AU TO RA L UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES TO PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO EI DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS ID O PE LA LE I DE DI R INSTITUTO A VEZ DO MESTRE OT EG AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELO GESTOR DO CU M EN TO PR ESCOLAR NO EXERCÍCIO DE SUA LIDERANÇA FRANCISCA ALVES DA SILVA MIRANDA ORIENTADOR: CARLOS AFONSO LEITE LEOCADIO MANAUS 2007 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELO GESTOR ESCOLAR NO EXECÍCIO DE SUA LIDERANÇA FRANCISCA ALVES DA SILVA MIRANDA Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Administração Escolar. MANAUS 2008 AGRADECIMENTOS Agradeço aos professores do Curso de Administração do ‘’Instituto a Vez do Mestre’’, em especial ao meu orientador Carlos Afonso Leite Leocadio, que sempre me apoiou facilitando a abertura de novas idéias, sem o qual este trabalho não teria acontecido, a minha família, que sempre esteve ao meu lado nos momentos difíceis; enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a concretização do mesmo, meu muito obrigada. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus, que iluminou meu caminho e me fez trilhar com firmeza e dignidade; aos meus filhos Náthally, Gustavo, Gabriela, pelo amor e carinho; ao meu esposo, pela compreensão; e a todos os educadores. dedicação e RESUMO Este estudo é uma reflexão sobre a gestão escolar nas escolas públicas, a partir da idéia de que, para haver sucesso na escola, é preciso que haja uma interação de todos os envolvidos no processo educativo. Verifica-se aqui o conhecimento do gestor escolar como uma ferramenta eficaz para o exercício da liderança uma vez que os desafios da educação são cada vez maiores. Esse trabalho baseia-se em autores que estudam e analisam essas questões dentro das escolas. Estudiosos sobre o tema liderança defendem a idéia de que, para ser um bom gestor, é preciso que este saiba liderar. Ser líder é ter capacidade para envolver os sujeitos de maneira a despertar o potencial de cada pessoa para trabalhar na escola de modo prazeroso, onde todos participem, cooperem,ensinando e aprendendo o tempo todo de forma recíproca. Assim sendo, para que uma instituição funcione de maneira eficiente e eficaz é preciso que haja uma boa liderança. O novo conceito de gestão escolar está associado ao exercício de liderança, em que o individuo participa criticamente do processo educacional buscando envolver a comunidade interna e externa de maneira consciente e responsável nas decisões da escola para a melhoria da educação. A qualidade do ensino depende em grande parte do Projeto- PolíticoPedagógico, visto que é na construção deste que está o desejo da comunidade interna e externa de que tipo de sujeito se quer formar para viver em sociedade, é onde está a visão e a missão da escola. Assim sendo, a construção e concretização, depende em grande parte da filosofia da escola e da disponibilidade do gestor, professore e comunidade. Portanto, a qualidade da educação depende de um trabalho conjunto, mas o conhecimento do líder é a mola propulsora para o envolvimento dos demais. METODOLOGIA Foi nesta pesquisa, o instrumento utilizado para realização da mesma um estudo bibliográfico, que se delimita nas “dificuldades enfrentadas pelo gestor no exercício de sua liderança na gestão escolar pública’’. Escolheu-se o estudo bibliográfico para uma melhor compreensão e aprofundamento ao tema em questão. Os principais autores que servem de referencia a este estudo são Anselm Grün (2006),James C. Hunter(2006),Maria Leonor cunha Gayotto em seus livros que falam de liderança l,ll e lll (1995),(2003)e(2004) Peter e Smith(1994), Silvio Luiz de oliveira(1999) , João Martins da silva e Heloisa Lück (2004) entre outros teóricos, que vêm discutindo a necessidade de uma formação permanente e o conhecimento profundo de assuntos relevantes para o exercício de uma liderança eficaz e eficiente para enfrentarmos com competência as mudanças sociais vividas pela instituição pública de ensino. O enfoque da gestão escolar hoje é encontrar mecanismos para enfrentar os desafios, as limitações e as exigências da sociedade, que está cada vez mais desafiadora e complexa, exigindo dos atores sociais ferramentas práticas e teóricas, visando o envolvimento consciente de todos os agentes da escola, como também a comunidade em geral, para concretizar um ensino de qualidade. Em suas condições atuais, os líderes, são pessoas, que precisam está apto para envolver a equipe escolar, alunos e famílias, para discutirem uns com os outros, amadurecerem idéias e propostas de mudanças, refletindo criticamente, para aprender com experiências. Trata-se ainda de uma lógica organizativa, que indica que estamos frente a mudança não apenas de metodologia operacionais, mas do deslocamento de poder, do lócus de decisões aprendo a conhecer e a fazer, exercitando os processos e habilidades não só de uma qualificação profissional, mas de competência que transforme indivíduo em uma pessoa apta a enfrentar as diversas situações, assim como aprender a trabalhar em equipe, a conviver com a diversidade e aprender a ser, isto é, ter autonomia de pensamentos críticos valorizando sua potencialidades individuais. SUMÁRIO Introdução .................................................................................................... 09 Capitulo l- Liderança .................................................................................... 11 Capítulo ll- Liderança na gestão escolar pública ......................................... 17 Capítulo lll- As dificuldades enfrentadas pelo gestor escolar no exercício de sua liderança. .................................................................... 23 Conclusão..................................................................................................... 37 Bibliografia. INTRODUÇÃO O tema deste estudo é ‘’Liderança na gestão escolar’’. A questão central deste trabalho é descobrir ‘’quais as dificuldades enfrentadas pelo gestor escolar no exercício de sua liderança. O tema escolhido é de fundamental importância, pois urgem a preocupação em desvendar os caminhos que devem ser percorrido e a importância da mesma na vida dos gestores educacionais, visto que, a educação está composta de inúmeros desafios, os quais são presenciáveis no dia- a- dia dos atores que se encontram nela inserida. Sem dúvida, a maioria dos gestores atuantes a menor parte tem o espírito de liderança, atuando de maneira satisfatória, enquanto o restante cumpre somente o cargo que lhe foi confiado, deixando de ser um verdadeiro líder educacional. Esse sem dúvida é um papel difícil vivido por muitos gestores. Portanto, liderar é ter em mãos alternativas práticas, capazes de interagir junto à comunidade escolar. Foi pensando desta forma é que surgiu a busca de mais conhecimento para tornar concreta a teoria na prática. São, portanto, objetivos desta pesquisa, estudar os fatores dificultadores de uma liderança eficaz e eficiente em vários aspectos que envolvem a interrelação de pessoas no interior da organização escolar pública para: - Apresentar a concepção dos gestores em relação à liderança; - Verificar os fatores dificultadores de uma liderança eficaz e eficiente; - Descrever as contribuições da liderança como uma ferramenta importante do administrador nas instituições escolares. Uma das dificuldades encontradas pelo gestor no exercício de sua liderança é desenvolver o espírito de equipe em gestão na escola o qual tem como objetivo envolver a comunidade na elaboração e execução dos projetos ou também envolver todos os segmentos no processo educativo e na realização do Projeto Político Pedagógico. CAPÍTULO I LIDERANÇA Refletir sobre a nova liderança escola reforça a urgência de investimento na formação do gestor, é apropriado dizer que esta formação cumprirá entre outros objetivos, o fortalecimento da construção de uma promissora expansão nos trabalhos educacionais visto que, pode colaborar para essa conclusão. Segundo Maquiavel A liderança eficaz,era questão de manutenção de um fluxo adequado de informações precisas sobre os assuntos a serem decididos e, ao mesmo tempo, a consideração das melhores alternativas de modo a permitir que as ações decisivas fossem tomada (SMITH e PETERSOM,1994,p.5) O autor faz referência, a eficácia do trabalho, isso quer dizer que, as informações sobre os assuntos a serem decididos na organização precisam ser amplos e as tomadas de decisões devem está de consonância com a realidade da escola para a melhoria da educação. Em função do exposto a reflexão sobre a prática educativa, gira em torno da análise sobre a gestão da escola, a concepção de que a democratização do trabalho escolar visa um novo olhar sobre o pedagógico da escola, percebendo que a gestão democrática na sala de aula é regida sobre vários aspectos. Segundo Tamenbaum ,ln: Minicucci(1992) “liderança é a influência interpessoal numa situação, por intermédio do processo de comunicação para que seja atingida uma meta ou metas específicas’’. O autor coloca que é fundamental o processo de comunicação ente o líder e seus liderados, visto que, através do esclarecimento de metas e objetivos é que se chega a um resultado desejado. De acordo com Hollandeder(1978), O processo de liderança normalmente envolve um relacionamento de influência em duplo sentido, orientado principalmente para o atendimento de objetivos mútuos, tais como aquele de um grupo, organização ou sociedade. Portanto, a liderança não é apenas o cargo do líder, mais também requer esforço de cooperação por parte de outras pessoas. Conforme o autor coloca, a liderança é exercida de forma recíproca, para atender os desejos e anseios dos sujeitos envolvidos. Portanto, requer o esforço de todos e não apenas do líder. É nesse contexto que a organização do trabalho escolar se insere a discussão em relação à construção do Projeto Político Pedagógico. Embora a gestão democrática seja recomendada pelo Poder Público, enfatizada pela Constituição Federal Brasileira de 1988 e consolidada na Lei 9.394/96(LDB) esta determinação legal, por si só não garante uma escola de qualidade e democrática. Fato este que aponta a necessidade de um esforço maior para a construção de uma escola realmente democrática, visto que a escola não tem um fim em torno de si, mas está a serviço da comunidade. Ao gerir a gestão democrática, a escola estará prestando um serviço à comunidade. Entretanto, muitas são as barreiras que impede o desenvolvimento de um trabalho democrático e dinâmico. De um lado o sistema, que impõe suas regras, do outro a sociedade que no dia-a-dia lança a total responsabilidade sobre o administrador. Nisso, vemos que é imprescindível que haja mudanças, não unilateralmente, contudo coletiva, vislumbrando novos horizontes que se desenha a nossa frente. A partir de estudos realizados, pode-se dizer que, a liderança precisa ser eficaz para responder os anseios da sociedade em constate transformação. O líder educacional deve preparar-se para lidar com estas transformações, pois envolve também o contexto escolar. Para Stogdill (1948) Uma pessoa não se torna um líder em virtude de possuir alguma combinação de traços; o padrão das características pessoais do líder precisa manter alguma relação relevantes com características, atividades e o b j e t i v o s d o s s e g u i d o r e s . ( S M I T H e PETERSON,1994,p.7) Isso demonstra que a tarefa do líder dentro da gestão escolar é de suma importância, e exige múltiplas ações, reconhecendo que sua atuação provoca impacto significativo na qualidade da educação e na prática de seus liderados, isso porque a presença do gestor é indispensável na vida de uma equipe; é o articulador onde sua atuação é de fundamental importância na transformação da escola em um espaço vivo e atuante, na qual o foco está centrado no aluno. Hunter (2006,p.18), define liderança como: “habilidade de influenciar para trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos comuns, inspirando confiança por meio da força do caráter.’’ O autor nos mostra que ser líder não é um mero desempenho de função, no entanto, uma atividade que requer realizações de suas metas e objetivos a serem alcançados e ainda uma busca no processo de andamento do ser integral na sociedade.Neste sentido, é preciso não perder de vista que muitas vezes criticamos as políticas educacionais, mas a imitamos em nossa prática educativa. É importante ressaltar que a expressão ‘’liderança’’ vem sendo utilizada para designar atitudes dos administradores, segundo Caldas Aulete mine dicionário contemporâneo da língua portuguesa: líder é “1º uma pessoa com autoridade e carisma para comandar outras. 2º pessoa que comanda e incentiva outras em suas atividades, campanhas etc”. Sabendo que a escola deveria ser o lugar privilegiado no sentido de proporcionar uma formação para a democracia, muitos sistemas educacionais expõem o fato em seus objetivos gerais. Infelizmente a prática que realizamos não é a mais apropriada para a execução dessas finalidades, somente a colaboração de todos os sujeitos garantirá a transparência das tomadas de decisões, sobre os projetos elaborados, cuja intencionalidade é redefinida pela reciprocidade. Dessa forma sabemos que o homem é imprevisível e é essa imprevisibilidade que o torna articulador de suas práticas. Daí pode-se observar que a liderança não serve apenas para representar novas idéias, mas sim, um novo paradigma, que busca estabelecer uma nova orientação transformadora, a partir da dinamização das relações que ocorre, dialeticamente, no contexto interno e externo das instituições escolares. “O líder tem exatamente a tarefa de colocar-se frente aos problemas e de resolvê-los’’( GRÜN,2006,P.77). Tendo em vista que a escola é um sistema social onde se compõe de um conjunto de funções, cabe ao gestor conhecer, analisar e avaliar o que acontece no seio da escola e as mudanças necessárias ao bom desenvolvimento de suas funções, sem correr o risco de tomar decisões precipitadas, visto que se constitui de uma organização sistêmica aberta. Mediante a isso, o líder (administrador) é convocado para uma missão, que não se prende somente a execução automatizada de tarefas, ao contrário, implica na reflexão permanente sobre suas ações como atitudes educativas que influenciam a formação não só do educando, todavia, de todos que fazem partes do ambiente escolar. Portanto, Gayotto assim define: Ser líder é acreditar no ser humano; ser líder é contagiar crianças e jovens; ser líder é ser mestre e aprendiz, ser líder é acreditar que essa condição é inerente ao próprio ser humano. Ser líder é aprender a aprender. É desenvolver competências no desempenho grupal, sendo protagonista dos próprios êxitos, com auto-estima, e superando os obstáculos do dia-a-dia, nas vidas dos grupos de que se faz parte. É ser um ótimo aprendiz, e assim chegar ser um mestre na arte de viver a própria vida’’.(2004,P19) A definição a cima citada nos leva a uma reflexão profunda sobre a gestão educacional onde se torna fundamental nos índice de aprovação e permanência do aluno na escola, a participação dos pais no processo ensino-aprendizagem. No entanto, é viável uma auto- avaliação por parte do gestor e equipe da escola, visto que esse processo é a base para o desenvolvimento da credibilidade interna e externa da mesma. Heloísa Luck (2004,p.30) nos relata que: “O processo educativo estarão articulado à realidade, na medida em que as posições curriculares forem feitas de acordo com a realidade em que se insere e a qual servem’’. Neste sentido vale dizer que, a valorização da gestão democrática se dá conforme a responsabilidade de sua sustentabilidade e desenvolvimento da capacidade de se auto-avaliar e de assumir iniciativas orientadoras das dimensões, aspectos e melhorias que são necessárias para o aprimoramento do processo de gestão e da qualidade do ensino. Portanto, um primeiro desafio para tornar a escola um lugar democrático é tornar a escola da comunidade, para isso é fundamental que a instituição dialogue mais internamente com a comunidade aprofundando conhecimento com a mesma. Daí construir a cultura da participação, e que esta seja um horizonte para a comunidade e a escola e que elas possam caminhar com a dimensão do trabalho coletivo visando uma qualidade da educação. Viver a democracia deve ser um fundamento de toda a educação e deve ser a proposta síntese no currículo escolar de todas as atividades. É na escola que a criança aprende a viver em sociedade,a dividir, a compartilhar, a participar, a ter opiniões a ter acesso a informação. Pensar a democracia da escola é pensar cotidianamente a prática da escola envolvendo os atores interno e externo, conjugando saberes. Falar em gestão democrática é falar em participação dos professores, alunos e comunidade na construção da escola tendo um projeto como um caminho a ser seguido. CAPÍTULO II LIDERANÇA NA GESTÃO ESCOLAR PÚBLICA. Ao estudar o conceito de liderança, é possível constatar que a atividade do líder, como utilização racional de recursos para realização de um objetivo, torna-se indispensável à vida dos indivíduos e é notável em todas as organizações sociais. Mas o que é a gestão escolar? Querendo obter respostas para essa questão, torna-se imprescindível a contextualização do mesmo, uma vez que, gestão é Segundo o dicionário Caldas Aulete, ‘’Ação ou resultado de gerir; ADMINISTRAÇÃO. Período de tempo em determinado cargo’’. Isso não dá ao gestor a virtualidade de transformar a escola numa escola de qualidade, mas demonstrar a sociedade seus méritos e anseios de implantar um novo padrão de cultura escolar, dando liberdade de pensamento e condições essenciais para que os sujeitos envolvidos desenvolvam suas habilidades e práticas escolares com autonomia. Lück afirma que: “A gestão não precisa nem eliminar a administração educacional. Apenas a superar, dando a este um novo significado, mais abrangente e de caráter potencialmente transformador. Daí porque ações propriamente administrativas constituírem a fazer parte dos trabalhos dos dirigentes de organizações de ensino, como, controle de recursos etc”. (2OO2,P.5) A partir do exame dos conceitos, deduz-se que, os termos estão interligados um complementado o outro, visto que se apresentam no pedagógico, materializam-se nas relações profissionais do professor com os alunos e com a comunidade. Da formação conjunta e comum as especificidades vão aparecendo pela própria exigência do trabalho, já que estamos falando de projetos abrangentes e de momentos específicos para cada um. O Manual de Planejamento Estratégico Escolar do MEC apresenta a seguinte definição: ‘’a gestão é um conjunto de ações, relacionadas entre si, empreendidas pela Direção de uma Escola, com a participação de toda a comunidade escolar, para promover e possibilitar o alcance dos objetivos pedagógicos,cujo o foco está na aprendizagem e na formação global dos estudantes’’(MEC) Isso requer dizermos que a escola transpõe seus muros, entra na comunidade e com ela as realidades das vidas, enriquecendo o universo cultural escolar. Com isso, vai se transformando num lugar de estar, de fazer e de criar junto, de dar e receber apoio. Entendemos que os conhecimentos que já se tem sobre a gestão do sistema educacional faz diferença sim, no desempenho de seus alunos, e que a gestão adequada é indiscutível para atingir os objetivos e metas traçadas. E continuam: Os princípios da visão compartilhada dos fins da educação e da missão da escola; O trabalho em equipe, onde dirigentes, técnicos, professores, pais e alunos participam como verdadeiros protagonistas do fazer e do gerir a escola; A formação e o desenvolvimento permanente de competências profissionais; O fomento à inovação, à investigação e ao espírito criativo’’(op.cit). E o manual destaca ainda, três ações fundamentais para a Gestão escolar: 1º. Formação de equipes de trabalho, com o envolvimento de professore, alunos e comunidade; 2º. Criação de estruturas formais, conselhos educacionais, para viabilizar a participação da comunidade; 3º. Implantação do processo de Planejamento Estratégico Escolar’’(idem). Nessa perspectiva, almeja-se um padrão de gestão que atenda os padrões focados na escola e a implantação de sistemas que realizem, monitore e acompanhem sistematicamente a qualidade de desempenho escolar. Pode-se dizer que a liderança na gestão escolar é a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação valores, conhecimento e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas em função do trabalho. Qualquer que seja sua procedência.Essas são questões que deverão ser consideradas por todos aqueles que sonham e lutam por uma escola democrática e de qualidade. Segundo Dalva Câmara de Oliveira (apud.revista gestão em rede.2000.p12). “Este estudo partiu do pressuposto de que a participação da comunidade escolar na gestão administrativa e pedagógica da escola se insere na noção de direito e exercício da própria cidadania, sendo esta uma das condições básicas para o desenvolvimento de uma sociedade democrática.’’ Observamos com isso a eficácia da gestão por uma escola que promova um trabalho coletivo a ser coordenado pelo gestor, envolvendo a todos, mas para que os objetivos sejam concretizados, tornam-se necessários alguns pontos para garantir a existência de uma escola eficaz. O exemplo disso tem a gestão participativa, onde a comunidade é de fundamental importância para a união dos grupos. Outro ponto é a formação integral do cidadão no qual o estudante é o cliente da escola. A escola também deve exercer seu papel social, se tornando um agente transformador dos problemas e carências do meio, promovendo uma melhor qualidade de vida. Assim como os demais, existem ainda o comprometimento da equipe escolar na busca pela qualidade de ensino, organização escolar, autonomia da escola acompanhamento e controle e por fim um líder dinâmico,todos de suma importância para o bom desempenho da gestão democrática. A escola por ser uma instituição pública, as tarefas é dividida, se delegam responsabilidades entre os atores sociais que se relacionam de maneira direta ou indireta com os trabalhos da escola. Assim, quando se fala na gestão escolar tanto se pode estar preocupados com o trabalho do diretor como de outros elementos do sistema escolar exemplo disso são os professores, pedagogos, secretário, serventes, merendeira, vigia, enfim, todos contribuem para o bom desenvolvimento do trabalho educacional. Segundo Alonso (1999,p.101), Para se compreender uma organização é preciso descrevê-la em seus aspectos formais e informais segundo a filosofia da educação ( aspecto formal) e o desempenho dos profissionais responsáveis pela função básica da escola ( aspecto informal). É importante que todos os sujeitos envolvidos percebam através da liderança, que eles também fazem parte de processo e que a mudança depende de todos. Entretanto, a negação do direito alheio não encontra amparo em uma gestão educacional ética e democrática, que atribui à importância devida a cada agente do processo educativo. O apelo da sociedade brasileira por uma escola pública que ofereça condições para o processo e permanência do educando, visa também uma liderança de qualidade, que disponha de ações objetivas em torno da educação. Ao falar das contribuições do gestor Demo assim se expressa: A maior contribuição do gestor administrativo deverá ser o de traduzir os objetivos da organização em linguagem afetiva, operacional para que possam ser analisados democraticamente por todos que participam da comunidade interna e externa da escola. (DEMO,1997,P.48). Os conhecimentos não são mais domínio de um único individuo, ao contrário, circulam livremente, em trocas recíprocas, entre todos os que nesse espaço convivem. O ambiente escolar torna-se local de circulação de saberes, de construção de conhecimento onde todos são sujeitos autônomos, críticos e participativos, transformando o papel da escola e da educação. Para isso há um líder que lidera a proposta de melhoria e acredita nela. É ele quem possibilita junto com os demais as mudanças e condições necessárias para o bom desenvolvimento das atividades Portanto, acreditamos que o gestor é a base na construção de uma escola democrática, ou pelo menos, terá um papel fundamental nesse processo. 2.1 A educação pública e a educação privada Pesquisas mostram que em país desenvolvido como é o caso do Japão a educação básica é oferecida por um sistema público homogêneo, ou seja, possibilidade de acesso para todos, no entanto,concede à educação privada a possibilidade de atrair estudantes das famílias com altos recursos financeiros, negando aos estudantes de classe baixa o direito de ascender o seu desempenho acadêmico. O Brasil, ao contrário do Japão tem oferecido uma educação básica e secundária pública de baixa qualidade, não habilitando os alunos de classe baixa ter acesso as universidades pública, uma vez que os alunos de classe alta vão às escolas particulares do ensino básico ao secundário e conseqüentemente são eles que obtêm a preparação que lhes permite passar nos exames exigidos das universidades públicas. Canivez afirma que: Se toda comunidade política se caracteriza pela coexistência de várias tradições, a escolaridade tem significado particular.A escola, de fato institui a cidadania.É ela o lugar onde as crianças deixam de pertencer exclusivamente a família para integrarem-se numa comunidade mais ampla em que os indivíduos estão reunidos não por vínculos de parentesco ou de afinidade em comum.(1991.p.33) Para que esta afirmação se concretize há a necessidade de uma estratégia de atuação com um olhar voltado a promoção de melhorias dos processos gerenciais na educação brasileira, devendo contemplar os três nível de governo, mas a iniciativa privada chega prioritariamente às escolas. O comprometimento dos líderes é preciso para o bom desenvolvimento dos programas de modernização e fortalecimento da gestão. Na atualidade, a administração encontra-se posta na questão da produtividade do trabalho docente tendo como suporte o desinteresse dos funcionários, enquanto o papel do estado é provê o atendimento às necessidades concretas da população CAPÍTULO III AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELO GESTOR ESCOLAR NO EXERCÍCIO DE SUA LIDERANÇA. A escola como uma instituição social, nos remete a uma compreensão de sua função como algo dinâmico e não estático, visto que, através da organização mantém-se o intercâmbio com a comunidade onde está inserida. Hoje o mundo vive um período de grandes transformações, em todos os campos e lugares e não seria a escola uma organização de fundamental importância para a sociedade a estar fora das mudanças. Importa lembrar, ainda, que a gestão escolar envolve todos os indivíduos, tanto interno, quanto externo, entretanto, daremos ênfase no gestor administrador sem deixar de lado os demais membros da equipe escolar, onde o trabalho como líder é de suma importância para os liderados. Segundo Grün: O líder que cuida ele mesmo de tudo, que se envolve em qualquer coisinha, já não serve de exemplo nos dias atuais. Entretanto, deve ter uma visão geral de tudo. Ele deve organizar tudo de tal forma que os colaboradores possam dirigir e sustentar bem todas as áreas da empresa. (2006,p. 40). Pois, na maioria das vezes, é isto mesmo que acontece na prática, porque, o gestor administrador, não tem bem definido o seu papel na empresa, dificultando assim, o seu trabalho e dos demais envolvidos. O gestor administrador, precisa ser dinâmico, tem que se mostrar comprometido com os objetivos da escola, que não pode restringir-se a rotina diária e estagnar, pois, esse como líder é convocado para uma missão, que não se prende somente a execução automatizada de tarefas , ao contrário, implica na reflexão permanente sobre suas ações com atitudes educativas que influenciam a formação global não só do educando, mas de todos que fazem parte do ambiente escolar. Um gestor com esse perfil é o que possibilita que a escola transforme-se em um local em que todos os envolvidos se sentirão responsáveis e aprenderão a convivência social democrática, assumindo o compromisso com a criação das condições de possibilidade para a realização da justiça. No dizer de Ralph: O administrador escolar, necessariamente, se mostra comprometido com a revisão da filosofia e da política educacional, por isso mesmo o diretor é um elemento integrante do grupo político em matéria de educação. Mesmo porque, na medida em que se tenta encarar o gestor administrativo como um responsável pela implementação e desenvolvimento do processo educacional numa dada escola, ele somente poderá assumir tal função na medida em que é capaz de perceber a importância dos objetivos da educação brasileira, dominar a legislação pertinente a educação, compreender as diretrizes curriculares ajustando-as às necessidades da comunidade escolar. (1997,p.93 ) Um fator a ser destacado é que, a administração do gestor (diretor) deve ser considerada, como realizações de objetivos e sua atuação só serão eficientes e eficazes quando ele tiver compreendido os objetivos da educação, para juntamente com seus pares decidir, os instrumentos que podem garantir à escola a sua realização real. Por outro lado, o que se vê na prática são pessoas despreparadas para o exercício de um trabalho eficaz, visto que, a política educacional, requer das pessoas que trabalham na educação, um amplo conhecimento dos problemas educacionais, assim como atitudes para a mudança. Alonso afirma que: A problemática central das escolas brasileira, possivelmente da escola parece situa-se em uma falha de natureza administrativa qual seja sua incapacidade de ajusta-se às exigências da vida contemporânea, ajustamento esse que requer necessariamente, ação organizada por pessoas qualificadas, a fim de que sejam atendidas as crescentes demandas quantitativas e qualitativas da sociedade atual. (1978,p.11) O autor relata que, o insucesso das escolas está na administração, a qual os sujeitos envolvidos se deparam com dificuldades para atuar no mercado de trabalho, isto porque as mudanças são rápidas e exige pessoas qualificadas. É fácil constatar na prática pessoas despreparadas para atuar como um bom administrador, mas na maioria das vezes isso não é culpa do profissional, e sim do próprio sistema que não oferece meios para a qualificação profissional. Portanto, a escola como um espaço público deve ser um local para todos poderem expor as suas razões, seus anseios, suas insatisfação, de forma clara e objetiva, consciente e responsável. Por isso,mais do que nunca, torna-se viável envolver os próprios funcionários da escola, professores e comunidade na construção dos projetos pedagógicos, administrativos e decisórios da empresa. Mas para isso, é preciso que haja uma política de qualificação ou então todo o trabalho se tornará inválido. Mediante a essa necessidade, o Projeto Político Pedagógico, tem como exclusividade, beneficiar a formação de seus discentes por intermédio de um processo educativo, dinâmico e de qualidade, em que os docentes venham atuar como intermediário na proposta não deixando de lado os pais nas decisões desse processo. Quando se fala de Projeto Político Pedagógico está se falando de algo em movimento e tem a ver com a sociedade. Ele só pode existir a partir do momento em que a sociedade entra em conflito e começa a se perguntar o que é melhor ou então emerge soluções para os problemas. Ele pode ser pensado pela comunidade escolar, frutos das vivencias e experiências dessa comunidade ou ele pode expressar os interesses de outros contextos. Por isso, há a necessidade de vivenciar a prática e há a necessidade de teorizar, não haverá construção do Projeto Político Pedagógico se o pessoal da escola não tiver conhecimento teórico do processo e tiver a capacidade de colocar isso em prática. A organização de uma equipe junto à administração faz-se necessário para que o líder possa subsidiar com elementos para construir no papel e posteriormente passar para a prática tendo em vista a filosofia, o diagnóstico, a programação das mudanças que vão acontecer e que depois sejam capazes de naquele período fazer com que funcione na prática. Sabe-se que esse é um desafio dos líderes, porque o Projeto Político Pedagógico deve ser elaborado de forma democrática e coletiva, onde a participação de alunos, professores, funcionários e comunidade é imprescindível.Diante dessa situação, como deve ser esse trabalho em que grande parte desses seguimentos não tem conscientização e comprometimento com as mudanças? Esse é um trabalho coletivo e deve ser pensado assim a partir do comprometimento dos trabalhadores da educação e da comunidade, pois ele é resultado da busca da unidade na ação, de uma tentativa de refletir junto e criar junto articulando teoria e prática defendendo a prática como espaço de aprendizagem. Assim sendo, o Projeto Político Pedagógico orgânico se faz em parcerias com aqueles insatisfeito com os trabalhos desenvolvidos na escola que não trazem bons resultados e pretendem fazer um trabalho melhor. O trabalho só pode ser bom na escola quando é coletivo, quando é resultado de uma reflexão política. É por isso que é chamado de Projeto Político Pedagógico, porque é resultado de uma reflexão política sobre a prática pedagógica, o que estamos fazendo, O que pretendemos fazer, e como podemos unidos fazer alguma coisa, escola, família e comunidade. Pode-se relatar ainda que o Projeto Político Pedagógico não pode ter sucesso se não houver a disponibilidade de recursos financeiros e materiais.Nessa questão um dos grandes problemas da educação brasileira são os recursos financeiros. Outro problema é a questão do tempo que o professor não disponibiliza para pensar o PPP, para dialogar com a comunidade e colher dela, quais são realmente as necessidades pedagógicas para a escola. Mais o importante, é que toda proposta seja participativa, coletiva e democrática, pois é necessário sonharmos e no sonho projetarmos, no projeto realizarmos e darmos continuidade, pois o ser humano nunca pode se acomodar, e sim buscar de contínuo novos desafios e opções para tornarse sujeito de sua própria história e agente construtor de sua cidadania. O Projeto Político Pedagógico também tem a função de se orientar por avaliar permanentemente todo o processo escolar.Em fim,é um projeto que se renova constantemente na teoria e na prática, sempre investindo em novas idéias, propostas e realizações. Daí a gestão escolar ser vista como uma ação integrada, onde todos os sujeitos envolvidos participem na busca da vitalidade e atualização da instituição, que requer objetivos bem definidos. Neste sentido, o papel do gestor é de suma valia, como um instrumento indispensável na estrutura geral da instituição, mas, a sua função não pode ser vista como um fim em si mesmo, todavia, com um meio para alcançar seus objetivos. Paro diz que: “... Infelizmente a escola que temos não está conseguindo levar as camadas populares o saber historicamente acumulado e desenvolver a consciência crítica como um projeto de transformação social... A escola que temos é sim reprodutora da ideologia dominante”. ( 2002,p.11). A citação supracitada nos remete a pensarmos que as escolas não estão trabalhando afim de que, os alunos sejam sujeitos críticos, conscientes, autônomos, reflexivo para desenvolver suas habilidades, e sim para reproduzir a ideologia dominante. A maioria dessas práticas tem gerado conflito no interior das atividades escolares, onde o gestor é visto como o detentor do poder impedindo uma efetiva participação de todos os sujeitos envolvidos na comunidade escolar. Por isso, é importante que o gestor consciente de seu papel de líder construa uma nova identidade profissional. Não obstante, essa função social e a extensão de suas ações exigem reformulação de sua filosofia de trabalho. Se de um lado o gestor precisa ter essa compreensão do todo e está bem informado. Do outro, há os professores, a comunidade escolar e a sociedade, que sabem também ou deveriam saber, que os problemas relacionados com a educação, são problemas da coletividade. Portanto a solução de busca deve ser em grupo e muitas vezes, torna-se difícil essa junção. Haja vista, que requer de seus membros um amplo conhecimento dos problemas educacionais e o entendimento das limitações interpostas pelo próprio sistema de ensino. Em virtude a essa questão, muitas são as dificuldades encontradas pelo gestor (diretor) para dirigir uma escola. Dentre elas coloca-se a frente às pessoas insubmissas que tem a escola como sua propriedade. Infelizmente ainda há em pleno século XXI pessoas autoritárias e tradicionalistas em suas decisões. Fato este, que tem se colocado como empecilho no desempenho das funções de vários dirigentes escolares. Em vista disso, o pensamento e atitudes de alguns docentes e discentes, tem se deturpado em suas deduções no que diz respeito à participação da comunidade no processo do desenvolvimento escolar. Outro empecilho para o desempenho dessa função é o egoísmo em não querer compartilhar as decisões com os demais atores educacionais. Outro fator a ser questionado é a falta de experiência no controle social o qual se encontra visível no ambiente escolar. Questão esta que tem afastado as famílias das decisões pedagógicas, visto que os mesmos não gostam de se envolver nas questões escolares a não ser quando diz respeito a seus filhos. No entanto a maior dificuldade do administrador escolar é ser exatamente um gestor educacional, são na maioria das vezes docentes muito competentes, mas não tem nenhuma formação administrativa para gerir uma instituição escolar, visto que hoje, para ser um bom gestor uma pessoa tem que reunir habilidades e competência, para cumprir com a função social da escola e crescer com ela. Outro fator a ser destacado, é que, há pessoas que trabalham na instituição, porém são desconhecedoras de seus direitos e deveres. Talvez pela falta de oportunidades e formação adequada, os mesmos ficam presos em atender as urgências imediatas e as demandas do cotidiano da administração se esquecendo que seu sucesso dependerá do desenvolvimento de suas práticas. O contrário disso trará conseqüências trágicas para o setor de trabalho. Em meio a esses fatores alguns gestores como: administrador e professores pensam que a participação comunitária pode ameaçar sua autoridade administrativa e pedagógica. Isso tem levado muitos gestores a não gostarem de socializar o poder, cumprindo na instituição apenas a função operacional e se esquecendo do pedagógico e social. Assim como alguns lideres a comunidade também não gosta de participar das decisões da escola, dificultando a concretização de uma escola democrática. Enquanto os pais jogam para a escola o dever de educar, não se preocupando com a educação de seus filhos e com a sociedade. Por outro lado a participação comunitária na escola se dá de forma inadequada. O que gera outro fator preocupante, pois quando há a necessidade de mudança em algumas regras na escola, há certa resistência por partes dos integrantes não só da equipe escolar, mas também da comunidade. Portanto, o desafio do gestor administrador é enorme. Ele ao exercer sua liderança escolar deve delegar poderes, pois assim estará envolvendo as pessoas e ajudando-as a desenvolver o espírito da coletividade, definir e concretizar de maneira compartilhada metas do processo de transformação da educação. A presença de liderança, de coordenação, é indispensável na vida de uma equipe: alguém que tenha uma visão global da situação e que saiba onde quer chegar, incentivando o grupo a pensar e a ‘’pôr a mão na massa’’ para executar o que foi previsto; que aponte a direção do trabalho, apoiando o grupo durante sua execução e levando cada um a superar suas dificuldades. (DAVIS.ETAL. 2002, P. 89). Se por um lado, a presença do gestor (administrador) é o suporte, ou seja, o meio para alcançar os objetivos da instituição, ajudando seus liderados a envolver-se e a superar as dificuldades encontradas. Do outro, ele encontra várias dificuldades. Num primeiro momento, como educador ele precisa cuidar da busca dos objetivos educacionais da escola e envolver seus liderados nessa tarefa árdua e em seguida como gerente e responsável pela instituição escolar têm de fazer cumprir as determinações emanadas dos órgãos superiores do sistema de ensino, que em grande parte, acabam por concorrer para a frustração de tais objetivos. Estes órgãos bombardeiam as escolas com numerosas leis, sobrecarregando o diretor de trabalho, que se encontram, assim, “na corda bamba” de um lado, as formalidades burocráticas, do outro, os problemas enfrentados por ele na sua prática, como: escassez de recursos, precariedade de prédios e instalações escolares, falta de material de consumo e equipamentos, carência de pessoal, etc. O gestor (diretor), assim, se encontra com muitos problemas de ordem burocrática dos seus superiores e de ordem prática da escola tolhida de certa forma, de sua missão de educar, posto que, pouco tempo lhe resta para dedicar-se aos problemas de ordem pedagógica no interior da escola. Diante de tantos problemas, é indispensável uma tomada de decisão firme, visto que, a tomada de decisão não é a soma de todas as vontades individuais, no entanto, o que está acordado na vontade coletiva para a realização do bem comum. Neste sentido é imprescindível o envolvimento de todos os sujeitos envolvidos na escola. Este é outro desafio para o gestor. 3.1 DESAFIOS DO GESTOR ESCOLAR Neste tópico serão expostos os desafios do gestor no exercício de sua liderança. Bruno afirma que: No âmbito interno da escola, é fundamental promover formas consensuais de tomadas de decisões, o que implica a participação dos sujeitos envolvidos, como medidas de prevenção de conflitos e resistência que possam obstruir a implementação das medidas consideradas necessária’.(p.40.2003) Esta conceituação apresentada tem o propósito de mostrar que o líder deve promover o bom senso nas tomadas de decisões, uma vez que é de suma importância, a participação dos liderados na busca de soluções necessárias para os problemas da escola. Um fator a ser destacado é que os sujeitos envolvidos reconheçam que seu direito termina quando começa do seu semelhante e o sua participação nas decisões para melhoria da educação é importante. Lücck, assim define: O diretor assume na escola uma posição de influência máxima. Portanto, a maximização do potencial de cada elemento deve ser sua preocupação constante, a fim de que a escola promova os maiores benefícios possíveis aos educandos, com maior satisfação para o envolvimento no processo. (2004,P.42) O gestor (diretor) deve realizar seu trabalho escolar, delegando responsabilidades, na medida em que ele perceba que o indivíduo possa colaborar para a melhoria da qualidade da educação no dia- a- dia da escola, demonstrando que acredita no potencial dos sujeitos envolvidos no processo para a mudança. Quanto mais sujeitos envolvidos, maiores são os benefícios para a instituição. Ângela Antunes afirma que: Compartilhar decisões significa envolver pais, alunos, professores, funcionários e outras pessoas da comunidade na administração escolar. Quando as decisões são tomadas pelos principais interessados na qualidade da escola, a chance que dêem certo é bem maior. (2004,p.18) Daí não poder afirmar que o gestor é o único responsável pela organização, mas que o seu conhecimento sobre a mesma é relevante para o envolvimento dos seus liderados, uma vez que, é através de ações coletivas e desejadas pela comunidade interna e externa é que vai motivar o trabalho humano e a chance de dar certo é maior. Contudo, existem alguns requisitos que devem ser acrescentados para que o trabalho do gestor, realmente dê resultados positivos. Um deles é saber ser líder. Quando a escola trabalha com o sistema político que pressupõe um modo específico, a democracia possibilita a participação do conjunto dos membros nos processos decisórios da instituição, como nos diz Inês Barbosa de Oliveira (pátio 2006,p.34) ‘’no universo da escola, podemos afirmar que as práticas pedagógicas emancipatórias são aquelas que trabalham pela valorização das relações interpessoais de solidariedade e de cooperação”. Outro desafio encontrado pelo gestor no exercício de sua liderança é envolver os agentes direta ou indiretamente no processo educativo, visto que, a maioria dos sujeitos está alienada, jogando sempre para o administrador toda a responsabilidade da instituição. Ele, em geral, é visto como detentor de poder e autonomias maiores do que na realidade possui. Diante desta perspectiva Lúcia Bruno apud Oliveira diz que: “a escola tem um papel fundamental. Ao lado da família e do meio social mais amplo a escola é uma esfera de produção de capacidade de trabalho’’(1997,p.39). Ao falar de escola, queremos dizer que nela se encontram sujeitos capazes de transformação, onde o dever de trabalhar o cidadão na busca pela consciência crítica, contínua, tornando-os participativos é responsabilidade de todos os atores educacionais. Quando se fala de participação e trabalho, não quer dizer que as pessoas sejam chamadas à escola para trabalhar com esforço sem discutir os benefícios que advirão deste trabalho e quem se beneficiará dele. Entretanto, as pessoas envolvidas devem discutir o que são possíveis para a escola, fazendo a articulações com a estrutura econômica, política e social. Desse modo, quanto maior e diversificado for o conhecimento do gestor (administrador), maior será a probabilidade de eficácia no seu trabalho e maior será o envolvimento dos indivíduos, “quando os membros de uma organização concentram-se apenas em sua função, ele não se sente responsável pelos resultados quando todas as funções atuam em conjunto’’(Senger,1992,p.29) Neste caso, identificam-se profissionais preocupados em desenvolver sua função de maneira isolada, não se preocupando com o todo, tornando-se eficientes na ação da parte e ineficaz no todo. Neste sentido, torna-se necessário a conscientização da responsabilidade com o todo e não apenas com a parte, visto que, não podemos nos preocupar apenas com o burocrático, mas com o cidadão que se quer formar par viver em sociedade. Grosbaum afirma que: O sucesso do trabalho do gestor depende do empenho do saberfazer pedagógico dos demais participantes da orquestra. Mas só ele pode conduzir o grupo. É tarefa do líder propor atividades instigantes, provocadoras e, ao mesmo tempo, viáveis, para transmitir confiança e imprimir uma perspectiva de sucesso. (2007,p.89). A autora coloca que, o resultado positivo do trabalho não depende exclusivamente do gestor (administrador), mas, é fundamental a presença de uma liderança eficaz e eficiente, envolvendo os seus liderados de maneira dinâmica e participativa, buscando resultados bem sucedido em todas as atividades da instituição e fazê-lo descobrir no seu íntimo o desejo pela mudança através de atividades que lhes façam sentir-se úteis. A autora continua: “É preciso acionar todos os conhecimentos e habilidades, além de manter a persistência para despertar o interesse e a vontade de todos” (2007,p.89) Como vimos, esses aspectos descrito pela autora, fazem parte da mudança na instituição e deve ser considerado importante na organização, afim de que, os atores envolvidos possam dela participar ativamente e contribuir para o seu desenvolvimento. Segundo Davis et al.(2007,p 77), O sucesso de uma escola é medido pelo desempenho de seus alunos. (...). Se os alunos estão sabendo ouvir, discordar, discutir, defender seus valores, respeitar a opinião alheia e chegar a consenso, ela pode se orgulhar de estar formando cidadãos. A autora relata que o sucesso da escola é medido pelo grau de aprendizagem de seus educandos, se eles sabem se portar em frente aos problemas, tomando decisões, tendo opiniões próprias e respeitando as várias opiniões chegando a denominadores comuns para resolver os problemas, isso quer dizer que a escola está formando verdadeiros sujeitos ,críticos reflexivo e participativo e que por isso, ela pode se orgulhar. Trata-se, portanto, de ações coletivas, onde o líder está buscando junto com seus pares uma educação de qualidade. Portanto, o exercício da liderança, torna-se o eixo da equipe escolar, o referencial dos conhecimentos, das práticas que devem orientar o exercício pleno da participação coletiva. 3.2 A comunicação como fator preponderante para o líder desenvolver bem o seu papel. Um fator preponderante, para um líder desenvolver bem o seu papel é a comunicação, pois é através dela que conseguimos expor os nossos pensamentos, defendê-lo e aceitar as opiniões dos outros. Segundo Gayoto et al “Através dos processos comunicacionais, as pessoas se influenciam reciprocamente, havendo intercâmbio de significados.’’( 2003,p.91) A comunicação é o meio pelo qual as pessoas se aproximam ou se afastam uma das outras, compartilhando pensamentos, aprimorando a compreensão sobre o trabalho desenvolvido para então procurar alternativas conjuntas, pois os intercâmbios verbais e não- verbais são fundamentais entre o líder e os liderados para uma liderança eficaz. Onde o líder deve desenvolver capacidades de influenciar e envolver seus liderados através da comunicação. Lück assim se expressa: “A comunicação será tanto mais eficaz, quanto mais consciência tivermos a respeito de como nossa mensagem é recebida, que sinais de comunicação utilizamos, qual o seu efeito sobre os outros’’(2004,p.58) A autora coloca que a comunicação só será eficaz, se ela for realizada de modo consciente e se os resultados forem alcançados, é importante também que o indivíduo saiba quais os mecanismos utilizados e quais os fatores que irão influenciar na evolução dos seus liderados. Comunicação é troca, entendimento, compreensão. É o processo de que o homem dispõe para transmitir idéias, sentimentos, experiências, informações, (Sacconi,1998). Portanto, vê-se que, a comunicação é um mecanismo fundamental para o líder, essa deve ser dada de maneira consciente, visto que, a comunicação é um processo pelo qual o indivíduo se define como um ser sociável e adaptável ao meio em que está inserido. CONCLUSÃO Diante de grandes e rápidas transformações, todos que fazem parte da educação são chamados a trabalhar de forma compartilhada. A comunidade interna e externa deve estar comprometida com a qualidade da educação. Todos são convidados a rever velhos hábitos e se permitir a mudança, adotando soluções viáveis para problemas que precisam ser compreendidos e que só tem solução a médias e em longo prazo. Sabe-se que a tarefa não é fácil ao contrario é muito árdua. O novo paradigma da gestão escolar traz, a idéia de uma gestão democrática, com responsabilidades compartilhadas pelas comunidades interna e externa da escola. Nos dias atuais, a escola pertence a uma sociedade, onde as transformações são constantes, por isso, precisa-se recorrer a novas estratégias para implantar nas escolas metodologias diversificadas para superar as dificuldades encontradas no ensino, desta forma a educação estará contribuindo para formar cidadãos críticos, conscientes dos seus diretos e deveres, com habilidades e competência, que facilitam a sua participação na sociedade em que vivem. Esta pesquisa possibilitou o esclarecimento de algumas questões relacionadas ao ensino público e a liderança. Através dela pode-se concluir que o envolvimento das comunidades interna e externa, a escola pode trilhar em novos caminhos, que possibilitarão mudanças, proporcionando melhoria na qualidade do ensino-aprendizagem. Constatou-se que é através do Projeto Político Pedagógico em ação, que a qualidade da educação se concretiza na prática. É por meio dele que realmente teremos uma gestão participativa que é uma opção primordial, pois o poder real de se tornar parte ativa do processo deve partir de todos, comunidade interna (gestores, professores, alunos, administrativos: secretários, serventes, merendeiras, vigias e comunidade externa pais e comunidades em geral. Viu-se também, que o gestor (líder) tem influência máxima nesse processo e seu comprometimento é fundamental para provocar a participação efetiva. BIBLIOGRAFIA ALONSO, Myrtes. O papel do diretor na administração escolar, 10º Ed. Rio de Janeiro, 1999. CANIVES, Patrice. Educar o Cidadão? Capinas, Papirus, 1991 DAIVES, Claudia et. al. Gestão da Escola desafios a enfrentar. Ed. Rio de Janeiro. DP e A, 2007. DEMO, Pedro, Desafios Modernos da educação, 7ª Ed. Petrópolis, Rio de Janeiro, Vozes, 2003. FERREIRA, Naura S. Carapeto, AGUIAR, Marcia Angela da S. (orgs.). ed. São Paulo: Cortez, 2000. GAYOTO, M.L.C.,DOMINGUES, Ideli.Liderança Aprenda a mudar em grupo.6ª. ed. 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