Acidose & Alcalose
UTIN – HMIB – Programa de Residência Médica
Setembro/2014
Joaquim Bezerra – R3 UTIP HMIB
Paula Abdo – R3 UTIP HMIB
www.paulomargotto.com.br
Referência:
DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO
Autor(es): Paulo R. Margotto/ Geórgia Quintiliano Carvalho da Silva
Definições
• Ácido: substância doadora de H+;
• Base: substância receptora de H+.
• Mecanismos de manutenção do pH:
– Sistemas tampões
– Mecanismo respiratório
– Mecanismo renal
Equação de Henderson – Hasselbalch
pH= pK + log [HCO3-]/[H2CO3]
Regulação respiratória do pH
• Centro respiratório do Bulbo é sensível a:
– PaCO2
– PaCO2
– pH sanguíneo
• Receptores químicos do arco aórtico e seio
carotídeo
• Mecanismos compensatórios temporários
Equação de Henderson – Hasselbalch
pH= pK + log [HCO3-]/[H2CO3]
Regulação respiratória do pH
• Centro respiratório do Bulbo é sensível a:
– PaCO2
– PaCO2
– pH sanguíneo
• Receptores químicos do arco aórtico e seio
carotídeo
• Mecanismos compensatórios temporários
Equação de Henderson – Hasselbalch
pH= pK + log [HCO3-]/[H2CO3]
Regulação renal do pH
• Acidose:
– pH urinário 4,5
– Reduz excreção de bicarbonato
– Aumento excreção de sais de amônio
– Reduz excreção de Na e K
Regulação renal do pH
• Alcalose:
– pH urinário 7,8
– Aumenta excreção de bicarbonato
– Reduz excreção de sais de amônio
– Aumenta excreção de Na e K
ACIDOSE
• Aumento da concentração do íon H+ no
sangue
– Alteração respiratória: excesso de ácido carbônico
– Alteração metabólica: excesso de ácidos / redução
de bases
*Redução na relação HCO³/H²CO³
ACIDOSE RESPIRATÓRIA
• Principais causas no RN:
– SAM
– DMH
– Pneumotórax
– Derrame pleural
ACIDOSE METABÓLICA
• Causas no RN:
– Hipóxia tecidual, jejum, erro inato do
metabolismo
– Contratilidade deficiente do miocárdio
– Diarréia, obstrução intestinal, acidose tubular
renal
Alcalose
• Termo usado para definir uma concentração
de íons H+ no sangue inferior ao normal.
• A diminuição da concentração do H+ pode
ocorrer em conseqüência de uma alteração
respiratória primária (perda de ácido
carbônico): ALCALOSE RESPIRATÓRIA; ou de
uma alteração metabólica primária (aumento
do teor de bases ou a perda de ácidos no
organismo): ALCALOSE METABÓLICA.
Alcalose
• Metabólica: excesso de base ou perda de
acido.
- PaCO2: aumento da relação HCO3/H2CO3;
Aumento do pH
• Respiratória: perda de CO2 (e do H2CO3)
devido a hiperventilação
- Queda da PaCO2, da relação HCO3/H2CO3;
Aumento do pH
Alcalose Metabólica
• No RN, as causas mais comuns são: perda de
líquido gástrico pelo vômito (estenose
hipertrófica de piloro), condições que
expoliam potássio (furosemida) e excesso de
NaHCO3.
• Correção: tratar a causa básica; dar ao rim
condições de excretar o excesso e NaHCO3
(aporte adequado de cloreto, Na+ e K+).
Alcalose Respiratória
• No RN as principais causas são: encefalite,
meningite, febre, doenças pulmonares,
localizadas, alterações no SNC, ventilação
mecânica.
Valores – Gasometria Arterial
•
•
•
•
•
•
pH: 7,35 – 7,45
PaCO2: 35-45 mmHg
PaO2: manter entre 50 -70 mmHg
Bicarbonato: 22-26 mEq/l
BE: -2,5 a 2,5
Anion Gap (Na+ + K+) – (Bic + Cl-): 8-16mEq/l
Relação pH-K+ sérico/ Cálcio
• 0,1 pH ± 0,6mEq/l K (sentido oposto)
• 0,1 pH ± 0,46mg% Cai (sentido oposto)
GASOMETRIA A LÓGICA DO RACIOCÍNIO (slide)
Autor(es): Paulo R. Margotto
Gasometria Além das Fórmulas!
1982
Não é necessário muito esforço
Para entender a gasometria. É necessário
Raciocínio
Conhecer sempre a história clínica
Nunca interprete a gasometria sem conhecer a
história clínica!
• Raciocinar com os mecanismos respiratórios e renais
( ter em mente a relação 20/1)
• Não tratar a doença como diferenças de base e sim o
fator causal
• As fórmulas são secas : deve -se apenas melhorar
(Nunca queira corrigir completamente)
Bicarbonato de sódio-terapia basicamente inútil
Autor(es): Judy L. Aschne, Ronald L. Poland. Apresentação: Liana de
Medeiros Machado
• Apesar de > 50 anos de experiência do uso de NaHCO3,
dados não suportam uma rede de benefícios em RN com
acidose metabólica
• Uma razoável, mas não provada exceção, é de reposição
de base em perdas renais ou gastrointestinais
• Possíveis efeitos adversos: flutuação nos níveis
sanguíneos cerebrais, hemorragia intracraniana,
diminuição de oferta de oxigênio aos tecidos, acidose
intracelular incontrolável, agravos à injúria miocárdica e
deterioração da função cardíaca
Manuseio do pH e PaCO2 na UTI
Autor(es): Judy Aschner (EUA). Realizado por Paulo R.
Margotto
•
•
•
•
O bicarbonato de sódio (NaHCO3), no início, foi comercialmente produzido no fim dos anos
50. O conceito tradicional é que a acidemia compromete a contratilidade cardíaca, limitando
os esforços de reanimação. Os médicos sabem que deve ser corrigida a acidose antes de
administrar epinefrina, uma vez que a acidose atenua a contratilidade cardíaca, a pressão
arterial e a resposta da freqüência cardíaca às catecolaminas.
A idéia de que corrigir a acidose dando NaHCO3 melhora o desfecho clinico, jamais foi
demonstrado na literatura que isto seja verdade, havendo dados que possa ser
contraproducente.
O NaHCO3 corrigiu a acidose metabólica arterial, mas levou a diminuição do pH
intramiocárdio (Kette F, et al. Buffer agents do not reverse intramyocardial acidosis during
cardiac resuscitation Circulation. 1990 May;81(5):1660-6) e reduziu a probabilidade do
sucesso da reanimação. Alem do mais, qualquer solução hipertônica administrada em parada
cardíaca tinha um efeito adverso aos esforços de reanimação cardíaca (há uma redução da
pressão de perfusão coronariana [PPC], que é a pressão aórtica menos pressão átrio direito).
A administração rotineira de bicarbonato de sódio 1mEq/Kg durante a reanimação
cardiopulmonar resulta em hipernatremia, hiperosmolalidade e alcalose metabólica. Ambos,
a alcalose metabólica e a hiperosmolalidade seguindo a reanimação cardiopulmonar têm sido
associadas ao aumento da mortalidade
“A experiência é a capacidade de cometer o erro repetidamente com uma segurança cada vez
maior”.
“Aqueles que não conseguem relembrar o passado estão condenados a repeti-lo”.
Dr. Joaquim Bezerra, Dr. Paulo R. Margotto e Dra. Paula Abdo!
Download

Acidemia e Alcalemia