CEFAC
CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO
EM FONOAUDIOLOGIA
CLíNICA
LINGUAGEM
ALFABETIZAÇÃO - UM PROCESSO DE
INTEGRAÇÃO
DISCUSSÃO SOBRE O USO DA LETRA
CURSIVA
Márcia Regina Schweling Scala
SÃO PAULO
1997
CEFAC
CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA
CLÍNICA
LINGUAGEM
ALFABETIZAÇÃO - UM PROCESSO DE
INTEGRAÇÃO
Discussão sobre o uso da letra cursiva
“MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DO CURSO DE
ESPECIALIZAÇÃO EM LINGUAGEM ”
MÁRCIA REGINA SCHWELING SCALA
RESUMO
O objetivo do presente trabalho foi
estudar
o
desenvolvimento do grafismo infantil desde uma fase tida como primitiva ,
dentro do Nível Pré -Silábico , até atingir o Nível Alfabético com a
finalidade de encontrar um momento adequado para a passagem da letra
tipo “bastão” ( “palito”) para a letra cursiva .
RESSOAM OS SINOS
Admira a beleza ,
defende a verdade ,
venera a nobreza ,
escolhe a bondade !
Assim é que o homem
será conduzido
às metas na vida ;
aos retos caminhos
na hora em que age ;
à paz , quando sente ;
à luz , quando pensa ;
e aprende a confiar
na regência divina
de tudo o que há
no vasto Cosmo ,
no fundo d’alma .
Rudolf Steiner
Agradeço aos meus filhos Camila , Maíra e Raphael por todo
carinho e compreensão . E ainda , às professoras Cida , Ana , Regina e
Marisa por toda coleta de dados .
SUMÁRIO
I - INTRODUÇÃO
II - DISCUSSÃO TEÓRICA
III - PESQUISA
IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS
V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
I - INTRODUÇÃO :
`
A escola, nos últimos anos, foi bastante atingida pelas inovações nos
campos da ciência e da tecnologia . Muitas teorias acerca de aprendizado e do
desenvolvimento cognitivo avançaram , trazendo consigo a reformulação dos
métodos educacionais . Além disso , os computadores chegaram às escolas ,
dinamizando o ensino e promovendo uma reavaliação do papel do educador ,
passando ainda a serem utilizados como mais uma opção de ferramenta de
trabalho e , um recurso adicional na aquisição de conhecimentos .
Nesse contexto ,
interessei-me em averiguar como estava
transcorrendo a adaptação da escola à essa nova realidade , especificamente , a
fase de alfabetização , que sem dúvida alguma , é um marco na vida da criança .
Foi a partir de uma polêmica levantada nas escolas e em revistas especializadas
, acerca da introdução da letra cursiva em escolas ditas sócio-construtivistas que
tive que ampliar os horizontes dessa questão para poder entender o que estava
ocorrendo com as escolas e com as crianças.
Para
que pudesse compreender a realidade escolar precisei
aprofundar meus conhecimentos acerca de desenvolvimento
infantil ,dos
métodos educacionais , e questões mais amplas , porém ìntimamente
relacionadas ao aprendizado e à aquisição de conhecimentos .
Ao retroceder no tempo e encarar a escola pude constatar que o
ensino era encarado pelos educadores como uma questão de método , com um
conjunto de materiais , técnicas e procedimentos visando finalidades muito
definidas , com atividades para o professor e para o aluno (Kato ,1984) ficando
o aluno relegado a um plano inferior . A visão de alfabetização era a de um
processo mecânico , onde a aprendizagem era encarada como ocorrendo de
“fora para dentro” , como resposta aos estímulos provenientes do meio . E ainda ,
vista como um processo técnico no qual o fator tempo era tido como importante
para a avaliação do método .Quanto melhor o método , mais rapidamente a
criança aprende (Gnerre , 1983) .
A mesma filosofia de trabalho era utilizada indiscriminadamente
para as mais diversas regiões , abrigando os mais variados tipos de clientela .
O conteúdo e a forma do que era ensinado para as crianças de regiões
urbanas era também aplicado às crianças de áreas rurais . Como resultado
ocorriam
altos
índices
de
problemas
escolares
culminando
,
muito
freqüentemente , com evasão escolar . Nos locais que dispunham de mais
recursos financeiros e sociais , os casos eram individualmente estudados e as
crianças eram encaminhadas para profissionais especializados . Ocorria que
nos anos que se sucediam novos casos apareciam .
Muitos
estudos
foram desenvolvidos para tentar identificar os
fatores que levavam às dificuldades no aprendizado . Inicialmente , atribuiu-se ao
aluno dificuldades específicas que iam de problemas que eram rotulados de
imaturidade , atenção , memória , alterações
perceptuais
chegando a
justificativas sócio- econômicas . Os estudiosos foram gradualmente levantando
uma série de possibilidades , e em associação com os estudos relativos a
como ocorria o processo de aquisição de conhecimentos
pelos indivíduos
normais , chegou -se à possibilidade de questionar a forma e o conteúdo do que
era ensinado nas escolas.
A Gramática Gerativa de Noam Chomsky , teoria lingüística que dá
ênfase a aspectos sintáticos , foi determinante na psicolinguística contemporânea
, pois teve poderoso impacto na psicologia levando esta a adotar essa nova
teoria como ponto de partida para provar a realidade psicológica . A concepção
de
aprendizagem , coincidente com a concepção sustentada por Piaget ,
acabou por determinar
mudanças nos campos da Psicologia , Lingüística ,
Neuropsicolínguística , Educação e Fonoaudiologia . Muitas questões relativas
ao desenvolvimento cognitivo , aprendizagem , linguagem e pensamento foram
reformuladas , e conceitos importantes foram aprofundados , estabelecendo-se
inter- relações entre eles . Com isso , a realidade escolar precisou ser revista .
O aprendizado passou a ser visto não apenas como um acúmulo
linear de informações retidas na memória (Gnoni ,1981) e sim passou a encarar
o indivíduo como um ser ativo e pensante , construtor do próprio processo de
aquisição de conhecimentos . Nesse processo pode ser incluído o de aquisição
de leitura e escrita , que mantém a interdependência de muitos fatores dentre
eles o social , o cultural , o pedagógico , o econômico
e
também ,
o
desenvolvimento cognitivo (Rego,1985) .
O processo inicia-se desde o nascimento com conquistas graduais
de habilidades motoras, perceptuais , cognitivas
ingresso na escola
e portanto , anteriores ao
. No decurso desse desenvolvimento
desenvolvendo a capacidade de elaborar
a criança
“teorias explicativas”
mundo que a rodeia , fazendo uso de estruturas mentais e
vai
acerca do
desenvolvendo
elaborados esquemas de ação (Ferreiro et alii ,1979 ) . Portanto , a criança
muito antes de receber a instrução formal para ler e escrever já teve determinado
o inicio do processo
de aquisição
dos componentes necessários para a
realização dessas atividades . Possui estruturas mentais diferenciadas e, seus
próprios caminhos para determinar a realidade e, desenvolvendo gradativamente
suas hipóteses sobre o sistema de escrita .
Mediante esta ótica , a aquisição do conhecimento passou a ser
vista como fundamentada na interação entre a criança e o objeto a ser conhecido
, implicando numa postura bastante ativa por parte dela .
O trabalho de Ferreiro e colaboradores (l982), utilizado como
referencial , compreende uma série de três fascículos onde são consideradas a
leitura e a escrita de crianças que cursam o seu primeiro ano em escolas de
zonas de alta porcentagem de fracasso na fase inicial tida como alfabetizante , no
México . Neste , os autores tentam elucidar os motivos que levam ao fracasso
escolar .
Dentre esses fascículos, o II é o que nos interesse pois são
analisadas as escritas dessas crianças . Utiliza resultados da psicolinguística
atual e da teoria psicológica e epistemológica de Piaget como marco de
referência, tentando mostrar como as crianças constróem diferentes hipóteses de
escrita antes de chegarem a compreender a base do sistema alfabético .
Analisa os níveis de conceitualização de crianças de quatro a seis anos , antes
de ingressarem na escola primária , e a inter relação entre esse desenvolvimento
e o processo de aquisição de leitura e escrita . Constatou a existência de um
padrão evolutivo que vai da primeira concepção sobre a linguagem escrita, até o
seu uso efetivo, caracterizado por quatro níveis : Pré-silábico,Silábico, SilábicoAlfabético e Alfabético . Tais níveis ocorrem para todas as crianças , que por
suas características individuais , atingem cada estágio em idades diferenciadas .
Sugere a duração média de dois meses e meio em cada estágio .
O meu interesse ao evidenciar as questões acima é caracterizar o
contexto em que ocorre tal processo , considerando um fato importante : as
crianças tomadas como referencial
para este trabalho , apresentam uma
realidade diferente das crianças citadas na pesquisa pois são de um nível
sócio-econômico cultural médio , ingressam na escola por volta de dois anos e
meio , estabelecendo já uma relação formal com a mesma . De acordo com a
filosofia educacional
adotada pelo estabelecimento são preparadas para o
processo de alfabetização . Em decorrência desse ingresso precoce , acabam
sendo estimuladas
a interagir com o grafismo mais exaustivamente ,
possibilitando a emergência das fases mencionadas por Ferreiro em momentos
anteriores . Dessa forma , precisarei fazer menção ao
desenvolvimento do
grafismo , partindo de uma fase tida como primitiva dentro do nível pré-silábico ,
atingindo uma fase designada como alfabética , para tentar entender , por que
numa visão sócio construtivista existe alguma dificuldade por parte das escolas
para escolher o momento adequado de introduzir o uso da letra cursiva no
processo de alfabetização . Tentarei desenvolver um trabalho de revisão
bibliográfica que possa orientar-nos quanto à possível existência de um momento
que favoreça a introdução da referida letra .
Para tal , foi realizado um levantamento de temas relacionados aos
processos de evolução do grafismo , a partir de uma fase mais primitiva,
percorrendo o caminho que leva a criança a perceber as características , valor e
função da escrita , enquanto objeto de conhecimento . Tomando por base a
experiência de quatro educadores de três escolas diferentes que adotam a
filosofia do sócio-construtivismo com experiência em
alfabetização , e que
iniciam as crianças no uso de letra cursiva em fases diferentes do processo de
alfabetização , procuro na literatura o que justifique o uso , as vantagens e
desvantagens
em qualquer uma dessas fases , citadas pelos educadores
Além disso , foram analisadas
crianças
as produções gráficas de
.
cinquenta e três
de dois a seis anos , cursando o período pré-escolar que vai do
maternal ao pré II , a fim de atualizar os dados referentes à evolução do grafismo
e ,ainda , mais dez crianças cursando a primeira série. As crianças consideradas
estão numa faixa etária de dois a sete anos e seis meses , não apresentam
déficit cognitivo , alterações psicoemocionais , problemas de aprendizagem e
nem problemas de desenvolvimento ou de integridade neuromotora .
O objetivo básico ao consultar os educadores foi tentar entender o
que ocorria nos diferentes grupos . Em um a letra cursiva era introduzida no
jardim , em outro no pré e no último na primeira série . Considerando-se as
diferentes fases de um mesmo processo , existiria um momento que fosse mais
adequado para processar a transferência ?
O meu interesse pelo tema surgiu após muitos anos de atendimento
clínico , voltado para área escolar . Muitas vezes, as escolas detectavam alguma
alteração de fala , problemas perceptuais ou de coordenação que pudessem
comprometer a alfabetização e, encaminhavam para a avaliação . Em outros
momentos , encaminhavam crianças com os mais diversos problemas de
aprendizagem seja durante o processo de alfabetização ou posterior a ele,
muitas vezes tendo dificuldade para separar uma dificuldade conceitual de uma
questão de transcodificação de letras . Com isso, pude ir me familiarizando com
a realidade escolar e,acompanhar o que ocorreu
com as escolas a partir da
divulgação dos trabalhos de Ferreiro e colaboradores (1985 ).
A princípio, a maior parte das escolas fazia uso de métodos de
alfabetização
que
num
primeiro
momento,
priorizavam
atividades
de
coordenação motora , e perceptuais , visuais e auditivas , para , a seguir , iniciar
um processo de codificação e decodificação . Como se a primeira etapa fosse
um preparo para a segunda . E nós , fonoaudiólogos , acabávamos por avaliar e
prescrever procedimentos terápicos segundo a mesma filosofia . A partir de
Ferreiro e colaboradores , passamos a enxergar o desenvolvimento da leitura e
da escrita sob uma nova ótica , priorizando o aspecto conceitual . Muitas escolas
, gradualmente , foram modificando
os seus métodos e
adequando
os
profissionais para a nova realidade . Porém , a eficácia dessa filosofia
educacional implica
num conhecimento
mais aprofundado sobre o
desenvolvimento infantil , principalmente , com visão mais aprofundada sobre os
trabalhos de Piaget , teórico no qual fundamenta-se o trabalho de Ferreiro e
colaboradores . Além disso, é necessário trazer e aplicar na realidade escolar
os novos conhecimentos adquiridos nas áreas afins como a lingüística ,
psicologia , neuropsicolinguística de modo a prover os professores da bagagem
intelectual necessária para a condução de um processo tão importante quanto é
a alfabetização . Tal fato
implica em reciclagem de profissionais , muito
compromisso com o trabalho e um rompimento com o passado , prática esta
muito difícil de ser atingida. Como resultado , temos
várias abordagens
educacionais , de uma mesma filosofia , com prejuízo para a criança e muita
angústia para os pais .
Diante de alguns questionamentos por parte de orientadores
escolares e da necessidade de encontrar respostas mais precisas acerca do
desenvolvimento do grafismo , do uso da letra cursiva
e de muitas outras
questões referentes à alfabetização interessei-me por avaliar o uso da referida
letra nas escolas ditas sócio-construtivistas . Ao questionar educadores a
respeito de sua introdução e uso , obtinha as mais inusitadas respostas . De
acordo com a escola , o professor
introduz a referida letra em diferenciadas
fases do processo .Os profissionais que introduzem mais tardiamente alegam
que existe complexidade no traçado , que devemos respeitar o desenvolvimento
visual e motor , levantando ainda a dificuldade imposta mediante o domínio de
relações
de tamanho (maiúscula e minúscula) bem como , a irregularidade
diante do uso da linha (nem sempre permanecem sobre a linha) . Os que
introduzem o uso mais precocemente, alegam que nós é que temos algumas
visões pré-concebidas sobre o que possa causar dificuldades para a criança ;
que elas apresentam grande capacidade para lidar com signos e têm especial
motivação por fazer uso da mesma forma de escrita utilizada pelos pais .
Para minha surpresa , nenhum profissional consultado fez menção
quanto ao fato de estarmos diante do processo
conceitual que é a leitura e a
escrita , sendo portanto , mais importante que a criança entenda o valor , a função
e as características deste objeto cultural (Contini Jr, ) do que a forma (tipo de
letra) que ela possa vir a assumir .
importante
e real questão
Portanto , parece
existir uma outra
que é a distância entre a teoria e a prática
educacional.
Ao considerar a escrita como uma capacidade de representar idéias
com formas gráficas e a letra como um recurso instrumental da leitura e da
escrita, acredito que a passagem da letra Bastão para a letra cursiva deve
fundamentar-se: 1-) Nas supostas habilidades cognitivas que permitem à criança
lidar com muitos signos, apresentados segundo uma única forma desde as fases
iniciais do processo de alfabetização . Deve ser primeiro enfatizar o completo
conhecimento
dos mecanismos envolvidos
na leitura e na escrita para ,
finalmente , efetuar a transcodificação para a cursiva ; 2-) Que devemos fazer
diferenciação do processo de escrita enquanto
processo conceitual de um
processo de escrita motora , podendo estimular o uso de ambas as formas
desde que o contexto o possibilite e que este de uso fique claro para o
educador e para criança ; 3-) O uso da letra bastão pode ser estendido até a
fase de elaboração de narrativas , pela simplicidade que oferece
. A
transferência de uso de letra pode implicar em perda temporária na velocidade
de codificação
com algumas quebras no conteúdo das narrativas mas , são
alterações rápidamente superadas pela criança.
Dessa forma , se a criança atingir o completo conhecimento dos
mecanismos da leitura e da escrita no período pré -escolar , a partir de então , a
transferência torna-se viável .Se tal fato ocorrer no primeira série , o mesmo
procedimento de transferência deve ser adotado .
II - DISCUSSÃO TEÓRICA
Ao abordar o tema referido , torna-se inevitável a compreensão da
natureza e função do sistema
de escrita abordado por Ferreiro e
Teberosky(1986) como também indispensável a compreensão Piagetiana que
aborda a natureza e o desenvolvimento do ato de pensar . Embora Piaget não
tenha feito uma reflexão sistemática sobre o tema da leitura e escrita ,
encontramos em diversos textos referências quanto ao tema em questão . No
geral , de tal teoria podemos abstrair uma teoria geral
dos processos de
aquisição de conhecimentos , que se aplicam à nossa finalidade.
Em sua teoria , Piaget conceitua desenvolvimento como sendo os
mecanismos gerais do ato de pensar , pertencente à inteligência no seu sentido
mais amplo e completo . O desenvolvimento geral da inteligência é espontâneo e
é a base sobre a qual repousa qualquer tipo de aprendizado específico . O
aprendizado é tido como dirigido e só se torna possível se a criança tiver os
mecanismos necessários que a possibilitem relacionar as informações contidas
nele . Dessa forma , o aprendizado depende da capacidade geral de relacionar
fatos específicos , de maneira significativa . O segundo princípio de Piaget diz
respeito à interação entre a hereditariedade , a maturidade psicológica e o
ambiente de modo a possibilitar o desenvolvimento e ,
o próprio
desenvolvimento da inteligência . Segundo o autor , esses fatores estão
subordinados a um mecanismo regulador de crescimento situado dentro da
própria inteligência ( “Fator de Equilíbrio “) . Além disso , coloca a importância
do uso de atividades que estimulem e conduzam a criança a fazer uso de
comportamentos de Alto Nível , pois estes levam-na a comportamentos abertos ,
críticos , inteligentes e responsáveis . Por este comportamentos entende-se
como sendo uma forma mais elaborada de comportamento
em relação à fase
de desenvolvimento em que se encontra a criança (Furth e Wasch,1989).
Para Piaget , o pensamento (ou inteligência ) está presente nas
ações , nas percepções , nas imagens , na linguagem , e pode ser aplicado a
todas as extensões da área de interesse . Afirma que o ser humano apresenta
uma motivação interna de busca do saber e , que desenvolve os seus próprios
mecanismos de recompensas .
Em seu trabalho
algumas abordagens conceituais devem ser
enfatizadas : Aprendizado ocorre através de suas próprias ações
sobre os
objetos do mundo e com isso construindo categorias de pensamento ao mesmo
tempo que organiza o seu mundo . O conhecimento objetivo não ocorre de forma
linear , com a somatória de experiências mas sim através de grandes
reestruturações globais ; os estímulos não atuam diretamente sobre o indivíduo
mas sim que são transformados pelos esquemas de assimilação e ,é somente
através dessa interpretação que a conduta do sujeito se faz compreensível ;
concepção de aprendizagem conhecimento , supõe
entendida como processo de aquisição de
que existem processos de aprendizagem que não
dependem do método .O método , enquanto ação do meio , pode ajudar , frear ,
facilitar ou dificultar , porém não criar aprendizagem . A compreensão Piagetiana
é operatória
pois entende que para
haver compreensão de um objeto de
conhecimento deve existir a possibilidade do sujeito reconstruir esse objeto , por
ter compreendido quais são suas leis de composição .
Em sua teoria , Piaget
descreve sucessivos estágios de
desenvolvimento que iniciam a partir do nascimento e vão se sucedendo até a
adolescência . Não ocorrem meramente através de um aumento
de
conhecimentos (aprender) mas sim , do desenvolvimento das estruturas de
pensamento (desenvolver ) respeitando a variações individuais . Tais estágios
não são delimitados de forma rígida , pois
apresentar
transição .
características
o final de um estágio pode
do estágio subsequente
, tidos como fases de
Tendo por base
o foco deste trabalho , abordarei os Períodos
Pré - Operatório e Operatório , lembrando que
as fases que anteriores (
Período Sensório -Motor e fase de Transição ) foram de importância absoluta
para a emergência e construção das estruturas mentais que possibilitaram à
criança organizar as experiências através da ação e, que a possibilitarão evoluir
no processo de simbolização e de representação de imagens .
O Período Pré - Operatório é longo
o que faz com que muitos
autores o dividam em duas fases : uma dos 2 aos 5 anos e outra dos 5 aos 7
anos . É nesta fase que temos o desenvolvimento da função semiótica . Para
Piaget , a função semiótica é uma forma diferenciada de prosseguir as ações
sensório-motoras iniciais . A linguagem , o jogo simbólico , a imitação diferida , a
imagem mental e a expressão gráfica envolvem a referida função . Na posse
dela , a criança é capaz de usar significante diferenciados , sejam estes símbolos
individuais ou sinais sociais . A escrita também é um objeto simbólico,um
substituto (significante ) que representa algo . Desenho e escrita tidos como
substitutos materias de algo evocado são manifestações posteriores da função
semiótica mais geral ,
O jogo simbólico emerge com formas evolutivas de condutas ,
iniciando a partir de uma conduta de transição aonde ocorre uma forma de
imitação mas ainda sem atingir uma condição de simbolismo total . Passando
assim por uma conduta simbólica , propriamente dita , em que algo experênciado
pela criança é representado através de ações e culminando com os jogos com
regras , estágio em que
ao
imitar comportamentos ou ações começa a
estabelecer normas . Nessa fase , a do jogo com regras , a criança está com
cerca de 6/7 anos está lidando com noções de causa /efeito pois antecipa as
brincadeiras , combina regras , onde a noção de reversibilidade deve estar
estabelecida .
desenvolver
Como reversibilidade , entende-se a capacidade da criança
um esquema , chegar ao final do mesmo e
poder retornar à
situação inicial . A reversibilidade tende a auxiliar tarefas de categorização
permitindo à criança uma avaliação mais pormenorizada do todo e
sua
composição em partes , retornando ao todo através das partes . Tal processo ,
espera-se estar maduro por volta de sete anos , tendo reflexos importantes na
construção da escrita .
Nesse Período Pré-Operatório , a linguagem desenvolve-se muito ,
ocorrendo grande aumento de vocabulário e de estruturação frasal . As suas ações
ainda estão muito presentes mas gradualmente elas vão sendo acompanhadas
pela linguagem , até chegar a um ponto onde a linguagem é que passa a ser
acompanhada das ações . É considerado um Período Intuitivo pois age sobre o
mundo sem verbalizar as justificativas
que a levaram a assumir um dado
comportamento . Nessa fase ocorre a sistematização e a estabilidade de muitas
noções relacionadas aos objetos ,tendo como referência o sujeito . As
experiências são formalizadas ou seja , depois de experienciar passa a se
aventurar a descobrir como as coisas acontecem , ficando observável o sentido
de causa . Além disso , evolue de um egocentrismo para um comportamento mais
social , passando a querer partilhar as suas experiências . Existe ainda , uma
evolução quanto a classificação e seriação havendo uma sofisticação nesses
processos .Da interseção de categorias é que se estabelecem classes diferentes
. É através da maleabilidade da criança perceber que pode combinar
arranjos
de diferentes formas , de acordo com o que lhe é solicitado ( cores , formas ,
tamanhos , funções ,...) que , mais tarde , passará a ter a mesma maleabilidade
para lidar com os signos , letras e números . Passa a trabalhar não só com as
diferenças como com a semelhanças e , com ambas . Na seriação , vivencia as
relações de tamanho e , vai estabelecendo relações entre os objetos . É uma fase
muito importante pois , é nela que ocorre o preparo para a alfabetização. Tudo
aquilo que ela representou através da linguagem oral e de desenhos , assume
novas formas quando lida com essa nova representação.
Antes do ingresso no Período Operatório , passará por uma fase de
transição em que estabelece relações como por exemplo uma criança que
organiza os grafemas segundo critérios de espaço e de tempo , fazendo uma
extensão para as palavras . Além disso , realiza operações básicas de adição e
subtração que repercutem na escrita .
No Período Operatório
a criança passa a dissociar a ação da
expressão oral ; passa do conceito falado ao conceito escrito
e , lida com
operações matemáticas .
Após ter visto o que está ocorrendo em termos cognitivos e suas
implicações
passarei a
colocar quais são os caminhos que as crianças
percorrem para compreender o uso de nosso sistema de escrita , até
o
efetivação do processo . Tal fato implica em salientar as habilidades da criança
sob uma ótica evolutiva , fazendo uso de estágios progressivos enfocando o
desenvolvimento natural das estratégias por parte do aprendiz .
A fim de possibilitar a melhor compreensão da evolução da escrita ,
passarei a discorrer sobre a visão tida como histórica e coincidente para a
maioria dos lingüistas .
Segundo estes , a primeira tentativa histórica do homem se
comunicar na forma gráfica foi através do pictograma . Os pictogramas foram se
tornando estilizados dando origem aos ideogramas
passaram a ter
e estes ,
por sua vez
uma relação arbitrária com o objeto ou com o conceito
representado . Dessa forma , o ideograma além de representar um objeto ou
conceito , passa a representar a palavra que representa esse objeto ou conceito ,
passando com isso a ter um estatuto de símbolo de segunda ordem (Contini ,
1985 ) . A fonetização dos pictogramas ocorreu com os hieróglifos que
inicialmente eram pictográficos e se desenvolveram em direção ao sistema
silábico . Alguns símbolos foram adaptados para representar sons individuais
(consoantes /vogais) , surgindo o sistema alfabético (Cagliari ,1995).
Nos trabalhos desenvolvidos por Ferreiro e Teberosky
bem
como no de Kato (1984) , ocorre o estabelecimento de relações entre a visão
histórica desse sistema com o desenvolvimento da escrita infantil . Segundo
estes autores , a criança percorre na construção da escrita o mesmo caminho
percorrido pelos seus ancestrais . Tal visão é partilhada e ampliada por Gelb
(1981) , quando coloca que este um desenvolvimento é mais natural do ponto de
vista psicológico , pois o primeiro passo para a análise de uma palavra é dividi-la
em seus componentes silábicos , para depois atingir-se o componente sonoro .
Segundo Ferreiro, a alfabetização é a construção de um objeto
conceitual , o qual é um conceito de natureza complexa , cuja apropriação requer
um processo de longa duração ou vários anos . Esse processo progressivo de
elaboração denomina-se psicogênese da alfabetização e se constitue na
seqüência crescente de níveis de complexidade de compreensão que o sujeito
vivencia em direção à silabação,
leitura e escrita . Assim , o conhecimento
desses níveis que caracterizam o núcleo da psicogênese da alfabetização é um
auxiliar importante para
a organização das atividades didáticas numa
perspectiva científica . Os níveis são quatro : Pré-Silábico ,Silábico , Silábico Alfabético e Alfabético . Encontram-se no Capítulo II do fascículo e encontramse assim caracterizados (Ferreiro ,1982):
No nível Pré- Silábico , a característica básica é que a construção de
escrita não ocorre pela correspondência grafia e som , e sim por outros tipos de
considerações. A criança descobre que o desenho e a escrita não a mesma
coisa ; faz uso de sinais gráficos na tentativa de reproduzir letras ; varia a
ordenação linear dos elementos gráficos na escrita . Tenta fazer diferenciações
entre as escrita através de critérios intrafigurais atribuindo a necessidade de uma
quantidade mínima de letras e , variação no uso de caracteres e , interfigurais
onde as letras não tem valor em si mesmas .
No nível Silábico ,a criança procura efetuar uma correspondência
entre grafia e sílaba , geralmente fazendo uso de uma grafia para cada sílaba
(p.25) .Nesta fase o processo de análise fonética começa a trazer reflexos na
escrita , passando a ter relações com as propriedades sonoras das palavras .
Ela passa ainda , a dispender maior atenção às características sonoras dos
significados , a estabelecer uma relação entre a quantidade de letras e de partes
que se reconhece na palavra , associando uma letra a uma parte (sílaba) .
No nível Silábico -Alfabético , coexistem duas formas de fazer
corresponder sons e grafias : a silábica e a alfabética . É a fase em que
algumas grafias representam silabas e outras representam fonemas sendo
portanto o “ passo intermediário entre os dois sistemas de escrita “ ( p.30) .
Nessa fase a criança compreende que uma só letra pode não ser suficiente para
representar as sílabas , fazendo uso do processo de análise fonética de uma
forma mais pormenorizada .
No nível Alfabético , a escrita é organizada segundo a correspondência
entre grafias e fonemas . Ocorre uma sistematização das descobertas
envolvendo as relações entre as propriedades sonoras e as letras que
representam os sons .
Considerando a caracterização de fases da evolução do grafismo
elucidada por Ferreiro , uso da citação de Zorzi ao considerar a fase de pré letramento abrangendo as fases pré -silábica , silábica e a silábica -alfabética
; a fase de letramento como sendo a alfabética , seguida do pós letramento .
O passo seguinte será elucidar de modo mais pormenorizado essas
fases de pré - letramento para poder compreender a evolução do grafismo .
Diante da necessidade de estudar a fase
Pré - Silábica farei uma
explanação sobre duas formas de categorização encontradas na literatura
especializada : uma de Ferreiro (1982) e outra de Contini (1985) .O estudo
feito por Contini ( 1983 ) , considera uma amostragem de 72 crianças de uma
escola da rede particular de ensino de São Paulo . As crianças pertenciam ao
nível Pré -escolar assim distribuídas : maternal (2 a 3 anos ) , jardim (3 a 4 anos)
, Pré I ( 4 a 5 anos ) e Pré II (5 a 6 anos) . A escola adota um modelo tradicional
de ensino e, seu objetivo era estudar como as crianças em idade pré escolar
concebem o nosso sistema de escrita tomando por base os estudos de Emília
Ferreiro e colaboradores (1982).
Os estudos de Ferreiro (1982) e de Contini (1985) diferem quanto
à
forma de abordar as etapas do desenvolvimento da escrita em fase pré-escolar
. Contini (1985) refere que as etapas que ocorrem no período pré-silábico não
são tão discretas quanto foram conceituadas por Ferreiro (1982) mas , que
elas podem se apresentar superpostas . Tal fato foi evidenciado por Ferreiro e
colaboradores (1982) somente para o nível silábico-alfabético . Além disso , no
trabalho de Contini (1985) existe o estudo de uma faixa etária de 2 a 5 anos e ,
portanto podendo apresentar fases de desenvolvimento anteriores às citadas
por Ferreiro (1982) que trabalhou com crianças de 4 a 6 anos .
Em
sua classificação Contini
(1985)
inicia fazendo uma
classificação mais pormenorizada das formas de grafismo , por acreditar que
existem formas diferentes que vão evoluindo e vão demonstrando progressos na
representação
. O primeiro tipo de grafismo é executado com rabiscos
indecifráveis , esses por sua vez vão evoluindo através da descoberta por parte
da criança da direção da escrita . Além disso , executa seus escritos variando a
quantidade e o tamanho dos movimentos , simulando movimentos ondulatórios .
Insere uma nova categoria denominada “Escrita Pictográfica” , posterior ao
grafismo primitivo , justificando a sua inserção por ser históricamente a primeira
tentativa do homem comunicar-se de forma gráfica . Não chegou a observar
coexistência entre escrita primitiva e pictográfica pois esta última exige maior
controle na sua elaboração . Tal fato atesta ainda , que as crianças ao
perceberem a direção da escrita estão mais aptas a desenvolverem atividades
de escrita que necessitem de maiores habilidades de coordenação motora fina .
Adotou a nomenclatura de “Escrita Ideográfica” em substituição à nomenclatura
de “Escrita Unigráfica
“ utilizada por Ferreiro (1982) com a finalidade de
estabelecer uma relação histórica e também , por encontrar evidências de
tentativas por parte da criança de diferenciar suas escritas através da variação
da grafia empregada , não ocorrendo o uso de uma mesma grafia para palavras
diferentes (cf. Ferreiro et.alii , 1982 :20) , o que poderia levar a uma confusão
com “Escrita fixa “. As demais categorias são coincidentes com as adotadas
por Ferreiro .
O quadro I reflete a forma categorizada por Ferreiro (1982) quanto
ao Nível Pré -Silábico . As categorias que são citadas ocorrem segundo uma
ordem que é observável no desenvolvimento infantil , O quadro II coloca a
classificação de Contini (1985) seguida de gráficos que elucidam a ocorrência
de tipos de representações gráficas e a correlação com as faixas etárias .
Quadro I -Demonstrativo do
Nível Pré -Silábico
(Ferreiro - 1982 )
Categorias
Subcategorias
A1
Grafismos
Primitivos
A
A2
Unigráficas
Escritas
controle
Predomínio de rabiscos
e pseudo-letras
.Desenvolvem
procedimentos para
diferenciar
escritas.Utilização de
grafias convencionais é
um intento para a
criança .
Utilização de uma única
grafia
para
cada
nome(quantidade
constante ).Pode ser a
mesma grafia ou uma
diferente .
Escritas
A3
Características
Chega ao limite da folha
de papel
a sua
sem
sucessão de grafias.
de
qualidade
B
Escritas fixas
A mesma série de
letras numa mesma
ordem
serve
para
diferentes
nomes.
Predomínio de grafias
convencionais .
C1
As grafias utilizadas
aparecem na mesma
Repertório Fixo c/
ordem , porém com
quantidade
quantidades diferentes .
variável
C2
Quant.
Cte.c/repertório
fixo parcial
Algumas
grafias
aparecem na mesma
ordem e lugar enquanto
outras
servem
p/
diferenciar
Exemplos
C3
C
Escritas
Diferenciadas
ocorre de forma
s1emelhante ao
Quant.
variável
esquema anterior com
com
repertório variações na quantidade
de grafias
fixo parcial
C4
Quant. constante
com repertório
variado
Para
para
as
representações faz uso
da mesma quantidade
de grafias porém ,as
letras mudam de uma
grafia para outra ,ou
mudam a ordem .
C5
Apresentam a maior
diferenciação
possível
Quant. variável e
para diferenciar uma
repertório variável escrita de outra .
D
Quantidade e
Presença de letras que
tenham a ver com a
Escritas diferenciadas
repertórios
sonoridade da palavra .
com valor sonoro
variáveis e
A construção total não
está determinada pôr
inicial
presença de valor
uma
intenção
de
sonoro inicial .
correspondência sonora
,porém a letra que inicia
cada escrita tem a ver
com o valor sonoro da
primeira
sílaba
da
palavra .
Ao observar o início de representação gráfica infantil , nos primeiros
traços desenho e escrita se confundem . Dentro de uma perspectiva Piagetiana ,
o desenho sendo uma imitação gráfica , reprodução material de um modelo ,
implica a função semiótica entendida como a possibilidade de diferenciar
significantes de significados .
A gênese da escrita não aparece dissociada da leitura , pois será
através da exposição a materiais gráficos que a criança vai construindo as suas
hipóteses gráficas . A evolução que a criança passa na forma como encara o
desenho e a escrita espelham na grafia . Inicia como uma indiferenciação entre
desenho e escrita . Ela passa de um sistema para o outro sem modificar o ato
de interpretação , porque para ela
a escrita e imagem formam um todo
complementar , uma unidade podendo buscar na imagem o que texto não oferece
. Para a criança , a escrita nessa fase inicial parece ser a
linguagem . Depois vai diferenciando a escrita da imagem
transcrição da
, podendo associar
a uma imagem uma representação gráfica do objeto (nome do objeto) ou uma
oração relacionada à imagem . Mais tarde , vai fazendo uma correspondência
entre os fragmentos gráficos com os segmentos do enunciado verbal que ela
associa ao desenho , estabelecendo
a associação entre os sons da fala e a
escrita . Passa assim ,por um processo evolutivo na maneira de identificar as
grafias e grafá-las .
Confirmando os dados , a conclusão de uma pesquisa de Lavine
que mostra que as crianças
a partir de três anos
identificam algumas
características nos textos escritos que a levam a concluir se tratar de escrita :
linearidade (grafias alinhadas ) , multiplicidade ( contraste entre uma grafia e seis
grafias alinhadas )
e variedade
de caracteres .Tal
fato confirma o quão
coerentes são os critérios de classificação de um material gráfico
que as
crianças fazem muito antes de poder ler , no sentido convencional .
Quadro II - Demostrativo
do Nível Pré -Silábico
(Contini -1985 )
Categorias-Características
Subcategorias
A1- Sem Linearidade
A- Grafismo Primitivo
Uso de rabiscos ou pseudoletras
.Diferenciam a escrita variando a
A2- Sem e Com Linearidade
Exemplo
quantidade de rabiscos.
A3- Com Linearidade
B- Pictográfica
Uso do desenho do próprio objeto
para
representar
a
palavra
solicitada.
C - Ideográfica
Consiste no uso de um simples
sinal
para
representar
um
conceito ou uma palavra .
D- Escrita
Sem Controle de
Qualidade
Esta escrita apresenta repetição
da mesma grafia até atingir
o
limite da folha de papel . (*)
E- Escrita Fixa
Predomínio
de
convencionais
e controle de
quantidade
grafias
de
grafias
.
Um
mesmo tipo de seqüência pode
ser
utilizado
p/
representar
palavras diversas.
F1-Quantidade Constante com
Repertório Fixo Parcial .
F- Escritas Diferenciadas
F2 -Quantidade Variável com
Uso de grafias convencionais com Repertório Fixo Parcial .
quantidade controlada .(**)
F3 -Quantidade Variável Com
Repertório Fixo Variável
G- Escritas Diferenciadas com
-
Valor Sonoro Inicial .
A letra
que inicia
a escrita
relaciona-se com o valo sonoro
da primeira sílaba da palavra.
(*) - A repetição seguida da mesma grafia é tida como “Princípio Recorrente” (Clay,1975) que sugere aaaque a
criança não diferencia as palavras pela quantidade de letras porém, pode existir uma intenção em diferenciar através
da variação de grafias .
(**) - Nessa fase a criança descobre que a escrita é constituída de um número fixo de sinais combinados de forma
variada .É a fase que por tais características obedece o “ Princípio Gerativo ” onde descobre a arbitrariedade dos
sinais .
No trabalho de Contini existe ainda uma tentativa de identificar os
tipos de grafismos mais frequentes segundo as faixas etárias e o nível de
escolaridade . Ao transportar os resultados de sua pesquisa para gráficos
ilustrativos fica evidenciada a heterogeneidade de níveis de grafias que existe
dentro de uma sala de aula . Segundo Ferreiro e Teberosky (1986) essa
heterogeneidade é de grande valia em situações de grupo pois , na realização
das tarefas o grupo exerce uma função socializadora de conhecimentos e
informações .
Até a fase de Pré I os grupos estudados apresentaram o predomínio de
um tipo de grafia sobre as demais , com aumento da segmentação de níveis .
Nos Prés I e II começam a emergir crianças com níveis conceituais mais
avançados (Nível Silábico ) .
Representações Gráficas Infantis segundo o nível de escolaridade
Tipos de Grafismos encontrados no maternal
3-Grafismo
Primitivo c/
linearidade
15%
1-Grafismo Primitivo s/
linearidade
1-Grafismo
Primitivo s/
linearidade
50%
2-Grafismo
Primitivo s/ e c/
linearidade
35%
2-Grafismo Primitivo s/ e c/
linearidade
3-Grafismo Primitivo c/
linearidade
No maternal , de acordo com o gráfico ,
existe predomínio da
categoria grafismo primitivo . Um primeiro tipo de grafismo ,o grafismo primitivo
sem linearidade , deve ser considerado pois fica claro nesse que as crianças
fazem uso de rabiscos indecifráveis para representar palavras . Ocorre porém
que existe diferenciações quanto ao tipo de grafismo primitivo sendo observável
a emergência em 35% das crianças a busca do sentido da escrita (direção) , a
realização de movimentos circulares , com variações na extensão (curto/logo) , na
quantidade e no tamanho ,característico do grafismo primitivo com linearidade.
O grupo intermediário (12%) , grafismo primitivo com e sem linearidade ,
corresponde às crianças que mesclam as duas formas .
Tipos de Grafismos encontrados no Jardim
4-Pictográfica
3-Grafismo 12%
Primitivo c/
linearidade e picto.
18%
1-Grafismo
Primitivo s/
Linearidade
18%
1-Grafismo Primitivo s/
Linearidade
2-Grafismo Primitivo c/
linearidade
3-Grafismo Primitivo c/
linearidade e picto.
2-Grafismo
Primitivo c/
linearidade
52%
4-Pictográfica
No jardim , o percentual de crianças de crianças pertencentes à
categoria de grafismo primitivo sem linearidade cai de maneira significativa
(18%)
, elevando-se
a quantidade de crianças que apresentam grafismo
primitivo com linearidade . Além disso , emerge uma nova categoria que exige
maior controle na elaboração pois utiliza o desenho como forma de representar
as palavras , a escrita pictográfica (12%) . Através do gráfico pode-se identificar
um grupo intermediário que faz uso
da categoria
grafismo primitivo com
linearidade e pictográfica (18%) .
Tipos de Grafismo encontrados no Pré I
5-Silábica
Própriamente dita
10%
1-Grafismo
Primitivo c/ linear. e 3-Ideográfica
picto
47%
4-Ideográfica e Silábica
4-Ideográfica e
Silábica
19%
3-Ideográfica
10%
1-Grafismo Primitivo c/ linear.
e picto
2-Pictográfica
2-Pictográfica
14%
5-Silábica Própriamente dita
As crianças do Pré I apresentaram categorias
de grafismos
diferenciados . Nessa fase aparecem crianças que ainda persistem no grafismo
primitivo e no grafismo tipo pictográfico mas também , aparecem crianças em
fases tida como um pouco mais evoluída dentro do processo de alfabetização .
O grafismo primitivo com linearidade e pictográfica responde por um percentual
alto (47%). A do tipo pictográfico responde por 14% ; ideográfica surge na
amostra e consite no uso de um simples sinal para representar um conceito ou
palavra correspondendo a 10% dos tipos de grafismos ; Ideográfica e silábica
respondem por 19% .Nessa etapa , algumas crianças passaram para o Nível
Silábico (10%). No Nível Silábico inicia a tentativa de dar valor sonoro a cada
uma das letras que compõem a escrita . É um período de grande importância
evolutiva pois cada letra vale por uma sílaba , tida como hipótese silábica . É a
primeira vez que a criança estabelece a relação entre as partes sonoras da fala e
da escrita .Nessa fase , ao ser exposta a orações e textos ,vai fazendo uso da
hipótese silábica para ir analisando as unidades menores que compõem a
totalidade que quer representar por escrito . Tal fato
estará vinculado à
categorização inicialmente elucidada por Piaget que vai lhe permitindo fazer
arranjos e combinações .
Tipos de Grafismos encontrados no Pré II
5-Silábica
Própriamente dita
32%
1-Ideográficas
14%
2-Ideográfica e
Silábica
14%
4-Silábica do tipo B
9%
1-Ideográficas
2-Ideográfica e Silábica
3-Silábica do tipo A
4-Silábica do tipo B
5-Silábica Própriamente dita
3-Silábica do tipo A
31%
Nessa etapa , as crianças atingiram conceitos mais elaborados
acerca da escrita , com predomínio numérico de crianças com tipo de escrita
silábica .Todas usaram sinais convencionais do alfabeto atestando domínio do
uso de caracteres . O grafismo do tipo ideográfico agora corresponde a 14% e ,
o ideográfico e pictográfico responde por 14% . Deve ser salientado que estas
crianças fizeram uso de uma representação (letra ou símbolo gráfico) para
representar uma palavra mas sem discriminar os segmentos silábicos que a
compõe . A seguir , aparece a escrita silábica do “tipo A” com 31% do total das
representações. Ela consiste na identificação por parte da criança , da primeira
sílaba que compõe a palavra ,representando as demais partes como um só
bloco .Ex: b a
= bolinha . A escrita do “ tipo B“
que responde por 9% das
representações , consiste na identificação de todas as sílabas de palavras
dissílabas e de todas as sílabas de palavras trissílabas , ou apenas a sua
primeira sílaba , considerando as demais em um mesmo bloco . Ex: to ta = co ca
; no aao = ma gico
Após a observação dos quadros
é possível concluir que os níveis
mais elementares de grafismos são encontrados em crianças menores ,
ocorrendo
níveis conceituais mais elaborados em crianças
mais velhas .
Devo ressaltar que tal tentativa de associação com a faixa etária só se torna útil
para a observação da heterogeneidade
pois , começam a aparecer outras
variáveis que impedem a adoção de tais medidas como padrões .
A colocação de Araújo ( 1982 ) evidencia a possibilidade de termos
variações na construção da escrita segundo a forma que ocorrem as interações
entre as crianças e , do grupo com o professor ; segundo as condições de
ensinar e de aprender ; de acordo com as condições sócio -culturais do ensinoaprendizagem do professor e, até mesmo das relações que são estabelecidas
com a escola .
Considerando o tempo transcorrido , torna-se pertinente ao
momento a consideração de Abud ( 1986 ) quanto a alfabetização : “ A
alfabetização em seu sentido mais amplo é tida como um fator de mudanças de
comportamentos diante do Universo , possibilitando a integração social , com
repercussões nos aspectos psicológico , social , pedagógico , moral , estético e
econômico . Do ponto de vista Sócio -Interacionista devemos considerar que a
sociedade é dinâmica , passa por mudanças exigindo que as pessoas passem
por constantes mudanças para que possam fazer parte dela . O fluxo das
transformações existe no interesse e nas necessidades de ambas as partes . A
realidade ao mudar , leva consigo alterações nesses comportamentos , com uma
sociedade mais competitiva e mais exigente . Teremos reflexos dessas
mudanças no ensino , com a adequação no dos mecanismos para o ensino , no
comportamento dos educadores , das crianças e dos familiares . “
Tomo por base tais citações para evidenciar que após essas publicações a
realidade foi gradualmente modificando-se com reflexos no comportamento das
pessoas . O universo infantil ampliou-se muito , sendo este um alvo dos veículos
de comunicação em massa e da mídia . A quantidade e a qualidade das
publicações destinadas a esse público aumentaram muito permitindo a esses
uma maior empatia com o universo adulto . Além disso , o acesso ao
conhecimento está com caminho encurtado via uso do computador . Frente a
tantas possibilidades de interação , de ação , não fica difícil entender por que
o desenvolvimento infantil tenha sido alterado com um aumento qualitativo e
quantitativo , nos últimos anos .
III - PESQUISA
Segundo um estudo abreviado que fiz para dar um suporte mais
atualizado
das informações
discorridas
nos trabalhos , pude constatar
a
presença de níveis conceituais de escrita em idades anteriores às citadas pelos
autores , sugerindo que o ingresso precoce pode influenciar no desenvolvimento
. Além disso , a constação de que já em muitas escolas , a criança termina o
ciclo pré-escolar vivenciando a construção de narrativas .
Aí , pode estar
a dificuldade
na inserção da letra cursiva . A
possibilidade de entender a alfabetização
globalizada , contextualizada mas também
de acordo com
uma visão
, particular à cada grupo que é
trabalhado .
Dados recentes de Níveis Conceituais de Escrita obtidos
em escolas de classe média
em
São Paulo -capital
Tipos de Grafismos encontrados no Maternal
3-Pictográfica
10%
2-Grafismo
Primitivo c/
linearidade
40%
1-Grafismo Primitivo s/
linearidade
1-Grafismo
Primitivo s/
linearidade
50%
2-Grafismo Primitivo c/
linearidade
3-Pictográfica
Nesse
nível de escolarização
ocorre predomínio
do
grafismo primitivo sem linearidade com representado por 50% das crianças
,valor coincidente com o trabalho de Contini . O grafismo primitivo com
linearidade aparece em 40% das representações das crianças , conferindo
uma elevação de 25 percentuais e aparição de representação tipo pictográfica
já a esse nível , diferindo do que foi encontrado por Contini . Assim , um grupo
maior de crianças já percebe a orientação da escrita bem como faz a utilização
do desenho do próprio objeto para representar a palavra solicitada .
Tipos de Grafismos encontrados no Jardim
3-Escrita sem
Controle de
Qualidade
25%
1-Grafismo Primitivo
s/ e c/ linearidade
25%
1-Grafismo Primitivo s/ e c/
linearidade
2-Grafismo Primitivo c/
linearidade
3-Escrita sem Controle de
Qualidade
2-Grafismo Primitivo
c/ linearidade
50%
No Jardim observa-se a presença de um grupo de crianças
apresentando o tipo de Grafismo Primitivo sem e com linearidade (25%) ; outro
grupo com Grafismo Primitivo com linearidade (50%) e outro grupo de crianças
em níveis mais elevados dentro do nível Pré-Silábico que corresponde à Escrita
sem Controle de Qualidade .
Tipos de Grafismos encontrados no Pré I
3-Escrita
Diferenciada c/
Valor Sonoro Inicial
17%
1-Pictográfica
17%
1-Pictográfica
2-Escrita Diferenciada
3-Escrita Diferenciada c/ Valor
Sonoro Inicial
2-Escrita
Diferenciada
66%
No pré I , 17% das crianças fizeram uso de desenho do
próprio objeto para representar a palavra solicitada ou seja , uso da categoria
Pictográfica
; 66% utilisaram de grafias convencionais
fazendo uso de
combinações de quantidade e de repertório de caracteres que corresponde à
Escrita Diferenciada e, 17% fizeram uso de Escrita Diferenciada com valor
sonoro inicial onde , a primeira letra que inicia a escrita tem relação com o valor
sonoro da primeira sílaba da palavra .
Tipos de Grafismos encontrados no Pré II
1-Silábica
19%
2-SilábicaAlfabética
9%
1-Silábica
2-Silábica-Alfabética
3-Alfabética
3-Alfabética
72%
No Pré II ,19% das crianças atingiram o Nível Silábico
onde elas tentam dar valor sonoro a cada uma das letras que compõem a escrita
(hipótese silábica) ; 9% das crianças atingiram o
Nível Silábico - Alfabético
que é caracterizado por uma busca por parte da criança numa análise que vá
além da hipótese silábica mas também com a exigência de uma quantidade
mínima
de grafias (característica intrafigural) . Além disso, estabelece-se o
conflito entre as formas que o meio lhe propõe a a leitura dessas formas ,
mantendo agora um conflito entre uma exigência externa e uma realidade exterior
a ela . Temos ainda que 72% das crianças atingiram o Nível Alfabético ,o final
desta evolução . Elas compreendem o sistema de escrita , atribuindo a cada um
dos caracteres da escrita uma correspondência com os valores sonoros . A
partir dessa fase tomará contato com valores secundários da escrita , mas
necessários à compreensão da mesma : ortografia , sinais gráficos de
acentuação , pontuação ..... Convém lembrar que já poderá estar fazendo uso de
tal nível conceitual na elaboração de narrativa , não sendo incomum encontrar
crianças terminando o ciclo pré -escolar a esse nível .
IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mediante o que foi colocado não fica difícil entender a dificuldade do
educador em
repensar
algumas questões referentes à alfabetização . A
alfabetização é um processo de integração onde encontramos atuações
individuais influenciando em uma dinâmica grupal que por sua vez é influênciada
por outros fatores de ordem sócio-cultural e econômica . Atualmente a relação
aluno professor atende a uma denominação de simétrica onde o professor
assume a postura de mediador entre o aluno e os conhecimentos . O professor
deve lidar com seres individualizados , ao mesmo tempo que lida com relações
grupais , entendendo que em uma sala de aula poderá haver
diferentes níveis conceituais em relação à escrita
crianças em
. Deve estar atento às
modificações socio-culturais e as implicações no ensino ; deve estar atento ao
processo de desenvolvimento sem deixar de atender às solicitações
instituição e dos pais “àvidos”
pelos conteúdos
da
e formas e portanto ,
influenciados por toda dinâmica envolvida na alfabetização .
Cumpre lembrar que as práticas habituais de ensino de língua
escrita estavam muito apoiadas no que se sabia da aquisição da língua oral ,
com a progressão de iniciar o ensino pelas vogais , seguida da combinação de
consoantes bilabiais com vogais , daí para a duplicação de sílabas de modo a
formar as primeiras palavras ..... progredindo nessa lógica até a construção de
narrativas . Julgando-se ser necessária a passagem por essas mesmas etapas
como se a aprendizagem de língua escrita fosse ocorrendo em semelhança à
fala . Com a reformulação educacional muitos parâmetros de desenvolvimento
se perderam dificultando o estabelecimento do possível e do esperado para
cada faixa etária .
A forma de abordar a aquisição de conhecimento
possivelmente incitou na formação de seres mais pensantes , mais ativos que ,
associado ao fato de ingressarem mais precócemente na escola , atingem
níveis de desenvolvimento em fases anteriores .
Dessa forma , encarar uma situação específica , como no caso a
questão da introdução da letra cursiva ,implica em retratar o todo de um processo
que sofreu profundas transformações nesses últimos anos , descaracterizando a
clientela . Assim , entender a questão da letra cursiva foi poder entender que as
modificações na educação quebraram um padrão e portanto , ficou uma questão
contextualizada na nova realidade , que precisou ser compreendida .
Pelo que foi exposto , finalizo , concluindo que a criança percorre
um longo caminho na construção da escrita até compreender o seu uso , sua
função , suas características . Assim , muito embora fique evidenciado que é
muito melhor que a letra cursiva seja introduzida após a fase em que a criança
já compreendeu o sistema de escrita e , portanto atingiu , no mínimo , um nível
alfabético
pois em fases anteriores lida com muitas questões conceituais e
situa-se em
dificultariam
diferenciadas fases
lidar com
signos
de desenvolvimento cognitivo que
múltiplos
não podemos descartar
lhe
a
possibilidade de um trabalho em grupo existir a emergência do interesse pelo
uso da referida letra em fases anteriores pois , de acordo com Ferreiro , as
crianças não passam por esse processo de forma isolada ,e , a atividade grupal
gera a possibilidade de socialização do conhecimento . Ocorre no entanto , que
o efeito desse estímulo pode surtir impactos diferenciados nos esquemas de
assimilação das crianças , fazendo com que cada uma possa interpretar e
assimilar de maneiras diferenciadas . Nessa etapa entra a influência do meio
de modo a reforçar ou não o seu uso .
Concluindo , existem
parâmetros
evolutivos de grafismo , de
desenvolvimento cognitivo , de níveis conceituais que indicam um fase mais
apropriada para lidar com os caracteres gráficos mas não deve ser nunca
esquecido o contexto de uma forma mais global .
V- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Abud , Maria J.M.
“ O ensino da leitura e da escrita na fase inicial da escolaridade de acordo
com alfabetizadores considerados eficientes.” - Departamento de
Educação / PUC- SP. Dissertação de Mestrado - Mimeo - 1986
Araújo , Maria Noemi
“Mas ,eu escrevi do meu jeito .” - Departamento de Educação / PUC -
SP
Dissertação de Mestrado . Mimeo - 1982 .
Cagliari , Luís C.
“ Alfabetização e Linguística ” -
São Paulo -Ed. Scipione - 1995
Contini Jr , J.
“A concepção do Sistema Alfabético para crianças em idade Pré-escolar .” Departamento de Educação / PUC -SP
Dissertação de Mestrado . Mimeo -
1985 .
Ferreiro , E.
“Análisis
de las Perturbaciones en el Proceso de Aprendizajaae
Escolar de la lectura y la Escrita .” Fasc .2 , México , OEA -Proyeto Especial De
Educacion Especial
- 1982
Ferreiro , E. & Teberosky , A .
“Psicogênese da língua Escrita ”
- Porto Alegre - Ed. Artes Médicas -
-1986
Furth , Hans G. & Wachs ,Harry
“Piaget na Prática Escolar ”
- São Paulo - Ed . Ibrasa
- 1989
Silva, A.V.
“ Bastão x Cursiva ” - in Revista Escola - Ano XI - n- 99 - 1996
Zorzi , Jaime L.
“Linguagem e Aprendizagem ” in Tópicos em Fonoaudiologia
Editora Pancast - São Paulo - 1995
REVISORES
SÍLVIA LUIZA S. DONATELLI
- LÍNGUAS E LITERATURA INGLESA
MÁRCIO RIBEIRO DONATELLI
- LETRAS
MARIA LUÍZA RODRIGUES VALLE
- PEDAGOGA
IARA XAVIER DE SÁ
- FONOAUDIÓLOGA
IARA
- PSICÓLOGA
GENIOLI
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