Quem Somos?
Ideias novas precisam-se
- por Paulo Fernandes
http://quemsomosideiasnovasprecisam-se.blogspot.com
Este obra pretende mostrar a importância dos estados de
consciência, emoções, ideias e pensamentos na construção da
nossa identidade individual e colectiva.
Somos também aquilo que pensamos e isso pode ser facilmente
mudado de forma consciente para o atingimento de um estado
de equilíbrio e bem estar mais elevado.
Ao longo desta obra são passados em revista vários aspectos do
nosso quotidiano e da nossa sociedade para serem analisados e
revistos à luz de novas ideias.
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Índice
Introdução..................................................................................5
O Ser Humano............................................................................8
A consciência.......................................................................13
O corpo físico......................................................................17
A percepção da vida............................................................20
O conceito de Deus.............................................................26
Os outros.............................................................................33
O corpo mental....................................................................35
As ideias.........................................................................36
Os valores éticos.............................................................38
O corpo emocional..............................................................40
As emoções.....................................................................41
A auto-estima..................................................................43
O tratamento emocional.................................................44
A meditação....................................................................46
Limpeza energética.........................................................47
O bocejo..........................................................................47
As lágrimas.....................................................................49
A inteligência emocional................................................50
As relações pessoais............................................................52
A comunicação...............................................................56
A comunicação com os guias espirituais........................59
As vidas passadas...........................................................64
A Sociedade.............................................................................66
O Estado..............................................................................70
A família..............................................................................72
A educação..........................................................................74
A economia..........................................................................76
A política.............................................................................82
A cultura..............................................................................83
A religião.............................................................................84
A possessão espiritual.....................................................87
A saúde................................................................................89
A assistência social.........................................................97
A morte..............................................................................101
Considerações finais..........................................................104
Anexos...................................................................................105
Anexo A: Meditação “Ligação à Terra”............................106
Anexo B: Meditação com controlo da respiração.............108
Anexo C: Meditação “Esvaziando a mente, abertura ao
novo”.................................................................................110
Anexo D: Meditação “Lavagem das emoções”.................112
Anexo E: Autotratamento com Reiki................................114
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Introdução
Vivemos numa época de rápidas mudanças. Ambientais, éticas,
sociais, políticas, e até económicas. Para sermos sinceros, a
todos os níveis dos nossos seres.
São os efeitos do crescimento económico, dirão uns.
O motor desta mudança é, sem dúvida, a Internet, dirão outros.
Tudo isto se deve a um fenómeno de globalização que leva a
entrelaçar e a absorver todas as sociedades existentes no
mundo, todas as culturas, todas as religiões, todos os modelos
económicos, políticos e sociais, dirão outros mais refletidos.
Mas onde é que isto nos leva?
Será que tudo acaba profeticamente em Dezembro de 2012,
perguntarão uns? Ou seremos irremediavelmente extintos num
crescendo de aquecimento global, perguntarão outros? Ou a
extinção estará reservada para a idade do gelo que se seguirá,
perguntarão ainda outros?
Será que os seres humanos conseguirão sobreviver a tudo isto,
terão essa capacidade de superação?
E o que dizer das transformações ocorridas nos nossos corpos?
Certamente alguns de nós já se deram conta de algumas
transformações físicas muito subtis. Mais evidentes nuns do
que noutros. Quase sempre associadas a uma tomada de
consciência, a uma mudança de valores das crenças herdadas
do colectivo, a um apuramento dos sentidos, a uma maior
tranquilidade na forma de encarar a vida...
Envelhecimento, dirão uns. Cansaço, perca de combatividade,
dirão outros. Desenvolvimento espiritual, dirão ainda outros,
mais entendidos.
Mas, seguindo a tese deste último grupo, o que é isso de
desenvolvimento espiritual?
Ir mais à missa?
Alguma parte do cérebro que se desenvolve mais em
detrimento das outras?
Ou será apenas uma mudança de ideias sobre nós próprios, os
outros, o planeta em que vivemos, a vida em geral?
Será que, para experimentarmos estas transformações, teremos
de abandonar o nosso estilo de vida materialista, cheio de
“pequenos prazeres” consumistas?
Será que temos de contratar um “guru”?
E se eu mudar a minha maneira de pensar:
− Como vou conseguir viver nesta sociedade?
− Como me vou manter competitivo?
− Como vou assegurar o meu sustento ou o da minha
família?
− Tenho de abdicar do meu conforto?
E se eu mudar, a sociedade não pode mudar também? Ir-me-ei
sentir irremediavelmente deslocado, um extra-terrestre?
Utópico, dirão uns! Vejam ao que conduziram os modelos
políticos baseados no marxismo, por exemplo.
E se em vez da revolução ficarmos só pela evolução?
Não é isso que fazemos diariamente todos nós? Não nos
adaptamos diariamente a novos desafios?
Estas e outras questões irão ser abordadas ao longo desta obra
descomprometida. Não filiada em nenhum partido político, não
sendo sócia de nenhum clube de futebol, nem membro de
nenhum grupo religioso.
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
O Ser Humano
Nascemos, recebemos uma educação dos nossos pais e das
escolas que eles criaram, que nos ensina muitas coisas que
damos como certas. Algumas suscitam-nos algumas dúvidas,
fazemos muitas perguntas e temos que nos contentar com as
respostas que nos dão.
Simplesmente não temos tempo nem os meios para montar um
departamento de investigação que vá confirmar tudo isso.
Damos como certo e pronto.
As experiências limitam-se aquilo que conseguimos
experimentar com o nosso corpo físico. É o que está mais à
mão.
Numa idade mais juvenil, organizamos investigações conjuntas
com outros seres, normalmente nossos amigos, que
compartilham a nossa vontade de experimentar e nos ajudam a
criar uma consciência de grupo.
O nosso ser vai crescendo, alimentando-se do dia a dia de
experiências que vivemos.
Uns tiveram uns pais mais liberais, que lhes deram
oportunidade de experimentar muitas coisas. Outros tiveram de
ajudar os pais a obter meios de sustento para a família,
limitando o seu campo de experiências. Outros ainda, tiveram
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
pais possessivos que os “acorrentaram” no dia-a-dia e os
levaram a poder usufruir de um campo de experiências muito
limitado, atrofiante.
Mas por muito liberal que seja a nossa educação, simplesmente
não temos tempo de investigar em todas as áreas do
conhecimento, de comprovar todas as coisas que nos ensinam
com experiências práticas.
Para isso foi criada a área de investigação científica, que vai
alimentando a nossa sede de conhecimento com factos
investigados e comprovados através das chamadas
“experiências científicas”. Que permitem embrulhar estes
conhecimentos
e
colar
um
rótulo
“Comprovado
cientificamente”, de grande autenticidade e indiscutível em
termos de validade.
Tão indiscutível que muitos de nós dizem orgulhosamente que
só acreditam na Ciência, qual Deus Omnisciente, que não deve
ser questionado.
Ora estas experiências são efectuadas normalmente com
parâmetros planeados a partir de uma base de conhecimento
actual, de um conjunto de “conhecimentos científicos”
armazenados na base de dados do “conhecimento colectivo”,
até à data.
Muitos destes “conhecimentos científicos” são baseados em
suposições, ou em conclusões possíveis tiradas do conjunto de
dados disponíveis como a melhor aproximação. Muitas destas
conclusões chegam mesmo a ignorar dados discordantes
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
obtidos numa minoria de experiências, na esperança de que
estas experiências tenham sido executadas de forma incorrecta,
de forma a simplificar o modelo de conclusões obtido, de
forma a tornar a realidade “mais simples” e entendível.
Para o ser confuso e questionante, dá algum conforto as coisas
terem uma explicação simples e lógica. Porque é através da
lógica que o nosso cérebro trabalha e o cientista não é diferente
dos outros seres humanos neste capítulo.
Ora muitos de nós apercebem-se que esta base de dados de
“conhecimentos científicos” não explica tudo o que se passa à
nossa volta. Que acontecem coisas estranhas que não encaixam
neste modelo. Que a ciência não tem explicação para tudo e é
necessário procurar algumas respostas fora da ciência.
Alguns apercebem-se da existência de algo superior a nós, de
uma dimensão que controla a nossa existência de alguma
forma. Uns chamam-lhe Deus, Ser Divino, Fonte Divina.
Outros chamam-lhe dimensão espiritual. Alguns acham que
estamos individualmente ligados a essa dimensão.
A ciência também deu recentemente algumas achegas a esta
percepção, ao concluir que se alguém desse um “encontrão” ao
nosso planeta e este se desviasse alguns graus (poucos) na sua
trajectória, deixava de haver condições para a vida se manter à
face da Terra, tal como a conhecemos.
Um autêntico trabalho de “relojoaria” planetária que nos leva a
aceitar que as nossas condições de vida podem estar a ser
mantidas e geridas a partir de uma dimensão mais elevada.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Alguns de nós, que passaram por experiência próximas da
morte, na sequência de acidentes ou doenças súbitas,
descrevem uma dimensão etérica por onde viajaram, para lá da
dimensão física e após terem atravessado um túnel de luz,
libertos do seu corpo físico e das sensações a ele associadas.
Alguns, nessa dimensão, chegaram a encontraram-se e a falar
com parentes já falecidos. Depois terão regressado à vida e
retomaram a consciência no seu corpo físico.
Devemos ignorar estas experiências apenas por que não
“cabem” no modelo da base de dados de “conhecimentos
científicos”? Não confiamos nas pessoas que nos relataram
estas experiências simplesmente porque estavam doentes ou
traumatizadas e poderiam estar a sofrer de alucinações?
E que dizer das regressões a vidas passadas, efectuadas sob
hipnose ou durante o sono, em que recordamos experiências de
vidas como outras pessoas em outras épocas, algumas delas
envolvendo algumas pessoas nossas conhecidas, mas de
aspecto totalmente diferente, que reconhecemos de imediato
como sendo o mesmo ser. E que dizer das recordações de
sensações hiper-realistas, quer a nível das imagens, quer dos
sons ou até dos cheiros?
Devemos ignorar estes fenómenos apenas porque não
conseguimos estabelecer uma experiência que os comprove
cientificamente?
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Para não falar da complexidade dos nossos organismos
biológicos que, na sua eficácia de funcionamento, deixa a anosluz os nossos esforços de criar organismos cibernéticos, a partir
de bases puramente mecânicas.
Não levará este facto a suspeitar da criação das formas de vida
à face do planeta ter sido um acto levado a cabo por seres mais
evoluídos do que nós somos actualmente?
Tenhamos a coragem de não fechar os olhos a nada do que nos
rodeia, por desconfortável que isso possa ser! Admitamos a
nossa ignorância!
A humildade é uma virtude pouco apreciada e muito
incompreendida, numa sociedade em que se valoriza a
competitividade das pessoas pela sapiência que elas aparentam
nas respectivas áreas de especialização. “Sei fazer coisas como
mais ninguém”, parece ser o lema da sobrevivência...
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
A consciência
Para arrumar melhor as ideias daqui para a frente, vamos
admitir que temos 2 armários na cabeça: o armário do
“conhecimento científico” e o armário do “pacote cultural”.
Por “pacote cultural” entenda-se o conjunto de ideias já feitas
sobre o que nos rodeia, possuam ou não uma base científica.
Adquirimos estas ideias “em pacote” com a nossa educação e,
ao longo da vida, vamos substituindo, adicionando ou
eliminando ideias a esse pacote, que guardamos no armário do
“pacote cultural”.
O armário do “conhecimento científico” é “cheio” com a nossa
“educação” e vai sendo alimentado ao longo da vida, à medida
da curiosidade científica ou das necessidades laborais.
Comecemos por instalar uma ideia nova (ou não) no nosso
armário do “pacote cultural”, que expressa algo que muitos de
nós já intuímos ser verdade:
Somos seres criadores.
Esta ideia expressa o conceito de que somos seres capazes de
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
criar o nosso próprio destino.
Os seres mais empreendedores experienciam este conceito
mais facilmente do que outros. Quando desenvolvem esforços
para criar algo de novo que, normalmente, virá a ser útil para a
comunidade, e esses esforços resultam em êxito.
Quando estes esforços criadores seguem um plano de
realização que parece estar em sintonia com as necessidades da
comunidade, os esforços parecem resultar mais facilmente em
sucessos.
Por oposição, quando estes esforços têm apenas objectivos
egoístas (enriquecer de forma fácil, por exemplo), parecem ser
sempre mais difíceis de conseguir.
Passemos a instalar outra ideia nova no nosso armário do
“pacote cultural”, que passou a ser mais divulgada a partir dos
anos 80 do século passado, mas cuja existência é tão antiga
como o mundo, tendo sido investigada pelas “escolas
esotéricas” de várias religiões123:
1 As canalizações de Kryon através de Lee Carol (http://www.kryon.com/k_25.html) são
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uma das fontes de informação mais completas da “Nova Espiritualidade”, abrangendo
áreas tão dispares como espiritualidade e ciência. Gratuita e disponível integralmente via
Internet, pode ser pesquisada com o auxílio de motores de busca. Disponíveis também em
áudio algumas sessões gravadas.
A série “Conversas com Deus”, de Neale Donald Walsch, é uma das mais intelectualmente
enriquecedoras obras de reflexão dos tempos modernos, oferecendo uma experiência
inolvidável e verdadeiramente transformadora.
Mais do agrado dos amantes de “teorias da conspiração”, a série de canalizações de
Barbara Marciniak iniciada com “Os Mensageiros do Amanhecer” proporciona uma visão
complementar sobre as origens da vida.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Somos todos UM.
Esta ideia expressa o conceito de unidade existente entre todos
os seres vivos. Não só entre todos os seres humanos. Por
oposição à individualidade, em que o indivíduo se vê a si
próprio como um criador, senhor do seu próprio destino.
Esta unidade é percepcionada na prática em ocasiões especiais,
em que um grande número de indivíduos se reune e reage
emocionalmente em conjunto (espectáculos musicais e
desportivos, celebrações religiosas) ou em situações trágicas,
que suscitam a compaixão entre os seres humanos.
Porquê instalar esta nova ideia? Será fiável? Será arriscado?
É uma ideia familiar, da qual temos consciência apenas em
determinadas situações. Mas quando ela ocorre, logo a
reconhecemos como verdadeira. É uma questão de intuição.
Apenas estou a pedir que a tenhamos sempre presente, mesmo
quando estivermos absortos a gerir a nossa própria vida, no
meio dos dramas, das dificuldades e dos sucessos.
Aonde é que isto nos leva?
A nossa consciência do dia a dia oscila entre 2 pólos. É uma
consciência dual.
Por um lado temos a consciência do eu criador, que atinge o
seu valor máximo quando os nossos esforços aturados resultam
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
em sucessos, que nos satisfazem e trazem também benefícios
para a comunidade. É a consciência da individualidade.
Por outro lado, temos a consciência da unidade entre todos os
seres vivos, que falámos. É a consciência do grupo.
Os nossos maiores sucessos e os nossos melhores momentos de
felicidade são obtidos quando mais nos situamos num dos 2
extremos de consciência.
A realização permanente do indivíduo depende de, no dia a dia,
poder permanecer o maior tempo possível num dos 2 extremos
de consciência e poder passar de um extremo ao outro sem
permanecer nos níveis intermédios.
Parece uma impossibilidade mas, paradoxalmente, pode ser
conseguida se mantivermos sempre presente estes 2 conceitos:
Somos seres criadores.
Somos todos UM.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
O corpo físico
O nosso corpo físico é aquilo que temos de mais “palpável”,
que nos permite suspeitar que estamos vivos.
A corrente de estímulos e sensações que ele permite
coleccionar é o nosso “cordão umbilical” de ligação à Vida.
No entanto, ao elevar a nossa consciência, o nosso corpo deixa
de ser identificado com o nosso Eu e passa por uma
despromoção.
O corpo passa a ser apenas um “veículo”, uma forma, que nos
liga à realidade em que vivemos.
Um “veículo” que transporta uma consciência, pensamentos e
emoções, que não são nada físicas.
É como se possuíssemos vários corpos, dos quais, o único
visível é o corpo físico. É como se fosse uma cebola, em que os
vários corpos parecem ser camadas sobre camadas, das quais a
mais interior é o corpo físico e as mais exteriores estarão
reservadas aos corpos mais etéricos.
Podemos facilmente imaginar a existência de um corpo
emocional e de um corpo mental, portadores das nossas
emoções e dos nossos pensamentos, que deixam para trás o
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
corpo físico na morte, ou em situações “pós-morte”, antes do
regresso à vida.
Porque não um corpo espiritual, envolvendo todos os outros,
portador da nossa consciência?
Este tipo de organização encontra-se descrita em inúmeras
obras de conhecimento das civilizações asiáticas mais
importantes, a hindu e a chinesa, algumas com milhares de
anos.
Mas apesar de remetido à condição de “veículo”, o papel do
corpo físico continua a ser muito importante.
Se o “veículo” não for saudável, não estiver em boas condições
físicas, não for atraente, não projectar uma boa imagem de nós
para os outros, então podemos ter alguns problemas para
resolver.
Quanto à saúde, esta depende em grande medida da atitude que
assumimos face ao corpo, dos nossos hábitos, e um pouco do
nosso conceito sobre nós próprios, da nossa auto-estima.
Depende da forma como escolhemos ocupar o nosso tempo
livre, das actividades laborais, e da forma como encaramos a
vida e os relacionamentos com os outros.
Quanto ao ser atraente e projectar uma boa imagem para os
outros, depende essencialmente do nosso conceito sobre nós
próprios, da nossa auto-estima.
Verifico que existe uma predominância dos factores subjectivos
(auto-estima, conceitos sobre a vida e os relacionamentos com
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
os outros) sobre os objectivos (escolha de actividades laborais
e forma de ocupação de tempos livres). E mesmo estes últimos
resultam de escolhas que podem ser rectificadas. O que não é
bom para o nosso corpo, não é bom para nós!
Temos então uma “boa margem” para controlar o estado do
nosso corpo físico.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
A percepção da vida
A percepção da vida muda com o aprofundamento dos estados
de consciência.
Temos um corpo físico que transporta uma consciência, que é
capaz de produzir ideias e pensamentos, que sente emoções.
Podemos imaginar que o corpo físico está rodeado de um corpo
mental, de um corpo emocional e de um corpo espiritual. Só o
primeiro é fisicamente perceptível, os restantes são virtuais.
Então, o que nos liga aos outros seres? O que provoca aquelas
reacções conjuntas e simultâneas de um conjunto de pessoas?
O que suporta a comunicação à distância entre duas pessoas
sem telemóvel?
Os estados emocionais são altamente contagiantes. Em grupo,
uma emoção viaja rapidamente de um indivíduo, que a
expressa, para os restantes membros do grupo. Mesmo as
emoções não expressas verbalmente (alegria, tristeza) alastram
imperceptivelmente a todos os membros do grupo, por
mecanismos subconscientes. Há aqui utilização de formas de
comunicação não verbal, como leitura de expressões faciais,
gestos, etc.
Por outro lado, as ideias têm que ser expressas e discutidas
antes de poderem eventualmente ser aceites.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Quanto aos estados de consciência, que não têm formas de
expressão directa, “sentem” a unidade entre os elementos do
grupo. Há aqui verdadeiramente uma ligação escondida.
Apostaria mais na existência de uma ligação imperceptível ao
nível do corpo espiritual entre todos os seres.
Expandindo o modelo, e englobando as experiências pósmorte, podemos desconfiar da existência de toda uma
dimensão “paralela” espiritual, não visível a partir da nossa
dimensão física a 3 dimensões. Ou 4, se quisermos incluir a
dimensão temporal, de que também temos consciência.
A partir daqui, deixamos de poder utilizar a experiência pessoal
para obter comprovações e aumentar o nosso “conhecimento
científico”. Tudo aquilo que “imaginarmos” assume um
caracter especulativo.
Será aqui o fim do conhecimento?
Nem por isso.
Alguns de nós passam por experiências invulgares, que noutros
tempos nos levariam directos a um hospital psiquiátrico, mas
que nestes tempos já podem ser aceites como parte da “loucura
quotidiana” do mundo em que vivemos.
Estou a falar de sonhos premonitórios de acontecimentos
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
presentes ou futuros, recordações de vidas passadas
(confirmadas por factos registados), comunicação com seres já
falecidos, etc.
Quando essas experiências são na primeira pessoa, é mais fácil
a aceitação, sobretudo quando a pessoa tem que optar entre
terem sido fruto de um estado de loucura passageira ou serem
algo de estranho que realmente aconteceu.
Quando essas experiências são relatadas por outras pessoas, o
seu grau de aceitação deriva do grau de confiança que essa
pessoa nos inspira.
Deixa de ser um conhecimento especulativo?
Certamente que não.
No entanto, é um conhecimento do qual conhecemos a origem
e estaremos mais facilmente prontos a revê-lo, a pô-lo em
causa.
O próprio conhecimento científico conhece alguns revezes,
alguns arrepios de caminho, devido a pressupostos errados que
são assumidos na busca do aperfeiçoamento dos modelos
científicos.
Mas numa via de conhecimento não suportada pela ciência
teremos de ser nós próprios a efectuar as experiências para
validar e sedimentar esse conhecimento.
A única forma de sedimentar o conhecimento já adquirido e de
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
querer continuar em busca de novo é a experienciação.
Mas do que trata a vida afinal, não é um imenso laboratório de
experiências e de evolução?
A nossa “força de viver” está naturalmente orientada para
adquirir conhecimento desta forma.
Acumulamos um conjunto de experiências ao longo da nossa
vida que vão determinar a ideia que fazemos das coisas.
Trata-se de um caminho pessoal, em que todos os conceitos
armazenados são classificados com graus de probabilidade ou
de confiança (normalmente inferiores a 100%), e em que a
intuição pessoal serve de orientação para essa elaboração de
conceitos e respectiva classificação.
E o que é a intuição pessoal?
Há quem lhe chame o “sexto sentido”. A capacidade de
advinhar o que se vai passar, o que é “melhor”.
No meio dos nossos raciocínios, aplicamos sistematicamente a
lógica. Tem a ver com a forma como funciona o nosso cérebro.
No entanto, há situações em que temos um “palpite”, em que
optamos por algo que à partida a lógica desaconselharia.
Estamos a seguir a nossa intuição.
E é um bom princípio, especialmente se tivermos uma sensação
bastante forte de que estamos no bom caminho e se já
seguimos as nossas intuições noutras ocasiões com bons
resultados.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Até que ponto podemos confiar em nós próprios?
Cada indivíduo possui um grau de confiança em si próprio
(auto-confiança) diferente, dependente das experiências
passadas.
De uma forma geral, a acumulação de sucessos com as nossas
escolhas aumenta a nossa auto-confiança, enquanto a
acumulação de fracassos a diminui.
Indivíduos com uma grande dose de auto-confiança são, em
geral, bastante teimosos nas suas escolhas, difíceis de
contrariar.
Por isso, tendem a liderar os outros, não no sentido de “mandar
fazer”, mas no de mostrar as alternativas e aconselhar na
escolha da melhor.
Por outro lado, a “independência” da personalidade permite
guardar ideias próprias sobre quem somos e aceitar as críticas
dos outros, separando as “positivas” ou construtivas das
“negativas” ou destrutivas, e conseguindo preservar os níveis
de auto-confiança.
Caso contrário, o indivíduo poderá ser permeável a assumir
conceitos sobre si próprio vindos de outra pessoa, não
conseguindo estabelecer um ponto de equilíbrio.
Alguns pais, mesmo sem se aperceberem, abusam da sua
posição de tutela para “destruir” a auto-estima dos filhos,
projectando as suas frustrações e “fazendo crer” aos seus filhos
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
que são melhores do que eles. Quando conseguem quebrar a
sua “independência”, resultado de uma educação demasiado
“tutelada”, sem margem para a evolução e a experienciação,
atingem resultados verdadeiramente desastrosos.
O “humanismo”, ou seja, a capacidade de compreender os
seres humanos (nós e os outros), vai-se desenvolvendo com a
acumulação de experiências ao longo da vida. Depende em
grande medida do número de interacções que tivermos com
outras pessoas, e da possibilidade de sermos confrontados com
pessoas “diferentes” de nós.
Normalmente, é nas pessoas que “correram mundo” que
encontramos as ideias mais sensatas sobre o Ser Humano e
sobre a vida em geral.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
O conceito de Deus
A percepção da vida determina o nosso conceito de Deus.
Primordialmente, tudo aquilo que não compreendíamos era
obra de Deus.
Pertenciam a esse domínio as origens da vida, o que acontecia
depois da morte, o Sol, o próprio suporte de vida
proporcionado pelo planeta (a terra arável, os cereais, as
árvores de fruto, os outros animais).
Nasceram religiões que exaltavam alguns destes elementos, de
uma forma particular.
Alguns seres humanos mais “iluminados”, com uma maior
visão espiritual, surgiram com novas ideias sobre a vida, que
foram perpetuadas através da escrita. Foram o caso Zoroastro,
Sidhartha Gautama (mais conhecido por Buda), Lao Tze,
Confúcio, Jesus de Nazaré (mais conhecido por Jesus Cristo),
Maomé, para citar os mais conhecidos do mundo ocidental.
Fundaram-se religiões, baseadas em algumas das suas ideias,
estabelecendo “boas práticas” para um relacionamento com
Deus e exaltando o portador dessas ideias.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Da reunião de todas essas ideias, extraindo aquilo que é
comum a muitas delas, temos material mais que suficiente para
caracterizar Deus.
No mundo ocidental, prevalece o conceito de um Ser
omnipresente, amoroso e justo, que pune depois da morte os
que não seguirem determinados critérios de justiça.
No mundo muçulmano, embora haja uma interpretação
semelhante, por prática cultural, acrescenta uma descriminação
de género em relação ao sexo feminino.
No mundo oriental, prevalecem as descrições de seres divinos
(vários), uns amorosos, outros maléficos, que interagem com
os seres humanos, sendo adorados ou receados conforme os
casos. Estas descrições são normalmente de caracter mítico,
reportando a “factos” que ocorreram há muitos milhares de
anos. Por outro lado, as acções de um indivíduo ao longo da
sua vida têm a capacidade de determinar aquilo que poderá
obter de volta para o resto desta vida, ou em vidas futuras. É a
lei do kharma.
O budismo, mais filosófico, aponta um caminho para a
evolução pessoal, baseado na tomada de consciência da
impermanência da matéria e na separação que existe entre o ser
(espírito) e a matéria (forma).
Em África e nas culturas de origem africana predomina a
ligação sagrada à natureza, tida como divina, e a aceitação do
convívio com os antepassados já falecidos. Organizam a
possessão espiritual temporária em cerimónias de grupo, para
apaziguar os seus antepassados e conseguir a sua colaboração.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Em quase todas estas religiões surgiram “departamentos de
investigação”, de acesso reservado, para o estudo mais
aprofundado das relações entre os Seres Humanos e Deus.
Estas “elites” quase todas chegaram à mesma conclusão: existe
uma ligação íntima entre cada ser humano e Deus e essa
ligação deve ser procurada dentro de cada um de nós. É o
chamado esoterismo.
Algumas destas escolas tiveram uma existência bastante
conhecida e prestigiada. Foi o caso dos Sufistas na religião
Muçulmana.
No caso da Igreja Católica Romana, poderosa o suficiente para
mandar “calar” qualquer pensamento ou voz discordante, essas
escolas assumiram um caracter “clandestino”, organizações
cuja existência só era conhecida dos seus membros, que tinham
que obedecer a um conjunto de princípios de secretismo para a
sua protecção. Foi o caso das “escolas de mistérios”, dos
Rosacrucianos na Alemanha, das Lojas Maçónicas europeias.
A partir dos anos 80 do século passado, surgiu bastante
material novo nesta área, uma verdadeira “explosão” de
esoterismo.
Destaco as ideias principais:
− Somos todos UM, ou seja, todos os seres vivos vivem
em unidade com Deus;
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
− Deus, Amor e Vida são sinónimos, são a mesma
“coisa”;
− Somos seres co-criadores, criamos em conjunto a nossa
realidade.
Esta corrente, etiquetada de “New Age” ou “Nova
Espiritualidade”, sugere que todos “fazemos parte” de Deus.
Temos um Eu Superior, ou Eu Divino (um dos nossos corpos
não físicos), que comanda a nossa existência em termos de
objectivos e está ligado a todos os outros Eus Superiores.
Desta forma, a busca de Deus pode ser satisfeita buscando
dentro de nós próprios aquilo que temos de mais elevado, os
nossos melhores sentimentos, os nossos pensamentos mais
puros.
Sobre os “nossos objectivos” prevalece, no entanto, o “livre
arbítrio”, uma característica fundamental do nosso planeta.
Somos levados a situações de escolha entre vários caminhos,
várias opções, e essa escolha é inteiramente livre.
A justiça sobre as nossas acções, em estados de consciência
mais elevados, é aplicada por nós próprios, para ficarmos bem
com a nossa “consciência”, e não deixada para depois da morte
após ter levado uma vida cheia de irresponsabilidades.
Esta corrente de pensamento recupera do mundo oriental a
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
antiga lei do kharma, por ser uma das regras que regula o
funcionamento de um mundo de “livre arbítrio”.
Vamos enunciá-la de uma das suas múltiplas formas:
O resultado das nossas acções volta para nós de forma
redobrada
Segundo esta regra, quem semeia o bem colhe ainda mais bem,
“quem semeia ventos, colhe tempestades”. É claramente um
conceito presente na cultura ocidental.
Outro conceito retomado do mundo oriental é o da
reencarnação.
O Ser Humano reencarna sucessivamente em várias vidas
consecutivas (normalmente separadas por algumas dezenas de
anos), em épocas diferentes.
As experiências acumuladas são transportadas para as vidas
seguintes, sendo recordadas facilmente recorrendo a estados
hipnóticos. Há indivíduos que acedem a estas recordações
durante o sono, sob a forma de sonhos.
Alguns destes conceitos não são inteiramente novos.
Estavam presentes, por exemplo, há 2000 anos, nos
ensinamentos de Jesus de Nazaré e fazem parte de alguns
30
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
evangelhos gnósticos (nomeadamente o de Maria Madalena e o
de Judas Iscariotes, encontrados recentemente), que não foram
incluídos na Bíblia, o texto sagrado dos Cristãos modernos.
Como alguns saberão, esta obra resultou de uma “compilação”
de textos mandada fazer pelo imperador Constantino, quando o
Império Romano resolveu tornar o Cristianismo na sua religião
oficial. A escolha dos evangelhos, por si só, foi bastante
polémica. Adicionalmente, sobre os evangelhos escolhidos
foram cometidos alguns erros de tradução que desvirtuaram
boa parte dos conceitos originais, tornando a figura de Jesus
mais “endeusada” e a prática religiosa mais masculina do que
feminina. Era a mensagem conveniente para a cultura da época.
As comunidades gnósticas, que viviam de acordo com os
ensinamentos originais de Jesus de Nazaré, acabaram por ser
marginalizadas, perseguidas e levadas à extinção, tendo-se
perdido a prática desses ensinamentos originais. Conseguimos
hoje ter um vislumbre dessa prática religiosa entre os coptas, os
cristãos do Egipto e da Etiópia, mas já com assimilação de
elementos culturais de outras religiões.
Um aspecto importante a reter é que a maioria das mensagens
religiosas surgiu por “canalização”, acto em que o ser humano
que as proferiu em público estava algo “apático” fisicamente
ao verbalizar a “torrente” de pensamentos, como se estivesse
sob uma forte inspiração dos seus guias espirituais. Só depois
foram passadas a escrito, quase sempre por terceiras pessoas.
Foi assim no passado, com Jesus e Maomé, por exemplo. É
assim na actualidade, com os novos ensinamentos
31
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
“canalizados” por Lee Carol de um conjunto de entidades
chamado Kryon, ou com Neale Donald Walsch através da série
“Conversas com Deus”, por exemplo.
Normalmente intuímos que um texto é canalizado pela
simplicidade e clareza da apresentação das ideias, por um certo
rigor “matemático” na apresentação de conceitos complexos,
próprio de um QI superior.
32
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Os outros
Somos seres co-criadores. Criamos em conjunto a nossa vida.
Isto significa que os nossos actos mais bem sucedidos têm de
estar alinhados com o interesse comum. De outra forma
sentimos uma maior resistência em levá-los a cabo, como se
estivessemos a remar contra a maré.
Podemos determinar se encontrámos o “caminho” da nossa
vida pela facilidade em fazer coisas, em avançar.
Há indivíduos que persistem num determinado caminho a vida
inteira sem encontrar satisfação, sem procurar vias alternativas,
esbarrando continuamente em dificuldades.
O nosso “destino” é planeado a um nível mais elevado, no
sentido em que procuramos com maior avidez determinado tipo
de experiências, que nos permitem completar o nosso
“portfólio” de experiências acumuladas ao longo de várias
vidas.
No entanto, o “livre arbítrio” nas escolhas que fazemos é
sempre respeitado.
À nascença vimos equipados com determinadas energias
magnéticas, das experiências acumuladas de vidas anteriores,
que nos predispõem a procurar determinados tipos de situações
33
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
(agradáveis ou desagradáveis) que nos permitem experimentar
determinado tipo de sensações.
Os “outros” actuam como facilitadores desse tipo de
experiências, participando nas experiências de vida de todos os
que estão à sua volta. Nós próprios participamos
conjuntamente em experiências de vida que influenciam todas
as partes envolvidas (a nossa, os nossos amigos e inimigos, os
conhecidos).
Ao tomar consciência desse papel, podemos elevar mais
facilmente a nossa consciência e superar com facilidade os
desafios mais difíceis.
Essa superação pode ter como objectivo apenas atingir
determinado tipo de compreensão, não havendo necessidade de
se voltar a repetir a mesma experiência desagradável após ter
atingido essa compreensão. Se houver uma próxima vez,
saberemos ter uma resposta pronta mais adequada, que nos
permitirá ultrapassar o desafio mais rapidamente, evitando o
sofrimento.
As experiências mais agradáveis são normalmente registadas
como “boas recordações”, talvez esquecidas mais facilmente,
mas poderão ser o resultado de decisões acertadas e
“alinhadas” com os nossos objectivos.
34
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
O corpo mental
Os nossos pensamentos e ideias acompanham e precedem
normalmente as nossas acções.
Parecem habitar à nossa volta. Dificilmente os imaginamos
confinados a uma pequena porção de cérebro, dentro da nossa
cabeça.
Por telepatia, conseguimos adivinhar os pensamentos de outros
indivíduos com os quais sentimos uma forte afinidade, uma
forte “ligação”.
Essa ligação, conseguimos imaginá-la mais facilmente como
uma ligação etérica no espaço do que como um “raio” que
viaja do cérebro de um indivíduo ao cérebro do outro
indivíduo, transportando a informação.
Experiências pós-morte descrevem “viagens” que o indivíduo
faz, abandonando o corpo físico e todas as sensações a ele
associadas, mas mantendo a sua capacidade racional, os seus
pensamentos e ideias.
A gestão da nossa vida é feita, de forma consciente, a partir do
corpo mental.
As nossas acções são normalmente determinadas pelos
35
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
pensamentos que as precedem. Excepção para as acções
automáticas, ou reacções.
Fica ainda de fora a gestão do corpo físico, normalmente
efectuada de forma inconsciente. O nosso coração não precisa
de um pensamento para bater compassadamente nem nos
esquecemos de respirar ou de digerir os alimentos. Tudo isso é
gerido por uma inteligência inconsciente.
Dependendo do estado de consciência do indivíduo, a acção
que hoje foi resultado de um pensamento prévio de análise,
pode-se tornar amanhã numa reacção e vice-versa.
A nossa “disponibilidade” mental permite controlar, através de
pensamentos conscientes, grande parte das nossas acções,
fortalecendo a nossa “presença” no momento presente. A
“indisponibilidade” ou cansaço mental, geram reacções
automáticas e “ausência” do momento presente.
O cansaço mental ou pensamentos demasiado absorventes
impedem assim que nos situemos ao “nosso melhor nível” para
enfrentar o presente, que possamos dar “o nosso melhor” na
relação com os outros.
As ideias
Os pensamentos que passam pela nossa “cabeça” vão
proporcionando informação complementar às nossas sensações
e ajudando a armazenar em memória ideias e conceitos.
As ideias do “pacote cultural” são normalmente “adquiridas”
36
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
sem grande esforço pela nossa educação, pelos meios de
comunicação social, ou pelo convívio com outros indivíduos
que, entretanto, já aquiriram essas ideias.
Quando nos tornamos membros de um grupo, assimilamos
naturalmente as ideias defendidas por esse grupo.
Com tantas ideias “à venda”, torna-se difícil a um indivíduo
arranjar espaço para ter as suas próprias ideias. Para além de
que requer tempo e um esforço de reflexão.
No entanto, com a utilização massificada da Internet, a troca de
ideias tornou-se num dos bens mais banalizados dos tempos
modernos.
Arranjamos mais facilmente tempo para trocar umas ideias
num blog do que para visitar um amigo.
O potencial da substituição de velhas ideias por outras mais
adequadas tornou-se assim enorme.
E é esta interação que produz a “evolução” da nossa sociedade.
A realidade pouco muda. Muda, isso sim, a “ideia” que
fazemos dela.
Aquilo que tradicionalmente associamos à “juventude de
espírito” nas pessoas idosas, trata-se afinal de uma boa
capacidade de absorção de novas ideias.
37
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Por oposição, a “velhice”, no sentido degradado do termo, tem
mais a ver com um fechamento às ideias novas, uma
desistência deste tipo de interacção4.
Os valores éticos
Os valores éticos são o resultado das ideias armazenadas pelo
grupo a que pertencemos, a nossa sociedade, acerca dos
melhores práticas para viver em conjunto.
É natural que estes valores tenham que ser ajustados à medida
que a sociedade vai evoluindo e surgem novos desafios que
têm que ser superados.
É difícil tentar aplicar uma lista de valores surgida numa
“escritura” milhares de anos depois e ser bem sucedido.
Então será que precisamos que nos mandem a actualização?
Não seremos nós próprios capazes de redigir uma lista?
A falta de disponibilidade para pensar das vidas modernas
tornou mais fácil “comprar” ideias já feitas, como no “prontoa-vestir”.
Confiamos nos nossos políticos para serem eles a descobrir
quais os valores éticos que nos convêem?
4 No anexo C apresenta-se uma meditação para auxiliar a “rejuvenescer” as suas ideias.
38
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Infelizmente, para quem conhece a tradição dos chamados
“Países Mediterrânicos”, a corrupção é uma actividade
generalizada na política e uma espécie de disciplina
especializada na destruição de qualquer tipo de valores.
Temos de ser nós próprios a fazer a lista e a escolher os nossos
políticos em função da capacidade de cumprir um maior
número de objectivos presentes nessa lista.
Voltemos ao “pacote cultural”, aquilo que ensinamos aos
nossos filhos.
A dinâmica dos valores éticos implica uma revisão permanente
do “pacote cultural”.
Até que ponto confiamos nos “outros” para essa revisão?
Estaremos dispensados desse processo?
Não é boa ideia!
39
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
O corpo emocional
As nossas emoções comandam a nossa experiência de vida.
Podemos dizer que vivemos buscando intensamente novas
emoções. O deixar de o fazer corresponde a uma certa forma de
auto-punição, racionalizada ou inconsciente, ou uma forma de
desistência, que vai limitar a nossa experiência de vida.
Podemos imaginar que todas as nossas emoções residem numa
pequena parte do cérebro?
Em grupo as emoções propagam-se através de comunicação
maioritariamente não verbal, de forma inconsciente. Precisam
de um meio de comunicação.
No entanto, a forma como recordamos experiências mais
intensas ou traumatizantes, desta vida ou de vidas passadas, e a
forma como resolvemos conflitos com outras pessoas pela
simples compreensão dos motivos que levam ao seu
comportamento (colocarmo-nos no “lugar” delas), “sacode”
autenticamente todo o nosso corpo.
É um “motor” com uma força incrivel!
Dificilmente se imagina que uma pequena parte do cérebro
possa ter uma tal influência sobre a totalidade do corpo físico.
Há nas emoções algo de etérico, que pode ser transportado,
40
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
após a morte, de uma vida para a seguinte, enquanto o corpo
físico é abandonado.
Quem já efectuou regressões a vidas passadas, começou por
recordar experiências com uma grande carga emocional, que
estavam armazenadas no insconsciente, que “saltam” à
memória na primeira oportunidade.
As emoções
Ao longo do tempo vamos acumulando experiências, boas e
más, das quais guardamos em memória recordações associadas
às emoções que nos provocaram.
Podemos pesquisar as nossas recordações associadas a um
qualquer estímulo, e elas surgirão ordenadas pela intensidade
das emoções a elas associadas, as mais intensas nos primeiros
lugares.
Não é de estranhar que as emoções mais fortes, aquelas que nos
marcaram de alguma forma, sejam a causa da maioria dos
nossos problemas, especialmente se não forem nada
agradáveis. E nós guardamos mais facilmente a recordação de
emoções negativas do que de positivas, para o mesmo nível de
intensidade de estímulo.
Aquilo que designamos vulgarmente de stress, não passa de
uma torrente de emoções que ultrapassou o limite tolerável
para o respectivo processamento ou “assimilação”. Não se trata
de um simples cansaço físico mas antes de um cansaço
emocional, de recuperação mais difícil. Enquanto numa
41
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
situação de cansaço físico, um período de descanso adequado e
uma boa refeição podem ser uma solução simples, no caso do
cansaço emocional, precisamos de ser reanimados (restabelecer
a ligação com a nossa alma) para dele recuperar. Praticar uma
actividade que nos dá um prazer especial, ou conversar com
alguém de quem gostamos, por exemplo. Não é tão fácil e tão
imediato de conseguir...
Estas emoções não processadas, que nos perturbaram, acabam
muitas vezes por nos desiquilibrar, primeiro a um nível
emocional, aumentando o cansaço e baixando a nossa
capacidade de resistência emocional, posteriormente a um nível
físico, somatizando-se em problemas físicos concretos.
Exemplo de um caso extremo emocional é a Síndrome PósTraumática, que surge na sequência de uma experiência
“traumatizante”, que temos dificuldade em recordar pelas
emoções negativas que provocaram (medo, terror, por
exemplo) e que não queremos voltar a reviver.
No outro extremo temos a depressão, que se pode caracterizar
por um nível de auto-estima demasiado baixo e por uma
ausência de “boas” recordações face às “más”, que nos
estimulem a continuar a experimentar, a continuar a viver. A
vida parece ser apenas uma colecção de más recordações, pelo
que não merece o “esforço” de viver.
Há exemplos de sobra que podemos invocar (em nós ou nas
outras pessoas) que permitem estabelecer uma correlação entre
a ocorrência de determinadas emoções, com uma dada
intensidade, e o surgimento de problemas físicos posteriores.
42
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
O estudo das relações entre as doenças correntes e as possíveis
causas emocionais, psíquicas ou psicológicas é, por si só, uma
área bastante vasta de conhecimento, que vai para além dos
objectivos desta obra5.
A auto-estima
A auto-estima pode ser caracterizada pela medida do conceito
que temos de nós próprios em comparação com as restantes
pessoas.
Uma auto-estima mais elevada do que a média tende a tornar o
indivíduo mais confiante. Nalguns casos, transforma o
indivíduo num lider. Em quase todos os casos, é acompanhada
de uma certa teimosia e de convicções fortes.
Por outro lado, uma auto-estima abaixo da média leva a
situações de inibição, de melancolia. Uma auto-estima
demasiado baixa pode levar à depressão e a vários tipos de
problemas psíquicos.
De uma forma geral, um indivíduo “bem sucedido”, que
acumulou uma série de sucessos nas suas escolhas, tem uma
auto-estima elevada.
Por oposição, uma colecção de fracassos pode levar o
indivíduo a diminuir a sua auto-estima.
5
Recomendo, para um aprofundamento deste tema, a obra “Pode curar a sua vida” de
Louise Hay, que fez um trabalho pioneiro com alguma profundidade.
43
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
A educação que recebemos no “pacote cultural”, ao definir
aquilo que podemos esperar de nós próprios ou dos outros, da
sociedade, estabelece uma medida de auto-estima inicial que
vamos contrabalançando com as nossas experiências.
A educação que recebemos dos nossos pais, as experiências
emocionais em família, são um importante factor na formação
dessa auto-estima.
Pais dominados pela frustração, transmitem com facilidade
essa frustração para os filhos, ainda que de forma inconsciente,
ajudando a criar seres com uma baixa auto-estima.
A sociedade actual, dominada pela pobreza maioritária, pela
desigualdade no acesso aos recursos, cria seres com baixo nível
de auto-estima. Não fosse a capacidade natural de
“crescimento” existente em todos os seres humanos, a nossa
geração estaria irremediavelmente “perdida”.
Baixos níveis de auto-estima e a convicção generalizada de que
não há o suficiente para todos, criam problemas emocionais
generalizados.
O tratamento emocional
Grande parte das pessoas, com maior incidência no sexo
feminino, ocupam grande parte do seu tempo livre a discutir
com pessoas amigas situações de confronto que experienciaram
44
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
e a justeza das atitudes de ambas as partes nesses confrontos.
Esta forma de obter apoio para as suas atitudes, por um lado, é
uma forma de defender que se agiu com “razão”. Neste mundo
de dualidade não há nada que esteja 100% certo ou errado. Há
sempre vários pontos de vista diferentes sobre o mesmo
assunto. Isto cria alguma insegurança nas nossas decisões. A
não ser que só consigamos ver o nosso ponto de vista...
Por outro lado, é uma forma de aferir os critérios de justiça
utilizados. A justiça é uma “medida” do grau de cumprimento
das regras aceites pela maioria como “boas práticas” para
vivermos em conjunto. Quando algum aspecto não está claro
na legislação, regra geral, aplica-se o “olho por olho, dente por
dente”. A não ser que se seja um “coração mole”, se tenha
níveis de amor acima da média e seja capaz de perdoar a
“ofensa”!
Mas há ainda uma outra faceta. O reviver das situações
passadas e das emoções a elas associadas é uma forma de cura,
de superação.
As situações mais “fortes”, que nos “sacudiram”
emocionalmente, têm que ser discutidas com pessoas amigas.
Temos que “desabafar” com alguém. Simplesmente não
aguentamos a “pressão”.
Após uma conversa de revisão de cada situação, sentimo-nos
mais calmos.
45
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Na ausência de um amigo para desabafar, existe outra forma
mais “à mão”: desabafar consigo mesmo6.
A meditação
A meditação é uma forma de tratamento do corpo físico
baseada na calma e descontração dos diversos corpos (físico,
emocional, mental).
O seu objectivo é melhorar a saúde dos vários corpos, pela sua
execução regular, potenciando o desempenho do ser a todos os
níveis: melhoria da saúde do corpo físico, melhoria da
capacidade de concentração, “humanização” do sentido de
justiça, aumento da capacidade de atingimento de estados de
consciência elevados.
Utilize o conceito de maneira diferente das filosofias orientais,
como o yoga.
Isole-se para não haver interferências de outras pessoas. Vai
precisar do máximo de concentração na tarefa que conseguir
obter.
A descontração do corpo físico consegue-se assumindo uma
posição sentado confortável. O objectivo é não sentir qualquer
pressão ou dor sobre qualquer parte do corpo.
A utilização de um método de controlo da respiração permite o
6
No apêndice D está descrito uma forma de tratamento, envolvendo meditação, que lhe
permite “lavar” as emoções e reequilibrar o corpo emocional, melhorando a sua saúde.
46
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
relaxamento e a descontração dos restantes corpos7.
Limpeza energética
Podemos caracterizar a “limpeza energética” associada à
meditação como um abrandamento da tensão psíquica,
acompanhado de acalmia nervosa.
A um nível invisível mas sensório, é transmutada energia das
partes do corpo mais desequilibradas, acompanhada de
pequenas “curas” localizadas.
Se tivermos alguma dor, por infecção de alguma parte do
corpo, por exemplo, sentimos um alívio imediato.
Muitas vezes, a “limpeza energética” é associada a bocejos ou
a verter lágrimas.
O bocejo
O bocejo é um acto muito incompreendido, que merece uma
secção desta obra pela sua importância.
Todos nós bocejamos ao deitar, quando nos “rendemos” ao
7
No apêndice B está descrito um método de controlo de respiração. No apendice D está
descrita uma meditação para “lavagem das emoções”, com aplicabilidade terapêutica.
47
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
descanso.
Há um certo abrandamento da actividade física que acompanha
a tomada de decisão de “ir descansar”. Há também uma
intenção de abrandamento da actividade mental, que acaba por
se concretizar pouco tempo depois.
É a altura em que normalmente começamos a bocejar.
É um processo de limpeza, muito semelhante ao que ocorre no
início de uma meditação. Limpeza a nível energético, que
equaliza os vários corpos e os restitui a um estado de maior
equilíbrio.
Pode-se dizer que é uma limpeza acelerada, porque tem efeitos
imediatos. Normalmente sentimos um imediato alívio de
tensão, se tínhamos uma percepção do estado de tensão em que
nos encontrávamos.
É um processo que envolve também uma ligação ao nosso
corpo espiritual, à nossa alma, e por isso auxiliado pelos
nossos guias espirituais.
O bocejo é também um interessante fenómeno de grupo.
Diz-se que é contagioso porque, num grupo, quando alguém
começa a bocejar, o acto rapidamente se espalha aos restantes
elementos do grupo.
É uma autêntica cerimónia de “limpeza energética” de grupo,
em que todos os “eus superiores” estão ligados e a trabalhar em
conjunto.
48
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Trata-se de uma equalização energética entre os elementos do
grupo. Se houver alguém mais equilibrado em termos
energéticos do que a média, é possível que essa pessoa boceje
muito menos. Enquanto isso, os mais “abalados” tendem a
bocejar descontroladamente.
As lágrimas
As lágrimas são outro interessante fenómeno, bastante
incompreendido.
Numa meditação, ou acompanhando uma sequência de
bocejos, associados à “limpeza energética” surgem
normalmente as lágrimas.
São uma importante ferramenta de cura, que parece ter efeitos
muito fortes a nível do nosso magnetismo corporal, agindo
principalmente sobre o corpo emocional.
Se não forem reprimidas de alguma forma, se não houver
nenhuma interferência, numa primeira fase invadem as
cavidades oculares, provocando um alívio sobre os olhos.
Numa segunda fase rolam pela face até pararem e ficarem
suspensas em sítios improváveis, desafiando as leis da
gravidade. Não as limpe! Elas são um mecanismo de limpeza.
Uma boa parte desce pelo interior da cavidade nasal, aliviando
de imediato os sintomas da “rinite alérgica” ou o “stress”
emocional. Retarde ao máximo a vontade de se assoar.
49
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Conceitos como “lágrimas é coisa de mulheres” ou as
“lágrimas são algo de sujo” são completamente inapropriados,
e fazem mal à saúde.
As lágrimas provocam um alívio muito forte das tensões
emocionais.
Como são normalmente as mulheres a viverem as emoções
mais intensamente, são também elas que mais recorrem a elas
no dia-a-dia, de forma inconsciente. É uma necessidade
fisiológica.
A inteligência emocional
A inteligência emocional é um tema que tem vindo a ser
pesquisado pela ciência nos tempos mais recentes.
O papel das emoções nas relações humanas é hoje reconhecido
como muito importante.
E os “motores” da economia, as empresas, pretendem gerir os
seus recursos humanos de forma eficiente, para melhorar a
competitividade no mercado.
Este facto tem levado ao aprofundamento do estudo da
influência das emoções no comportamento humano.
Hoje, reconhecemos às mulheres uma maior capacidade na
utilização das emoções, uma maior inteligência emocional.
50
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Da forma mais negativa, o “esgrimir” com emoções entre um
homem e uma mulher leva facilmente o homem à exaustão.
“Lá em casa, quem manda é ela!”, é uma expressão muito
frequente.
Essa capacidade de resistência emocional é também um sinal
de inteligência na utilização das emoções para manipular, para
“levar a sua avante”.
De uma forma positiva, a utilização das emoções de forma
inteligente melhora a capacidade de relacionamento com os
outros seres humanos, de chefiar uma equipa de forma
motivada, extraindo o máximo de produtividade, de persuadir
um cliente a comprar, de convencer um grupo de pessoas, os
potenciais clientes, a seguir os nossos conselhos, as nossas
ideias, a confiar nos nossos serviços. Basta aplicar
inteligentemente as emoções consciente que uma empresa, uma
sociedade ou um país, são uma “grande família”.
Juntemos a isso uma boa capacidade para gerir conflitos, para
procurar consensos, fruto de um temperamento conciliador,
com pouca agressividade, cheio de amor.
Não quer dizer que os homens não possam utilizar as emoções
de forma inteligente. Hoje, cada vez mais o fazem. O problema
é que o “pacote cultural” adquirido desaconselha essa prática.
E a “gestão emocional” da família é aquilo que as mulheres
fazem desde o início dos tempos.
51
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
As relações pessoais
Aquilo a que vulgarmente chamamos “amor” consiste na
relação íntima entre 2 pessoas, normalmente, um homem e uma
mulher.
Há um entendimento, uma vontade de viver juntos partilhando
sentimentos e experiências. Numa relação mais “avançada”,
pode incluir a vontade de ter filhos e de os criar no seio de uma
nova “família”.
O nosso “pacote cultural” aconselha a que estas “uniões” sejam
efectuadas para toda a vida, para isso celebrando um contrato,
que envolve este e outros compromissos de natureza moral,
chamado “casamento”.
Interpretações erradas deste contrato levam alguns a acreditar
que o “outro” passou a ser uma parte de si próprio, algo de que
se tomou posse. Acreditam também que este tipo de contrato
não se “deve” quebrar, sob pena de terríveis consequências.
Esta é uma das maiores causas de infelicidade entre os seres
humanos.
Os chamados “crimes passionais” dominam as secções dos
jornais dedicadas ao crime. Quase sempre foram
fundamentados pela “traição” do outro aos termos do acordo de
casamento.
52
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
O primado da liberdade do Ser Humano não se compadece com
estes contratos de “casamento” para toda a vida. É uma
contradição!
Devíamos contentar-nos com a duração “enquanto ambas as
partes o entendam” ou “até que alguma diferença
irreconciliável os separe”.
De facto, os Seres Humanos são basicamente diferentes entre
si. Mesmo os gémeos!
E o estado de “paixão” entre 2 Seres Humanos é um estado
passageiro. A sua duração varia bastante conforme as
características dos indivíduos envolvidos. Rapidamente é
substituído por um estado de “amizade” e é normalmente este
que rege a constituição de uma nova família.
Para terminar uma “boa relação” não é preciso um esforço
muito grande.
Basta um desiquilíbrio de uma das partes em relação à outra.
Quanto ao nível de auto-estima, quanto à realização pessoal ou
profissional, quanto ao peso relativo da sua contribuição
(empenho) para a vida familiar...
Após o surgimento de um destes factores, a capacidade de
“sofrimento” de uma das partes poderá prolongar a relação por
mais algum tempo, mas o primeito passo já foi dado.
53
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Mas o que procuram os seres humanos numa relação a dois?
Em primeiro lugar, um ambiente em que possam partilhar os
seus sentimentos mais íntimos com absoluta confiança na outra
parte.
A sinceridade é a “qualidade” mais apreciada. Qualquer
suspeita de engano é motivo suficiente para terminar uma
relação.
Só depois vem a partilha dos prazeres do sexo.
Quem inverte esta ordem, talvez levado por crenças
enganadoras do “pacote cultural”, não pode aspirar a mais do
que um encontro fortuito.
É evidente que para haver partilha, tem de haver “pontos
comuns” de interesse.
Num primeiro contacto, exploram-se as referências culturais
comuns, depois as ideias e opiniões, só depois os sentimentos,
à medida que cresce a intimidade.
O reconhecimento da existência de pontos “irreconciliáveis”
pode interromper a busca de uma relação a dois, mas não
impede o estabelecimento de uma boa amizade.
O “acaso” parece juntar as pessoas de uma forma aleatória.
No entanto, se observarem bem, atraímos a nós determinado
54
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
tipo de pessoas, conforme a nossa forma de pensar no
momento, do nosso “estado de espírito”.
Quando “esbarramos” com a mesma pessoa mais do que uma
vez tendemos a pensar que pode não se tratar de uma
coincidência.
Essa “lógica” é aproveitada pelos nossos guias espirituais
nos colocar no caminho de determinadas pessoas.
oportunidades para relacionamentos “interessantes”,
experiências “enriquecedoras”. Não temos que “casar”
todas elas...
para
São
para
com
Será que alguém encontra verdadeiramente a sua “alma
gémea”?
O conceito da existência de uma “alma gémea” para cada
pessoa, ideal para um relacionamento com partilha total de
sentimentos, num “máximo” de intimidade e de felicidade, tem
origem nas descrições de Platão, o famoso filósofo grego.
As almas interactuam em grupo, ao longo de muitas vidas,
planeando e executando reincarnações conjuntas, mas com
papéis trocados. A mãe e filha de uma vida podem voltar a
encontrar-se noutra vida com troca de papéis, por exemplo. Um
casal numa vida pode voltar a encontrar-se noutra vida como
casal, mas com o sexo trocado, por exemplo.
Pode-se dizer que temos várias “almas gémeas”, almas com as
quais sentimos uma maior “familiaridade”, uma espécie de
reconhecimento mútuo quando as encontramos “casualmente”.
Precisamente por estarmos “habituados” a viver com elas em
55
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
vidas anteriores.
Então o “destino” existe mesmo?
Não! Estamos num mundo de “livre arbítrio”, em que as
escolhas pessoais são livres e determinantes.
Mas há “planeamento” de interacções entre “seres humanos”
que decorre a um nível “superior”. Esse “planeamento” é
realizado por todas as partes envolvidas, com a ajuda dos
respectivos guias espirituais, e tem como objectivo a criação de
possibilidades.
O encontrarmos certas pessoas na nossa vida não é
inteiramente “por acaso”. Sejam as “agradáveis”, sejam as
“chatas”.
Às vezes, pensando na forma como “esbarrámos” com certas
pessoas, encontramos situações verdadeiramente hilariantes. O
sentido de humor é uma característica universal, extensível aos
nossos guias espirituais. Imaginem o que eles se devem divertir
a “planear” certas situações...
A comunicação
A comunicação entre 2 seres humanos realiza-se a vários
níveis.
A nível consciente, comunicamos pela fala e por expressões
faciais e gestos, a que chamamos comunicação não verbal.
A nível subconsciente, alguns de nós recebem pedidos de ajuda
56
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
“telepaticamente” para entrarem em contacto com outra pessoa,
ou têm a “informação” que determinada pessoa acabou de ter
um acidente, que precisa da nossa ajuda.
No primeiro caso, sucede frequentemente a pessoa entrar em
contacto com a outra e ela dizer que estava nesse momento a
pensar em falar com ela.
Ao segundo caso chamamos ter um “pressentimento”.
“Tecnicamente”, isto é algo que pode suceder com a ajuda dos
guias espirituais de ambos os indivíduos. Não é necessário
nenhum meio de comunicação “ultra-sofisticado”!
Na comunicação com animais domésticos, a expressão através
da fala está obviamente ausente.
Predomina a comunicação por gestos e expressões, mas a fala e
os sons são também usados para transmitir emoções. É uma
comunicação predominantemente emocional.
É inegável o “bom entendimento” que os donos de animais
domésticos têm com eles. É muito fácil “contagiar” o outro
com bom ou mau humor!
A comunicação com uma criança de colo é também uma
comunicação emocional.
Às vezes damos por uma criança estar a “olhar para nós”, a
apreciar os nossos gestos ou expressões na conversa com outra
pessoa e rir-se para nós ao ser “interpelada”. Está a devolver
57
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
uma emoção associada à nossa “boa disposição”.
A nossa “presença” suscita, só por si, alterações no meio
circundante.
Quantos de nós já repararam, em dias em que nos sentimos
“bem dispostos”, pouco depois de termos entrado num café,
nas conversas a “animarem-se” ao nosso lado, mesmo sem
estarmos a “prestar atenção” a essas pessoas.
Mesmo em dias em que nos sentimos “mais sérios”, em que
estamos mais “preocupados com assuntos sérios”, as conversas
das mesas do lado tornam-se também “mais sérias”, a
discussão de ideias aumenta de profundidade.
E o que dizer quando uma criança de colo, à nossa chegada,
que estava distraída na sua cadeira à mesa dos pais, se vira para
nós e começa ostensivamente a sorrir?
Podemos facilmente “medir” a nossa energia, sorrindo para
uma criança de colo e observando a sua reacção.
O nosso “magnetismo pessoal” está associado com a energia
que nos rodeia, à nossa “aura”.
Uma criança de colo, mais do que sentir, pode ver essa aura.
Uma capacidade que perdemos com a idade.
Alguns de nós, em determinadas situações “traumáticas”, na
sequência de pancadas, quedas ou movimentos bruscos do
corpo, também já viram a sua aura. O nosso corpo rodeado por
pequenos pontos de luz dourada. “Até vi estrelas”, costumamos
dizer.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
A comunicação com os guias espirituais
A comunicação com os nossos guias espirituais difere da
comunicação entre 2 seres humanos pelo facto de ser efectuada
através do corpo mental. Os nossos guias têm acesso a “ler” a
nossa mente e a nela “escrever”, depositar pensamentos.
Aquilo a que chamamos vulgarmente de “intuição”, depende
em grande parte deste tipo de comunicação.
O próprio “desencadear” dos acontecimentos é muitas vezes
“preparado” de forma a “transmitir” determinadas mensagens.
Nós muito provavelmente também já fomos guias de alguém
no passado.
Acompanhar a vida dos outros do “lado de fora”, sempre a “dar
conselhos”, não é tarefa fácil.
É uma tarefa restrita a um pequeno grupo de entidades.
Mas nunca ninguém, quando vai a casa de banho, por exemplo,
poderá dizer que está completamente só. Nem no meio de uma
crise de solidão!
As pessoas que acordam com uma ideia brilhante para resolver
um problema importante, raramente atribuem os “créditos”
dessa ideia a terceiras partes ou ao Universo, por exemplo.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Donde é que julgam que vêm as ideias “geniais” que fazem
avançar este mundo?
Desde o início da sua vida que o ser humano é acompanhado
por “almas” dedicadas a essa tarefa, que estão do “outro lado
do véu”.
Como em qualquer conversa educada, o agradecer (ou estar
agradecido) pelas “boas ideias” concedidas pode levar a que
sejam concedidas “boas ideias” mais facilmente.
Uma pessoa distraída, que não liga a “avisos” enviados pelos
seus guias e só faz “aquilo que lhe apetece”, desencoraja este
tipo de comunicação.
Uma pessoa que tem em conta os “avisos” recebidos e age de
acordo com a totalidade de informação disponível, mais
facilmente é “avisado” da próxima vez.
Os “avisos” são um tipo muito particular de informação.
Passamos a nossa vida a tomar decisões, a escolher um
caminho em detrimento de outro.
Um ponto de vista mais elevado pode ver o cenário completo,
incluindo consequências imprevistas que se avizinham com
fortes probabilidades.
Intuitivamente recebemos estes avisos como “fortes sensações”
de que algo “não vai correr bem”, ou de que algo poderá ser o
“caminho certo”.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Outro tipo de informação frequente são as “chamadas de
atenção”.
As chamadas de atenção para determinados pormenores, que
poderiam passar despercebidos, evitam a ocorrência de
decisões precipitadas, tomadas na ignorância.
Intuitivamente os nossos sentidos parecem ser atraídos para
determinados pormenores, quase imperceptíveis.
Temos ainda a considerar as “coincidências”, que pela sua
repetição deixam de o ser.
Quando passamos a vida a “esbarrar” com uma determinada
pessoa, por exemplo, é altura de estabelecer contacto, de tentar
extrair a “mensagem importante” que essa pessoa tem para nos
dar. Não vale a pena continuar a ignorá-la porque ela vai
continuar a aparecer à nossa frente quando menos esperarmos.
As mensagens através dos animais são tão antigas como o
mundo, estando descritas em vários livros históricos.
A aparição repentina de animais no nosso caminho, expondo-se
às vezes ao perigo, é uma forma bastante forte de aviso. Atrai
completamente a nossa atenção pela invulgaridade da situação.
Por convenção, o tipo de aviso envolve perigo eminente
relacionado com a circunstância em que estamos envolvidos.
Se estamos a conduzir, por exemplo, poderá significar que
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
devemos ter mais cuidado e abrandar a marcha devido a um
acidente mais à frente ou à presença de um radar de controlo de
velocidade, ou que as condições de aderência da estrada
aconselham a ir mais devagar.
Numa circunstância contemplativa, por exemplo, a aparição de
um animal poderá ser uma mensagem no sentido de adoptar
mais a personalidade tradicional desse animal, para “combater”
e superar o problema que ocupa os nossos pensamentos.
Se virmos uma aranha, por exemplo, isso poderá significar que
não nos devemos preocupar porque o acesso ao meios de
sustento está garantido, não está em perigo.
A simbologia é uma disciplina muito vasta que assenta em
referências culturais, do domínio do senso comum. Podemos
extrapolar os significados a partir de referências históricas
sobre outras culturas ou a partir da nossa “cultura popular”, que
é uma filtragem de uma amálgama de conhecimentos obtidos
no passado pelo contacto com outras culturas.
Finalmente, uma forma mais “grandiosa” de comunicação, que
poderá facilmente afastar os mais cépticos.
Um raio de sol em dia nebulado a “sublinhar” positivamente
um pensamento importante, por breves instantes, no preciso
momento em que este é concluído.
Não é preciso ser um ministro ou Presidente da República para
ter acesso a estas “mordomias”!
Não queria deixar de referir este exemplo por ser um
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
verdadeiro desperdício não reparar num acontecimento de tal
“grandeza”, capaz de encher o nosso ego “até transbordar”.
Quem está consciente deste tipo de comunicação, facilmente
estabelece um diálogo bidireccional, através de sinais “préacordados” (carícias ou pressões em determinadas zonas do
corpo, por exemplo).
Desta forma, pode ter acesso a “opiniões” mais rapidamente.
Claro que esta prática depende da existência de um clima de
confiança entre ambas as partes. Se a experiência passada foi
positiva, o nível de confiança aumenta. Não é de excluir a
hipótese de um guia mais brincalhão pregar alguma partida de
vez em quando. O sentido de humor está sempre presente!
Num mundo de “livre arbítrio”, caso o indivíduo rejeite a
existência de “realidades paralelas”, algo que os seus sentidos
não conseguem detectar, a sua “posição” é respeitada e os seus
guias espirituais “tratam” de que assim seja, de que não
aconteça nada que o possa perturbar.
Esta posição deve ser extensiva às outras pessoas. Devemos
respeitar a individualidade de cada um e esta matéria não é
excepção. Se chegou até aqui na leitura, é porque este tipo de
conhecimento não o “ofende” ou está quase a “deixar de o
ofender”. Não tente forçar ninguém a tomar contacto com ele!
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
As vidas passadas
Transportamos connosco as emoções mais importantes
recolhidas durante a vida e essas emoções vão acumular
recordações a elas associadas.
Essas recordações são transportadas de uma vida para a
seguinte. Os “problemas” emocionais parece terem sido
deixados em suspenso no final da vida e retomados na vida
seguinte, após o nascimento. Como um casaco que se despiu e
se torna vestir.
Alguns de nós conseguem aceder a elas sob a forma de sonhos.
Poucos acedem a elas acordados. Todos conseguimos aceder a
essas memórias sob hipnose, nas chamadas “regressões a vidas
passadas”.
Estas regressões têm um papel terapêutico.
As recordações mais fortes e dominadoras têm a ver
normalmente com relacionamentos conflituosos, que nos
provocaram grande desgosto, ou por ter havido alguma
“injustiça” na forma como fomos tratados pela outra parte ou
por termos sido nós a tratar o outro ser com “injustiça”. Está
implicita sempre uma necessidade de “reparação”.
Essa “injustiça” às vezes é “transmutada” com a simples
recordação dos acontecimentos, pela compreensão dos motivos
ocultos da outra parte, por exemplo.
A compreensão das ligações que existiram noutras vidas entre
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
os mesmos seres, que se voltaram a encontrar nesta vida, numa
outra época, como pessoas diferentes, vivendo vidas diferentes,
possibilita a resolução de conflitos pessoais ou a cura de
doenças prolongadas, por exemplo.
São revelações bastante libertadoras, que podem proporcionar
mudanças de vida “radicais”.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
A Sociedade
Vivemos numa sociedade dominada pelo pressuposto:
Não há o suficiente para todos.
A competição pelos recursos entre os seres humanos, de forma
consciente ou inconsciente, atingiu proporções nunca antes
vistas.
A chamada “sociedade materialista” que construímos, estimula
constantemente o consumo, a compra de novos equipamentos,
de novos “gadgets”. Casos comuns, é a constante substituição
dos receptores de TV por causa de uma nova tecnologia ou a
substituição de telemóveis por causa da côr ou forma. Os
fabricantes dos novos aparelhos chegam a diminuir o
respectivo tempo de vida útil para permitir a sua substituição
mais acelerada.
Por outro lado, o medo de ser despedido no emprego, leva
algumas pessoas a práticas menos honestas para com os
colegas, na defesa da sua “posição”.
Enquanto isso, nos países mais pobres reina a pobreza
generalizada das populações e os líderes respectivos são
dominados pela corrupção, tentando amealhar o máximo até
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
serem destituídos.
Para este tipo de problemas existe uma solução, uma ideia nova
para substituir o conceito em vigor:
Há o suficiente para todos.
Estão é mal distribuídos os recursos! Podemos acrescentar.
Esta ideia tem vindo a ser divulgada pela corrente da “Nova
Espiritualidade”.
Raciocinando um pouco, não custa muito aceitar que seja
verdade.
Se reorganizassemos a distribuição do acesso aos recursos do
planeta, de forma a que os países mais ricos cedessem os
direitos de exploração de matérias-primas aos países mais
pobres que as detêm, ou se distribuíssemos os excedentes de
produção agrícola dos países mais ricos pelos países mais
pobres, certamente muitas desigualdades seriam corrigidas.
Se bem que as mais recentes projecções da evolução da
capacidade de produção agrícola parecem não prever um
crescimento tão acentuado como o aumento previsto da
população a nível mundial.
Mas não aconteceu já isso no passado? Não estivemos já à
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
beira da rotura e não apareceram soluções novas que
revolucionaram os processos de produção agrícola, permitindo
compatibilizar a produção com a crescente demanda?
Há que ter confiança na espécie humana para encontrar
soluções que respondam aos novos desafios! Há que ter mais
confiança em nós próprios!
A ideia de um planeta “gerido” a partir de um nível mais
elevado, continuamente se adaptando de forma a prover o
sustento necessário a todos os seres nele “embarcados”, qual
nave espacial gigante e cheia de vida, é para ser instalada num
lugar de destaque da nossa consciência.
Em relação à utilização dos recursos, é uma “boa prática”
habituarmo-nos a ver as coisas que adquirimos como
“empréstimos a longo prazo”. Podemos transmiti-las aos
nossos filhos de forma automática, na morte, mas, enquanto cá
andamos, é algo que “reservamos” para nossa utilização no dia
a dia, porque tencionamos dar-lhe uso concreto.
É bom que tenhamos noção que “açambarcar” uma colecção de
livros, por exemplo, só para termos uma estante preenchida,
pode privar outros do prazer da leitura. Ter uma colecção de
carros na garagem, quando só necessitamos de um, pode levar
a que muitos tenham uma vida mais pobre, com mais
privações, do outro lado do mundo ou do outro lado da cidade.
Por outro lado, a quem já se reservou o direito de usar muitos
recursos, torna-se mais difícil poder continuar a reservar mais
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
recursos, à medida que as condições de vida forem mudando e
eles possam vir a ser necessários.
Um ser humano que viaja “leve”, só com a “carga”
estritamente necessária, pode se adaptar mais facilmente a
novas condições de vida com sucesso. É um ser mais eficaz,
mais bem sucedido naquilo que faz, num mundo em constante
mudança.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
O Estado
O tecido social em que vivemos é um produto dos estados
modernos, que gerem a vida das pessoas segundo o chamado
“modelo capitalista”. Outros modelos foram tentados no
passado e falharam.
Este modelo implica uma economia liberalizada, dando
primazia à iniciativa privada, com uma maior ou menor
intervenção do Estado no papel de regulador.
O Estado é também o responsável pelos serviços de protecção
social, saúde e educação, sendo estes últimos quase sempre
gratuitos ou bastante subsidiados.
Esta “máquina” requer um investimento constante, sob a forma
de pagamento de impostos e descontos, quer das empresas,
quer dos cidadãos, de forma a subsidiar o seu funcionamento.
Por outro lado, o sector dos serviços tem assumido um papel
dominante na economia.
Cada vez mais, vivemos a prestar serviços uns aos outros.
Um exemplo típico, do sector da informática, é a crescente
disponibilização de software “open source” gratuito, acessível
a toda a gente, para as mais variadas áreas. Os investimentos
são efectuados pelas empresas na adaptação e personalização
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
desses softwares de forma a melhor servir os respectivos casos.
Esses investimentos implicam uma prestação de serviços por
empresas especializadas nessas adaptações.
O próprio Estado, que determina a competitividade de um País,
deve ser visto como um prestador de serviços aos cidadãos.
Quanto mais eficiente for o Estado, do ponto de vista da
utilização de recursos face à qualidade dos serviços prestados,
mais eficiência permite criar no sector económico por ele
gerido.
Um Estado “pesado”, que consome demasiados recursos às
empresas sem gerar contrapartidas, acaba por “afundar” a sua
economia, num mundo de grande competitividade entre os
diversos países.
Quando se pensa que aquilo que é verdadeiramente necessário
para a sobrevivência no dia a dia é a produção agrícola e as
pescas (a caça já só é praticada por algumas tribos),
compreendemos quão “virtuais” são a nossa economia e a
nossa sociedade.
Isso significa que têm um grande potencial para mudança, para
adaptação a novas condições.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
A família
A família sempre foi o grupo de suporte para o acolhimento de
novos seres, o acompanhamento do seu crescimento e a sua
“educação”, a sua adaptação às regras de funcionamento da
sociedade a que esta pertence.
A aceleração da vida quotidiana a que temos assistido, ao
aumentar a troca de experiências entre as pessoas, leva a uma
cessação das uniões e casamentos em prazos cada vez mais
curtos, prejudicando a estabilidade emocional dos jovens. Em
contrapartida, essa “precariedade” da família estimula o
desenvolvimento do sentido de independência e cria seres
humanos mais auto-suficientes.
Por outro lado, as dificuldades económicas crescentes criadas
às famílias, levam ao retardamento da emancipação dos jovens
que se mantêm integrados nas respectivas famílias.
O tradicional “casamento para toda a vida”, defendido por
quase todas as religiões, parece ter os dias contados. Por opção
das partes envolvidas.
É essencial garantir mecanismos fáceis de união e separação
entre casais, para que não haja lugar a chantagens ou traumas
emocionais de culpabilização do outro por terem sido
obrigados a viver juntos mais tempo do que o necessário.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Parece mais lógico ser o Estado a criar a figura da sociedade
familiar, não necessariamente monogâmica nem heterosexual,
em substituição do casal tradicional.
Tal como o casal, essa sociedade familiar deve ter benefícios
fiscais que estimulem a sua manutenção, o que é positivo do
ponto de vista da integração das famílias e respectivos
membros na sociedade.
As sociedades familiares devem ter prioridade sobre os
cidadãos individuais relativamente à adopção de crianças, por
exemplo, pela simples razão de poderem oferecer maior
estabilidade económica e emocional.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
A educação
A educação dos jovens requer algumas adaptações.
Desde muito novas, as crianças modernas parecem estar cada
vez mais inquiridoras e opinadoras.
Deixaram de aceitar fazer as coisas simplesmente porque
alguém mais autoritário lhes diz para o fazerem. Querem
compreender os “porquês”.
É uma verdadeira geração de “teimosos”.
Mas não vamos “baptizá-los”, porque alguém já o fez. É a
chamada “geração indigo”, em atenção à cor predominante das
suas auras8910. Teremos de confiar em quem tem a capacidade
de ver as cores das auras.
Estatisticamente, o número de “prodígios” parece ter
aumentado nos últimos tempos. São crianças de uma
inteligência viva, muito intuitivos, que parecem saber sempre a
melhor solução, o que fazer em cada situação. E quando não
sabem, encontram uma solução rapidamente.
8 Para informações mais detalhadas, leia a obra “The Indigo Children”, de Lee Carrol e Jan
Tober.
9 Mais informações “on-line” em http://www.kryon.com/k_37.html.
10 Em Portugal, destaque para as actividades da Fundação Casa Indigo (http://www.casaindigo.com).
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Alguns têm a capacidade irritante de adivinhar os nossos
pensamentos e de completar as nossas próprias frases antes de
nós.
Estas crianças necessitam de uma motivação mais forte para
aprenderem, algo que cative a sua atenção de uma forma mais
estimulante.
Dado o aumento significativo destes casos em percentagem da
população escolar, é urgente tornar o ensino mais “atraente”,
sob pena de estarmos a desperdiçar um potencial enorme.
O tradicional “despejar” da matéria do programa tem de ser
substituído por um ensino mais interactivo, mais “emocional”.
Estes alunos têm que sentir que o professor é um ser humano
completo, com sentimentos e emoções, tal como eles.
Os professores têm que estar à vontade para poderem usar
todos os “truques” de uma ligação paternal ou maternal, para
cativarem os seus alunos.
Não há mais espaço para o ensino maquinal e abstracto.
A compreensão aprofundada desta “problemática” deverá
conduzir a uma reforma significativa dos métodos de ensino.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
A economia
O direito de propriedade tem de ser revisto à luz de novos
princípios.
Comprar um pedaço de terra sem lhe dar uso, é um luxo que
esta sociedade não pode permitir.
Um terreno, enquanto meio de produção agrícola, não faz
sentido que esteja reservado para uma única pessoa, para o
resto da vida, mesmo que essa pessoa deixe de o explorar.
Com a globalização, a actividade agrícola diminuiu bastante a
sua rentabilidade e deixou de ser um “terreno” para
especulação capitalista. Só trabalha no “campo” quem precisa,
para a sua própria sobrevivência.
Parece-me mais lógico que seja o Estado a dividir e a controlar
a exploração de terrenos agrícolas, planeando o tipo de
exploração, concedendo licenças de exploração por concurso,
controlando o atingimento dos objectivos de produção para
cada exploração, penalizando ou subsidiando os responsáveis.
No comércio, há quem tenha proposto a afixação do preço de
compra junto com o preço de venda dos produtos.
Desta forma, o conhecimento da margem de lucro do
comerciante tornaria o processo mais “transparente”.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Pessoalmente, preocupa-me mais o facto de os modernos
circuitos de distribuição das grandes superfícies comerciais
promoverem a venda de fruta “verde”, sem as necessárias
propriedades de sabor e maturação que lhe dão o tradicional
valor alimentar. Isso torna o acto de consumir fruta madura
comprada a um agricultor num verdadeiro prazer para os
sentidos, a procurar avidamente.
Quantos de nós, num passeio por uma região mais “interior”,
perdida no “campo”, ao comer uma salada chegámos à
conclusão que os legumes se podiam efectivamente trincar e
que parecia que antes nunca tinhamos consumido verdadeiros
legumes?
Parece-me que algo está profundamente errado nos circuitos de
distribuição alimentar… Monopólio nunca foi sinónimo de boa
qualidade de prestação de serviços!
Por outro lado, somos nós, cidadãos, que, ao escolher onde
vamos comprar, estamos a condicionar como vai ser o futuro,
estamos a investir numa solução em detrimento das outras.
Queremos perder o sabor dos alimentos? Ou vamos incentivar
a manutenção de circuitos de distribuição de alimentos que
preservem a sua qualidade tradicional?
Na indústria, o panorama hoje é dominado pelo fenómeno
“Made in China”.
As desigualdades salariais entre a China e os países ocidentais
justificam a “encomenda” do fabrico de produtos industriais à
China, com custos mais enonómicos.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Mas por quanto tempo mais é que estas desigualdades se vão
manter?
A tendência geral é para um maior equilíbrio das condições de
vida em todos os países. E quando isso acontecer, os ordenados
de miséria e a “escravidão” laboral vão passar a ser difíceis de
encontrar. As empresas “capitalistas” vão ser obrigadas a
deslocalizações cada vez mais curtas até os custos dessas
deslocalizações tornarem insustentável o facto de andarem
sempre a mudar de um lado para o outro.
Cabe aos Estados proteger o seu “tecido industrial” com
medidas de incentivo, planeando uma dimensão industrial
compatível com o nível de consumo interno da sua população.
A tendência futura é para a autosuficiência ao nível dos países
e das respectivas regiões.
Qualquer disposição que contrarie a auto-suficiência de um
país (porque o seu vizinho tem excedentes, por exemplo),
como se verifica na União Europeia, por exemplo, é
simplesmente “ilegal”.
A grande peocupação dos dias de hoje é o ambiente. Os dados
sobre o “aquecimento global” são indesmentíveis.
Como continuar a manter o nosso estilo de vida à medida que
os diversos países se desenvolvem, aumentam os seus níveis de
consumo, reduzindo ao mesmo tempo o impacto das nossas
actividades sobre o ambiente?
É uma resposta difícil de encontrar!
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Os países mais desenvolvidos, cujas actividades têm um maior
impacto sobre o ambiente, já perceberam que têm que ser eles a
dar o exemplo, a comprometerem-se na diminuição das
respectivas emissões de gases de efeito de estufa para a
atmosfera.
Mas como colocar isto em prática?
Basta conseguir encontrar e obrigar a aplicar processos de
transformação industrial mais “económicos” em termos de
emissões?
Não é fácil!
A solução poderia passar por descobrir rapidamente novas
fontes de energia mais “limpas”, que substituissem as
tradicionais baseadas no carvão ou na queima de combustíveis.
Mas enquanto esta solução não surge, os cidadãos mais
conscientes têm uma oportunidade para mudar os seus hábitos
de consumo, torná-los mais ecológicos, dando um exemplo
para os outros.
Não quero dizer com isto que passemos todos a ir de bicicleta
para o trabalho. Eu iria com prazer, em dias de sol, se
trabalhasse mais perto de casa.
Será que precisamos de conduzir tão depressa, gastando mais
combustível que o necessário? Porquê acelerar bruscamente
para aplicar a força dos travões um pouco mais à frente?
E os transportes públicos não funcionam bem, não são
suficientemente rápidos quando precisamos de nos deslocar
para o centro da cidade?
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Há aqui muitas oportunidades para melhorias. Temos que criar
uma consciência colectiva que exija alterações à classe política.
As certificações de qualidade das empresas são uma “moda”
recente que trouxe uma certa dinâmica às empresas, uma
“cultura” de repensar constantemente os processos de produção
buscando melhorias. É bom para a competitividade e será bom
para o ambiente se houver objectivos de optimização do
consumo energético impostos pelo Estado.
Os Estados que quiserem optimizar o “desempenho energético”
da sua economia vão ter de subsidiar empresas que busquem ou
adoptem soluções mais eficientes, bem como penalizar as que
não mostrarem vontade em mudar coisa nenhuma.
Quanto ao consumo dos recursos naturais, o crescimento
populacional e o desenvolvimento acelerado das “economias
emergentes”, principalmente da China e da India, tem levado
ao crescimento constante da procura, havendo já hoje tabelas
com a previsão do prazo de esgotamento das diversas matérias
primas a nível mundial.
Predominam as poucas dezenas de anos nas previsões para o
esgotamento das matérias primas mais importantes.
Não há grande coisa a fazer. Quando acabarem, deixam de ser
extraídas e obrigam a parar os processos de fabrico onde são
utilizadas, ou a substituí-los por processos de fabrico
alternativos.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Mas o que dizer da desflorestação das zonas tropicais ou das
zonas árticas?
Estas florestas são as responsáveis pela conservação da vida no
planeta, tal como a conhecemos.
O abate constante de árvores nestas florestas vai trazer
problemas agravados para todos, não só ao nível da poluição
global, mas também ao nível do clima. Estamos a interferir
com mecanismos vitais que ainda não conhecemos
suficientemente.
Cabe aos países mais ricos (e não só) a iniciativa de criar
organizações que protejam essas florestas, de contribuir
financeiramente indeminizando os países que as tutelam pelas
perdas económicas resultantes do abrandamento da exploração
madeireira.
Acima de tudo é preciso um compromisso político alargado, a
nível internacional.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
A política
A política pode ser caracterizada, de forma simplista, como a
forma de gerir o Estado e a sociedade a que pertence.
Para gerir são necessários objectivos. É na definição desses
objectivos que todos nós temos uma palavra importante a dizer.
Numa sociedade em mutação constante, novos problemas são
colocados diariamente.
Para novos problemas são necessárias novas soluções. Para que
estas surjam, são necessárias novas ideias.
Novas ideias é “coisa” de pequenos partidos, de grupos de
reflexão independentes. Os grandes partidos estão demasiado
ocupados na luta pelo poder, para poderem ter espaço para a
reflexão.
É à custa dos “pequenos” que a sociedade evolui. É necessária
uma maior intervenção social do cidadão comum. É necessária
a criação de espaços de reflexão fora dos grandes partidos
políticos, livres e descomprometidos, onde as ideias possam
fluir.
A Internet é um meio acessível a todos, que proporciona
ferramentas para este efeito: os blogs, as redes sociais,
informação inesgotável e actualizada.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
A cultura
A cultura dos povos transporta consigo ideias e conceitos
herdados do passado.
Do ponto de vista da preservação do património cultural, da
diversidade cultural dos povos, é interessante proteger essa
informação.
No entanto, essa informação deve ser catalogada e datada
devidamente, e revista no dia a dia.
Não faz sentido aplicar os mesmos conceitos ano após ano,
vida após vida, só porque os nossos antepassados já o faziam,
sem questionar a sua actualidade, a sua adequação.
A tendência actual é de ver a cultura como um espectáculo
mediático, ao mesmo tempo que as diferentes formas culturais
vão sendo integradas numa única cultura global, partilhada por
todos.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
A religião
Religião, no sentido estrito do termo, é a forma como o
indivíduo se relaciona com Deus, com o Todo.
As religiões estabelecidas associam conceitos abstractos sobre
Deus a regras de conduta, “boas práticas” para um melhor
relacionamento com Deus.
Com esse objectivo, cada uma delas criou um conjunto de
conceitos e valores que regulam o que pensar e quais as
atitudes correctas a adoptar, que podem ir até ao nível do gesto.
Um gesto cerimonial em falso e Deus pode deixar de “gostar”
de nós ou de nos agraciar com os seus favores.
Tradicionalmente, foi tal o papel atribuído aos gestos
cerimoniais em algumas religiões, que muitas pessoas, embora
saibam reproduzir os gestos de forma impecável, desconhecem
a maior parte das mensagens correspondentes aos
ensinamentos que estiveram na origem da formação da sua
religião.
Quase todas as religiões começaram por ser um grupo de
transmissão de novos ensinamentos, a partir de ideias
divulgadas por algum ser humano mais iluminado, e acabaram,
ao fim de muitos anos, por se tornar num grupo que pratica um
conjunto de rituais.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Aquilo que as novas correntes de pensamento ligadas à
espiritualidade nos vêm dizer é que a ligação a Deus, ao Todo,
é um acto individual.
Devemos procurar Deus dentro de nós, pois é através do
melhor de nós que vislumbramos uma parte de Deus.
Sendo Deus a Totalidade, os seres humanos em conjunto
formam uma parte desse Todo. Assim como os restantes seres
vivos: os animais, as plantas, os minerais.
Parece difícil comparar os minerais com os restantes seres
vivos, mas é apenas uma questão de percepção. Pelo que
sabemos da forma como o planeta Terra (Gaia de seu nome
cósmico) sustenta a vida de todos nós, não é difícil considerálo um ser vivo, embora a sua composição seja maioritariamente
constituída por minerais, por água e por gases.
Sendo a ligação ao Todo um acto individual, está presente em
todos os momentos, em todos nós, mesmo naqueles ditos ateus.
A maior parte das pessoas que se dizem ateus, apenas mostram
a sua discordância com os princípios e práticas defendidos
pelas principais religiões. No entanto, a sua consciência do
Todo está por vezes mais desenvolvida do que nos indivíduos
ditos religiosos.
Por outro lado, o medo do desconhecido leva muitas pessoas a
afirmar que a única coisa em que acreditam é na Ciência. Dessa
forma, não têm que lidar com a sua ignorância, limitando os
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
seus pensamentos àquilo que os outros já descobriram e
afirmam como certo. Temos que concordar que, nesta
sociedade, ninguém gosta de admitir que é ignorante, que
desconhece algo, mesmo para consigo próprio.
As pessoas que passam a vida a estudar, e que estudaram aquilo
que os outros pensadores da Humanidade descobriram, sentemse “esmagados” pelo peso desse conhecimento. Antes de
pensarem por si próprios tentam sempre referenciar se mais
ninguém, dos pensadores que conhecem, teve aquela ideia ou
semelhante, ficando aprisionados facilmente a conceitos já
existentes.
Os conceitos novos que surgem são quase sempre
reformulações de conceitos existentes, mudando um ou outro
pormenor. Nada é completamente novo.
Voltando à religião, esta deve evoluir para formas mais
enquadradas na vida do dia-a-dia, apoiando as pessoas a
relacionar-se com o Todo, elevando os seus níveis de
consciência, ensinando-as a pensar e a agir pela sua cabeça.
Ao descobrirem o melhor de cada uma delas, as pessoas
estarão também a descobrir melhores soluções para a sua vida
em conjunto. Estarão mais “ligadas” ao Todo.
86
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
A possessão espiritual
Trata-se de um fenómeno incompreendido e, por isso, merece
uma secção desta obra.
Em África e nas comunidades de origem africana é uma prática
comum.
O indivíduo que aceita ser “possuído” durante uma cerimónia
de grupo é ajudado no final, pelos restantes membros do grupo,
a recuperar completamente a consciência, a “livrar-se” da
entidade que o possuiu. Um antepassado, segundo as suas
crenças.
Talvez não seja uma boa ideia!
As entidades que se disponibilizam para “possuir” seres
humanos são, normalmente, as almas de outros seres humanos
falecidos que ainda não ascenderam. São almas “perturbadas”.
Mesmo que haja uma ligação emocional com essa entidade,
que seja um verdadeiro antepassado, este tipo de posse vai
perturbar o equilíbrio energético do indivíduo, podendo trazer
consequências negativas a todos os níveis: saúde, distúrbios
emocionais ou mentais.
Os manicómios deste mundo estão cheios de indivíduos com
87
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
espírito mais fraco, que foram ou ainda estão possuídos por
outra entidade.
Em situações normais do nosso mundo de “livre arbítrio”, este
fenómeno não ocorre.
De facto, a melhor defesa contra este tipo de situação é não
permitir que ocorra.
Em termos de saúde pública, é um fenómeno que requer
compreensão e aplicação de métodos de cura mais eficazes.
O processo de cura passa pela presença de seres humanos com
nível de consciência elevado e pela recuperação psíquica do
indivíduo, da sua auto-estima. Requer um acompanhamento
psicológico adequado, plenamente consciente do fenómeno em
causa.
88
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
A saúde
Como suporte do ser, a saúde de que goza o corpo físico vai
determinar o sucesso no desempenho das suas actividades.
Por outro lado, o desempenho de actividades tem uma
influência directa na saúde do corpo físico, e seria muito
ingénuo pensar que os estados de consciência, os pensamentos
e as emoções não têm nenhuma influência.
Se bem que, se cairmos e aleijarmos algum membro, as
alterações sobre o estado de saúde são visíveis de imediato.
Já as alterações provocadas por estados de consciência,
pensamentos e emoções só são visíveis a médio prazo.
Claro que a hereditariedade é importante. Um corpo frágil à
nascença, devido à constituição genética, é sujeito, ao longo da
vida, a um maior número de problemas que um corpo saudável.
Claro que o “tratamento” dado ao corpo, influenciado pelas
condições de vida, é importante. Um indivíduo que trabalhou
em condições difíceis para a saúde grande parte da sua vida, só
por milagre não termina os seus dias com uma doença grave
surgida na sequência desses factores.
Mas com a mudança das condições de vida características da
vida moderna, com maior conforto no local de trabalho, maior
89
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
apoio de saúde às viroses e outras doenças do meio ambiente, o
peso das doenças geradas por estados de consciência,
pensamentos e emoções tem-se tornado mais evidente.
Doenças como o “stress”, a depressão, o esgotamento, o
cancro, a anemia, problemas com o funcionamento de orgãos
internos em geral, que não sejam problemas secundários
gerados por outras doenças, grande parte teve início por
estados de consciência, pensamentos ou emoções.
O corpo “avisa” da existência de problemas através da dor.
É um mecanismo subconsciente de defesa que permite lançar o
“estado de alerta”, que avisa que é preciso tomar medidas
correctivas.
Mas antes de a dor se manifestar, como é que surge o
problema, a “doença”?
O nosso organismo é um sistema complexo em equilíbrio
“precário”.
Na realidade, somos habitados por milhões de formas de vida,
de menores dimensões (vírus, bactérias, ácaros, etc.), todas elas
lutando pela sobrevivência. Estes seres mais pequenos viajam
facilmente pela atmosfera, de um ser humano para outro, ou
entre um ser humano e um animal.
Quando todas as partes envolvidas estão de “boa saúde”,
estabelece-se um equilíbrio, uma situação de “boa
convivência”.
90
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
O ser humano possui mecanismos biológicos de auto-defesa,
de “auto-regeneração”, que lhe permitem recuperar de
situações em que esse equilíbrio foi perturbado. Tudo isso se
processa a um nível subconsciente, de forma automática,
controlada pelo chamado “sistema imunitário”.
Mas quando o desiquilíbrio é suficientemente forte, pela
existência de factores externos prolongados (um cansaço
extremo do corpo físico, por exemplo), pode-se gerar um
“problema” para uma parte do corpo, para um orgão interno ou
para um sistema de orgãos que trabalham em conjunto.
A fraqueza de uns torna outros mais fortes. O equilíbrio
existente desaparece e os mecanismos de luta pela vida dos
organismos mais pequenos tornam-nos mais fortes. Sentem-se
com maior capacidade para se reproduzirem.
Surgem as “infecções”, que têm um som parecido com
“invasões”.
Para que serve esta “história” toda?
Se tivermos consciência do que está a acontecer, no preciso
momento em que está a acontecer, podemos transformar o
mecanismo de cura insconsciente num mecanismo de cura
consciente, reforçado, controlado pela nossa vontade. Claro
que devemos reforçar esta vontade com a nossa
“disponibilidade” para fazer uma meditação adequada, por
exemplo.
91
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Não quero dizer com isto que deixemos de tomar
medicamentos, de procurar uma consulta médica.
O que quero dizer é que um ser humano consciente tem mais
facilidade em se auto-curar e o acto de adoecer deve ser
entendido como uma “nota negativa” no seu “curriculum”.
As doenças também possuem outra “faceta”. Servem como
“avisos” do corpo contra situações ao qual este é submetido,
provocadas por pensamentos, emoções e estados de alma, as
chamadas situações “invisíveis”.
Uma dor de dentes surge no momento em que o dente tem uma
raíz ou a gengiva infectada. Mas, antes disso, normalmente
esteve uma situação de indecisão, uma “escolha” que se atrasou
ou uma situação que terá ficado por resolver.
Problemas de vesícula e fígado, por exemplo, têm uma raíz
mais esotérica. A pessoa vive uma situação kharmica intensa,
em que luta “desesperadamente” contra uma situação para a
qual foi “atraída”, que não tem hipóteses de “vencer”, e cuja
“superação” se encontra normalmente num afastamento dessa
situação. Anda a “remar contra a maré”.
Já o cancro indica claramente uma “desistência” da vida, uma
vontade subconsciente em morrer. Pode surgir numa fase de
“impasse”, em que a vida parece ter “estagnado” e não parece
haver objectivos, conscientes ou inconscientes, suficientemente
motivadores para continuar a viver.
92
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
De uma forma geral, os problemas nos diversos orgãos surgem
associados à sua função “externa”, ao papel que “aparentam”
desempenhar.
O cérebro, por exemplo, representa a “sede” do pensamento, da
individualidade. Qualquer problema no cérebro pode ser
entendido como uma “falta” de individualidade, de
personalidade, que poderá ter “fragilizado” essa zona
(submeter-se à vontade de outrem anulando a sua
personalidade, por exemplo). No caso de uma enxaqueca,
poder-se-à dizer que se foi demasiado exigente consigo
próprio, se levou o “esforço” até ao limite, até à ocorrência da
dor.
Os olhos representam a capacidade de ver, de observar.
Problemas nos olhos podem significar que há algo que não
queremos ver na nossa vida, relativamente à “situação”
presente. Podemos andar muito ocupados e não prestar atenção
aos pormenores.
Os ouvidos representam a capacidade de ouvir, de escutar.
Problemas nos ouvidos podem significar que há algo que não
queremos ouvir do que se está a passar à nossa volta. Podemos
não estar a dar a devida atenção às opiniões dos outros.
O nariz representa a “porta de entrada” do aparelho
respiratório. É facilmente irritável quando respiramos pós ou
pólens directamente. Uma sinusite pode significar que alguém
nos anda a “irritar” profundamente, nos anda a “pressionar”.
A boca é o ponto de entrada dos alimentos, do nosso sustento
vital. Problemas na boca em geral podem significar que não
93
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
estamos a prestar a devida atenção ao nosso corpo, ao nosso
sustento, não estamos a reservar tempo suficiente para nós
próprios.
O pescoço é um importante ponto de sustentação. Representa a
flexibilidade. Problemas no pescoço podem significar que
estamos a ser demasiado “inflexíveis” com os outros, não
querermos ver outros “pontos de vista” que não o nosso.
A garganta é o centro da expressão vocal. Problemas de
garganta podem representar que não estamos a exprimir
devidamente as nossas ideias, que algo importante ficou por
dizer.
As costas são o nosso “tronco” de sustentação. Problemas nas
costas podem significar que nos sentimos “desapoiados”, nos
sentimos “impotentes” para enfrentar as dificuldades. Podemos
sentirmo-nos desapoiados emocionalmente pela nossa
companheira (parte superior) ou sentirmo-nos desapoiados
materialmente (parte inferior).
Os seios são a representação da maternidade. Problemas nos
seios podem significar que as mães não estão a conseguir
“lidar” com o seu “papel”, entre aceitar conceber, criar ou
“libertar” o seu filho.
O coração é o “motor” da circulação sanguínea, da distribuição
do sangue (o líquido vital) pelas diversas partes do corpo. O
sangue transporta energia e vida, que é também amor e alegria.
Problemas no coração podem significar falta de amor e alegria
na nossa vida (um “desgosto” emocional, por exemplo).
Os pulmões são o centro do aparelho respiratório, o sistema
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
através do qual recebemos “alimento” directamente da
atmosfera. Representam a capacidade de “aceitar” a vida.
Problemas nos pulmões podem significar a não aceitação das
condições da vida, tal como ela se apresenta.
O estômago é o orgão responsável por digerir os alimentos.
Problemas no estômago podem significar incapacidade em
“digerir” alguma situação nova, algumas ideias com as quais
foi confrontado.
Os intestinos são responsáveis pela absorção dos nutrientes
(intestino delgado) e pela eliminação das substâncias
excedentes (intestino grosso). Problemas no intestino grosso
podem significar a existência de um apego excessivo ao mundo
material, dificuldade em “deixar ir” aquilo que já não precisa.
Os rins, entre outras funções, são responsáveis pela
flexibilidade do tronco. Problemas nos rins podem significar
que a pessoa está a sentir demasiadas dificuldades em “mudar
de rumo” na sua vida.
A bexiga é responsável pela eliminação de toxinas, de
substâncias nocivas do organismo. Problemas na bexiga podem
significar que a pessoa está muito chateada com alguém, de
quem não se consegue “livrar”.
Os orgãos sexuais representam o princípio masculino ou
feminino. Problemas nos orgãos sexuais podem significar
dificuldades em lidar com o papel tradicional do seu sexo nas
relações com os outros.
A pele é responsável pela protecção dos nossos orgãos internos.
Representa o aspecto exterior da pessoa. Problemas na pele
95
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
podem significar que a pessoa não se sente bem na sua “pele”,
consigo própria.
Os braços representam a capacidade e habilidade de “abraçar”
a vida. Problemas nos braços podem significar que a pessoa se
sente incapaz ou com pouca habilidade para gerir alguma
situação nova.
As mãos representam a capacidade de “agarrar” e “largar”.
Problemas nas mãos podem significar que a pessoa é
demasiado “agarrada” às coisas, às situações, e tem
dificuldades em “pegar” nas novas oportunidades quando elas
se apresentam.
As pernas são os “meios de transporte” do nosso corpo.
Problemas nas pernas podem significar que a pessoa está a
sentir dificuldades em se “mover” através da vida.
Os joelhos representam a flexibilidade para a evolução.
Problemas nos joelhos podem significar que a pessoa está a ser
demasiado teimosa, demasiado inflexível.
Os pés representam a nossa compreensão da vida, a nossa
aceitação do “caminho”. Problemas nos pés podem significar
que a pessoa está a sentir que o “caminho” se apresenta
complicado.
Esta convenção completa-se com a noção de lateralidade, no
caso de se tratar de orgãos que temos aos pares.
A localização dos problemas no lado esquerdo tem a ver com
problemas relativos ao passado enquanto a sua localização do
96
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
lado direito tem a ver com problemas relativos ao futuro.
No caso de um canhoto, essa lateralidade é invertida.
Os sintomas descritos atrás de forma não exaustiva, são como
uma forma de comunicação entre o corpo e a mente.
Através destes “avisos”, a mente tem a capacidade de refletir e
“arrepiar caminho”, protegendo o corpo da ocorrência de novos
problemas.
Esta forma de comunicação é também utilizada pelos nossos
guias espirituais, que podem “provocar” ou “reforçar” estas
mensagens quando necessário.
A assistência social
A medicina é hoje em dia uma ciência muito “desenvolvida”,
com um grande nível tecnológico.
Mas a chamada medicina “ocidental” concentra-se no
tratamento reactivo a sintomas, baseado em substâncias
químicas, os fármacos, para atalhar o prosseguimento da
doença até à sua remissão.
No entanto, ao ignorar as influências que podem causar uma
doença, é um fracasso completo em termos de medicina
preventiva. Nesta área, limita-se a propôr a realização de
análises regulares e a vigiar a tensão arterial, para despistar
possíveis problemas.
97
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
No outro extremo temos a medicina chinesa, que alcança graus
de eficácia notáveis tanto ao nível da cura como ao nível da
prevenção, sobretudo quando associada a práticas culturais
tipicamente chinesas. Ou a medicina tradicional indiana,
Ayurveda, que quando voltou a ser aplicada de forma oficial
nas comunidades mais pobres, reduziu em cerca de 40% os
custos com a saúde.
Hoje em dia, existe o conhecimento estatístico, pelo menos,
que as doenças ocorrem mais em situações em que os
respectivos portadores ficaram sem objectivos de vida.
Desemprego, emancipação dos filhos, solidão, são algumas das
causas mais comuns. São situações em que há também um
baixo nível de interacção social: pessoas que vivem isoladas,
tipicamente em cidades, com pouca integração na comunidade,
sem poder beneficiar da solidariedade tradicional das pequenas
comunidades.
A forma com algumas pessoas se “esgotam” na busca de
condições para a educação dos seus filhos e na manutenção de
um emprego que lhes oferece condições cada vez mais
precárias de vida, leva a que a sua autosuficiência enquanto
seres humanos seja muito fraca e que “fracassem”
psicologicamente ao mínimo revés.
A educação é uma oportunidade importante para formar seres
humanos autosuficientes, capazes de tirar partido da
aprendizagem de coisas novas, de evoluir ao sabor de
condições em constante mutação. Por diversos factores,
incluindo os emocionais e psicológicos, nem toda a gente pode
98
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
tirar o melhor partido dessa oportunidade na devida altura.
Para além disso, cabe ao Estado reconhecer o papel importante
de uma Assistência Social activa, apoiando os mais
desfavorecidos e alargando a sua actuação às famílias com
estruturas mais precárias. Um pouco à semelhança do papel
desempenhado pela Igreja Católica nos Países Mediterrânicos,
em termos de assistência social.
Na prática, o dinheiro investido em assistência e formação é
recuperado posteriormente em custos de saúde e outros.
Numa época em que anda tanta gente preocupada com a
segurança, é bom lembrar que os desgraçados de hoje são os
“ladrões” de amanhã.
Mas o papel da assistência social não deve ser exclusivo do
Estado ou de organizações religiosas.
Uma ideia de um amigo meu, que é muito do meu agrado, é a
criação de certificações sociais para as empresas que se
destacaram em actividades com benefício directo para a
comunidade em que se inserem.
Quem melhor do que os seus empregados conhece as
necessidades da sua comunidade?
O papel do mundo empresarial na manutenção do tecido social,
para além do emprego dos seus trabalhadores, deve ser
valorizado e premiado.
A atribuição de uma Certificação Social, à semelhança da
Certificação de Qualidade ou da Certificação Ambiental,
99
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
premiaria a actuação da empresa nesta área e serviria de
referência, quer para a concessão de benefícios pelo Estado,
quer para a escolha do tipo de fornecedor no mercado.
1
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
A morte
A morte é quase um assunto tabu na nossa sociedade. Não se
fala nela talvez com receio de atrair desgraças.
O nosso “pacote cultural” ensina-nos que é o fim da existência
do nosso ser. Muitos de nós acreditam que uma vez mortos,
deixamos de ter consciência, deixamos de existir.
No entanto, é um dos actos mais naturais que existe. Tão
natural como o nascimento.
No final da vida, quando o corpo perde as suas capacidades e a
saúde estatisticamente apresenta mais problemas, transitamos
de estado, abandonamos o nosso corpo físico e ascendemos
para outra dimensão. É uma decisão do nosso Eu Superior, o
como e o quando.
Às vezes, embora se propiciem as condições para
abandonarmos o corpo físico de vez (em caso de acidente
grave, por exemplo), acabamos por voltar porque ainda não é
chegado o momento ideal (e saímos de um estado de coma de
regresso à vida, por exemplo).
Por vezes, trazemos connosco recordações desse
acontecimento e das sensações ligadas ao abandono temporário
do corpo físico, em que nos vimos a pairar sobre ele e nos
sentimos de alguma forma desligados dele.
101
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Em caso de morte, o que fazemos nessa outra dimensão já não
é da nossa conta. Entre outras coisas, podemos preparar um
novo regresso, uma nova incarnação, e voltar a nascer passado
algum tempo, buscando novas experiências para completar a
nossa “formação”.
Essa busca leva à escolha da nova família onde vamos incarnar,
pelo potencial em nos proporcionar experiências adequadas aos
nossos objectivos.
A morte é para o ser humano que transita, um acto “libertador”.
É uma libertação do sofrimento, quase sempre associado aos
últimos momentos de vida. Nem toda a gente tem acesso a uma
morte rápida, provocada por um problema cardíaco, por
exemplo, em que a transição se processa de forma a não gerar
quase nenhum sofrimento.
De facto, com os modernos equipamentos de suporte de vida,
morrer tornou-se num acto quase heróico, só possível de
consumar quando se apanha toda a gente de surpresa. É cada
vez mais difícil morrer, encontrar situações propícias, em que
não haja oportunidade de nos irem ligar a uma máquina para
impedir o avanço do processo.
O mais ridículo de tudo é o prolongamento de estados de coma
durante meses, com as pessoas ligadas a máquinas sem
qualquer consciência. Ninguém concebe que, ao ponto a que
chegou, a pessoa já merece ir descansar!
1
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
É doloroso para qualquer pessoa ver um ente querido partir.
Mas não é razoável interferir com a “vontade de partir” de um
ser humano. Muito menos ficar “agarrado” à ideia de o ter
sempre presente, para receber ajuda, por exemplo.
Após a morte, o ser tem a sua própria agenda para cumprir.
103
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Considerações finais
É evidente que a Vida apresenta matéria para discussões
infindáveis e nada está completamente dito sobre o que quer
que seja.
Todos nós temos oportunidade de contribuir com os nossos
pontos de vista que não são necessáriamente iguais aos de mais
ninguém.
Nesta era de “globalização” a todos os níveis, o verdadeiro
desafio está na aceitação das “diferenças” que nos unem e na
habilidade de encontrar consensos, pontos de entendimento.
Só assim poderemos crescer enquanto seres humanos, ficando
a conhecermo-nos um pouco melhor ao mesmo tempo que
procuramos conhecer o “mundo” que nos rodeia.
O Ser Humano alia um potencial infinito (literalmente) a uma
preguiça natural e paralisante.
Não desperdice o seu potencial!
Bem aja!
1
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Anexos
Nos anexos seguintes apresentam-se alguns tipos de meditação,
com vários tipos de profundidade.
A “Ligação à Terra” é um tipo de meditação instantânea que
pode ser aplicada em qualquer ocasião, para reduzir os níveis
de stress individual ou de um grupo através do indivíduo. É
indicada para situações conflituosas.
A meditação com controlo de respiração é, na realidade, um
preâmbulo para qualquer outro tipo de meditação. Reduz
substancialmente os níveis de stress mas necessita de
privacidade para a sua execução.
A meditação “Esvaziando a mente, abertura ao novo” é um
exemplo de uma meditação mais completa com um objectivo,
neste caso, para facilitar a aceitação de novas ideias, para
manter a juventude da mente.
“Lavagem das emoções” é uma meditação de auto-tratamento
com o objectivo de manter o corpo emocional “sob controlo” e
melhorar o desempenho mental e a saúde em geral.
Finalmente, em “Autotratamento com Reiki” tecem-se algumas
considerações sobre a utilização desta forma de autotratamento
com energia.
105
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Anexo A: Meditação “Ligação à Terra”
O objectivo desta meditação é manter a consciência da nossa
ligação permanente à Terra.
Independentemente da quantidade de cimento ou betão que
possam estar de premeio, a nossa ligação com a Terra realiza-se
a nível energético, a cada momento.
O nosso estado de “ligação” à Terra varia a cada momento,
conforme o “estado de alma”. Num lugar “paradisíaco”, cheio
de beleza natural, sentimos mais essa ligação. Num moderno
edifício de escritórios, com muitos andares, sentimos menos
essa ligação.
Passamos mais tempo da nossa vida em edifícios de escritórios
do que em situações descontraídas, no meio da natureza.
Surgem-nos com frequência algumas situações de conflito, que
gostaríamos de resolver de forma mais calma, mais ponderada.
Mas a “agressividade” com que fomos abordados despertou em
nós os nossos piores instintos.
É neste tipo de situação que podemos aplicar a seguinte
meditação:
Feche os olhos por um momento (apenas o tempo necessário).
Imagine-se a sós com a Terra. No ponto onde se encontra, do
106
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
seu chacra da base, junto ao anus, sai uma raíz grossa de luz
branca que vai direito à Terra e, ao entrar em contacto com a
Terra, se começa a ramificar indefinidamente. Em alternativa,
em vez de se ramificar, imagine que essa raiz luminosa se
prolonga a direito e vai até ao núcleo metálico do planeta.
Esta curta meditação deve trazer-lhe uma “calma” extra para
resolver uma reunião conflituosa a seu favor, por exemplo. Ou
para ter a calma suficiente para ouvir com atenção todas as
partes antes de tomar uma decisão, por exemplo.
Pode aplicar esta meditação como protecção, ao chegar a um
novo lugar, em antecipação à ocorrência de situações
“stressantes”.
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Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Anexo B: Meditação com controlo da
respiração
Esta meditação pode ser executada como preâmbulo de
qualquer outra.
O controlo de respiração é um mecanismo “automático” para
diminuir a actividade dos diversos corpos, até atingirmos um
estado próximo do vegetativo, ideal para prosseguirmos com
uma meditação mais elaborada.
Se o tempo escassear, ou se o objectivo for apenas uma
diminuição rápida do nível de “stress”, podemos ficar por esta
actividade apenas.
Sente-se confortavelmente.
Não exerça nenhum tipo de “repressão” sobre os seus
pensamentos.
Exerça apenas uma ligeira concentração que lhe permita contar
com regularidade enquanto exerce determinados movimentos
respiratórios em sincronização. Mantenha-se vigilante o
suficiente para verificar que o exercício está a ser bem
executado.
Conte até 4 enquanto inspira fortemente, enchendo bem o peito
de ar.
108
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Conte até 4 enquanto sustem a respiração.
Conte até 8 enquanto vai soltando o ar devagar até esvaziar
“completamente” os pulmões.
Repita com um
sucessivamente.
novo
ciclo
de
contagens
e
assim
Para aprofundar mais a meditação, se entender, vá recolhendo
“impressões” de várias zonas do seu corpo (o que está a sentir),
de forma exaustiva, da cabeça aos pés, enquanto decorrem as
contagens.
10
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Anexo C: Meditação “Esvaziando a mente,
abertura ao novo”
Esta meditação tem como objectivo rejuvenescer a mente,
manter uma boa capacidade de circulação de ideias.
Com a idade, o ser humano tem tendência a perder a
“elasticidade” do pensamento.
Quando somos jovens, há uma abertura total para a
aprendizagem, para a discussão de ideias, para analisar e
reanalisar conceitos.
À medida que vamos envelhecendo, depois de termos travado
alguns “conflitos”, vamo-nos agarrando a ideias que temos
dificuldade em abandonar. Até porque justificaram algumas das
nossas atitudes e para as abandonar e substituir teriamos de
classificar essas atitudes como “erradas” ou “não totalmente
certas”, e isso é algo “doloroso” de fazer.
No entanto, a nossa sociedade está em mudança constante e
acelerada. O ritmo das mudanças parece aumentar de dia para
dia. E não se compadece com pessoas que vão ficando
“desajustadas”. A “flexibilidade” das ideias, a capacidade de
adaptação ao novo é algo essencial para se ter sucesso.
Inicie a meditação com o controlo da respiração, tal como
descrito no anexo B. Quando tiver reduzido substancialmente o
110
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
ritmo cardíaco e o “ruído” dos pensamentos, prossiga com os
seguintes passos:
Imagine as circunvalações do seu cérebro compactadas.
Imagine um vento lateral que começa por soprar ligeiramente e
atravessa os interstícios das circunvalações do seu cérebro até
ao lado oposto, levando consigo pequenas partículas de
“poeira”, as suas ideias mais velhas, aquelas que não “visita”
há mais tempo e que não lhe são úteis e, por isso, não se
importa de as substituir para arranjar espaço para ideias novas.
Deixe soprar o vento o tempo “necessário”, até ter atingido um
bom efeito, até “sentir” a existência de pequenos espaços entre
as circunvalações onde poderão “caber” novas ideias.
Na sequência deste tratamento, arranje espaço diário para a
leitura, compre livros com a intenção de aprender coisas novas,
que lhe despertam uma curiosidade quase infantil.
Deixe “correr” a sua intuição na hora de escolher um livro
novo. Aja por impulso.
111
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Anexo D: Meditação “Lavagem das
emoções”
Esta meditação tem por objectivo “reparar” o seu corpo
emocional das situações mais conflituosas ou “dolorosas” a
nível emocional.
Ao fazê-lo, reduzimos o “stress” emocional e potenciamos a
nossa capacidade de concentração e o desempenho do corpo
mental, melhoramos a nossa saúde e poupamos o nosso corpo
físico a problemas que surjam por somatização dos problemas
emocionais.
Inicie a meditação com o controlo da respiração, tal como
descrito no anexo B. Quando tiver reduzido substancialmente o
ritmo cardíaco e o “ruído” dos pensamentos, prossiga com os
seguintes passos:
Tente recordar os acontecimentos mais relevantes dos últimos
dias, aqueles que deixaram uma “impressão” mais forte. Ao
fazê-lo tente analisar as reacções dos 2 lados (o seu e o outro),
o que lhe pareceu certo ou errado, as reacções que provocou, o
que mudaria no seu comportamento se pudesse.
Nos primeiros momentos, a meditação pode tornar-se bastante
activa, talvez até mesmo cansativa, mas, à medida que os
112
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
pensamentos vão correndo e as emoções vão sendo analisadas,
deve conseguir uma acalmia progressiva até ser invadido por
uma sensação de bem estar, acompanhada de um abrandamento
profundo de actividade do seu ser consciente.
Se bocejar ou lacrimejar, deixe fluir. É um processo de
“limpeza energética”.
Quando deixar de “ouvir” o “barulho” do seu cérebro, estará
em condições de terminar a meditação. Pode escolher a altura
ideal dependendo de querer gozar por mais ou menos tempo o
prazer do momento.
11
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
Anexo E: Autotratamento com Reiki
O Reiki é uma técnica de auto-tratamento energético por
estimulação directa dos chacras, em que o praticante actua
como um canal de energia, se deixa atravessar por uma energia
curativa.
A palavra Reiki significa algo como “Energia Divina”.
O austríaco Mesmer, no século XVIII, efectuou um trabalho
científico nesta área que foi bastante incompreendido. A sua
investigação passou para a clandestinidade devido à
perseguição que sofreu por parte da Igreja Romana.
Mesmer descobriu o que chamou de “magnetismo animal”, a
possibilidade da cura através do contacto com o magnetismo de
outra pessoa, o curador.
Utilizava principalmente a estimulação do chacra do plexo
solar.
No entanto, foi já no início do século XX que esta prática foi
estabelecida, através do trabalho do japonês Dr. Usui.
Os chacras de energia do nosso corpo são pontos de “troca”, de
entrada e saída de energia. O bloqueio dos chackras ou o seu
funcionamento parcial podem provocar diversos problemas de
114
Quem Somos? Ideias novas precisam-se
saúde nas respectivas áreas de influência.
A execução regular de auto-tratamentos Reiki é muito
importante para a saúde, a todos os níveis, sendo uma das
formas de medicina preventiva mais importantes da
actualidade. Poder-se-à dizer de um praticante de Reiki que
adoeceu, que se “deixou relaxar”.
A medicina chinesa possui este tipo de conhecimento há
milhares de anos, embora os ocidentais só muito recentemente
tenham tomado consciência da sua importância, por
experiência prática.
Embora tenhamos um número considerável de chacras
distribuídos pelo corpo, existem 7 chacras principais que
registam uma maior actividade e concentram as atenções dos
tratamentos Reiki.
O chacra da base, situado entre o ânus e os orgãos sexuais, é o
chacra da nossa ligação à Terra, que nutre a nossa “energia
vital”.
O chacra sexual, situado abaixo do umbigo, junto dos ureteres,
nutre a nossa energia sexual, a nossa ligação aos outros.
O chacra “plexo solar”, situado no centro do abdómen, abaixo
do externo e acima do umbigo, nutre a nossa “fábrica” de
energia que é o aparelho digestivo.
O chacra do coração, situado na zona central junto ao coração,
nutre o corpo emocional.
O chacra da garganta, situado na base do pescoço, nutre a nossa
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capacidade de comunicação com os outros.
O chacra da 3ª visão, situado no centro da testa, nutre a nossa
intuição.
O chacra coronário (da coroa), situado no centro da “tampa”
superior da cabeça, nutre o corpo mental e a nossa ligação aos
corpos superiores.
Em posição secundária, mas muito importante nos tempos que
correm, temos o chacra do timo. É uma espécie de 7+1.
Situado na zona central entre a base do pescoço e o chacra do
coração, está ligado à nossa evolução espiritual. Há quem
prefira estimulá-lo em conjunto com o chacra do coração.
Outros preferem estimulá-lo separadamente.
Um tratamento de Reiki requer algumas técnicas, que estão
fora do âmbito desta obra, e uma transmissão prática de
conhecimentos proporcionada por um “mestre”, numa
cerimónia de iniciação.
Esta iniciação pode ser obtida com facilidade, hoje em dia, uma
vez que este tipo de conhecimento está largamente difundido.
Existem 3 vertentes nestas cerimónias de iniciação:
− A utilização do Reiki como técnica de cura;
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− O contexto teórico expiritual;
− A “abertura” dos chacras.
A primeira é garantida por qualquer “mestre”.
A segunda é dispensável para os leitores deste livro que leiam
alguns livros aqui aconselhados.
A terceira pode ser proporcionada por um “mestre” mais
habilitado mas, caso não aconteça, pode ser obtida pelo
“iniciado” efectuando uma série de 21 (número sagrado) autotratamentos nos 21 dias seguintes à cerimónia de iniciação.
Tendo em conta que um tratamento completo poderá “levar”
cerca de 1 hora, não deixa de ser um sacrifício acordar 1 hora
mais cedo 21 dias seguidos. Mas a vida é assim, um sacrifício
aqui em troca de um benefício acolá.
Ficam aqui mais algumas notas sobre a prática do Reiki.
Como sinal de uma boa iniciação e de uma prática correcta,
deve conseguir identificar a localização correcta dos seus
chacras. Se forem bem estimulados, estes vibram com
movimentos circulares e ondulatórios que são perceptíveis ao
tacto.
Algumas pessoas podem chegar a sentir “dores” na “tampa” da
cabeça, junto ao chacra coronário. São pequenos
“deslocamentos” temporários da ossatura, que retoma a forma
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normal após o tratamento. Estes sintomas também podem
surgir associados a determinadas emoções “especiais”, que
ressoam a um nível superior, ao nível da alma, por despertarem
recordações de vidas passadas num nível subconsciente.
Por outro lado, no caso de ter problemas psíquicos e estar a
efectuar algum tratamento (tomar medicação), a prática do
Reiki pode trazer problemas graves, pelo que é desaconselhada
nesta situação. A solução neste caso passaria pela interrupção
da medicação e por um conjunto de tratamentos de Reiki
ministrados por um “mestre” experiente, que manteria o
acompanhamento regular do estado de saúde do paciente.
O Reiki pode ser aplicado por um iniciado no tratamento de
outras pessoas. Tanto em presença como à distância (entre o
praticante e o paciente). Para melhor fiabilidade, os tratamentos
em presença são preferenciais.
Enquanto energia de cura e sendo um método natural, o Reiki
pode “piorar” temporariamente o estado de saúde de um
paciente, em caso de doença, antes de atingir um estado de
saúde mais elevado.
Um pouco à semelhança do estado febril para debelar uma
infecção. Se deixarmos o corpo “mergulhar” na febre para
combater uma virose, por exemplo, a capacidade de resistência
do organismo a este tipo de ataque fica reforçada. Se formos
logo tomar comprimidos aos primeiros sintomas de febre para
que esta não avance, a capacidade de resistência do corpo a
este tipo de microorganismo ficará bastante diminuída.
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A energia do Reiki ajuda o corpo a restabelecer o equilíbrio, a
combater os microorganismos e a restabelecer a saúde. É uma
energia de amor. Não é um ataque com “napalm” aos
organismos invasores, que traga a sua destruição!
Um praticante de Reiki “equilibrado” é um curador com uma
capacidade notável.
Analise as situações à sua volta, antes de oferecer os seus
serviços.
Tal como em qualquer outra forma de tratamento, a experiência
do praticante de Reiki é fundamental ao tratar de pessoas
doentes. Comece por situações menos graves.
Como regra base, nenhum tratamento deve ser ministrado sem
o consentimento expresso do doente, que serve também como
uma espécie de “compromisso assinado” para a cura. Nenhuma
cura pode ser obtida sem a vontade do paciente em se curar!
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