ENDOCARDITE INFECCIOSA Dra. Nádia B. T. Aoun HUPE-UERJ-Baby-Cor ENDOCARDITE INFECCIOSA DEFINIÇÃO o Doença causada por infecção bacteriana ou fúngica no endocárdio e no endotélio das grandes artérias ENDOCARDITE INFECCIOSA INCIDÊNCIA : 1 para cada 1000 admissões hospitalares ENDOCARDITE INFECCIOSA o o Classificação: Aguda Sub-aguda Classificação: Valva nativa Próteses Cardíacas Usuários de Drogas ENDOCARDITE INFECCIOSA o Patogênese Desnudamento do endotélio Formação do Trombo estéril Bacteremia Propriedades do agente depósito de plaquetas e fibrina ENDOCARDITE INFECCIOSA Condições Predisponentes o Próteses Cardíacas Valvares o Lesões oro-valvares * o Cardiopatias Congênitas * o Cardiomiopatias o Monitorização Invasiva o Usuários de Drogas * o Ds. Degenerativas e Imunossupressoras ENDOCARDITE INFECCIOSA ACOMETIMENTO VALVAR o V. Mitral >> 85% o V. Aórtica >> 50% o V. Aórtica e V. Mitral >> 5% o V. Tricúspide >> rara isolada (drogas) o V. Pulmonar >> mais rara ENDOCARDITE INFECCIOSA AGENTES ETIOLÓGICOS o Estreptococos (50-70%) o Estafilococos (25-40%) o Enterococos (10%) o Fungos>>raro o Outros (6%) ENDOCARDITE INFECCIOSA DIAGNÓSTICO ENDOCARDITE INFECCIOSA Quadro Clínico o Manifestações Gerais o Manifestações Cardiovasculares o Manifestações Infecciosas e Imunológicas o Complicações ENDOCARDITE INFECCIOSA Manifestações Gerais: o Febre o Adinamia o Perda de peso o Palidez ENDOCARDITE INFECCIOSA Manifestações Cardiovasculares: Vão depender do grau de comprometimento prévio e do desenvolvimento de sintomas de IC o o o Dispnéia Aparecimento de sopro cardíaco ou exacerbação de sopro pré-existente Dor e aumento do volume abdominal ENDOCARDITE INFECCIOSA Manifestações Infecciosas e Imunológicas o Esplenomegalia o Petéquias o Lesões de Janeway o Mancha de Roth o Nódulos de Osler o Artrite o Hematúria - glomerulonefrite ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA Complicações: o ICC refratária o Sepses refratária o Fenômenos Tromboembólicos Para SNC Abdome MMII Coração ENDOCARDITE INFECCIOSA Exames Complementares o o o o o Hemocultura Radiologia Eletrocardiografia Ecocardiografia Outros ENDOCARDITE INFECCIOSA Exames Laboratoriais: o Hemograma o Exames Imunológicos o Provas Inflamátorias o EAS o Ultrassom ENDOCARDITE INFECCIOSA Exames Cardiológicos: ECG: avalia o ritmo, sinais de sobrecarga e possíveis complicações: bloqueios de ramo e bloqueios AV ENDOCARDITE INFECCIOSA Exames Cardiológicos: Radiografia de Tórax: permite a avaliação da área cardíaca, de sinais de congestão pulmonar e de complicações embólicas ENDOCARDITE INFECCIOSA Exames Cardiológicos Ecocardiograma: Permite a visualização da presença e tamanho da vegetação, o grau de comprometimento cardíaco e a presença de complicações. ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA ENDOCARDITE INFECCIOSA Critérios diagnósticos da Duke University: Sinais maiores: o Hemoculturas positivas: 1- microorganismo típico (2 amostras) 2-culturas + com intervalo de 12 h 3-mínimo de 3 culturas ( 1 h) ENDOCARDITE INFECCIOSA Critérios diagnósticos da Duke University Sinais maiores: o Evidência de Envolvimento endocárdico 1-Eco+ : massa oscilante, abscesso ou deiscência recente de prótese 2-Nova regurgitação valvar ENDOCARDITE INFECCIOSA Critérios diagnósticos da Duke University Sinais Menores 1-Predisposição Cardíaca 2-Febre acima de 38o C 3-Fenômenos Vasculares : embolia arterial aneurisma micótico AVC hemorrágico hemorragia conjuntival infarto pulmonar séptico lesões de Janeway ENDOCARDITE INFECCIOSA Critérios diagnósticos da Duke University Sinais Menores 4-Fenômenos imunológicos: nódulos de Osler manchas de Roth FR + 5-Culturas + (diferente do critério maior) 6-ECO suspeito (diferente do critério maior) ENDOCARDITE INFECCIOSA Critérios da Duke University o DEFINITIVO Dois Critérios Maiores Um Critério Maior + Três Menores Cinco Critérios Menores ENDOCARDITE INFECCIOSA Critérios da Duke University o Provável Achados consistentes com EI que não se classificam nos critérios Definitivo ou Rejeitado. ENDOCARDITE INFECCIOSA Critérios da Duke University o o o o REJEITADO Diagnóstico alternativo sólido Resolução do quadro com quatro dias ou menos de antibioticoterapia. Nenhuma evidência de endocardite infecciosa na cirurgia ou necropsia com antibioticoterapia por quatro dias ou menos. ENDOCARDITE INFECCIOSA Diagnóstico Diferencial o Cardite Reumática em atividade o Sepsis o Trombose de Prótese Cardíaca ENDOCARDITE INFECCIOSA Tratamento Clínico o o o Medidas de Suporte Antibioticoterapia Tratamento das Complicações ENDOCARDITE INFECCIOSA Antibioticoterapia: Streptococcus Viridans Penicilina cristalina 18 milhões de unidades/d + Gentamicina 1mg/Kg/d de 8/8 h ENDOCARDITE INFECCIOSA Antibioticoterapia Staphilococcous Aureus Oxacilina 2g de 4/4 h + Gentamicina 1 mg/kg de 8/8 h de 3 a 5 dias Vancomicina 30 mg/kg/24 h ENDOCARDITE INFECCIOSA Antibioticoterapia Com hemocultura negativa: Vancomicina+ Gentamicina+ Ampicilina ENDOCARDITE INFECCIOSA Tratamento Cirúrgico o Indicações o Particularidades ENDOCARDITE INFECCIOSA Tratamento Cirúrgico o Indicações: 1-hemodinâmicas ICC refratária Obstrução valvar BAV Grave destruição valvar ENDOCARDITE INFECCIOSA Tratamento Cirúrgico o Indicações: 2-Intracardíacas Abscesso miocárdico ou anel Formação de fístulas Aneurismas Pericardite ENDOCARDITE INFECCIOSA Tratamento Cirúrgico o Indicações: 3-Extracardíacas Embolização Aneurisma Micótico Abscesso extra-cardíaco ENDOCARDITE INFECCIOSA Tratamento Cirúrgico o Indicações: 4- Infecciosas infecção persistente Recaída ou recorrência resistência antibiótica. ENDOCARDITE INFECCIOSA PROFILAXIA Profilaxia de Endocardite Infecciosa Recomendações do Comitê de Febre Reumática, Endocardite e Doença de kawasaki da AHA Profilaxia de Endocardite Infecciosa Associados: Sociedade Americana de Odontologia Academia Americana de Pediatria Sociedade Americana de Doenças Infecciosas Sociedade Internacional de Quimioterapia para Infecção e Câncer Sociedade Pediátrica de Doenças Infecciosa Profilaxia de Endocardite Infecciosa o Razões para fazer profilaxia o É indicada há mais de 50 anos pelas associações médicas o o o EI é sabidamente uma doença grave, com grande potencial de morbi/mortalidade É de largo conhecimento a existência de bacteremias transitórias após procedimentos invasivos, principalmente da cavidade oral Sabe-se que a existência de um defeito cardíaco representa condição predisponente pra EI o O risco de problemas adversos com a antibioticoterapia é baixo o Evitar problemas legais Profilaxia de Endocardite Infecciosa o o o Motivos para não fazer profilaxia Revisão científica mostra que não há trabalhos prospectivos comparativos da eficácia da profilaxia nas últimas 2 décadas As recomendações foram feitas baseadas em relatos de casos e opiniões dos especialistas ( e não em evidências científicas) Profilaxia de Endocardite Infecciosa Bacteremia transitória X Trauma o Procedimentos invasivos: de 10 a 100% o Escovação dentáriae/ou fio dental: de 20 a 70% o Uso de palitos de dente: de 20 a 40% o Aparelhos de irrigação dentária: de 7 a 51% o Mastigação de alimentos: de 7 a 51% Profilaxia de Endocardite Infecciosa o o Considerando que os tratamentos dentários são esporádicos e que as atividades diárias são diárias, essas atividades de rotina representam um risco cumulativo de EI muito maior. Para as demais mucosa (tratos GU e GI), as bacteremias são polimicrobianas, de baixa densidade, curta duração, com relação causal com EI apenas circunstancial Profilaxia de Endocardite Infecciosa Fatores a serem considerados para profilaxia o o Quais os pacientes considerados de risco para desenvolver EI Quais as condições predisponentes que representam maior risco de complicações graves e desfecho fatal Profilaxia de Endocardite Infecciosa Condições cardíacas que representam maior risco de complicações o Prótese cardíacas ou correção com material protético o EI prévia o o o o Cardiopatia congênita cianótica não corrigida ou corrigida com shunts ou condutos Cardiopatia congênita corrigida totalmente com material protético (por cirurgia ou CATE) nos primeiros 6 meses Cardiopatia congênita corrigida com material protético, porém com defeito residual (inibe a endotelização) Transplantes cardíacos que desenvolvem valvopatia. Profilaxia de Endocardite Infecciosa Indicacações de Profilaxia o Procedimentos dentários que envolvam manipulação da gengiva ou região peri-apical do dente ou quando haja perfuração da mucosa oral. o Procedimentos do trato Respiratório que envolvam incisão ou biópsia da mucosa respiratória alta, tais como: aimigdalectomia ou adenoidectomia o Manipulações cirúrgicas na pele, tecido sub-cutâneo ou tecido músculo-esquelético, desde que infectados. Profilaxia de Endocardite Infecciosa Regime Antibiótico Situação Agente Oral Parenteral Alérgicos (oral) Amoxacilina Ampicilina ou Cefazolina ou ceftriaxone Cefalexina ou Clindamicina ou Azitromicina ou Claritromicina Alérgicos (parenteral) Cefazolina ou Ceftriaxone ou Clindamicina Dose 2g ou 50 mg/kg 2 g IM ou IV ou 50 mg/Kg 1g IM ou IV ou 50/mg/Kg 2 g ou 50/mg/Kg 600 mg ou 20 mg/Kg 500 mg ou 15 mg/Kg 1 g IM ou IV ou 50 mg/Kg 600 mg IM ou IV ou 20 mg/Kg