Análise do Uso das Plantas Curativas da Botica de São Be nto (século XIX).
MEDEIROS, Maria Franco Trindade (1,5); MENDONÇA, Roberta Magalhães (2,5); SENNA-VALLE,
Luci de (3,5); ANDREATA, Regina Helena Potsch (4,6). - 1-Docente de doutorado do Museu
Nacional-UFRJ; 2-Estagiária de aperfeiçoamento; 3-Professora Adjunta; 4-Professora Titular,
bolsista CNPq; 5-Depto. de Botânica, Museu Nacional-UFRJ, RJ, Brasil; 6-Instituto de Ciências
Biológicas e Ambientais, Universidade Santa Úrsula, RJ, Brasil.
Plantas medicinais utilizadas na composição de receitas com fins curativos por boticários
(farmacêuticos) do século XIX na Botica do Mosteiro de São Bento, localizado no centro da cidade
do Rio de Janeiro foram estudados com o intuito de gerar um confronto de informações entre o uso
passado e o uso presente deste recurso vegetal. Desse modo, os nomes populares registrados a
partir de consultas às fontes manuscritas do século XIX depositadas nos Arquivos do Mosteiro de
São Bento do Rio de Janeiro foram levantadas em fontes impressas dos séculos XX e XXI que
versavam sobre o tema plantas medicinais, ou que forneciam alguma informação relevante à
proposta do trabalho, que incluiu a compilação das seguintes informações: nome popular, nome
científico, localidade e uso medicinal. Os dados foram inseridos em uma base de dados e são
apresentados em forma de tabela. Do total de plantas utilizadas durante o século XIX, 114 são
utilizadas ainda hoje, como por exemplo "alfazema", "althea" e "fumaria". Entretanto 49 nomes
populares não foram mencionados em estudos realizados nos séculos XX e XXI, dentre os quais
podem ser citados "bálsamo de S. Thomé", "catto" ou "cato", e "cynogloza", "lynogloxa" ou
"lynoglozas". Dos termos populares que foram encontrados em bibliografia especializada, 79
apresentaram correlação com mais de uma espécie, como foi o caso de "abutua" (Abutua candicans
Rich., Abutua concolor poepp. & Endl., Abutua rufescens Aubl. e Abutua selloana Eichl.) e
"losna" (Artemisia absinthium L. e Egletes viscosa (L.) Less.). Os resultados obtidos refletem a
grande importância do emprego de plantas como fonte de cura para os problemas de saúde das
populações locais e revelam que, ao longo de três séculos, a sua aplicação outrora considerada de
cunho acadêmico, passa a compor as matizes da cultura popular brasileira através da tradição oral
das práticas caseiras de cura. (CAPES)
Link p/ este Trabalho na internet: http://www.57cnbot.com.br/trabalhos.asp?COD=1064
57º Congresso Nacional de Botânica - Presidente: Prof. Dr. Jorge Ernesto de Araujo Mariath
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