AVALIAÇÃO IMAGINOLÓGICA DAS DISPLASIAS ÓSSEAS: ESTUDO RETROSPECTIVO
UTILIZANDO TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO
¹Nascimento EHL, ²Cavalcanti PHP, ³Perez DEC, ³Pontual MLA,
1Aluna
4Frazão
MAG, ³Ramos-Perez FMM
de Graduação em Odontologia da Universidade Federal de Pernambuco, Recife-PE; 2Cirurgião-dentista pela Universidade Federal de Pernambuco, Recife-PE; 3Professor do Curso
de Odontologia da Universidade Federal de Pernambuco, Recife-PE; 4Professor do Curso de Odontologia, Faculdade de Odontologia do Recife, Recife-PE.
INTRODUÇÃO
As displasias ósseas periapical, focal e florida são lesões fibro-ósseas geralmente diagnosticadas em exames
radiográficos de rotina. O diagnóstico é clínico-radiográfico e suas características variam com o estágio de
evolução em que a lesão se encontra.
Gráficos 1 e 2: (1) Distribuição/frequência dos dentes afetados na Displasia Periapical; (2) Distribuição/frequência
dos dentes afetados na Displasia Focal
OBJETIVO
Realizar um levantamento epidemiológico das displasias ósseas em uma amostra da população brasileira por
meio da tomografia computadorizada de feixe cônico.
MATERIAIS E MÉTODOS
De um universo de 22.400 pacientes atendidos em 5 anos (2007 – 2012), em uma clínica particular da cidade
de Recife-PE, foram previamente selecionados 300 exames, os quais após análise criteriosa dos critérios de
inclusão e exclusão, resultaram em uma amostra de 112 exames incluídos neste estudo. Os critérios de
inclusão adotados foram: presença de displasia óssea periapical, focal e/ou florida localizadas em maxila e/ou
mandíbula e exame tomográfico de qualidade para diagnóstico; e os de exclusão: ausência de displasia óssea
e presença de fraturas ou lojas cirúrgicas que comprometessem as regiões analisadas. As tomografias foram
adquiridas no tomógrafo de feixe cônico i-CAT classic and next generation, cujos protocolos de aquisição
variaram de 0,2 a 0,25mm e tempo de aquisição de 26 segundos. Reconstruções foram avaliadas
simultaneamente por dois examinadores calibrados. Para classificar o tipo de displasia óssea foram utilizados
os critérios propostos pela OMS. Os dados foram tabulados e análise estatística descritiva foi realizada.
RESULTADOS
(1)
(2)
RECONSTRUÇÕES TOMOGRÁFICAS
Tabela 1: Distribuição dos casos de Displasia óssea: Periapical, Focal, Florida
Características clínico-imaginológicas
Periapical n(%)
Focal n(%)
Florida n(%)
82 (73,21%)
17 (15,18%)
8 (7,14%)
-Masculino
17 (20,73%)
3 (17,65%)
0 (0%)
-Feminino
65 (79,27%)
14 (82,35%)
8 (100%)
22-85
17-62
29-69
- Maxila anterior
4 (4,88%)
-
-
- Maxila posterior
-
1 (5,88%)
-
- Mandíbula anterior
77 (93,9%)
-
-
- Mandíbula posterior
-
16 (94,12%)
1 (12,5%)
- Mandíbula post./ant.
-
-
7 (87,5%)
1 (1,22%)
-
-
-Hipodensa
2 (2,44%)
-
-
-Hiperdensa
20 (24,39%)
7 (41,18%)
3 (37,5%)
-Mista
53 (64,63%)
10 (58,82%)
5 (62,5%)
- Hipodensa/mista
1 (1,22%)
-
-
- Hiperdensa /mista
6 (7,32%)
-
-
- Ausente
48 (58,54%)
8 (47,06%)
3 (37,5%)
- Todas as lesões
29 (35,36%)
9 (52,94%)
3 (37,5%)
- Algumas lesões
5 (6,1%)
-
2 (25%)
Margem bem delimitada
82 (100%)
17 (100%)
8 (100%)
Expansão
4 (4,88%)
1 (5,88%)
1 (12,5%)
0 (0%)
0 (0%)
0 (0%)
Trat. endodôntico
3 (3,66%)
2 (11,76%)
3 (37,5%)
Reabsorção
2 (2,44%)
1 (5,88%)
0 (0%)
Total de casos
Gênero
Média de idade
Osso/Região
- Maxila/Mandíbula
Figura 1: Reconstrução Parasagital (voxel: 1mm). Imagem hiperdensa, bem delimitada envolvendo o periápice dos
dentes 42, 41, 31 e 32. Displasia Óssea periapical.
A
B
Densidade
Halo hipodenso
Deslocamento
A
B
C
Figura 2: Reconstrução parassagital (voxel: 1mm). (A) Displasia Óssea Periapical - imagem hiperdensa bem
delimitada com halo hipodenso no periápice do dente 21; (B) Displasia Óssea Periapical nos dentes 42, 41 e 31
(expansão da cortical lingual – seta); (C) Displasia óssea focal acometendo o dente 38.
CONCLUSÃO
As displasias ósseas são mais frequentes em pacientes do gênero feminino, com média de idade de 50 anos, sendo
a mandíbula o osso mais afetado e a displasia óssea periapical é a lesão mais comum. A avaliação imaginológica é
fundamental para o diagnóstico e o Cirurgião-Dentista deve estar atento a todas as características presentes na
imagem para não gerar falsos diagnósticos e, consequentemente, tratamentos inadequados.
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CONCLUSÃO ¹Nascimento EHL, ²Cavalcanti PHP, ³Perez DEC