De 20 a 26 de setembro E NT GE UR EM AÇÃO Informativo Semanal do Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo – Número 64 – Ano 2 – 2011 Diretoria entrega ofício solicitando a antecipação de reunião com o secretário Desde junho, quando os filiados se reuniram em AGE para preparar uma lista de reivindicações que seria entregue ao secretário da Fazenda, Andrea Calabi, e decidiram, a partir daquele momento, mobilizar-se pelo atendimento de suas demandas, a Classe aguarda ansiosamente pelo início das negociações com o representante da pasta. A reunião com o secretário aconteceu no fim de julho e ele havia ficado de dar uma resposta às reivindicações até o fim de agosto, o que de fato só aconteceu no fim de setembro. Mas a reunião entre a Diretoria do Sindicato e os representantes do governo ainda não ocorreu. O encontro está agendado para o dia 3 de outubro, data posterior a que estavam todos aguardando. Para demonstrar a inquietude da categoria, os AFRs iniciaram ações de mobilização, com paradas semanais e, na última terça-feira, 20, na sede da Sefaz, cerca de 200 colegas concentraram-se no 5º andar, onde o presidente do Sinafresp, Ivan Netto Moreno, protocolou um ofício pedindo a antecipação da reunião com o secretário da Fazenda, Andrea Calabi. O presidente do Sindicato estava acompanhado da vice-presidente, Miriam Arado, e dos diretores da entidade Maria Jordan de Azevedo, José Roberto Costa dos Santos, Igor Lucato Rodrigues e Jorge Breder. Também estavam presentes os conselheiros Pedro de Oliveira Abrahão e Valdeilton da Silva. Apesar de já ter sido publicada há alguns meses, diante dos fatos que vêm acontecendo em alguns lugares, publicamos novamente a matéria sobre assédio moral e alertamos para a importância de que todos a leiam - Página 7 Conheça o ganhador do concurso cultural - Páginas 4 e 5 FUBA: novidades sobre mandado de segurança - Página 3 Sinafresp em Ação | De 20 a 26 de setembro de 2011 Alesp decreta Dia do AFR em 21 de setembro Na última quarta-feira, 21 de setembro, foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo, o autógrafo nº 29.264, do Projeto de Lei nº 835, que institui a comemoração do Dia do Agente Fiscal de Rendas no dia 21 de setembro. Expediente DIRETORIA Presidente: Ivan Netto Moreno; vice-presidente: Miriam Arado; secretária-geral: Maria Jordan Azevedo; 1º tesoureiro: José Roberto Costa dos Santos; 2º tesoureiro: Igor Lucato Rodrigues; diretor de assuntos intersindicais: Jorge Luís Breder. Os autores do projeto de lei são os colegas e deputados estaduais Vitor Sapienza e Orlando Bolçone. Agora, fica faltando apenas a assinatura do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin. CONSELHO DE REPRESENTANTES Mesa Diretora Victor Núncio Aprile (DRTC III), presidente; Pedro de Oliveira Abrahão (Sede), vice-presidente; José Aparecido Ciocca (DRT 8), secretário-geral. AUTÓGRAFO Nº 29.564 Projeto de lei nº 835, de 2011 Autores: deputados Vitor Sapienza – PPS e Orlando Bolçone – PSB A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo decreta: Artigo 1º – Fica instituído o “Dia do Agente Fiscal de Rendas” no Estado de São Paulo. Parágrafo único – O “Dia do Agente Fiscal de Rendas” será comemorado em 21 de setembro. Artigo 2º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, aos 20 de setembro de 2011. a)BARROS MUNHOZ – Presidente Siga o Sinafresp no Facebook e no Twitter ou acesse www.blogdosinafresp.org.br e acompanhe as informações sobre os temas de interesse da categoria em tempo real. Fonte: Diário Oficial do Estado de São Paulo, Poder Legislativo, pág. 26, 21 de setembro de 2011. Comissão eleitoral homologa candidatos A Comissão Eleitoral para Eleições Suplementares de Representantes Setoriais das regionais de Erramos 2 Na edição passada do jornal Sinafresp em Ação (nº 63), equivocadamente, informamos que o Projeto de Lei nº 835/2011, que institui a comemoração do Dia do Agente Fiscal de Rendas no dia 21 de setembro, é de autoria do deputado estadual Vitor Sapienza. Mas gostaríamos de ressaltar que, além de Sapienza, o deputado Orlando Bolçone também é autor do referido projeto. Pedimos desculpas ao colega e deputado Bolçone e aproveitamos para ressaltar nossos votos de agradecimento a ambos os deputados. Campinas, Santos e Capital – DRTC I/Sé deliberou, no último dia 20, sobre o registro e a homologação dos concorrentes às eleições do Conselho de Representantes. A Comissão recebeu as inscrições dos candidatos ao Conselho de Representantes Setoriais das citadas regionais e, após análise acurada dos candidatos e da data de sua sindicalização, não tendo sido encontrado nada que os desabonasse, resolveu conceder o registro e a homologação dos seguintes candidatos inscritos: suplente pela regional de Campinas, Ângelo de Angelis; suplente pela regional de Santos, Sérgio Luiz Longo; e, pela regional da Capital, DRTC I/Sé, Paulo Roberto Bueno e seu suplente, Carlos Augusto Godeguez. As eleições vão ocorrer no dia 18 de outubro, das 9 às 17h. Serão instaladas urnas no Sinafresp, nas sedes das DRTs 2, 5 e na DRTC I/Sé, sendo que, nessa última, haverá urna na sede e também nos escritórios do Tatuapé e do Ipiranga. Confira no site do Sindicato e na próxima edição do Sinafresp em Ação o currículo de cada um dos candidatos. Comissão Fiscal Titulares: Antonio de Ponte Luís (DRT 2), Gilmar Domingos Macarini (DRT 10) e Flávio Werneck Sampaio (DRT 2). Suplentes: Nilo Calandria Ponce (DRT 12) e Humberto Arlow (DRT 15). Comissão de Ética Titulares: Décio Brites (DRT 16), Marco Aurélio Meira Garcia (DRT 11) e Antonio Guerra (DRT 3). Suplentes: José Carlos Ferreira (DRT 10) e Claudio de Lemos (DRT 8). Conselheiros Pedro de Oliveira Abrahão e Valdeilton da Silva (Sede); Francisco Elóy dos Santos; Marta Soares e Carlos Alberto Adolfi (CII); Victor Nuncio Aprile e Marcelo Henrique Yasuda (CIII); Flávio Werneck R. Sampaio e Antonio de Ponte Luís (DRT 2); Antonio Guerra e Miguel Siqueira (DRT 3); Henrique Fabiano dos Santos e Marcelo de França (DRT 4); Ricardo Castro dos Santos, Ariovaldo de Moraes e Rodrigo Máximo Teodoro (DRT 5); Antônio Marques dos Santos Filho, Rafael Carvalho de Oliveira e Arlindo F. de Aragão (DRT 6); Renato Saccaro e Alex Sandro Kuhn (DRT 7); Claudio de Lemos e José Aparecido Ciocca (DRT 8); Marco Antonio Calderaro e João Boucinha da Costa (DRT 9); José Carlos Ferreira e Gilmar Domingos Macarini (DRT 10); Gilson de Souza Takeya e Marco Aurélio Meira Garcia (DRT 11); Nilo Calandria Ponce e Laércio Luis Miatto (DRT 12); Renato Cialfi Abbondanza e Eurico Hissashi Shimofusa (DRT 13); Marcelo Mores e Wilson Cotrim Correia (DRT 14); Humberto Arlow e Osório Claudio Bortoli (DRT 15); Marco Antonio Pezzatto e Décio Brites (DRT 16). Suplentes Elizabeth Ferreira, Sergio Trentin Junior, Durvail Soares Pompeo, Ronaldo Maltinti, Elias Jose Costa, Marcel Martins Gama, Eliana M. P. Ferreira de Oliveira, Celso Araújo, Gilberto Ferreira Neves, Osvaldo da Silva Quintino, Pedro Ventura Esteves, Mauro Donizete Silveira Franco, Fábio Rodrigo de Lima Cicerre, Elisabeth Hunziker Marques, Jorge Fortin de Oliveira, Antonio Aparecido Sigoli, Milton Mazzarini, Cleber Stefani, Timoteo Camargo, Maria Andreto de Mendonça Candido, Sebastião Mendonça Ribeiro, Manoel Gregório Santos, Edgar Dourado Matos, Mauro Laércio Trombine Garrido, Adolpho Freitas Ávalos, Jair Botero, Jan Luiz Lluesma Parellada, Valdiney Gomes dos Santos, Carlos José de Souza, Edson Tomihiro Kato, Raimundo Bispo Teles, André Georges Aboul Hala, Aluisio Eloy Valadão, Célio Henrique Barbosa, João Zana, Suely B. R. Pereira Nascimento e José Francisco de Almeida. Jornal Sinafresp Conselho Editorial: Ivan Netto Moreno, Miriam Arado, Maria Jordan Azevedo, José Roberto Costa dos Santos, Igor Lucato Rodrigues, Jorge Luís Breder Jornalista Responsável: Angela Ferreira (Mtb 45376/SP) Estagiária: Maria Cecília Bere Repórter: Camila Brauer Revisão: Andrea Herszzon Diagramação: Anistela Nogueira de Noronha Tiragem: 6.100 exemplares Impressão: Potyguara Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores, não representando necessariamente a opinião do responsável pelo jornal e da Diretoria do Sinafresp. Endereço: Rua Maria Paula, 123 – 17º andar São Paulo – SP – CEP 01319-001 PABX: (011) 3113-4000 – Fax: 3113-4007 E-mail: [email protected] www.sinafresp.org.br Sinafresp em Ação | De 20 a 26 de setembro de 2011 Editorial A nossa reunião com o secretário, no dia 3 de outubro, envolve duas questões diferentes, mas ambas verdadeiras. Por um lado, podemos dizer que o encontro, que acontecerá daqui a uma semana, foi marcado com antecedência de três semanas apenas. Em condições normais, esse seria um prazo razoável, diante da agenda do dr. Andrea Calabi, que, sabidamente, é muito cheia. Aliás, por isso mesmo é que não nos soou o agendamento dessa data como uma tentativa de “enrolar” a categoria. Aliás, presumimos que há boa vontade tanto dele quanto de seu secretário adjunto, Philippe Duchateau, em analisar nossas demandas com seriedade e atender a todas, se possível. Sendo que nós, AFRs, sabemos que, diante de nosso sucesso em aumentar a arrecadação estadual muito acima da inflação e do crescimento econômico, que é perfeitamente possível atender aos nossos pleitos. Nosso problema com a data, portanto, é de ordem meramente prática: até o dia da reunião e, mais ainda, da conclusão da negociação, já terá sido encaminhada à Assembleia Legislativa a lei orçamentária para 2012. Isso introduz uma complicação para colocar em prática o acordo. Isso porque, estando em tramitação o projeto de lei orçamentária, caso haja (conforme esperamos) algum acordo com o governo que implique em aumento de despesa, serão necessários alguns passos a mais. Resumidam- Mandado de segurança contra a função básica A primeira das ações ajuizadas contra a função básica obteve julgamento favorável em primeira instância. No mandado de segurança, visando à equiparação funcional e salarial dos representantes fiscais e julgadores fiscais, funções básicas, com seus equivalentes, em grau imediatamente superior, o nobre magistrado da 3ª Vara da Fazenda Pública, apesar de não haver deferido a liminar, no julgamento de mérito, concedeu a segurança, “a fim de determinar à autoridade impetrada que se abstenha de classificar os servidores nomeados anteriormente à Resolução SF nº 33/10 nas funções básicas de representante fiscal e julgador fiscal”. A ação não foi julgada sob o fundamento da equiparação salarial e isonomia funcional, mas na impossibilidade de reclassificação com redução de vencimentos, após a nomeação dos novos AFRs. Após a publicação da decisão, diversos foram os pedidos de cumprimento da decisão proferida, até que a Fazenda apresentou arrazoado asseverando a impossibilidade do cumprimento da sentença por ausência de funções disponíveis para a designação dos beneficiados. A petição da Fazenda também indicava que, em razão da inexistência das funções, os interessados poderiam perder as funções básicas que exercem hoje e ser alocados na fiscalização externa, inclusive em outras DRTs, impondo- lhes prejuízos financeiros. Com a participação efetiva dos interessados no cumprimento da sentença e após a aprovação destes, o departamento Jurídico do Sinafresp apresentou petição rechaçando os argumentos apresentados pela Procuradoria Geral do Estado e insistindo na efetivação da decisão judicial já proferida. Apesar da construção conjunta da peça, do despacho pessoal com o juiz do processo e do esforço para que nossos argumentos fossem acolhidos, o magistrado da 3ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo cassou a liminar que havia sido concedida com a sentença. Segue abaixo a íntegra do despacho do juiz. “A Fazenda Pública demonstrou com dados a inocorrência de redução de vencimentos, finalidade precípua da sentença judicial e, especialmente, da concessão da medida liminar que ora é discutida. O impetrante, ao contrário, não demonstrou concretamente o risco iminente de redução de vencimentos. Logo, na esteira da decisão de fls. 286, dou por prejudicada a liminar concedida, e revogo-a. Remetam-se os autos ao E. TJSP para processamento da apelação.” A decisão foi publicada dia 23/9/2011 e o departamento Jurídico deverá apresentar recurso de agravo de instrumento visando ao restabelecimento dos efeitos da liminar que havia sido concedida. ente, esses passos são a apresentação de emenda ao orçamento, para nele incluir as consequências das negociações, e a aprovação dessa emenda. Claro que isso não é algo desesperador, uma vez que o governo tem apoio firme na Assembleia. Portanto, caso ocorra, ele poderá simplesmente propor a emenda necessária e, depois, usar parte de seu capital político para garantir sua aprovação. Mas isso não deixa de ser um elemento de incerteza. Assim, a nosso ver, seria muito mais interessante tanto para a categoria como para o próprio governo, que nossa negociação fosse concluída mais cedo, para garantir que já estivesse contemplada na peça orçamentária. Dessa maneira, ficaríamos com menos incertezas, o governo simplificaria o processo e evitaria que tivéssemos que fazer negociação política adicional para aprovar uma eventual emenda. A categoria fez sua parte nessa negociação, participando em grande número das mobilizações, na última terça-feira, inclusive, comparecendo muitos colegas ao 5º andar, em frente ao gabinete do secretário, para demonstrar a seriedade de nossas reivindicações e a importância de resolver o quanto antes nossos problemas. Deixamos aqui nosso parabéns aos inúmeros colegas que saem de sua zona de conforto para defender os interesses coletivos. Deixamos também um estímulo e um pedido para que os demais se juntem ao grupo e participem. AFR, atualize seu cadastro no Sinafresp Com a finalidade de melhorar a comunicação entre o colega AFR e o Sinafresp, a entidade solicitados seus filiados que atualizem seus dados cadastrais na secretaria do Sindicato. São informações fundamentais para o contato com os colegas, como telefones, endereço residencial, conta de e-mail particular válida, entre outras. A atualização também pode ser feita pelo telefone (11) 3113-4000 ou pessoalmente, na sede do Sindicato, localizada na Rua Maria Paula, nº 123, no centro de São Paulo. Quem optar por enviar os dados por e-mail deve encaminhar a mensagem para [email protected]. Lembre-se de que manter seu cadastro atualizado é fundamental para que o Sinafresp possa informá-lo sobre os assuntos de interesse da Classe. 3 Sinafresp em Ação | De 20 a 26 de setembro de 2011 Concurso cultural A melhor história da Classe Trabalho de profundidade Dezembro de 1986. O início foi no PFF.- Itirapuã - DRT/06. Depois de dois meses na Fronteira, a DEAT promove concurso de remoção. AFRs das Fronteiras foram transferidos para as cidades; os Postos Fiscais estavam com seus quadros desfalcados. Fui lotado precariamente no Posto Fiscal de Franca. Na mesma época lá chegaram os colegas: Marfan, Francisco Sobreira, Mariângela e o Seiti. Inicialmente nos passaram serviços de Carga e Descarga, Plantão Rodoviário e Fiscalização de Impacto - Roteiro Imagem. Passados alguns meses, fomos convocados para frequentar curso em Ribeirão Preto, período de 90 dias. Foram ministradas aulas de Direito Tributário, Legislação Tributária, Auditoria Contábil e Ficha de Conclusão Fiscal. Após o treinamento, retornei à Franca. Agora, com maiores conhecimentos. Estava apto a desenvolver o Roteiro Básico, que possibilitava aplicação de inúmeros sub-roteiros (Escrita Fiscal, Caixa, Levantamento Específico, etc.). Lembro que era rotina a gente levar pra casa, caixas e mais caixas de notas fiscais (saídas e compras) e os livros fiscais, para execução dos serviços. Nos Postos Fiscais não havia espaço para todos. As notas eram examinadas, uma a uma, eram conferidos os lançamentos nos livros, RS, RE, somava-se as colunas Base de Cálculo e Imposto Debitado/Creditado. Também eram conferidos os lançamentos no RAICM e transcrição para as GIAs. Outras verificações contábeis também eram realizadas. A única ferramenta de auxílio era uma calculadora eletrônica Sharp, que ainda tenho como recordação. Fitas de soma quilométricas esparramavam-se pelo chão. Esse trabalho se estendia até madrugada, quando exausto e com muito sono me recolhia. No final do mês, para concluir os intermináveis relatórios, datilografados na velha Remington, também adentrávamos a madrugada. Não foram poucas às vezes, que lá pelas 03h00 a esposa aparecia no “escritório” improvisado, e questionava o porquê de tanto trabalho, que além do dia, consumia também parte da noite. Recebia sempre a mesma resposta: trata-se de serviço complexo, empresa de grande porte, trabalho de profundidade. Ela compreendia e voltava a dormir. Em 1988 por conveniências familiares, pedimos transferência para o Posto Fiscal de Ituverava, também sede de Inspetoria. Cheguei no mês de abril. O Inspetor atribuiu-me os serviços da Operação Sacarose. Nunca tinha visto uma usina de açúcar ou destilaria de álcool. A região possuía 03 destilarias e uma usina. Foi colocado à disposição uma Belina ano 85 e o motorista, Sr. Alarico. A viatura era de uso mais restrito do Inspetor. Com o bom andamento da Operação Sacarose, o Inspetor, Senhor Osvaldo Lima, já naquela época, planejava ações de fiscalização repressiva e preventiva. Esboçou um trabalho fiscal a ser executado junto ao comércio atacadista (cerealistas), agregado à produção de cereais, principalmente feijão. O 4 município de Guaíra era o maior produtor de feijão do país, detinha a maior área irrigada da América Latina. A tarefa inicial consistia em percorrer mais ou menos 150 fazendas produtoras, nos municípios de Guaíra e Miguelópolis, para cadastramento das lavouras. Verificar a área plantada e apresentar a previsão de safra. Depois seriam visitadas na época da colheita (set/outubro) para contagem dos estoques. O trabalho era supervisionado pelo colega AFR José Carlos Ficher. Foram escalados: Eustáquio, Bráulio, Márcio Sandoval, Écio, Marcos Fogaça e eu. Veículos colocados à disposição: duas Brasílias ano 80 à álcool, com dois carburadores. Para maior segurança dos AFRs, deslocávamos em duplas. No mês de junho, o tempo estava seco, nas estradas muita poeira, a região é de terra roxa. As carretas que transportavam canade-açúcar, “moíam” a terra, o pó era tão fino que parecia talco... A Brasília não era confiável; mecânica regular; e o pior de tudo, tinha buracos no assoalho. Quando saíamos do asfalto a poeira vermelha nos sufocava; quando cruzávamos com as carretas, nada se via, nem com faróis acesos. Tempos bicudos... Laborávamos em condições muito adversas. Saía às 08:00 e retornava depois das 18:00 horas. Guaíra fica a 75 Km da sede. 150 km de ida e volta, mais uns 80 nas andanças na Zona Rural. Percorríamos 230 km. Diariamente. No primeiro dia, chegamos tarde, passava das 18:30. Quando estacionei na frente da minha casa; do outro lado da grade, no pequeno jardim, esposa e filho me aguardavam. Por pouco não me reconhecem. O cabelo, que era castanho, estava vermelho de terra, ruivo; o rosto suarento e macerado com a poeira, a roupa carregada de pó... Ela olhou bem pra mim e espantada perguntou:- O que é isso? Onde você estava? - Estava trabalhando, percorrendo as fazendas da região. É trabalho de profundidade. Ela emendou:- Realmente! Nesse estado, deveria mesmo estar cavando alguma cisterna... Ganhei um beijo do meu filhote, de quatro aninhos, e fui direto para um merecido banho. Essas linhas mais se parecem com uma “estória”, mas não é. Aconteceu. É realidade. Passados 25 anos, olho no espelho e vejo que a neve caiu sobre a telha. Apesar das lutas, dificuldades, conquistas e perdas, cumprimos o nosso dever e fomos felizes.Agora, na última volta, aguardando a bandeirada presencio a chegada dos “novos”, a turma de 2010. Moças e rapazes, a maioria com idade entre 26 e 30 anos, a mesma quando ingressei. Chegam com muita energia, possuem grandes conhecimentos. Venceram um certame dificílimo. Estudaram com afinco 15 matérias. Dominam com maestria os computadores. Vejo que carregam também na bagagem, como nós em 86, sonhos e esperanças na nova jornada... Desejo que sejam felizes também... e que suas conquistas sejam as mais auspiciosas, justas e merecidas. AUTOR: Antônio José de Paula Costa / DRT 6/Ribeirão Preto Sinafresp em Ação | De 20 a 26 de setembro de 2011 Conheça o vencedor Nome: Antonio José de Paula Costa Casado: Vanderléa Dias Machado Pai: Denizard de Paula Costa Idade: 53 anos Local de nascimento: Jeriquara/SP DRTs onde trabalhou: Franca e Ituverava Atualmente trabalha na DRT: Ribeirão Preto P ara comemorar o Dia do Agente Fiscal de Rendas, o Sinafresp realizou o “Concurso Cultural – A Melhor História da Classe”, por meio do qual os colegas puderam trocar experiências, além de se divertir com variadas histórias de colegas da Carreira. O grande ganhador do concurso foi o colega Antonio José de Paula Costa, da DRT 6/Ribeirão Preto, com a história “Trabalho de Profundidade”, na qual ele contou as vivências da profissão em seu início de carreira, observou as mudanças ocorridas ao longo do tempo e desejou sorte aos novos colegas que estão ingressando na categoria. A história teve 38 votos. Antonio Costa entrou na Carreira pelo concurso de 1986. Segundo ele, para ser Agente Fiscal de Renda é preciso ser uma pessoa determinada, estudiosa e que aceita desafios: “Essa é uma carreira de grande importância dentro do Estado, que exige desafios e dedicação, mas que proporciona alegria e realização pessoal”, e completou dizendo: “Também é importante ressaltar as amizades que se formam no local de trabalho e que nos proporcionam grande aprendizado.” Em novembro, Antonio Costa vai sair de férias e aproveitar esse período para usufruir o seu prêmio no concurso: uma viagem à Argentina com direito a acompanhante, com passagens e hospedagem pagas pelo Sinafresp. Em segundo lugar no concurso ficou a história “O Menino Desaparecido”, do AFR Ivan M. Loureiro de Carvalho, da DRTC III/Butantã, com 18 votos. Empatadas em terceiro lugar, com 17 votos, ficaram as histórias “Começou na Engenharia”, de Antonio Lourenço Colloagente, da DRT 8/São José do Rio Preto, e “Seguindo Ordens”, de Jan Luiz Lluesma Parellada, da DRT 11/Marília. Parabéns e obrigado a todos os colegas que enviaram suas histórias e aos que votaram! “Esta é uma carreira de grande importância dentro do Estado, que exige desafios e dedicação, mas que proporciona alegria e realização pessoal.” 5 Sinafresp em Ação | De 20 a 26 de setembro de 2011 Dia do AFR Veja como foram as comemorações no Brasil No último dia 21, todos os Agentes Fiscais de Rendas comemoraram o seu dia e, em todo o país, diversos sindicatos realizaram, ou vão realizar, atividades para celebrar essa data. Acompanhe abaixo a comemoração em algumas localidades. No Sindare/TO, na manhã do dia 21, foi feito um café da manhã com os filiados, que contou com a participação de dois parlamentares do Estado, a deputada estadual Josi Nunes e o deputado Federal Junior Coimbra. Também com um café da manhã, foi comemorada a data no Sinaffepi/PI. Na ocasião, o deputado federal João Dado (PDT/SP) proferiu uma palestra sobre Reforma Tributária aos auditores. Estava presente o coordenador da Comissão de Participação Política da Fenafisco, Nilson Fernandes, que fez um relato sobre as leis e reformas que atingem diretamente o auditor fiscal. O evento contou com a presença dos deputados estaduais Firmino Filho (PSDB) e Marden Menezes (PSDB), este último autor da lei que criou o Dia do Auditor Fiscal no âmbito estadual. No Sindafep/PR, mais de 200 pessoas estavam presentes no coquetel, durante a VI Expoarte e a III Expofoto. Para comemorar o Dia do Auditor Fiscal, também houve o lançamento do livro “A Arte no Sindafep – Expoarte: Memórias – Volume I”, que resgata a história da Expoarte e de seus expositores. Na solenidade, o presidente do sindicato, Agenor Carvalho Dias, fez o pronunciamento. O Sindifisco/MS comemorou a data com um jantar para todos os filiados no sábado, dia 17. A noite foi aberta com um show humorístico. Na sequência, foi realizada uma homenagem aos fiscais aposentados, com a entrega, feita pelos dirigentes da Fenafisco, de uma placa em nome desses servidores e, em seguida, todos participaram de um jantar dançante. No sábado, 24 de setembro, o Sindifisco/GO também presenteou os filados com um jantar. E, em Pernambuco, o Sindifisco/PE organizou um evento em sua sede para os filiados. Já no Ceará, o Sintaf/CE, durante todo o mês de setembro, realizou seminários e também um curso de formação sindical. Além disso, na programação está previsto que, no dia 8 de outubro, haverá um evento. O Sindifisco/AM comemorou a data entre os dias 20 e 22 de setembro, realizando a 5ª Semana do Auditor Fiscal de Tributos Estaduais, na qual foi realizado um ciclo de palestras que abordaram alguns temas como a reforma tributária e os reflexos na Zona Franca de Manaus, a importância da participação política dos servidores do Fisco e os reflexos do desenvolvimento tecnológico e das ferramentas digitais nas atividades do auditor fiscal. Além de terem promovido uma ação junto com estudantes de uma escola estadual em que foi abordado o tema da Educação Ambiental. No Sindifern/RN, a data foi muito celebrada, pois, pela primeira no Estado, os auditores fiscais comemoraram o Dia do Auditor Fiscal. As festividades começaram às 15 horas, com a exposição Sindifisco/AM Sindifisco/MS Piauí 6 de painéis sobre Previdência Complementar e Participação Política do Fisco. Em seguida, houve um coquetel para os convidados. Estavam presentes o diretor de aposentados da Federação Nacional do Fisco, da Fenafisco, Marco Aurélio Garcia, e o presidente da Comissão de Participação Política, também da Fenafisco, José Nilson Fernandes Filho. O Sindifisco/SC vai aproveitar as eleições da Diretoria, no dia 7 de outubro, para celebrar o Dia do Agente Fiscal de Rendas. Segundo o sindicato, a comemoração será feita até o dia 22. O Sindifiscal/ES fará a comemoração em novembro, aproveitando o aniversário do sindicato, no dia 5. A sessão solene de aniversário e celebração da data está marcada para o dia 8 de novembro, na Assembleia Legislativa. E, na Paraíba, a data será festejada no dia 2 de fevereiro. Os demais sindicatos ou não comemoraram ou não retornaram as solicitações feitas pela equipe do Sinafresp em Ação antes do fechamento desta edição. Sinafresp em Ação | De 20 a 26 de setembro de 2011 Assédio moral Por uma conduta com dignidade e integridade no ambiente de trabalho Pode-se dizer que um trabalhador sofre assédio moral no trabalho a partir do momento em que ele é exposto a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante sua jornada. A forma mais comum de assédio moral ocorre em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas. Há diversos artifícios que um superior pode utilizar para assediar um subordinado. De forma geral, assédio moral é definido como uma conduta frequente e intencional expressada por meio de gestos, palavras, comportamento e atitudes que atinjam a dignidade e integridade física e psíquica de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou desestabilizando o ambiente de trabalho. As condições de assédio moral não atingem diretamente só a pessoa, mas sim um grupo todo. Ele não é necessariamente focado na pessoa, mas todo o ambiente de trabalho vai ficar poluído, contaminado com essa situação. As condições de assédio moral expõem a pessoa em situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções (Veja no quadro Deterioração proposital das condições de trabalho • Retirar da vítima a autonomia. • Não lhe transmitir mais as informações úteis para a realização de tarefas. • Contestar, sistematicamente, todas as suas decisões. • Criticar seu trabalho de forma injusta ou exagerada. • Privá-la de acesso aos instrumentos de trabalho: fax, telefone, computador, mesa, cadeira, entre outros. • Retirar o trabalho que normalmente lhe compete. • Dar-lhe, permanente, novas tarefas. • Atribuir-lhe, proposital e sistematicamente, tarefas superiores às suas competências. • Pressioná-la para que não faça valer seus direitos (férias, horários, prêmios). • Agir de modo a impedir que obtenha promoção. • Atribuir à vítima, contra a vontade dela, trabalhos perigosos. • Atribuir à vítima tarefas incompatíveis com sua saúde. • Causar danos morais, psicológicos, físicos ,entre outros, em seu local de trabalho. abaixo algumas atitudes hostis sobre assédio moral) Apoio Sindical Para o gerente de Direto Trabalhista da Eletronorte, Eli Pinto de Melo, o assunto assédio moral deve ser entendido sob a ótica de que cada pessoa se coloque em todas as posições, inclusive na de um possível assediador. Segundo Melo, as formas de controle no trabalho estão mudando e a educação geral visa ao individualismo, a indiferença no relacionamento com o próximo. “Hoje em dia, o trabalhador fiscaliza o trabalhador, o servidor fiscaliza o servidor, com o objetivo de obter algum tipo de ganho ou cargo e, assim, torna o ambiente muito pouco solidário, sujeito a pressões psicológicas e propício ao assédio moral”. O gerente acredita que os sindicatos, se bem estruturados e fortes, podem ser uma grande solução para esse problema, à medida que se tornam entidades que lutam e defendem o associado e que vão disseminar conhecimento. “No momento em que ocorre um ato de assédio moral, muitas vezes, quem • Dar-lhe, deliberadamente, instruções impossíveis de executar. • Não levar em conta recomendações de ordem médica indicadas pelo médico do trabalho. • Induzir a vítima ao erro. • Controlar suas idas ao médico. • Advertir a vítima em razão de atestados médicos ou de reclamação de direitos. • Contar o tempo de permanência ou limitar o número de vezes em que o trabalhador vai ao banheiro. Isolamento e recusa de comunicação • A vítima é interrompida constantemente. • Os superiores hierárquicos ou colegas não dialogam com a vítima. • A comunicação com a vítima passa a ser unicamente por escrito. • Recusa de todo contato com a vítima, mesmo visual. • A pessoa é posta separada dos outros. • Ignorar a presença da vítima, dirigindo-se apenas aos outros. • Proibir os colegas de falarem com oa vítima. tem que interferir é o sindicato, pois, se o trabalhador, por si só, adotar uma postura mais rígida, isso pode respingar nele. E, nesse caso, quem vai protegê-lo? Quem vai entrar ali dentro, de peito aberto, para tomar satisfação?”, objetivou Melo. “O nosso desenvolvimento tem que partir também de um fortalecimento sindical, é o momento de nós fortalecermos os sindicatos, esse é o momento”, defendeu. De acordo com o gerente, na Itália, há uma diferenciação entre dois tipos de assédio: aquele em que o assediador escolhe uma vítima específica (em geral, os outros se sentem bem com o massacre) e outro em que o assédio é feito conforme o prestígio do assediador (exemplo – se for um diretor, ele manda até “dançar na boquinha da garrafa”). Para exemplificar a relação de assédio moral, a professora e ouvidora Geral da UFRJ, Cristina Ayoub Riche, retomou o mito de Sísifo: “Castigado por ter enfrentado os deuses e condenado por sua rebeldia e audácia a carregar eternamente uma pedra ladeira acima, que escorregava assim que chegava ao topo, denotando um trabalho incansável, infindável e sem resultado prático. Sendo assim, segundo Cristina Ayoub, a solução para todo esse problema do assédio moral é pedagógico: “É preciso que as instituições promovam ações que possibilitem combater o déficit de autoestima, de liderança, de conhecimento e de comunicação.” Sobre esse tema, encontra-se pronto para a pauta, na Comissão de Seguridade Social e Família, o PL 7202/2010, que estabelece que, independentemente de ser ou não por motivo de disputa relacionada ao trabalho, a ofensa moral intencional no ambiente de trabalho deve ser considerada acidente de trabalho, tramita na Câmara dos Deputados. A fim de mostrar as consequências do assédio moral na saúde das pessoas, tanto homens quanto mulheres, Cristina adverte que os reflexos em quem sofre o assédio moral são extremamente significativos. Esses sintomas vão de queda da autoestima até a existência de problemas de saúde. De acordo com ela, para evitar essa situação, é preciso, em primeiro lugar, acreditar na possibilidade de mudança. “Isso só depende de nós, individualmente e coletivamente”, destacou. • Não deixar a vítima falar com ninguém. • A direção recusa qualquer pedido de entrevista. • Não repassar o trabalho, deixando o trabalhador ocioso. • Provação quanto às suas crenças religiosas ou convicções políticas. • Atribuição de tarefas humilhantes. • São dirigidas injúrias com termos obscenos ou degradantes. O caso de Sísifo Atentado contra a dignidade • Utilização de insinuações desdenhosas para desqualificá-la. • Realização de gestos de desprezo diante dela (suspiros, olhares desdenhosos, levantar de ombros). • A pessoa é desacreditada diante dos colegas, superiores e subordinados. • São propagados rumores a respeito da vítima. • São atribuídos problemas psicológicos (por exemplo, afirmações de que a pessoa é doente mental). • Zombaria sobre deficiências físicas ou sobre aspectos físicos; a pessoa é imitada ou caricaturada. • Críticas à vida privada da vítima. • Zombarias quanto à origem ou nacionalidade da vítima. Violência verbal, física ou sexual • Ameaças de violência física. • Agressões físicas, mesmo que de leve, a vítima é empurrada, tem a porta fechada em seu rosto. • Somente falam com a pessoa aos gritos. • Invasão da vida privada com ligações telefônicas ou cartas. • A vítima é seguida na rua, inclusive, em vários casos, é espionada diante do domicílio. • São feitos estragos em seu automóvel. • A pessoa é assediada ou agredida sexualmente (gestos ou propostas). • Os problemas de saúde da pessoa não são considerados. • A vítima somente é agredida quando está a sós com o assediador. 7 Sinafresp em Ação | De 20 a 26 de setembro de 2011 Mobilizações continuam Na terça-feira, 20 de setembro, foi mais um dia em que os Agentes Fiscais de Rendas do Estado do Estado de São Paulo paralisaram 8 suas atividades por 15 minutos, no período da manhã. A Classe aguarda ansiosamente pela reunião com o secretário da Fazenda, Andrea Calabi, e para saber qual será o posicionamento do governo perante as reivindicações da categoria. A cada semana, o número de colegas que aderem às mobilizações aumenta. Veja abaixo as fotos das mobilizações realizadas em diversas localidades.