SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL Pós-Graduação Lato Sensu em Governança de Tecnologia da Informação Gustavo Setúbal Nazareno Implantação de uma Central de Service Desk à luz do ITIL v3: propostas para as gerências de portfólio, demanda, incidentes e problemas Brasília-DF 2013 SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL Gustavo Setúbal Nazareno Implantação de uma Central de Service Desk à luz do ITIL v3: propostas para as gerências de portfólio, demanda, incidentes e problemas Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para a obtenção do título de Especialista em Governança de Tecnologia da Informação ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC, Unidade EAD – SENAC/DF. Orientador: Prof. ME. Edilberto Magalhães Silva Brasília-DF 2013 . N335i Nazareno, Gustavo Setúbal. Implantação de uma Central de Service Desk à luz do ITIL v3: proposta para as gerências de portfólio, demanda, incidentes e problemas / Gustavo Setúbal Nazareno – Brasília: Senac - DF, 2013. 46 f.: il. Orientador: Edilberto Magalhães Silva Trabalho de Conclusão de Curso (Especialista em Governança de T.I.) Senac - DF, 2013 1. Tecnologia da Informação. 2. ITIL. 3. Central de Service Desk. I. Título. CDU 658:004 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por me conceder a oportunidade de concluir mais uma etapa na minha vida, oportunidade esta que irá colaborar sobremaneira na carreira profissional. À minha família, pela compreensão nos momentos de ausência, em especial a minha esposa Alice Carla, que se predispôs em colaborar com o projeto. Aos colegas de trabalho pelo apoio e incentivo para a realização desse trabalho. Ao professor e orientador Edilberto Magalhães Silva, pela paciência, apoio e orientações fundamentais para o sucesso deste trabalho. A toda equipe de professores do Curso de Governança de TI. Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas Graças a Deus, não sou o que era antes. Marthin Luther King RESUMO O presente trabalho apresenta uma proposta de implantação de uma Central de Service Desk, com base no portfólio e demanda (da estratégia) e, incidentes e problema (da operação) à luz do ITIL - Information Technology Infrastructure Library V3 em uma autarquia do Governo do Estado do Tocantins. Inicialmente é feito uma abordagem teórica sobre os processos do framework a serem aplicados a solução de uma Central de Serviços. A proposta se inicia com analise da instituição quanto às dificuldades enfrentadas no suporte ao usuário. Em seguida é descrito os procedimentos a serem adotados para a implantação dos processos de gerenciamento de serviços proposto. Palavras-chave: Tecnologia da Informação. Information Technology Infrastructure Library. Central de Serviço. ABSTRACT This paper presents a proposal for implementation of a Central Service Desk based on demand and portfolio (strategy), and incident and problem (operation) in the light of ITIL - Information Technology Infrastructure Library V3 in a municipality of the State of Tocantins. Initially it made a theoretical framework on the processes to be applied to the solution of a Service Center. The proposal starts with analysis of the institution of the difficulties encountered in user support. Next is described the procedures to be adopted for the implementation of service management processes proposed. KeyWords: Information Technology. Information Technology Infrastructure Library. Service Desk. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Núcleo do ITIL...........................................................................................20 Figura 2 - Estrutura do Portfólio de Serviços ...........................................................32 Figura 3 – Proposta para o Fluxo do Gerenciamento da Demanda ..........................34 Figura 4 – Níveis de Serviço de Suporte ...................................................................37 Figura 5 – Proposta para o Fluxo do Gerenciamento de Incidente ...........................39 Figura 6 – Proposta para o Fluxo do Gerenciamento de Problema ..........................42 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Cronograma de Implementação do TCC.................................................17 Tabela 2 – Instrumentos de coleta de dados ............................................................27 Tabela 3 – Proposta de correlações com os achados do estudo de caso ................29 Tabela 4 – Subprocessos do gerenciamento de portfólio .........................................32 Tabela 5 – Proposta do Cronograma para Gerenciamento do Portfólio....................33 Tabela 6 – Proposta do Cronograma para Gerenciamento da Demanda .................35 Tabela 7 – Prioridade de incidentes ..........................................................................37 Tabela 8 – Matriz de Classificação dos incidentes....................................................38 Tabela 9 – Proposta do Cronograma para Gerenciamento de Incidente ..................40 Tabela 10 – Proposta do Cronograma para Gerenciamento do Problema ...............43 Tabela 11 – Proposta do Cronograma para Implantação do Projeto ........................43 LISTA DE SIGLAS COBIT - Control Objectives for Information and Related Technology. ITIL - Information Technology Infrastructure Library. OGC - Office of Govermment Commerce. PDCA – Plan, Do, Check e Action TCO – Total Cost of Ownership TI - Tecnologia da Informação. TIC - Tecnologia da Informação e Comunicação. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................14 1.1 Formulação da situação problema (Questões de pesquisa) .............................15 1.2 Objetivos ...........................................................................................................15 1.2.1 Objetivo Geral...............................................................................................15 1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................15 1.3 Justificativa .......................................................................................................16 2 METODOLOGIA ................................................................................................17 2.1 Cronograma de Implementação........................................................................17 3 REVISÃO DE LITERATURA E FUNDAMENTOS .............................................18 3.1 Tecnologia da Informação ................................................................................18 3.2 Governança de TI .............................................................................................18 3.3 ITIL V3 ..............................................................................................................19 3.3.1 Estrutura do Modelo .....................................................................................19 3.4 Central de Serviços...........................................................................................21 3.4.1 A evolução do conceito.................................................................................22 3.4.2 Motivadores para implantação de um Service Desk.....................................22 3.4.3 Service Desk e os processos de gerenciamento de serviços.......................23 3.4.3.1 Gerenciamento do Portfólio ........................................................................23 3.4.3.2 Gerenciamento da Demanda......................................................................24 3.4.3.3 Gerenciamento de Incidentes.....................................................................24 3.4.3.4 Gerenciamento de Problemas ....................................................................25 4 ESTUDO DE CASO ...........................................................................................26 4.1 A Organização ..................................................................................................26 4.1.1 Setor de Tecnologia......................................................................................26 4.2 Coleta de Dados ...............................................................................................27 5 DISCUSSÃO......................................................................................................28 5.1 Critérios para interpretação dos achados do estudo de caso ...........................28 5.1.1 Apresentação e Análise da Realidade Observada .......................................28 5.1.2 Interpretação dos achados do estudo de caso .............................................28 5.2 Combinação dos dados para responder às questões de pesquisa...................29 5.3 Proposta de implantação da Central Service Desk...........................................30 5.3.1 Gerenciamento de Portfólio ..........................................................................31 5.3.2 Gerenciamento da Demanda........................................................................34 5.3.3 Gerenciamento de Incidente.........................................................................35 5.3.4 Gerenciamento de Problema........................................................................40 5.3.5 Cronograma de Implantação do projeto .......................................................43 5.3.6 Custo Estimado ............................................................................................43 5.3.7 Resultados esperados ..................................................................................44 6 CONCLUSÃO ....................................................................................................45 6.1 Trabalhos futuros ..............................................................................................47 REFERÊNCIAS E FONTES CONSULTADAS .........................................................48 14 1 INTRODUÇÃO As transformações que vêm ocorrendo, impulsionam o crescimento de diversas áreas do conhecimento, e cada vez mais esse crescimento tem colaborado para que a Tecnologia da Informação (TI) seja o diferencial para uma instituição. Considerando a realidade de algumas instituições, que possuem unidades distribuídas geograficamente, as mesmas encontram dificuldades na gestão dos seus serviços internos. Para tanto, este trabalho busca apresentar uma proposta para a implantação de uma Central de Service Desk à luz do ITIL V3. O enfoque dado é na apresentação de um planejamento estruturado para a implantação do serviço voltado para áreas de negócios, utilizando-se para isso de técnicas, ferramentas e conceitos de TI. Além da estrutura de implantação, espera produzir-se com este trabalho uma base a condução dos serviços de forma a obter os melhores benefícios das práticas a serem adotadas. Para tanto pretende-se com este trabalho realizar o levantamento dos processos do ITIL V3 mais importantes para a implantação de uma Central de Serviço. Baseado neste cenário, o trabalho apresenta a proposta para implantação de uma Central de Service Desk, com base no portfólio e demanda (da estratégia) e, incidentes e problema (da operação). A instituição escopo do trabalho é autarquia do Governo do Estado do Tocantins, onde se realizou um estudo de caso com vista a contextualizar o projeto apresentado neste trabalho. A utilização das práticas do ITIL V3 se justifica, por ser um dos recursos mais aceito mundialmente. O conjunto de processos e funções que reúne as melhores práticas para se adotar no gerenciamento dos serviços de TI em uma organização. Para o desenvolvimento do trabalho propõe-se a implantação do processo de gerenciamento de incidentes, para desenvolver um processo de resolução de falhas mais adequado. Tem-se como objetivo a implantação do gerenciamento de problema, para o tratamento definitivo dos incidentes identificado pela equipe da central. O trabalho está assim organizado: O Capítulo 1 trata da introdução, objetivos e justificativa; 15 O Capítulo 2 é apresentado a metodologia da pesquisa e cronograma de implantação; O Capítulo 3 contém revisão de literatura englobando estudo sobre o ITIL e seus processos a serem adotados no desenvolvimento do trabalho; O Capítulo 4 descreve o estudo de caso; No Capítulo 5 é apresentado a Discussão a cerca da proposta do projeto; O Capitulo 6 é feito a Conclusão e apresentado as sugestões para trabalhos futuros. 1.1 As Referências Bibliográficas no Capítulo 7; Formulação da situação problema (Questões de pesquisa) O ITIL contempla um conjunto de disciplinas que orientam o gerenciamento de serviços. A biblioteca mostra os objetivos, as atividades e as entradas e saídas do vários processos, os quais podem ser incorporados em uma organização de TI. (OGC, 2000) No contexto da instituição em questão, o problema de pesquisa pode se resumir à seguinte pergunta: Quais processos e funções do ITIL V3 devem ser implantados na instituição a fim de se obter uma melhoria na qualidade do serviço de suporte de TI? 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Propor a Implantação de uma Central de Service Desk com base no portfólio e demanda (da estratégia) e, incidentes e problema (da operação) à luz do ITIL V3 2011. 1.2.2 Objetivos Específicos 1. Efetuar uma revisão bibliográfica e análise comparativa sobre as boas práticas do ITIL V3 afetas à resolução do problema; 2. Realizar avaliação e análise da situação atual na instituição em relação ao serviço de suporte de TI; 16 3. Avaliar e propor a implantação da gerência de incidentes; 4. Avaliar e propor a implantação da gerência de problemas; 5. Avaliar e propor a implantação de uma ferramenta de TI para gerência de incidentes. 1.3 Justificativa A área de tecnologia da empresa busca cada vez mais estar qualificada em técnicas e ferramentas a auxiliar a suas atividades. Para isso é necessário acompanhar as tendências de mercado, a fim de melhorarem suas técnicas e consequentemente prestarem um serviço de qualidade ao seu cliente. Considerando as diversas técnicas que poderiam ser aplicadas a este trabalho optou-se por utilizar o ITIL, por se encontrar amplamente consagrada como o caminho mais seguro e bem-sucedido a busca por níveis mais elevados de desempenho no Gerenciamento dos Serviços de TI, trazendo uma visão world class, ou seja, uma visão mais aprimorada da excelência no atendimento para a área de TI, de forma alinhada com as áreas de negócio e à estratégia de negócio da organização. (MAGALHÃES e PINHEIRO, 2007) A Central de Service Desk é uma função de gerenciamento dos serviços de TIC da organização, isto é, uma unidade organizacional com estrutura funcional, técnica e administrativa. (MELENDEZ FILHO, 2011) Portanto pretende-se com o uso das técnicas apresentadas, propor a implementação de uma Central de Serviços e desta forma conseguir benefícios na melhoria da prestação de serviço. 17 2 METODOLOGIA Para execução desta monografia foi adotada a modalidade de pesquisa exploratória adotando–se a: •Análise bibliográfica incluindo o material base das disciplinas do curso de Governança de TI do SENAC, com vistas a fundamentar teoricamente seu conteúdo; •Análise documental de frameworks e guias de boas práticas relacionadas à governança de TI; •Estudo com obtenção de dados de processos atuais executados pelo departamento de informática da instituição. 2.1 Cronograma de Implementação A proposta de implantação dos processos de Gerenciamento de Portfólio, Demanda, Incidente e Problema será implementada no período de 5 (cinco) meses, conforme cronograma abaixo: Tabela 1 – Cronograma de Implementação do TCC CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO DO TCC Atividades 1º 2º Elaboração e validação da pergunta base, tema e objetivos Elaboração da proposta de trabalho Elaboração da estrutura do trabalho Elaboração da fundamentação teórica Elaboração do estudo de caso levantamento dos dados e análise da instituição Elaboração do estudo de caso – desenvolvimento do projeto e avaliação Elaboração dos elementos pré e pós textuais Consolidação e revisão de todo o tcc Fonte: Autor (2013) 3º Semana 4º 5º 6º 7º 8º 18 3 REVISÃO DE LITERATURA E FUNDAMENTOS 3.1 Tecnologia da Informação Para Magalhães e Pinheiro (2007), o papel desempenhado pela área de TI em uma organização em seu segmento de atuação, move-se de eficiência e eficácia para a efetividade e a economicidade em relação à estratégia de negócio da organização, forçando a implementação de Gerenciamento de Serviços de TI que leve à exteriorização da contribuição da área de TI para a geração de valor para a organização, maximizando o retorno para o negócio dos investimentos e das despesas efetuados em Tecnologia da Informação. Ainda segundo Magalhães e Pinheiro (2007), a cada dia que passa, as organizações tornam-se mais dependentes da Tecnologia da Informação a fim de satisfazer seus objetivos estratégicos e para atender às necessidades do negócio em que atuam. Uma área de TI que não considerar os objetivos estratégicos da organização em que se insere como os seus próprios objetivos, será uma área de TI que deseja ser apenas um simples provedor de tecnologia, haja vista que até mesmo os provedores de tecnologia, atualmente, tendem a preocupar-se com a estratégia de negócio de seus clientes, condição básica para a venda de serviços sob demanda. 3.2 Governança de TI De acordo com Silva et al. (2010), atualmente a TI tornou-se fundamental para o negócio da empresa a busca pela otimização de seus processos e a redução de custos e riscos levou à criação de vários frameworks de processos e melhores práticas. Magalhães e Pinheiro (2007) analisam que as áreas de TI das empresas tendem a adotar processos guiados pelas melhores práticas do mercado com objetivo de não terem de aprender e crescer por meio tentativas e erros já vivenciados e superados por outras organizações. Para Fernandes e Abreu (2008), o principal objetivo da Governança de TI é alinhar a TI aos requisitos do negócio, considerando soluções de apoio ao negócio, assim como a garantia da continuidade dos serviços e minimização da exposição do negócio aos riscos de TI. 19 Ainda dentro dessa ótica, segundo Fernandes e Abreu (2008), a Governança de TI deve: Promover o alinhamento da TI ao negócio, tanto no que diz respeito a aplicações como à infraestrutura de serviços de TI. Promover a implantação de mecanismos que garantam a continuidade do negócio contra interrupções e falhas. Seguindo Weill e Ross (2006), para que qualquer mudança ocorra é de suma necessidade que a governança não utilize apenas da estratégia somente e sim da implantação da cultura para que elas ocorram. 3.3 ITIL V3 Para Silva et al. (2010), os executivos das empresas precisam acompanhar as principais inovações tecnológicas, investindo na melhoria contínua de sua infraestrutura de modo a garantir alta performance e um ambiente altamente seguro e transparente. Magalhães e Pinheiro (2007) apresentam o ITIL como um conjunto de melhores práticas que vem ao encontro do novo estilo de vida imposto às áreas de TI, promovendo maturidade ao processo de gerenciamento de TI e propiciando a construção de “valor” para TI. Silva et al. (2010) ressalta que o principal foco das boas práticas reunidas no ITIL é descrever os processos necessários para gerenciar toda a infraestrutura de TI de forma eficiente e eficaz, garantindo os níveis de serviço acordados com os clientes. Ainda em Silva et al. (2010), o principal objetivo do ITIL é prover um conjunto de práticas de gerenciamento de serviços de TI testadas e comprovadas no mercado que podem servir como balizadoras, tanto para organizações que já possuem operações de TI em andamento e pretendem empreender melhorias, quanto para a criação de novas operações. 3.3.1 Estrutura do Modelo Para Fernandes e Abreu (2008), o ITIL pode ser considerada uma fonte de boas práticas utilizadas pelas organizações para estabelecer e melhora suas capacitações em gerenciamento de serviços e é composta por um núcleo e 20 orientações complementares (figura 1), como pode ser visto na estrutura detalhada que é apresentada mais a frente. Figura 1 - Núcleo do ITIL Fonte:OGC(2007) Ainda segundo Fernandes e Abreu (2008), segue uma breve abordagem de cada publicação do: Estratégia de Serviço: orienta sobre como as políticas e processos de gerenciamento de serviços podem ser desenhadas, desenvolvidas e implementada como ativos estratégicos ao longo do ciclo de vida de serviço. Entre os tópicos abordados nesta publicação, estão os ativos de serviço, o catálogo de serviços, gerenciamento financeiro, gerenciamento do portfólio de serviços, desenvolvimento organizacional, riscos estratégicos etc. Desenho de Serviço: fornece orientação para o desenho e desenvolvimento dos serviços e dos processos de gerenciamento de serviços, detalhando aspectos do gerenciamento do catalogo de serviços, do nível de serviço, da capacidade, da disponibilidade, da continuidade, da segurança da informação e dos fornecedores, além de mudanças e melhoria necessárias para manter ou agregar valor aos clientes ao longo do ciclo de vida de serviço. Transição de Serviço: orienta sobre como efetivar a transição de serviços novos e modificados para operações implementadas, detalhando os processos de planejamento e suporte à transição, gerenciamento de mudanças, gerenciamento de configuração e dos ativos de serviço, 21 gerenciamento da liberação e da distribuição, teste e validação de serviço, avaliação e gerenciamento do conhecimento. Operação de Serviço: descreve a fase do ciclo de vida do gerenciamento de serviços que é responsável pelas atividades do dia a dia, orientando sobre como garantir a entrega e suporte a serviços de forma eficiente e eficaz e detalhando os processos de gerenciamento de eventos, incidentes, problemas, acesso e de execução de requisições. Melhoria de Serviço Continuada: orienta, através de princípios, práticas e métodos de gerenciamento da qualidade, sobre como fazer sistematicamente melhorias incrementais e de larga escala na qualidade do serviço, nas metas de eficiência operacional, na continuidade do serviço etc., com base no modelo PDCA preconizado pela NBR ISO/IEC 20000:2005. Considerando os diversos processos e funções do ITIL, somente serão descritos os processos e funções afetos diretamente ao objetivo do trabalho. 3.4 Central de Serviços A elevação constante do nível de exigência dos clientes em relação ao desempenho dos serviços prestados e o acirramento da concorrência decorrente da globalização das organizações e dos mercados, tornou a entrega de serviços de classe mundial um importante fator, que pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma organização e, que sem duvida alguma, passível de ser considerado uma vantagem competitiva para a maioria das organizações. (MAGALHÃES E PINHEIRO,2007) Para Abreu e Fernandes (2008), estes serviços destinam-se a responder de forma rápida e eficiente as questões, reclamações e problemas dos usuários, de forma a permitir que os serviços sejam executados com o grau de qualidade esperado. A implementação de uma Central de Serviços permite centralizar a comunicação dos erros, dúvidas e solicitações relacionadas com os serviços de TI disponibilizados pela área de TI à organização, contribuindo para a diminuição do tempo de atendimento e de reparação dos serviços de TI. (MAGALHÃES E PINHEIRO,2007) 22 3.4.1 A evolução do conceito Para alcançar os objetivos traçados pelos clientes e pela estratégia de negócio da organização em relação aos serviços de TI, muitas organizações têm implementado um Ponto Único de Contato para a recepção das chamadas dos usuários e clientes relacionados ao serviço de TI e ao tratamento de eventos a eles relacionados. Em Magalhães e Pinheiro (2007), esta função é conhecida por diversos nomes, entretanto, há diferenças entre as abordagens habitualmente utilizadas: Central de Suporte: o propósito de uma Central de Suporte (Help Desk) é gerenciar, coordenar e resolver incidentes o mais rapidamente possível e assegurar que nenhuma requisição de ajuda será perdida, esquecida ou ignorada. Centro de Contatos: a principal ênfase de um Centro de Contato (Contact Center) está no atendimento profissional de grandes volumes de transações baseadas em chamadas telefônicas de serviços relacionados aos setores, como, por exemplo, tecnologia da informação, financeiro, seguros, mídia, promoções etc. Central de Serviço: a Central de Serviço (Service Desk) estende a gama de serviços e oferece uma abordagem ao mesmo tempo global, por ser a única porta de entrada, focada, pela especialização nos diferentes tipos de atendimento, permitindo que os processos de negócio sejam integrados aos processos que compõem o Gerenciamento dos Serviços de TI. 3.4.2 Motivadores para implantação de um Service Desk Segundo Magalhães e Pinheiro (2007), os principais aspectos que levam uma organização a investir na implementação e operação de uma Central de Serviços são: Fornecer um ponto único de contato com a área de TI para os usuários dos serviços de TI; Prover um suporte técnico de alta qualidade para o alcance dos objetivos de negócio, dedicando uma equipe de profissionais especialmente treinada para o suporte aos serviços disponibilizados e dimensionados de acordo com as reais necessidades de suporte ao usuário; 23 Ajudar a identificar e a reduzir o custo de propriedade (TCO) dos serviços de TI como um todo, assegurando o registro de todas as chamadas e o acompanhamento dos indicadores de desempenho do atendimento, permitindo a contabilização correta para cada serviço de TI dos seus custos de suporte; Suporte e comunicação das mudanças relacionadas com os serviços de TI; Ajudar na retenção, buscando a fidelização, dos usuários dos serviços de TI, uma vez que o registro de todas as chamadas e procedimentos executados permite a analise dos históricos dos clientes e a proposição de ações específicas para a melhoria da integração destes usuários com os serviços de TI; Contribuir para o incremento da satisfação dos usuários com os serviços prestados pela área de TI, pela criação de um padrão de atendimento e apresentação de uma postura frente aos usuários; Colaborar com a identificação de oportunidades de negócio que possa vir a ser atendidas pela área de TI. 3.4.3 Service Desk e os processos de gerenciamento de serviços Para o entendimento adequado do escopo e abrangência do trabalho, faz-se necessário uma explicação sobre os processos de serviços que serão abordados. Considerando os processos do ITIL, pretende-se explorar a aplicabilidade do framework ao contexto de uma Central de Serviço abrangendo o gerenciamento dos serviços a seguir. 3.4.3.1 Gerenciamento do Portfólio O processo de gerenciamento de portfólio, tem por objetivo documentar o ciclo de vida dos serviços oferecidos pela Central de Service Desk, desde a sua origem até a sua desativação. Portanto o portfólio é o repositório de todos os serviços ofertados pela Central de Service Desk, abrangendo a descrição básica daqueles que estão em operação, dos que já foram desativados, dos serviços que estão em análise de viabilidade e também dos serviços que estão em desenvolvimento e previsão de entrada em operação. (MELENDEZ FILHO, 2011) 24 3.4.3.2 Gerenciamento da Demanda Em qualquer atividade bem-sucedida, a demanda por produtos ou serviços é sempre maior do que a capacidade de atendimento do fornecedor. É raro encontrar um processo bem estruturado de gerenciamento de demanda no ambiente de TIC, que não possua mecanismos de priorização das demandas, muito menos de antecipação de providências antes que as demandas aconteçam. O principal desafio do processo de gerenciamento da demanda de serviços é manter o elevado grau de satisfação dos usuários, que tem relação direta com a agilidade no atendimento de suas requisições e com o custo envolvido. (MELENDEZ FILHO, 2011) O objetivo do gerenciamento da demanda é entender e influenciar a demanda dos clientes para os serviços e a provisão de capacidade para atender a essa demanda (FREITAS, 2010). O Gerenciamento de Demanda na Central de Serviço tem por finalidade principal a construção e manutenção de uma base de conhecimento a respeito do comportamento de seus usuários, permitindo a identificação, análise, qualificação e quantificação dos elementos básicos que servem de base para o desenvolvimento de ofertas de serviços diferenciados. (MELENDEZ FILHO, 2011) 3.4.3.3 Gerenciamento de Incidentes O processo de gerenciamento de incidentes tem a ver com a resolução de uma falha ou interrupção de um ativo de serviço de TIC, de maneira mais rápida possível e dentro da meta previamente estabelecida no acordo de nível de serviço, reduzindo o impacto negativo no andamento dos negócios. Busca-se a maior disponibilidade dos ativos de serviços entregues, propiciando elevar a produtividade dos usuários e, por consequência, aumentar o desempenho da organização, isso sem contar com a manutenção elevada do nível de satisfação do usuário. Para se ter sucesso no processo de Gerenciamento de Incidente, é necessária a implementação de um procedimento robusto de escalonamento e a interação com os demais processos de gerenciamento descritos no ITIL, em especial o Gerenciamento de Problema. O objetivo final é a implementação de uma solução definitiva para o erro detectado pelo usuário do serviço de TI. (MELENDEZ FILHO, 2011) 25 O Gerenciamento de Incidentes contempla o registro da falha reportada pelo usuário, a adoção de procedimentos rápidos de resolução, o acompanhamento da solução até o fechamento do registro de incidente de serviço, que será efetivado com o aceite final do usuário. (MELENDEZ FILHO, 2011) 3.4.3.4 Gerenciamento de Problemas O processo de gerenciamento de problema busca eliminar, de forma permanente, os problemas e os incidentes repetitivos que afetam a infraestrutura de TI e, consequentemente, a prestação dos serviços de TI à organização dentro dos níveis de serviços acordados, com a finalidade de oferecer serviços de TI mais estáveis e reduzir o impacto sobre a produtividade das áreas cliente e do negócio de uma forma ampla (MAGALHÃES e PINHEIRO,2007). O conceito do gerenciamento de problemas está ligado à prevenção de incidentes por meio da identificação e do tratamento definitivo da causa raiz de maneira que haja a redução do número geral de incidentes. Parte da premissa que, com a eliminação das causas, haverá uma diminuição da quantidade de incidentes e o consequente aumento do índice de disponibilidade dos ativos de serviços entregues aos usuários (MELENDEZ FILHO, 2011). 26 4 ESTUDO DE CASO 4.1 A Organização A instituição objeto do estudo é um órgão da administração pública indireta vinculada diretamente ao Governo do Estado do Tocantins, presente na capital e 20 cidades do interior com cerca de 550 funcionários. A área de Tecnologia da Informação do órgão trabalha no apoio as ações da instituição como área meio, nas atividades de desenvolvimento de sistemas, segurança da informação e suporte técnico. 4.1.1 Setor de Tecnologia A Assessoria de Tecnologia da Informação, como é conhecida hoje, surgiu no ano de 1995, no formato de Centro de Processamento de Dados – CPD. Nesse período os principais serviços oferecidos eram aquisição de equipamentos e suporte a usuário. Esse formato perdurou até início do ano 2000, quando os primeiros analistas de tecnologia da informação foram contratados pela instituição. A partir desse momento as ações da informática passaram a estar mais alinhadas com a estratégia da instituição. Em meados dos anos 2000, o departamento TI passou a desenvolver os primeiros produtos de sistemas. Nesse período foi criado o sistema administrativo e em seguida o sistema finalístico da instituição. Atualmente a Assessoria de TI é responsável pelas seguintes atividades: aquisição de equipamentos, aquisição de serviços de informática, manutenção corretiva e adaptativa dos sistemas internos, manutenção dos serviços de rede e internet e suporte técnico aos usuários da instituição. A equipe é formada por 8 técnicos, sendo 4 analistas de sistemas, 2 analistas de redes e 2 técnicos de manutenção. Atualmente área de TI está subordinada a Presidência da instituição, e no mesmo nível hierárquico dos setores da área meio e finalístico. 27 4.2 Coleta de Dados Para a coleta dos dados, foi realizada análise de documentos, dados da base de chamados do suporte técnico e entrevistas com os funcionários das respectivas áreas. Outros dados foram obtidos por meio da observação participante do autor da monografia que faz parte do quadro de TI, sendo assim possível a análise e levantamento de dados por meio de observação direta das atividades e serviços executados. Os instrumentos de coleta de dados adotados neste trabalho são descritos no quadro a seguir: Tabela 2 – Instrumentos de coleta de dados Instrumento de Coleta de Dados Entrevista Observação Direta ou dos participantes Documentos Dados Arquivos Universo pesquisado 2 Gerentes da área de TI, 3 coordenadores de outras áreas Acompanhar a equipe de Suporte Técnico Finalidade do Instrumento Coletar informações necessárias sobre a relação entre as demais com a área de suporte técnico na Instituição Compreender como funcionam os processos executados e gerenciados pela área de suporte técnico e atendimento ao usuário e identificar interdependências com os demais processos de Coletar informações de solicitações de suporte técnico e Solicitações Departamento (Memorandos Ofícios) Dados arquivos no Levantar informações sobre fluxo sistema que controla de atendimento e procedimentos os atendimentos Fonte: Autor (2013) 28 5 DISCUSSÃO 5.1 Critérios para interpretação dos achados do estudo de caso 5.1.1 Apresentação e Análise da Realidade Observada O departamento de informática do instituto é denominado Assessoria de Tecnologia da Informação. Tem por função orientar os processos de tecnologia da informação de forma que as recomendações e melhores práticas sejam adotadas, visando a melhoria da qualidade dos serviços prestados. Funcionalmente a assessoria possui ainda duas divisões setoriais. A primeira é a Área de Desenvolvimento de Sistemas. Esse departamento é responsável pelo desenvolvimento de sistemas e suporte técnico dos sistemas implementados na instituição e adquiridos de terceiros. O departamento possui 3 (três) analistas de sistemas que são responsáveis pela análise de requisitos, projeto, implementação, teste, implantação e suporte técnico. O suporte técnico da área de sistemas é realizado por solicitações via telefone, email e chat. Por não possuir um ponto único de registro de chamados não foi possível contabilizar os atendimentos de suporte da área de sistemas. A segunda Área de atuação diz respeito a Redes, Segurança e suporte ao usuário. Neste departamento as atividades estão ligadas a implantação e manutenção da infra estrutura de TI, manutenção de equipamentos de informática, instalação de softwares e suporte técnico ao usuário. O departamento conta com 2 (dois) analistas de redes e 2 (dois) técnicos de manutenção. O suporte técnico da área de infra estrutura é baseado em chamados por telefone, email e solicitação no sistema de help desk. A partir da abertura do chamado é feito um deslocamento do técnico do suporte ao local do incidente para que seja feito o reparo. O departamento possui uma média de 130 registros por mês de chamados no sistema. 5.1.2 Interpretação dos achados do estudo de caso Após realizar entrevistas e observação dos serviços executados, foi possível relacionar os principais problemas enfrentados pela equipe no que tange o suporte técnico ao usuário da instituição. 29 Processo de suporte técnico aos usuários não-estruturado como: registro do chamado, prioridade, procedimento para atendimento, canais de comunicação, todo atendimento é feito presencialmente; Falta confiança dos usuários em relação à capacidade de resolução dos problemas pela equipe de suporte técnico; Baixa qualidade dos serviços de TI; Falta de gerenciamento dos recursos alocados à atividade de suporte técnico; Problemas iguais resolvidos de modo repetitivo, sem que seja dada uma solução definitiva; Dependência de pessoas-chave na solução de alguns incidentes; Perda de foco no desenvolvimento dos trabalhos; Inabilidade em atender às necessidades do negócio; Suporte técnico descentralizado; Falta de gerenciamento para registro de incidentes; Inexistência de níveis de serviço. Devido aos problemas relacionados acima, o departamento de informática tem encontrado dificuldades na gestão dos serviços oferecidos, acarretando na prestação de serviço de baixa qualidade. 5.2 Combinação dos dados para responder às questões de pesquisa Partindo da situação analisada na instituição, sugere-se que sejam realizadas algumas mudanças nos processos da área de TI. Como proposta das ações a serem desenvolvida, segue abaixo suas correlações com os achados do estudo de caso: Tabela 3 – Proposta de correlações com os achados do estudo de caso Ação a ser desenvolvida Achados do estudo de caso Falta confiança dos usuários em relação à capacidade de resolução dos problemas pela Treinamento da equipe de TI; Revisão dos Processos; Implantação da Central de Serviço; Implantação do Processo de Gerenciamento de Portfólio; Implantação do Processo de Gerenciamento da Demanda; equipe de suporte técnico; Baixa qualidade dos serviços de TI; Perda de foco no desenvolvimento dos trabalhos; Suporte técnico descentralizado; Inabilidade em atender às necessidades do negócio; Falta de gerenciamento dos recursos alocados à 30 Ação a ser desenvolvida Achados do estudo de caso atividade de suporte técnico; Inexistência de níveis de serviço; Dependência de pessoas-chave na solução de alguns incidentes; Implantação do Processo de Gerenciamento de Incidente; Processo de suporte técnico aos usuários nãoestruturado como: registro do chamado, prioridade, procedimento para comunicação, atendimento, todo atendimento canais é de feito presencialmente; Implantação do Processo de Gerenciamento do Problema; Problemas iguais resolvidos de modo repetitivo, sem que seja dada uma solução definitiva; Implantação de um sistema para o gerenciamento de incidentes. Falta de gerenciamento para registro de incidentes; Fonte: Autor (2013) Após análise da tabela 3, é possível observar o relacionamento dos principais problemas enfrentados pela equipe de suporte com os processos e funções do ITIL, mostrando desta forma a importância da aplicação dos problemas sugeridos nesse projeto. 5.3 Proposta de implantação da Central Service Desk A biblioteca ITIL sugere o uso de melhores práticas, no âmbito do Ciclo de Vida do Serviço, com o objetivo de entregar valor ao usuário. Estruturalmente o ITIL divide suas funções e processos em 5 fases do Ciclo de Vida de um serviço de TI - Estratégia de Serviços, Desenho de Serviços, Transição de Serviços, Operação de Serviços e Melhoria de Serviços Continuada – tendo em cada fase um foco e objetivo a serem alcançados. A proposta de implantação fará referência aos níveis de Estratégia e Operação de Serviços, pois com o uso dos processos pretende-se aperfeiçoar os recursos de TI agregando valor ao usuário final. Inicialmente propõe-se a implantação dos seguintes processos: Gerenciamento de Portfólio, Gerenciamento da Demanda, Gerenciamento de Incidente e Gerenciamento de Problema. 31 5.3.1 Gerenciamento de Portfólio Para exercer o papel de uma verdadeira Central de Serviço de TIC, não basta que a central adote as melhores práticas, sistemas de última geração e desenvolva as competências e habilidades de seus profissionais direta ou indiretamente ligados à operação do dia a dia. Ela deve estabelecer seu modelo de planejamento estratégico seguindo os mesmos princípios e modelos de gestão de negócios. O macroprocesso ITIL de Estratégia de Serviço contribui diretamente para o desenvolvimento da competência de planejamento estratégico por parte da liderança da Central de Service Desk. O objetivo maior é desenvolver a capacidade de pensar e agir de forma estratégica a respeito da oferta de ativos de serviços que apóiam as necessidades e as características dos negócios de seus usuários. (MELENDEZ FILHO, 2011) O Planejamento Estratégico define, em linhas gerais, o caminho a ser seguido para reforçar a legitimidade de uma organização ao longo do tempo. Podemos caracterizá-lo, ainda, como o conjunto de objetivos e ações necessários ao cumprimento da missão e ao alcance da visão de futuro de cada instituição. Para transformar uma idéia estratégica em uma solução efetiva que venha a ser um ativo de serviço, que agregue valor ao negócio, recomenda-se a elaboração de um caso de negócio (business case), que justifique gastos e investimentos significativos, incluindo informações sobre custos, benefícios, alternativas e prejuízos da não implementação. O Business Case é um instrumento que permite prever os resultados de uma decisão. É uma ferramenta de planejamento e suporte à decisão que projeta os prováveis resultados financeiros e outras consequências de uma ação. Assim, o planejamento estratégico e business case formam a base para a execução do processo de Gerenciamento de Portfólio de Serviços, pois servem para registrar propostas de novos serviços e se os serviços entregues continuam atendendo aos requisitos de utilidade e garantia e ainda trazem retorno esperado. O Gerenciamento de Portfólio é um processo contínuo de planejamento que possui quatro subprocessos ou estágios descritos na tabela 4: 32 Tabela 4 – Subprocessos do gerenciamento de portfólio Subprocessos ou estágios Definir Analisar Aprovar Contratar Principais objetivos Elaborar o inventário de serviços em operação, serviços desativados, dos que estão em avaliação, dos novos em desenvolvimento e dos novos em transição Elaborar a proposta de maximização do valor dos serviços em operação, do alinhamento do serviço ao negócio, prioridades e equilíbrio entre demanda e oferta Autorizar ou reprovar propostas de mudanças de serviços ou desenvolvimento de novos serviços e os recursos necessários Comunicar decisões, alocar os recursos e proceder às contratações necessárias ao desenvolvimento e disponibilização do serviço Fonte: Autor (2013) É desejável que cada subprocesso haja uma unidade organizacional responsável por sua execução e encaminhamento para o estágio posterior. À medida que o serviço passa por esses estágios, ele adquire um novo status, possibilitando o acompanhamento de seu desenvolvimento até a entrada em operação. O framework ITIL estabelece ainda que o portfólio abranja três classes de serviço conforme figura 2: Figura 2 - Estrutura do Portfólio de Serviços Fonte: TI Exames (2011) Funil: contêm dados de todos os serviços que estão em processo de definição, análise, aprovação, contratação e em desenvolvimento. O serviços registrados no funil são aqueles que se encontram nas fases de projeto e de transição de serviços. 33 Catálogo de serviço: contêm dados de todos os serviços que estão em operação e os que foram liberados para entrada em operação. O catálogo é a ferramenta gerencial que possibilita a visão real e projeções da capacidade de atendimento da central. Serviços obsoletos: contêm dados de todos os serviços que já foram desativados. Este subconjunto forma uma base de conhecimento que contribui para a aprendizagem de vários aspectos relativos aos serviços desativados. Ao final, a implementação do portfólio deve refletir exatamente a estratégia, a tecnologia adotada e principalmente o alinhamento aos processos e negócios da instituição. A implantação deste processo se justifica pelo controle que será possível na manutenção dos serviços adequados para a instituição. O processo também irá colaborar para prover uma imagem estratégica do departamento de TI e melhorar a comunicação entre a TI e área finalística. Para o Gerenciamento do Portfólio será necessário a alocação de um técnico a ser o Gerente do Serviço, que ficará responsável pelo alinhamento estratégico, disponibilização e manutenção do portfólio. A proposta para implantação do processo seguirá o cronograma da tabela 5: Tabela 5 – Proposta do Cronograma para Gerenciamento do Portfólio GERENCIAMENTO DO PORTFÓLIO ATIVIDADES DIAS Identificar os serviços de TI 8 Identificar Projetos 6 Priorizar Projetos 4 Estimar Projetos 4 Implantação de Sistema de Gestão do Portfólio 10 Treinamento da Equipe de TI 10 Divulgação do Portfólio na Instituição 4 Desenvolvimento do Plano de Execução dos Projetos 10 Total 56 Fonte: Autor (2013) Na próxima seção será descrito as atividades a serem desenvolvidas no processo de gerenciamento da demanda. 34 5.3.2 Gerenciamento da Demanda O principal desafio do processo de gerenciamento da demanda de serviços é manter elevado o grau de satisfação dos usuários, que tem relação direta com a agilidade no atendimento das requisições. (MELENDEZ FILHO,2011) O gerenciamento da demanda é um processo relativamente complexo de atendimento às requisições principalmente porque eles atuam em áreas diferentes desde área meio até a finalística. O processo é estruturado com o objetivo de facilitar o monitoramento e controle das requisições em termos escopo, prazos, riscos, alocação de funcionários e aquisições. O gerenciamento da demanda requer a identificação, qualificação e a quantificação das ocorrências, com o propósito de entender o comportamento dos elementos ativos. Pretende-se com a implantação do Gerenciamento da Demanda na Central de Serviço o registro e classificação da volumetria dos chamados, com a finalidade de definir o quantitativo de operadores. Além disso, a construção de um banco de dados para registrar os comportamentos dos usuários é de fundamental importância para a manutenção dos serviços ofertados. O processo em geral do gerenciamento da demanda requer o monitoramento da requisição e deverá contemplar as seguintes etapas, conforme figura 3: Figura 3 – Proposta para o Fluxo do Gerenciamento da Demanda Fonte: Autor (2013) A proposta para o fluxo do gerenciamento da demanda será iniciado através do monitoramento da abertura do incidente, e em seguida as demais etapas descritas categorização, escalonamento, fechamento, indicadores e encerramento da requisição. 35 O registro das demandas permitirá ainda a identificação de padrões das atividades e processos administrativos e finalísticos e por consequência, a análise e previsão da demanda por ativos de serviço. Permite-se ainda o conhecimento do nível de maturidade de usuários a fim de oferecer suporte mais adequado em termos de capacitação, processos de atendimento e tecnologia de apoio. Com base nos padrões e monitoramento da base de conhecimento, proporcionará a unidade de operação otimizar a utilização da capacidade produtiva desses ativos até mesmo com uma possível transferência de carga de trabalho. Para a Central de Service Desk, essa base de conhecimento possibilitará a oferta de pacotes de serviços que agregam valor às atividades dos usuários, bem como a oferta de serviços em dias e horários de menor demanda, o que permitirá uma maior qualidade no atendimento e menor custo. Portanto o gerenciamento da demanda é de grande importância para que a Central de Serviço possa identificar os padrões de consumo de e assim se antecipar e se preparar para atender os usuários de forma mais adequada. O Gerenciamento da Demanda deverá ter a alocação de um técnico que será o Gerente do Serviço, responsável pelo gerenciar a demanda, capacidades e recursos dos processos. A proposta para implantação do processo está descrito na tabela 6: Tabela 6 – Proposta do Cronograma para Gerenciamento da Demanda GERENCIAMENTO DA DEMANDA Atividades DIAS Identificar Padrões de Demandas 8 Implantação de Sistema de Gestão de Demandas 10 Treinamento da Equipe de TI 6 Participar da Elaboração dos Acordos de Níveis de Serviços 4 Divulgação dos Acordos de Níveis de Serviços 4 Divulgação dos Recursos Disponíveis 4 Elaborar Plano de Comunicação com os usuários 10 Divulgar Processo de Gerenciamento da Demanda 4 Total 50 Fonte: Autor (2013) A seguir é realizado o detalhamento das atividades referentes ao processo de gerenciamento de incidente. 5.3.3 Gerenciamento de Incidente O processo de Gerenciamento de Incidentes possui uma relação estreita com a Central de Serviços, pois ela é responsável pelo monitoramento do processo de 36 resolução de todos os incidentes registrados. A Central de Serviços detém, dessa maneira, a responsabilidade pelo registro, andamento e fechamento de incidentes. Para a implementação do processo de gerenciamento de incidentes, será utilizado o modo receptivo, que é o método onde o usuário entra em contato com a Central de Service Desk estabelecendo uma interação. Ainda tratando da forma de relacionamento será predominantemente na modalidade à distância, em que a comunicação entre o usuário e a Central ocorrerá por meio de telefone, chat e email. Algumas atividades recomendadas pela biblioteca ITIL devem ser praticados a cerca do gerenciamento de incidentes. São eles: Modelos ou scripts de incidentes Corresponde ao conjunto de scripts a serem obedecidos pelos operadores da central, contendo os procedimentos e orientações a serem utilizados durante o ciclo de vida do incidente. Os scripts agilizam ainda a identificação de ações a serem tomadas, bem como orientam a que setor deve ser encaminhado o registro de incidente. Tratamento de incidentes Deverá realizar atividades e procedimentos executados pelos operadores de atendimento durante o ciclo de vida do incidente. Limite de Tempo de incidentes Em conjunto com corpo diretivo da instituição, definir as metas e indicadores do nível de serviço. Níveis de suporte e manutenção de ativos de serviço A estrutura de decomposição das equipes de suporte técnico e de manutenção, estabelecidas para facilitar e agilizar a resolução de incidentes deverão ser definidas no mínimo em três níveis. Nível 1 – suporte técnico a distância. Nível 2 – suporte especializado que só pode ser recuperado com a atuação de um especialista. Nível 3 – suporte técnico presencial que poderá ser realizado por analista ou técnico da central para incidentes que não tenham sido solucionados nos níveis anteriores. Na figura 4 é apresentado organograma funcional da Central de Service Desk. 37 Figura 4 – Níveis de Serviço de Suporte Fonte: Autor (2013) Escalonamento de incidentes Mecanismo utilizado para controlar a passagem de um nível de suporte para outro nível a fim de atender as metas de níveis de serviços acordados com a diretoria. Prioridade de incidentes Corresponderão as preferências e anterioridades de incidentes, com base em critérios que analisam o impacto do incidente em relação ao negócio da organização e à urgência da resolução. A tabela 7 mostra as prioridades a serem adotadas para a instituição: Tabela 7 – Prioridade de incidentes Código de Prazo para Descrição Prioridade solução 1 Crítico 1 hora 2 Alto 8 horas 3 Médio 24 horas 4 Baixo 48 horas 5 Planejado Planejado Fonte: Autor (2013) 38 Em seguida é possível realizar a matriz de classificação dos incidentes com relação às prioridades para a realização dos serviços de suporte conforme tabela 8. Impacto Tabela 8 – Matriz de Classificação dos incidentes. Alto 3 2 1 Médio 4 3 2 Baixo 5 4 3 Baixo Médio Alto Urgência Fonte: Autor (2013) Todos os incidentes e respectivos históricos devem ser registrados em um sistema de gerenciamento especifico que contenha no mínimo as informações abaixo: Numero de identificação do incidente; Categoria d incidente; Impacto do incidente; Grau de prioridade do incidente; Data de abertura; Origem do registro; Usuário solicitante; Usuário operador da central; Detalhamento da falha ou interrupção; Ações realizadas pelos operadores e supervisores para a solução do incidente; Hora de inicio de atendimento; Hora término de atendimento; Meta associada aos níveis de serviços acordados. As atividades do gerenciamento deverão contemplar: identificação, registro, categorização, priorização, diagnóstico inicial, escalonamento, investigação, resolução e recuperação e fechamento do incidente. Essas atividades deverão ser executadas pela Central de Service Desk e seguem o fluxo da figura 5. 39 Figura 5 – Proposta para o Fluxo do Gerenciamento de Incidente Fonte: Autor (2013) A figura 5 apresenta o fluxo para o gerenciamento de incidente que compreenderá as seguintes atividades: inicialmente é aberto o registro pelos canais de telefone, chat ou email, em seguida o incidente é identificado pela equipe da central que irá registrar, categorizar, priorizar, realizar o diagnostico inicial, verificar a necessidade de escalonamento. No caso de escalonamento será necessário uma investigação e diagnóstico para encontrar a solução para o incidente. Posteriormente apresentar a solução e fechar o incidente. Portanto o Gerenciamento de Incidente é de grande importância para a Central de Serviço, pois através deste processo que será restabelecido o serviço de forma mais rápida e com menos impacto para a instituição. 40 Para o Gerenciamento de Incidente, será necessário a alocação de um técnico a ser o Gerente do Serviço, alem de 2 (dois) técnicos para atendimento de primeiro nível, 2 (dois) técnicos para atendimento de segundo nível e 2 (dois) técnicos para atendimento de terceiro nível. A tabela 9 apresenta a proposta do cronograma para implantação do processo. Tabela 9 – Proposta do Cronograma para Gerenciamento de Incidente GERENCIAMENTO DE INCIDENTE Atividades Elaboração dos tipos de incidentes mais comuns Priorização dos Níveis de Incidente Implantação de Sistema para Registro de Incidentes Definir Scripts de Atendimento Implantação de ferramentas para monitoramento de eventos Elaborar Plano de Recuperação de Incidentes Elaborar Plano de Comunicação com os usuários Divulgar Processo de Gerenciamento de Incidente Total Fonte: Autor (2013) DIAS 10 10 10 15 10 10 10 5 80 Na próxima seção será descrito as atividades a serem desenvolvidas no processo de gerenciamento de problema. 5.3.4 Gerenciamento de Problema O processo de gerenciamento de problemas tem uma forte ligação com o gerenciamento de incidentes, porém conceitos totalmente diferentes. Enquanto o gerenciamento de incidente busca restabelecer o ativo de serviço o mais rápido possível, o processo de gerenciamento de problemas busca encontrar a causa raiz da falha, do mau desempenho ou da interrupção do serviço e implantar uma solução definitiva. (MELENDEZ FILHO, 2011) Para a Central de Service Desk, deve-se destacar que determinado problema oriundo de uma causa raiz pode ocasionar uma avalanche de incidentes. No gerenciamento de problema o modelo ITIL define alguns conceitos importantes conforme Melendez Filho (2011): Problema: causa ainda desconhecida de um ou mais incidentes; Solução de contorno: solução provisória para a resolução de um incidente cuja causa raiz ainda não foi identificada. Erros conhecidos: são falhas e interrupções de serviços que já possuem solução de contorno. 41 Solução: é a resolução definitiva ou permanente de uma falha ou interrupção de serviço. No caso especifico do estudo de caso fica, a sugestão para que o gerenciamento de problemas e o gerenciamento de incidentes compartilhem uma única base de dados de um sistema aplicativo de registro de controle, apenas diferenciando as identificações, isso porque geram dados e informações semelhantes. Algumas atividades recomendadas pela biblioteca ITIL devem ser praticados a cerca do gerenciamento de problema. São eles: Investigação e diagnóstico A investigação visa a identificar a causa raiz para se chegar a um diagnóstico e solução definitiva do problema. Dentre as várias técnicas de investigação sugerese ou uso de uma base de erros conhecidos e análise da causa raiz a partir de perguntas. Com base nas respostas são formuladas hipóteses que são testadas para se chegar à causa raiz. Solução de contorno É uma solução provisória, entre outras identificadas, para a resolução de um incidente cuja causa raiz ainda não foi identificada. Registro de erro conhecido na base de dados de erros conhecidos Conhecida a causa raiz do problema, ela deve ser registrada na base de dados de erros conhecidos, possibilitando consultas rápidas por parte das equipes da Central de Service Desk. Resolução do problema A solução definitiva é elaborada a partir do conhecimento da causa raiz. A solução deverá ser implantada imediatamente após a sua identificação. Fechamento do problema O fechamento de problema é efetuado pela equipe de gerenciamento de problema logo após a implantação da solução definitiva. Envolve alguns procedimentos de verificação que assegurem a integridade e a consistência de dados e informações do ambiente de gestão como um todo. Revisão do problema 42 Essa atividade é realizada para o caso de resolução de problema cuja a categoria seja “grave”, devendo ser documentado no sistema de gerenciamento de problema. Para a aplicação do processo de gerenciamento de problema, sugere-se a criação de uma unidade organizacional que se dedique à manutenção da base de dados de erros conhecidos e à execução completa do ciclo de atividades do gerenciamento de problemas. A proposta para o fluxo das atividades do processo é apresentado na figura 6. Figura 6 – Proposta para o Fluxo do Gerenciamento de Problema Fonte: Autor (2013) O fluxo para o gerenciamento de problema será iniciado quando um ou mais incidente não tiverem uma solução. Inicialmente deverá ser feito a identificação do problema realizando o seu registro. Em seguida será feita uma associação com outros incidentes sem solução e que já tenha sido arquivados. Posteriormente é feito a classificação, consulta a base de conhecimento para verificação de uma solução. Caso não tenha uma solução é necessário encontrar uma solução para a causa raiz do incidente. Após o sucesso nas etapas descritas a atividade é arquivada. Para uma Central de Serviço, o processo em questão estará focado na solução de problemas decorrentes de um ou mais incidentes e, portanto é de grande importância para o sucesso da central. 43 Para o Gerenciamento de Problema, será necessário a alocação de um técnico a ser o Gerente do Serviço e mais 1 analista técnico, que ficarão responsáveis para realizar a investigação e diagnóstico das causas raiz. A proposta para implantação do processo seguirá o cronograma da tabela 10: Tabela 10 – Proposta do Cronograma para Gerenciamento do Problema GERENCIAMENTO DO PROBLEMA Atividades Registrar os Problemas já conhecidos Elaboração das Soluções Alternativas Implantação de Sistema para Registro de Problemas Classificação dos Problemas de acordo com o impacto na organização Investigação e Diagnóstico da Causa Raiz dos Problemas Elaborar Plano de Identificação de Tendências Elaborar Plano de Comunicação com os usuários Divulgar Processo de Gerenciamento de Problema Total Fonte: Autor (2013) DIAS 10 10 10 10 15 10 10 5 80 Em seguida será apresentado o cronograma consolidado para a implantação das atividades descritas nas seções do gerenciamento do portfólio, demanda, incidentes e problema. 5.3.5 Cronograma de Implantação do projeto A seguir é apresentada a proposta de cronograma para implantação dos processos do ITIL proposto por este trabalho. Tabela 11 – Proposta do Cronograma para Implantação do Projeto CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO Atividades Treinar envolvidos Iniciar processo de implantação do Gerenciamento do Portfólio Iniciar processo de implantação do Gerenciamento da Demanda de Serviço Iniciar processo de implantação do Gerenciamento de Incidentes Iniciar processo de implantação do Gerenciamento de Problemas 1º Mês 2º Mês 3º Mês 4º Mês 5º Mês Fonte: Autor(2013) 5.3.6 Custo Estimado Para a efetivação da proposta de implantação da Central de Service Desk será necessário um investimento de R$ 50 mil reais, conforme plano abaixo: Consultoria: R$ 30 mil Treinamento: R$ 20 mil 44 5.3.7 Resultados esperados Pretende-se com a implantação das práticas apresentadas neste projeto um aumento da produtividade através da padronização de processos, eliminando retrabalho e controles paralelos, consolidando dados em um único local. Com a aplicação das premissas e diretrizes do ITIL aplicados a Central de Service Desk espera-se que as atividades abaixo sejam desenvolvidas na instituição: Consolidação do ponto único de contato de usuários de serviços de TI; Agilidade na recuperação dos ativos de serviços o mais rápido possível, utilizando soluções de contorno disponibilizado na base de dados de erros conhecidos; Registro dos incidentes desde a abertura do incidente reportado pelo usuário até o seu fechamento também com o usuário; Manutenção da base de conhecimento dos usuários e dos erros conhecidos; Quanto aos níveis de serviço que possa ser aperfeiçoado a qualidade por meio de um ciclo de negociação, definição e gerenciamento do nível dos serviços de TI e fomentar ações para melhoraria da qualidade dos serviços prestados. 45 6 CONCLUSÃO O trabalho descreveu a aplicação dos processos do framework ITIL, focado na proposta de implementação de uma Central de Service Desk, apresentando as atividades e procedimentos necessários à implantação dos processos. Para tanto foi realizado uma análise da instituição, onde foram elencadas as dificuldades enfrentadas pela equipe de suporte, e desta forma poder direcionar a proposta de implantação de forma a apoiar o departamento de informática na busca da melhoria nos serviços prestados. Após a análise da instituição, foram elencados alguns objetivos necessários para a implantação da Central de Service Desk e, portanto priorizado alguns processos da biblioteca ITIL que são eles: Gerenciamento do Portfólio, Gerenciamento da Demanda, Gerenciamento de Incidente e Gerenciamento de Problema. Posteriormente, foi proposto o plano do projeto de implementação da central que abordou os principais processos do ITIL, focando as atividades mais importantes que deverão ser executados em cada gerência. No processo do Portfólio, foi possível perceber que para exercer o papel de uma verdadeira Central de Serviço de TIC, não basta que a central adote as melhores práticas, sistemas de última geração ou tenha os profissionais mais habilitados. Ela deve estabelecer seu modelo de planejamento estratégico seguindo os mesmos princípios e modelos de gestão de negócios. No Portfólio, o Planejamento Estratégico tem a função de desenvolver a capacidade de pensar e agir de forma estratégica a respeito da oferta de ativos de serviços que apóiam as necessidades e as características dos negócios de seus usuários. Vimos ainda que, para transformar uma idéia estratégica em uma solução efetiva que venha a ser um ativo de serviço, que agregue valor ao negócio, recomenda-se a elaboração de um caso de negócio (business case), que justifique gastos e investimentos significativos, incluindo informações sobre custos, benefícios, alternativas e prejuízos da não implementação. Assim, o planejamento estratégico e business case são a base para a execução do processo de Portfólio de Serviços, pois irão apoiar o processo no gestão das propostas de novos serviços e se os serviços entregues continuam atendendo aos requisitos de utilidade e garantia e ainda trazem retorno esperado. 46 O processo de Gerenciamento da Demanda auxiliou na medição da capacidade necessária para controlar as requisições, prazos, riscos, alocação de funcionários e aquisições. Nesta etapa, foi definido o responsável por administrar estas atividades, atribuindo-lhes a responsabilidade de criação dos padrões de consumo, e os perfis de usuários que utilizam estes padrões, além de monitorar a capacidade dos serviços durante o seu ciclo de vida. O processo de Gerenciamento de Incidentes possui uma relação estreita com a Central de Serviços, pois ela é responsável pelo monitoramento do processo de resolução de todos os incidentes registrados. As atividades do gerenciamento deverão contemplar: identificação, registro, categorização, priorização, diagnóstico inicial, escalonamento, investigação, resolução e recuperação e fechamento do incidente. Essas atividades deverão ser executadas pela Central de Service Desk. Portanto, o Gerenciamento de Incidente será o processo responsável pelo restabelecimento do serviço de forma mais rápida e, com menos impacto para a instituição. Para o Gerenciamento de Incidente será alocado 7 (sete) técnicos sendo um o responsável pelo gerenciamento do processo. Para uma Central de Serviço, o processo de Gerenciamento de Problema estará focado na solução de problemas decorrentes de um ou mais incidentes. Atividades a serem praticadas na gerência estão relacionadas a: Solução de Contorno, Registro de erro conhecido na base de dados, Resolução do Problema, Fechamento do Problema e Revisão do problema Para a aplicação do processo de gerenciamento de problema, sugere-se a criação de uma unidade organizacional que se dedique à manutenção da base de dados de erros conhecidos e à execução completa do ciclo de atividades do gerenciamento de problemas. Além disso, será necessária a alocação de um técnico a ser o Gerente do Serviço, que ficará responsável para realizar a investigação e diagnóstico das causas raiz. Ao final da proposta, foi apresentado o cronograma de implantação dos processos da ITIL, desde a fase de treinamento até a implementação prática dos processos afetos ao problema, definindo o período de 5 (cinco) meses para a conclusão da implantação na instituição. Foram apresentadas, também, as expectativas quanto implantação da central. aos resultados esperados com a concretização da 47 6.1 Trabalhos futuros Como sugestão para trabalhos futuro recomenda-se a aplicação de outras práticas de forma a aperfeiçoar os processos do ITIL adotados nesse projeto. No gerenciamento do portfólio o Cobit 4.1 estabelece um conceito diferente, estando mais alinhado com a disciplina de gerenciamento de projetos. Desta forma o portfólio seria definido como um grupo de programas, serviços ou bens selecionado como forma de se monitorar e gerenciar o retorno do negócio. Para o processo de gerenciamento de incidente as melhores práticas sugerem a aplicação do método PDCA para o planejamento e execução das ações corretivas e evolutivas das atividades de gerenciamento de incidente. Ainda conforme a própria biblioteca ITIL recomenda, sugere-se a implementação de indicadores básicos de desempenho. Os indicadores definiriam os patamares mínimos e ideais dos indicadores a serem alcançados. 48 REFERÊNCIAS E FONTES CONSULTADAS COHEN,Roberto. Implantação de Help Desk e Service Desk. 1 ed. Ed. Novatec, 2008. FERNANDES, Aguinaldo A.F.; ABREU, Vladimir Ferraz de. Implantando a Governança de TI: Da Estratégia à Gestão dos Processos e Serviços. 2.ed. Rio de Janeiro: Ed. Brasport, 2008. MELENDEZ FILHO, Rubem. Service Desk Corporativo: Solução com Base na ITIL V3. Ed. Novatec, 2011. FREITAS, Marcos Andre dos Santos. Fundamentos do Gerenciamento de Serviços de TI. Editora Brasport, 2010. OGC, Office of Government Commerce. ITIL for service support. [United Kingdom]: Stationery Office, 2000. ISBN 0-11-330015-8. MAGALHÃES, Ivan Luizio; PINHEIRO, Walfrido Brito. Gerenciamento de serviços de TI na prática: uma abordagem com base na ITIL. São Paulo: Novatec Editora, 2007. Série gerenciamento de TI. SILVA, Marcelo G.R.; GOMEZ, Thierry A.M.P.; MIRANDA, Zailton C. De. TI: mudar e inovar: resolvendo conflitos com ITIL V3: aplicado a um estudo de caso. Brasília: SENAC DF, 2010. WEILL, Peter; ROSS, Jeanne W. Governança de Tecnologia da Informação. São Paulo: M. Books, 2006.