CONSUMO ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DE
ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO
MUNICÍPIO DE RIO FORTUNA – SC.
Ciências Biológicas / Ciências Médicas e da Saúde (Nutrição).
Flávia ALBERTON1; Lalucha MASSUCHETI 2.
Acadêmica do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL – Tubarão (SC),
Brasil. Projeto de Iniciação Científica (PUIC).
2 Professora do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL – Tubarão (SC),
Brasil. Projeto de Iniciação Científica (PUIC).
1
Introdução
O Brasil vem passando por um período de transição, marcado por constantes
mudanças no âmbito social, político e econômico. O perfil epidemiológico,
nutricional e demográfico tem sofrido mudanças significativas nos últimos
cinqüenta anos. O maior consumo de produtos com alto teor de gordura e açúcar
resultou no aumento do índice de sobrepeso e obesidade da população e na
coexistência de problemas como as carências nutricionais1.
A alteração do padrão alimentar durante a infância e adolescência, mostra-se
importante, pois é nessa fase que se formam os hábitos alimentares que
acompanharão os indivíduos ao longo de suas vidas2-3. A identificação de hábitos
inadequados e suas causas mostra-se importante para a criação de estratégias
políticas que visem promover uma melhora na saúde e qualidade de vida dessas
pessoas na vida adulta3.
Quanto ao consumo alimentar, verificou-se ingestão inadequação em todos os
grupos avaliados. A Figura 2 apresenta a freqüência geral de consumo dos
grupos alimentares avaliados pelos 274 adolescentes avaliados.
Nunca
%
Frutas
Legumes e
Verduras
Cereais e
tubérculos
Leite e
derivados
Carnes e
ovos
Feijão
Gorduras
Guloseimas
Lanches
Objetivo
Verificar os hábitos alimentares e o estado nutricional dos adolescentes de 5ª a
8ª série da Escola Pública Estadual de Educação Básica Nossa Senhora de
Fátima do Município de Rio Fortuna, Estado de Santa Catarina.
Metodologia
A população avaliada foi constituída por adolescentes do Ensino Fundamental e
Médio (5ª a 8ª séries), com faixa etária entre 10 e 19 anos que freqüentavam
regularmente a Escola Pública Estadual de Educação Básica Nossa Senhora de
Fátima do Município de Rio Fortuna nos meses de outubro e novembro do ano
de 2007. O estado nutricional foi obtido a partir da análise antropométrica de
peso (Kg) e estatura (m). Os valores obtidos foram inseridos na fórmula do Índice
de Massa Corporal (peso/estatura²) e classificados de acordo com as
9,8
29,0
1x
mês
%
22,3
19,2
12,4
2 x mês 1 x sem
%
%
17,9
10,3
16,3
14,8
2-4 x
sem
%
6,2
10,6
1 x dia
%
2/+ x dia
%
15,1
13,7
12,4
2,4
13,3
9,5
16,7
15,2
24,8
8,1
19,2
23,0
11,6
13,9
8,0
14,8
9,5
8,9
16,3
16,4
26,3
18,7
11,2
2,2
4,0
35,3
7,7
20,4
7,3
16,1
21,0
33,3
8,4
8,7
17,4
18,1
25,5
13,8
25,4
17,3
22,3
8,5
14,4
7,0
29,6
12,8
10,3
3,4
2,9
4,8
3,8
0,5
Figura 2 – Freqüência (%) de consumo dos grupos alimentares avaliados. Rio
Fortuna, 2008.
orientações apresentadas no Manual de Vigilância Alimentar e Nutricional
(SISVAN). O questionário de freqüência alimentar foi elaborado considerando os
Considerações Finais
alimentos e preparações comuns na região e no município de Rio Fortuna. Os
questionários com ausência de preenchimento ou alternativas com mais de uma
resposta foram excluídos. Os dados foram tabulados no software epi.Info 3.3.2.
Foram avaliados 274 adolescentes, sendo 147( 53,6%) do sexo feminino e 127
(46,4%) do sexo masculino. A média geral de idade encontrada foi de 12,93 anos
(DP ±1,30 anos).
No presente estudo constatou-se prevalência do estado nutricional eutrofia em
ambos os sexos. O consumo alimentar mostrou-se inadequado, pois em todos
os grupos alimentares avaliados, os adolescentes referiram consumo inferior as
recomendações diárias propostas no Guia Alimentar para População Brasileira,
publicado pelo Ministério da Saúde no ano de 20064.
Os dados obtidos sugerem a necessidade de intervenção nutricional,
estimulando a alimentação saudável e visando evitar o aparecimento de
distúrbios nutricionais, que possam prejudicar a saúde e qualidade de vida dos
adolescentes avaliados.
Entre os 274 avaliados, constatou-se prevalência de indivíduos eutróficos
(87,2%), seguido pelos com sobrepeso (10,6%) e baixo peso (2,2%). Não
houve diferença significativa entre os sexos (Figura 1).
Bibliografia
Resultados
1
BATISTA-FILHO, B.; RISSIN,A. A transição nutricional no Brasil: tendências
regionais e temporais. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.19 supl.1.
2003.
2
TRAEBERT, J. et al. Transição alimentar: problema comum à obesidade e à
cárie dentária. Revista de Nutrição, Campinas, v.17, n. 2, abr./jun. 2004.
3
NUNES, M.M.A.; FIGUEIROA, J.N.; ALVES, J.G.B. Excesso de Peso,
atividade física e hábitos alimentares entre adolescentes de diferentes classes
econômicas em Campina Grande-(PB). Revista da Associação Médica
Brasileira, São Paulo, v.53, n.2, mar./abr. 2007.
4
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a população
brasileira: promovendo a alimentação saudável. Série A-Normas e
Manuais Técnicos. Brasília, 2006. 210p.
Figura 1- Estado Nutricional (%) dos adolescentes avaliados, conforme sexo.
Rio Fortuna, 2008.
Apoio Financeiro: Unisul
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