Bases da ventilação pulmonar mecânica no RN Jefferson Guimarães Resende Unidade de Neonatologia do HRAS/SES/DF www.paulomargotto.com.br 21/5/2008 Transporte de gases 100 10 Transporte de gases 100 10 Mecanismos de aquisição de Volume Corrente • Quando inspiramos – o diafragma rebaixa, o gradil costal se eleva, ampliando o volume da caixa torácica, os pulmões são tracionados pela pressão negativa gerada e, pela ação da interdependência, todos os alvéolos são ampliados em seu volume interno, “aspirando” o ar ambiente. • Na VPM – a pressão é ampliada no início da via aérea, fica maior que a pressão intra-alveolar e, devido a esta diferença de pressão os gases fluem na direção alveolar. Mecanismos de expiração do Volume Corrente • Ao serem distendidos, os alvéolos, com seus tecidos elásticos, resistem a esta ampliação volumétrica de suas estruturas; • O gradil costal por seu peso e posição resiste a alterar sua posição de repouso; • O estiramento das fibras musculares do diafragma tendem a retornar a sua posição original; Mecanismos de expiração do Volume Corrente • Desligados os mecanismos que forçam a alteração de repouso destas estruturas, as forças que os fazem resistir à saída da posição inercial trazem de volta estas estruturas à sua posição original, ampliando a pressão intra-alveolar, o que faz com que os gases fluam em uma direção expiratória. Definições • PIP – pico de pressão inspiratória • PEEP – pressão positiva em final da expiração Ventilação pulmonar mecânica no RN – objetivos * facilitar a troca gasosa. • reduzir o trabalho ventilatório • evitar dano pulmonar. Ventilação pulmonar mecânica no RN – bases fisiológicas • Difusão gasosa: • Aumenta com o aumento da área de troca • Aumenta com o aumento do gradiente alvéolo-arterial de O2 • Diminui com o aumento da espessura do tecido Ventilação pulmonar mecânica no RN – bases fisiológicas • Difusão gasosa: • depende da solubilidade do gás no liquido – CO2 20 X maior que O2 • é otimizada pela adequada relação V/Q VPM no RN – bases Kirby R e cls Anesthesia & Analgesia...Current Researches Vol 51(6) 1972, 871-5 FAG FAG (contínuo) PIP 20 VC PEEP 5 0 0,3 E se aumentar o FAG? PIP 20 VC PEEP 5 0 0,3 Se aumentar o FAG PIP 20 VC PEEP 5 0 0,3 FAG Regra de Ayre = 3 vezes* o VM *Com ressalvas Ventilação pulmonar mecânica no RN – bases fisiológicas - Volume • West JB Fisiologia Respiratória Moderna 3a.Ed Ed.Manole 1990 VPM – Volume Corrente • West JB Fisiologia Respiratória Moderna 3a.Ed Ed.Manole 1990 Resende JR, J Pediat (Rio) vol.69(4)1993, 265-8. VPM – Volume Corrente • RN 700 gr – volume inspirado + volume do espaço morto = 7 ml • 30% EM anatômico = 2,1 ml • TOT número 2 – agrega EM Conexão = 2,4 ml + 4 cm de TOT (Vol=R² (0,1x0,1) x π (3,1416) x 4cm = 0,12 ml ) EMtotal = 2,1+2,4+0,12 = 4,62 ml Se na VPM estivermos utilizando um VC de 5 ml/kg (3,5 ml), certamente teremos EM>EA Volume Corrente EM agregado EM anatômico Espaço alveolar Fluxo Vs VC Vs T.insp 0 0,3 0 0,3 0 0,3 0 0,3 Fluxo Vs VC Vs mais T.insp 0 0,3 0 0,3 0 0,3 0 0,3 Fluxo Vs T.insp Vs VC 0 0,3 0 0,3 0 0,3 0 0,3 Mais fluxo Vs T.insp Vs VC 0 0,3 0 0,3 0 0,3 0 0,3 Resistência: Resistência: 60 50 40 FAG 2 FAG 5 FAG 10 FAG 15 30 20 10 0 TOT 2 TOT 2,5 TOT 3 TOT 3,5 Resistência: R20 PA PB Saraiva RA Rev Bras Anestesiol Vol 39 (4) 1989 311-17 Resistência: R200 PA PB Saraiva RA Rev Bras Anestesiol Vol 39 (4) 1989 311-17 Complacência: ∆V ∆P o RN Normal – 3 a 6 ml/cmH2O RN DMH – 0,5 a 1 ml/cmH2O Carlo & Martin. Clínicas Pediátricas da América do Norte. Vol 1, 1986, 233-50 Fluxo Vs VC Vs T.insp 0 0,3 0 0,3 0 0,3 0 0,3 E o efeito da complacência ? Fluxo Vs T.insp Vs menor Complascência 0 0,3 0 0,3 0 0,3 0 0,3 O VC aumenta ou diminui? Constante de Tempo Carlo & Martin. Clínicas Pediátricas da América do Norte. Vol 1, 1986, 233-50 Nicolai T. Pediatric Respiratory Reviews (2006) Jun;7(2):97-102 • Definição: tempo necessário para a pressão alveolar atingir 63% da pressão proximal Exemplo: PIP = 20 cmH2O 1 constante de tempo será o tempo gasto até que a pressão alveolar chegue a 12,6 cmH2O Depende de que variáveis? Constante de Tempo • Definição: tempo necessário para a pressão alveolar atingir 63% da pressão proximal Exemplo: PIP = 20 cmH2O 1 constante de tempo será o tempo gasto até que a pressão alveolar chegue a 12,6 cmH2O Depende da: - Complacência - Resistência da via aérea Resistência Vs Complacência: Constante de Tempo Carlo & Martin. Clínicas Pediátricas da América do Norte. Vol 1, 1986, 233-50 Resistência Vs Complacência: Constante de Tempo Carlo & Martin. Clínicas Pediátricas da América do Norte. Vol 1, 1986, 233-50 Pendelluft PEEP VPM: efeitos da PEEP Naik e cls, AJRCCM Vol 164.pp494-498,2001 VPM: efeitos da PEEP Michna e e cls, AJRCCM Vol 160.pp634-639,1999 Efeitos da PEEP Michna e e cls, AJRCCM Vol 160.pp634-639,1999 Efeitos da PEEP Michna e e cls, AJRCCM Vol 160.pp634-639,1999 “Quando relativamente poucos princípios básicos do comportamento mecânico do sistema respiratório são mantidos em mente, o desafio de otimizar o suporte ventilatório serão superados, para a maioria das crianças com insuficiência respiratória”. Thomas Nicolai. Pediatric Respiratory Reviews (2006) Jun;7(2):97-102 Dúvidas? VPM no RN - Instalação Ventiladores ciclados a tempo – definições de parâmetros • • • • • • • Fluxo aferente FIO2 PIP PEEP Freqüência respiratória Tempo inspiratório Modo: comandado, assisto/controlado, SIMV, CPAP Parâmetros iniciais de ventilação • Recuperação fácil • PIP 20 • PEEP 5 • FR 40 • T.insp. 0,30 • Abordagem complicada; PIP na reanimação • PIP 25 • PEEP 5 • FR 60 • T.insp. 0,30 VPM no RN • Objetivos • PSat 87 a 95 % • PaO2 = 50 a 70 mmHg • PaCO2 = 40 a 60 mmHg hipercapnia permissiva; • Volume Corrente = 5 ml/Kg VPM no RN • CMV - ciclos controlados exclusivos e ciclos espontâneos. • CPAP - ciclos espontâneos exclusivos. • SIMV - ciclos assistidos e espontâneos; eventualmente controlados; um em cada janela de tempo. • A/C - ciclos assistidos; eventualmente controlados; nunca espontâneos. Ações para reduzir CO2 • CO2 • • é conseqüência de VM (VM=VC(-EM)XFR) FR até certo limite; cuidados com AC EM: - reduzir conexões, melhorar perfusão,TGI Ações para reduzir CO2 - Exercícios • VM (VM = VC (-EM) X FR) • Volume Corrente: • PIP Pode não adiantar! • PEEP Cuidado, pode piorar! Ações para reduzir CO2 - Exercícios • • Volume Corrente: • T.Insp Cuidado, pode piorar! • TOT • Fluxo Cuidado, pode piorar! Ações para reduzir CO2 • Posição prona • Melhorar perfusão Ações para aumentar a PaO2 - Exercícios • • • • • MAP: PIP. Pode não adiantar! PEEP Cuidado, pode piorar! T.insp. Cuidado, pode piorar! Resistência: fluxo, TOT, secreções VPM no RN • Ações para aumentar a PaO2: • Posição prona • Perfusão Desmame total: • • • • • • • • SIMV 20 PIP = 10-15 cmH2O (VC = 5 ml/kg) PEEP - Rx de tórax FiO2 < 30% Avalie a mecânica ventilatória CPAPN/VNI Aminofilina Suspender Fentanyl VPM no RN – bases fisiológicas • É preciso conhecer a estrutura e a função do pulmão do RN, incluindo o prematuro, como os volumes pulmonares se comportam em seu interior, como o fluxo aéreo trafega dentro das vias aéreas, incluindo suas dificuldades, e as estratégias que devem ser utilizadas para tirar o melhor proveito desse conhecimento, tanto para melhorar as trocas gasosas quanto para reduzir a lesão tecidual. VPM no RN-concluindo • É essencial: - conhecer a doença - conhecer os equipamentos - observar o paciente - ser cuidadoso(a) - debater caso a caso Exercícios Modalidade/ parâmetros FR backup FR RN PIP PEEP T.Insp Fluxo PaO2 pH/PaCO2 CMV 20 60 25 5 0.5 10 L 80 7.01/75 Assisto/Co ntrolada 20 60 25 5 0.5 10 L 80 7.01/75 SIMV 20 60 25 5 0.5 10 L 80 7.01/75 UtiNeo-HMIB/FHDF VM=VC(-EM)xFR