RESISTÊNCIA PNEUMOCÓCICA QUAL O IMPACTO DA NOVA CLASSIFICAÇÃO NO TRATAMENTO? Paulo José Zimermann Teixeira Pavilhão Pereira Filho - Complexo Hospitalar Santa Casa Porto Alegre - RS Alta expectativa com uso de antimicrobianos Surgimento de resistência aos antimicrobianos Penicilina: suscetibilidade universal até a década de 60. Appelbaum et al., 1977; Jacobs et al., 1978; Koornhof et al., 1978, na África do Sul. CIM2,0 mg/ml de penicilina Ocorrência de resistência crescente e global. Resistência do pneumococo à penicilina Alteração de molécula alvo Produção de PBPs modificadas Um processo gradual e cumulativo Resistência pode ser vencida com uso de doses maiores OTIMIZAÇÃO DA TERAPIA ANTIMICROBIANA Dados de estudos clínicos Dados de sensibilidade local Custo Seleção ótima Farmacodinâmica Concentração da droga CIM Morte da bactéria Dose ótima Duração ótima Farmacocinética: absorção,distribuição e eliminação (OWENS,1997) Resistência à penicilina: Um conceito quantitativo <0,08 mg/ml S 0,12 - 1,0 mg/ml 2,0 mg/ml I R S. Pneumoniae: RESISTÊNCIA À PENICILINA NOS EUA Thornsberry et al. Diagn Microbiol Infect Dis 1997;29(4):249-57 ano 1983 1985 • MIC 0,06µg/mL : 2.699 (65,1%) 1987 • MIC 0,12-1,0 µg/mL: 915 (22,1%) • MIC2,0 µg/mL: 534 (12,8%) 1989 1991 1993 1995 1997 0 5 10 15 % das cepas isoladas 20 25 30 35 Resistência do Pneumococo à Penicilina na América Latina 70 60 50 % 40 Pen-R Pen-I 30 20 10 0 Argentina Brasil Chile Colombia México Uruguai Venezuela Clin Microbiol Infect 2004;10(7):645-651 Resistência à penicilina no Brasil: A década de 90 I 25 R 20 15 10 5 . K o et al l. et a sz K er te di ix e le o ne ir a et et al . al . . al et Te B ra n S es se D ia go lo s et al . 0 Comparação com outros estudos brasileiros realizados em diferentes regiões e diferentes períodos de tempo indica um padrão homogêneo de resistência à penicilina Resistência à penicilina em Porto Alegre ao longo do tempo (1995-2000) R I 35 30 25 20 15 10 5 0 95 96 97 98 99 2000 Dias C., UFCSPA,2001 Motivos da nova classificação Resposta clínica se mantinha preservada a despeito de maior resistência in vitro. Classificação anterior se baseava nas concentrações no líquor. Reduzir resistência bacteriana com redução do espectro, aumentando o uso das penicilinas. Mortalidade por PAC Grave causada por S. pneumoniae % 25 n=24 p=0,51 20 Pen-I+R: 15 145/504(29%) p=0,64 n=25 n=22 n=126 Pen-I Pen-S Pacientes adultos: 504 10 Acomp.: 10 anos 5 0 PenG ou Amp Ceftriaxona Pallares R et al – N Engl J Med 1995;333:474-80 Fatores de risco para mortalidade em PAC por Pneumococo Fator de risco OR (IC 95%) p Doença broncopulmonar 0,74 (0,12-4,33) 0,74 Uso prévio de antibióticos 0,19 (0,02-2,24) 0,18 Malignidade 2,78 (0,64-11,97) 0,16 Doença renal crônica 1,35 (0,15-11,89) 0,78 Imunossupressão 0,63 (0,01-28,48) 0,81 Alteração do estado mental 4,49 (0,93-21,65) 0,06 PAS<90 mmHg 0,84 (0,09-21,65) 0,87 Bacteremia 11,4 ( 3,17-41,3) < 0,01 Ventilação Mecânica 12,1 (3,56-41,2) < 0,01 PSI classes 4/5 0,9 (0,27-3,15) 0,90 Resistência à Penicilina 1,42 (0,36-5,58) 0,61 Resistência à múltiplas drogas 2,82 (0,70-11,38) 0,14 Song et al CID 2004;38:1570-78 Fatores de risco para mortalidade em PAC por Pneumococo Fator de risco OR (IC 95%) p Doença broncopulmonar 0,74 (0,12-4,33) 0,74 Uso prévio de antibióticos 0,19 (0,02-2,24) 0,18 Malignidade 2,78 (0,64-11,97) 0,16 Doença renal crônica 1,35 (0,15-11,89) 0,78 Imunossupressão 0,63 (0,01-28,48) 0,81 Alteração do estado mental 4,49 (0,93-21,65) 0,06 PAS<90 mmHg 0,84 (0,09-21,65) 0,87 Bacteremia 11,4 ( 3,17-41,3) < 0,01 Ventilação Mecânica 12,1 (3,56-41,2) < 0,01 PSI classes 4/5 0,9 (0,27-3,15) 0,90 Resistência à Penicilina 1,42 (0,36-5,58) 0,61 Resistência à múltiplas drogas 2,82 (0,70-11,38) 0,14 Song et al CID 2004;38:1570-78 Fatores de risco para mortalidade em PAC por Pneumococo Fator de risco OR (IC 95%) p Doença broncopulmonar 0,74 (0,12-4,33) 0,74 Uso prévio de antibióticos 0,19 (0,02-2,24) 0,18 Malignidade 2,78 (0,64-11,97) 0,16 Doença renal crônica 1,35 (0,15-11,89) 0,78 Imunossupressão 0,63 (0,01-28,48) 0,81 Alteração do estado mental 4,49 (0,93-21,65) 0,06 PAS<90 mmHg 0,84 (0,09-21,65) 0,87 Bacteremia 11,4 ( 3,17-41,3) < 0,01 Ventilação Mecânica 12,1 (3,56-41,2) < 0,01 PSI classes 4/5 0,9 (0,27-3,15) 0,90 Resistência à Penicilina 1,42 (0,36-5,58) 0,61 Resistência à múltiplas drogas 2,82 (0,70-11,38) 0,14 Song et al CID 2004;38:1570-78 Parâmetros atuais de sensibilidade MIC(µg/mL) Parâmetros Sensível Intermediária Resistente ≤0,08 0,12-1 ≥2 ≤0,06 Não considera ≥0,12 Não meningite,penicilina EV ≤2 4 ≥8 Não meningite,penicilina oral ≤0,06 0,12-1 ≥2 Classificação anterior Classificação atual Meningite,penicilina EV MMWR 2008;57(50):1353-1355 Resistência nos EUA % de isolados 100 93,2 75 50 Classif.anterior Classif.atual 25 5,6 1,2 0 Sens. Interm. Resist. MMWR 2008;57(50):1353-1355 Resistência do Pneumococo em Porto Alegre 2000-2004 (Novos critérios CLSI) Penicilina parenteral não meningite Sensível ≤2 µ/mL 338 (96,3%) Intermediário 4 µ/mL 12 (3,42%) Resistente ≥8 µ/mL 1 (0,28%) Total 351(100%) Penicilina parenteral meningite Sensível ≤0,06 µ/mL Resistente ≥0,12 µ/mL 234 (66,7%) 117 (33,3%) 351 (100%) Penicilina oral Sensível ≤0,06 µ/mL 234 (66,7%) Intermediário 0,12 – 1,0 µ/mL 63 (17,9%) Resistente ≥ 2 µ/mL 54 (15,4%) 351 (100%) Dias C., UFCSPA,2009 Resistência ano 1995-2004 S. pneumoniae – Porto Alegre, RS Antibiótico S (%) I (%) R (%) Eritromicina 96,0 0,4 3,6 Tetraciclina 89,9 0,8 9,3 Ceftriaxone 99,2 0,6 0,2 Resistência do S. pneumoniae Sucetibilidade do S pneumoniae de 4 hospitais de Porto Alegre Antibiótico Sensível Resistente Eritromicina Azitromicina Claritromicina 217 (94,8%) 217 (94,8%) 217 (94,8%) 12 (5,2%) 12 (5,2%) 12 (5,2%) Zettler FR et al. J Bras Pneumol 2005;31(4):312-317. Restante do Brasil: 9,5% de resistência para Azitromicina e Claritromicina Mendes et al., Clin Microbiol Infect 2004;10(6):521-6 Conclusões Resultados da análise farmacodinâmica demonstram menores taxas de resistência do Pneumococo. Estudos comparando desfechos em PAC por Pneumococos resistentes vs. sensíveis foram com antibióticos EV. Antibióticos orais seguem classificação anterior. Tratamento da PAC – Diretriz 2009 previamente hígidos Macrolídeos Betalactâmicos Ambulatorial Doenças associadas Antibióticos – 3 meses Internados não graves Fluorquinolonas ou betalactâmicos + macrolídeos Fluorquinolonas ou betalactâmicos + macrolídeos Tratamento da PAC – Diretriz 2009 Sem risco para Pseudomonas Betalactâmico + Fluorquinolona ou Macrolídeos Internados na UTI Com risco para Pseudomonas Betalactâmicos + Quinolona