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CAPA
Jesus Cristo
Vegetarianismo, sob
os olhos de Deus
Foto montagem: Welby Dantas
Por Viviane Pereira
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...E Deus disse: Eis que vos dei todas as ervas, que dão semente sobre
a terra, e todas as árvores, que encerram em si mesmas a semente do seu gênero,
para que vos sirvam de alimento, e a todos os animais da terra, e a todas
as aves do céu, e a tudo o que se move sobre a terra, e em que há alma vivente,
para que tenham que comer.E assim se fez.
ssim descreve o Gênesis, no
início de tudo, como seria a
alimentação na Terra: todas
as sementes e árvores para
que todos os animais
tenham o que comer, sem distinção. Por
mais que se questione a origem da
Bíblia, gostando ou não do livro que
promete contar a história da
humanidade, quem há de negar que se
Deus fosse manifestar sua vontade, seria
a de oferecer frutos e sementes aos
seus filhos? Quem há de dizer que Deus
iria preferir que o homem se
alimentasse de sangue e morte para
continuar uma história que teve início
no paraíso?
Na visão religiosa, no Jardim do
Éden, os humanos tinham uma dieta
vegetariana e só passaram a se
alimentar de carne depois que Adão e
Eva pecaram e foram expulsos. Hoje, é
sabido de toda a maldade que é
praticada para que os animais sirvam de
alimento e exploração para os
humanos, e por isso não se pode
considerar que a comida em um lugar a
que se chame paraíso inclua carne de
animais.Teria Deus colocado na Terra
criaturas sencientes, que sentem dor e
sofrem, somente para serem usadas e
abusadas pelo homem? Seria mesmo
A
esse o plano divino? Será que Jesus,
que pregava amor e igualdade entre
todos os seres, vivia da morte de
animais? O que dizem disso as religiões
cristãs e tantas outras?
Para buscar o paraíso na Terra, é
necessário rever nossos conceitos
religiosos de caridade e amor ao
próximo, confrontando-os com uma
dieta que inclui servir da carne e
sangue dos animais.
Questionando valores e conceitos,
é possível perceber que uma dieta
vegetariana está muito mais de acordo
com um mundo em paz e com
harmonia entre todos os seres. Que se
busque, então, essa harmonia para
alcançar a paz professada por Isaías:
"Reino universal e pacífico do Messias:
...o lobo habitará com o cordeiro; e o
leopardo se deitará ao pé do cabrito; o
novilho e o leão e a ovelha viverão
juntos, e um menino pequeno os
conduzirá. O novilho e o urso irão
comer as mesmas pastagens; as suas
crias descansarão umas com as outras;
e o leão comerá palha com o boi... Eles
não farão dano algum, nem matarão
em todo o meu santo monte, porque
a terra estará cheia da ciência do
Senhor, assim como as águas do mar
que a cobre".
Passagens bíblicas
"... e tu comerás a erva da
terra." Gênesis 3:18
tinha dado naquele ano".
Livro de Josué 5:10
"E os filhos de Israel
permaneceram em Galgala,
e celebraram a Páscoa, no
dia catorze do mês, pela
tarde, na planície de Jericó;
e ao outro dia comeram dos
frutos da terra, pães ázimos,
e farinha do mesmo ano. E o
maná cessou, depois que
comeram dos frutos da
terra, e os filhos de Israel
não usaram mais deste
alimento, mas comeram dos
frutos que a terra de Canaã
" E, caminhando Jesus ao
longo do mar da Galiléia, viu
dois irmãos, Simão, chamado
Pedro e André, seu irmão, que
lançavam a rede ao mar
(porque eram pescadores), e
disse-lhes: segue-me, e eu vos
farei pescadores de homem. E
eles imediatamente, deixadas
as redes, o seguiram. E,
passando adiante, viu outros
dois irmãos, Tiago, filho de
Zebedeu, e João, seu irmão,
numa barca juntamente com
seu pai
Zebedeu,
consertando
as suas redes;
e chamou-os. E eles
imediatamente,
abandonando as redes e o
pai, o seguiram".
Evangelho de São Mateus 4:18
"O que imola um boi é como
o que mata um homem; o
que sacrifica um cordeiro, é
como o que degola um cão;
o que faz uma oferenda é
como o que oferece sangue
de porco..." Isaías 66:3
RevistaVegetarianos.com.br
“
Gênesis 1:29 e 1:30
CRISTO
VEGETARIANO
O amor em forma de gente, o amor
manifestado sob forma humana: Jesus.
Como imaginar um amor que apóie
morte, maus-tratos com animais, sangue
na mesa? Como duvidar de que Cristo
era vegetariano?
"Não há como conciliar violência,
morte, tortura e impureza com os
preceitos de amor, de não ferir, de não
matar! Contaminar-se com cadáveres,
poluir a terra, o ar e as águas com sangue,
detritos e vapores tóxicos, além de
torturar seres inocentes e indefesos é
absolutamente anticristão", argumenta
Fernando Carneiro Travi, 55 anos,
psicólogo, biogenista, higienista,
vegetariano desde 1985 e essênio – seita
que remonta a antes de Cristo. "Jesus
nasceu numa família Nazarena, ou seja,
ele não era um fariseu ou um saduceu,
mas um essênio", explica Travi.
Sobre a opção vegetariana, ele diz
que antes e depois de Jesus, os Essênios
sempre pregaram e praticaram o
vegetarianismo, destacando que não é
uma questão de optar por ser ou não
vegetariano. "Quem não tiver adotado
conscientemente o vegetarianismo não
poderá receber nenhuma das instruções
e convívio da congregação.
Simplesmente um carnívoro está do lado
de fora e não pode entrar enquanto não
renunciar a comer a carne de animais".
Para Travi, há uma Lei Divina, e quem
mata e ingere carne está contra a Lei;
por causa dessa desobediência
condena-se ao exílio, a não participar da
intimidade com o Criador. "O
vegetariano está naturalmente
habilitado para compreender as
doutrinas e segui-las porque não tem
em si os impedimentos objetivos e
subjetivos da ingestão de carnes".
O psicólogo já era vegetariano antes
de conhecer a Lei Divina que proíbe a
ingestão de carne de animais. Fez essa
escolha por saber das questões
ecológicas, éticas e de saúde que
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Se Cristo era vegetariano e ensinava
sobre o amor e respeito a todas as
criaturas de Deus, comer carne é ir
contra os ensinamentos de Jesus.Travi
afirma: "O cristianismo, tal como
ensinava o Mestre Jesus, tem em
princípio, como porta de entrada para
ser um discípulo do Mestre, o
vegetarianismo estrito".
A princípio tudo parece simples:
Cristo era vegetariano e professava o
amor, por isso todo cristão deveria ser
vegetariano. A razão para isso não
acontecer, segundo Travi, reside no fato
de a maioria dos cristãos seguirem uma
doutrina diferente da que Jesus pregou
há 2 mil anos em Israel e em várias
partes do mundo. "As escrituras oficiais,
canônicas, sacramentadas pela "Igreja"
estão incompletas e em parte
falsificadas em vários pontos que
poderiam ameaçar o antigo Império
Romano e o seu modo de vida.
Constantino, aquele imperador que
supostamente adotou o cristianismo, na
verdade forjou uma nova religião, muito
Fernando C. Travi
Arquivo Pessoal
SER CRISTÃO
“
O cristianismo,
tal como ensinava o
Mestre Jesus, tem em
princípio, como porta de
entrada para ser um
discípulo do Mestre,
o vegetarianismo
estrito.
“
envolvem o consumo de carne. O
conhecimento da abordagem religiosa
veio dar um novo significado,
tornando-se o motivo mais importante
para sua opção alimentar.
diferente daquela que o Mestre
ensinou".
"Nós teremos que repensar
completamente o sentido da história e
do Cristianismo ao abraçarmos a idéia de
Cristo vegetariano". A constatação é do
escritor e professor de história da
universidade The New School for Social
Research de Nova Iorque Rynn Berry,
autor de diversos livros, entre eles
Famous Vegetarians.
Ele acredita que se a comunidade
Cristã soubesse que Jesus era
vegetariano, muitos cristãos seriam
motivados a seguir seu exemplo.
"Infelizmente a verdade sobre a dieta
vegetariana de Jesus foi escondida por
dois mil anos". Para Berry, os cristãos só
não são vegetarianos porque a dieta não
violenta de Jesus foi escondida. "A
religião pode influenciar a opção
alimentar das pessoas. O budismo, o
hinduísmo e o jainismo impeliram seus
seguidores a adotar uma dieta
vegetariana. O mesmo poderia
acontecer com o Cristianismo, revendo
essa postura do Cristo vegan".
Berry explica que esta opção
alimentar de Cristo é confirmada,
principalmente considerando o fato de
que na Antiguidade era difícil não ser
vegetariano, já que a carne era um
alimento luxuoso. "Ao enfatizar um
estilo de vida simples, Jesus não incluiu
uma comida opulenta".
O escritor faz também a relação de
Jesus com a seita essênia dos Nazarenos
e a influência dessa experiência, já que
Anna Kingsford e Edward Maitland: luta pelo bem-estar humano e animal
Baseados nos preceitos cristãos, Anna
Kingsford e Edward Maitland marcaram suas
vidas lutando pelo bem-estar tanto dos
homens e mulheres quanto dos animais.
Grande mística e profeta cristã, Anna
dedicou-se à medicina com o objetivo de
propagar o vegetarianismo, provando os
benefícios de uma dieta vegetariana para o ser
humano. Como na Inglaterra não aceitavam
mulheres no curso de medicina, foi estudar em
Paris, defendendo em 1880 sua tese A
alimentação vegetal do homem. Sua história de
luta pelo vegetarianismo e contra a vivissecção
de animais chegou a dar-lhe o título de "mãe
do vegetarianismo". Junto com seu grande
colaborador, Edward Maitland, ajudou a
propagar a verdadeira face vegetariana do
ensinamento Cristão. Estudioso desses
religiosos, Arnaldo Sisson compartilha alguns
textos escolhidos de Anna e Maitland:
"Considero o movimento vegetariano o
mais importante movimento de nossa época.
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Acredito nisso porque vejo nele o começo da
verdadeira civilização. Minha opinião é que até o
presente momento não sabemos o que significa
civilização. Quando olhamos para os cadáveres
dos animais, sejam inteiros ou cortados – que com
molhos e condimentos são servidos em nossas
mesas – não pensamos no horrível fato que
precedeu a esses pratos; e, não obstante, é algo
terrível saber que cada refeição que fazemos foi a
custo de uma vida."
Anna Kingsford - citada por Samuel H. Hart,
em palestra proferida por ele para a Sociedade
Vegetariana de Leeds, em 1946, na comemoração
do Centenário do nascimento de Anna Kingsford.
"O processo por meio do qual eu fui levado a
descobrir a verdadeira natureza e fonte do conflito
sempre furiosamente ocorrendo no mundo, entre a
alma e os sentidos externos, entre o ser e a
aparência, entre o profeta e o sacerdote – um
processo no qual o abandono de uma dieta de
carne foi uma parte essencial – se provou
indispensável para minha preparação para o
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trabalho ao qual estava destinado a realizar."
Edward Maitland – The Soul and How It
Found Me. Tinsley Brothers, Londres, 1877
"Em todos os lugares na cristandade católica
os pobres e pacientes animais, que não podem
falar, suportam todas as espécies de tormentos sem
uma única palavra ser pronunciada em sua defesa
pelos instrutores da religião. Isso é horrível – é
deplorável. E a razão para tudo isso é que os
animais são popularmente considerados como não
possuindo almas. Digo, então, parafraseando as
palavras de Voltaire que "se fosse verdade que eles
não possuem almas, seria necessário inventar
almas para eles". A Terra se tornou um inferno para
os animais por causa dessa doutrina. Vejam a
vivissecção e a tolerância da Igreja para com ela.
Anna Kingsford – Her Life, Letters, Diary and
Work. 3ª. Edição, editada por Samuel Hopgood
Hart. John M. Watkins, Londres, 1913
"Ao uso que se fez de minha pessoa em favor
da questão da vivissecção, e ao vívido insight que
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Ele passou a vida inteira com esse
grupo, que enfatizava a alimentação
não-violenta. "Os essênios eram o
equivalente judaico aos pitagóricos, que
defendiam o vegetarianismo ético".
Vegetariano desde os 19 anos, Berry
explica que sente-se atraído por
religiões que promovem um
vegetarianismo ético, como o jainismo e
o budismo, que têm como guia o
princípio de ahimsa, a não-violência.
Ferrier: "Ele disse 'nenhum pardal cai à
terra sem a vontade do Pai'. Disse ao meu
coração que nada cai à terra sem a
vontade de Deus, pois há uma unicidade
em toda vida, do mais baixo ao mais
elevado. Se nenhum pardal cai à terra
sem a vontade de Deus, não pode ser
Sua vontade que nós sacrifiquemos
milhões de criaturas como fazemos
todos os dias na Inglaterra, na Europa e
na América, para nos servir de alimento".
Membro da União Vegetariana
Internacional e da Sociedade
Vegetariana do Reino Unido, Buist nunca
experimentou carne porque seus pais já
eram vegetarianos oito anos antes de
ele nascer. O conhecimento aprendido
com a Ordem da Cruz foi a principal
influência para que eles se tornassem
vegetarianos e quando Buist teve idade
suficiente para decidir por si mesmo,
esses preceitos também foram
fundamentais. Entre os principais ideais
ORDEM DA CRUZ
A harmonia e a unicidade de toda a
vida são as bases da Ordem da Cruz,
grupo cristão, pacifista e vegetariano
fundado em 1904. Como os devotos da
Ordem entendem que toda forma de
vida está ligada pela energia divina, fica
sem sentido comer carne. Por isso, ser
vegetariano é requisito básico para fazer
parte do grupo.
"Ser vegetariano é melhor para os
animais, para nossa saúde e para a
saúde do planeta. Sobretudo está em
harmonia com o princípio da unicidade
de toda a vida e eu acredito que esta é a
vontade de Deus, como proclamado no
Gênesis", diz Gabriel Buist, 78 anos,
professor de química aposentado que
mora na Inglaterra.
Membro da Ordem, ele cita palavras
do fundador, reverendo John Todd
Rynn Berry
Reprodução
me foi dado acerca da
verdadeira natureza
da influência que se
manifesta entre nós
sob o nome de
ciência materialista
– como sendo uma
encarnação do princípio do mal em
seus mais baixos níveis e em seus mais
abomináveis aspectos – eu posso claramente
encontrar a causa da plena abertura da visão
espiritual que me qualificou para o trabalho que
em breve eu seria chamado a realizar. Pois me
foi mostrado que os sacerdotes da ciência,
possuídos pelo demônio do egoísmo, foram
conduzidos a arrastar o mundo a um inferno
pior do que jamais os sacerdotes da religião o
tinham levado. E o princípio de ambos os
sacerdotalismos era o mesmo – a busca da
salvação do seu próprio ser por meio do
sacrifício de outro."
Edward Maitland - The Soul and How It
Found Me. Tinsley Brothers, Londres.
“
Infelizmente a
verdade sobre a
dieta vegetariana de
Jesus foi escondida
por 2 mil anos
“
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da Ordem estão levar mensagem de paz
à humanidade, promover a fraternidade
entre os homens e difundir uma dieta
sem derramamento de sangue. A Ordem
defende a idéia de que Cristo era
vegetariano, pela sua compaixão e amor
por toda forma de vida e sua postura
contra todo tipo de crueldade,
carnificina e os sacrifícios animais
praticados nos templos na sua época.
Para Buist, quem come carne não
está de acordo com a maneira cristã de
viver. "Há uma boa evidência histórica
para mostrar que os apóstolos e muitos
cristãos antigos eram vegetarianos",
comenta, citando os livros The Origin of
Christianity:The Pacificism, Communalism
and Vegetarianism of Primitive
Christianity, de Charles Vaclavik e The Lost
Religion of Jesus, de Keith Akers.
"Entretanto, quando a Igreja se
estabeleceu, o vegetarianismo foi
rejeitado porque aqueles que tinham o
poder político não gostaram disso e
muitos povos apreciavam comer carne".
Ele acredita que as religiões cristãs
RevistaVegetarianos.com.br
deveriam incentivar a dieta vegetariana e
que essa atitude, somada à divulgação
da informação de que Cristo era
vegetariano, estimularia muitos cristãos a
parar de comer carne. "Notamos que
durante os últimos dois mil anos a
maioria dos cristãos não seguiram Seus
ensinamentos sobre esse tema. Hoje há
uma conscientização crescente de que o
vegetarianismo, e especialmente a
maneira vegana de viver, tem muitas
vantagens". Maneira de viver que inclui
amor e respeito por toda a forma de vida
e compaixão pelos animais. Buist espera
que essa compaixão toque o papa, o
arcebispo e outros líderes de igrejas
cristãs – e de outras fés – para que eles
proclamem este conhecimento e
acelerem a adoção de uma maneira de
vida com mais compaixão. "Eu considero
isso essencial para o crescimento
espiritual e a sobrevivência
da humanidade".
SEM CARNE, MAIS
PERTO DE DEUS
"O vegetarianismo, como regra geral,
é o ABC do processo de aproximação do
ser humano com Deus, do nascimento
do Cristo em nós, da luz divina que nasce
no seio de nossas almas e de nossas
mentes", opina Arnaldo Sisson Filho,
54 anos, economista, católico-cristão,
praticante do cristianismo baseado nas
interpretações e iluminações místicas da
Dra. Anna Kingsford (veja quadro ao lado).
Vegetariano desde 1973, ele justifica
sua afirmação destacando que se uma
religião não ensina seus seguidores a ter
uma dieta vegetariana, não merece
sequer o nome de religião. "O que vemos
hoje em nosso País, majoritariamente,
não é religião, mas sim 're-perdição'".
Sisson lembra que para fazer nascer e
crescer o Cristo em nosso interior é
preciso pureza e bondade em nossas
vidas e comer carne é justamente o
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Enquanto não acordarmos para o
vegetarianismo, a dita religião continuará, na
verdade, re-perdição: cegos perdidos conduzindo
cegos também à perdição da
cegueira espiritual
u
sxc.h
“
Arnaldo Sisson Filho
oposto disso, é
impureza e crueldade. "É
o predomínio do
materialismo, dos sentidos externos, da
ilusão de que é possível nos
beneficiarmos por meio da dor alheia.
Enquanto não acordarmos para isso, a
dita religião continuará, na verdade,
re-perdição: cegos perdidos
conduzindo cegos também à perdição
da cegueira espiritual."
Para o economista, o vegetarianismo
é uma expressão do amor divino e por
isso facilita a percepção espiritual,
"purificando nossos veículos". Ele explica
que nossos veículos, tanto o físico
quanto os psíquicos, são as lentes pelas
quais vemos o universo.
Arnaldo Sisson cita o apóstolo Paulo:
"Não vos iludais, de Deus não se zomba.
De acordo com o que semeardes, assim
colhereis". É a Justiça Divina, dando dor a
quem semeia dor. "A alimentação
baseada na carne embrutece ou,
alegoricamente, mata nossos sentidos
mais nobres, isto é, nossas intuições ou
nossa percepção espiritual".
A opção de Sisson pelo
vegetarianismo deve-se ao amor aos
irmãos menores. "Se os tratamos de
forma cruel, a Justiça Divina não nos
trará bem-aventuranças, não nos trará a
luz, a glória de Cristo, mas nos trará a dor,
a tristeza e a cegueira espiritual".
VISÃO CRISTÃ
Arnaldo Sisson define religião cristã
como a religião do Cristo Jesus, no Alto,
à direita do Pai, e também dentro de
cada um, nos corações e nas mentes; a
religião da pureza e da bondade. Dentro
dessa definição, coloca o vegetarianismo
como uma expressão básica desses
preceitos eternos.
Segundo ele, os símbolos sagrados
Múltiplas visões
Cristianismo - é baseado essencialmente
nos ensinamentos de Jesus de Nazaré,
reproduzidos no Novo Testamento, nos
Evangelhos escritos pelos apóstolos Mateus,
Marcos, Lucas e João. É uma religião
monoteísta – com um único Deus –, que teve
início no século 1, criada por Jesus e
espalhando-se rapidamente por todo o
mundo. O ponto principal do cristianismo é a
figura central de Jesus Cristo, filho de Deus que
veio à Terra para libertar os homens, trazendo
os ensinamentos do Pai, de amor a Deus e a
todos os seres.
Essênios - os essênios formam uma seita
que remonta a antes de Cristo e, segundo
alguns estudiosos, da qual Jesus fazia parte,
junto com seu primo, João. Eles tinham um
modo de vida bastante diferenciado: eram
vegetarianos, não sacrificavam animais, não
tomavam bebidas fermentadas e adotavam o
batismo como prática purificatória. Para ser
membro da Congregação e participar das
atividades do "círculo interior", ser vegetariano
é um requerimento absoluto. Segundo as
instruções do Mestre Yahshua, um carnívoro
deve evoluir a vegetariano antes de sua
iniciação para o "círculo interior" de atividades
da Congregação, incluindo ser membro dela.
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Budismo - filosofia de vida baseada nos
ensinamentos do Buda, o budismo é uma religião
prática, devotada a condicionar a mente inserida
em seu cotidiano, para levar a ela paz, serenidade,
alegria, sabedoria e liberdade perfeitas. Seus
seguidores tinham as mais variadas características
e ele os ensinava de acordo com suas habilidades
para o crescimento espiritual. Ele não exigia
crença cega; ao contrário, adotava o "venha e
experimente você mesmo".
* Texto extraído do livreto "O que é Budismo", do
Venerável Mestre Hsing Yün
Espiritualismo/espiritismo - essa filosofia vê
os seres como espíritos eternos, criaturas de Deus,
"inteligência suprema do universo, causa primaria
de todas as coisas". Aponta que as leis de Deus
estão escritas ou inscritas na consciência do
homem e que somos responsáveis por tudo que
nos acontece ("aquilo que semeardes, isto mesmo
havereis de colher"). Segundo os espíritas, a Terra
não e o único planeta habitado e nós vivemos
cercados não apenas de criaturas encarnadas,
nossos companheiros de jornada, mas também
de espíritos, bons ou maus.
Hinduísmo - o hinduísmo teve suas origens
há aproximadamente 3 mil anos a.C., com base
nos antigos textos védicos. É a principal religião
RevistaVegetarianos.com.br
da Índia, reunindo diversas tradições étnicas. O
hinduísmo ensina que nenhuma vida deve ser
destruída de forma violenta. As vacas são
consideradas sagradas e a maioria dos hindus
segue uma dieta vegetariana.
Jainismo - uma das religiões mais antigas da
Índia,é considerada anterior ao hinduísmo. Entre
suas principais características destaca-se não ter
um Deus como criador ou figura central. Entende
os seres divididos em duas formas: a matéria e a
alma. Durante a estada na Terra, seja como
humano ou animal, esse ser tinge sua mônada
com suas ações.
Taoísmo - busca a relação do homem
consigo mesmo e com a natureza, o equilíbrio
entre o material e o espiritual. O caminho taoísta
visa restaurar a consciência da vida plena através
do Tao. Sua origem é atribuída aos ensinamentos
do mestre chinês Lao Tsé, por volta de meio
século antes de Cristo.
Islamismo - criado por volta do século 6 d.C,
tem por fonte os ensinamentos de Maomé
contidos no Alcorão. O islamismo tem restrições
alimentares quanto à ingestão de animais,
chamadas de halal. Segundo a lei islâmica, o
abate deve minimizar o sofrimento animal.
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do cristianismo precisam ganhar a vida
de uma interpretação espiritualmente
lúcida, crística, pois é o espírito dessa
interpretação que vivifica a letra e os
símbolos; em compensação, sua leitura
literal e materialista mata
espiritualmente e fisicamente. "A
alimentação de carnes é uma expressão
típica dessa matança. Pior do que ela, só
a tortura da vivissecção e dos testes da
dita ciência usando os pequeninos
inocentes e indefesos".
Contudo, por falta de informação, a
comunidade cristã sequer tem o direito
de escolher com base nos ensinamentos
e na postura crística. "Como os cristãos
saberão do vegetarianismo de Cristo, se
os seus líderes religiosos, a quem
seguem, são cegos espiritualmente,
defendem a matança e a crueldade?”
Ele lamenta que muitos do que se
denominam cristãos, na verdade, têm
pouco de cristão. No tema
vegetarianismo, ressalta o fato de que
hoje é considerado mais do que
provável que Cristo esteve com os
essênios em boa parte de sua vida e este
povo é vegetariano. Ou seja, uma
informação importante, um
ensinamento significativo do Mestre que
Judaísmo - considerada a mais antiga
religião monoteísta, o judaísmo é a religião do
povo judeu, que tem sua crença baseada em
um Deus criador de tudo, YHWH (também
chamado Adonai). O judaísmo tem restrições
alimentares, com um código de leis casher, que
estabelecem que animais podem ou não ser
ingeridos e de que maneira devem ser abatidos
e preparados. É proibido o consumo de carne
de porco, répteis e frutos do mar, além da
mistura de carne com laticínios. A lei casher
determina que o animal deve ser abatido de
forma que seu sofrimento seja minimizado.
Hare Krishna - baseado especialmente na
literatura védica, o movimento chegou ao
Ocidente na década de 60 pelo Sri Srimad A.C.
Bhaktivedanta Swami Prabhupada. Os Hare
Krishnas seguem uma dieta lacto-vegetariana
baseados no princípio de ahimsa. Eles
entendem que matar animais é como assassinar
um irmão e pela lei do karma, de ação e reação,
os seres humanos sofrem por provocar a morte.
Adventistas - a Igreja Adventista do 7º Dia
nasceu de uma profecia bíblica registrada no
livro de Daniel 8:14 e se organizou, oficialmente,
em 1860. O Brasil, atualmente, é o país com o
maior número de membros: 1,3 milhão.
a maioria dos seguidores desconhece.
Para explicar o motivo dessa ausência
de sentimento cristão, Sisson dá sua tese.
"São grupos dominados pelo
materialismo e pela idolatria (pelos
sentidos e pela cegueira espiritual). Nesse
contexto, com grande freqüência os
santos e profetas foram
incompreendidos e às vezes até mesmo
perseguidos pelos próprios ditos cristãos.
Veja os exemplos, entre muitos e muitos
outros, de Roger Bacon (aprisionado por
longos anos), de Thomas More
(aprisionado e decapitado), de Giordano
Bruno (aprisionado e queimado), de
Malagrida, o taumaturgo do Brasil
(aprisionado por anos e queimado em
Portugal pela "santa" Inquisição), e de
Anna Kingsford, ridicularizada e
desprezada até nossos dias.Todos
tratados assim por pessoas e grupos que
se diziam e se dizem cristãos".
ESPIRITUALISMO
"Ser vegetariano torna o ser humano
mais sensível a determinadas vibrações
das esferas espirituais superiores,
facilitando assim influências melhores",
afirma Adão Nonato de Oliveira, 71 anos,
psicólogo, psicanalista, advogado,
professor de Comunicação e Oratória e
apresentador de programas de rádio
(Rádio Boa Nova 1450 AM) e de televisão
(TV Mundo Maior).Vegetariano desde
1952, Oliveira é espiritualista e
universalista, com foco maior no
Espiritismo codificado por Alan Kardek e
ampliado pelos conhecimentos trazidos
pelos escritores brasileiros. "São tradições
que indicam o vegetarianismo como
melhor caminho".
Ele ressalta que sua escolha pela
dieta vegetariana não se deve a
nenhuma imposição religiosa, mas foi
uma opção
pessoal,
devido ao conhecimento adquirido. "De
minha parte não tenho nenhuma dúvida
quanto à vantagem da alimentação
vegetariana.Tenho 71 anos, sou
vegetariano desde os 16 anos, e venho
de uma família de 16 pessoas, todos
carnívoros; minha saúde é muito melhor
que a de todos os outros membros da
família, muitos dos quais, mais novos
inclusive, já desencarnaram por doenças
decorrentes, em muitos casos, da
alimentação errônea".
Na opinião de Oliveira, algumas
religiões enfatizam a necessidade de o
ser humano estar com o organismo num
estado de higiene interna perfeita – em
perfeito equilíbrio emocional e mental –
para que possa estar em sintonia com as
esferas espirituais. "Como a alimentação
carnívora acarreta, através da digestão,
uma espécie de intoxicação do sistema,
isto dificulta a sintonia com esferas
espirituais superiores. No evangelho
cristão, aparece Jesus falando aos
discípulos que para afastarem
determinados espíritos inferiores,
eram necessários jejum e oração, ou seja,
jejum de comportamentos inadequados
ou em distonia com a espiritualidade
superior, sentimentos elevados e
pensamentos positivos, além de
alimentação condizente com tais
princípios". Entretanto, para o psicólogo,
a religião até pode influenciar a pessoa
na opção da dieta vegetariana, mas o
mais importante é a própria pessoa fazer
essa escolha por conhecer seus
“
Ser vegetariano
torna o ser humano
mais sensível a determinadas
vibrações das esferas
espirituais superiores
Arquivo Pessoal
6/7/2007
Dr. Adão Nonato
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CAPA
ADVENTISTAS
sxc.hu
Uma alimentação vegetariana com
os alimentos fornecidos originalmente
por Deus à humanidade – frutas, nozes,
cereais e verduras – é a recomendação da
Igreja Adventista do 7º Dia para uma boa
saúde. "O vegetarianismo é a dieta
original de Deus para o ser humano e
está registrado no livro de Gênesis e em
outros livros da Bíblia. A ciência, hoje,
cada vez mais, comprova que um estilo
de vida saudável, incluindo os hábitos
alimentares, tendo como base fontes
vegetais, contribuirá para a prevenção
de várias doenças e, consequentemente,
uma longevidade com qualidade de vida.
A premissa é a de que o Criador sabe
exatamente como se consegue o melhor
rendimento da máquina humana", afirma
Marco Antonio Lima, 40 anos, publicitário,
adventista. Ele ressalta que o
vegetarianismo, em sua religião, é uma
recomendação, não uma exigência.
"Parece coerente, pois cremos e
pregamos sobre a Bíblia, e ela contém
princípios claros de saúde e restrições
alimentares." A base dessa
recomendação
reside na
crença de que
o corpo
pertence a Deus
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e por isso os membros da igreja são
orientados a tratá-lo com respeito.
Por acreditar nos benefícios que
esses ensinamentos proporcionam a
quem os adota, o publicitário defende
que as religiões, quando tiverem a
crença das vantagens do
vegetarianismo, façam essa
recomendação aos seus seguidores.
"No caso de minha religião, não é
determinante, mas são conselhos
expostos por médicos e profissionais de
cada área, com ampla comprovação
científica". Para Marco, o vegetarianismo
“
...um corpo
saudável produz
uma mente saudável.
E a partir daí,o
relacionamento com
Deus pode ser
nutrido
Marco Antonio Lima
“
benefícios, tanto na esfera orgânica,
quanto na emocional, mental e espiritual.
"É muito ruim fazer as coisas por
imposição, sem saber o porquê. Nem é
digno da criatura humana. Nesse aspecto,
o evangelho nos orienta: o conhecimento
da verdade é libertador".
aproxima a pessoa de Deus, por permitir
que o ser esteja saudavelmente pleno
em seus três aspectos: físico, mental e
espiritual. "Um aspecto exerce influência
sobre o outro: mente sã, corpo são; por
isso devemos cuidar ou "alimentar" cada
parte, da melhor maneira, para que
desfrutemos de uma saúde plena. A
minha comunicação ou aproximação
com Deus acontece através da minha
mente; se esta estiver bem, terei melhor
discernimento ou compreensão dos
princípios de vida deixados
por Deus através da Bíblia
e, consequentemente,
mais capacitação para
colocá-los em prática
em meu viver diário".
Assim como Marco,
que se tornou
vegetariano em 1992,
muitos adventistas fazem essa
opção seguindo a
recomendação da Igreja. "Isto
aconteceu comigo e com
muitas outras pessoas que
conheço.Vim a conhecer esses
aspectos de saúde por
completo, não somente o
vegetarianismo, através de
livros em minha religião. A
ênfase dada é a de que um corpo
saudável produz uma mente saudável. E
a partir daí, o relacionamento com Deus
pode ser nutrido". Marco diz que com
esses ensinamentos aprendeu que o ser
humano somente tem saúde completa
quando a mente, o corpo, o espírito e
também o aspecto social estão em total
harmonia.
O publicitário avalia que o
vegetarianismo tem trazido muitos
benefícios para sua vida, sentindo que
depois da mudança dos hábitos
alimentares passou a aproveitar melhor –
conscientemente – outros recursos
naturais, como o ar e a água puros e a luz
solar. "O meu sistema imunológico foi
favorecido e, consequentemente, minha
disposição física e mental; alguns
problemas de saúde, como gripes
freqüentes, sinusite e dor de cabeça,
desapareceram. A prática da religião ou
exercício da fé tem contribuído
definitivamente para que eu tenha uma
melhora em minha qualidade de vida e
em todos os quatro aspectos: físico,
mental, espiritual e social".
Marco não acredita que Cristo fosse
vegetariano, pois crê que ele se
alimentava de peixes, principalmente
pela proximidade com o mar. "Mas hoje,
para nós, isso já não é uma realidade,
uma vez que os rios e mares estão
poluídos. Como podemos confiar que o
peixe que vemos no mercado não está
contaminado com metais pesados e
poluição em geral, uma vez que os lucros
estão à frente da moral ou norma? Não
dá pra confiar. Então, tal alimento seria
muito mais maléfico à saúde. Podemos
estender essa questão às aves e ao gado,
que estão doentes pelo mundo todo",
justifica. "Se o contexto fosse outro,
poderíamos ter Jesus se alimentando de
semente de linhaça, que é rica em
ômega 3, ao invés de peixes".
Ele comenta que a Bíblia diz que foi
permitida a adoção de uma alimentação
com carne logo após o dilúvio, enquanto
a vegetação não se desenvolvia
totalmente. Mas a idéia era que essa
atitude fosse por um tempo limitado, e
não continuasse até os dias de hoje,
quando há muitas outras opções. "Não
devemos condenar as pessoas, como
Jesus não condenava. Ele as tratava com
muito respeito e consideração e não as
obrigava a mudarem suas atitudes.
Assim, também, devemos fazer uns com
outros, não criticando ou julgando, nem
se considerando superior pelo fato dos
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Todas as religiões verdadeiras apresentam princípios
semelhantes,como a Compaixão,Misericórdia,Paz
e Justiça,pois vieram de uma mesma fonte.
Fu'aad Raashid
hábitos alimentares de alguém serem
diferentes dos nossos. Não se deve violar
o direito sagrado do livre-arbítrio e as
nossas diferenças não podem causar
desentendimentos ou conflitos. Antes,
devemos nos respeitar e nos ajudar
mutuamente, independentemente de
nossas convicções em quaisquer questões".
ISLAMISMO
“Não façais de vossos estômagos
cemitérios de animais.”
A frase acima é um hadith (dito) do
profeta Muhammad (Maomé), e serve de
referência para os muçulmanos que
decidiram retirar a carne de sua
alimentação. "Uma dieta vegana no Islã
está ligada, atualmente, a uma busca
harmônica entre o indivíduo e o resto da
Criação", afirma Fu'aad Raashid, 23 anos,
bilólogo, muçulmano. Desde 1999 ele
não utiliza nada de origem animal.
Raashid conta que Muhammad é
tratado por alguns historiadores como
"semi-vegetariano", pois mesmo vivendo
em um ambiente de deserto, comia
carne de 40 em 40 dias e instruiu os
muçulmanos em seu tempo a fazerem o
mesmo. Sobre o fato de a religião
influenciar uma pessoa para escolher
uma dieta vegetariana, o biólogo
acredita que se entendemos religião
como um conjunto de preceitos
espirituais, éticos e morais que atuam
diretamente na vida de uma pessoa, a
religião pode sim exercer essa influência.
Contudo, para ele essa influência deve
atuar como uma sugestão à autoreflexão, e não como imposição. "Todas
as religiões verdadeiras apresentam
Muitos dos que
questionam a afirmação de
que Cristo era vegetariano
utilizam como base a
passagem bíblica em que
Ele multiplicou pães e
peixes para distribuir aos
seus seguidores. Os cristãos
que defendem o
vegetarianismo apresentam
diferentes explicações para
esse fato, sempre
demonstrando que essa
passagem não tira todo o
ensinamento de compaixão
de misericórdia de Jesus
para todos os seres.
Entre as teorias
existentes, alguns apontam
que a palavra "peixe" é o
resultado de uma tradução
errônea para o que seria, na
verdade, um tipo de alga
marinha. Mas há ainda
outras explicações.
Fernando Travi: "A questão
histórica foi brutal e
maliciosamente pervertida
pelos inimigos do Cristo. Eles
tentaram apagar todas as
evidências que mostravam
Jesus vegetariano e que
exigia de seus discípulos a
mesma atitude dele."
Arnaldo Sisson: "Como
dizia o próprio Cristo Jesus:
"exceto para vocês (os seus
discípulos ou apóstolos), eu
não falo nada que não seja em
parábolas". Os evangelistas
seguiram o preceito do seu
Mestre. Escreveram de forma
alegórica seus evangelhos. A
alegoria da multiplicação dos
pães e dos peixes é uma linda
parábola, onde o pão
representa o conhecimento
religioso superficial, e os peixes
o conhecimento religioso
profundo, místico. São
símbolos milenares. E o
alimentar em abundância as
multidões com esses
conhecimentos é característica
dos Filhos de Deus, dos
Cristos de todas as épocas e
nações. A
leitura literal dessa e
de outras tantas parábolas é
conseqüência da cegueira
espiritual. Quando fazemos
essa leitura literal,
pretendendo ser fatos
históricos o que é uma
alegoria, cometemos um dos
piores pecados, a idolatria.
Adoramos a forma, e
matamos o sentido
vivificante".
Gabriel Buist: "No
Cristianismo antigo, peixe
era um símbolo para Cristo,
e para verdades ocultas. O
esboço de um peixe pode
ser visto hoje cravado nas
paredes das catacumbas em
Roma. Quando a verdade é
ensinada, nós podemos ver
que pode ser espalhada e
multiplicada. Nós não temos
que acreditar em um milagre
"mágico" extraordinário".
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Fotos: sxc.hu
O milagre da multiplicação dos pães e dos peixes
princípios semelhantes, como a
Compaixão, Misericórdia, Paz e Justiça,
pois vieram de uma mesma fonte. O
propósito da vinda de mensageiros a
esse mundo foi o de libertar a
humanidade das correntes que a
escravizavam e ainda escravizam.
Libertação essa que inicialmente é
pessoal e posteriormente coletiva. Criar
dogmas, seja sobre o vegetarianismo ou
qualquer outro aspecto de nossas vidas,
vai de encontro a esse propósito".
Na questão pessoal, Raashid destaca
o cuidado corporal e o ideal de
alimentação saudável que o Islam
estabelece. Na abordagem coletiva, ele
cita a questão problemática ligada à
obtenção de alimentos de origem
animal, principalmente no Ocidente.
"Tudo o que está ligado a isso, que vai
desde o mau trato e desrespeito para
com a vida animal, até problemas sociais
e poluição do planeta, entra em conflito
com os preceitos Islâmicos".
Raashid diz que o Islã apresenta
preceitos que regulam todos os aspectos
da vida humana. "Mediante isso, o
veganismo é uma forma de buscar esse
ideal Islâmico de harmonia e equilíbrio
entre a vida pessoal e coletiva (com
humanos e não-humanos)".
Para o biólogo, o ato de comer ou
não comer carne, em si, não tem nenhum
significado espiritual em primeira
instância. "Biologicamente o ser humano
é como qualquer outro organismo no
Planeta. O Altíssimo como criador da
Vida, seu fluxo e sua forma de regulação
situa o homem, biologicamente, nesse
princípio de igualdade perante a Criação.
Compreendendo isso, as necessidades
biológicas humanas e de outros
organismos variam mediante
características ambientais em que se
esses se inserem. O Islã enquanto
desígnio do Criador para toda a
humanidade, não poderia tomar uma
posição uniforme sobre a dieta, pois
cada região e cada contexto possuem
suas próprias particularidades", avalia.
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"A determinação de Deus é para que
seus preceitos sejam seguidos. Cada
muçulmano e cada muçulmana deve
saber quais são e também analisá-los
para que sejam vivenciados; porém, se
isso não ocorre, cada um é responsável
por suas próprias decisões e ações".
Raashid cita um entre os inúmeros
ditos do Profeta em que Ele instrui
sobre a necessidade de misericórdia e
compaixão para com toda a Criação.
"O Profeta Muhammad (s.a.w.) foi
questionado por seus Companheiros se
a bondade para com os animais é
recompensada. Ele respondeu: Sim, há
uma recompensa meritória para a
bondade a cada criatura viva."
suas mãos do derramamento de sangue
e não permitam que carne entre em
suas bocas, porque Deus é justo e
generoso e ordenou que o homem
deverá viver pelos frutos e sementes da
terra somente".
"Eu venho para pôr fim aos sacrifícios
e os banquetes de sangue, e se não
cessais de oferecer e comer da carne e do
sangue, a cólera de Deus não cessará
sobre vós, ainda como veio para seus
pais no deserto, que luxuriando por
carne, comeram para sua satisfação, e
foram repletos com podridão, e a praga
os consumiu".
"E aconteceu também estar ali na
gruta, uma vaca, e um cavalo, e um asno,
e uma ovelha, e embaixo da manjedoura
estava um gato com os seus pequenos, e
havia pombas em cima, e cada um tinha
seu companheiro segundo a sua espécie,
o macho com a fêmea. E então veio
acontecer que Yahshua nasceu no meio
dos animais que, através da redenção
do homem da ignorância e do
pecado, veio para redimi-los de seus
sofrimentos, pela manifestação dos filhos
e filhas de Deus..."
ESSÊNIOS
Fernando Travi afirma que a prova
documental evidente da ligação entre
Yahshua (Jesus) e os Essênios está
registrada no Evangelho Essênio da
Paz (editora Pensamento). Travi
explica que os ensinamentos
essênios, seu modo de vida e
filosofia pode ser encontrado
desde Enoch, o fundador da
irmandade, passando por
Zaratustra, renascendo em Moisés e
culminando em Jesus, o Nazareno, que
ficou assim conhecido por ser da seita
Essênia dos Nazarenos.
Os Essênios são discípulos de
Yahshua ha Mashiakh (Jesus, o Cristo)
e têm como tarefa divulgar os
verdadeiros ensinamentos do Mestre,
através do Seu Evangelho dos Doze
Santos. Abaixo, trechos do Evangelho
dos Doze Santos:
"Verdadeiramente eu digo a vós,
aqueles que partilham das vantagens
que são obtidas por prejudicar uma das
criaturas de Deus, não podem ser
virtuosos; nem podem compreender as
coisas santas; ou ensinar os mistérios do
reino, aquelas mãos estão manchadas
com sangue, ou aquelas bocas estão
profanadas com carne."
"Deus deu os grãos e as frutas da
terra por alimento; e para o homem
virtuoso verdadeiramente não há
outro legítimo sustento para o corpo..."
"Por conseguinte eu digo a todos que
desejam ser meus discípulos, guardem
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Uma observação mais atenta nos
ajuda a perceber que durante toda a
sua vida Jesus esteve ao lado não só
dos homens, propagando o amor entre
todos, mas também dos animais. Travi
ressalta o fato de que já no seu
nascimento Cristo estava cercado por
animais, criaturas que ele buscou amar e
respeitar como todas as outras.
"Desde o início até o fim da
encarnação de Yahshua sobre a Terra, a
emancipação do mundo animal foi
central em sua doutrina. O tema da
libertação animal é mencionado na
versão autêntica do nascimento de
Yahshua. Nós lemos no Novo
Testamento Essênio:"
A tese de que Jesus foi um essênio
ganhou força a partir do final da
década de 40, depois que os
manuscritos de Qumran foram
encontrados, em 1947, no Mar Morto.
Estudiosos bíblicos que já acreditavam
que Jesus era essênio encontraram no
documento reforço para suas teses.
A discussão ficou ainda mais atual
depois que o Papa Bento XVI declarou,
em abril deste ano, que Jesus seguia o
calendário dos Essênios de Qumran
para celebrar a Páscoa, ou seja, pelo
menos um dia antes da data
estabelecida na época. O Papa disse
ainda que Jesus celebrou a Páscoa sem
cordeiro, como a comunidade de
Qumran. No lugar do cordeiro, Cristo
"entregou a si mesmo, seu corpo
e seu sangue".
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Travi conclui: "este belo extrato
deixa claro o fato de que a missão de
amor de Yahshua sobre a Terra abraça
não somente a seres humanos, mas a
todos os seres".
Mesmo com todas as evidências e
relatos, cientificamente ainda não é
possível provar se Jesus era vegetariano.
Porém, as evidências levam facilmente a
essa conclusão. Vale lembrar a frase
muito repetida nos grupos
vegetarianos: "Nem todo vegetariano é
santo. Mas todo santo é vegetariano".
Serviço
Essênios
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Anna Kingsford e Edward Maitland
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Adventistas
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Espiritismo
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