Síndrome comportamental com características de um distúrbio de desenvolvimento. Características: - disfunções relacionadas às capacidades físicas sociais e lingüísticas; - anormalidades no relacionamento com objetos, eventos e pessoas. O Autismo compreende mais do que tratos clínicos ou pedagógicos, compreende e proporciona o entendimento de que a diferença está em nossa “Percepção de Mundo”. A idade média para se detectar o quadro é ao redor dos 3 anos, embora autores sugiram que o diagnóstico já possa ser bem estabelecido com cerca de 18 meses de idade. - Usa as pessoas como ferramenta, isto é, aponta objetos para que as pessoas peguem para eles sem manifestarem esforço para faze-lo. -Resiste a mudanças de rotina. -Isola-se e não se mistura a outras crianças. -Não mantêm contato visual com outra pessoa. -Age como se fosse surdo, não atendendo a chamados. -Resiste ao aprendizado. -Apresenta apego a determinados objetos. - Não apresenta medo de perigos. -Gira objetos de maneira estranha e peculiar. -Apresenta risos e movimentos com relação a nada. -Resiste extremamente ao contato físico. -Acentuada hiperatividade física. -Às vezes torna-se agressivo, destrói objetos, ataca e fere pessoas aparentemente sem motivo. -Apresenta certos gestos imotivados como balançar as mãos ou ficar balançando-se. -Apresenta comportamento indiferente e arredio. - Cheira ou lambe os brinquedos. - Cerca de 20 em cada 10.000 nascidos - Mais comum no sexo masculino - Qualquer configuração racial, étnica e social - Controvérsias, dificuldade de estudos; - Existem fatores genéticos e ambientais que são considerados determinantes, embora a maioria dos autores apontem para a multi-causalidade. 28/04/2009: Estudos identificaram fatores genéticos que afetam o risco de manifestação do autismo. Importância de genes que estão envolvidos na formação e manutenção de conexões entre células cerebrais. (gene CDH10 - maior atividade nas regiões ligadas à linguagem e aos relacionamentos sociais, tem papel fundamental no desenvolvimento cerebral e pode contribuir para o risco de autismo. CDH10 se mostrou especialmente presente e ativo no córtex frontal, região crítica para a linguagem, comportamento social e raciocínios complexos como os envolvidos no processo de julgamento. Fonte: Agência FAPESP 07/10/2009: Autismo, esquizofrenia e retardo mental têm base genética comum "Encontramos os mesmos tipos de alteração nos mesmos genes envolvidos nessas enfermidades nos três grupos", A equipe estabeleceu, por outro lado, que os genes alterados são os que desempenham um papel nas conexões dos neurônios. "Esse tipo de alteração só foi descrito recentemente e, por isso, está se trabalhando seriamente no que significa", explicou Guilmatre. Segundo a pesquisadora, esta descoberta possibilita uma nova aproximação dessas doenças que, até agora, eram consideradas completamente diferentes. Autismo, esquizofrenia e retardode mental têmobase genéticade comum "Isso torna possível ter como objetivo estudo mecanismo transmissão entre os neurônios, melhorar o diagnóstico e, a longo prazo, achar moléculas que possam tratar essas enfermidades", acrescentou. "Nunca antes se havia descoberto uma grande porcentagem de pessoas autistas com a mesma anomalia genética nem uma evidência de anomalia genética comum entre autismo, esquizofrenia e retardo mental", declarou a fundação em um comunicado. Depois desta descoberta, a fundação disse confiar "na ideia de que tratamentos moleculares, celulares e eventuais meios de prevenção estão realmente mais próximos". • PSICOGENÉTICAS; • BIOLOGICAS; • PSICOLÓGICAS; • AFETIVAS; • COGNITIVAS. • PSICOGENÉTICAS: Kanner, 1943: considerou o autismo como uma perturbação do desenvolvimento previamente determinada, sugerindo a possibilidade de existência de um componente genético. - Kanner: perturbação emocional. - Bettelheim (1967) - teoria das “mães frigorífico”: as crianças se tornavam autistas como uma resposta desadaptativa ao ambiente ameaçador e não carinhoso por parte da mãe. • BIOLÓGICAS: - Autismo é 4 a 5 vezes mais comum em indivíduos do sexo masculino que do feminino. - Associação com vários distúrbios biológicos, como paralisia cerebral, toxoplasmose, meningite, fenilcetonúria, epilepsia, entre outros. Perturbação de certas áreas do sistema nervoso central, que afetam a linguagem, o desenvolvimento cognitivo e intelectual e a capacidade de estabelecer relações. Do conjunto de teorias biológicas, destacam-se: Teorias genéticas (Síndrome do cromossomo X frágil); anomalias bioquímicas (esclerose tuberculosa, fenilcetonúria não tratada), de tipo infeccioso, teoria da disfunção do hemisfério esquerdo e teorias imunológicas. Estudos genéticos: genes, cromossomos e autismo -Quinhones-Levy (2004): comprova hereditariabilidade superior a 90%. - Atualmente, é aceito modelo de hereditariedade complexa: interação de vários genes (3 a 6) com o ambiente. -Fatores ambientais desfavoráveis, pré e peri-natais; -doença genética associada (síndrome do X frágil); -Algumas doenças metabólicas: -cromossomopatia, - Embriopata infecciosa (rubéola, varicela, toxoplasmose), -infecções precoces (encefalite). Marques (1998) existência de uma predisposição genética para o autismo, que apenas seria acionada por problemas ou dificuldades pré ou peri-natais. Hagerman (1998) existência de uma zona cerebral “frágil”, que ao ser exposta a agressões (como exposição a vírus ou falta de O2, por exemplo), pode determinar o aparecimento do autismo. SÍNDROME DO X FRÁGIL: -Muitos pacientes com esta síndrome apresentam características de autismo mas não se enquadram nos critérios diagnósticos aceitos -Aproximadamente 15% dos homens com x-frágil têm autismo e aproximadamente 6% dos homens com autismo têm x-frágil -12% das mulheres autistas têm x-frágil (SCHWARTZMAN, 2009) • Apesar de ocorrer uma grande variedade de anomalias genéticas em indivíduos autistas, a forma de como essa anomalia afeta o desenvolvimento cerebral ainda não é conhecida. (MARQUES, 1998). • Psicológicas: Incapacidade de extrair regras e estruturar experiências verbais ou não verbais, explicando a dificuldade de realizar tarefas relacionadas à linguagem e interações sociais. AFETIVAS: Origem de uma disfunção primária do sistema afetivo -Inabilidade inata básica para interagir emocionalmente com os outros, ocorrendo uma falha no reconhecimento de estados mentais -prejuízo na habilidade para abstrair e simbolizar (HOBSON, 1993). • COGNITIVAS: - Explica as causas do comportamento singular dos autistas, suas mudanças com a idade e suas modificações mediante tratamentos. - Fundamenta-se em falhas nos mecanismos básicos da mente, que normalmente dão suporte para funções mentais específicas e facilitam o aprendizado em certos domínios. -Ligação entre o cérebro e o comportamento. (FERNANDES et al, 2006) • Teorias da mente normal, que o autista apresenta algum deficit: -Teoria da Mente - habilidade de inferir o que os outros pensam (crenças, desejos) com o objetivo de explicar ou predizer os seus comportamentos. • Teoria das Funções Executivas - é um termo abrangente cobrindo várias capacidades de alto nível necessárias para controlar uma ação, principalmente, uma ação num novo contexto. • Teoria da Coerência Central - estilo de processamento de informações, especificamente, a tendência de processar informações dentro do seu contexto. (FERNANDES et al, 2006) Não existe cura, mas é possível reduzir algumas das limitações. - Intervenção assistencial bem-estar físico de segurança, higiene e saúde -educacional modificação comportamental no contexto relacional escola-casa-família-sociedade -Psicológica crescimento e organização estrutural bio-psicoemocional equilibrada -além de intervenções como equoterapia, musicoterapia, arte terapia, -Intervenção familiar; - Brincar na frente do espelho; - Danças; - Jogos e brincadeiras, criação de situações-problema e obstáculos, combinação de palavras, gestos, figuras e objetos meios para a criança se comunicar. - Terapia ocupacional •A EF como meio pedagógico, tem contribuições significativas às pessoas com Autismo •Seus conteúdos abrangem todo e qualquer corpo, independente do estado cognitivo •Diferenciando-se estratégias desenvolvidas. apenas pelas metodológicas (MAROCCO e REZER, 2009) Scheuer (2002): “Apesar do desenvolvimento motor quase sempre ser normal, essas crianças não exploram o ambiente como deveriam, ou quando o fazem parecem ser diferentes das demais” . • Programas de EF e exercícios: ensino de movimentos e/ou atividades que tenham utilidade no dia-a-dia, possibilitando avanços de adaptação e usos sociais das atividades promovidas. • EF pode elaborar seu conhecimento, o qual incorpora e transcende o conhecimento técnicocientífico. SANTOS, I. M.S. C. ; SOUZA, P. M. L. Como intervir na perturbação autista. Revista Psicologia. In www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0262.pdf. Acesso em 02 de novembro de 2009. VATAVUK, M.C. AUTISMO – EDUCAÇÃO FÍSICA. AUTISMO-BR. In: http://www.autismobr.com.br/home/E-fisi1.htm . Acesso em 02 de novembro de 2009. CARVALHEIRA, G; VERGANI N; BRUNONI, D. Genética do Autismo. Rev Bras Psiquiatr 2004;26(4):270-2 MAROCCO, V; REZER, C. R. Educação Física e Autismo: Possibilidades e Reflexões através do currículo funcional natural. Monografia do curso de Educação Física. Unochapecó. Chapecó, 2009. FERNANDE, A. V; NEVES, J. V. A; SCARAFICCI, R. A. Autismo. Instituto de Computação. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2006. SCHWARTZMAN, J. S. Síndrome do X-frágil. http://www.schwartzman.com.br/php/ acesso em 08/11/09. 2009. Disponível em: Grupo: Amanda Brandão Fistarol Anna Cecília Caldart Karine do Rocio Vieira dos Santos Marina Carla Teixeira