AULA03 PERCEPTRON (CONTINUAÇÃO) Perceptron de duas entradas e um bias w0=b x0=+1 w0 f(u) u x1 w1 x2 w2 y f (u) 1 se u 0 y f (w1 x1 w2 x2 w0 ), sendo f (u) 0 se u 0 Com os parâmetros w0, w1 e w2, a função f(u) separa o espaço de entradas em duas regiões, usando uma linha reta dada por: w1x1 + w2x2 + w0 = 0 Separação Linear • Sabe-se que se formarmos uma combinação linear de duas variáveis, e igualá-la a um número, então os pontos no espaço bidimensional podem ser divididos em três categorias: – a) pontos pertencentes à linha com coordenadas tais que w 1. x 1 + w 2 . x 2 = q – b) pontos em um lado da linha tem coordenadas tais que w1 . x 1 + w2 . x 2 < q – c) pontos no outro lado da linha tem coordenadas tais que w1 . x 1 + w2 . x2 > q . Nota: bias b = - q pois y f (w1 x1 w2 x2 w0 ), onde w0 b Exemplo Pontos 2x1+3x2 posição (x1 , x2 ) (0.0, 2.0) 6 linha (1.0, 1.0) 5 abaixo (1.0, 2.0) 8 acima (2.0, 0.0) 4 abaixo (2.0, 0.66) 6 linha (2.0, 1.0) 7 acima x2 2.0 (0.0,2.0) (1.0,2.0) linha 2 x1 + 3 x2 = 6 1.5 1.0 (1.0,1.0) (2.0,1.0) (2.0,0.66) 0.5 x1 (2.0,0.0) 0.0 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 Posição dos pontos em função da linha 2 x1 + 3 x2 = 6 de delimitação. Linha: 2 x1 + 3 x2 = 6 Acima: 2 x1 + 3 x2 > 6 Abaixo: 2 x1 + 3 x2 < 6 q=6 Problema do XOR (ou-exclusivo) No caso do XOR, não existe uma única reta que divide os pontos (0,0) e (1,1) para um lado, e (0,1) e (1,0) do outro lado. x2 (1,0) (1,1) (0,0) (1,0) Função xor x1 y=0 y=1 Conclui-se que um neurônio do tipo perceptron não implementa uma função ou-exclusivo ( constatado por Minsky & Papert, em 1969). É claro que nenhuma combinação linear ou linha reta pode ser traçada tal que as entradas (0, 0) e (1, 1) fiquem numa categoria e (0, 1) e (1, 0) numa outra categoria, conforme demonstração: Algebricamente tem-se: w1 .0 w2 .1 q para o ponto (0,1), e w1 .1 w2 .0 q para o ponto (1,0). significando que os dois pontos ficam num lado da linha L1. Mas, somando as duas inequações tem-se: w1 .1 w2 .1 q o que significa que (1,1) estaria no mesmo lado da linha L1, o que é indesejável. PERCEPTRONS MULTICAMADAS A função XOR está além da capacidade de um perceptron simples. Contudo, um perceptron simples pode implementar funções lógicas elementares: AND, OR e NOT. Assim, se uma função pode ser expressa como uma combinação dessas funções lógicas elementares, então essa função pode ser implementada usando mais neurônios. Por exemplo, XOR pode ser expressa por: x1 (x1 or x2 ) and (not (x1 and x2 )). x1 OR x2 y AND NOT x2 x1 AND x2 Separação linear para XOR de duas camadas Em termos de separação linear (demarcação), isso equivale ao traçado de duas linhas. A parte acima da linha L1 corresponde à função OR, e a parte abaixo da linha L2 corresponde à função NOT AND. A área entre as duas linhas corresponde à função XOR, o que corresponde à área ABCD, que contem os pontos (0,1) e ( 1,0). x2 (0,1) x1 ( 1,1) C 1 x1 OR x2 y AND D NOT x2 Linha L2 x1 AND x2 Linha L1 A (1,0) ( 0,0 ) 0 0 B 1 x1 Delimitação de um cluster usando 3 separações no espaço de entradas x1 N1 y N2 N4 x2 x2 100 N3 L3 L1 L2 L3 110 100 101 111 010 011 L1 001 L2 x1 Delimitação de 2 clusteres disjuntos x2 x1 L2 N1 N2 L3 N7 L1 y N3 N9 L6 N4 N5 L4 N8 L5 x2 N6 x1 Delimitação de um cluster circular x2 x1 Infinitos neurônios na camada escondida Dualidade entre o espaço de entradas e espaço de pesos x2 pesos para f (x) = 1 entrada x classe A não-classe A x0 hiperplano de peso w2 peso w x1 w0 w1 pesos para f(x) = 0 hiperplano de entrada Um valor no espaço de entradas determina uma separação linear no espaço de pesos, e vice-versa. Exemplos de pontos no espaço de entrada delimitando uma região no espaço de pesos x2 x2 x2 (1,1) (0,1) (1,0) x1 w2 x1 w2 w2 w2 w1+w2 >= 1 x w1 < 1 x w2 <1 x w1 w1 x1w1 +x2w2 >= 1 x1w1 +x2w2 < 1 Entrada = (1,1) x1 Entrada = (1,0) w1 w1 x1w1 +x2w2 < 1 Entrada = (0,1) Inequações para a função AND, com w0 = -1 Equação das linhas: x1w1 +x2w2 + w0=0 Delimitação de regiões no espaço dos pesos • Se o interesse é procurar os vetores pesos para uma função AND, os pesos w0, w1, e w2 devem obedecer as seguintes inequações: entrada (0,0): entrada (0,1): entrada (1,0): entrada (1,1): 0.w2 + 0.w1 +1.w0 <0, 1.w2 + 0.w1 +1.w0 <0, 0.w2 + 1.w1 +1.w0 <0, 1.w2 + 1.w1 +1.w0 >=0, saída y = 0 saída y = 0 saída y = 0 saída y = 1. • Essas inequações definem quatro planos que passam pela origem: Plano 1: Plano 2: Plano 3: Plano 4: w0 = 0 w2 + w0 = 0 w1 + w0 = 0 w2 + w1 + w0 = 0 Polítopo para a função AND Plano 1: w0 = 0 Plano 2: w2 + w0 = 0 Plano 3: w1 + w0 = 0 Plano 4: w2 + w1 + w0 = 0 Para a função AND: w0 < 0 w2 + w0 < 0 w1 + w0 < 0 w2 + w1 + w0 >= 0 w1 w2 -0.5 -1 solução para w0 = -0.5 solução para w0 = -1 w1 + w0 = 0 w2 + w0 = 0 w0 w2 + w1+ w0 = 0 Existem infinitas soluções para a função AND, delimitadas pelo polítopo. A figura mostra uma região triangular de soluções para w0 = -1 e w0 = -0.5. Superfície de erro para AND no espaço de pesos Erro = 0 com w0 = -1 erro 2 1 1 0 w2 0 0 w1 1 número de erros w2 w2 2 1 2 Passos iterativos durante o Treinamento w(0) w(1) w (3) = w* 0 w* é o vetor solução w(2) 1 1 w1 2 w1 Funções booleanas de duas variáveis • As 16 possíveis funções de duas variáveis são: f0(x1,x2) = f0000 (x1,x2) = 0 f1(x1,x2) = f0001 (x1,x2) = ~(x1 v x2) f2(x1,x2) = f0010 (x1,x2) = x1 ^ ~x2 f3(x1,x2) = f0011 (x1,x2) = ~x2 f4(x1,x2) = f0100 (x1,x2) = ~x1 ^ x2 f5(x1,x2) = f0101 (x1,x2) = ~x1 f6(x1,x2) = f0110 (x1,x2) = xor f7(x1,x2) = f0111 (x1,x2) = ~(x1 ^ x2) f8(x1,x2) = f1000 (x1,x2) = x1 ^ x2 f9(x1,x2) = f1001 (x1,x2) = ~xor f10(x1,x2) = f1010 (x1,x2) = x1 f11(x1,x2) = f1011 (x1,x2) = x1 v~ x2 f12(x1,x2) = f1100 (x1,x2) = x2 f13(x1,x2) = f1101 (x1,x2) = ~x1 v x2 f14(x1,x2) = f1110 (x1,x2) = x1 v x2 f15(x1,x2) = f1111 (x1,x2) = 1 Visualização de todas as funções linearmente separáveis no espaço de pesos 1100 1101 0101 0101 0100 1100 Plano 2 Plano 3 f(1,0) 1110 Plano 2 f(0,1) 1010 1111 0111 0001 1011 0011 0011 0000 0010 1000 1010 Plano 3 Plano 1 Plano 1 Plano 4 Plano 4 f(0,0) f(1,1) Considerando-se os pesos normalizados pode-se visualizar todas as 14 funções linearmente separáveis utilizando 4 planos de separação. Como tem 16 funções booleanas no caso de entrada bidimensional (x1, x2), as duas funções que faltam são XOR e NOT-XOR (coincidência). Projeção no plano L4 f15 L1 raio de projeção L3 f13 A f12 f5 f4 NAND NOR f0 AND f2 f3 A' f10 plano de projeção f11 f14 = OR f1 = NOR f8 = AND f7 = NAND L2 14 regiões Nota-se que: a) com 3 planos de separação, obtem-se 8 regiões. b) com 4 planos de separação, obtem-se 14 regiões. OR perceptrons com camadas escondidas N3 plano 3 x2 N1 N2 N1 101 N4 111 011 plano 1 100 110 010 000 N2 plano2 N3 x1 esfera dos vetores de entrada normalizados Nota-se que cada neurônio da camada escondida divide o espaço de entrada em duas hemisferas, considerando vetores de entrada normalizados. As saídas da camada escondida são introduzidas no neurônio de saída, que dependendo da região da esfera computa como 1 ou 0. Máximo número de elementos no espaço de entrada separáveis genericamente Dado um subconjunto S de um espaço de entrada X, usando uma rede que divide esse subconjunto em duas partes, se os elementos de S com valor 0 ficam de um lado e os elementos com valor 1, do outro lado, dizemos que a rede é treinável. Uma questão importante é qual o máximo número de elementos de um espaço de entrada que uma rede pode classificar, genericamente. No caso do perceptron de duas entradas esse número é 3, pois dados 3 pontos no espaço de entrada sempre é possível separar esses pontos usando uma linha reta. x2 x2 x1 x2 x1 x1 Para o caso de 4 elementos nem sempre isso é possível, como por exemplo, o caso do XOR. Rede com dois neurônios na camada escondida • Nesse caso, cada neurônio da camada escondida divide a superfície da esfera em dois hemisférios. Portanto, os dois neurônios dividem a superfície da esfera em 4 regiões, codificadas em duas saídas. • Cada uma dessas saídas são recebidas pelo neurôno de saída, que por sua vez tem a capacidade de realizar 14 funções. • O problema do XOR pode ser resolvido usando uma dessas 14 funções e em geral, quaisquer 4 elementos do espaço de entrada podem ser divididos em duas classes usando dois neurônios na camada escondida. • Contudo, 8 elementos no espaço de entrada não são possíveis de serem divididos com dois neurônios escondidos, genericamente. x2 x1 Dimensão de Vapnik-Chervonenkis • O número máximo de elementos d de um espaço de entrada, que podem ser sempre separados linearmente, é chamado de dimensão de Vapnik-Chervonenkis, ou simplificadamente dimensão VC. • Segundo Cover (1968) e Baum e Haussler (1989), a dimensão VC, para uma rede feedforward constituída de neurônios com uma função de ativação degrau, é de O(WlogW) onde W é o número total de parâmetros livres da rede. • Segundo Koiran e Sontag (1996) a dimensão VC, para uma rede feedforward constituída de múltiplas camadas cujos neurônios utilizam a função de ativação sigmóide, é de O(W2) onde W é o número total de parâmetros livres da rede. Regiões no espaço de pesos para redes de 2 neurônios escondidos de 2 entradas Para 2 neurônios escondidos e 1 neurônio de saída, tem-se 9 parâmetros livres: 2 pesos de entrada e 1 bias para cada neurônio. Cada neurônio divide o espaço de pesos em quatro hiperplanos: entrada (0,0): entrada (0,1): entrada (1,0): entrada (1,1): 0.w2 + 0.w1 1.w2 + 0.w1 0.w2 + 1.w1 1.w2 + 1.w1 +1.w0 = 0 +1.w0 = 0 +1.w0 = 0 +1.w0 = 0 Se cada neurônio divide o espaço de pesos em 14 regiões, como 3 neurônios, 14.14.14 = 2744 regiões ou polítopos são gerados. Isso significa que o número de regiões de soluções para uma esfera booleana de nove dimensões é de 2744, sendo que 16 dessas regiões são soluções da função XOR. Possíveis combinações para XOR usando 2 neurônios escodidos f1 f1 f7 f4 f8 f1 f2 f1 f7 f1 f8 f1 f2 f4 f2 f11 f14 f13 f14 f11 f4 f2 f11 f2 f4 f13 f7 f14 f13 f8 f11 f8 f13 f4 f14 f7 f8 f14 f11 f13 f2 f14 f7 f4 f8 f13 f7 f11 Possíveis combinações para XOR usando 2 neurônios escodidos 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 f0 0 1 f4 2 A figura mostra a distribuição de soluções para XOR, usando uma rede de 2x1 neurônios. Dependendo de onde o algoritmo de busca começa (pesos iniciais) a solução pode ser mais fácil, ou difícil. f1 f1 f14 f2 f13 f3 3 4 f14 f4 f13 5 f5 6 f6 7 f2 f8 f7 8 f1 f2 f8 9 f9 10 f10 11 f11 f7 f11 f12 12 13 f11 f7 14 f8 f13 f14 f4 f15 15 f0 f1 f2 f3 f4 f5 f6 f7 f8 f9 f10 f11 f12 f13 f14 f15 Contagem do número de regiões • Quantas regiões são definidas usando m hiperplanos de dimensão n-1, num espaço n-dimensional de pesos? (consideramos apenas os hiperplanos passando pela origem) hiperplano w1 • região 1 Caso bi-dimensional ( n = 2) : o hiperplano é uma reta. região 2 w0 m =1 x1 w1 w1 • Cada novo hiperplano divide o cone definido pelos hiperplanos anteriores gerando mais 2 novas regiões. m=2 w0 região 1 região 4 w0 região 2 região 3 Contagem do número de regiões (cont.) • Caso tri-dimensional (n = 3): hiperplano é um plano. • Para os casos de 1, 2 e 3 hiperplanos, cada hiperplano aumenta o número de regiões por um fator 2: w0 para m = 1 2 regiões para m = 2 4 regiões x1 w1 para m = 3 8 regiões w2 (m = número de hiperplanos) x2 • Generalizando, n hiperplanos de dimensão n-1, em espaço ndimensional, define 2n regiões. • Para o caso de m = 4, vimos que tem 14 regiões, ou seja: o quarto hiperplano consegue dividir no máximo 6 das 8 regiões previamente geradas por 3 hiperplanos. Proposição 1 Seja R(m,n) o número de regiões definidos por m hiperplanos de dimensão n-1, em posição genérica, num espaço de pesos n-dimensional. Inicia-se com R(1, n) = 2 para e R(m,0) = 0, m 1. Para n 1 e m > 1 tem-se n 1 R(m,n) = R(m-1,n) + R(m-1,n-1) A prova é por indução em m: a) Para m = 2 e n = 1, é válida. b) Para m = 2 e n 2 sabe-se que R(2,n) = 4 e a fórmula é válida novamente: R(2,n) = R(1,n) + R(1,n-1) = 2 + 2 = 4 c) Agora, m + 1 hiperplanos de dimensão n-1 são dados em espaço n-dimensional e posição genérica ( n 2 ). Da hipótese de indução segue que os primeiros m hiperplanos definem R(m,n) regiões em espaço n-dimensional. O hiperplano m+1 intersecta os primeiros m hiperplanos, em m hiperplanos de dimensão n-2 (se todos estiverem em posição genérica). Esses m hiperplanos dividem o espaço (n-1)-dimensional em R (m,n-1) regiões. Após a separação com o hiperplano m + 1, exatamente R(m,n-1) novas regiões são criadas. O novo número de regiões é portanto R (m+1,n) = R(m,n) + R(m,n-1) e a prova termina. m=3 m+1 = 4 6 regiões novas R(m,n-1)=R(3,2) Cálculo recursivo de R(m,n) dimensão m n 0 1 2 3 4 1 0 2 2 2 2 2 0 2 4 4 4 3 0 2 6 8 8 4 0 2 8 14 16 5 0 2 10 22 30 Nota-se que: a) R(m,n) = 2m para m n , isto é, o número de regiões cresce exponencialmente até a dimensão do espaço. b) Após esse limite (m > n) o crescimento passa a ser polinomial Para n = 2, R(m,2) = 2m Para n = 3, R(m,3) = m2-m+2 Proposição 2 Para n 1 , R(m,n) é um polinômio de grau n-1 na variável m. A prova é por indução em n: Denotando P(a,b) um polinômio de grau b na variável a. O polinômio é explicitamente dado para n = 2. (R(m,2) = 2m)) Para a dimensão n + 1 e m = 1 sabe-se que R(1, n+1) = 2. Se m > 1 então R(m,n+1) = R(m-1,n+1) + R(m-1,n) Se R (m-1, n) é um polinômio de grau n -1 na variável m segue que R(m,n+1) = R(m-1,n+1) + P(m,n-1) Repetindo essa redução m -1 vezes chega-se finalmente a R(m,n+1) = R(m-(m-1),n+1) + (m-1)P(m,n-1) = 2 + (m-1)P(m,n-1) = P(m,n) R (m,n+1) é então um polinômio de grau n na variável m . m 1 R(m, n) 2 i i 0 n 1 Uma fórmula útil para R(m,n) é cuja validade pode ser provada também por indução. Contagem do número de regiões (cont.) m 1 R(m, n) 2 i i 0 n 1 • • • • A fórmula possibilita o cálculo do número de regiões formados por hiperplanos em posições genéricas. No caso de funções booleanas, as entradas sendo booleanas, os hiperplanos não se posicionam genericamente. O número de regiões, definido por um espaço 4-dimensional por 8 hiperplanos, é 128. Mas existem somente 104 funções computáveis por um perceptron de 3 entradas, e portanto 4 pesos e 8 possíveis vetores de entrada. O número R(m,n) deve ser interpretado como um limite superior sobre o número de funções computáveis para entradas binárias. Comparação do número de funções booleanas e funções computáveis de n entradas com dois limites superiores diferentes. n 1 22 n 4 T ( 2 n , n) R ( 2 2 , n) 2 n 4 4 2 1 / n! 4 2 3 4 16 256 65.536 14 104 1.882 14 128 3.882 16 170 5.461 5 4.3x109 94.572 412.736 559.240 Conseqüências • Primeira consequência: – O número de funções computáveis num espaço n-dimensional cresce polinomialmente enquanto que o número de possíves funções booleanas cresce exponencialmente. – A relação entre funções computáveis e o total de funções lógicas tende a zero com o incremento de n. • Segunda consequência: – Problemas insolúveis para redes com um número pré-determinado de unidades podem ser fabricadas com o incremento do número de linhas de entrada. • Exemplo: Para os neurônios escondidos, o número de entradas considerando o bias é n, e o número de pesos da rede é 2n + 3. O número de diferentes entradas é 2n-1. O número de regiões N no espaço de pesos é dado por N R(2 n1 , n). R(2 n1 , n). R(4,3) Isso significa que N é limitado por uma função da ordem de Se o número F de funções booleanas de n entradas é encontrar n que satisfaça F > N. 2 2n 2 2 ( n 1) 2 é possível Visualização geométrica Sejam P 2 e N 2 dois conjuntos de pontos a serem separados. x2 p1 pe r to pe r to e v vetores em p2 P ve n1 x1 n1 vetores em N x0 so so p2 p1 x2 n2 n2 Espaço de entrada sem bias x1 Espaço de entrada com bias Um vetor peso w deve ser encontrado tal que w.x > 0 para todo x P e w.x < 0 para todo x N • • • O algoritmo de treinamento do perceptron começa com um vetor w0 aleatoriamente escolhido. Se o vetor x P é tal que w.x < 0 significa que o ângulo entre os dois vetores é maior que 900. O vetor peso deve ser rotacionado na direção de x para que x fique na metade positiva do espaço definido por w. Isso pode ser feito adicionando x a w, como o algoritmo de treinamento faz. Se o vetor x N é tal que w.x > 0 significa que o ângulo entre os dois vetores é menor que 900. O vetor peso deve ser rotacionado na direção contrária a x para que x fique na metade negativa do espaço definido por w. Isso pode ser feito subtraindo x de w. • Se existe solução ela é encontrada após um número finito de passos. • Uma boa heurística é iniciar o peso com a média dos vetores de entrada positivos menos a média dos vetores de entrada negativos. Ilustração gráfica L x1 x1 w0 L w1 x2 w0 x2 x3 x3 Configuração inicial x1 Após correção com x1 L L x1 w3 x2 w2 x3 Após correção com x3 x2 x3 Após correção com x1 Convergência do algoritmo • • • Se os conjuntos P e N são linearmente separáveis, o algoritmo de treinamento atualiza o vetor de pesos wt um número finito de vezes até a convergência. Em outras palavras, se os vetores em P e N são testados ciclicamente, um após o outro, um vetor peso wt, que separa os dois conjuntos, é encontrado após um número finito de passos t. Para a prova, são feitas 3 simplificações sem prejuízo da generalidade: – Os conjuntos P e N podem ser unidos em P’ =PUN-. Onde N- consiste de elementos de N negados . – Os vetores em P’ podem ser normalizados, pois se um vetor w é tal que w.x > 0 isso é válido para qualquer outro vetor hx, onde h é uma constante. – O vetor peso pode também ser normalizado. Assumindo que uma solução existe, w* é a solução. Prova da convergência • Assume-se que após t+1 passos o vetor peso wt+1 foi computado. Isso significa que no tempo t um vetor pi foi incorretamente classificado pelo vetor peso wt e assim, wt+1 = wt + pi. • O cosseno do ângulo r entre wt+1 e w* é w * .w t 1 cos r w t 1 Para a expressão do numerador sabe-se que w * .w t 1 w * . (w t p i ) w * . w t w * .pi w * . wt com min{w * .p | p P'} Cont. Vimos que: e • w * .w t 1 cos r w t 1 w * .w t 1 w * . w t onde min{w * .p | p P'} Se o vetor peso w* define uma separação linear absoluta entre P e N sabese que > 0. Por indução obtem-se w * .wt 1 w * .w0 (t 1) Por outro lado para o termo do denominador sabe-se que w t 1 2 (w t p i ).(w t p i ) wt 2 2w t .p i p i 2 Se w t .p i é negativo ou zero (caso contrário não teria sido feita a correção) deduz-se que w t 1 2 wt 2 pi wt 2 1 2 pois os vetores em P são normalizados. Cont. • w t 1 w t 2 vimos que: A indução diz que w t 1 2 w0 2 2 1 (t 1) Lembrando que w * .w t 1 cos r w t 1 tem-se cos r w * .wt 1 w * .w0 (t 1) e w * .w 0 (t 1) w0 2 (t 1) O termo à direita cresce proporcionalmente a t e se é positivo pode tornar-se arbitrariamente grande. Contudo, se cos r 1 , t deve ser limitado por um valor máximo. Portanto, o número de correções para o vetor peso deve ser finito.