ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA
COMPORTAMENTO DO JOVEM
CONSUMIDOR DE LARANJA IN NATURA
E SUCO NO ESTADO DE SÃO PAULO1
LUCAS TEIXEIRA2, FREDERICO FONSECA LOPES3 e MARCOS FAVA NEVES4
RESUMO
Embora o Brasil seja o maior produtor mundial de
laranja, o baixo desenvolvimento do mercado interno, aliado à
crescente procura por outras frutas e sabores de suco pelos
consumidores constituem ameaça significativa ao setor. O
objetivo desta pesquisa foi levantar indícios do comportamento do jovem consumidor de laranja in natura e de seu suco
no Estado de São Paulo, tendo em vista o entendimento de aspectos sobre os hábitos, necessidades e preferências dessa faixa etária de grande consumo espontâneo da bebida. Para isso,
foi efetuada, além da revisão teórica sobre comportamento do
consumidor e pesquisa de marketing, uma pesquisa descritiva
quantitativa com aplicação de questionário em uma amostra
de 180 respondentes em agosto de 2004. Obtiveram-se informações relevantes, entre elas os sabores, tipos e atributos de
suco e laranja preferidos, freqüência e período habitual de consumo, demanda por qualidade e canais de distribuição mais
utilizados, entre outros. Como conseqüência, pôde ser perce-
1
2
3
4
Os autores agradecem à Laranja Brasil, que concedeu a autorização para divulgação deste estudo,
visto ele ter sido uma das ferramentas utilizadas para a geração de informações no workshop: “Elaboração de estratégias para o desenvolvimento do mercado interno de frutas/sucos de laranja” demandado por essa associação.
Graduando da FEARP/USP e pesquisador do Programa de Estudos dos Negócios do Sistema
Agroindustrial (PENSA), da USP – Av. Pres. Vargas, 2001,14020-260 Ribeirão Preto (SP). E-mail:
[email protected]
Mestrando da FEA/USP e pesquisador do PENSA. E-mail: [email protected]
Prof. Livre-Docente da FEARP/USP e coordenador do PENSA. E-mail:[email protected]
ARTIGO CIENTÍFICO
260
LUCAS TEIXEIRA et al.
bido que medidas de estímulo e ações de pesquisa devem ser
prioritárias no resgate do hábito do consumo in natura e adequação do sabor laranja nos sucos, devendo este artigo ser fonte de estímulo para estudos mais específicos que viabilizem
soluções envolvendo todo o setor.
Termos de indexação: pesquisa de marketing, necessidades
do cliente, mercado interno.
SUMMARY
YOUNG CONSUMER’S BEHAVIOR OF ORANGE FRUIT
AND JUICE IN STATE OF SÃO PAULO, BRAZIL
Brazil is the largest orange producer of the world. However, the poor development of the domestic market, associated
to the improving search of the consumers for other fruits and
juice flavors, constitutes a significant threat. This research had
as objective look for the indications of the young consumer’s
behavior of orange fruit and its juice in State of São Paulo,
aiming at understanding aspects of the habits, needs and preferences of this age group of great spontaneous consumption of
the beverage. For that, in addition to the theoretical review on
the consumer’s behavior and marketing survey, a quantitative
descriptive survey was conducted with a questionnaire applied
to a sample of 180 respondents in August of 2004. Considerable information had been gotten, amongst them the preferential flavors, types and juice attributes, frequency and habitual
period of consumption, demand for quality, the most used distribution channels, among others. As consequence, it could be
concluded that incentive measures and survey actions should
be a priority in the rescue of the fresh fruit consumption habit
and adaptation of the orange flavor in juices, being this article
a fostering source for more specific studies searching for solutions involving all the sector.
Index terms: marketing survey, customer’s needs, domestic
market.
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COMPORTAMENTO DO JOVEM CONSUMIDOR DE LARANJA...
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1. INTRODUÇÃO
O Brasil, com uma área cultivada em torno de 820 mil hectares e,
segundo o Instituto de Economia Agrícola (2004), 327 milhões de caixas de
40,8 kg colhidas no Estado de São Paulo, mantém, há anos, a posição de
maior produtor mundial de laranja, sendo responsável por, aproximadamente, 30% do total produzido no mundo (NEVES et al., 2004a). Internamente, valores expressivos também são alcançados, visto que a laranja
representa 49% de toda a produção de frutas do País, o equivalente a quase
19 milhões de toneladas, conforme o INSTITUTO BRASILEIRO DE
FRUTAS (IBRAF, 2004).
Já se sabe que o setor citrícola percorreu caminhos instáveis em vista
dessa grande produção. Nas décadas dos 70s e 80s, a volatilidade dos preços
na indústria processadora e no mercado internacional de citros foi atribuída
às oscilações da demanda norte-americana pelo suco brasileiro. Sob o
reflexo das geadas, os Estados Unidos reduziram sua produção de laranja de
9 milhões de toneladas em 1975 para 6 milhões em 1985, ocasionando grande alavancagem produtiva no Brasil (BOTEON & NEVES, 2004).
Nos anos 90s, após recuperar seus pomares, a Flórida (EUA) passou a
depender cada vez menos do suco de laranja brasileiro, o que, por sua vez,
provocou um recuo das cotações internacionais do produto e, conseqüentemente, a redução do preço pago aos citricultores pela indústria paulista.
Paralelamente a isso, o plantio acelerado da década anterior gerou excedentes de oferta de matéria-prima; sendo assim, boa parte da produção de
laranja foi absorvida pelo mercado interno, então aquecido em virtude da
estabilidade gerada pelo Plano Real (BOTEON, 2000). Passada a euforia
de consumo, no entanto, esse descompasso de produção acabou trazendo
conseqüências negativas, refletidas nos últimos anos do século passado por
característica fase de crise, amenizada logo em seguida por um estádio de
recuperação na virada do milênio.
Em virtude, principalmente da desvalorização do real em 1999, a fase
crítica caracterizou-se por um mercado abastecido e demanda satisfeita diante de uma oferta generosa de frutas cítricas que jogou os preços para um
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patamar bastante baixo. A reversão ocorreu já no final de 2000 e início de
2001, quando a oferta menor de laranja, em razão de problemas climáticos e
saída de muitos produtores do setor, favoreceu a recuperação dos preços e a
atratividade do mercado interno (NEVES et al., 2004c).
Segundo NEVES et al. (2004a), em torno de 1,33 bilhão de dólares foi
trazido ao Brasil pela cadeia citrícola em todas as suas exportações em 2003,
representando 1,87% das exportações brasileiras e 4,47% das exportações
do agronegócio. Grande parte desses valores (72%) é relativo à venda do
suco de laranja concentrado congelado, com produção destinada quase que
exclusivamente ao mercado externo. É importante ressaltar que, nos últimos três anos (2002-2004), em torno de 75% das caixas de laranja foram
processadas com essa finalidade, restando apenas um quarto da produção
para o abastecimento interno.
Tais números mostram que, apesar do ressurgimento de oportunidades
no País, ainda se exploram pouco as vendas internas. Além disso, CARLESSI
et al. (2003) e NEVES et al. (2004a) afirmam que a demanda brasileira por
sucos prontos cresceu à média de 40% nos últimos anos, sendo os jovens a
faixa etária que mais consome espontaneamente o produto. Fatos como esse
revelam o potencial de crescimento do mercado interno de laranja e suco e a
necessidade de estudos que entendam melhor o comportamento do jovem
consumidor no Estado de São Paulo e sua respectiva decisão de compra.
O processo decisório do cliente consiste no reconhecimento do problema, busca de informações, avaliação de alternativas, compra e experiência pós-compra. Dessa forma, o comportamento de compra começa
quando o consumidor reconhece um problema ou uma necessidade, tornando-se, assim, importante identificar as circunstâncias que possam despertá-los
(SHETH et al., 2001). Para isso, faz-se necessário que haja instrumentos
inerentes a um sistema de informação de marketing (SIM) que realize coletas precisas de informações de vários consumidores, identificando, com isso,
os estímulos mais freqüentes que suscitam interesse em uma categoria de
produtos (KOTLER, 2000).
O papel do SIM é “avaliar as necessidades de informação da gerência,
obter as informações necessárias e distribuí-las de maneira oportuna. As
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informações são desenvolvidas usando registros internos da empresa, atividades de inteligência e pesquisa de marketing e análise de suporte à decisão
de marketing”.
O objeto de estudo do artigo permite ressaltar as pesquisas de marketing
como suporte fundamental em seu entendimento. Essa ferramenta consiste
na identificação, coleta, análise e disseminação de informações de forma
sistemática e objetiva e seu uso para assessorar a gerência na tomada de
decisões relacionadas à identificação e solução de problemas de marketing
(MALHOTRA, 2001).
Segundo MATTAR (1996), descrever características de grupos como,
por exemplo, obter um perfil dos consumidores através de sua distribuição
em relação a sexo, faixa etária, nível educacional, nível socioeconômico,
preferências e localização, caracteriza o propósito da pesquisa conclusiva
descritiva, ou seja, da ferramenta utilizada neste trabalho.
O objetivo geral do presente estudo é analisar o comportamento do
jovem consumidor de laranja in natura e suco de laranja no Estado de São
Paulo. A trajetória envolvida em seu alcance permite que alguns objetivos
específicos possam ser traçados, entre eles, entender aspectos sobre: preferências, necessidades e hábitos dos jovens em relação aos produtos e locais
de compra.
2. MATERIAL E MÉTODOS
A fim de atingir os objetivos propostos, realizou-se, primeiramente,
uma revisão bibliográfica sobre comportamento do consumidor e pesquisa
de marketing. Esses estudos promoveram, além do aporte teórico necessário
ao entendimento do tema, o conhecimento utilizado para a construção do
questionário (Anexo 1), permitindo, com isso, o início da parte empírica do
trabalho.
Essa segunda etapa se caracterizou por um estudo de campo através da
elaboração de uma pesquisa descritiva quantitativa (MALHOTRA, 2001). O
questionário foi dividido em duas partes, conforme o objeto de estudo (laranja in natura e suco de laranja), sendo ambas aplicadas em todos os
respondentes, focando, principalmente, os jovens, visto que, segundo NE-
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VES et al. (2004 a), eles constituem uma faixa etária de grande consumo
espontâneo de suco de laranja. A amostra incluiu 180 universitários nas cidades de Ribeirão Preto, Marília, Jaboticabal e São Paulo na primeira quinzena
de agosto/2004.
Os dados obtidos foram tabulados no software SPSS, possibilitando,
assim, a criação de gráficos com o cruzamento de variáveis independentes,
processo denominado crosstabs. O resultado gerado forneceu o suporte
necessário ao levantamento de aspectos relevantes do comportamento do jovem consumidor paulista, entre eles os sabores, tipos e atributos de suco e
laranja preferidos, freqüência e período habitual de consumo, demanda por
qualidade, canais de distribuição mais utilizados, entre outros.
É importante ressaltar que esta pesquisa foi uma das ferramentas utilizadas para a geração de informações no workshop sobre “Elaboração de
estratégias para o desenvolvimento do mercado interno de fruta/suco de
laranja”. O evento foi realizado em Ribeirão Preto nas dependências da
FEARP-USP, em 24 de agosto de 2004, pelo Programa de Estudos dos
Negócios do Sistema Agroindustrial (PENSA)/USP com a associação
Laranja Brasil, contando com mais de 60 profissionais do setor citrícola.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tendo os dados já coletados, tabulados e devidamente apresentados
em sua melhor forma de visualização, o passo seguinte consistiu na realização da análise e comunicação dos resultados. Apresenta-se, a seguir, uma
coletânea das principais tabelas e figuras geradas, bem como a respectiva
interpretação e discussão.
Segundo NEVES et al. (2004a), houve uma redução de 40% no volume de laranja destinado ao mercado interno de 2002 para 2003. Essa informação, juntamente com os dados da Tabela 1, sustenta a necessidade de
esforços voltados ao desenvolvimento do mercado brasileiro, visto que mais
da metade da amostra (54%) possui o hábito de não consumir, ou consumir
apenas uma vez por semana laranja in natura. Quanto ao suco de laranja, a
situação melhora, porém não tão expressivamente, pois apenas 16% dos jovens consumidores procuram o produto mais de três vezes por semana.
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Tabela 1. Freqüência semanal de consumo de laranja in natura e suco de laranja por
jovens paulistas, em percentual (2004)
Produtos
Laranja in natura
Suco de laranja
Não
consome
1
2
3
4
5
6
Todos
os dias
27
10
27
28
18
26
14
20
6
6
3
4
2
2
3
4
Fonte: Elaborado pelos autores, dados da pesquisa.
Voltando-se o foco aos clientes que desenvolvem o papel de comprador e, logo, quem de fato escolhe o produto, a grande maioria dos respondentes
(40%) enxerga como principal característica externa da laranja in natura a
ausência de manchas e lesões, ao passo que a menor parcela deles (4%) leva
em conta seu tamanho (Figura 1). Isso sugere que o jovem compra qualidade
e não quantidade, e que esforços de melhoria devem concentrar-se mais
na aparência do que no desenvolvimento da fruta para essa parcela da
população.
Figura 1. Características externas da laranja in natura mais valorizadas pelos jovens paulistas no momento de sua escolha, em percentual (2004).
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Percentual (%)
A pesquisa revelou ainda que, embora muitos considerem a laranja in
natura apenas uma commodity, existe espaço para produtos do tipo premium
no mercado. Cerca de 60% dos respondentes afirmam estar dispostos a pagar
mais por qualidade e marca da fruta (Figura 2). LIMA (2004) apresenta, em
seu estudo, que a rastreabilidade (por meio de marcas e etiquetas muito bem
impressas e informativas) é uma das principais exigências do consumidor
perante uma embalagem de laranja, o que demonstra também a preocupação
do cliente com um referencial que denote boa procedência.
Não respondeu
Sim
Não
Figura 2. Disposição do jovem paulista a pagar mais por laranja in natura de marca,
com qualidade superior, em percentual (2004)
Outro estudo, estratificado mediante faixa etária, evidencia grande unanimidade: o apreço do consumidor pelo sabor laranja em qualquer etapa da
vida. Conforme NEVES et al. (2004a), adolescentes, jovens, adultos e
maduros ainda consideram essa tradicional opção como a preferida entre
muitas (v. Figura 3). É importante ressaltar, no entanto, que a mesma pesquisa revela um futuro nada promissor para o sabor laranja entre os produtos
reconstituídos, haja vista a impressionante queda na preferência por essa
opção de suco pronto, saindo de 48% de participação em 1998 para apenas
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COMPORTAMENTO DO JOVEM CONSUMIDOR DE LARANJA...
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15% em 2003. Os autores apresentam, ainda, em seu estudo, outro grande
domínio, porém dos refrigerantes, principal rival dos sucos com participação
de 58% do mercado de bebidas não alcoólicas.
Figura 3 . Sabores de suco preferidos entre os jovens paulistas, em percentual (2004)
Ao comparar o suco de laranja com os refrigerantes e outros substitutos, entre eles chás e isotônicos (Figura 4), as principais desvantagens
citadas são o menor prazo de validade e o maior teor de acidez, aspectos
característicos de sua versão feita em casa que, ao contrário do preço
(terceira desvantagem), são menos acentuados na forma reconstituída
(longa-vida).
Já a análise da preferência do jovem quanto ao tipo de suco revela que
o tetrapak é, juntamente com o artificial, a última opção procurada, ao passo
que o caseiro é, de longe, o preferido, representando 91% do total de respostas (Figura 5). Isso significa que as desvantagens do suco de laranja apresentadas são levadas em consideração apenas na escolha ante seus substitutos,
não constituindo diferencial expressivo entre os tipos do produto. Na realidade, o jovem consumidor, quando decidido a optar pela bebida, valoriza
essencialmente o seu sabor e aspecto nutricional, atributos referentes ao tipo
preferido da amostra (Figura 6). Cabe ressaltar, também, que o respondente
enxerga o suco fresco engarrafado como o de maior praticidade; o artificial,
como o de melhor preço e, o concentrado, como o mais equilibrado.
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Acidez
Aspectos
nutricionais
Validade
curta
Preço
Dificuldade para
encontrar
Obs.: Mais de uma opção poderia ser marcada pelo respondente
Figura 4. Principais desvantagens do suco de laranja ante seus substitutos segundo
jovens paulistas, em percentual (2004).
Figura 5. Tipos de suco de laranja de maior preferência entre os jovens paulistas, em
percentual (2004).
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Percentual (%)
COMPORTAMENTO DO JOVEM CONSUMIDOR DE LARANJA...
Figura 6. Principais atributos do suco de laranja conforme o tipo na visão dos jovens
paulistas, em percentual (2004)
Distinção semelhante acontece também na caracterização dos locais
de compra de suco de laranja. Apontam-se as lojas de conveniência e
padarias como estabelecimentos de mais fácil acesso, casas de suco como
ofertantes do produto de maior qualidade, restaurantes como os mais equilibrados e, supermercados, o principal canal de distribuição considerado pelos
respondentes com 57% da preferência, como local de melhor preço (Figura 7).
Aliado ao consolidado hábito de preparo do suco caseiro, essa alta
atratividade de compra do auto-serviço contribui ainda mais para que o jovem beba o suco de laranja em casa. Essa realidade é retratada ao se apontar
que 62% da amostra opta por essa forma de consumo (Figura 8), cabendo
destacar, ainda, o almoço como refeição preferida (52%) para ingestão do
produto, seguida pelo lanche, jantar e, por último, o café da manhã.
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Percentual (%)
270
Pa
da
ria
Su
Lo
Re
Ca
pe
jas
sta
sa
rm
de
sd
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s
ca
an
co
e
do
su
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ia
Percentual (%)
Figura 7. Principais atributos dos locais de compra de suco de laranja segundo jovens paulistas, em percentual (2004).
Nã
or
es
Em
po
nd
ca
sa
Tr
ab
alh
o
Vi
ag
em
Ou
tro
s
eu
Figura 8. Ocasião preferencial para o consumo de suco de laranja segundo jovens
paulistas, em percentual (2004).
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS E IMPLICAÇÕES GERENCIAIS
O setor citrícola, embora tenha alcançado patamares inigualáveis de
competitividade externa, não desenvolveu estratégias que estimulassem o
mercado interno apropriadamente. Paralelamente a isso, oportunidades surgiram no País, sobretudo no segmento de sucos prontos e bebidas lácteas,
que impulsionaram a demanda por outras formas de processamento (base de
soja, misturas com iogurte, entre outras) e frutas concorrentes, de excelente
qualidade, e disponíveis o ano todo.
Tendo em vista resgatar o hábito do consumo de laranja in natura e a
adequação e fortalecimento de seu sabor nos sucos, devem-se concentrar
esforços, principalmente, na produção de cítricos de maior qualidade, havendo possibilidade, inclusive, para adaptação de variedades da fruta conforme sua finalidade de compra.
Além disso, idéias específicas classificadas mediante o composto de
marketing podem melhor dimensionar o escopo de atuação dos agentes.
Assim, a agenda para o setor pode ser caracterizada da seguinte maneira:
inovação, envolvendo padronização do produto, lançamento de sucos populares competindo com refrigerantes, bebidas light e funcionais, laranjas
premium, sem sementes e fáceis de descascar, misturas de sucos, embalagens visando à conveniência, comunicação, conservação e custos, além de
lançamentos em formato de sorvete e barra alimentar de fruta desidratada;
comunicação, visando mostrar os benefícios do consumo de suco de laranja
para a saúde e para a economia regional (mais de 10% dos empregos rurais,
5% das exportações), investir em selos regionais, portais e placas de carros,
tal como na Flórida, e valorizar o consumo da fruta fresca como uma atividade integrativa de família, de boa digestão e rica em fibras; e distribuição,
através da busca de novos canais de venda de sucos e frutas (postos de gasolina, entregas, quiosques e farmácias), canais públicos (cesta básica, merenda, escolas, repartições públicas), franquias, empresas de refeições coletivas
e distribuição internacional via marcas das grandes redes varejistas (NEVES
et al., 2004b).
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Muitas vezes, percepções de mercado como essas acabam passando
despercebidas pelos tomadores de decisão, haja vista a relevante atenção
requerida por suas intensas rotinas de trabalho. Dessa forma, temas como
esse envolvendo a análise de aspectos do comportamento do consumidor
permitem que o entendimento de hábitos, preferências e necessidades emergentes do cliente sejam mais facilmente identificadas.
O foco principal deste artigo visou ao levantamento de informações
como suporte ao desenvolvimento de ações junto ao mercado. A partir dele,
entretanto, novos estudos podem ser estimulados com o fim de explorar e
aprofundar o tema para, com isso, viabilizar soluções envolvendo o setor em
geral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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cepea.esalq.usp.br> Acesso em: 27 jul. 2004.
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Press). 2004.
CARLESSI, R.; CAMPOS, V. & GONÇALVES, J. Sede de crescimento. Revista
Distribuição, São Paulo, ano XI, n.130, p. 70 –73, outubro de 2003.
INSTITUTO BRASILEIRO DE FRUTAS (IBRAF). Disponível em: <http://
www.ibraf.org.br> Acesso em: 28 jul. 2004.
KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. Prentice Hall, 2000.
LIMA, L. M. Viabilidade econômica de diferentes tipos de embalagens para laranja de mesa: um estudo de multicasos no Estado de São Paulo. In: Sociedade
Brasileira de Economia e Sociologia Rural, Cuiabá, 2004.
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3.ed.
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MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing – edição compacta. Atlas, 1996.
NEVES, M. F.; LOPES, F. F.; ROSSI, R. M.; NEVES, E. M.; MARINO, M. K.;
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WORKSHOP DO SISTEMA AGROINDUSTRIAL CITRÍCOLA, Ribeirão
Preto, 2004a.
NEVES, M. F.; LOPES, F. F.; ROSSI, R. M.; TEIXEIRA, L. & CAMPOS, E. M.
Elaboração de estratégias para o desenvolvimento do mercado interno de
frutas/sucos de laranja. In: Workshop PENSA/Laranja Brasil, Ribeirão Preto,
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NEVES, E. M.; RODRIGUES, L. & DRAGONE, D. S. Citricultura: valor da produção e demanda por fatores produtivos no qüinqüênio 1998-2002. (In Press).
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SHETH, J. N.; MITTAL, B. & NEWMAN, B. I. Comportamento do cliente: indo
além do comportamento do consumidor. Atlas, 2001.
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274
LUCAS TEIXEIRA et al.
Anexo 1.
Questionário de Comportamento do Consumidor – Suco e Fruta
Parte 1: Perfil do respondente
Idade:______
Outros_________________
Renda familiar:
Sexo:
M
Menos de R$420
F
Estado civil:
R$420–R$900
Casado
R$900–R$1.700
Solteiro
R$1.700–R$4.600
mais de R$4.600,00
Parte 2: Suco
2.1. Coloque em ordem de preferência, enumerando de 1 (opção 1) a 6 (última opção) os seguintes sabores de suco:
Importante: Caso outro suco seja uma de suas opções, indique sua ordem e escreva o sabor na linha que se segue.
Laranja
Maracujá
Morango
Abacaxi
Pêssego
Outros__________________________________________________________________________________________________
2.2. Qual o nº de vezes que você consome suco de laranja na semana?
Nenhuma
1
2
3
4
5
6
Todos os dia s
2.3. Qual período do dia você mais consome suco de laranja?
Café da manhã
Almoço
Jantar
Lanche
Outros__________________________________________________________________________________________________
2.4. Escolha 3 op ções de suco de laranja, enumerando-as de 1 (1ª op ção) a 3 (última opção) conforme sua
preferência e indicando com um X o principal atributo (apenas um) de cada opção escolhida:
Sabor
P raticidade
Aspectos
Nutricionais
Marca
Preço
Outros:
“Caseiro” (preparado a partir de laranjas in natura)
Suco fresco engarrafado
Suco reconstituído (embalagens longa-vida)
Suco concentrado (tanjal)
Refrescos artificiais (pó, líquido, outros)
Outros:
2.5. Quais as principais desvan tagens do suco de laranja frente às outras opções (refrigerantes, chás, isotônicos...)?
Importante: Marque quanta s alternativas julgar necessário.
Acidez
Aspectos nutricionais
Prazo de validade curto
Preço
Dificuldade p/ encontrar
Outros____________________________________________________________________________________
2.6. A marca do suco de laranja é importante pra você? Se sim, qual?
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COMPORTAMENTO DO JOVEM CONSUMIDOR DE LARANJA...
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2.7. Onde você costuma mais consumir suco de laranja?
Em casa (suco ca seiro)
Trabalho (coffee breaks )
Viagem (vôos, postos de gasolina)
Clube
Outros__________________________________________________________________________________________________
2.8. Escolha 3 op ções de local de co mpra de suco de laranja, enumerando-as de 1 (1ª opção) a 3 (última opção)
conforme sua preferência e indicando com um X o principal atributo (apenas um) de cada opção escolhida:
Preço
Estrutura (estacionamento,
ambie nte climatizado, etc)
Atendimento
Localização/
Conveniê ncia
Qualidade do
pro duto
Outros:
Padarias
Supermercados
Restaurantes
Casas de sucos
Lojas de conveniência
Outros:
Parte 3: Laranja in natura (fruta)
3.1. Qual o nº de vezes que você consome laranja (fruta) na semana?
Nenhuma
1
2
3
4
5
6
Todos os dia s
3.2. Você costuma comprar laranja (fruta) com que finalidade?
Consumo in natura (fruta)
Fazer suco
Outros_________________________
Fazer doce
Fazer enfeite
3.3. Coloque em ordem de preferência, enumerando de 1 (1ª opção) a 6 (última opção) as seguintes características
externas de uma laranja (fruta):
Importante: Caso outra característica seja uma de suas opções, indique sua ordem e escreva-a na linha que se segue.
Ausência de mancha s e lesões
Frescor
Tamanho
Formato característico
Maturação e coloração
Outros____________________________________________________________________________________
3.4. Coloque em ordem de preferência, enumerando de 1 (1ª opção) a 6 (última opção) os seguintes atributos de
uma laranja (fruta):
Importante: Caso outro atributo seja uma de suas opções, indique sua ordem e escreva-o na linha que se segue.
Sabor
Doçura
Baixa acidez
“Suculenta”
Capacidade de conservação
Outros__________________________________________ __________________________________________
3.5. Você estaria disposto a pagar mais por uma laranja de marca, c/ qualidade superior? Por qu e?
Sim ______________________________________________
Não______________________________________________
LARANJA, Cordeirópolis, v.25, n.2, p.259-275, 2004
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comportamento do jovem consumidor de laranja in natura e suco no