XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013, 9 a 13 de Dezembro.
A MÚSICA COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO NO ENSINO DE
LÍNGUA PORTUGUESA
Glaucia Alves da Silva1, Emanuelle Camila M. de Melo A. Lima 2
Introdução
O presente projeto teve como objetivo geral auxiliar na criação de uma atitude crítica e não
preconceituosa nos educandos diante das variedades linguísticas do português do Brasil, por meio de músicas
que contenham diferentes variedades, valorizando-as como elemento cultural.
A música é uma das formas de expressão mais utilizadas, pois alcança a todos, independentemente de
raça ou classe social. Sendo assim essa é uma das manifestações mais puras da cultura e do modo de pensar e
agir de um povo. E um dos motivos que, muitas vezes, se torna alvo de preconceito, é o fato de não só apresentar
traços de uma cultura popular, mas, principalmente, por apresentar variações linguísticas.
Com relação à escola, a repreensão das variedades linguísticas, muitas vezes, frequente em sala de aula,
por alunos ou até mesmo por professores, acaba perpetuando a visão errônea de que o Brasil possui apenas uma
variação linguística, sendo esta vista como a variedade de prestígio, o que não condiz com a realidade dos fatos,
uma vez que em nosso País temos contato com diferentes modos de falar a língua portuguesa.
Trabalhar esse tema em sala de aula permitiu que o alunado percebesse, que assim como nos outros
países, o Brasil não possui uma língua uniforme em todo seu território e que se faz necessário o devido respeito
às diferentes variedades linguísticas existentes.
Material e métodos
Este projeto foi realizado em uma escola de ensino fundamental, localizada na sede urbana do
município de Garanhuns-PE, em turma do 9º ano do Ensino Fundamental. No primeiro contato com a turma foi
apresentado o tema a ser abordado, o objetivo do projeto e foi feito um diagnóstico com o alunado através de um
questionário, para identificar o que eles já conheciam sobre a temática variedade linguística.
Foram apresentadas, em diferentes encontros, canções que possuem variedades linguísticas
diversificadas (Asa Branca, A volta da Asa Branca e Rap do Silva). Após esses momentos, foi analisado o
sentido das músicas de acordo com o contexto de seus compositores, advindas de diferentes contextos de
circulação, momento histórico/social, local de divulgação e finalidade de produção. Os alunos foram auxiliados
na transcrição das músicas apresentadas para a norma padrão, na produção de seminários, pesquisa sobre estilos
musicais (origem do estilo, músicas e cantores pertencentes, temas, variedades linguísticas e contexto social),
produção de painéis musicais e produção de paródias.
Resultado e Discussão
O preconceito linguístico surge da ideia de que existe apenas uma língua correta, que segue ao “pé da
linha” as regras gramaticais, sendo que as variações são tidas como impróprias ou erradas. Nesse pensamento o
que é mais importante é como se fala e não o que se fala. Assim, muitas vezes os alunos de escolas públicas, por
utilizarem uma variante linguística menos prestigiada socialmente, sentem-se inferiorizados porque a escola não
trabalha as variedades que eles usam. Tendo isso em vista, projetos como este desenvolvido na Escola de
Referência Francisco Madeiros buscam o resgate das variedades de uso dos alunos, respeitando-as, mas dandolhes oportunidade de refletirem sobre a língua portuguesa apropriando-se das variedades de prestígio de sua
língua.
Agradecimentos
A CAPES pelo financiamento do projeto, a Universidade Federal Rural de Pernambuco e a orientadora
Professora Mestre Emanuelle Camila M. de Melo A. Lima.
Referências
1
Aluna do curso de Licenciatura em Letras-inglês e suas respectivas literaturas.
E-mail: [email protected]
2
Professora Mestre da Universidade Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Garanhuns.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013, 9 a 13 de Dezembro.
[1] BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é como se faz. São Paulo: Loyola, 2000.
[2] SANTOS, Renata Helena dos. A variação linguística em sala de aula. Soletras, Ano VII, N° 14. São
Gonçalo: UERJ, jul./dez.2007. p. 69-84.
[3] AIRES, M. J. F.; ABUD, A. M.; ARAÚJO; S. R. F. P. O falar caipira presente em letra de música e o
preconceito linguístico. Anais do 6º Seminário de Pesquisas em Linguística Aplicada (SePLA), Taubaté:
UNITAU, 2010. p. 431-442.
[4] SILVA, F. E. da; ESTEVAM, T. C. Variação linguística na sala de aula: uma proposta de análise por
meio de textos dissertativos. Bebedouro: Fafibe, 2009. p. 37.
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Figuras
(Fotos das atividades realizadas no decorrer do projeto)
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Trabalho