Prof. Mariana Giannecchini Ferrari
DESDOBRAMENTOS DA TEORIA PSICANALÍTICA
DONALD W. WINNICOTT

Nasceu em Plaumouth,
Inglaterra, crescendo em
uma propriedade rural,
cercado por suas irmãs
mais velhas.

Foi uma criança amável,
acomodada e um aluno
brilhante.”
“...peguei um taco de criquet e destruí o nariz da
boneca das minhas irmãs. Aquela boneca havia se
convertido para mim em uma fonte de irritação,
pois meu pai não deixava de brincar comigo. Ela
se chamava Rosie e ele, parodiando uma canção
popular, me dizia (com uma voz que me
exasperava):
Rosie disse a Donald, eu te amo...
Donald disse a Rosie eu não creio!!
Assim pois, eu sabia que tinha de destroçar aquela boneca e
grande parte de minha vida se baseou no fato de que eu havia
realmente cometido este ato, sem me conformar em deseja –
lo ou arquiteta – lo apenas. Provavelmente me senti aliviado
quando eu pai, acendendo vários fósforos seguidos esquentou
o nariz de cera para modela – lo e o rosto voltou a ser um
rosto. Aquela primeira demonstração de restituição e de
reparação me impressionou e talvez me fez capaz de aceitar o
fato de que eu, pequeno e querido ser inocente, me havia
tornado violento, de maneira direta com a boneca e indireta
com aquele pai que naquele justo momento acabava de entrar
em minha vida consciente.”
LEYS SCHOOL EM CAMBRIDGE
Sempre ativo (nadava, corria, praticava ciclismo, tinha amigos,
cantava no coro, fazia parte dos escoteiros e todas as noites lia
uma história em voz alta para seus companheiros de
dormitório – fraturou a clavícula jogando rugby. Foi quando
formulou seu desejo de ser médico.
“Não podia imaginar que o
resto da minha vida dependeria
de médicos...resolvi converter – me eu mesmo em médico.”
FACULDADE DE MEDICINA

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Passou o primeiro ano como enfermeiro – início da 1ª
Guerra Mundial.
Prosseguiu seus estudos médicos no St. Batolomew´s
Hospital em Londres – contraiu um abscesso
pulmonar e ficou três meses hospitalizado:
“Estou convencido de que pelo menos uma vez
na vida é necessário que o médico tenha
estado no hospital como paciente.”
E A PSICANÁLISE? (1923)
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Depois de tornar –se pediatra e ler um texto de Freud,
decidiu fazer análise e estudar Psicanálise.
Pioneiro - pediatra e psicanalista.
Análise durante dez anos com James Strachey, depois
retomando com Joan Riviere.
“ por ser um pediatra com talento para conseguir que as mães me contassem
sobre seus filhos e sobre a história precoce dos distúrbios de suas
crianças, fiquei logo impressionado tanto pelo insight que a psicanálise
dava das vidas das crianças como por uma certa deficiência na teoria
psicanalítica...”
E AS DIFICULDADES ANTERIORES?

Complexo de Édipo - pela teoria freudiana a
análise das neuroses conduzia o analista as
ansiedades relativas à vida instintiva do
período dos 4 a 5 anos do relacionamento da
criança com seus pais.

1936 – Winnicott afirma que os bebês podiam
ficar emocionalmente doentes.
MELANIE KLEIN
Quando Winnicott tinha apenas
29 anos, sua mãe morre.Pouco
antes de ter conhecido Melanie Klein.
“Em qualquer caso se pergunta desde logo, se a conjunção tão
próxima da morte da Sra. Winnicott e o posterior aparecimento
da Sra. Klein – de tão generoso peito – pode ajudar a explicar
a atração por Klein, em um nível mais infantil... Sem ter em
conta as motivações mais profundas, Winnicott, sem dúvida,
contemplava o trabalho clínico de Klein e suas teorias
psicanalíticas com a máxima admiração, durante este período
de seu desenvolvimento profissional”
CRITICAS À TEORIA KLEINIANA...

Posição depressiva – antes dos 8 – 9 meses, pelo
grau de organização e força do ego.

Objeto bom e mau – usado antes dos do lactante se
tornar capaz de separar objetos internos benignos
dos persecutórios.
“Klein afirmava ter dado toda atenção ao fator
ambiental, mas na minha opinião ela era incapaz
disso, por temperamento.”
ESTUDO DO ESPAÇO PACIENTE - MÉDICO
“ele se esforçava para tornar a consulta
mais significativa possível para a criança,
dando – lhe alguma coisa para levar e
que pudesse ser utilizada e/ou destruída.
Donald se armava de papel e, na maioria
das vezes, fazia um avião ou um leque
com qual brincava um pouco...”
DESENVOLVIMENTO DA TEORIA...

Desenvolvimento da realidade psíquica conceito que a criança faz de si mesma como
tendo um interior que é parte do Self e um
exterior que é “não eu” e que é repudiado.

A criança crescia em um mundo, sendo este e
a criança ao mesmo tempo enriquecido pela
introjeção e projeção.
WINNICOTT NÃO
TEVE FILHOS...
“...é muito difícil um homem morrer quando
não teve um filho para mata – lo na
fantasia e poder sobreviver a ele,
proporcionando assim a única continuidade
que os homens conhecem.”
NOT LESS THAN EVERYTHING...
“Estive morto. Não era particularmente agradável e me pareceu
que levou um bom tempo (porém apenas um momento na
eternidade). Chega o tempo, eu sabia tudo sobre meu pulmão
cheio de água. Meu coração não conseguia fazer seu trabalho,
pois o sangue já não podia circular livremente pelos alvéolos.
Havia falta de oxigênio e asfixia.Não havia porque revolvendo a
terra, como dizia o velho jardineiro. Minha vida foi longa.
Vejamos um pouco do que aconteceu quando eu morri? Meu
pedido havia sido ouvido (Meu Deus faz com que eu viva o
momento da minha morte!).”