2799 X Salão de Iniciação Científica PUCRS ACAPASS: Conhecendo o Processo de Abrigamento e Desabrigamento de Crianças e Adolescentes Acadêmicas: Ângela Maria de Camargo e Sônia Mara Brunetto Nome do Orientador Profª. MS. Sônia Maria de Almeida Serviço Social – UNISINOS, Associação Casa de Passagem de Sapucaia do Sul ,Fórum de Justiça de Sapucaia do Sul Resumo A presente pesquisa tem como titulo ACAPASS: Conhecendo o Processo de Abrigamento e Desabrigamento de Crianças e de Adolescentes. Foi realizada no primeiro semestre de 2008 junto a Associação Casa de Passagem de Sapucaia do Sul (ACAPASS). Fez parte da Atividade Acadêmica do Curso de Serviço Social da UNISINOS, ministrada pela Profª. MS. Sônia Maria Almeida como requisito parcial de aprovação da disciplina de Pesquisa em Serviço Social II. O tema abordado foi crianças e adolescentes abrigados: processo de abrigamento e desabrigamento. O estudo teve como objetivo geral conhecer e compreender o processo de abrigamento e desabrigamento das crianças e adolescentes atendidos pela ACAPASS e como objetivos específicos: traçar as características sociodemográficas das crianças e adolescentes atendidos na ACAPASS; identificar os motivos e formas do abrigamento; descrever o processo de desabrigamento das crianças e adolescentes atendidos pela ACAPASS; contribuir para a criação de estratégias de intervenção com as famílias das crianças e adolescentes atendidos pela ACAPASS; propiciar subsídios para a melhoria da qualidade de atendimento da ACAPASS. Constituiu-se de um estudo exploratório, de caráter quanti-qualitativo, com delineamento documental. Foram pesquisadas 69 fichas de crianças e adolescentes que passaram pelo local no segundo semestre de 2007. Para a coleta de dados usou-se fichas de ingresso, abrigamento e desligamento usadas pela ACAPASS, com base em um instrumento elaborado pela equipe de pesquisa. Quanto aos resultados, constatou-se a maioria meninos, na faixa etária de 6 a 8 anos, provenientes dos bairros Colina Verde e Vargas, cujo abrigamento e desabrigamento foi determinado pelo Conselho Tutelar. O tempo de permanência na Casa de Passagem, em média, é de 1 a 2 dias e os principais motivos do abrigamento são: família em situação de miserabilidade; alcoolismo/uso de substâncias X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 2800 psicoativas; violência doméstica e familiar; situação de rua; criança sozinha em casa. Quanto ao desabrigamento, há carência de registros; a maioria dos abrigados foi entregue aos pais ou avós. Com relação às conclusões, constatou-se que a instituição cumpre com a função a que se propõe de acordo com o ECA e se constitui em um lugar acolhedor. Os motivos do abrigamento coincidem com pesquisas nacionais e a condição financeira das famílias ainda aparece de forma marcante como uma das causas para o abrigamento. Sugere-se o aperfeiçoamento da fichas e dos registros, o acréscimo de novos dados à discussão sobre o conceito medida de proteção e uma maior aproximação com as famílias. Foram usadas como fontes de referência o ECA, o Levantamento Nacional de Abrigos para Crianças e Adolescentes, além de autores que trabalham com a temática do abrigamento de crianças e adolescente no Brasil. PRINCIPAIS RESULTADOS GRÁFICO Nº 1 Fa ix a e tá ria 100 80 60 40 20 29,0 15,9 20,3 15,9 10,1 5,8 2,9 De 15 a 16 anos Não consta 0 De 0 a 2 anos De 3 a 5 anos De 6 a 8 anos De 9 a 11 anos De 12 a 14 anos Crianças do sexo masculino, na faixa etária de seis a oito anos (29, 0%), sendo que, de zero a cinco anos, totaliza 31,8%. Acima de 15 anos constitui o menor índice. GRÁFICO Nº 2 Motivo do Abrigamento 100 80 60 40 14,5 13,0 13,0 15,9 13,0 1,4 1,4 5,8 11,6 su bs tâ nc ia do s. .. m és tic a e fa m ili a r S C i tu ria aç nç ão as C de ria so nç zi ru nh a a co as m em di Fa st ca úr m sa bi íl o ia ps em iq ui si át tu aç ri c ão o de Fu m is ga er de ab i.. ou . tr a in st itu P M ro iç ed cu ão id ra a de es p Pr on ot tâ eç ne N ão o a ag (S u em ar do m de ot i .. de ci sã o ju di ci al 20 1,4 Vi ol ên ci a A lc oo lis m o/ us o de X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 N ão co ns ta 0 8,7 2801 Família em situação de miserabilidade (15,9%); alcoolismo/uso de substâncias psicoativas (14,5%); violência doméstica e familiar (13,0%); situação de rua (13,0%); criança sozinha em casa (13,0%). Um percentual menor de crianças/adolescentes aguarda decisão judicial como motivo de abrigamento. GRÁFICO Nº3 Motivo do Desa briga me nto 100 80 55,1 60 40 17,4 20 13,0 4,3 1,4 1,4 1,4 1,4 4,3 Se Tr m an m sf ot er iv ên o ci ex a pl pa íc ra ito ou tra in st itu içã o fa m ilia re s .. ou tro s re sp o. pa ra pe ss oa G ua rd a Pa ia pr es en to u ou tra pa ra av ós ju di ci al En tre gu es O rd em Fu ga pa is os pa ra En tre gu es N ão co ns ta 0 A maioria dos abrigados foi entregue aos pais (17,4%) ou avós (13,0%), embora mais da metade das fichas pesquisadas (55,1%) não consta o motivo do desabrigamento. PRINCIPAIS REFERÊNCIAS ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC- Livros Técnicos e Científicos. Editora: S.A, 1998. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Lei nº 8069, de 13 de julho de 1990. Artigos 92 a 100. Brasília, DF: Palácio do Planalto/Diário Oficial da União, 1990. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3º Edição. São Paulo: Editora: Atlas, 1991. RIZZINI, I; RIZZINI, I. A Institucionalização de crianças no Brasil: percurso histórico e desafios presentes. Rio de Janeiro: Editora: PUCRJ; UNICEF; CIESPI, 2004. SILVA, Enid Rocha de Andrade da. O perfil da criança e dos adolescentes nos abrigos pesquisados. Cap.2. Disponível em http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/livros/direito Convivênciafamiliar_/capit2.pdfacess. Acesso em: 20 junho 2008. X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009