo Coordenadora de Estudos e Pesquisas Maria José Diniz Coordenadora de Monitoramento Bruno Albuquerque - Técnico de TI Flávio Leandro Alves dos Santos - Estatístico Vinícius Souto Maior - Estatístico Técnicos Administrativos Carlos Gomes Marco Aurélio Dantas Técnicos de Estudos e Pesquisas Jadeildo Rodrigues da Silva Marta G. Almeida de Queiroz Raquel da Cruz Fonseca Shirley Samico Técnicos de Monitoramento Ana Paula Santiago Danielle Rafael de Souza Fátima Maria Ferreira Barbosa Francisco Godoy Laila Talita da Conceição Costa Nayana Henrique Amâncio Paula Felipe da Silva Raquel da Cruz Fonseca RebekaNylkare Marques Roberta Eleonora Souza Leão Rosilene Mota Sandro Santos da Cunha Waylla Gonçalves de Sousa Wivian Araújo Motoristas Antônio Saraiva Diozane Cabral Francisco Pires Lima João Marcelo de Oliveira José Jorge da Silva Severino Pantaleão Câmara SUMÁRIO 1. 2. 3. NOTAS INTRODUTÓRIAS ...................................................................................... 5 ASPECTOS GERAIS | SÃO BENTO DO UNA ....................................................... 6 GESTÃO DA POLÍTICA ............................................................................................ 8 3.1. PLANO, FUNDO E CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL..................... 8 3.2. MONITORAMENTO E VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL ....................................... 10 4. CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL |CMAS........................ 11 4.1. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO CMAS DE SÃO BENTO DO UNA. .................. 11 4.2. INFRAESTRUTURA E DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO. ......................................... 13 4.3. CONTROLE SOCIAL.................................................................................................... 14 5. CAPACIDADE INSTALADA DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ..... 15 5.1. PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA | PSB ............................................................................ 15 5.1.1. Centro de Referência da Assistência Social | CRAS ........................................... 16 5.1.2. Benefícios Eventuais .............................................................................................. 23 5.1.3. Benefício de Prestação Continuada | BPC ...........................................................24 5.1.4. Benefício de Prestação Continuada | BPC na Escola ...........................................28 5.2. PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL | PSE ......................................................................... 29 5.2.1 Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS). ............... 30 6. GESTÃO DO TRABALHO NO MUNICÍPIO DE SÃO BENTO DO UNA. ...... 35 6.1. COMPOSIÇÃO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS RECURSOS HUMANOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL. .......................................................................................................... 35 6.2. CONDIÇÕES DE TRABALHO NO ÂMBITO DO SUAS................................................. 37 6.3. CAPACITAÇÃO CONTINUADA/FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. .... 40 7. CONSIDERAÇÕES / RECOMENDAÇÕES. ......................................................... 41 7.1. GESTÃO DA POLÍTICA ............................................................................................... 41 7.2. CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. ................................................ 41 7.3. CAPACIDADE INSTALADA DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO. 42 7.4. GESTÃO DO TRABALHO ........................................................................................... 44 REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 45 APÊNDICE ........................................................................................................................ 46 APÊNDICE A – SUGESTÕES DE TEMAS PARA AS PRÓXIMAS CAPACITAÇÕES COM TÉCNICOS (AS) DOS CRAS E CREAS DO MUNICÍPIO DE SÃO BENTO DO UNA. ............................................................................................. 47 3 ‘’’’ LISTA DE TABELA Tabela 1: Características Populacionais do Município de São Bento do Una. ....................... 6 Tabela 2: Quantitativo de famílias no CADÚNICO e Programa Bolsa Família. ................ 7 Tabela 3: Beneficiários do BPC em 2012. .................................................................................. 7 Tabela 4: Fundo Municipal de Assistência Social de São Bento do Una em 2013. ................ 8 Tabela 5: Conselho Municipal de São Bento do Una. ............................................................. 9 Tabela 6: Conselhos existentes em São Bento do Una. ......................................................... 10 Tabela 7: Gestão do Conselho em São Bento do Una. ........................................................... 12 Tabela 8: Relação do CMAS com IGDSUAS e IGD Bolsa Família no município de São Bento do Una. ........................................................................................................................... 13 Tabela 9: Procedimentos adotados após o processo de inscrição das entidades .................... 14 Tabela 10: Tipos de benefícios eventuais acionados nos CRAS ............................................ 23 Tabela 11: Quantitativo de Beneficiários do BPC em São Bento do Una. ............................24 Tabela 12: Ações do Órgão Gestor do BPC ............................................................................. 25 Tabela 13: Informações fornecidas pelo governo federal ao município. ................................26 Tabela 14: Articulações do Órgão Gestor do BPC no município de São Bento do Una ...... 27 Tabela 15: Ações do Grupo Gestor no Município de São Bento do Una...............................28 Tabela 16: Rede de PSE em São Bento do Una. ...................................................................... 29 Tabela 17: Planejamento das ações do CREAS ....................................................................... 31 Tabela 18: Principais formas de acesso dos usuários ao CREAS. .......................................... 32 Tabela 19: violações de direitos atendidas pelo CREAS de São Bento do Una. ................... 32 Tabela 20: Atividades desenvolvidas no CREAS de São Bento do Una. .............................. 34 Tabela 21: Composição dos recursos humanos da Assistência Social em São Bento do Una. ................................................................................................................................................... 36 Tabela 22: Formação profissional da Assistência Social em São Bento do Una. .................. 37 LISTA DE QUADRO Quadro 1: Rede de PSB em São Bento do Una ....................................................................... 16 Quadro 2: articulações estabelecidas nos CRAS de São Bento do Una. ................................20 Quadro 3: Encaminhamento registrado pelo CRAS de São Bento do Una. ......................... 22 Quadro 4: Espaços físicos dos equipamentos sociais em São Bento do Una. ....................... 38 Quadro 5: Equipamentos e materiais existentes nos equipamentos sociais de São Bento do Una............................................................................................................................................ 39 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Ilustração 1: Identificação dos CRAS existentes em São Bento do Una. .............................. 16 Ilustração 2: Financiamento dos CRAS em São Bento do Una. ............................................ 17 Ilustração 3: situações atendidas e predominantes nos CRAS de São Bento do Una. ......... 17 Ilustração 4: Atividades e ações realizadas no CRAS de São Bento do Una. ....................... 18 Ilustração 5: Mobilização e disseminação de informações nos CRAS de São Bento do Una. ................................................................................................................................................... 19 Ilustração 6: Articulação dos CRAS com as políticas setoriais. ............................................ 21 4 ‘’’’ 1. NOTAS INTRODUTÓRIAS monitoramento da Política de Assistência Social está previsto na NOB/SUAS-2012 e demais documentos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) como responsabilidade que deve ser compartilhada entre todos os entes federados. É uma exigência a ser cumprida pela União, Estados e Municípios e se justifica pela necessidade do acompanhamento contínuo pela esfera governamental. Cada ente governamental se compromete com a Política no momento em que adere ou se habilita a qualquer um dos níveis da gestão do SUAS. O Estado de Pernambuco vem cumprindo com o seu papel de indutor da Política e reconhecendo a importância do acompanhamento das ações desenvolvidas em seu território. O monitoramento é realizado anualmente em todos os municípios do Estado, onde se visita cada um dos equipamentos, programas e projetos em execução no âmbito do SUAS, mesmo aqueles que não têm convênio direto com o estado, mas que guardam relação direta com o MDS, a quem o Estado deve prestar informações quando solicitados. O objetivo do monitoramento da Política de Assistência Social, de um modo geral, está em verificar as condições do seu funcionamento nos Municípios, a fim de contribuir com o alcance dos seus objetivos e metas. O intuito é conhecer para planejar, redirecionar e intensificar as melhorias necessárias para o bom funcionamento do SUAS. Neste sentido, os resultados do monitoramento apresentados a seguir, particularizam a realidade do município em questão, dimensionando, sobretudo, a capacidade instalada da Política de Assistência Social no município, destacando aspectos primordiais ao campo da gestão da política como, por exemplo: a existência de conselho, plano e fundo; as modalidades de financiamentos disponíveis; a realização de ações de Monitoramento e Avaliação; e a implantação da Vigilância Social como elementos essenciais à gestão descentralizada do SUAS. As informações relativas ao município de São Bento do Una, discutidas neste relatório, são produto dos dados colhidos no mês de março de 2013, a partir da visita à gestão municipal e ao conselho de assistência social, além dos equipamentos e programas existentes no município. Foram aplicados um total 09 questionários conforme o previsto. A análise foi realizada no intuito de caracterizar a rede de proteção básica e especial possibilitando, desta maneira, considerações e recomendações acerca da integralização das ações de proteção, maior objetivo da política de assistência social no território. O 5 ‘’’’ 2. ASPECTOS GERAIS | SÃO BENTO DO UNA Características Populacionais Classificação População residente em domIcílios particulares permanentes Valor absoluto % População em situação de extrema pobreza Valor absoluto Tabela 1: Características Populacionais do Município de São Bento do Una. % O Município de São Bento do Una fica Masculino 26 564 49,9% Sexo localizado no agreste Feminino 26 678 50,1% Urbana 27 899 52,4% 4 854 38,9% central e possui extensão Zona Rural 25 343 47,6% 7 633 61,1% territorial de 726,964 km2 0 a 4 anos 4 741 8,9% 1 546 12,4% e conta com uma 5 a 14 anos 11 363 21,3% 3 856 30,9% população total de 53.242 15 a 19 anos 5 376 10,1% 1 447 11,6% Faixa habitantes residentes em etária 20 a 39 anos 16 130 30,3% 3 286 26,3% domicílios particulares 40 a 59 anos 9 792 18,4% 2 020 16,2% permanentes. Destes, 60 anos ou mais 5 840 11,0% 332 2,7% 27.899 (52,4%) Fonte: Censo Demográfico IBGE/2010 (dados disponíveis na SAGI) encontram-se na área urbana enquanto que, 25.343 (47,6%) da população residem na área rural (IBGE/CENSO 2010). Além disso, o município encontra-se habilitado na gestão básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS1. Na tabela acima são destacados aspectos populacionais do referido município, onde se podem ressaltar os dados da população extremamente pobre (com renda per capita até 70,00 reais), que no município chega a 12.487 pessoas (23,5%). Do total de pessoas em situação de extrema pobreza, 3.856 (30,9%) estão na faixa etária de 05 a 14 anos, ou seja, crianças e adolescentes. Percentual este, muito próximo do público adulto com idade entre 20 e 39 anos de idade que chega a (26.3%), o que significa 3.286 pessoas vivendo em extrema pobreza, nesta faixa etária. Sendo assim, pode-se dizer que há no município um grande número da população com níveis de renda que a caracteriza como público-alvo prioritário da política de assistência (já que se encontra com ganhos muito abaixo de ¼ de salário mínimo, faixa de renda exigida para acessar os diversos serviços de assistência social). Tal dado é um indicativo da necessidade de acesso desta população a programas e serviços que viabilizem seu acesso a políticas e direitos sociais, tendo como complementação as estratégias de transferência de renda, que não enfrentam a pobreza de forma isolada. Total da população 53 242 - 12 487 - O 1 Nível em que o município tem a gestão da proteção social básica na Assistência Social, devendo o gestor, ao assumir a responsabilidade de organizar a proteção básica em seu município, prevenir situação de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, responsabilizando-se pela oferta de programas, projetos e serviços socioassistenciais que fortaleçam vínculos familiares e comunitários que promovam os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e transferência de renda e que vigiem direitos violados no território (PNAS/2004). 6 ‘’’’ Quantitativo de famílias inscritas no Cadastro Único e PBF Quantidade de famílias inscritas do CadÚnico 2010 8 462 2011 8 976 Tabela 2: Quantitativo de famílias no CADÚNICO e Programa Bolsa Família. A tabela ao lado mostra o universo de famílias cadastradas no Cadastro Único 2010 6 678 e das famílias beneficiárias do Quantidade de famílias Programa Bolsa Família – PBF, beneficiárias do Programa 2011 7 066 Bolsa Família (PBF) trazendo um comparativo do 2012 7 279 período 2010 - 2012. Os dados Fonte: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação, SAGI revelam que houve um crescimento em torno de 7,9%, em relação às famílias inscritas no Cadúnico e de 9% para as famílias beneficiárias do PBF comparando o período de 2010 a 2012. Em 2010, eram 8.462 famílias cadastradas no Cadúnico e em 2012 esse número se eleva para 9.131. Em se tratando do PBF o número de famílias beneficiárias era de 6.678 e em 2012 chegou a 7.279. Apesar da ampliação do acesso da população de São Bento do Una ao PBF, o que se observa ao se articularem esses dados é que o município apresenta a necessidade de expansão do Programa no território, a fim de dar cobertura àquelas famílias que já foram identificadas como público em extrema pobreza. Considerando, sobretudo, a importância de se investir em políticas sociais estruturantes, como educação e trabalho, e de potencialização da Assistência Social. A esse respeito, cabe destacar que a pobreza é um fenômeno que apresenta múltiplas determinações e desdobramentos, exigindo respostas articuladas a essa multiplicidade. 2012 9 131 Tabela 3: Beneficiários do BPC em 2012. Beneficiários assistenciais do BPC - 2012 Total de beneficiários idosos 343 Total de beneficiários deficientes 649 No que se refere ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), até o Total de beneficiários 992 mês de dezembro de 2012, o Fonte: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação, SAGI município possuía um total de 992 beneficiários. Destes, 343 são idosos e 649 são pessoas com algum tipo de deficiência. Cabe salientar, que o total da população idosa do município chega a 5.840 pessoas (11%) e entre elas há 332 (2,7%) vivendo em situação de extrema pobreza. Apresenta-se para o município o desafio da realização de diagnóstico mais aprofundado para identificação real deste público e das suas maiores demandas, considerando que o número de idosos beneficiários do município já supera o de extremamente pobres. 7 ‘’’’ 3. GESTÃO DA POLÍTICA 3.1. Plano, Fundo e Conselho Municipal de Assistência Social. N a perspectiva da consolidação de um sistema único no âmbito da Assistência Social, os instrumentos regulatórios dessa política2, consideram o Plano, o Fundo e o Conselho Municipal de Assistência Social, elementos fundamentais na gestão da Política de Assistência Social. Dessa forma, a existência desses três elementos constitui um pré-requisito para que os municípios realizem adesão a algum dos níveis de gestão do SUAS. No que se refere à realidade de São Bento do Una, o monitoramento 2013 identificou o cumprimento deste requisito da Política, constatando a existência do Plano já elaborado e aprovado pelo CMAS. Atendendo, desta maneira, tanto às indicações das normativas nacionais da Assistência Social, quanto à sua Política Estadual (PEAS, 2008). No âmbito dos recursos disponibilizados para a Assistência Social em São Bento do Una, os dados mostram que este município dispõe de financiamento das três esferas de governo. Quando se trata do Fundo de Assistência Social, as informações colhidas em campo apontam para o cumprimento de importantes diretrizes do âmbito do financiamento da Assistência Social. Entre elas: a existência de Fundo Municipal de Assistência Social, sendo o mesmo criado por lei e possuidor de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) próprio. (Ver tabela abaixo) Tabela 4: Fundo Municipal de Assistência Social de São Bento do Una em 2013. Fundo Municipal de Assistência Social O município possui o Fundo com CNPJ do FMAS • • • • FMAS instituído por Lei Todos os serviços socioassistenciais custeados com recursos próprios do município são registrados no FMAS A própria Secretaria de Assistência que toma as decisões do FMAS Relatório de execução dos recursos do FMAS é apresentado semestralmente ao Conselho Municipal de Assistência Social Fonte: PMAPAS/2013 Ainda na perspectiva de avaliação da organização do Fundo Municipal da Assistência Social de São Bento do Una, outro aspecto encontrado constitui o fato de sua gestão ser realizada pela própria secretaria municipal de Assistência Social. Este dado é relevante, uma vez que é o órgão gestor da política aquele de quem se espera maior domínio sobre a realidade local e sobre as demandas de sua população, pois, lida cotidianamente com esses elementos. Nesse sentido, deposita-se nesse órgão municipal 2 LOAS (1993), a PNAS (2004) e a NOB/SUAS (2012), entre outros. 8 ‘’’’ maior capacidade de gestão dos recursos da Assistência Social, de sua aplicação nas ações que potencializem a efetividade desse direito social no território. Feitas essas considerações, cabe finalmente afirmar que tanto o Plano quanto o Fundo Municipal de Assistência Social, articulam-se diretamente a outro mecanismo dessa política que também comparece como item obrigatório para a adesão dos municípios a algum dos seus níveis de gestão: o Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS). Vale salientar a obrigatoriedade da implantação desse Conselho no município, o qual tem como principais atribuições zelar pela execução e a deliberação da Política e de seu financiamento, bem como a aprovação do Plano de Assistência Social. Neste aspecto, cabe pontuar que a sua presença contribui para a efetivação da participação popular no processo de construção da Assistência Social, sem, no entanto, confundir-se com a execução dela, o que constitui uma responsabilidade eminentemente governamental. Os dados demonstram que o referido município possui CMAS em funcionamento e ainda, que a vinculação da gestão municipal de São Bento do Una ao controle social da Assistência no município, realiza-se também a partir de sua participação nos espaços deste conselho ou por ele organizado (reuniões), bem como, a partir da apreciação de documentos desse Conselho ou a ele submetidos pela referida gestão. Outro dado a esse respeito corresponde ao indicativo de que o órgão gestor planeja ações em parceria com o Conselho, sinalizando dessa maneira, uma atuação conjunta no espaço do município. (tabela abaixo). Tabela 5: Conselho Municipal de São Bento do Una. Quanto à relação da gestão da Assistência Social de São Bento do Una com o controle social, observa-se que o município dispõe da rede básica de conselhos primordiais ao desenvolvimento das ações no âmbito da assistência social e das suas proteções sociais. Conforme pode ser visualizado na tabela abaixo: 9 ‘’’’ Conselhos existentes no município Tabela 6: Conselhos existentes em São Bento do Una. CMAS COMDICA Conselho do idoso Conselho da pessoa com deficiência Conselho tutelar Conselho da juventude Fonte: PMAPAS/2013 3.2. A diversidade de Conselhos implantados em São Bento do Una, descrito na tabela ao lado, reforça um aspecto positivo quanto às possibilidades de assegurar, nesse município, a materialização do controle social dos direitos e políticas públicas na perspectiva já pontuada. Monitoramento e Vigilância Socioassistencial A Vigilância Socioassistencial3 constitui uma ferramenta diretamente vinculada à gestão dessa Política – uma vez que cumpre a função de viabilizar a produção, sistematização, análise e disseminação de informações territorializadas sobre o públicoalvo da assistência, seus equipamentos e serviços. Ao lado do monitoramento, a Vigilância propicia 0 (re) planejamento da gestão com vistas a ampliar e/ou consolidar, em sua realidade especifica, a estrutura demandada pelo conjunto das necessidades sociais de sua população. Do ponto de vista legal-normativo, o Monitoramento da Assistência Social4 deve ser regulamentado, para tanto, é determinante que cada ente governamental defina em seu nível de competência, os indicadores necessários ao processo de acompanhamento, monitoramento e avaliação da Política em debate, compreendida enquanto direito social. No que se refere ao processamento da Vigilância Socioassistencial no município de São Bento do Una, os dados do monitoramento estadual da Assistência Social 2013, apontam para a existência dos setores de Vigilância Socioassistencial e de monitoramento e avaliação na estrutura da gestão da política. A existência desses setores na gestão do SUAS é importante, pois estes contribuem para a efetivação do caráter preventivo e proativo da política de assistência social assegurando o cumprimento da proteção social função primeira da referida política. 3 Instituída pela PNAS (2004) e normatizada como uma das funções da Assistência Social na NOB/SUAS (2012) 4 Estabelecido pela LOAS (1993) e reforçado pela NOB/SUAS (2012). 10 ‘’’’ 4. CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL |CMAS Conforme preconiza a LOAS, a criação do CMAS deve ser estabelecida por Lei Municipal específica5. Na política de Assistência Social a possibilidade de participação democrática se inscreve essencialmente na previsão dos Conselhos de Assistência Social na LOAS (1993), os quais devem comparecer em âmbito nacional, estadual e municipal, como instâncias deliberativas do SUAS, possuidoras da competência de realizar o acompanhamento da execução dessa política social nessas três esferas de governo 6. Com vista ao entendimento de que a avaliação da Assistência Social deve necessariamente considerar a mediação do seu controle social, é que o Monitoramento Estadual dessa política, em 2013, priorizou também a identificação da atuação do CMAS em todos os municípios pernambucanos. 4.1. Estrutura Organizacional do CMAS de São Bento do Una. No que se refere à organização do Conselho Municipal de Assistência Social de São Bento do Una, este funciona com plenário, presidência, vice-presidência e secretaria executiva. No entanto, não dispõe de equipe técnica e de apoio e comissões temáticas. É fundamental reconhecer a relevância dessa estrutura para o efetivo funcionamento do controle social da Assistência no município, devendo-se para tanto, fazer cumprir de fato o papel de cada uma delas. Nessa perspectiva, cabe situar a indicação do CNAS, na resolução n° 237 de 2006, de que o plenário, obrigatoriamente, assegure suas reuniões uma vez ao mês (e extraordinariamente, sempre que necessário). Em relação às comissões temáticas, estas correspondem a um importante papel de aprofundar discussões acerca das diversas questões que sejam de interesse direto desse conselho, assegurando dessa maneira maior subsídio para sua tomada de decisões referentes ao controle social da Assistência. De acordo com os dados coletados no monitoramento, pode-se afirmar que em São Bento do Una as representações que compõem esse CMAS7 são as mesmas entidades e setores que têm se repetido ao longo das duas últimas gestões do CMAS. Chama a atenção ainda a presença de entidades de cunho religioso e filantrópico nessa composição, uma vez que, por sua própria natureza, essas entidades não exercem vinculação direta com a 5 Diretriz é estabelecida especificamente no § 4° da LOAS, em redação estabelecida pela Lei nº 12.435, de 2011. Essa diretriz está reafirmada, entre outros instrumentos, em redação dada pela lei n° 12.435, de 2011. Estabelecendo a criação do Conselho Nacional de Assistência Social; Conselhos Estaduais de Assistência Social; Conselho de Assistência Social do Distrito Federal, e Conselhos Municipais de Assistência Social. 7 Os representantes governamentais devem ser indicados/nomeados pelo chefe do poder executivo municipal, devendo este atentar para a escolha de setores que desenvolvam ações vinculadas às políticas sociais (saúde, assistência, educação, etc.). Já os representantes da sociedade civil, observando-se o indicado para o CNAS na LOAS, deve, também no âmbito municipal, priorizar como candidatos e/ou eleitores as entidades representantes de usuários da Assistência Social e as entidades e organizações da Assistência Social e dos trabalhadores do setor. Para fazer-se cumprir essa recomendação esta composição deve também estar prevista no regimento interno de cada CMAS. 6 11 ‘’’’ Assistência Social enquanto política pública, não configurando nem representante de usuários ou trabalhadores dessa política social, nem entidades prestadoras de Assistência Social nos termos da LOAS e da CF/88. Assim, as informações acima citadas podem revelar a permanência de uma cultura assistencial alicerçada nos pilares da caridade religiosa e/ou filantrópica, o que mantém viva a necessidade de esforços que sejam capazes de superar o assistencialismo, reafirmando a Assistência Social como direito. Esse desafio certamente envolve a atuação do CMAS e a necessidade de que este tenha claro a função social que deve exercer no âmbito do SUAS em cada município. É também preponderante o aspecto de que a ocupação da presidência deste conselho tenha sido ocupada nas duas últimas gestões pelo governo, não sendo assegurada, desta forma, a alternância entre a sociedade civil e o governo, conforme preconiza os seus instrumentos regulatórios de que haja revezamento entre as esferas a cada nova gestão, e que haja apenas uma recondução. Tabela 7: Gestão do Conselho em São Bento do Una. Gestão do CMAS - anterior X atual Caracterização da ocupação da presidência GESTÃO ANTERIOR GESTÃO ATUAL Esfera Governo Governo GESTÃO ANTERIOR Sim Sim Sim Sim Sim GESTÃO ATUAL Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não GESTÃO ANTERIOR Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Não GESTÃO ATUAL Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Composição da representação da sociedade civil Entidades religiosas Entidades filantrópicas Entidades desportivas Entidades de caráter educacional / cultural Associações / conselhos de moradores Grupos formalizados de usuários (mulheres, idosos, pessoas com deficiência etc.) Sindicatos de trabalhadores Conselhos de categorias profissionais Órgãos que compõem a representação governamental Secretaria de Saúde Secretaria de Educação Secretaria de Assistência Social Secretaria de Agricultura Secretaria de Esporte e cultura Secretaria de Finanças Secretaria de Habitação Fonte: PMAPAS/2013 12 ‘’’’ Com relação às fontes de recursos disponibilizadas para que o CMAS desenvolva seu trabalho no município, o Índice de Gestão Descentralizada (IGD) do SUAS pode ser destinado a este fim e, sobretudo, deve garantir um percentual de pelo menos 3% do recurso recebido. O mesmo vale para o IGD Bolsa Família, caso a sua instância de controle social seja o CMAS. Os valores repassados pelas duas modalidades de IGD devem ser aplicados em atividades de apoio técnico e operacional, sendo vetada sua utilização para pagamento de pessoal. Em São Bento do Una, os dados do monitoramento 2013 revelam que esse conselho é a instância de controle social do Bolsa Família. Sendo assim, declara receber o recurso disponível de ambos os IGDs conforme indica a tabela abaixo. Outros dados referentes à relação do CMAS de São Bento do Una com as modalidades de IGDSUAS e Bolsa Família, são também expostos na tabela a seguir: Tabela 8: Relação do CMAS com IGDSUAS e IGD Bolsa Família no município de São Bento do Una. Modalidades do IGD Deliberação por parte do Conselho sobre o planejamento da utilização dos recursos do IGDSUAS e do IGD Bolsa Família pelo município Sim, de ambos. Destinamento por parte do município dos recursos do IGDSUAS e do IGD Bolsa Família (pelo menos 3%) para o desenvolvimento de atividades de apoio técnico e operacional a este Conselho Sim, de ambos. Apreciação por parte o Conselho da prestação de contas relativa aos recursos do IGDSUAS e do IGD Bolsa Família Sim, de ambos. Apresentação, por parte do Conselho, ao MDS os resultados das análises realizadas acerca da aplicação dos recursos do IGDSUAS e do IGD Bolsa Família. Sim, de ambos. Fonte: PMAPAS/2013 4.2. Infraestrutura e Dinâmica de funcionamento. Os dados do monitoramento revelaram que o conselho de São Bento do Una não dispõe de sede exclusiva, compartilhando espaços físicos, materiais e equipamentos com a secretaria de assistência social a qual é responsável por prover infraestrutura deste CMAS. Este órgão dispõe de espaços como: salas de atividades coletivas (internas), sala para atividades administrativas, sala de estudo, cozinha e banheiro. Foi destacado ainda que todos os itens atendem às necessidades do respectivo conselho. Entre os equipamentos e materiais disponíveis para o trabalho do conselho, destacase a existência de computador com acesso a internet, armários e materiais de expediente. Não dispõe (para seu uso exclusivo) de itens importantes como telefone e veículo, mas sim, de uso compartilhado. 13 ‘’’’ 4.3. Controle Social No âmbito do CMAS, um dos elementos abordados pelo monitoramento do qual trata esse relatório diz respeito à atuação dessa entidade em relação ao orçamento/financiamento da Política de Assistência Social em cada município. Nessa perspectiva é válido ressaltar, ainda que em linhas gerais, que compete ao referido conselho: “[...] a discussão de metas e prioridades orçamentárias, no âmbito do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual, podendo para isso realizar audiências públicas” (NOB/SUAS, 2012). Para tanto, incumbe aos conselhos de assistência social a fiscalização dos fundos dessa política. Identificamos que o presente conselho aprova a proposta orçamentária, acompanha a execução orçamentária e financeira além de aprovar o plano de aplicação do Fundo Municipal de Assistência Social. Outra competência do CMAS que lhe confere grande responsabilidade se refere às suas tarefas com relação às entidades socioassistenciais. No que tange à atuação do CMAS junto a estas entidades, o monitoramento apontou que este Conselho realiza atualização das entidades inscritas bimestralmente, desenvolvendo determinados procedimentos tais como: Procedimentos adotados por este Conselho no processo de inscrição Recebimento e análise dos pedidos e documentos enviados pelas entidades Encaminhamento das aprovações ao órgão gestor da Assistência Social para inclusão no Cadastro Tabela 9: Procedimentos adotados após o processo de inscrição das entidades Para além desses procedimentos o referido CMAS desenvolve ainda ações de fiscalização e Análise dos pedidos / encaminhamentos da gestão municipal acompanhamento das Realização de visita às entidades e emissão de pareceres entidades e elabora Discussão e deliberação acerca dos pedidos de inscrição em relatórios e pareceres com plenária os resultados desta Fonte: PMAPAS 2013 fiscalização, entre outras atividades. Também fiscaliza os serviços e benefícios socioassistenciais da rede pública do SUAS, apontando para realização de ações chave no exercício do controle social desta instância no município. Somado a essas informações o conselho declara participar da definição de critérios à concessão dos benefícios eventuais. Tal ação compõe o grupo de competências dos CMAS uma vez que esse benefício constitui-se componente da Assistência Social, devendo a referida instância de controle deliberar sobre os mesmos8. Foram identificadas algumas dificuldades enfrentadas pelo referido conselho para o desenvolvimento de suas atividades. Entre elas destacam-se a: 8 A própria LOAS, no seu artigo 22 (redação dada pela Lei n° 12.435/2011), trata de atribuir essa competência aos conselhos de Assistência. 14 ‘’’’ Ausência / insuficiência de capacitações Insuficiência de recursos financeiros Ausência / fragilidade na participação dos usuários da Política de Assistência Social A partir das dificuldades e limitações acima colocadas fica nítido o desafio que o referido conselho enfrenta na efetivação do seu papel de instância de controle e de deliberação da política. Cabe sempre lembrar, nos termos já discutidos nesse relatório, que ao órgão gestor da Assistência Social compete assegurar a infraestrutura necessária para o funcionamento do conselho. De maneira que para o presente caso, em que essa garantia não esteja sendo suficiente deve-se fazer a discussão e buscar alternativas para tanto. Esta é uma tarefa de todos os sujeitos comprometidos com a política, mas recai sobremaneira, para os conselheiros que compõem o CMAS. 5. CAPACIDADE INSTALADA DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 5.1. Proteção Social Básica | PSB N o Município de São Bento do Una, a prevenção das situações de risco da população, definidas, no âmbito do SUAS, a partir dos serviços e equipamentos sociais da Proteção Social Básica/PSB, conta com uma satisfatória rede de serviços composta por 02 CRAS urbanos, pelos serviços de proteção social básica definidos no SUAS, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e BPC na escola além dos benefícios eventuais. Conforme mostra a tabela abaixo, as informações da gestão municipal afirmam a existência de outros programas também importantes às intervenções no âmbito da PSB. Entre eles podem-se destacar aqueles direcionados à inclusão produtiva e digital, Projovem adolescente e Projovem no campo. 15 ‘’’’ Quadro 1: Rede de PSB em São Bento do Una EQUIPAMENTOS SERVIÇOS BENEFÍCIOS PROGRAMAS Serviço de Proteção e Atendimento à Família (PAIF) 02 CRAS Urbanos Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Serviço de proteção social básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas BPC na escola BPC Projovem Adolescente Benefícios Eventuais Projovem no campo Programas ou projetos de inclusão produtiva e digital Fonte: PMAPAS 2013 No que se refere ao atendimento à população usuária, a estruturação da rede mostra-se satisfatória, na medida em que disponibiliza elementos fundamentais, com destaque para os CRAS e a oferta dos diferentes serviços. Os benefícios eventuais também constituem aspecto importante, ao viabilizar o atendimento a demandas emergenciais e imediatas de famílias e indivíduos. Do mesmo modo, mostra-se relevante a inserção de idosos e pessoas com deficiência no BPC. Tais equipamentos e benefícios estão analisados abaixo. 5.1.1. Centro de Referência da Assistência Social | CRAS Ilustração 1: Identificação dos CRAS existentes em São Bento do Una. Conforme identificação na ilustração ao lado o município dispõe de 02 CRAS. Ambos localizados em território de maior vulnerabilidade do município. As informações indicam que os 02 equipamentos possuem coordenador exclusivo na função. No entanto, nenhum deles garante atendimento integral durante a semana com equipe completa. 16 ‘’’’ Ilustração 2: Financiamento dos CRAS em São Bento do Una. 100% dos equipamentos existentes declararam receber recursos federais e municipais para operacionalização dos seus serviços. Em nenhum deles registrou-se a presença de financiamento da esfera estadual até a data do monitoramento. (ilustração ao lado). No âmbito do desenvolvimento do trabalho social do CRAS, as situações de vulnerabilidade e risco social e/ou pessoal, constituem elementos centrais, dando origem à implantação do equipamento e dos serviços de PSB e expressando as diferentes demandas observadas no cotidiano. Tais demandas apresentam especificidades relacionadas à realidade dos territórios e da população e definem as linhas de atuação das equipes. Nesse sentido, caracterizá-las significa aproximar-se da realidade de famílias, indivíduos e territórios, viabilizando a construção de estratégias de intervenção e enfrentamento às situações de risco e vulnerabilidade, o que, essencialmente, constitui o trabalho social do CRAS. Ilustração 3: situações atendidas e predominantes nos CRAS de São Bento do Una. Nos CRAS de São Bento do Una, todas as demandas predominantes no atendimento estão listadas na tabela abaixo e se referem àquelas típicas da PSB. Entre elas comparecem, sobretudo, demandas relacionadas à inclusão no PBF e pessoas sem documentação civil (presentes em 100% CRAS). As demais são recorrentes em apenas 01 dos equipamentos. (ilustração acima). Com base nesses dados, evidencia-se a necessidade da estruturação de ações de enfrentamento às situações apresentadas, fundamentalmente relacionadas a situações de 17 ‘’’’ pobreza e extrema pobreza e à fragilidade do acesso a direitos, políticas e serviços sociais. Nesse sentido, PSB e PSE devem atuar de forma integrada, fortalecendo serviços e ações, na perspectiva da complementaridade, que envolve, ainda, a articulação no âmbito da rede socioassistencial local. No âmbito da atuação dos CRAS, é possível identificar ainda, atividades e ações essenciais à operacionalização de seu trabalho social e que orientam o desenvolvimento de ações, atividades e estratégias de intervenção. Nessa perspectiva, destaca-se nos CRAS do município, a realização de busca ativa, o acompanhamento dos usuários, inclusão de pessoas com deficiência e a sistematização de dados e informações todas desenvolvidas nos 02 equipamentos. (ilustração abaixo). Ilustração 4: Atividades e ações realizadas no CRAS de São Bento do Una. O desenvolvimento destas atividades é primordial ao trabalho dos CRAS, na medida em que contribuem para o fortalecimento da aproximação à realidade do território e da população local, na perspectiva da vigilância social. A sistematização de dados e informações (realizadas em todos os equipamentos) é fundamental para o registro dos usuários, contribuindo não apenas na alimentação dos sistemas do SUAS, mas também no acompanhamento sociofamiliar e na condução de encaminhamentos e articulações, tornando efetivo o atendimento prestado. A fragilidade encontrada verifica-se na ilustração acima, na elaboração do diagnóstico socioterritorial e na adoção de metodologia avaliativa no que tange ao trabalho desenvolvido. É preciso pontuar que tais atividades devem privilegiar a temática da garantia de direitos e os objetivos da política de Assistência Social, não se limitando ao repasse de informações acerca de rotinas e normas. A esse respeito, as Orientações Técnicas para a atuação dos CRAS, definem que estes devem considerar as famílias como um “espaço de ressonância e sinergia dos interesses e necessidades coletivas e de mobilização à participação e ao protagonismo social, ou seja, como um vetor de mudança da realidade social” (MDS, 2009, p.13). Ainda no âmbito das atividades desenvolvidas nos CRAS, a mobilização de usuários e a disseminação de informações nos territórios, ganham destaque quando se trata 18 ‘’’’ de viabilizar o exercício do controle social, na perspectiva da participação e da organização popular, contribuindo para o acesso a direitos e para a efetivação do SUAS. Ilustração 5: Mobilização e disseminação de informações nos CRAS de São Bento do Una. Entre os CRAS de São Bento do Una, foi verificado o desenvolvimento de todas as atividades de mobilização e disseminação listadas como relevantes no processo de trabalho destes equipamentos. Sendo assim identifica-se um quadro satisfatório, no que se refere à execução destas atividades, uma vez que há o desenvolvimento de estratégias importantes que apontam para potencialidade em assegurar espaços de debate e democratização de informações e, ainda, qualifica o processo de enfrentamento a situações de risco e vulnerabilidade. No âmbito de sua atuação, os CRAS assumem a função de gestão territorial, que compreende a articulação da rede socioassistencial de PSB referenciada ao CRAS; a promoção da articulação intersetorial; e a busca ativa, todas realizadas em seu território de 19 ‘’’’ abrangência (MDS, 2009, p.19). O quadro abaixo demonstra como ocorrem essas articulações nos CRAS de São Bento do Una, destacando aquelas mais recorrentes. Quadro 2: articulações estabelecidas nos CRAS de São Bento do Una. Através de estudo de casos Através da realização de atividades em parceria 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 1 2 2 2 2 2 2 1 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 Total de CRAS que realiza A partir do encaminhamento de usuários Através do acompanhamento de usuários Através de reuniões conjuntas Através de visitas institucionais Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Básica (PSB) Unidades Privadas da Rede de PSB Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Especial (PSE) Unidades Privadas da Rede de Proteção Social Especial (PSE) Serviços de Saúde Serviços de Educação Órgãos/Serviços relacionados a Trabalho e Emprego Órgãos responsáveis pela aquisição de documentação civil básica Serviços ou Programas de Segurança Pública Coordenação Municipal do Programa Bolsa Família Conselho Tutelar Conselhos de Políticas Públicas e Defesa de Direitos Programas ou Projetos de Inclusão Digital Unidades de atendimento sociojurídico (Ministério Público, Defensorias, Fóruns, etc.) Organizações Não Governamentais (ONGs) A partir de recebimento de encaminhamentos Articulações A partir de contatos Como são realizadas as articulações Fonte: PMAPAS 2013 20 ‘’’’ Como é possível apreender, os CRAS de São Bento do Una se articulam, sobretudo, com a rede de atendimento do SUAS e políticas sociais diretamente relacionadas ao universo da Assistência Social no país, além de instâncias pertencentes ao sistema de garantia de direitos e estratégias de enfrentamento à pobreza. Trata-se de serviços de saúde, coordenação municipal do PBF, Conselho Tutelar, unidades públicas e privadas da PSB e PSE, serviços de educação e saúde e órgãos responsáveis pela aquisição de documentação civil básica, entre outros. Desse modo, estabelecem-se condições favoráveis ao desenvolvimento de práticas intersetoriais, capazes de potencializar o atendimento às demandas e necessidades da população, viabilizando seu acesso às demais políticas públicas e serviços setoriais. Já no que se refere às formas como são realizadas as articulações, observa-se que entre os CRAS de São Bento do Una ocorre o estabelecimento de contatos; recebimento e realização de encaminhamentos; acompanhamento de usuários atendidos e encaminhados; e realização de reuniões com os diferentes sujeitos da rede socioassistencial, visitas institucionais, estudos de caso e atividades em parceria. A ocorrência dessas estratégias entre as diferentes instâncias com as quais os CRAS se articulam, estão detalhadas no quadro acima, que apresenta o quantitativo de equipamentos que realiza cada estratégia. Em relação às articulações com outras políticas sociais, abaixo a ilustração sintetiza as informações dos equipamentos monitorados. Ilustração 6: Articulação dos CRAS com as políticas setoriais. No âmbito das articulações entre as políticas sociais, os CRAS do município estabelecem-nas, sobretudo, com as políticas de saúde, educação e previdência social (presente em 100%) deles. As áreas de juventude, direitos humanos e habitação e emprego e renda comparecem de forma menos recorrente. Esses dados são indicativos dos tipos de demandas que prevalecem nos territórios e que determinam a realização das articulações e do trabalho social desenvolvido nos CRAS. Nesse sentido, é fundamental a implementação de ações que atendam tais necessidades, mediante estratégias voltadas ao fortalecimento e ampliação das políticas acionadas pelos CRAS do município. Diante dos dados, cabe destacar que o atendimento qualificado às demandas da população usuária, requer acompanhamento, discussões e avaliações, num processo que sofre prejuízos quando limitado ao repasse dessas demandas a outras unidades e serviços, sem a realização de articulações. Cabe destacar, ainda, que o objetivo da articulação 21 ‘’’’ intersetorial é proporcionar a melhoria das condições de vida das famílias, possibilitando o acesso a serviços e favorecendo a troca de experiências e a busca de apoio e de soluções para problemas comuns, de maneira a constituir uma rede de proteção social (MDS, op.cit., p.26). Quanto aos encaminhamentos, os CRAS de São Bento do Una os realizam, privilegiadamente, para o Cadúnico, BPC e BPC na escola, PBF, benefícios eventuais, entidades da sociedade civil e outras políticas públicas. Dentre as estratégias utilizadas na realização dos encaminhamentos, comparecem: as visitas domiciliares, atendimentos psicossociais, interlocução com a rede socioassistencial, registro de informações e construção de relatórios, como descreve o quadro abaixo. Quadro 3: Encaminhamento registrado pelo CRAS de São Bento do Una. Visitas domiciliares Atendimentos psicossociais Interlocução com a rede socioassistencial Registro de informações Construção de relatórios Estratégias utilizadas no acompanhamento Para o CadÚnico 2 2 2 2 2 2 2 Para o BPC / BPC na Escola 2 2 2 2 1 2 1 Para o Bolsa Família 2 2 2 2 2 2 2 Para Benefícios Eventuais 2 2 2 2 2 2 2 Outras políticas públicas 2 2 2 2 2 2 2 Para entidades da sociedade civil 2 2 2 2 2 2 2 Tipos de encaminhamentos Total de Quanto ao CRAS que acompanhamento realiza Fonte: PMAPAS/2013. Considerando-se os encaminhamentos destacados acima, observa-se a constituição de uma demanda significativa por ações de enfrentamento à pobreza e a situações de risco e vulnerabilidade social, expressa através das articulações com o BPC, com o PBF, benefícios eventuais e o CadÚnico. Nesse sentido, revela-se a incidência acentuada da pobreza e outras destituições (materiais e de direitos) entre a população, bem como a atual tendência à valorização da transferência de renda no âmbito da Política de Assistência Social. Entretanto, é preciso clareza quanto ao fato de que o encaminhamento não se encerra em si mesmo, necessitando de ações complementares que garantam o atendimento efetivo às demandas dos usuários, como o acompanhamento dos casos encaminhados. Nesse ponto, observa-se que todos os encaminhamentos realizados são acompanhados. 22 ‘’’’ Após a análise apresentada, é possível concluir que, no município de São Bento do Una, o desenvolvimento do trabalho social dos CRAS tem ocorrido de forma satisfatória, contemplando elementos fundamentais como: a articulação entre serviços e unidades de PSB e PSE e demais políticas públicas; e o acompanhamento a famílias e indivíduos atendidos. Nesse sentido, faz-se necessário assegurar condições que garantam a continuidade das ações desenvolvidas de forma satisfatória, potencializando o desenvolvimento do trabalho social, bem como empreender estratégias que viabilizem a solução dos limites e fragilidades vivenciados. Além disso, a gestão municipal deve estar atenta às dificuldades e limites observados no âmbito dos equipamentos, estabelecendo canais de comunicação com equipes e coordenações, com vistas a viabilizar alternativas de superação dos desafios. 5.1.2. Benefícios Eventuais Os Benefícios Eventuais são definidos na LOAS (93) e suas alterações 9 como “provisões suplementares e provisórias que integram organicamente as garantias do SUAS”. Enquanto direitos sociais legalmente instituídos, visam ao atendimento das necessidades humanas básicas. Sua oferta deve ocorrer de forma integrada aos demais serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social nos municípios. No município de São Bento do Una, os Benefícios Eventuais são ofertados mediante regulamentação em lei e se constituem de: auxílio natalidade, funeral, enxoval e cesta básica. Como se pode observar na tabela abaixo estes benefícios estão sendo operacionalizados conforme indicado na LOAS e demais instrumentos regulatórios. Atendendo as situações de vulnerabilidades decorrentes de nascimento, morte e falta de acesso à renda. Conforme se apreende da tabela abaixo, 0 atendimento e acompanhamento dos Benefícios Eventuais em São Bento do Una são garantidos. Ficando sobresponsabilidade da secretaria de assistência social, o seu atendimento e, aos CRAS, o acompanhamento dos beneficiários. Tabela 10: Tipos de benefícios eventuais acionados nos CRAS Benefícios eventuais O município oferta benefícios eventuais. O município possui regulamentação dos benefícios eventuais através de Lei. Não informado o ano de aprovação. Benefícios eventuais ofertados no município Local de atendimento Acompanhamento Auxilio Natalidade Secretaria de A.S. Sim Auxilio funeral Secretaria de A.S. Sim Cesta básica Secretaria de A.S. Sim Enxoval Secretaria de A.S. Sim Fonte: PMAPAS/2013 9 Lei 12.435 - 06.07.2011 - Altera a LOAS (93) 23 ‘’’’ 5.1.3. Benefício de Prestação Continuada | BPC O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é uma modalidade10 de benefício assistencial prevista na Política de Assistência Social e demais instrumentos legais – normativos da referida Política. Instituído pela Constituição Federal e regulamentado pela LOAS/9311, este benefício integra a Proteção Social Básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e dispensa prévia contribuição junto à Previdência Social para acessá-lo. Total de beneficiários do BPC Beneficiários Tabela 11: Quantitativo de Beneficiários do BPC em São Bento do Una. Quantitativo As informações alcançadas pelo monitoramento 2013 realizado no município de Pessoas com deficiência 656 São Bento do Una demonstram que o mesmo 1005 Total possui um total de 1.005 beneficiários, sendo 349 Fonte: PMAPAS/2013 idosos e 349 pessoas com deficiência. O município declara ainda sua adesão ao BPC na escola. No que se refere ao BPC Trabalho observa-se que no município não houve adesão ao programa, desenvolvido com o objetivo de promover a inserção de beneficiários no mundo do trabalho12. Neste sentido, recomenda-se que o município realize ações capazes de identificar demandas que justifiquem a adesão a esse Programa. O diagnóstico socioterritorial e os questionários de identificação de barreiras para o acesso e permanência de beneficiários do BPC na escola e no mundo do trabalho, são instrumentos que permitem não apenas identificar as demandas existentes, mas delinear estratégias de intervenção. Sob essa orientação, iniciativas dessa natureza contribuem para a ampliação da rede de PSB e, ainda, para a qualificação do atendimento prestado em seu âmbito, conforme as necessidades apresentadas. O/A responsável pelo BPC no município apontou o desempenho das seguintes ações: Idosos 349 10 Outras modalidades são os benefícios eventuais já discutidos anteriormente. Outros instrumentos de regulamentação do benefício são: Leis nº 12.435, de 06/07/2011 e nº 12.470, de 31/08/2011, que alteram dispositivos da LOAS e Decretos nº 6.214, de 26 de setembro de 2007 e nº 6.564, de 12 de setembro de 2008. 12 Os programas são destinados a públicos-alvo específicos, quais sejam: crianças e adolescentes com deficiência, de 0 a 18 anos, beneficiários do BPC, no caso do BPC na Escola; adolescentes, jovens e adultos de 16 a 45 anos, no caso do BPC Trabalho, que admite, ainda, a inserção de pessoas com deficiência a partir dos 14 anos de idade, na condição de menores aprendizes. 11 24 ‘’’’ Ações desenvolvidas pelo órgão gestor do BPC no município Análise e sistematização de informações recebidas da União, considerando o local de moradia das famílias com beneficiários do BPC Disponibilização para o CRAS de listagem de beneficiários do BPC residentes em seu território de abrangência Disponibilização para o CRAS de listagem de crianças de até 06 anos de idade beneficiárias do BPC Disponibilização para o CRAS de listagem de crianças, adolescentes e jovens de até 18 anos sem acesso à escola Elaboração de estratégias intersetoriais para garantir o acesso e permanência na escola das crianças e adolescentes beneficiárias do BPC Identificação e encaminhamento para o CRAS e CREAS de informações sobre beneficiários do BPC inseridos em serviços de acolhimento no município e/ou estado Tabela 12: Ações do Órgão Gestor do BPC Diante do exposto na tabela ao lado se percebe que o município realiza ações primordiais ao adequado desenvolvimento do benefício no território. Dentre estas, a análise e sistematização da realidade identificada que associada à interlocução junto à PSB e INSS podem assegurar a intersetorialidade que Identificação de potenciais beneficiários do BPC no território a natureza do benefício Estabelecimento de articulação com unidades de atendimento do exige. Estas são INSS atividades relevantes Fonte: PMAPAS/2013 por servirem também para subsidiar outros setores com dados e informações acerca das vulnerabilidades e violações que envolvem o público específico do BPC. Outro recurso a que deve-se recorrer quando do desenvolvimento do trabalho da gestão do benefício e sua adequada implementação, é a realização do monitoramento da gestão e implementação do BPC que o município declara realizar. Os aspectos monitorados são: inserção de famílias beneficiárias do BPC em atividades de acompanhamento familiar; sistematização dos dados de acompanhamento; e a conclusão do acompanhamento familiar (famílias que tiveram o acompanhamento finalizado). A ação de monitoramento exige dos Estados à capacidade de assessorar os Municípios e elaborar estratégias, em consonância com o Governo Federal, para o monitoramento da implementação da gestão integrada, conforme definição do pacto de aprimoramento da gestão estadual. E, entre outras atribuições, garantir a articulação da Proteção Social Básica (PSB) e da Proteção Social Especial (PSE) com a coordenação estadual do PBF, estabelecendo, quando for o caso, fluxos de referência e contrarreferência regionalizados entre o CRAS, o CREAS e os serviços de proteção social especial, conforme metas de regionalização definidas no Pacto de Aprimoramento da Gestão Estadual. (RES. CIT Nº 7, de 10 de setembro de 2009). Fica também sob-responsabilidade do estado, o desenvolvimento de ações, em parceria com os Municípios, para a capacitação dos trabalhadores do SUAS e conselheiros estaduais e municipais da Assistência Social, a fim de aprimorar os serviços socioassistenciais, conforme metas de capacitação definidas no Pacto de Aprimoramento de Gestão Estadual do SUAS. 25 ‘’’’ No que diz respeito à gestão integrada do BPC e às informações fornecidas pelo Governo Federal ao município, os dados declarados ao monitoramento 2013 mostraram que são fornecidas informações relevantes ao desenvolvimento das atividades em torno do benefício, conforme mostra a tabela seguinte: Informações fornecidas pelo governo federal ao município (acerca dos beneficiários no município) Identificação do endereço dos beneficiários Espécie dos benefícios (idoso ou pessoa com deficiência) Idade, data de nascimento e sexo dos beneficiários Nome da mãe e do representante legal do beneficiário (caso haja) Tipo de representante legal Data da concessão e número do benefício Situação do benefício Situação escolar dos beneficiários do BPC de até 18 anos (matrícula escolar) Endereço para localização dos beneficiários do BPC de até 18 anos Fonte: PMAPAS/2013 Tabela 13: Informações fornecidas pelo governo federal ao município. Diante do exposto percebe-se que o município dispõe de informações suficientes para a ampliação e desenvolvimento de ações relativas ao benefício, inclusive apresenta potencial na mobilização para identificação da realidade do público beneficiário. Cabe lembrar que o fornecimento de informações acerca do BPC compõe, na verdade, o rol de responsabilidades apontadas na RES. CIT Nº 7, de 10 de setembro de 2009, que dá as diretrizes da gestão integrada13 afirmando, sobretudo, a necessidade da corresponsabilidade entre os entes federados na garantia das seguranças afiançadas pela Política Nacional de Assistência Social e a centralidade da família no atendimento socioassistencial de forma integral, visando à interrupção de ciclos intergeracionais de pobreza e de violação de direitos. Os objetivos desta gestão integrada procuram, em última instância, definir através de pactuações entre os entes federados, os procedimentos que garantam a oferta prioritária de serviços socioassistenciais para os indivíduos e as famílias beneficiárias do PBF, do PETI e do BPC. E, ainda, construir possibilidades de atendimento intersetorial, qualificar o atendimento a indivíduos e famílias além de potencializar estratégias para a inclusão social, o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, o acesso à renda e a garantia de direitos socioassistenciais, entre outros. (RES. CIT Nº 7, de 10 de setembro de 2009). O representante do BPC informou que houve no município a atuação de atravessadores no processo de requerimento do Benefício referente ao ano de 2012 e tem também desenvolvido estratégias de intervenção para coibir esta prática no seu território através do trabalho dos CRAS e das equipes da PSB. Os dados trazidos pelo monitoramento 2013 também mostraram que a equipe responsável pelo BPC no município se articula com diversos serviços, programas e 13 Articulação entre serviços, benefícios e transferências de renda no âmbito do SUAS . 26 ‘’’’ instituições para o desenvolvimento de suas atividades. (ver tabela abaixo). Tabela 14: Articulações do Órgão Gestor do BPC no município de São Bento do Una Serviços, programas e/ou instituições que a equipe responsável pelo BPC no município se articula Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Básica (PSB) Unidades Privadas da Rede de PSB Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Especial (PSE) Unidades Privadas da Rede de Proteção Social Especial (PSE) Serviços de Saúde Serviços de Educação Agência do INSS Órgãos/Serviços relacionados a Trabalho e Emprego Órgãos responsáveis pela aquisição de documentação civil básica Gestão Estadual da Assistência Social Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS Ministério da Previdência Social Coordenação Municipal do Programa Bolsa Família Conselho Tutelar Conselho do Idoso Conselho da Pessoa com Deficiência Conselho Municipal de Assistência Social Programas ou Projetos de Inclusão Digital Unidades de atendimento sócio jurídico Organizações Não Governamentais (ONGs) Fonte: PMAPAS/2013 Quando analisadas as articulações estabelecidas entre o órgão gestor do BPC no município e a SEDAS, os objetivos apontados pelo município foram: Obtenção de recursos e financiamento / co-financiamento Solicitação de capacitações e/ou apoio técnico Solicitação de materiais didáticos e informativos Esclarecimento de dúvidas sobre o gerenciamento do SUAS e do BPC Busca de apoio para a realização de eventos Em contrapartida, o município declara que os objetivos das articulações do Estado para com o órgão gestor do benefício estão direcionados primordialmente para: Oferta de capacitações e/ou apoio técnico Oferta de apoio para a realização de eventos Oferta de suporte na implantação de serviços, programas, projetos e/ou benefícios 27 ‘’’’ Realização de fiscalização Realização de monitoramento e avaliação Solicitação de informações sobre a gestão municipal da Assistência Social Esclarecimento de dúvidas sobre o gerenciamento do SUAS e do BPC No intuito de melhorar a relação entre a esfera municipal e a estadual, promovendo o fortalecimento das articulações, o município sugere que o estado realize mais capacitações sobre o BPC e otimize a comunicação entre as instâncias com reuniões entre o órgão gestor do BPC e a SEDAS. Neste sentido, cabe situar que compete ao órgão gestor Estadual da Assistência Social estabelecer estratégias específicas para a implementação e monitoramento da gestão integrada nas áreas com CREAS Regional, considerando a parceria com o município sede e aqueles vinculados. 5.1.4. Benefício de Prestação Continuada | BPC na Escola As informações acerca deste programa no município em questão mostram que há um total de 172 beneficiários e, destes 118 estão inseridos na escola. Foi declarado ainda que há grupo gestor ativo no MDS composto pelas áreas de saúde, assistência social e educação. O município declara que já foi aplicado o questionário para identificação de barreiras de acesso da população deficiente nas escolas no ano de 2012. As ações realizadas em torno deste programa podem ser visualizadas na tabela abaixo: Tabela 15: Ações do Grupo Gestor no Município de São Bento do Una Ações desenvolvidas pelo órgão gestor do BPC no município Gestão e coordenação do BPC na Escola no município Realização de articulação com o Governo Federal para o alcance dos objetivos do Programa Envio de informações (por meio eletrônico) ao Governo Federal sobre os dados resultantes da aplicação do Questionário para a identificação das dificuldades/barreiras de acesso do beneficiário à escola Envio ao Governo Federal da relação dos beneficiários do BPC que não foram localizados para aplicação do Questionário, com as devidas justificativas Registro e informação ao Governo Federal (por meio eletrônico) sobre as ações desenvolvidas pelo município no âmbito do BPC na Escola Instituição de equipe multiprofissional das áreas de educação, assistência social, direitos humanos e saúde para o desenvolvimento das ações do Programa Fonte: PMAPAS/2013 Fica perceptível que as atividades essenciais à gestão deste programa estão sendo asseguradas pelo grupo gestor no município, sobretudo, quando se verifica a aplicação dos questionários de identificação de barreiras e as demais ações citadas na tabela acima, que são indicativas das potencialidades na operacionalização do programa no território. 28 ‘’’’ 5.2. Proteção Social Especial | PSE O atendimento assistencial às famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social é realizado pela rede de PSE. Nessa modalidade de proteção são estabelecidos dois níveis de complexidade: média, voltada a famílias e indivíduos com direitos violados e vínculos familiares e comunitários ainda preservados; e alta, que garante proteção integral a famílias e indivíduos sem referência e/ou em situação de ameaça, necessitando ser retirados do núcleo familiar e/ou comunitário (PNAS, 2004, p. 38). De acordo com a tabela abaixo, em São Bento do Una, a rede de PSE é composta por 01 (um) CREAS municipal; por serviços especializados de média complexidade, ofertados pelo CREAS. No âmbito da média complexidade, a rede municipal de PSE está estruturada com serviços básicos para o atendimento às famílias nos CREAS através do PAEFI, do Serviço de Liberdade assistida e prestação de serviço à comunidade – LA/PSC e o serviço especializado em abordagem social. Comparece também no município a oferta de serviços de acolhimento institucional para idosos e ações em torno do enfrentamento ao trabalho infantil por meio do PETI. Tabela 16: Rede de PSE em São Bento do Una. EQUIPAMENTOS 01 CREAS Municipal SERVIÇOS PROGRAMAS Proteção e Atendimento Especializado à Família e Indivíduos (PAEFI) LA/PSC PETI Serviço Especializado em Abordagem Social Serviço de acolhimento institucional para idosos Fonte: PMAPAS/2013 A partir do reconhecimento da especificidade da atuação dos CREAS na prestação do atendimento especializado a famílias e indivíduos que vivenciam violações de direitos, este relatório apresentará, a seguir, a análise acerca da operacionalização do trabalho social do CREAS no município de São Bento do Una. Com relação aos serviços de PSE, as análises serão apresentadas no relatório consolidado do estado de PE, uma vez que, do ponto de vista metodológico, sua inserção no presente relatório, de formato compacto, implicaria numa apresentação superficial, comprometendo o debate e a problematização da realidade. 29 ‘’’’ 5.2.1 Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS). O CREAS de São Bento do Una está localizado em uma área estratégica possibilitando o acesso à população atendida e observando-se a possibilidade de transporte público. Dispõe de coordenação com função exclusiva e funciona 01 dia da semana com equipe completa. Além de ofertar serviços especializados em caráter continuado, o CREAS se constitui como pólo de referência, coordenador e articulador da PSE de média complexidade, sendo responsável pela oferta de orientação e apoio a indivíduos e famílias com seus direitos violados, mas sem rompimento de vínculos. Nessa perspectiva, o equipamento deve buscar a construção de um espaço de acolhida e escuta qualificada, fortalecendo vínculos familiares e comunitários, priorizando a reconstrução de suas relações familiares. Dentro de seu contexto social, deve focar no fortalecimento dos recursos para a superação da situação de vulnerabilidade apresentada. Cabe destacar, ainda, que o CREAS responde pela articulação dos serviços de Média Complexidade e pela operação da referência e da contrarreferência com a rede de serviços socioassistenciais da PSB e PSE e as demais políticas públicas e instituições que compõem o sistema de garantia dos direitos, incluindo os movimentos sociais. Para que isso ocorra, é necessário estabelecer mecanismos de articulação permanentes, como reuniões, encontros para discussão, acompanhamento e avaliação das ações. Outro elemento fundamental para a realização do trabalho social do CREAS é o planejamento de suas ações e atividades, que deve explicitar a proposta da Unidade e dos Serviços ofertados, considerando, objetivos e metas a atingir em um determinado período de tempo, bem como os meios e recursos necessários para seu alcance, e admitindo a participação dos diferentes sujeitos envolvidos na atuação do equipamento (MDS, 2011, p. 53). Abaixo uma tabela que melhor descreve essas situações. 30 ‘’’’ Tabela 17: Planejamento das ações do CREAS Equipamento CREAS MUNICIPAL PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DO CREAS Frequência Participantes Temas Abordados Construção do plano de ações e atividades do CREAS Gestão municipal Definição de metas e prioridades Equipe técnica de nível superior Quinzenal Representante da rede socioassistencial Organização de ações de formação e capacitação Discussão do trabalho social com famílias e dos serviços a serem implementados nos CREAS Avaliação e discussão das ações e atividades em andamento e/ou concluídas Divulgação e repasse de informações Usuários do CREAS Discussão sobre condições de trabalho Fonte: PMPAS/2013. Os dados trazidos pelo monitoramento 2013 indicaram que o planejamento no CREAS do município de São Bento do Una é realizado quinzenalmente abordando temas relativos à construção do plano de ações e atividades do CREAS; definição de metas e prioridades; discussão do trabalho social com famílias e dos serviços a serem implementados nos CREAS e divulgação e repasse de informações, dentre outros listados na tabela acima. No que se refere à construção do planejamento, o CREAS Municipal assume uma perspectiva participativa, uma vez que consegue articular no seu processo de planejamento as equipes técnicas de nível médio e superior, a gestão municipal, representantes da rede e os usuários. Entende-se que tal inclusão possibilita a adequada definição de metas e prioridades, além de ações e atividades coerentes com as demandas e necessidades da população usuária. No âmbito da atuação do CREAS, duas dimensões podem ser consideradas como norteadoras de ações, atividades e estratégias de intervenção. Trata-se: 1) do diagnóstico socioterritorial (que permite identificar demandas e prioridades específicas dos territórios) e 2) das formas de acesso dos usuários ao equipamento (que indicam tanto o nível de sua consolidação na comunidade, quanto à capacidade de articulação da rede socioassistencial). No que se refere ao diagnóstico socioterritorial o CREAS declara não acessá-lo. No entanto dispõe do mapeamento da rede socioassistencial do território, instrumento de trabalho também importante no processo de planejamento das atividades do equipamento. Em relação às principais formas de acesso dos usuários neste CREAS, os dados da tabela abaixo mostram que tais usuários o acessam por meio dos encaminhamentos da 31 ‘’’’ própria rede de assistência social e demais políticas públicas, por demanda espontânea, busca ativa, dentre outros. Principais formas de acesso Demanda espontânea Busca ativa Encaminhamentos da rede de Assistência Social Encaminhamentos das demais políticas públicas (Saúde, Educação, etc.). Encaminhamentos de Conselhos de Defesa de Direitos (Comdica, Conselho do Idoso, Conselho Tutelar, etc.). Unidades de atendimento sociojurídico (Ministério Público, Defensorias, Fóruns, etc.). Tabela 18: Principais formas de acesso dos usuários ao CREAS. No âmbito das situações de violações de direitos frequentemente atendidas no CREAS de São Bento do Una, é possível apreender, como demonstra a tabela abaixo, que comparecem aquelas Fonte: PMAPAS/2013 tipicamente referenciadas na PSE. Tais violações, responsáveis pela ocorrência de situações de vulnerabilidade e risco pessoal e social, devem ser consideradas em um contexto sócio-histórico e multidimensional, determinando a oferta e o desenvolvimento de ações e atividades, além de subsidiarem a construção de diagnósticos socioterritoriais. Tabela 19: violações de direitos atendidas pelo CREAS de São Bento do Una. Demandas freqüentemente atendidas no CREAS Possui X Possui Possui X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Feminino X X X X X Masculino Possui Possui Possui Possui Possui Possui Possui Possui Possui Sexo Pessoa com Deficiência Violência Física Violência Psicológica Violência Sexual Negligência Abandono Trabalho Infantil Dependência química Aplicação de medida socioeducativa - PSC Aplicação de medida socioeducativa - LA Discriminação/violência em decorrência da orientação sexual Discriminação/violência em decorrência da raça/etnia Situação de rua e mendicância Idoso Classificação Adolescente Situações Criança Público-Alvo X X X X X X X X X X X X Fonte: PMAPAS/2013 32 ‘’’’ Nesse sentido, a identificação e a sistematização de dados e informações sobre a realidade de famílias e indivíduos com direitos violados são fundamentais para a construção de estratégias de enfrentamento e execução do trabalho social do CREAS. No que se refere à ocorrência destas violações entre os diversos públicos atendidos no equipamento social aqui destacado, nota-se da tabela acima que a violência física está presente em todos os públicos atendidos do sexo masculino. Já a violência psicológica ocorre em todos os públicos (exceto na pessoa com deficiência) independentes do sexo. Também a negligência comparece de forma bastante massificada acometendo as diversas faixasetárias e públicos sem exceção de sexo. Percebe-se ainda que as crianças e adolescentes do sexo masculino são os que mais sofrem as violações identificadas neste CREAS. No que se refere às articulações, o CREAS de São Bento do Una as estabelecem com instâncias da rede essencial de articulação14, para as quais são realizados, ainda, encaminhamentos. A esse respeito, observa-se, ainda, na tabela abaixo, que há instâncias com as quais o CREAS se articula, mas de outra forma que não seja o encaminhamento. Segundo as Orientações Técnicas para a operacionalização dos CREAS (MDS, 2011), a identidade desse equipamento deve ser fortalecida no processo de articulação com a rede, delimitando papéis e competências, de modo a assegurar o desenvolvimento de ações complementares e sinérgicas e prevenir que os serviços ofertados assumam funções que não lhes são concernentes. Abaixo uma tabela que melhor descreve essas informações. 14 CRAS; CadÚnico; serviços de saúde e educação; órgãos de defesa de direitos; serviços de acolhimento; trabalho e geração de renda (MDS, 2011, p. 62). 33 ‘’’’ Tabela 20: Atividades desenvolvidas no CREAS de São Bento do Una. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EQUIPAMENTO Articulações Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Básica (PSB) Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Especial (PSE) Unidades Privadas da Rede de Proteção Social Especial (PSE) Serviços de Saúde Serviços de Educação CREAS Municipal Órgãos responsáveis pela aquisição de documentação civil básica Serviços ou Programas de Segurança Pública Coordenação Municipal do Programa Bolsa Família Conselho Tutelar Unidades de atendimento sociojurídico (Ministério Público, Defensorias, Fóruns, etc.) Organizações Não Governamentais (ONGs) Encaminhamentos Acompanhamento de Usuários Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Básica (PSB) Unidades Privadas da Rede de PSB Unidades Públicas da Rede de Proteção Social Especial (PSE) Unidades Privadas da Rede de Proteção Social Especial (PSE) Serviços de Saúde Serviços de Educação Órgãos/Serviços relacionados a Trabalho e Emprego Órgãos responsáveis pela aquisição de documentação civil básica Serviços ou Programas de Segurança Pública Visitas domiciliares Atendimentos psicossociais Interlocução com a rede socioassistencial Relatórios e/ou prontuários Plano de Acompanhamento Individual e/ou Familiar Coordenação Municipal do Programa Bolsa Família Conselho Tutelar Unidades de atendimento sociojurídico (Ministério Público, Defensorias, Fóruns, etc.) Organizações Não Governamentais (ONGs) Fonte: PMAPAS/2013 Já no âmbito do acompanhamento especializado, as equipes do CREAS de São Bento do Una recorrem a elementos essenciais à sua realização, potencializando o enfrentamento às situações de violação de direitos e o desenvolvimento de ações para o 34 ‘’’’ fortalecimento ou restabelecimento de vínculos familiares e comunitários. Entre as estratégias de acompanhamento colocadas na tabela acima, pode-se destacar o Plano de Acompanhamento Individual e/ou Familiar e as Visitas domiciliares, ambos indispensáveis ao enfrentamento qualificado às situações de violações e demais atendimentos realizados. Após a análise apresentada, destacamos que no Município de São Bento do Uma faz-se necessário assegurar condições que garantam a continuidade dessa atuação, potencializando o desenvolvimento do trabalho social. Além disso, a gestão municipal deve estar atenta às dificuldades e limites observados no âmbito deste equipamento, estabelecendo canais de comunicação com equipes e coordenações, com vistas a viabilizar alternativas de superação dos desafios. 6. Gestão do Trabalho no município de São Bento do Una. 6.1. Composição e formação profissional dos Recursos humanos da Assistência Social. gestão do trabalho no SUAS, conforme exposto na NOB/SUAS 2012, compreende o planejamento, a organização e a execução das ações relativas à valorização do trabalhador(a) e à estruturação do processo de trabalho institucional, em todas as esferas de governo. Na perspectiva da referida Norma, tal valorização comporta um grupo de ações que devem ser realizadas no intuito de desprecarização da relação e das condições de trabalho (NOB/SUAS 2012, art. 109). Entre as estratégias adotadas estão: a adoção de quadro profissional por via do concurso público; a instituição de avaliação de desempenho; a implantação de Plano de Capacitação e Educação Permanente com certificação; o esforço de adequar os perfis profissionais às necessidades do SUAS; a instituição de planos de cargos, carreira e salários (PCCS) e a garantia de ambiente de trabalho saudável e seguro, em consonância às normativas de segurança e saúde dos trabalhadores (idem). Ainda em consonância com o previsto na NOB/SUAS 2012, a estruturação do processo de trabalho no SUAS deve levar em consideração: a elaboração de desenhos organizacionais; existência de processos de negociação do trabalho e sistemas de informação, além de supervisão técnica. Vale salientar que todas as ações previstas para implementação da gestão do trabalho no SUAS deverão ser asseguradas financeiramente pelos entes federativos, sobretudo, na adoção das responsabilidades compartilhadas. Para uma análise mais ampliada do tema da Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS, é imprescindível pensar esta gestão a partir da sua organização e das condições de sua realização. Significa entender que as questões que envolvem a regulação e a gestão deste trabalho, precisam ser pensadas sob a perspectiva de totalidade, que considere pelo menos três dimensões indissociáveis, quais sejam: 1. atividades desenvolvidas 2. condições A 35 ‘’’’ materiais, institucionais, físicas e financeiras e, 3. meios e instrumentos necessários ao adequado exercício profissional. (Parâmetros, CFESS, 2009). De um modo geral, as informações do monitoramento 2013, agrupadas na tabela abaixo mostram que há o município de São Bento do Una um total de 104 profissionais à disposição da gestão municipal da política de assistência social. Destes, 20 estão lotados nos CRAS do município e 14 estão nos serviços da PSB. No que tange à PSE, 07 profissionais exercem suas atividades no CREAS e 03 no SAC. Em resumo, o município declara possuir 35 profissionais concursados, ou seja, trabalhadores que possuem vínculo empregatício permanente capaz de assegurar a continuidade dos serviços ofertados no seu território. (ver detalhes dos vínculos na tabela abaixo). Tabela 21: Composição dos recursos humanos da Assistência Social em São Bento do Una. QSM 104 27 35 NSI 42 0 CRAS SERVIÇOS REFERENCIADOS 20 12 8 0 0 0 14 1 13 0 0 0 CREAS 7 5 2 0 0 0 SAC 3 0 0 0 0 3 PSEAC PSEMC Gestão Municipal PSB Programas/projetos/ Serviços Gestão do Trabalho - Composição dos recursos humanos Vínculos Total de Prestador Cargo profissionais Contrato Concurso Voluntário de Serviço Comissionado Fonte: PMAPAS/2013 Como se vê do exposto acima, a Gestão e os CRAS são os espaços que mais detém os profissionais disponíveis para a operacionalização da política de assistência social. Destacando-se o fato da grande maioria ser contratada. Fato que compromete a garantia na prestação dos serviços nos equipamentos os quais possuem 08 profissionais com vinculo efetivo. Esta realidade é retrato de uma tendência nacional e estadual de precarização dos vínculos trabalhistas, consequência da falta de definição de orçamentos para a assistência social em todas as esferas governamentais e da pouca prioridade da qual é alvo a área social de um modo geral, no campo da política brasileira. Na tabela abaixo, estão expostas as formações profissionais de que a assistência social dispõe no município como importante elemento de profissionalização desta política que tem demandado, ao longo da sua história, profissionais qualificados e apropriados para o desenvolvimento do trabalho social com famílias e indivíduos na perspectiva da garantia de direitos e de valorização da assistência social como política pública e de responsabilidade estatal. 36 ‘’’’ Tabela 22: Formação profissional da Assistência Social em São Bento do Una. Gestão do Trabalho - Formação profissional Função Psicólogo Advogado Cuidador Pedagogo Antropólogo Outros 20 2 2 0 0 0 0 16 SERVIÇOS REFERENCIADOS 14 0 0 0 0 0 0 14 CREAS 7 0 1 1 0 0 0 5 SAC 3 0 0 0 0 0 0 3 PSB CRAS PSEMC Total de profissionais Assistente Social PSEAC Programas/ projetos/ Serviços Fonte: PMAPAS/2013 É possível constatar na tabela acima que o quadro de profissionais de nível superior da Assistência Social em São Bento do Una, em relação à PSB e PSE, cumprem o requisito – previsto na NOB-RH/SUAS/2011 – da composição dos recursos humanos por profissões regulamentadas em lei e que possuem Conselho Profissional. Para os CRAS as categorias de assistente social e psicólogo se fazem presentes. Fato que não ocorre com o CREAS que dispõe de psicólogo e advogado, mas não possui assistente social compondo a equipe. Já quando se trata da proteção social especial de média complexidade - PSEMC, na modalidade dos serviços prestados no âmbito do Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS, a Norma estabelece que nos municípios de gestão básica como é o caso do município analisado - haja 01 coordenador, 01 Assistente Social, 01 Psicólogo, 01 Advogado, 02 profissionais de nível superior ou médio (para abordagem dos usuários) e 01 auxiliar administrativo. Desta forma a equipe do CREAS em São Bento do Una não se encontra de acordo com o quadro de equipe de nível superior exigida pela NOB RH SUAS vigente. 6.2. Condições de trabalho no âmbito do SUAS A análise das condições do trabalho realizado nas ações do SUAS é um requisito importante como forma de verificar a qualidade do serviço prestado à população que acessa a política de assistência social no município. Sendo assim, entende-se que a proteção nos espaços de trabalho, a existência de remuneração correspondente às funções, a instituição e manutenção de direitos trabalhistas assim como a definição de equipes de referência, são condições laborais dignas reconhecidas como primordiais para uma atuação profissional que responda aos objetivos da assistência social enquanto política pública não contributiva disponível para quem dela necessite. Abaixo segue um quadro que descreve os espaços físicos dos equipamentos existentes em São Bento do Una. 37 ‘’’’ Quadro 4: Espaços físicos dos equipamentos sociais em São Bento do Una. ESPAÇOS FÍSICOS DOS EQUIPAMENTOS SOCIAIS Itens CREAS *SAC PSEAC SERVIÇOS REFERENCIADOS PSEMC CRAS PSB Copa/cozinha Sala da administração e/ou coordenação Sala de atendimento individual Sala de atendimento familiar e/ou coletivo Almoxarifado ou similar Espaço externo Banheiros 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 1 *Serviços de Alta Complexidade Fonte: PMAPAS/2013. No contexto específico de operacionalização da política de assistência social em São Bento do Una, foi identificado que os equipamentos sociais do município operam com os espaços físicos mínimos necessários à realização do trabalho em equipe. Como pode ser visualizado no quadro acima, 100% dos CRAS e o CREAS dispõem de sala para administração, sala para atividades coletivas, copa/cozinha e banheiros. Quanto aos espaços externos para lazer e almoxarifado, são itens inexistentes no CREAS e não representados nos equipamentos de CRAS visitados. A presença dos itens descritos no quadro acima confere qualidade à oferta dos serviços socioassistenciais proporcionados pelos equipamentos sociais. Portanto, se faz necessário que estes façam parte da infraestrutura e se encontrem em boas condições de funcionamento, visto que, o trabalho dos (as) técnicos (as) da assistência social requer condições materiais indispensáveis ao atendimento qualitativo às demandas dos (as) usuários (as). Dentre os „recursos materiais‟ descritos nas provisões da Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2009), destacam-se aquisição de material permanente e de consumo, tais como: mobiliário, computadores, linha telefônica ou telefone móvel; materiais socioeducativos (artigos pedagógicos, culturais e esportivos etc.); banco de dados dos (as) usuários (as) de benefícios e serviços socioassistenciais como o Cadastro Único e o BPC. 38 ‘’’’ Quadro 5: Equipamentos e materiais existentes nos equipamentos sociais de São Bento do Una. *SAC Telefone 2 1 Computador sem acesso à internet 2 0 Computador com acesso à internet 2 1 Fax 2 0 Impressora 2 1 Televisor 2 1 DVD 2 1 Projetor multimídia 2 0 Aparelho de som Câmera fotográfica 2 0 Veículo 2 0 Arquivo / armário para armazenamento de 2 1 documentos Material de expediente 2 1 Material informativo 2 1 Material para o desenvolvimento de atividades 2 1 individuais e/ou coletivas Acervo bibliográfico 2 0 Mural informativo 2 1 *Serviços de Alta Complexidade PSEAC CREAS SERVIÇOS REFERENCIADOS Itens CRAS EQUIPAMENTOS E MATERIAIS EXISTENTES NOS EQUIPAMENTOS SOCIAIS PSB PSEMC 1 1 0 0 1 1 0 1 1 0 1 1 0 0 0 0 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 0 0 0 - 1 1 0 - Fonte: PMAPAS/2013. Dos equipamentos e materiais considerados essenciais ao desenvolvimento do trabalho nos equipamentos sociais expostos no quadro acima, destaca-se a existência de todos os equipamentos e materiais listados em 100% dos CRAS, com exceção do aparelho de som que não houve resposta válida. A realidade indicada acima não ocorre nos espaços do CREAS no qual se verificou a ausência de computador com acesso à internet, fax, DVD, câmera fotográfica, etc. Estes itens possibilitam a organização de informações importantes sobre a estruturação dos serviços, o fluxo de atendimento das demandas, o perfil dos (as) usuários (as), o quantitativo de atendimento; agilidade na comunicação (requerimentos, e-mails, pesquisas, divulgação de atividades, articulações com a Rede Socioassistencial, etc.). Desse modo, percebe-se a relevância dos equipamentos sociais disporem desses recursos materiais no sentido de dar qualidade ao trabalho realizado e às condições de trabalho da equipe. 39 ‘’’’ 6.3. Capacitação continuada/formação e qualificação profissional. A Política Nacional de Capacitação prevê responsabilidades compartilhadas entre as três esferas governamentais, com a finalidade de promover iniciativas de capacitação contínua para trabalhadores (as) do SUAS, através de diretrizes gerais para todo o País, assim como de acordo com as especificidades de cada região e/ou municípios. A capacitação no âmbito do SUAS deve ser destinada e garantida ao conjunto de trabalhadores (as) e atores (as) da Assistência Social – gestores (as), trabalhadores (as), técnicos (as) e administrativos, dos setores governamentais e não governamentais pertencentes à rede socioassistencial, e conselheiros. A concepção de formação dos (as) técnicos (as) do SUAS deve vir ancorada na ética do desenvolvimento de perfis profissionais habilitados a avaliar os desempenhos e resultados dos serviços socioassistenciais prestados aos (as) usuários (as), através também do seu compromisso político e pela concretização dos direitos do público-alvo da assistência e ativação dos mecanismos democráticos (SILVEIRA, 2011). Pertence ainda ao conjunto de condições indispensáveis à capacitação continuada, formação e qualificação profissional, de acordo com a NOB-RH/SUAS: 1) implementação dos planos anuais de capacitação; 2) a provisão de recursos financeiros, humanos, tecnológicos e materiais adequados; 3) o envolvimento de diversos atores no que tange ao planejamento, execução, monitoramento e avaliação dos planos de capacitação, aprovados por seus respectivos conselhos; 4) a nacionalização, definindo-se conteúdos gerais mínimos, todavia, sendo respeitadas as diversidades geográficas das regiões, Estados e municípios, promovendo-se a descentralização; a garantia do exercício de avaliação e monitoramento, realizados através do controle social. No que tange ao acesso das equipes a formações e capacitações, o estado desenvolveu uma agenda de Capacitações realizadas pela Gerência de Planejamento, Projetos e Capacitação – GPPC em 2012, destacando-se as temáticas acerca dos papéis dos profissionais da Assistência Social na relação com as famílias (conflitos entre familiares e usuários de substâncias psicoativas, protagonismo, atendimento nos serviços, violação de direitos). Comparando as capacitações ofertadas e aquelas que em geral, os (as) trabalhadores (as) dos equipamentos de CRAS e CREAS sugerem ou solicitam pode-se afirmar que as temáticas desenvolvidas atendem parcialmente as necessidades apontadas pelas equipes, que no município de São Bento do Una apresentaram outras sugestões nas temáticas específicas das suas atribuições profissionais. (ver apêndice A). 40 ‘’’’ 7. CONSIDERAÇÕES / RECOMENDAÇÕES. 7.1. Gestão da política No que se refere à realidade de São Bento do Una, o monitoramento 2013 identificou o cumprimento dos requisitos previstos na política de assistência social onde foram constatadas as seguintes potencialidades: Potencialidades Existência de FMAS criado por lei, com CNPJ próprio gerido pela própria gestão da política de assistência social; Existência de CMAS; Plano Municipal de Assistência Social atualizado a cada 02 anos; Financiamento das três esferas governamentais; Existência de setores específicos de Vigilância Socioassistencial e de Monitoramento; Existência de sistema próprio de Monitoramento; Existência de diagnóstico das áreas de risco e vulnerabilidade atualizado entre 06 meses e um ano; Oferta e acompanhamento dos Benefícios eventuais. Fonte: PMAPAS/2013 7.2. Conselho Municipal de Assistência Social. Potencialidades Fragilidades Considerações / Recomendações Existência de presidência e vice-presidência, plenário, secretaria executiva. Ausência de comissões temáticas; equipe técnica e de apoio Afirmamos a importância de este conselho garantir essa estrutura para o efetivo funcionamento do controle social da Assistência no município, devendo-se para tanto, fazer cumprir de fato o papel de cada uma delas. Acesso aos recursos do IGD SUAS e IGD PBF - - Não dispõe de telefone e veículo para uso exclusivo apenas compartilhado. Cabe ao CMAS apresentar proposta de utilização dos recursos de ambos os IGDs para a melhoria das ações de controle social da política no município as quais só podem ser asseguradas com as condições de trabalho adequadas. Neste caso, o telefone e o veículo são considerados instrumentais imprescindíveis. Infraestrutura garantida pela secretaria de assistência social 41 ‘’’’ Este Conselho realiza atualização das entidades inscritas bimestralmente - Aprova a proposta orçamentária anual; Acompanha/ fiscaliza a execução orçamentária; Aprova o plano de aplicação do FMAS; Orienta e controla as ações do FMAS. O CMAS participa da definição de critérios à concessão dos benefícios eventuais - 7.3. - - Presença de entidades religiosa e filantrópicas na composição do CMAS A regularização desta realidade no município requer a atuação do CMAS de forma clara quanto a sua função social no âmbito do SUAS assim como o papel de cada uma das entidades inscritas neste conselho. - - - - O CMAS realiza ações de fiscalização apenas dos serviços socioassistenciais da rede pública do SUAS Como instância deliberativa da política de assistência social o CMAS não pode se eximir da responsabilidade de acompanhar, deliberar e fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros do FMAS independente do benefício ou serviço ofertado. E se o mesmo está empregado na rede pública ou privada. Cabe ao CMAS, portanto, maior articulação junto à gestão municipal para realização de tais ações junto aos serviços também ofertados pela rede privada. Capacidade instalada da política de assistência social no município. Como foi demonstrado neste relatório a rede de PSB e de PSE de São Bento do Una é composta pelos principais equipamentos e serviços essenciais ao atendimento da população usuária do SUAS. No quadro abaixo podem ser visualizados os aspectos 42 ‘’’’ considerados mais frágeis no município e aqueles que representam grande potencial no desenvolvimento da sua política de assistência social. Potencialidades Fragilidades Considerações / Recomendações - - Existência de 02 CRAS urbanos, ambos localizados em território de maior vulnerabilidade social Município com 01 CREAS municipal Oferta de Serviços de proteção social básica e especial definidos no SUAS Oferta de Benefício de Prestação Continuada (BPC) e BPC na escola Realização de busca ativa, acompanhamento familiar, mobilização e divulgação do trabalho desenvolvido e a sistematização de dados e informações em 100% dos CRAS. CREAS desenvolvendo atividades essenciais à oferta dos serviços entre elas o plano individual de acompanhamento Realização de planejamento de forma participativa incluindo equipes técnicas, usuários, gestores e representantes da rede socioassistencial O diagnóstico socioterritorial e a avaliação do trabalho desenvolvido estão presentes em apenas 01 CRAS CREAS sem acesso ao diagnóstico - Torna-se imperativo à gestão o estabelecimento de estratégias para construção do referido diagnóstico e da implantação desses instrumentos imprescindíveis ao desenvolvimento da vigilância social e do monitoramento das ações no âmbito do SUAS. - 43 ‘’’’ 7.4. Gestão do Trabalho Potencialidades Os 02 CRAS e 01 CREAS funcionando com coordenação exclusiva Fragilidades Em nenhum dos CRAS e CREAS está garantido o funcionamento integral durante toda a semana com equipe completa. 56 profissionais lotados na política de assistência social do município sendo 30 profissionais concursados; - Composição das equipes de referência do SUAS com profissões regulamentadas em lei com Conselho Profissional e em quantitativo adequado para os CRAS; - Considerações / Recomendações Foram detectados no âmbito da gestão do trabalho da assistência social deste município alguns aspectos frágeis que na verdade sinalizam para a necessidade de a gestão municipal repensar sua política de recursos humanos e de condições de trabalho orientada pelo que recomenda a NOB SUAS-RH. Os CRAS e CREAS do município operam com os espaços físicos necessários à realização do trabalho em equipe 44 REFERÊNCIAS BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1998. ____________. MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME. Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS: Uma contribuição Necessária – Brasília, DF: MDS: Secretaria Nacional de Assistência Social. 2011. ______. Política Nacional da Assistência Social 2004. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Nacional de Assistência Social, 2004.______. Lei 8.742 de 07 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Nacional de Assistência Social, 1993. ______. Lei 12.435, de 6 de julho de 2011. Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, dispõe sobre a organização da Assistência Social. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Nacional de Assistência Social, 2011. _______. Sistema Único da Assistência Social - Norma Operacional Básica. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Nacional de Assistência Social, 2012. _______. Resolução n° 237, de 14 de dezembro de 2006. Diretrizes para a estruturação, reformulação e funcionamento dos Conselhos de Assistência Social. Brasília: Conselho Nacional de Assistência Social, 2006. ______. Portaria n°246, de 20 de maio de 2005. Brasília: GM/MDS, 2005. ______. Resolução n° 16, de 05 de maio de 2010. Brasília: CNAS, 2010. ______. Orientações técnicas – Centro de Referência da Assistência Social. Brasília: MDS, ______. Orientações técnicas – Centro de Referência Especializado da Assistência Social. Brasília: MDS, 2011. ______. Resolução CIT nº 7, de 10 de setembro de 2009. Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e transferências de renda no âmbito do SUAS. BOSCHETTI, Ivanete. Assistência Social no Brasil: um direito entre a originalidade e conservadorismo. 2. ed. Brasília: GESST/SER/UNB, 2003. PERNAMBUCO.Resolução nº 188 de 05/12/2008. Política Estadual de Assistência Social/PEAS.Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos – SEDSDH, 2008. SILVEIRA, Jucimeri Isolda. Gestão do Trabalho: concepção e significado para o SUAS. Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS: Uma contribuição Necessária – Brasília, DF: MDS: Secretaria Nacional de Assistência Social. 2011. 45 ‘’’’ APÊNDICE 46 ‘’’’ APÊNDICE A – SUGESTÕES DE TEMAS PARA AS PRÓXIMAS CAPACITAÇÕES COM TÉCNICOS (as) DOS CRAS E CREAS DO MUNICÍPIO DE SÃO BENTO DO UNA. EQUIPAMENTOS CRAS CREAS TEMAS SUGERIDOS Atuação dos profissionais dentro do CRAS, Programas sociais Capacitação sobre os programas sociais. Atendimento ao idoso, violência sexual. 47 48