Faculdade de Medicina da Universidade Católica de Brasília Síndrome de Marfan Autores: Vítor de Carvalho Neiva Pinheiro Amanda Batista Alves Francisca Joelma R. de Lima Sara Cardoso Paes Rose Vinícius Oliveira Domingues Professor Orientador: Igor A. Protzner Morbeck www.paulomargotto.com.br Brasília, 30 de setembro de 2014 Avaliador: Dr. Paulo R. Margotto Objetivo e Metodologia Objetivo: conceituar a Síndrome de Marfan, além de explicitar os aspectos semiológicos da mesma e as orientações no manejo dos pacientes de acordo com as complicações comumente relacionadas a esta síndrome. Metodologia e fonte de dados: foram pesquisados artigos científicos relacionados à Síndrome de Marfan com foco nos métodos diagnósticos mais recentes para a síndrome, além de artigos que possuem o objetivo de clarificar o manejo adequado destes pacientes. Histórico Em 1896, Antoine Marfan apresentou o caso de uma menina de 5 anos de idade à Société Médicale des Hôpitaux de Paris. Marfan apontou para os membros e dedos desproporcionalmente longos (dolicostenomelia e aracnodactilia). Estudos subsequentes documentaram anormalidades cardiovasculares e oculares, além da natureza familiar da doença. O termo “Síndrome de Marfan” foi usado pela primeira vez por Henricus Wave em 1931. Definição e Patogênese Doença hereditária autossômica dominante. Mutação no gene codificante da fibrilina-1 no cromossomo 15, com diminuição de fibrilina e aumento de TGF-β. Biogênese e manutenção defeituosas das fibras elásticas. Epidemiologia Prevalência varia entre 1 em cada 5000 a 10000. Não apresenta variações localização geográfica. Maiores causas de mortalidade: Anormalidades cardiovasculares (dissecção de aorta). por etnia ou Manifestações Clínicas Ossos e articulações: Membros longos, dedos longos e finos; Estatura elevada; Escoliose ou cifose; Pectus excavatum ou pectus carinatum; Articulações flexíveis. Manifestações Clínicas Sistema Cardiovascular: Aneurisma aórtico; Dissecção de aorta; Prolapso da valva mitral. Manifestações Clínicas Manifestações Clínicas Olhos: Subluxação de lente ocular; Miopia; Cristalino ectópico. Outros sistemas: Pneumotórax espontâneo; Ectasia dural. Diagnóstico Histórico familiar. Avaliação dos sinais (Nosologia de Ghent). Diagnósticos diferenciais: Síndrome de Loeys-Dietz, síndrome de EhlersDanlos, aracnodactilia contratural congênita. Acompanhamento Avaliação periódica dos ossos, especialmente na adolescência. Cirurgia ocular ou uso de lentes corretivas. Avaliação periódica do sistema cardiovascular; uso de betabloqueadores; reparação da aorta ou substituição valvar. Cuidado extra quanto a gestações e prática de esportes. Conclusão O avanço nos critérios diagnósticos e os experimentos recentes quanto ao tratamento das complicações cardiovasculares nos dão expectativas otimistas quanto ao acompanhamento dos pacientes com Síndrome de Marfan. O conhecimento da Síndrome de Marfan é fundamental no diagnóstico correto da síndrome, bem como na tomada das medidas necessárias para a garantia da qualidade de vida dos pacientes. Referências 1- KEANE, MG. PYERITZ, RE. Medical Management of Marfan Syndrome. Circulation. 2008;117:2802-2813. 2-YUAN, Shi-min, et. al. Marfan’s syndrome: an overview. Department of Cardiothoracic Surgery, Jinling Hospital, School of Clinical Medicine, Nanjing University, Nanjing 210002. Jiangsu Province, People’s Republic of China. 3- DEAN, JCS. Marfan syndrome: clinical diagnosis and management. European Journal of Human Genetics (2007) 15, 724–733. 4- SUMMERS, KM. Recent developments in the diagnosis of Marfan syndrome and related disorders. MJA 2012; 197: 494–497. 5 November 2012. 5- DIETZ, HC. Marfan Syndrome. 2001 Apr 18 [Updated 2014 Jun 12]. In: Pagon RA, Adam MP, Ardinger HH, et al., editors. GeneReviews® [Internet]. Seattle (WA): University of Washington, Seattle; 1993-2014.Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1335/ Disponível em http://www.marfan.org/ . Acesso em 24 de setembro de 2014. Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto Consultem também! Anátomo-Clinica: Síndrome de Marfan Autor(es): Dda Camila Falcão, Ddo André Ribeiro, Dr. Marcos E.A. Segura(Patologista),Dra. Sueli R. Falcão (Cardiologista), Dr. Paulo R. Margotto (Neonatologista),Dra. Maria Tereza Alves S. Rosa (R3 Genética), COLORAÇÃO PARA FIBRAS ELÁSTICAS: Camada média de artéria pulmonar demonstra interrupção das fibras elásticas formando área pseudo-cística com depósito de substância intersticial (Necrose Cística da Camada Média VÁLVULAS AV: depósito de material mixomatoso Neonatal Marfan Syndrome with pulmonary artery cystic degeneration Autor(es): Segura ME, Margotto PR, Falcão SR, Rosa MT, Falcão C, Ribeiro A