UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL PLANALTO CENTRAL FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL Aprovadas pelas Portarias SESu/MEC Nº 368/2008 (DOU 20/05/2008) Curso de Administração com Habilitação em Administração de Empresas Reconhecido pela Portaria Ministerial Nº. 1.088 – MEC, de 29/04/2004 – DOU de 03/05/2004. ANÁLISE SWOT SUBSÍDIO PARA IMPLANTAÇÃO DE ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS PARA O NOVO GAMA Graziella Karina Alves de Souza Santos BRASÍLIA AGOSTO DE 2010 UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL PLANALTO CENTRAL FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL Graziella Karina Alves de Souza Santos ANÁLISE SWOT SUBSÍDO PARA IMPLANTAÇÃO DE ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS PARA O NOVO GAMA Monografia Apresentada no Curso de Administração de Empresas nas Faculdades Integradas de Ciência e Tecnologia do Planalto Central – FACIPLAC, com Requisito à Obtenção do Título de Bacharel em Administração de Empresas. Linha de pesquisa: Governança Corporativa ORIENTADOR: PROF. MOACIR DO VALLE JUNIOR BRASÍLIA AGOSTO DE 2010 ii GRAZIELLA KARINA ALVES DE SOUZA SANTOS Monografia, aprovada como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em Administração no curso Administração de Empresas das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central Data de Aprovação: ____/____/____ Banca Examinadora: Prof. Moacir do Valle Junior Orientador Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central Prof. Geraldo Cardoso Motinho Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central Prof. Msc. André Luiz Dutra Fenner Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central iii DEDICATÓRIA Dedico o presente trabalho à minha querida filha Kailane, que é a razão do meu viver e da busca constante em me tornar uma pessoa melhor. iv AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, que realizou o meu sonho de concluir o Ensino Superior e que tem me dado forças e ousadia para lutar por sonhos maiores. À minha filha e meu esposo que suportaram minha ausência durante essa etapa da minha vida respeitando sempre minha maneira de ser e de agir na busca dos meus objetivos. À minha mãe, que me deu a vida com amor e que venceu uma doença terrível durante esse período, não se intimidando e renascendo para a alegria da família; aos meus irmãos e amigos que me apoiaram. Ao professor Moacir do Valle pela paciência, compreensão e incentivos nas orientações desta monografia. Aos professores Romilson Aiache, Surama Miranda, Gilliana Betini e especialmente à Nídia Furiati que contribuíram com seus conhecimentos e incentivos de uma forma muito agradável durante a elaboração, tornando possível a conclusão desta monografia em tempo hábil. v EPÍGRAFE "O futuro não é predeterminado. É pelo menos em parte, sujeito à nossa influência. O nosso interesse deve ser, pois, focalizar futuros previsíveis tanto quanto os que são possíveis e prováveis." Alvin Toffler vi LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica MEC – Ministério da Educação SME – Secretaria Municipal de Educação vii LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Organograma da SME de Novo Gama - GO ......................................... 21 FIGURA 2 - Niveis de Decisão e os Tipos de Planejamentos ................................... 27 FIGURA 3 - Formação de Estratégia/Escola do Design ........................................... 34 FIGURA 4 - Análise SWOT ....................................................................................... 36 FIGURA 5 - Processo de Definição de Estratégia .................................................... 44 FIGURA 6 – Escolha de um caminho de ação pela empresa ................................... 45 viii LISTA DE QUADROS QUADRO 1 – As Difenças entre a Eficiência e a Eficácia ......................................... 23 QUADRO 2 – Resumo das Escolas do Pensamento Estratégico ............................. 32 QUADRO 3 – Diagrama da Matriz SWOT ................................................................. 37 QUADRO 4 – Consolidação das Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças .... 50 QUADRO 5 – Forças X Oportunidades ..................................................................... 51 QUADRO 6 – Fraquezas X Ameaças ....................................................................... 52 QUADRO 7 – Forças X Ameaças ............................................................................. 53 QUADRO 8 – Fraquezas X Oportunidades ............................................................... 54 ix RESUMO A preocupação com a eficiência no gerenciamento das operações e decisões em uma organização têm se transformado no ponto inicial da necessidade de construção de mecanismos eficientes de gerenciamento que sejam capazes de impulsionar o estabelecimento de estratégias. Diante disso, revela-se a importância da avaliação do ambiente onde as organizações encontram-se inseridas para que essas estratégias sejam compatíveis e alinhadas ao cenário organizacional. Esta pesquisa é resultante da análise ambiental da Secretaria Municipal de Educação (SME) de Novo Gama, composta de levantamento de dados coletados a partir de entrevista aplicada a um grupo focal. O tratamento dos dados constitui-se pela utilização da análise SWOT para avaliação qualitativa do ambiente externo e interno. Ao fim, percebem-se no diagnóstico estratégico, os pontos positivos e negativos do contexto ambiental que podem influenciar o desempenho da SME, bem como serem utilizados na definição posterior de estratégias no contexto do Planejamento Estratégico. Palavras-chave: Eficiência, estratégias, análise SWOT, contexto Planejamento Estratégico, Secretaria Municipal de Educação, ensino. x ambiental, ABSTRACT The concern for efficiency in managing the operations and decisions in an organization have become the starting point on the need for construction of efficient management that are able to boost the establishment of strategies. Thus, reveal the importance of evaluating the environment where organizations are inserted so that these strategies are compatible and aligned with the organizational setting. This research is a result of environmental analysis of the Department of Education (SME) New Range, consisting of survey data collected from interviews applied to a focus group. The data is by the use of SWOT analysis for qualitative assessment of external and internal environment. In the end, perceive themselves in the strategic diagnosis, the positive and negative effects of environmental context that can influence the performance of the EMS and subsequent use in defining strategies in the context of strategic planning. Keywords: Efficiency, strategies, SWOT analysis, environmental context, Strategic Planning, Department of Education. xi SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15 1.1 Tema .................................................................................................................. 17 1.2 Justificativa ......................................................................................................... 17 1.3 Pergunta de Pesquisa ........................................................................................ 18 1.4 Objetivo .............................................................................................................. 18 1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 18 1.4.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 18 2 PERFIL DA EMPRESA.......................................................................................... 19 2.1 Histórico ............................................................................................................. 19 2.2 Perfil Estratégico ................................................................................................ 21 2.2.1 Visão de Futuro .............................................................................................. 21 2.2.2 Organograma ................................................................................................. 22 3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 23 3.1 ADMINISTRAÇÃO ............................................................................................. 23 3.1.1 Funções Administrativas ................................................................................ 25 3.2 PLANEJAMENTO .............................................................................................. 26 3.2.1 Conceitos de Planejamento............................................................................ 26 3.2.2 Vantagens do Planejamento .......................................................................... 27 3.2.3 Tipos de Planejamento ................................................................................... 28 xii 3.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ................................................................... 29 3.3.1 Características do Planejamento Estratégico ................................................. 29 3.3.2 Demonstrativo Operacional do Planejamento Estratégico ............................. 30 3.3.3 Fases da Elaboraçao do Planejamento Estratégico ....................................... 31 3.4 ESCOLAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .......................................... 33 3.4.1 A Escola do Design ........................................................................................ 34 3.4.1.1 Modelo de Formação de Estratégia da Escola do Design...........................34 3.5 ANÁLISE SWOT ................................................................................................. 36 3.5.1 Objetivos da Análise SWOT ............................................................................ 38 3.5.2 Benefícios da Utilização da Análise SWOT ..................................................... 39 3.5.3 Recomendações para a Análise SWOT .......................................................... 39 3.6 ANÁLISE AMBIENTAL...................................................................................... 40 3.6.1 Análise do Ambiente Externo ......................................................................... 41 3.6.1.1 Oportunidades ............................................................................................ 41 3.6.1.2 Ameaças .................................................................................................... 41 3.6.2 Análise do Ambiente Interno .......................................................................... 42 3.6.2.1 Análise dos Pontos Fortes e Pontos Fracos ............................................... 42 3.6.2.1.1 Forças .................................................................................................... 42 3.6.2.2.2 Fraquezas .............................................................................................. 42 3.7 ESTRATÉGIAS .................................................................................................. 43 xiii 4 MÉTODOLOGIA .................................................................................................... 47 4.1 Tipo de Pesquisa ................................................................................................ 47 4.2 Universo e Amostra ............................................................................................ 48 4.3 Instrumentos de Coleta de Dados ...................................................................... 48 4.4 Critérios de Análise de Dados ............................................................................ 51 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS .............................................. 52 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................ 59 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 61 xiv 15 1 INTRODUÇÃO A administração pública gerencial emergiu, na segunda metade deste século, como resposta à crise do Estado; como modo de enfrentar a crise fiscal; como estratégia para reduzir o custo e tornar mais eficiente à administração dos imensos serviços que cabiam ao Estado; e como um instrumento para proteger o patrimônio público contra os interesses da corrupção aberta. Mais especificamente, desde a década dos 60 ou, pelo menos, desde o início da década de 70, crescia uma insatisfação, amplamente disseminada, em relação à administração pública burocrática. Diante disso, novos modelos e práticas de gestão do setor privado chegam à administração pública. O uso crescente das TI (Tecnologias da Informação) permitiu inovações nas prestações de serviços e informações e a redefinição de processos de trabalho, além de uma maior facilidade de monitoramento e controle de desempenho de organizações, equipes e indivíduos. Esse ambiente levou à demanda por maior capacidade de planejamento, monitoramento e controle. A busca da qualidade dos serviços públicos é um dos conceitos que o modelo gerencial vem incorporando nos setores como: educação, assistência médica, transporte, bancos, telecomunicações, varejos, serviços e tantos outros. Gracioso (1991) está convicto de que muito mais do que em ambientes organizados, onde as mudanças são previsíveis, o planejamento é indispensável num ambiente de turbulências como se verifica atualmente. Como um camaleão, que não cessa de mover seus olhos observando todos os ângulos de seu meio ambiente, as empresas de sucesso devem antever todos os cenários possíves, e para cada um, definir uma estratégia apropriada. Como o camaleão, devem ser capazes de agir com rapidez no confronto com seus concorrentes. E, ainda, como um camaleão, devem estar prontas para mudanças, segundo o cenário em que se achem inseridas (JOIA, 1994). 16 Pina (1994) advoga que nos negócios, sejam eles públicos ou privados, a estratégia é a essência, a síntese de um processo de busca que determina a direção que a empresa vai tomar no caminho para o futuro. E vai além, afirmando que a estratégia é o principal resultado de um sistema de planejamento estratégico. Na busca da estratégia, misturam-se pensamento lógico com intuição, análise com síntese, procura-se todo antes das partes, reconfiguram-se idéias, confronta-se o objetivo com o subjetivo (na busca persistente do insight estratégico). Segundo Xavier (2005), vários fatores contribuem para que os resultados alcançados no nível educacional ainda não sejam os esperados, mas um ponto frequentemente observado, é a baixa capacidade das agências responsáveis pela implementação dos objetivos educacionais, que vem acompanhada da ausência de consistência tanto no alinhamento quanto na coordenação das políticas nos vários níveis do sistema. Combinar as diferentes dimensões que podem promover a elevação da capacidade institucional do sistema educacional requer combinar com criatividade, eficiência e eficácia um conjunto de elementos que é responsável por essa elevação: o contexto institucional, a liderança, a visão, a estrutura, as pessoas, os programas e processo, os recursos tecnológicos e financeiros, etc. E, como salientamos, o fio condutor dessa combinação deve estar ancorado no pensamento estratégico (XAVIER, 2005). Alicerçando nesses elementos, desenvolveu-se este estudo, a partir da seguinte questão de pesquisa: “Que fatores do ambiente interno e externo podem influenciar de modo favorável e/ ou desfavorável o desempenho da SME- Secretaria Municipal de Educação de Novo Gama e que devem ser trabalhados para elevar a sua capacidade institucional?” 17 1.1 Tema ANÁLISE SWOT – Subsídio para Implantação de Estratégias Educacionais para o Novo Gama. 1.2 Justificativa Atualmente a SME de Novo Gama está se inserindo no processo de modernização gerencial demandado pelo Ministério da Educação (MEC), o que pressupõe a implementação da prática de Planejamento Estratégico, permitindo a essa organização o estabelecimento de um Plano de Suporte Estratégico onde se define as estratégias, metas e planos de ação, que servirão para guiar as operações e as decisões cotidianas da organização, transformando gradualmente o pensamento estratégico em ações concretas. Para tanto, torna-se necessário elaborar o diagnóstico do ambiente interno e, portanto, identificar os fatores internos que estão favorecendo ou dificultando a atuação da organização, bem como compreender os fatores macro-ambientais que possam condicionar de forma positiva ou negativa o desempenho da mesma. O processo de planejamento constitui-se de um instrumento que serve para explicitar o conhecimento das atividades realizadas pelos diversos setores, proporcionando ganhos sinergéticos e contribuindo para o aprimoramento da equipe de funcionários, que se sentem estimulados pela possibilidade de influenciarem nas decisões da Instituição. Diante dessas considerações, essa pesquisa pretende levar a SME a promover a análise dos fatores do ambiente interno e externo que possam influenciar de modo favorável ou desfavorável o desempenho e, utilizarem os resultados como subsídio para planejar, avaliar e adequar sua direção de forma harmônica e direcionada a objetivos comuns. 18 1.3 Pergunta de Pesquisa Que fatores do ambiente interno e externo podem influenciar de modo favorável e/ ou desfavorável o desempenho da SME e que devem ser trabalhados para elevar a sua capacidade institucional? 1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Objetivo Geral Apresentar à SME de Novo Gama o resultado da análise do cenário em que está inserida de modo a subsidiar na formulação de estratégias educacionais. 1.4.2 Objetivos Específicos Identificar os fatores positivos e negativos do ambiente interno; Identificar os fatores positivos e negativos do ambiente externo (macroambiente); Aplicar o instrumento “Matriz SWOT” para estabelecer relações entre fatores ambientais internos e externos; Selecionar os fatores internos que mais contribuem para o aproveitamento de oportunidades e que mais protejam a organização de ameaças; 19 Selecionar fatores internos que mais fragilizam a organização em termos de aproveitamento de Oportunidades e que reforçam o impacto de danos provenientes de Ameaças. 2 PERFIL DA EMPRESA 2.1 Histórico Constituída em outubro do ano de 1996, a SME de Novo Gama era um setor da Prefeitura Municipal com apenas 6 funcionários em uma sala próxima a sala do Prefeito, coordenada pela Profª Maria Helena Soares. No ano de 2001 tornou-se um órgão da administração direta e passou a se chamar Secretaria Municipal de Educação mudando-se para o prédio situado no bairro comercial Pedregal localizado no município de Novo Gama - GO a 40 km da Capital Federal ampliando-se o quadro de funcionários. O Secretário de Educação passou a ser o Professor Waldson Rodrigues de Souza. Desde então, a Secretaria foi reestruturada, criando-se os Departamentos e ampliando inúmeras escolas. Atualmente a SME assegura o atendimento e apoio ao total de 32 escolas com uma equipe de 142 pessoas mantendo parceria com a Prefeitura Municipal de Novo Gama, a Secretaria Municipal de Saúde, a de Ação Social, a de Segurança, o Conselho Tutelar, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, Ministério da Educação - MEC, etc. Além de administrar o Sistema Municipal de Educação, coordenando a Política Municipal de Educação, mediante a formulação de políticas públicas e diretrizes gerais, visando à otimização e à garantia de padrões de qualidade do modelo 20 educacional e ao conseqüente aumento dos índices de escolaridade, a SME tem como principais atribuições: definir políticas e diretrizes de educação, em consonância com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e com o Plano Nacional de Educação; elaborar normas e instruções relacionadas com as atividades educacionais e o funcionamento das escolas municipais, nos níveis fundamental e de educação infantil, respeitando o disposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96) e legislação aplicável, em harmonia com as normas de procedimentos federais e estaduais, bem como relacionadas aos programas de erradicação do analfabetismo e de apoio aos portadores de deficiência; conduzir a política de gestão dos profissionais do magistério como política pública, e o planejamento da rede física dos equipamentos da educação, de acordo com a previsão de demanda; planejar, de forma coordenada com o Estado, a acomodação e oferta da demanda escolar de educação infantil em creches e pré-escolas e, com prioridade, do ensino fundamental; ofertar outros níveis de ensino, desde que atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência; prestar atendimento específico aos alunos portadores de necessidades especiais; atender os alunos da educação infantil e do ensino fundamental, matriculados na rede municipal, com programas suplementares de alimentação e material didático escolar; ofertar programas de ações culturais vinculados ao currículo escolar; promover políticas públicas de democratização do acesso à informática junto à rede de ensino; definir diretrizes pedagógicas e sociais e padrões de qualidade para o Sistema Municipal de Ensino; manter a população informada sobre a oferta dos serviços disponibilizados na área educacional; 21 planejar, controlar e avaliar o Sistema Municipal de Ensino e a matrícula escolar; administrar o Sistema de Creches e Pré-Escolas para crianças de zero a seis anos e estabelecer padrões de qualidade para o atendimento; administrar o Centro de Referência do Professor (Espaço do Educador) e apoiar tecnicamente o Sistema de Bibliotecas Públicas do Município; dar apoio técnico e administrativo ao Conselho Municipal de Educação; gerir de forma autônoma e democrática os recursos destinados à educação, através do Fundo Municipal de Educação, tendo como referência a Política Municipal de Educação e os Planos Nacional e Municipal de Educação; desempenhar outras atividades correlatas com as suas atribuições. 2.2 Perfil Estratégico Atualmente a SME de Novo Gama tem definida apenas sua Visão de Futuro, sendo que a Missão e os Valores poderão ser elaborados a partir desse estudo. 2.2.1 Visão de Futuro “Ser reconhecida pelo seu comprometimento com uma educação de qualidade, caracterizada pelo dinamismo, modernidade, eficácia e transparência das ações sócio-educativas respeitando e valorizando todos os alunos e ampliando o atendimento àqueles com necessidades educacionais especiais.” 22 2.2.2 Organograma Figura 1 – Organograma da SME, 2010. 23 3 REFERENCIAL TEÓRICO Este capítulo explora os fundamentos teóricos que embasaram o trabalho, sendo dividido em subitens relativos aos temas principais. 3.1 ADMINISTRAÇÃO Administração ou gestão de empresas supõe a existência de uma instituição a ser administrada ou gerida, ou seja, um agrupamento de pessoas que se relacionem num determinado ambiente, físico ou não, orientadas para um objetivo comum que é a empresa. A administração é praticada desde que existem os primeiros agrupamentos humanos. A moderna teoria geral da administração, que se estuda hoje é formada por conceitos que surgiram e vêm-se aprimorando há muito tempo, desde que os administradores do passado enfrentaram problemas práticos e precisaram de técnicas para resolvê-los. Chiavenato (1999), diz que a administração faz as coisas acontecerem através de pessoas, levando as organizações ao sucesso, e ainda que, a administração visa alcançar os objetivos organizacionais de maneira eficiente e eficaz. Segundo Maximiano (2006), administrar é um trabalho em que as pessoas buscam realizar seus objetivos próprios ou de terceiros (organizações) com a finalidade de alcançar as metas traçadas. Dessas metas fazem parte as decisões que formam a base do ato de administrar e que são as mais necessárias. É necessário que o administrador conheça bem esses dois importantes critérios de desempenho e suas diferenças: 24 EFICIÊNCIA EFICÁCIA Fazer corretamente as coisas Fazer as coisas necessárias Preocupar-se com os meios Preocupar-se com os fins Enfatizar Enfatizar métodos e procedimentos objetivos e resultados Cumprir os regulamentos internos Atingir os alvos e os objetivos Treinar e aprender Saber e conhecer Jogar futebol com arte Ganhar a partida de futebol Saber batalhar Ganhar a guerra Ser pontual no trabalho Agregar valor e riqueza à organização Quadro 1 – As diferenças entre eficiência e eficácia Fonte: (CHIAVENATO, 1999, p. 6). Eficiência significa fazer um trabalho correto, sem erros e de boa qualidade. Eficácia é fazer um trabalho que atinja totalmente um resultado esperado. Na visão de Maximiano, (2006), dependendo da forma como as organizações são administradas, podem se tornar “eficientes e eficazes” ou “ineficientes e ineficazes”, podendo as mesmas se tornar um problema em vez de solução. 25 3.1.1 Funções Administrativas Fayol foi o primeiro a definir as funções básicas do Administrador: planejar, organizar, controlar, coordenar e comandar. Atualmente, sobretudo com as contribuições da Abordagem Neoclássica da Administração, em que um dos maiores nomes é Peter Drucker, os princípios foram retrabalhados e são conhecidos como Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar . De maneira generalizada, vários autores concordam que estas quatro funções básicas, agora com uma roupagem atualizada, de planejar, organizar, dirigir e controlar, são utilizadas por constituir um processo, que numa seqüência, forma um ciclo administrativo, e à medida que se repete o ciclo cria uma contínua correção e ajustamento das funções. De acordo com Chiavenato (2003), essas funções correspondem: a) Planejamento: É vital para as organizações, em todos os seus setores, e é a primeira função que serve de base para os demais. Determina com antecipação quais são os objetivos que deverão ser atingidos e como alcançá-los. b) Organização: Visa à estruturação da empresa, reunindo pessoas e os equipamentos, de acordo com o planejamento efetuado. c) Direção: como terceira função administrativa, tem como papel principal: acionar e dinamizar a empresa, atos que caracterizam o papel dinâmico do diretor, está relacionado aos recursos humanos da empresa e refere-se às relações interpessoais dos administradores e seus subordinados. d) Controle: consiste em verificar se tudo está sendo feito de acordo com o que foi planejado e as ordens dadas, bem como assinalar as faltas e os erros, a fim de repará-los e evitar sua repetição. 26 As funções se completam quando permitem uma interação dinâmica entre elas, na busca da eficiência total para a organização. É fator decisivo para o funcionamento e engrenagem da organização, de estar ativa e completa. Como um processo cíclico, com suas fases distintas, porém, interligadas e interdependentes, as funções básicas atuam no interior das organizações, criando condições para que elas existam, dinamizando o processo administrativo. 3.2 PLANEJAMENTO O planejamento constitui a primeira das funções administrativas, vindo antes da organização, da direção e do controle. Assim, antes que qualquer função administrativa seja executada, a administração precisa planejar, ou seja, determinar os objetivos e os meios necessários para alcançá-los adequadamente. 3.2.1 Conceitos de Planejamento O planejamento, para Andrade (2002), pode ser conceituado como um processo racional, sistemático, e flexível para a tomada de decisões, o alcance de objetivos e a direção para um futuro desejado. Pode-se dizer que se trata de um processo racional porque o mesmo é constituído por uma seqüência de etapas, organizadas para um determinado fim. Segundo o Dicionário Aurélio, planejamento é o ato ou efeito de planejar (fazer o plano ou planta de traçar); trabalho de preparação para qualquer empreendimento, segundo roteiro e métodos determinados; elaboração por etapas, com bases técnicas, de planos e programas com objetivos definidos. 27 “Planejar significa olhar para frente, visualizar o futuro e o que deve ser feito, elaborar bons planos e ajudar as pessoas a fazer hoje as ações necessárias para melhor enfrentar os desafios de amanhã”. (CHIAVENATO, 1999, pag. 213). Já Steiner (1969), conceitua planejamento como um processo desenvolvido para o alcance de uma situação desejada de modo mais eficiente e efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos pela empresa, o que pressupõe a necessidade de um processo decisório que ocorrerá antes, durante e depois de sua elaboração e implementação na empresa. De um modo geral, planejar é pensar antecipadamente em objetivos e ações, devendo os atos administrativos serem baseados em algum método, plano ou lógica e não em palpites. São os planos que definem o melhor procedimento para alcançálos. 3.2.2 Vantagens do Planejamento Segundo Chiavenato (1999), o planejamento oferece uma série de vantagens: Focalização e flexibilidade – uma organização com foco conhece o que ela faz melhor, tem consciência das necessidades de seus clientes e sabe como satisfazê-las. Um organização com flexibilidade opera dinamicamente e com um senso no futuro. Melhoria na coordenação – o planejamento melhora a coordenação. Os diferentes subsistemas e grupos nas organizações, em que cada qual persegue uma variedade de objetivos em um dado período de tempo, precisam ser adequadamente coordenados. Melhoria no controle – o planejamento melhora o controle. O controle administrativo envolve medição e avaliação dos resultados do desempenho e a tomada de ação corretiva para melhorar o processo quando necessário. 28 Administração do tempo – o planejamento melhora a administração do tempo. É difícil balancear o tempo disponível para atender as responsabilidades e aproveitar as oportunidades que surgem. 3.2.3 Tipos de Planejamento Oliveira (1999) distingue três tipos de planejamento nos grandes níveis hierárquicos: Planejamento estratégico; Planejamento tático; Planejamento operacional. De forma genérica, podem-se relacionar aos níveis de decisão de uma “pirâmide organizacional”. Níveis de Decisão e os Tipos de Planejamento FIGURA 2 – Níveis de Decisão e os Tipos de Planejamento. FONTE: Oliveira,1999. O objetivo deste estudo é abordar especificamente o planejamento estratégico dentro de uma organização. 29 3.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO “O planejamento estratégico é um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente” (OLIVEIRA, 1999). Dessa forma, pode ajudar a prever e/ou reagir às mudanças externas, aproveitar as oportunidades, assim como identificar áreas de maior potencial na organização. Segundo Kotler (1992, p.63), “planejamento estratégico é definido como o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado”. De acordo com Chiavenato (1999), o planejamento estratégico procura responder questões básicas como: por que a organização existe, o que ela faz e como faz. O resultado desse processo é um plano que serve para guiar a ação organizacional por um prazo de três a cinco anos. 3.3.1 Características do Planejamento Estratégico Conforme Matos (1999, p.30), o planejamento estratégico apresenta cinco características fundamentais: O planejamento estratégico está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente mutável. Está voltado para as relações entre a organização e seu ambiente de tarefa; portanto, sujeito a incertezas a respeito dos eventos ambientais. Sendo assim, tem suas decisões baseadas em julgamentos e não em dados concretos. Reflete uma orientação externa que focaliza as respostas adequadas às forças e às pressões que estão situadas do lado de fora da organização. 30 O planejamento estratégico é orientado para o futuro. Seu horizonte de tempo é o longo prazo. Durante o curso do planejamento a consideração dos problemas atuais é dada apenas em função dos obstáculos e barreiras que eles possam provocar para um desejado lugar no futuro. É mais voltado para os problemas do futuro do que para os problemas de hoje. O planejamento estratégico é compreensivo. Ele envolve a organização como uma totalidade. A resposta estratégica da organização envolve um comportamento global, compreensivo e sistêmico. O planejamento estratégico é um processo de construção de consenso. Dada a diversidade dos interesses e necessidades dos parceiros envolvidos, o planejamento oferece um meio de atender a todos eles na direção futura que melhor convenha a todos. O planejamento estratégico é uma forma de aprendizagem organizacional. Como está orientado para a adaptação da organização ao contexto ambiental, o planejamento constitui uma tentativa constante de aprender a se ajustar a um ambiente complexo, competitivo e mutável. 3.3.2 Dimensões Operacionais do Planejamento Estratégico Segundo Oliveira (2004), o planejamento estratégico possui três dimensões operacionais: Delineamento - Compreende a estruturação metodológica do processo de planejamento estratégico, bem como o profissional que auxiliará neste delineamento. Elaboração - Inclui a identificação das oportunidades e ameaças no ambiente da empresa e estimativas de risco para as alternativas estabelecidas. Antes de escolher entre as alternativas, a organização deve identificar e avaliar os 31 pontos fortes e fracos da empresa e sua capacidade potencial e real de tirar vantagens das oportunidades, bem como de enfrentar as ameaças. Implementação – Envolve assuntos organizacionais, os sistemas de informações, os sistemas de incentivos o treinamento e a liderança necessária ao desenvolvimento do processo. 3.3.3 Fases de Elaboração do Planejamento Estratégico O planejamento estratégico necessita de definição de critérios para sua elaboração. Ele deve proporcionar uma base de informações correta para auxiliar na tomada de decisão. O planejamento estratégico proporciona sustentação metodológica para a tomada de decisão (OLIVEIRA, 2007). Corresponde à organização sistemática dos conhecimentos para fortalecer o julgamento e a tomada de decisão dos administradores. (DRUCKER, 2000). Os diversos autores deste assunto estabelecem metodologias para que possamos elaborá-lo. Para Chiavenato (1999) as bases que compreendem o planejamento estratégico dizem respeito a alguns estágios apresentados a seguir: Formulação de objetivos organizacionais: a organização escolhe os objetivos globais que pretende alcançar no longo prazo e define a ordem de importância e prioridade em uma hierarquia de objetivos. Análise externa do meio ambiente: segue-se o mapeamento das condições externa da organização no sentido de fazer um conjunto de previsões sobre o futuro dessas condições (cenários). Análise interna das forças e limitações da empresa: faz-se a análise organizacional das condições internas para permitir uma avaliação dos pontos fortes e fracos que a organização possui. 32 Formulação da estratégia: formulam-se as alternativas estratégias que a organização pode adotar para alcançar os objetivos organizacionais pretendidos, tendo em vista as condições internas e externas. Para Oliveira (2007, p.42), o planejamento estratégico segue as seguintes fases: • Diagnóstico estratégico: também denominada auditoria de posição, deve-se determinar “como se está”. Essa fase é realizada através de pessoas representativas das várias informações, que analisam e verificam todos os aspectos inerentes à realidade externa e interna da empresa. • Missão da empresa: Nesta fase deve ser estabelecida a razão de ser da empresa, bem como seu posicionamento estratégico. • Instrumentos prescritivos e quantitativos: Nesta fase, as questões básicas são o estabelecimento “de onde se quer chegar” e de “como chegar à situação que se deseja”. • Controle e avaliação: Nesta fase, verifica-se “como a empresa está indo” para a situação desejada. O controle pode ser definido, em termos simples, como ação necessária para assegurar a realização dos objetivos, estratégias, metas, e projetos estabelecidos. Não existe uma receita pronta para o Planejamento Estratégico. A realidade de cada empresa é que determinará a melhor seqüência de fases, bem como o envolvimento das pessoas. O presente estudo irá abordar mais a fundo a proposta de Oliveira (2006), pois pretende definir, em termos de empresa como um todo, “como se está” para que a mesma tenha condições, com base nessa análise, de estabelecer “aonde quer chegar”. Essa fase apresenta a grande vantagem de colocar o gestor com o pé no chão quando iniciar o processo de planejamento estratégico. 33 3.4 ESCOLAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Ao longo do tempo os acadêmicos desenvolveram e estudaram diversos processos relacionados à formulação da estratégia. Mintzberg, Ahlstrand e Lampel conseguiram sistematizar esses estudos estratégicos em dez escolas de pensamento. Embora as escolas de pensamento estratégico não tratem somente da formulação da estratégia, mas do processo estratégico como um todo, cada uma das dez escolas reforça uma maneira diferente de formular e/ou formar estratégias. De acordo com Mintzberg, Ahlstrad e Lampes (2000), no seguinte resumo do desenvolvimento do pensamento estratégico, pode-se extrair os seguintes aspectos básicos de cada escola: Resumo das Escolas de Pensamento Estratégico Quadro 2 - Resumo das Escolas de Pensamento Estratégico. Adaptado de: Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000). 34 A postura do gestor estratégico deve ser considerada como o conjunto de todas as escolas e tendências de Administração Estratégica e, ao mesmo tempo, o seu posicionamento diante das escolas que mais lhe são afins, dependendo de suas habilidades pessoais e do contexto organizacional no qual ele estiver inserido. Dentre as escolas apresentadas acima, pode-se destacar a Escola do Design e a Escola do Planejamento, objetos de estudo dessa pesquisa. Com base nas premissas apresentadas acima e conceitos de planejamento estratégico já abordados anteriormente, faz-se necessário uma apresentação resumida da Escola do Design e de sua contribuição no planejamento estratégico. 3.4.1 A Escola do Design A Escola de Design, a primeira das dez escolas definidas por Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), representa a perspectiva mais influente no processo de formação de estratégia propondo um modelo de criação de estratégia que procura manter uma concordância entre as capacidades internas e as possibilidades externas, ou seja, procura obter um ajuste essencial entre as forças e fraquezas internas da empresa com as ameaças e oportunidades externas de seu ambiente. Porém, a Escola do Design não se desenvolveu no sentido de fazer surgir variantes dentro de seu próprio contexto. Ao contrário, ela se combinou com outras de contextos diferentes, como é o caso da Escola do Planejamento. 35 3.4.1.1 Modelo de Formação de Estratégia da Escola do Design Figura 3 – Escola de Design. Extraída de: Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) O modelo básico da escola do design, ilustrado na figura 3, é composto pelas partes: a) Avaliação interna: análise dos pontos fracos e fortes da organização, elaboração de análise comparativa com as principais organizações referências de excelência nas atividades analisadas. b) Avaliação externa: análise das ameaças e oportunidades do ambiente onde a organização atua ou pretende atuar. c) Valores gerenciais e responsabilidade social: mais dois ingredientes valorosos para o processo de criação das estratégias, conduzem e selecionam o processo. d) Criação de estratégia: o ato criativo, o principal executivo deve em posse das avaliações e valores da organização fazer brotar de forma simples, informal e específica as alternativas estratégicas para a organização. 36 e) Avaliação e escolha da estratégia: após a elaboração das estratégias alternativas, as mesmas devem ser avaliadas e uma estratégia deve ser escolhida de cada grupo alternativo, o processo deve garantir que o conjunto de estratégias seja consistente com objetivos e políticas da organização, consonante com o ambiente externo, garantir vantagem competitiva e viável de ser implementado. f) Implementação da estratégia: após a formulação total das estratégias estas podem ser implementadas, reafirmando a dissociação entre pensar e agir, ou seja, diagnosticar, prescrever e agir. Talvez uma das mais conhecidas ferramentas do planejamento estratégico seja a análise SWOT, herança da Escola do Design (MINTZBERG, AHLSTRAND E LAMPEL, 2000), em que se pretende identificar os pontos fortes e fracos internos à organização, assim como as oportunidades e ameaças impostas pelo ambiente externo. As estratégias nesta escola irão servir para reduzir ameaças e aproveitar oportunidades em relação à avaliação externa e tirar proveito dos pontos fortes e reduzir os pontos fracos em relação à avaliação interna. No primeiro caso as estratégias estarão procurando a eficácia e no segundo a eficiência. 3.5 ANÁLISE SWOT SWOT - Estuda a competitividade de uma organização segundo quatro variáveis: S – strengths – forças W – weaknesses – fraquezas O – opportunities – oportunidades T – threats – ameaças 37 Figura 4 – Análise SWOT. Fonte: Lobato (2004) Para Lobato (2004), a ferramenta tem como função subsidiar após análise realizada, informações para que a empresa possa escolher uma estratégia adequada e pontual para determinada ameaça do ambiente externo e fraqueza do ambiente interno, bem como aproveitar as potencialidades ou forças internas para anular uma ameaça externa, ou mesmo aproveitar uma oportunidade do mercado. Para Machado (2005), devido a sua simplicidade de aplicação, tanto para empresas, como para produtos e serviços, o modelo SWOT, é amplamente utilizado, apesar de apresentar algumas limitações, devido à subjetividade de julgamento e também dificuldade em discernir quais os fatores internos e externos, entretanto, por ser representado geralmente em forma de matriz, como pode ser observado no quadro abaixo, permite que seja demonstrada a situação atual do negócio de maneira simples e de fácil entendimento. 38 Diagrama da Matriz SWOT Quadro 3 - Diagrama da Matriz SWOT. Fonte: Wikipedia (2010) 3.5.1 Objetivos da Análise SWOT A análise SWOT fornece segundo Machado (2005), uma orientação estratégica bastante significativa, pois permite: Eliminar pontos fracos nas áreas pelas quais a empresa enfrenta ameaças graves da concorrência e tendências desfavoráveis perante o negócio; Compreender oportunidades descobertas a partir de seus pontos fortes; Corrigir pontos fracos nas áreas em que a organização vislumbra oportunidades potenciais; Monitorar áreas onde a organização possui pontos fortes afim de não ser surpreendida futuramente por possíveis riscos e incertezas. É em busca dessa orientação estratégica que se determina uma análise ambiental mais aprofundada. 39 3.5.2 Benefícios da Utilização da Análise SWOT Simplicidade: Pode ser conduzida sem treinamento ou habilidades técnicas extensivas. Custos Menores: Sua simplicidade elimina a necessidade e as despesas envolvidas no treinamento formal. Flexibilidade: Pode ser desempenhada com ou sem sistema de informações de marketing. Integração: Habilidade de integrar e sintetizar tipos diversos de informações, quantitativas e qualitativas, de várias áreas da empresa. Colaboração: Tem a habilidade de estimular a colaboração entre as áreas funcionais da empresa que são interdependentes, mas com pouco contato entre si. 3.5.3 Recomendações para Análise SWOT es devem ser recentes e isentas; ; ; Pode-se utilizar brainstorming, grupos focais, entrevistas, pesquisas, etc; 40 Deve sempre estar baseado nas percepções dos consumidores, não nas percepções dos gerentes; e marketing que produzirão os resultados desejados. 3.6 ANÁLISE AMBIENTAL Toda empresa existe dentro de uma complexa rede de forças ambientais. Todas as empresas são afetadas por tendências e sistemas políticos-legais, econômicos, tecnológicos e sociais. Juntos, esses elementos formam o macroambiente das empresas. Como essas forças são muito dinâmicas, suas constantes mudanças criam milhares de oportunidades e ameaças ou restrições para os administradores estratégicos. Segundo Oliveira (2007) a análise ambiental tem por base as seguintes premissas: deve-se considerar o ambiente e suas variáveis relevantes no qual está inserida a organização. Este ambiente proporcionará à organização oportunidades que deverão ser usufruídas e ameaças que deverão ser evitadas; para enfrentar essa situação, a organização deverá ter pleno conhecimento dos seus pontos fortes e fracos; o processo de análise interna e externa deverá ser integrado, contínuo e sistemático. A identificação e a análise dos pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças fornece a base para a tomada de decisão estratégica. Portanto, é pela análise ambiental que podemos identificar as variáveis que influenciam as organizações e sua administração. Este conceito pode ser sintetizado no pensamento de Zun Tsu (1996) em seu livro "A Arte da Guerra": 41 “Se conhecemos o inimigo (ambiente externo) e a nós mesmos (ambiente interno), não precisamos temer o resultado de uma centena de combates. Se nos conhecemos, mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas." De acordo com Certo & Peter (1993) é pela análise do ambiente que poderemos identificar riscos e oportunidades, tanto presentes como futuros, que possam influenciar a capacidade das empresas de atingir suas metas. O ambiente organizacional é o conjunto de fatores, tanto internos quanto externos à organização, que possam afetar seu progresso para atingir essas metas. 3.6.1 Análise do Ambiente Externo Maximiano (2006) diz que “a análise do ambiente externo é um dos pilares do planejamento estratégico. Quanto mais competitivo, instável e complexo o ambiente, maior a necessidade de analisá-lo”. Por serem de natureza externa à organização, não podem ser modificados por ela, mas aproveitados ou evitados. Devem ser identificados e trabalhados pela organização, pelo potencial de impacto que possuem. Por suas características, variam ao longo do tempo, entre negócios, regiões geográficas, natureza da propriedade, etc. 3.6.1.1 Oportunidades (Opportunities) – (Oliveira, 1991, p. 64) “São forças ambientais incontroláveis pela empresa, que podem favorecer a sua ação estratégica, desde que conhecidas e aproveitadas satisfatoriamente enquanto durarem”. 3.6.1.2 Ameaças (Threats) - (Oliveira, 1991, p. 64) “São forças ambientais incontroláveis pela empresa, que criam obstáculos à sua ação estratégica, mas poderão ou não ser evitadas, desde que conhecidas em tempo hábil“. 42 3.6.2 Análise do Ambiente Interno Da mesma maneira que ocorre em relação ao ambiente externo, o ambiente interno deve ser monitorado permanentemente. Segundo Oliveira (1991), na análise interna da empresa são determinados os pontos fortes - vantagens estruturais controláveis pela empresa que a favorecem perante oportunidades e ameaças do ambiente e os pontos fracos – que são as desvantagens estruturais controláveis pela empresa que a desfavorecem perante oportunidades e ameaças do ambiente. Diversas ferramentas são utilizadas para avaliação do ambiente interno. As principais são análises de pontos fortes e fracos, competências essenciais, análise da cadeia de valor, recursos e capacidades chave. Discutiremos nesse tópico as duas primeiras. 3.6.2.1 Análise dos Pontos Fortes e Pontos Fracos A análise de Pontos Fortes e Fracos, embora empregada há cerca de 30 anos, é ainda largamente utilizada e permite, em grande extensão, sintetizar as demais análises do ambiente interno. É base da análise SWOT. 3.6.2.1.1 Forças (Strenghts) - são variáveis controláveis pela organização, referente a suas capacidades, recursos, habilidades, relacionamentos, e que representam uma vantagem da empresa frente a concorrentes. 3.6.2.1.2 Fraquezas (Weaknesses) - são variáveis controláveis pela organização, referente a suas capacidades, recursos, habilidades, relacionamentos, e que representam uma vulneralidade da empresa frente a concorrentes. 43 Resumindo, Pontos Fortes e Fracos são variáveis que estão sob controle pela administração da organização, e que podem ou não ser trabalhadas em determinado momento para aproveitar as oportunidades que se apresentam no ambiente externo. 3.7 ESTRATÉGIA A palavra estratégia tem origem na língua grega, strategos, que significa chefe do exército (Fischman e Almeida, 1991). Na arte da guerra ou nas batalhas do dia a dia das empresas, a estratégia tornou-se de uso corrente e prática ambígua. Voltando aos tempos modernos. No texto de Ansoff (1977), temos: “Uma empresa deve ter um campo de atuação bem definido e uma orientação de crescimento, e que os objetivos por si sós não atendem a essa necessidades, sendo exigidos regras de decisão adicionais para que a empresa possa ter um crescimento ordenado e com lucros.” Continuando as citações sobre o significado da palavra estratégia. No texto extraído de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), temos: “Estratégia é uma direção, um guia ou curso de ação para o futuro, um caminho para ir daqui até ali”. As estratégias eficazes derivam de um processo do pensamento humano rigidamente formulado. Assim, o desenvolvimento da estratégia é fruto de uma habilidade adquirida e não natural ou intuitiva. Tal processo deve ser aprendido formalmente e subordinar todas as decisões e operações da empresa (LOBATO, 2004). Michael Porter, importante autor no campo da estratégia, afirma que uma empresa sem planejamento “corre o risco de se transformar em uma folha seca, que se move ao capricho dos ventos da concorrência”. É fato que, o administrador que não exerce a sua função enquanto planejador acaba por se concentrar excessivamente no 44 operacional, atuando principalmente como um bombeiro que vive apagando incêndios, mas que não consegue enxergar onde está a causa desses incêndios. Para Chiavenato (1999), a estratégia constitui o meio através do qual a organização procura atingir seus objetivos da maneira mais eficaz possível estando, portanto, preocupada com a eficácia da organização como um todo. Em resumo: A estratégia é decidida no nível institucional com diferentes graus de participação dos níveis inferiores na sua elaboração e formulação. A estratégia representa o comportamento global e molar da organização. Ela é eminentemente sistêmica e envolve a totalidade da organização. A estratégia é ampla e envolvente em relação à dimensão de espaço. A estratégia está voltada para o futuro da organização. Em outras palavras, a estratégia está voltada para o longo prazo. Ela define o destino que a organização pretende alcançar num horizonte temporal bastante amplo a longo prazo. A estratégia representa o comportamento da organização em seu meio ambiente. Ela constitui uma resposta organizacional às demandas ambientais, uma maneira de lidar com as oportunidades e com as ameaças do ambiente. Muitos autores defendem a idéia de estratégia como um planejamento, ou seja, para que a estratégia em uma empresa seja realizada ela precisa ser planejada baseada em informações que o estrategista capta do seu ambiente externo. A partir disso, verifica-se quais os recursos e potenciais de seu ambiente interno para poder “enfrentar” esse ambiente externo. Feito isso, na visão do modo planejamento, estabelece-se os meios e objetivos que vão direcionar a empresa por um período pré-determinado para realizar suas aspirações estratégicas. A estratégia envolve vários processos de pensamento e é distinta em diferentes níveis corporativos (Mintzberg, Ahlstrad e Lampes, 2000). 45 O processo de definição da estratégia se dá conforme a figura a seguir: Figura 5 – Processo de Definição de Estratégia. Fonte: Mintzberg, Ahlstrad e Lampes, 2000 Kotler (1992) afirma, quando analisa o aspecto realístico das estratégias e/ ou objetivos, que estes devem surgir de uma análise das oportunidades e recursos da empresa, e não de pensamentos e desejos. Figura 6 - Escolha de um caminho de ação pela empresa. Fonte: OLIVEIRA, 2004, p. 191. 46 A figura 6 mostra que, através de um caminho sinuoso, que pode ou não ser planejado, a empresa chegou ao presente à determinada situação, que deve ser avaliada como base para traçar um caminho futuro. A avaliação desse processo é feita através do confronto entre os pontos fortes e fracos da empresa, de um lado, e das oportunidades e ameaças, de outro lado (OLIVEIRA, 2004). Dessa avaliação devem resultar a missão, os propósitos e a postura estratégica, que é o ponto de partida para traçar o caminho voltado aos futuros objetivos e desafios, escolhidos entre as opções estratégicas que a empresa consegue identificar como mais adequadas em determinado momento. 47 4 METODOLOGIA Este capítulo aborda os procedimentos metodológicos da pesquisa, envolvendo a formulação do problema, a delimitação da pesquisa e dados sobre a coleta, análise e interpretação dos dados. A motivação para a realização desse estudo nasceu da observação da própria autora que percebeu a necessidade de alinhamento e coordenação das ações do sistema educacional municipal para que todas as agências (SME, escolas, salas de aula, etc.) recebam mensagens e informações consistentes sobre o que é necessário para o sucesso, estabelecendo assim, uma clara proposta de atuação focalizada na aprendizagem dos alunos, no fortalecimento das escolas, enfim, na efetividade do sistema, levando-se em conta as necessidades e expectativas das partes interessadas e a capacidade não só das pessoas, como também a institucional, num ambiente de responsabilidade pessoal e social. Para isso, se faz necessário uma compreensão do ambiente, em particular, das variáveis que afetam ou impedem que os objetivos sejam atendidos e criatividade para desenvolver respostas (estratégias) efetivas a essas variáveis. 4.1 Tipo de Pesquisa As pesquisas dependem da natureza do problema e de sua formulação, da teoria de base e referencial teórico-cultural que o sustentam e da proximidade do pesquisador com o objeto de análise (BERTO e NAKANO, 1999). Tendo em vista a subjetividade inerente ao tema do trabalho e das variáveis que podem direcioná-lo a diferentes resultados, a presente pesquisa utilizou-se de metodologia do tipo qualitativa e descritiva. Segundo Gil (1999), a pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito que não pode ser traduzida em números. O pesquisador tende a analisar seus 48 dados indutivamente e o processo e seu significado são os focos principais de abordagem. Quanto à natureza, a pesquisa foi aplicada, pois objetivou gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas, e os procedimentos técnicos foram do tipo participante devido à interação existente entre a pesquisadora e os membros do grupo. 4.2 Universo e Amostra O universo da pesquisa de campo constituiu-se do corpo coordenador da SME de Novo Gama de cada departamento que exerce algum tipo de gerenciamento de informações no nível tático relacionados direta ou indiretamente aos atendimentos internos e externos da organização. Sendo assim, utilizou-se de técnica de definição de amostra, do tipo amostragem intencional (Selltiz, 1980). A amostra definida corresponde a 12 funcionários, que representam 70% do universo (17 coordenadores). 4.3 Instrumentos de Coleta de Dados A coleta de dados ocorreu em uma reunião dirigida a um grupo focal constituído de coordenadores da SME realizada no dia 25/02/2010 num período de 04 horas com entrevistas semi-estruturadas combinando perguntas fechadas e abertas, onde os entrevistados tiveram a possibilidade de se interagirem discorrendo sobre o tema. Houve intervenções por parte da pesquisadora quando o discurso desviava do foco da pesquisa. Visando identificar o conhecimento que os profissionais possuem do contexto ambiental em que a organização se insere, bem como da percepção que possuem 49 de suas influências, o instrumento utilizado para a coleta de dados foi a aplicação da Matriz SWOT cujo objetivo é, segundo Silveira (2001), permitir uma avaliação consistente do ambiente interno e do ambiente externo de uma organização. Os passos seguidos na entrevista com o grupo focal foram: 1º passo – A pesquisadora apresentou em slides, com a utilização de retroprojetor, um formulário contendo duas colunas denominadas ”Ambiente Interno e Ambiente Externo” onde: na coluna ambiente interno, constavam duas caixas denominadas “Forças” e “Fraquezas” e na coluna ambiente externo, constavam também duas caixas denominadas ”Oportunidades” e “Ameaças”; 2º passo – Na caixa “Forças”, a pesquisadora inseriu as respostas obtidas através dos participantes, relacionadas à pergunta: “Quais são as maiores forças (ou pontos fortes) da SME?”. 3º passo – Na caixa “Fraquezas”, a pesquisadora inseriu as respostas obtidas através dos participantes, relacionadas à pergunta: “Quais são as maiores fraquezas (ou pontos fracos) da SME?” 4º passo – Na caixa “Oportunidades”, a pesquisadora inseriu as respostas obtidas através dos participantes, relacionadas à pergunta: “Quais são as maiores oportunidades (forças externas) que se apresentam à SME nos próximos anos?” 5º passo – Na caixa “Ameaças”, a pesquisadora inseriu as respostas obtidas através dos participantes, relacionadas à pergunta: “Quais são as principais ameaças (ou riscos) ao desempenho da SME nos próximos anos?” 6º passo – Análise das respostas com os participantes, fazendo um julgamento criterioso das mesmas, onde repetições e possíveis incongruências foram eliminadas, classificando-se então, as principais (cerca de três) Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças da SME. 50 7º passo - Apresentação da consolidação dos dados disponibilizados em quadros pela pesquisadora, que posteriormente seguiram para análise de suas interações junto ao grupo conforme a seguir: Análise da combinação que uma dada Força tem com uma dada Oportunidade, isto é, respostas consensuais às seguintes perguntas: “Como a força X ajuda a SME a beneficiar-se da Oportunidade Y”? Essa interação é Alta (A)? É Média (M)? É Baixa (B)? A pesquisadora anotou as interações no quadro ao mesmo tempo em que foram respondidas. Análise das combinações que uma dada Fraqueza tem com uma dada Ameaça, o procedimento utilizado é o idêntico ao das Forças com as Ameaças. As perguntas a que se responde são as seguintes: “Como a Fraqueza X reforça o impacto da Ameaça Y”? Essa interação é Alta (A)? É Média (M)? É Baixa (B)? Análise das combinações que uma dada Força tem com uma dada Ameaça onde se respondeu às perguntas: “Como a Força X pode ajudar a reduzir o impacto da Ameaça Y”? Essa interação é Alta (A)? É Média (M)? É Baixa (B)? Análise das combinações que uma dada Fraqueza tem com uma dada Oportunidade em que as respostas foram dadas às perguntas: “Como a Fraqueza X pode dificultar o aproveitamento da Oportunidade Y”? Essa interação é Alta (A)? É Média (M)? É Baixa (B)? 8º passo - Nessa última etapa, foram selecionadas e descritas as combinações com interação alta e que evidenciam as percepções dos entrevistados consideradas relevantes captadas na observação participante da pesquisadora. 51 4.4 Critérios de Análise de Dados De acordo com os objetivos estabelecidos para este estudo, os dados foram descritos e analisados a partir das fases da utilização da Matriz SWOT e apresentados de forma a contemplar os resultados obtidos em cada uma delas. 52 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS No que tange à identificação das forças, fraquezas, ameaças e oportunidades da SME, objeto de estudo da presente pesquisa, pôde-se identificar que as mesmas, de acordo com os resultados obtidos das discussões do grupo são as seguintes: QUADRO 4 – Consolidação das Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças (listagem dos principais pontos). AMBIENTE INTERNO AMBIENTE EXTERNO FORÇAS (+) OPORTUNIDADES (+) 1. Possibilidade de elaboração e 1. Liderança forte e atuante. implementação do Planejamento Estratégico da SME. 2. Colaboradores comprometidos. 2. Facilidade de acesso a novas tecnologias. 3. Formação pedagógica continuada. 3. Disponibilidade de recursos voltados para a manutenção do ensino. FRAQUEZAS (-) AMEAÇAS (-) 1. Ausência de objetivos e metas claras. 1. Falta de segurança nas escolas. 2. IDEB abaixo da média estabelecida 2. Crescimento desgovernado da população. pelo MEC. 3. Ausência de integração e análise das informações geradas por todos os setores. 3. Descontinuidade da gestão escolar. 53 As “Forças” correspondem os pontos fortes da SME. Aquilo que deveria estar fazendo e já está fazendo bem. As “Fraquezas” correspondem os pontos fracos da SME. Aquilo que deveria estar fazendo e não está fazendo, ou esta fazendo mal. Ou seja, variáveis que a SME controla, mas executa mal. As “Oportunidades” correspondem às forças externas da SME. Situações externas que, se conhecidas a tempo, podem ser melhor aproveitadas pela SME enquanto perduram, dependendo de suas condições internas. As “Ameaças” correspondem os riscos da SME. Situações externas que, se conhecidas a tempo, podem ter seu impacto minimizado. Na análise das combinações entre as forças e oportunidades, as interações entre as mesmas geraram os seguintes resultados: QUADRO 5 – Forças x Oportunidades da SME Como a Força X pode ajudar a SME a se beneficiar da Oportunidade Y? 54 Os fatores mais relevantes considerados nesse quadro na opinião do grupo são: Liderança forte e atuante x Facilidade de acesso a novas tecnologias: O fato da liderança da SME ser forte (presente) e atuante pode e já vem contribuindo bastante para que a mesma possibilite o acesso a novas tecnologias tanto à organização como para as escolas fortalecendo a agilidade e eficiência dos processos, Liderança forte e atuante x Disponibilidade de recursos voltados para a manutenção do ensino: A liderança forte e atuante da SME, pelo fato de manter sua postura e compromisso pelo trabalho que desenvolve, assegura a disponibilidade de recursos voltados para a manutenção do ensino garantindo autonomia administrativa e financeira para o setor educacional do município. Colaboradores comprometidos x Possibilidade de elaboração e implementação do Planejamento Estratégico na SME: O compromisso dos colaboradores na atuação educacional favorece a possibilidade de elaboração e implementação do Planejamento Estratégico na SME, o que contribuirá para o direcionamento, unidade e coerência das ações a serem definidas. O conhecimento dessas combinações/situações fornece informações para a definição de estratégias com potencial de eficácia. Se a SME concentrar suas ações e metas nessas interações, suas chances de êxito serão mais elevadas. No próximo quadro a análise baseia-se nas interações entre as Fraquezas e Ameaças que podem constituir-se em obstáculos. Os resultados gerados pelas interações foram: 55 QUADRO 6 – Fraquezas X Ameaças da SME Como a Fraqueza X reforça o impacto da Ameaça Y? Ausência de objetivos e metas claras x Falta de segurança nas escolas Ausência de objetivos e metas claras x Crescimento desgovernado da população Ausência de objetivos e metas claras x Descontinuidade da gestão escolar Nas interações apresentadas acima, pode-se perceber facilmente que a ausência de objetivos e metas claras demonstra a necessidade de um Planejamento Estratégico na SME o que permitirá um direcionamento de ações e recursos de forma estratégica para amenizar ou extinguir o impacto das ameaças mais significantes apontadas pelo grupo no quadro. Essas combinações indicam as situações em que a SME não é muito forte e, portanto, podem representar fonte de grandes dificuldades. 56 Tendo em vista que a análise não pode se basear apenas nos extremos (tudo bem ou tudo mal), foram observadas também as combinações (forças e ameaças; fraquezas e oportunidades). Os resultados das interações foram os seguintes: QUADRO 7 – Forças X Ameaças da SME Como a Força X pode ajudar a reduzir o impacto da Ameaça Y? Liderança forte e atuante x Falta de segurança nas escolas: Nessa interação, podem-se utilizar da forte atuação do líder com o objetivo de atrair investimentos e/ou parcerias para minimizar os efeitos da falta de segurança nas escolas. Colaboradores comprometidos x Falta de Segurança nas escolas Colaboradores comprometidos x Descontinuidade da gestão escolar Essas interações demonstram que o compromisso dos colaboradores pode ajudar a neutralizar o efeito das ameaças de falta de segurança nas escolas e da descontinuidade da gestão escolar através do acompanhamento e suporte na 57 execução das atividades e também na busca de parcerias e de idéias inovadoras para neutralização dos efeitos das ameaças mais significantes. Dessa forma, a análise do quadro apresentado acima, baseia-se na capacidade de contenção das ameaças utilizando-se dos pontos fortes da SME. Por fim, no último quadro, no qual foram levantados fatores significantes na relação entre fraquezas e oportunidades, é desejável que se transforme fraqueza em forças para aproveitar as oportunidades identificadas no ambiente externo. Nesse sentido, as interações foram as seguintes: QUADRO 8 – Fraquezas X Oportunidades da SME Como a Fraqueza X pode dificultar o aproveitamento da Oportunidade Y? 58 Ausência de objetivos e metas claras X Facilidade de acesso a novas tecnologias. Ausência de objetivos e metas claras X Disponibilidade de recursos voltados para a manutenção do ensino. Ausência de integração e análise das informações geradas por todos os setores X Possibilidade de elaboração e implementação do Planejamento Estratégico da SME. Essa análise demonstra claramente que a formulação de um planejamento estratégico contendo: objetivos, estratégias, metas e um plano de ação, baseado em diagnósticos e informações geradas pelos setores e no envolvimento de todo o grupo da organização, facilitará o melhor aproveitamento das oportunidades que se apresentam para a SME como: o acesso a novas tecnologias, o aproveitamento dos recursos que são voltados para a manutenção do ensino e a implementação do planejamento estratégico. Diante da predominância de pontos fortes ou fracos, e de oportunidades ou ameaças, podem-se adotar estratégias que busquem a sobrevivência, manutenção, crescimento ou desenvolvimento da SME. 59 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Ao concluir essa pesquisa, pode-se perceber que na visão dos gestores participantes, as áreas que apresentam indícios de maior relevância para o crescimento e desenvolvimento da organização são: a liderança forte e atuante, a facilidade de acesso a novas tecnologias, a disponibilidade de recursos voltados para manutenção do ensino, o comprometimento dos colaboradores e a possibilidade de elaboração e implementação do planejamento estratégico. Um ponto extremamente significativo da análise foi o reconhecimento por parte dos coordenadores e gestores de que a possibilidade de elaboração e implementação do planejamento estratégico aliado ao comprometimento dos colaboradores levará a SME a ter um propósito definido que conduzirá à gestão estratégica, que constitui a base para uma organização efetiva. A apresentação e discussão dos resultados pesquisados levaram a SME também à reflexão de que o pensamento estratégico não deve estar presente apenas nas organizações individualmente, deve, quando se fala da educação pública, aplicar-se à totalidade do sistema por ela responsável e ainda, à afirmação de que o diagnóstico ambiental de uma organização é de fundamental importância para alicerçar as decisões relativas à construção de estratégias voltadas ao desenvolvimento de um plano estratégico de gestão. A análise das variáveis externas e internas, realizadas a partir da utilização da ferramenta SWOT é de fundamental importância para a eficácia na tomada de decisões sobre as ações e iniciativas estratégicas no desenvolvimento das atividades de gestão educacional e, os dados e informações relativas ao comportamento das variáveis do ambiente interno permitiram uma maior compreensão da funcionalidade do sistema administrativo atual da SME. Por fim, entende-se que a pesquisa alcançou os objetivos propostos pelo estudo, indicando principalmente os reflexos do diagnóstico de oportunidades e ameaças que incidem sob a implementação das estratégias da organização estudada. 60 Assim sendo, espera-se que futuras observações, pesquisas e estudos venham a contribuir com esse diagnóstico (que deve ser realizado formalmente de tempos em tempos), e em especial, com a geração de conhecimento e de técnicas capazes de melhorar a eficiência e os resultados das atividades de gestão educacional. 61 BIBLIOGRAFIA ANDRADE, Arnaldo Implementação e Rosa. Planejamento Controle. Blumenau, Estratégico: 2002. 30 f. Formulação, Trabalho de Administração – Curso Administração, Fundação Universitária de Blumenau (FURB). ANSOFF, I H. Estratégia Empresarial. São Paulo: McGraw Hill, 1977. CERTO, Samuel C; PETER, J Paul. Administração Estratégica. São Paulo: Makron Books, 1993. CHIAVENATO, Idalberto; Administração nos Novos Tempos. 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