0 UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em MBA em Gestão Empresarial Ana Helena Pereira O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR LINS – SP 2011 1 ANA HELENA PEREIRA O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em MBA em Gestão Empresarial sob orientação dos Professores M. Sc. Marís de Cássia Ribeiro Vendrame e M. Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva. Lins – SP 2011 P489c Pereira, Ana Helena O comportamento do consumidor / Ana Helena Pereira. – – Lins, 2011. 49p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins, SP para Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão Empresarial, 2011. Orientadores: Máris de Cássia Ribeiro Vendrame; Heloisa Helena Rovery da Silva 1. Marketing. 2. Comportamento do Consumidor. 3.Tomada de decisão. I Título. CDU 658 ANA HELENA PEREIRA O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do titulo de especialista em MBA Gestão Empresarial. Aprovada em:___/___/___ Banca Examinadora: Prof. Ma. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP _______________________________________________________________ Prof. Ma. Heloisa Helena Rovery da Silva Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – MG _______________________________________________________________ Lins – SP 2011 Dedico aos meus pais Helio e Raquel, aos meus irmãos e cunhadas que sempre me apoiaram. Obrigada pelo amor, apoio e paciência para cumprir mais esta esta etapa da minha vida! Amo muito vocês!! Agradecimentos A DEUS Pelo valioso dom da vida, por proporcionar que pessoas especiais, nossa família e nossos amigos, fizessem parte da nossa história. Embora algumas vezes frente a situações impostas pela vida gerassem algumas dificuldades, Ele possibilitou recursos e meios para que pudesse superá-las e chegar até aqui. Agradeço pela Sua forma muito especial de me conduzir nos momentos em que mais precisei!!! AOS MEUS PAIS A família é a base de tudo, o amor incondicional, meu agradecimento é eterno, não há como finalizá-lo. A batalha da vida é constante e renuncias sempre serão feitas, por isso meu agradecimento especial aos meus pais. Que muitas vezes renunciaram seus sonhos para que eu pudesse realizar o meu. EU AMO VOCÊS ETERNAMENTE!!!! AS MINHAS ORIENTADORAS MARIS E HELOISA, pela ajuda e confiança Depositada, pela dedicação na orientação desta monografia, contribuindo para o meu crescimento profissional. AOS MEUS AMIGOS Que me motivaram a continuar minha jornada, me fazendo acreditar nos meu sonhos, e ambições, nos dias difíceis foram minha salvação, pois as risadas as brincadeiras foram essencial, para continuar seguindo em frente. jamais esquecerei de tudo e espero encontrá-los em breve!!! (Alex, Milena, Renan e Rozana) RESUMO O comportamento do consumidor é um estudo feito pelo marketing que identifica como as pessoas compram, usam e dispõem de bens, serviços, idéias e experiências na realização de suas compras, pois o marketing tem o propósito de atender e satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores em suas tomadas de decisões. O trabalho realizado é uma revisão bibliográfica e tem como objetivo identificar fatores que influenciam o comportamento do consumidor no processo de compra. Para atender este objetivo, buscou-se organizar o referencial teórico com um entendimento sobre todas as etapas do processo e foram utilizadas diversas bibliografias abordando o tema, onde foi observado que o comportamento humano está aliado às características culturais, sociais, pessoais e psicológicas, sendo que dentro dos diversos fatores ambientais à cultura é um dos principais determinante do comportamento do consumidor e é por meio da mesma que as pessoas adquirem valores, crenças, costumes e preferência. As decisões dos compradores são também influenciadas por características pessoais, que incluem a idade, ciclo de vida, situação econômica, estilo de vida, personalidade e auto-estima. O processo como um todo percorre por várias etapas até chegar à escolha final, desde identificação da necessidade, levantamento de informações, avaliações das alternativas, decisão de compra e comportamento pós compra. Porém, lidar com o consumidor não é um processo simples, exige muita dedicação, pois cada consumidor tem personalidade e percepção própria. O comportamento humano apresenta uma grande variedade de nuances que não podem servir de regras para todas as pessoas, pois as mesmas podem declarar suas necessidades e desejos, mas agir de outra maneira. Identificar essas diferenças e compreendê-las é tarefa que exige vários tipos de estudos aprofundados sendo primordial o entendimento para o sucesso da compra e para a satisfação do consumidor. Palavras-Chave: Marketing. Comportamento do Consumidor. Tomada de decisão. ABSTRACT Consumer behavior is a marketing study done by identifying how people buy, use and offer goods, services, ideas and experiences in making their purchases, because the marketing is meant to meet and satisfy the needs and desires of consumers in their decision making. The work is a literature review and aims to identify factors that influence consumer behavior in the procurement process to meet this goal, we sought - to organize the theoretical with an understanding of all stages of the process were used several bibliographies covering the theme, where we observed that human behavior is allied to the cultural, social, personal and psychological, and environmental factors within individual culture is a major determinant of consumer behavior, is by the same people acquire values, beliefs, customs and preferences. The decisions of the buyers are also influenced by personal characteristics, including age, life cycle, economic status, lifestyle, personality and self-esteem. The whole process goes through several stages until it reaches the final choice, since the need identification, information gathering, evaluation of alternatives, purchase decision and post purchase behavior. But dealing with the consumer is not a simple process requires much dedication, as each customer has their own personality and perception, human behavior has a large variety of nuances that can not serve as rules for all people, they can state their needs and desires but to do otherwise, to identify these differences and understand them is a task that requires several types of detailed studies being paramount to understanding the success of purchasing and customer satisfaction. Keywords: Marketing. Consumer Behavior. Decision making. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Modelo estímulo - resposta do comportamento de compra.............. 16 Figura 2: Fatores de influência no processo de decisão de compra................ 17 Figura 3: Hierarquia das necessidades de Maslow.......................................... 26 Figura 4: Processo de decisão do comprador.................................................. 33 Figura 5: Grau de Satisfação e a relação entre real e expectativa................... 45 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Aprendizagem x influência do comportamento do consumidor....... 14 Quadro 2: Decisões dos consumidores............................................................ 43 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 10 CAPÍTULO I – COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 12 1 FUNDAMENTOS E ESTRUTURA 12 1.1 Tipos de Consumidores 12 1.2 Consumidor como Individuo 14 1.3 O modelo comportamento de Compra 15 1.4 Fatores Influenciadores do comportamento do consumidor 17 1.4.1 Fatores Culturais 1.4.1.1 Cultura 18 1.4.1.2 Subcultura 18 1.4.1.3 Classe social 19 1.4.2 Fatores Sociais 19 1.4.2.1 Grupos 20 1.4.2.2 Família 20 1.4.2.3 Papeis e status 21 1.4.3 Fatores Pessoais 21 1.4.3.1 Idade e estágio no ciclo de vida 22 1.4.3.2 Ocupação e situação financeira 22 1.4.3.3 Estilo de vida 23 1.4.3.4 Personalidade e auto-imagem 23 1.4.4 Fatores Psicológicos 24 1.4.4.1 Motivação 24 ......................... 17 1.4.4.1.1 Teoria da motivação de Freud 25 1.4.4.1.2 Teoria da motivação de Maslow 25 1.4.4.1.3 Teoria da motivação de Herzberg 26 1.4.4.2 Percepção 27 1.4.4.3 Aprendizagem 28 CAPÍTULO II - TOMADA DE DECISÃO 30 9 2 INTRODUÇÃO 30 2.1 Teoria comportamental no processo decisório 30 2.2 Os três papeis dos consumidores 31 2.3 O processo de decisão da compra 32 2.3.1 Reconhecimento da necessidade 33 2.3.2 Busca de informação 33 2.3.3 Avaliação das alternativas 34 2.3.4 Decisão 35 2.3.5 Comportamento pós compra 35 2.3.6 Variações na hora da compra 36 2.4 Efeitos situacionais de compra na tomada de decisão 37 2.5 Decisão de compra 39 2.6 Pós compra 40 2.7 Inteligências do marketing na compra 43 2.8 Satisfação dos clientes 44 CONCLUSÃO 46 REFERÊNCIAS 47 10 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo demonstrar o comportamento do consumidor no processo da tomada de decisão, onde marketing é responsável por todas as etapas, pois o mesmo engloba todo planejamento, concepção e concretização, que visam à satisfação das necessidades dos clientes, indo além da visão restrita de muitas pessoas que considera o mesmo somente propaganda. O marketing voltado para o consumidor faz um análise geral sobre como os consumidores se comporta na hora de procurar um produto, analisando todas as fases,e todas as influências, pois é necessário conhecimento profundo sobre o consumidor e suas necessidades, é possível prever com mais segurança os padrões de comportamento de compra e de consumo Na atualidade, é de extrema relevância conhecer, estudar e monitorar constantemente o comportamento dos consumidores, pois com esta preocupação, os profissionais de marketing e gestores empresariais podem detectar oportunidades e ameaças aos seus negócios com a possível insatisfação ou recusa de seus clientes. Os consumidores estão se tornando mais exigentes na hora da compra, entendê-los passa ser prioridade para a função do marketing de uma organização que tem como objetivo atender ás necessidades e desejos dos consumidores com maior eficiência e eficácia. No processo de compra, o consumidor está constantemente tomando decisões podendo ser elas positivas ou negativas, ou seja, a qualquer momento ele pode modificar, adiar ou rejeitar uma compra, visto que são diversas as variáreis de tomada de decisão. Os consumidores buscam adquirir o produto que melhor corresponda suas expectativas, que compense o valor pago, que não prejudique sua saúde física e mental e que traz melhor certeza e satisfação de que decidiu pelo melhor produto. Portanto, para se entender o comportamento dos consumidores, como se dá sua tomada de decisão, quais fatores têm influência na sua avaliação da experiência de compra e consumo, é preciso mergulhar um pouco mais fundo e compreender como se estabelecem as atitudes dos consumidores, analisando todos os estágios e suas possíveis variáveis. 11 O presente estudo tem por objetivo conhecer teoricamente a importância do marketing com foco no comportamento do consumidor no ato da compra. Os objetivos específicos relacionam os mercados consumidores e o comportamento de compra do mesmo além de demonstrar a importância do marketing no processo da tomada de decisão. A pergunta problema que norteou este trabalho foi: Até que ponto o marketing e suas técnicas influência no comportamento do consumidor no ato da compra? O estudo foi realizado através do método de revisão bibliográfica que abrangeu o período de 1997 a 2011. O trabalho está assim estruturado: Capítulo I: Discorre sobre o comportamento do consumidor. Capítulo II: Aborda sobre tomada de decisões. Por fim, vem a conclusão. 12 CAPÍTULO I COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 1 FUNDAMENTOS E ESTRUTURA O marketing consiste no atendimento e na satisfação das necessidades e desejos dos consumidores, a compreensão, a previsão e a influência do comportamento deles são vistos como tarefas centrais da função de marketing de uma organização. Para satisfazer as necessidades dos clientes, torna-se necessário que a organização entenda as razões subjacentes às opções de seus consumidores. Segundo Sobral e Peci (2008), quanto mais profundo for esse conhecimento, maior será a oportunidade de antecipar e moldar o comportamento dos consumidores, o que permitirá satisfazê-los com maior eficácia e eficiência, porém, esta compreensão do comportamento do consumidor é uma tarefa complexa e difícil, pois consiste no conjunto de atividades físicas, cognitivas e emocionais envolvidas na obtenção e consumo de produtos e serviços, incluindo os processos decisórios que antecedem e sucedem essas ações. 1.1 Tipos de consumidores No mercado de consumo são identificados vários tipos de consumidores e de variados comportamentos. De acordo com Barros (2011), estes consumidores são classificados como: a) alienado: é aquele que tenta seguir todas as tendências e modismos apresentados pela mídia, acabando por se tornar um escravo do consumo; 13 b) exibido: compra com a finalidade de mostrar para os outros. Na maioria das vezes não se preocupa com o benefício que o produto lhe trará. Isso acontece com pessoas que se prestam a pagar financiamentos altíssimos para adquirir um carro novo, pois ter um carrão poderá torná-las mais importante, aparentemente; c) o consumidor de grife: é aquele que só usa coisas de marca. Não importa o valor, seu dinheiro vai todo embora. É também um modelo exibido, pois ao invés de economizar seu dinheiro comprando coisas mais baratas, o que garantiria um futuro de mais segurança e conforto, não pensa no amanhã, mas sim em mostrar que seu poder é o dinheiro, já que tem condições de pagar pelas grifes; d) compulsivo: não pode parar diante de uma vitrine que as mãos pulam para dentro do bolso, saindo com a carteira, pronto para pagar. Esse consumidor pode estar sofrendo de transtornos psíquicos, que o levam a agir dessa forma, os problemas o fazem querer algum tipo de recompensa, fazendo-o perder o controle; e) guloso: não mede sacrifícios na hora de comer. Vai pedindo um pouco de tudo, come sem parar e não se preocupa com a conta. Muitas vezes, a compulsão pela comida também é uma forma de ansiedade, trazendo recompensa momentânea; f) internauta: é aquele que percorre os sites, atrás de produtos para comprar. Não pode ver um anúncio pelas páginas da internet que se interessa, ou então, procura produtos em promoção, garantindo que está fazendo grandes economias, adquirindo o mesmo sem necessidade; g) sofredor: quer comprar tudo o que vê pela frente, mesmo sabendo que não tem dinheiro para isso. Conversa com seus amigos afirmando que vai adquirir um produto, mas nunca aparece com o mesmo. Também não identifica que o dinheiro tem prioridades a serem atendidas; h) indeciso: são pessoas inseguras, que gastam horas e horas para tomar uma decisão; i) duro: aquele que entra em tudo quanto é loja, mas não adquire nada. Isso acontece por não ter dinheiro ou por ser “pão duro”. 14 1.2 Consumidor como indivíduo De acordo com Cobra (1997), cada consumidor reage de forma diferente sob estímulos iguais, e isso ocorre porque cada um possui uma “caixa preta” diferente. De acordo com as teorias psicológicas da personalidade, as pessoas são diferentes umas das outras. As motivações, que são respostas do indivíduo aos estímulos recebidos, são distintas para cada um. Uma pessoa pode estar escolhendo um produto por reflexo de uma experiência passada. A estrutura cognitiva, isto é, a estrutura de conhecimento, opinião ou crença, acerca do ambiente e de si próprio, dentro de seu meio ambiente psicológico, leva os consumidores a agir cada um de maneira diferente. Outro fator decisivo no comportamento do consumidor diz respeito ao processo de aprendizagem, o qual se refere aos hábitos das pessoas e como os estímulos agem sobre o seu comportamento. Procedimentos de aprendizado 1. Leitura Influência sobre o comportamento do consumidor Mídia impressa - o consumidor pode ser influenciado através de jornais, revistas, outdoors, mala direta, catálogos etc. Mídia eletrônica e venda pessoal - a televisão, o rádio e os 2. Audição vendedores exercem uma forte persuasão sobre os compradores. 3. Pensamento 4. Observação Não aplicável. Testemunho - o depoimento de pessoas líderes ou aceitas. Socialmente é persuasivo. Amostras - quando o consumidor prova uma amostra de um 5. Experimentação produto e gosta, ele será influenciado para uma compra futura. Fonte: COBRA, 1997, p.59 Quadro 1: Aprendizagem x influência do comportamento do consumidor. Há diversas formas de aprendizado do indivíduo, como há também correspondentes tipos de influência que podem ser usados sobre o comportamento do consumidor, como demonstrado no quadro 1. 15 1.3 O modelo comportamento de compra Segundo Bretzke (2007), a profusão de marcas e modelos de produtos e serviços, as novas técnicas de vendas, as novas formas de comunicação, os programas de lealdade, o fenômeno da globalização e da internet são algumas das principais influências externas que têm atuado sobre o cliente, modificando muito rapidamente suas preferências e sua percepção, vem como um impacto singular sobre os diferentes tipos de clientes, tornando-se cada vez mais exigente e mais refratário as mensagens que recebem de diferentes mídias. Conforme Campos (2011), o consumidor atual é mais exigente, seletivo, detalhista e preocupado com a qualidade, o mesmo tem necessidade de se sentir único na hora de efetivar suas compras. Com o grande número de informações disponíveis os consumidores passaram a ser mais consciente e bem informado e em constante estado de transformação, o mesmo avalia por detalhes, prioriza a confiança e a credibilidade transmitida na efetivação de suas compras. Por outro lado, quando são examinadas as influências internas que atuam sobre cada comportamento (por exemplo, motivação, personalidade e atitudes) percebe-se que ainda sabe muito pouco sobre a base emocional da motivação, a influência da personalidade e, principalmente, sobre como se forma a propensão do consumidor preferir determinadas lojas, marcas e fornecedores, tanto no mundo real como no virtual. (BRETZKE 2007) Segundo Santângelo (2008), um dos grandes desafios do marketing é compreender como estes fatores se combinam, se excluem ou se somam para gerar uma atitude favorável no cliente e isolar os mais importantes e passíveis de serem modificados pelas decisões do composto mercadológico, a fim de atuar positivamente sobre um determinado segmento de clientes. O conhecimento do modo como surge à necessidade de comprar, como ocorre à procura da informação, e também dos fatores levados em consideração na decisão de compra, é fundamental para entender o comportamento do consumidor e realizar o planejamento. 16 Fonte: BRETZKE, 2007, p.50 Figura 1: Modelo estímulo - resposta do comportamento de compra. Neste modelo, as decisões dos profissionais de marketing referentes aos 4Ps (produto, preço, ponto e promoção) são os estímulos que, somados aos do meio ambiente provocam impacto no consumidor, o qual irá prestar atenção, reter e reagir às informações de acordo com suas características pessoais, percorrendo um processo de decisão que o levará a uma resposta.(BRETZKE,2007) No mercado de negócios, os vendedores despertam necessidades não percebidas por meio da divulgação de produtos e serviços e seus benefícios, e esse processo é decisivo para que o cliente perceba o ganho que terá com a aquisição. No caso de compra rotineira, o vendedor pode influenciar o comprador a modificar a especificação de compra, incluindo serviços ou módulos complementares, e, assim, conseguir uma nova oportunidade de negociar o fornecimento deste produto. Segundo Bretzke (2007), as pessoas percebem os estímulos de forma diferente, dependendo não só de suas características pessoais, mas também das características e da natureza do estímulo e do contexto social, cultural e organizacional no qual o estímulo ocorre. Como características do estímulo, entendem-se as variações sensoriais (audição, olfato, visão, tato, paladar). 17 1.4 Fatores influenciadores do comportamento do consumidor O comportamento de compra do consumidor tende a ser influenciado por uma multiplicidade de fatores, de natureza cultural, social, pessoal e psicológica. O conhecimento destes fatores é extremamente útil para que a organização possa determinar quais são as características e os atributos mais adequados para seus produtos ou serviços. Fonte: KOTLER, 1998, p.163 Figura 2: Fatores de influência no processo de decisão de compra 1.4.1 Fatores culturais Segundo Sobral e Peci (2008), dentre os diversos fatores ambientais, a cultura é um dos principais determinantes do comportamento do consumidor, é por meio da mesma que as pessoas adquirem valores, crenças, costumes e preferências que a levarão a adotar determinado comportamento de consumo. A cultura afeta os produtos específicos que as pessoas compram, assim como a estrutura de consumo, a tomada de decisão individual e comunicação numa sociedade. (ENGEL; BLACKWEEL ; MINIARD, 2000). A cultura por sua vez, pode ser dividida em subculturas que fornecem uma identificação mais específica de certos grupos de consumidores e também classes sociais. 18 1.4.1.1 Cultura De acordo com Kotler e Armstrong (2007), a cultura é o principal determinante dos desejos e do comportamento de uma pessoa, o comportamento humano é em grande parte adquirido. Ao crescer em uma sociedade, uma criança adquire valores básicos, percepções, desejos e comportamentos de suas famílias e de outras instituições importantes. Todo grupo ou sociedade possui uma cultura, e a influência da cultura sobre o comportamento de compra pode variar de país para país. O fracasso no ajuste dessas diferenças pode resultar em um marketing ineficiente ou em erros embaraçosos. Segundo Karsaklian (2004), por mais simples que pareça o fato de culturas diferentes, fazem muitas empresas terem seus produtos fracassados e até mesmo chegam à falência por não atentarem a esta forte influência, é através da cultura que se identifica as pessoas, e através dos valores julga-se até mesmo se seu comportamento é moral ou normal em uma dada situação. Conforme Rocha e Christensen, (1999) a cultura é dinâmica, ela está em permanente processo de ajustamento e adaptação, e depende basicamente de três processos para o desenvolvimento de novos padrões culturais: o acaso, a invenção e a imitação de outras culturas. 1.4.1.2 Sub-cultura Segundo Bretzke (2007), as subculturas têm os mesmos sistemas de valores da cultura, mas estão baseadas em experiências e situações de vida em comum que se diferenciam e formam segmentos separados de uma cultura organizada, em torno de fatores como raça, nacionalidade, religião ou localização geográfica. Os interesses comuns e as características de cada subcultura freqüentemente representam oportunidades de marketing, pois os clientes desse segmento desejam, cada vez mais, verem atendidas suas necessidades 19 específicas, privilegiando produtos e serviços que considerem seus hábitos de consumo, suas crenças e os valores subculturais. No mercado de negócios, também ocorre o fenômeno de subculturas, pois as empresas incorporam os valores e as crenças das pessoas que as compõem e as práticas comerciais próprias do grupo estratégico a que pertencem, afirma Bretzke (2007). 1.4.1.3 Classe social As classes sociais são divisões de uma sociedade relativas permanentes e ordenadas cujos membros compartilham valores, interesses e comportamento similares, porém ela não é determinada por um único fator como a renda, ela é determinada por uma combinação de ocupação, renda, grau de instrução, riqueza e área de residência. Elas diferem entre si em vestuário, padrões de linguagem, preferências de atividades e lazer etc.(ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000) Segundo Engel; Blackwell; Miniard (2000), não se devem equiparar classe social e renda, pois não é apenas a renda que determina a classe social, muito embora haja uma correlação entre renda e outras variáveis. É importante ter clareza sobre qual classe social determinado públicoalvo pertence, pois a partir dela delimitam-se os territórios de venda, preço, perfil do público, seus hábitos de consumo, linguagem e estratégia usada para promover tal produto ou serviço. 1.4.2 Fatores sociais De acordo com Shiffman e Kanuk (2000), determinados fatores como: os grupos, família, papéis e status exercem alto grau de influência sobre as pessoas. No ponto de vista do marketing, os grupos de referência servem como marco para atitudes ou comportamentos específicos para indivíduos nas 20 suas compras ou decisões de compra, permitindo que pessoas ou grupos sirvam como ponto de comparação. 1.4.2.1 Grupos O comportamento de uma pessoa é influenciado por diversos pequenos grupos. Os grupos que exercem uma influência direta sobre uma pessoa e dos quais elas fazem parte são chamados grupos de associação. Já os grupos de referências agem como pontos de comparação ou referência direta (cara a cara) ou indireta na formação do comportamento e das atitudes de uma pessoa. São grupos de pessoas que influenciam os pensamentos, sentimentos e comportamentos de um consumidor. Por exemplo, os adolescentes costumam usar seus amigos como grupo de referência para decidir que roupas são atraentes ou se é bom freqüentar determinada danceteria. (CHURCHILL; PETER, 2000). As pessoas muitas vezes são influenciadas por grupos de referências aos quais não pertencem. Os profissionais de marketing tentam identificar os grupos de referências de seus mercados alvos, esses grupos submetem as pessoas a novos comportamentos e estilos de vida, influenciam suas atitudes pessoais e sua auto-imagem e criam pressões de adaptação que podem afetar suas escolhas em relação a marcas e produtos. Esta influência tende a ser mais fortes quando o produto é visível para as pessoas que o comprador respeita. (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). 1.4.2.2 Família De acordo com Kotler e Keller (2006), os membros da família constituem o grupo primário de referência de maior influência, podendo distinguir- se entre duas famílias na vida do comprador, a de orientação, que é formada pelos pais, e a de procriação, por esposa e filhos. 21 O envolvimento marido-mulher varia bastante de acordo com a categoria de produto e com o estágio no processo de compra, os papéis de compra mudam com a evolução do estilo de vida do consumidor. Antigamente, as mulheres era o principal agente de compras da família nas áreas de alimentos, produtos para casa e roupas, porém, isto está mudando uma vez que hoje 70% das mulheres trabalham fora e os homens cooperam mais nas compras familiares. Segundo Solomon (2002), a organização familiar tradicional está diminuindo e, à medida que isso acontece, as pessoas estão colocando ênfase ainda maior em irmãos, amigos íntimos e outros familiares para ter companhia e apoio social na hora da compra. Portanto, torna-se fundamental descobrir os papéis de cada membro na compra de determinado bem/serviço o que pode tornar-se a chave do sucesso para as empresas que querem permanecer competitivas no mercado. (KOTLER; KELLER, 2006). 1.4.2.3 Papéis e status Uma pessoa pertence a vários grupos como família, clubes e organizações e sua posição em cada um deles podem ser definida em termos tanto de papel quanto de status. Um papel consiste nas atividades que se espera que uma pessoa desempenhe de acordo com as outras ao seu redor, cada papel carrega um status que reflete a estima que a sociedade lhe dispensa. As pessoas segundo Kotler e Armstrong (2007), escolhem produtos apropriados para seus papéis e status. 1.4.3 Fatores pessoais O comportamento do consumidor é uma função tanto de influências interpessoais quanto de influências pessoais. Os determinantes pessoais do 22 comportamento do consumidor incluem necessidades individuais, motivações, percepções, atitudes e auto-conceito. As interações destes fatores com as influências interpessoais determinam o que é comprado. Neste sentido, apresentam-se características pessoais, como idade e estágio no ciclo de vida, ocupação, situação financeira, estilo de vida, personalidade e auto-imagem. (KOTLER, 1998). 1.4.3.1 Idade e estágio no ciclo de vida Segundo Kotler e Armstrong (2007), ao longo da vida, as pessoas mudam os bens e serviços que compram e os gostos quanto à roupa, comida, móveis e lazer, geralmente, este processo está relacionados à idade. O ato de comprar é também moldado pelo estágio do ciclo de vida da família, que passam seus conceitos à medida que seus membros amadurecem. Conforme Sheth; Mittal; Newman (2001), as diferenças entre gerações se dão muito em função da necessidade dos mais jovens se diferenciar de seus pais e antepassados, que representam outra geração. Os autores citam ainda, que a idade implica mudanças na composição etária de uma sociedade, definindo no mercado, novos valores e demandas dos clientes. Segundo Churchill e Peter (2000) a existência dos ciclos de vida familiar, é um conjunto de estágios pelos quais as famílias passam e influenciam suas necessidades e a capacidade de satisfazê-las. 1.4.3.2 Ocupação e situação financeira Segundo Kotler e Armstrong (2007), a ocupação de uma pessoa influência o padrão de compra que a mesma adquire, os trabalhadores braçais tendem a comprar roupas de trabalho mais simples, enquanto os executivos comprar mais ternos. 23 Na escolha de um determinado produto o consumidor é afetado pelas circunstancias econômicas: renda disponível (nível, estabilidade e periodicidade) economias e bens (incluindo o percentual líquido), débitos, capacidade de endividamento, atitude em relação a gastar versus economizar. (KOTLER; KELLER, 2006). 1.4.3.3 Estilo de Vida Segundo Kotler e Armstrong (2007), o estilo de vida é o padrão expresso pela pessoa e envolvem dimensões tais como: atitudes, comida, moda, família, diversões e opiniões sobre si próprias e sobre questões sociais, negócios, produtos, situação mundial. O estilo de vida representa “a pessoa por inteiro” interagindo com seu ambiente, pessoas da mesma subcultura, classe social e ocupação podem ter estilos de vida bem diferentes. De acordo com Sheth; Mittal; Newman (2001), o estilo de vida é caracterizado por três principais aspectos determinantes: o primeiro refere-se às características pessoais dos clientes tais como gênero, raça, idade, personalidade, ocupação e renda. Em segundo aparece o contexto pessoal, como: cultura, grupos de referência ao qual um indivíduo pertence, localização geográfica e o próprio valor pessoal que o indivíduo atribui a si próprio. Por fim, tem-se os aspectos subjetivos como emoções e necessidades. 1.4.3.4 Personalidade e auto-imagem Segundo Kotler e Armstrong (2007), as pessoas possuem personalidade distinta que influência seu comportamento de compra. Personalidade é o conjunto de características psicológicas singulares que levam a reações relativamente coerentes e contínuas em relação ao ambiente, sendo normalmente descrita em termos de características como: autoconfiança, domínio, sociabilidade, autonomia, resistência, adaptabilidade e agressividade. 24 A personalidade pode ser útil no comportamento do consumidor em relação à escolha de determinado produto ou marca, pois a tendência é que as marcas tenham personalidade e que os consumidores tendem a escolher marcas cuja personalidade corresponda à sua própria. 1.4.4 Fatores psicológicos A escolha de compra de uma pessoa também é influenciada por quatro importantes fatores psicológicos: motivação, percepção, aprendizagem e crenças e atitudes. Uma pessoa tem muitas necessidades em determinado momento, algumas dessas necessidades são biológicas, oriundas de estado físico, como a fome, a sede ou o desconforto, outras são psicológicas causada pela necessidade de reconhecimento ou impulso, é uma necessidade suficientemente forte para fazer com que as pessoas busquem satisfazê-las. (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). 1.4.4.1 Motivação De acordo com Kotler (1998), um motivo ou impulso é uma necessidade que está pressionando suficientemente uma pessoa a agir, é uma força interna não observável que estimula e compele a uma resposta comportamental, fornecendo uma orientação específica para essa resposta. Segundo Schiffman e Kanuk (2000), a motivação é a força motriz interna dos indivíduos que os impele à ação, a qual é produzida por um estado de tensão, que existe uma vez que há uma necessidade não satisfeita. Cada indivíduo tem um conjunto de necessidades que precisam ser atendidas, quando ele se defronta com uma necessidade não satisfeita, estabelece-se um estado de tensão, que gera um desequilíbrio. O indivíduo é internamente pressionado para resolver o problema, buscando soluções que lhe permita atender àquela necessidade, esse impulso 25 para a ação, em busca do equilíbrio, é caracterizada como motivação. A motivação é a razão para o comportamento do consumidor, uma pessoa que se encontra motivada, está pronta para agir. (SCHIFFMAN; KANUK, 2000). De acordo com Kotler e Keller (2006), a administração de marketing, considera três teorias da motivação, as quais seguem: 1.4.4.1.1 Teoria da motivação de Freud Segundo Kotler e Keller (2006), a primeira teoria é a de Sigmund Freud o mesmo assumiu que as forças psicológicas reais que moldam o comportamento das pessoas são inconscientes e que ninguém chega a entender por completo as próprias motivações. Quando uma pessoa avalia marcas, ela reage não apenas às possibilidades declaradas dessas marcas, mas também a outros sinais menos conscientes. 1.4.4.1.2 Teoria da motivação de Maslow Conforme Kotler e Keller (2006), a segunda teoria é a de Abraham Maslow, que destaca as necessidades humanas organizadas numa hierarquia, partindo das mais urgentes às menos urgentes. Em ordem de importância, elas são necessidades fisiológicas, necessidade de segurança, necessidade sociais, necessidade de estima e necessidade de auto-realização como destacado na figura 3. As pessoas tentam satisfazer as mais importantes em primeiro lugar. Quando conseguem satisfazer uma necessidade importante, tentam satisfazer a próxima necessidade mais importante. Maslow chegou a esta conclusão buscando responder por que as pessoas são dirigidas por certas necessidades em ocasiões específicas. 26 Fonte: Kotler e Armstrong, 2007, p. 123 Figura 3: Hierarquia das necessidades de Maslow 1.4.4.1.3 Teoria da motivação de Herzberg Segundo Kotler e Keller (2006), a terceira teoria é a de Frederick Herzberg o mesmo desenvolveu a teoria de dois fatores, que apresenta os insatisfatórios (aqueles que causam a insatisfação) e satisfatórios (aqueles que causam a satisfação). A ausência de insatisfatórios não basta; os satisfatórios devem estar claramente presentes para motivar uma compra. São duas as implicações de tais teorias: primeiro, devem-se evitar os fatores que causam a insatisfação; depois, identificar os satisfatórios ou motivadores principais de 27 compra no mercado e agregá-los a seu produto. Os satisfatórios fazem a diferença no que diz respeito às marcas que o consumidor comprará. 1.4.4.2 Percepção Segundo Etzel; Walker; Stanton (2001), percepção é o processo de reconhecer, organizar e dar significado às informações ou estímulos percebidos pelos cincos sentidos. A percepção desempenha um papel importante no estágio do processo de decisão de compra no momento de identificação das alternativas. De acordo Schiffman e Kanuk (2000), as pessoas selecionam, organizam e interpretam os estímulos visando a um quadro significativo e coerente de mundo. Portanto, a percepção está também ligada à maneira como as pessoas atribuem sentido àquilo que percebem. Desta forma, a percepção torna-se um processo individual de atribuição de significado, no qual cada pessoa interpretará os dados à sua maneira, conforme suas experiências anteriores e de acordo com a cultura na qual está inserida. Em um instante, a mente é capaz de receber a informação, compará-la com o enorme conjunto de imagem que compõem a memória e fornecer uma interpretação. Conforme Etzel; Walker; Stanton (2001), todos são bombardeados com uma enorme quantidade de estímulos de marketing, as pessoas podem formar percepções diferentes a partir dos mesmos, graças a três processos perceptivos: a) atenção seletiva: prestar atenção é a exceção, isto é, de todos os estímulos de marketing a que os sentidos estão expostos, somente aqueles que podem atrair e manter a atenção tem potencial para ser percebido; b) distorção seletiva: como parte da percepção, a nova informação é comparada ao conjunto de conhecimento que a pessoa já possui, também chamado de estrutura de referência, quando há uma 28 contradição, a nova informação será provavelmente distorcida para adaptar-se às crenças já estabelecidas; c) retenção seletiva: o ser humano retém apenas parte do que é percebido seletivamente. Este processo de seleção gera muitas implicações em comunicação. Por exemplo, para atrair e manter a atenção, um anúncio deve ser envolvente o bastante para estimular o consumidor a procurar mais informações. Se o anuncio é conhecido demais, será ignorado. Por outro lado, se for muito complexo, o tempo e esforço gastos para compreendê-lo não valerão à pena. Assim, o objetivo é uma primeira impressão um tanto ambígua, que aumenta o interesse do consumidor (ETZEL; WALKER; STANTON, 2001). A distorção seletiva indica que os comerciantes não devem pressupor que uma mensagem, mesmo quando correta quanto a veracidade, seja necessariamente aceita pelos consumidores como fato. Ao idealizar uma mensagem, é preciso considerar a distância entre o que ela propõe e as atuais crenças da audiência, se esta distancia for grande, uma afirmação moderada será mais convincente que uma postura exagerada e, por isso, mais eficaz no sentido de mover o consumidor na direção desejada. Mesmo as mensagens que são recebidas sem distorções estão sujeitas a retenção seletiva, em conseqüência, os anúncios são repetidos inúmeras vezes. Com isto, espera-se que a freqüente exposição cause a gravação da mensagem na memória do receptor afirmam Etzel; Walker; Stanton (2001). 1.4.4.3 Aprendizagem Segundo Kotler e Keller (2006), quando as pessoas agem, elas aprendem, a aprendizagem consiste em mudanças no comportamento de uma pessoa decorrente da experiência. A maior parte do comportamento humano é aprendida. Conforme Mowen e Minor (2003), a justificativa é que à medida que os consumidores aprendem, eles se tornam mais organizados, ficam mais 29 eficientes e precisos ao processar informações e por isto, as armazenam melhor. Segundo Schiffman e Kanuk (2000), pela abordagem da aprendizagem cognitiva o ser humano aprende em função das tentativas de solução de problemas, o que permite aos indivíduos exercerem algum controle sobre o ambiente onde estão inseridos. O processamento da informação está relacionado com a habilidade cognitiva das pessoas de interpretarem as diferentes mensagens enviadas e, assim, construírem um todo coeso e de acordo com suas próprias experiências e expectativas. Conforme Kotler e Keller (2006), os teóricos da aprendizagem acreditam que ela nasce da interação entre impulsos, estímulos, sinais, respostas e reforços. Um impulso é um forte estímulo interno que impele à ação. Os sinais são estímulos menores que determinam quando, onde e como a pessoa reage. Supondo que o consumidor tenha adquirido um produto e a experiência foi satisfatória, mais tarde quando for comprar um novo produto, poderá supor que, o produto da marca adquirida anteriormente terá os mesmo valores. Em outras palavras, você generalizará sua resposta a um estímulo semelhante. Uma tendência oposta à generalização é a discriminação. A discriminação significa que a pessoa aprendeu a reconhecer diferenças em séries de estímulos semelhantes e é capaz de adaptar suas respostas de acordo com essas diferenças. A teoria de aprendizagem ensina aos profissionais de marketing que eles podem criar demanda para um produto associando-o a fortes impulsos, usando sinais motivadores e fornecendo reforço positivo. Uma nova empresa pode entrar no mercado apelando para os mesmos impulsos usados pelos concorrentes e fornecendo configurações de sinais semelhantes, pois os compradores têm maior possibilidade de transferir fidelidade a marcas semelhantes (generalização), ou então a empresa pode projetar sua marca de maneira que invoque uma série de impulsos diferentes e ofereça fortes sinais para a mudança (KOTLER; KELLER 2006). 30 CAPÍTULO II TOMADA DE DECISÃO 2 INTRODUÇÃO Segundo Etzel; Walker; Stanton (2001), o marketing orientado para o consumidor é difícil, pois os mesmos são uma categoria complexa, em constante mutação. Não sendo fácil prever qual o programa de marketing que vai funcionar, mais é necessário lembrar que o que deu certo ontem pode dar errado hoje Conforme Certo (2005), uma decisão é a escolha feita entre duas ou mais alternativas disponíveis. A tomada de decisão é o processo de escolha da melhor alternativa para atingir objetivos. Segundo Mowen e Minor (2003), a tomada de decisão do consumidor consiste em um conjunto de processos envolvidos no reconhecimento de problemas e na busca por melhor solucioná-los, considerando a marca a ser escolhida, a quantidade a ser comprado, o esforço para a tomada de decisão e os resultados obtidos com a escolha. 2.1 Teorias comportamentais no processo decisório A teoria comportamental concebe a organização como um sistema de decisões. Neste sistema, cada pessoa participa racional e conscientemente, escolhendo e tomando decisões a respeito de alternativas racionais de comportamento. Assim, a organização esta permeada de decisões e de ações. Na teoria comportamental todas as pessoas na organização, em todas as áreas de atividades e níveis hierárquicos e em todas as situações estão continuamente tomando decisões. 31 2.2 Os três papéis dos consumidores Segundo Parente (2000), em muitas situações, o indivíduo que usa um produto é diferente daquele que realiza a compra, ou daquele que paga pela compra podendo ser: a) comprador: é a pessoa que participa da busca e da compra do produto. b) usuário: é a pessoa que consome ou utiliza o produto ou recebe os benefícios do produto ou serviço. c) pagador: é quem paga pela transação. Adotando um conceito ampliado de cliente qualquer indivíduo que desempenha um desses papéis deve ser considerado um consumidor ou cliente. Diferentes conjuntos de valores e motivações determinam as motivações do consumidor para cada um dos papéis que desempenham: a) usuário: motivado por valores de desempenho do produto ou serviço e também pelos benefícios de ordem social ou emocional; b) comprador: valoriza aspectos tais como os serviços, a conveniência e a personalização do atendimento; c) pagador: motivado pelos aspectos financeiros, tais como preço e facilidade de pagamento e de crédito. Conforme Parente (2000), uma das questões básicas que devem ser entendida é a procura pelos participantes do processo de compra e quais os papéis que desempenham, pois dependendo da situação, podem-se encontrar diferentes tipos de especialização de papéis tais como: a) comprador e pagador diferente do usuário: em lojas de confecções infantis ou em lojas de brinquedos, a crianças são as usuárias, enquanto os pais ou avós desempenham o papel de comprador e pagador. Esse tipo de especialização também ocorre em lojas de presentes ou em joalherias; b) usuário e pagador diferente do comprador: em uma clinica médica, Por exemplo, uma assistente sai para comprar material médico em lojas especializadas, para serem utilizados e pagos pelos médicos. 32 Costuma-se também se encontrar este tipo de situação entre os clientes das lojas de material de escritório; c) usuário e comprador diferente do pagador: muitos jovens desempenham o papel de usuário e de compradores, mas não são os pagadores. Lojas de confecção jovem, de material esportivo, de som, são exemplos em que ocorrem essas situações. Os jovens utilizam seus cartões de créditos que serão pagãos pelos seus pais; d) usuário comprador e pagador: quando esses três papéis são desempenhados por um único indivíduo. Nos artigos de usos pessoais, como roupa, calçados, revistas a maioria dos consumidores são usuários, compradores e pagadores. Mesmo quando os diferentes papéis são desempenhados por um único indivíduo, diferentes conjuntos de valores e motivação determinam as motivações do consumidor para cada um dos papéis que desempenha. De acordo com Parente (2000), esta multiplicidade de papéis pode ajudar a explicar algumas aparentes contradições no comportamento de compra dos consumidores. Um mesmo, consumidor, por exemplo, poderá fazer compras de uma categoria de produtos em diferentes lojas. É possível que a motivação de cada um dos diferentes papéis seja mais bem atendida, respectivamente, em cada uma das diferentes lojas. 2.3 O processo decisão da compra Segundo Engel; Blackwell; Miniard (2000), o ponto de partida para a compra é o reconhecimento de uma necessidade a discrepância entre o estado real, a situação atual do consumidor e o estado desejado à situação em que este quer estar. Conforme Etzel; Walker; Stanton (2001), para lidar com o ambiente de marketing e fazer suas compras, os consumidores envolvem-se em um processo de decisão, uma forma de encarar este processo e vê-lo como a resolução de um problema. 33 Quando se depara com um problema que pode ser resolvido por meio da compra o consumidor atravessa uma série de estágios lógicos para chegar a uma decisão como demonstra a (figura 4). Fonte KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 127 Figura 4: Processo de decisão do comprador 2.3.1 Reconhecimento da necessidade Segundo Churchill e Peter (2000), o processo pelo qual os consumidores compram produtos e serviços começam com o reconhecimento de uma necessidade. Esse processo de tomada de decisão começa com o consumidor reconhecendo um problema a ser resolvido ou necessidade a ser satisfeita, sendo provocadas por estímulos externos. Deste modo, Engel; Blackwell; Miniard (2000) definem o reconhecimento de necessidade como a percepção de uma diferença entre o estado desejado de coisas e a situação real que seja suficiente para despertar e ativar o processo decisório. 2.3.2 Busca de informações Segundo Kotler e Armstrong (2007), após o reconhecimento de necessidade, o consumidor ocupa-se de uma busca para satisfazer sua necessidade o mesmo identifica marcas e produtos alternativos podendo ou não coletar informações adicionais, se o seu impulso for forte e o produto que satisfaz a necessidade estiver à mão, provavelmente o comprará. Caso 34 contrário, poderá armazenar sua necessidade na memória ou empreender uma busca por informações relacionadas a essa necessidade. Conforme Engel; Blackwell; Miniard (2000), a busca de informação é conceituada como a ativação motivada do conhecimento na memória ou da aquisição de informação do ambiente, cuja natureza pode ser interna, que envolve a recuperação de conhecimento da memória e a busca externa, que consiste em coletar informações do mercado. Segundo Mowen e Minor (2003), na busca interna os consumidores recuperam da memória permanente informações sobre produtos ou serviços que podem resolver um problema, enquanto a busca externa os consumidores obtêm informações de fontes externas, como amigos, publicidade, embalagens, relatórios de pesquisa, vendedores e outros. 2.3.3 Avaliação das alternativas De acordo com Churchill e Peter (2000), os consumidores com base nas informações coletadas identificam e avaliam maneiras de satisfazer suas necessidades e desejos, onde em geral esta etapa envolve a decisão de quais recursos ou características são importantes e da identificação de qual destes recursos ou características cada alternativa oferece. Segundo Kotler e Armstrong (2007), os consumidores não utilizam um único e simples processo de avaliação em todas as situações de compra. O consumidor estabelece atitudes em relação a diferentes marcas por meio de alguns procedimentos de avaliação, o modo como os consumidores avaliam as alternativas de compra depende de suas características pessoais e da situação de compra. Segundo Kotler (2000), para entender o processo de avaliação deve-se primeiro entender que o consumidor está tentando satisfazer uma necessidade, segundo porque busca certos benefícios no produto e terceiro observa em cada produto um conjunto de atributos. 35 2.3.4 Decisão Segundo Mowen e Minor (2003) o processo de decisão difere em função dos consumidores usarem uma abordagem de alto envolvimento ou de baixo envolvimento. A maneira de fazer escolha é fortemente influenciada pelo seu processo de decisão. Nas escolhas de alto envolvimento, em um modelo compensatório o consumidor analisa cada alternativa de uma maneira amplamente avaliadora de modo que os bons indicadores podem compensar os baixos indicadores de um atributo. Nas escolhas de baixo envolvimento o consumidor não está preocupado em alcançar decisões perfeitas, mas sim em tomar decisões satisfatórias. Por outro lado, a perspectiva de escolha experimental, é vista como resultado do modo como os consumidores consideram seus sentimentos relativos às alternativas, assim, coloca-se pouca ênfase no desenvolvimento de crenças sobre atributos, conseqüentemente a compra é feita como pouquíssimo controle cognitivo e parece acontecer de maneira automática. (MOWEN; MINOR, 2003). Conforme Kotler e Armstrong (2007), a decisão de compra é voltada para marca favorita. No entanto podem surgir dois fatores entre a intenção de compra e a decisão de compra. O primeiro é fator é a atitude dos outros que podem influenciar na hora de fechar o negócio e o segundo fator envolve a situações inesperadas, o consumidor pode formar intenção de compra com base em fatores como renda esperada, preço esperado e benefício esperado do produto. 2.3.5 Comportamento pós compra Conforme Aaker; Kumar; Day (2001), os consumidores realizam ações desde a identificação das suas necessidades ou desejos de comprar até o momento em que avaliam o desempenho do bem ou serviço adquirido. O 36 conceito de marketing exige que a satisfação do cliente seja a meta de uma organização. Segundo Kotler e Armstrong (2007), o trabalho do profissional de marketing não termina com a compra do produto. Após a compra o consumidor fica satisfeito ou insatisfeito e embarca em um comportamento pós compra que determina uma relação entre as expectativa do consumidor e o desempenho percebido do produto. Se o produto não atende às expectativas, o consumidor fica desapontado; se atende às expectativas, ele fica satisfeito; e, se ultrapassa as expectativas, fica encantado. 2.3.6 Variações na hora da compra Conforme Kotler e Armstrong (2007), embora o modelo apresentado na figura 4.0 seja um ponto de partida útil para o exame das decisões de compra, o processo não é sempre tão simples e direto quando pode aparecer tendo variações como: a) o consumidor pode recuar em qualquer estágio anterior à efetivação da compra, caso sua necessidade diminua ou não estejam disponíveis alternativas que o satisfaçam; b) os estágios geralmente têm diferentes extensões e podem se sobrepor; c) o consumidor freqüentemente está envolvido em diversas decisões de compra ao mesmo tempo, e o resultado de uma pode afetar as demais. Conforme Etzel; Walker; Stanton (2001), um fator que influência como as decisões são tomadas é o nível de envolvimento do consumidor, ou seja, a quantidade de esforços despendida na satisfação de uma necessidade. Algumas situações apresentam um alto envolvimento, ou seja, quando a necessidade surge, o consumidor decide empenhar-se ativamente para coletar e avaliar informações sobre a situação de compra. 37 2.4 Efeitos de situações de compra na tomada de decisão Conforme Sandhusen (1998), para poder entender até que ponto cada um dos cincos estágios do processo de tomada de decisão de comprador influencia as decisões favoráveis, o gerente de marketing deveria primeiro entender algo sobre as situações de compra. Essas situações, que variam de produto para produto, são geralmente definidas pela quantidade de envolvimento e complexidade que elas impõem e pelo número de indivíduos que influenciam a decisão. Em termos de seus graus de envolvimento e complexidade, as decisões do comprador podem ser categorizadas como rotineiras, limitadas ou extensivas conforme Sandhusen (1998): a) solução rotineira de problema: em geral ocorre com produtos de baixo custo e baixo risco, comprados com freqüência, e de “baixo envolvimento”, comprados impulsiva ou habitualmente, por exemplo, refrigerante comprado durante as idas semanais ao supermercado é exemplo de tais produtos, que também são chamados de produtos de conveniência.O desafio do marketing, em respostas ás situações de solução rotineira de problemas, é conservar os clientes atuais através da manutenção de um nível consistente de qualidade e serviços, certificando-se de que os produtos estão prontamente disponíveis e atrair novos compradores através do desenvolvimento intensivo do produto e das atividades promocionais; b) solução limitada de problemas:ocorre quando o comprador encontra marcas que não lhe são familiares em uma classe de produto familiar. Esta é uma situação que ocorre, por exemplo, quando uma marca de computador nova, que não é conhecida é introduzida para competir com as marcas familiares. Tais produtos são relativamente caros e envolvem a comparação com outros para decisão de compra, são chamados de produtos de compra comparada. Para relacionar as necessidades de compradores comprometidos com a solução limitada de problemas, os esforços do marketing devem se centralizar na confecção de programas de marketing para aumentar a 38 compreensão e a confiança do comprador, muitas vezes aproximando marcas familiares e não familiares; c) solução extensiva de problemas:caracteriza as situações onde a classe do produto em si não é familiar, e existem poucos. Tal situação geralmente prevalece com um produto de “tecnologia avançada”, como a primeira câmera ou o videocassete. Por causa de suas características únicas, tais produtos são geralmente classificados de produto de especialidade. Eles também são classificados como produto de “alto envolvimento”, comparativamente caros, altamente visíveis e de interesse duradouro para o comprador. Os produtos de alto envolvimento também são associados a uma diversidade de riscos como: a) risco de desempenho: produto comprado não funcionará apropriadamente; b) financeiro: risco de pagar um preço alto pelo produto para vê-lo acabar como um produto inferior; c) físico: a preocupação de que o produto possa de alguma maneira, causar algum tipo de ferimento ou ameaçar a saúde; d) risco psicológico: o risco de que o produto não será compatível com a auto-imagem do comprador; e) risco social: a probabilidade da compra não ser aprovada pelos colegas; f) risco de perda de tempo: probabilidade de que ao pedir para que o produto seja entregue, consertado ou substituído levará muito tempo e esforço. Ao responder às situações de solução extensiva de problemas, o profissional do marketing tem o objetivo de entender quais desses riscos (ou combinação de risco) influenciam o processo de tomada de decisão, e como eles podem ser eficazmente reduzidos. Os profissionais de marketing também devem entender como, e de que fontes, os compradores reúnem as informações, e como eles avaliam para chegar às decisões de compra. Por último, o mesmo deve compreender quais as características do produto mais importante para os compradores, que os motivam nas tomadas de decisões favoráveis. 39 2.5 Decisão de compra Segundo Las Casas (2010) após ter decidido quais produtos comprar, o consumidor passa para a etapa seguinte, que é a compra. Mas, mesmo que as outras etapas tenham sido bem sucedidas e ele passe a ter disposição para a compra, ainda pode mudar de idéia e desistir. Ele pode consultar outra pessoa, em alguns casos pedir autorização ou então, sendo ele mesmo quem compra, pode simplesmente adiar a decisão. Há, portanto, uma série de fatores que fazem com que os consumidores adiem suas compras, obtendo duas possibilidades pelas quais uma decisão pode não acontecer: adiantamento ou demora na implementação e desvio da escolha identificada. Várias causas provocam adiantamento ou demoram no fechamento de um pedido, frequentemente, as pessoas percebem a necessidade de mudar, mais deixam para depois. Decidir e fazer uma compra muitas vezes acarreta certos problemas e deixar para depois é uma forma de aliviar esta tensão, às vezes, até inconsciente. Os clientes podem adiar também por outros fatores, como: ameaça de perder emprego, possibilidade de comprar de um amigo um produto com preço menor, entre tantas outras causas. No setor comercial, adiar é mais comum ainda. Mudanças organizacionais ou, então, um desempenho de vendas que não tenha atingido os resultados esperados também podem provocar adiantamento da decisão de compra (LAS CASAS, 2010). Os profissionais de marketing devem estar atentos para saber quais as causas pelas quais os clientes estão postergando suas decisões. Estes fatores são de muita importância para serem analisados, uma vez que as explicações podem revelar alguma falha dos vendedores ou de formação de imagem que a empresa esteja passando por algum período. Conforme Las Casas (2010), uma pesquisa realizada nos EUA procurou identificar quais as principais causas que faziam com que os compradores atrasassem a decisão de compra ou até desistissem de comprar. As cinco respostas mais citadas no atraso de compra foram: a) pressão do tempo : muito ocupado para dedicar tempo; 40 b) necessidade de mais informações; c) falta de condições para comprar no período; d) incerteza da necessidade do item; e) riscos sociais e psicológicos altos se decidissem errado. Como razões das desistências, foram observados: ainda conforme Las Casas (2010). a) decisão por outra proposta; b) disponibilidade de tempo para procurar mais; c) não foi mais necessário; d) encontrou oferta com preço menor; e) cansado de continuar o processo. Ao observar a pesquisa Las Casas (2010), percebe- se que o fator tempo é a principal objeção para o adiantamento ou cancelamento de alguma compra. Portanto, para as empresas que estão vendendo a clientes deste público-alvo, é importante que seja montado um sistema ágil e eficaz para facilitar a decisão dos indivíduos ocupados. Analogamente, as táticas de marketing podem ser direcionadas para clientes de diferentes atitudes quanto à postergação. Quanto ao desvio das escolhas feitas, este pode acontecer por várias razões. Um produto pode estar em falta, uma marca não estar disponível, lançamentos de novos produtos pode ser mais atraente, a situação financeira do comprador pode ter piorado, entre várias outras possibilidades. Porém, é necessário lembrar que o trabalho do profissional de marketing não termina quando o produto é comprado, ele deve monitorar a satisfação, as ações e a utilização em relação ao produto depois de efetuada a compra. A satisfação do cliente é derivada da proximidade entre as expectativas do comprador e o desempenho percebido do produto. Uma vez satisfeito haverá uma probabilidade maior de voltar a comprar o produto.(KOTLER, 2000). 2.6 Pós compra 41 Conforme Parente (2000), as reações pós- compra se desenvolve nas primeiras horas e dias logo após a compra ter- se realizado. Nesta fase, muitos consumidores realizam uma retrospectiva mental, avaliando se foram corretas as decisões que tomaram sobre a escolha do produto, do preço e do local de compra. O resultado desta reavaliação pode ser um sentimento de satisfação ou de insatisfação. De acordo com Las Casas (2010), este estado é chamado de dissonância cognitiva. Muitos clientes que ficam muito dissonantes acabam suspendendo a compra do produto ou fazendo devoluções. Conforme o caso, este procedimento passa a ser freqüente e torna-se muito importante para as decisões táticas da empresa. O maior ou menor estágio de dissonância acontece quando mais visível for o produto comprado e também maior o número de alternativas disponíveis, ou ainda, para aquelas mercadorias que têm os preços mais altos. Quando os clientes sentem este estado, procuram avaliar os benefícios que receberam na transação. Eles buscam identificar propagandas que reforçam a sua decisão e evitam qualquer comentário negativo. Conforme Las Casas (2010), a teoria da dissonância cognitiva foi desenvolvida por Festinger, de acordo com esta teoria, não existe convívio harmonioso entre atitudes, crenças e cognição. Após uma tomada de decisão, o indivíduo entrará em estado de ansiedade que irá variar de acordo com: a) o grau de importância psíquica e financeira da decisão: todos os produtos que são de alto valor e que estão aparentemente para os outros aumentam a importância psíquica e o individuo passa a ter mais medo de errar. Estes produtos são mais representativos de gosto do cliente, nível de status etc; b) número de alternativas: quando existirem muitas possibilidades, o comprador poderá sentir dúvidas quanto à compra, ficando ansioso em relação a ter feito ou não a melhor escolha entre as alternativas. Segundo Las Casas (2010), quando o cliente está dissonante ele apresenta os seguintes comportamentos de compra: a) procura informações que reforçam a decisão; b) percebe mais as informações que reforçam a decisão; c) evita aspectos negativos da decisão e reforça os positivos. 42 A dissonância cognitiva é mais alta para compras mais complexas, uma vez que existem várias alternativas e possibilidades. Por isso, a tendência é de que o consumidor invista mais tempo na compra. No entanto, para produtos de menor valor identificados como compras rotineiras, o processo é simplificado, caracterizando-se como uma compra por impulso. Por isto, devem sempre considerar os tipos de produtos que serão comprados. De acordo com Las Casas (2010), entender os passos para a decisão de compra é importante para os profissionais de marketing poder interferir em cada etapa do processo. Assim, várias táticas de marketing podem ser aplicadas a fim de obter uma resposta favorável aos estímulos. Algumas das formas possíveis estão relacionadas da seguinte forma: a) despertar da necessidade: vendedor mostra novos modelos, propaganda na TV ou rádio, promoções especiais etc; b) procura de informações: disponibilização de folhetos, cartazes e material promocional dos produtos e serviços, treinamento de vendedores etc; c) análise das informações: treinamento de vendedores para comparar pontos fortes e fracos dos produtos da empresa em relação aos da concorrência, entre outros; d) decisão de compra: promoção de vendas visando estimular a venda com descontos especiais, brindes ou outra qualquer que antecipe a decisão; e) pós compra: envio de cartas para os clientes, propaganda mostrando consumidores felizes com o produto, contato dos vendedores parabenizando pela compra etc. Segundo Las Casas(2010), deve-se sempre considerar o nível de envolvimento do consumidor, o que significa o esforço que está disposta a despender para o ato de comprar e satisfazer uma necessidade. Apesar de ser difícil generalizar, o envolvimento tende a ser maior quando: a) o produto é visto como tendo potencial para fornecer benefícios significativos; b) o consumidor não tem informações sobre alternativas que satisfaçam a sua necessidade; c) o consumidor considera muito alta a quantia de dinheiro envolvida; 43 d) o produto tem considerável importância social. Por outro lado, a compra por impulso é a compra com pouco ou nenhum planejamento anterior e, por este motivo, a decisão é tomada com baixo envolvimento. No entanto, o envolvimento deve ser visto sempre do lado dos consumidores e não apenas do produto, uma vez que depende das razões pelas quais a compra é realizada. Enquanto para uma pessoa mais abastada a compra de um creme dental pode ser considerada de baixo envolvimento, porém, para uma pessoa com menos recursos e com grande necessidade social pode ser considerada de alto envolvimento. O processo de decisão dos consumidores, portanto, é variável, dependendo do tipo de produto em que tenha interesse e dos objetivos para o seu uso, algumas compras são rotineiras, pois os clientes já conhecem a qualidade e o desempenho de determinada marca e por isso a procuram sem muito envolvimento. Algumas compras necessitam de muitas pesquisas e busca de informações; logo são complexas. O quadro 2 abaixo ilustra as principais formas de decisão de compra. Decisões de compra de Decisões de compra de alto envolvimento baixo envolvimento Decisão de compra Decisões complexas Decisões Limitadas (busca de informação, automóvel, aparelhos cereais, salgadinhos, consideração de eletrônicos e produtos alimentícios alternativas de marcas) fotográficos etc. etc. Hábito Lealdade de marca Inércia (pouca ou nenhuma calçados esportivos, enlatados, toalhas de pesquisa de informação, produtos alimentícios papel etc. consideração de apenas etc. uma marca) Fonte: LAS CASAS, 2010, p. Quadro 2: Decisões dos consumidores 2.7 Inteligência do marketing na compra 44 A partir da variedade de escolhas, informação e muitas ofertas, o mercado e os clientes tornaram-se mais abertos a novas alternativas, marcas, além de sofisticados e impacientes. Podendo equiparar com mais rapidez e facilidade, orientando-se mais acentualmente por qualidade, preços e conveniência, elevando suas expectativas quanto ao atendimento e personalização. De acordo com Bernardi (2008), o modelo atual exige, por conseqüência, proximidade ao cliente, um marketing bem estruturado somente será eficaz se as comunicações forem bem direcionadas, utilizando tecnologias de conexão e disponibilidade. Neste direcionamento, criar, comunicar e transmitir valor para o cliente é fundamental. 2.8 Satisfação dos clientes Conforme Kotler (2000), a satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação do desempenho (ou resultado) percebido de um produto em relação às expectativas do comprador. Se o desempenho alcançar as expectativas, o cliente ficará satisfeito. Se o desempenho for além das expectativas, o cliente ficará altamente satisfeito ou encantado. Segundo Kotler (1998), a satisfação aliada ao bom atendimento é o aspecto que faz o cliente retornar, por isso, a satisfação do cliente tem que ser o motivo maior, pois estes quando satisfeitos são mais do que simples consumidores ou clientes, mas, parceiros comerciais e advogados que defendem a empresa e fazem propaganda para amigos e familiares. Conforme Parente (2000), à medida que a concorrência aumenta, as empresas varejistas procuram continuamente aperfeiçoar-se para satisfazer seus clientes e, assim conseguir sobreviver. Da comparação entre o real e o esperado, a satisfação do consumidor varia para mais e para menos. A figura 5 ilustra como os diferentes graus de satisfação dependem da magnitude da diferença entre real e esperado: 45 Relação entre (real) e (expectativa) Grau de satisfação Real >>Esperado Muito satisfeito Real > Esperado Satisfeito Real = Esperado Nem satisfeito nem insatisfeito Real < Esperado Insatisfeito Real << Esperado Muito insatisfeito Fonte: PARENTE, 2000, p.131 Figura 5: Grau de Satisfação e a relação entre real e expectativa. Percebe-se através da figura demonstrada que o: a) satisfeito: é quando o real é mais que o esperado. Essa situação se traduz pela surpresa positiva. O consumidor recebe mais do que esperava. Por exemplo: o gerente da loja telefona para o cliente para avisar que um novo produto sugerido pelo cliente já esta na loja; b) insatisfeito: é quando o real é menor que o esperado. São as situações que causam desapontamento ou frustração. Por exemplo: produto faltando, ou fila grande com metade dos caixas não operando; c) nem satisfeito nem insatisfeito:é quando o real equivale ao esperado. Por exemplo: produto procurado não está faltando, a frente de caixa flui sem fila e rapidamente. 46 CONCLUSÃO O trabalho abordou de forma inovadora todos os conceitos referentes ao comportamento do consumidor, enfatizando as influências que o consumidor sofre até tomar suas decisões. A pesquisa atingiu seus objetivos analisando teoricamente o comportamento humano na hora de fazer suas escolhas, concluindo, assim, que o marketing e suas técnicas influência no comportamento do consumidor no ato da compra. O marketing é uma ferramenta valiosa para o comportamento do consumidor, pois, através dela é estudado o ser humano como um todo, estabelecendo metas a ser atingida com base em técnicas desenvolvida para concluir a compra, é imprevisível entender o comportamento do consumidor individualmente, pois as pessoas são diferentes e tem que ser tratada de acordo com seus costumes, estilos de vida, personalidade e gosto. Embora o marketing estude o comportamento humano, não tem como seguir um padrão para todas as pessoas e sim métodos para melhor satisfazêla de acordo com os seus princípios, sempre priorizando atender suas necessidades e desejos com êxito. Assim, pode-se afirmar que a pesquisa foi de relevante importância para confirmar a importância do marketing na análise do comportamento do consumidor dentro de todo o processo da compra, considerando-se por satisfeitas todas as expectativas com relação ao tema abordado. Este trabalho não esgota o assunto, podendo servir de fonte para pesquisas futuras. 47 REFERÊNCIAS AAKER, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 2001. BARROS, J. Tipos de consumidores. 2011. Disponível <http://educador.brasilescola.com/orientacoes/tipos-consumidores.htm>. Acesso em: 15 fev.2011. em: BERNARDI, L. A. Manual de Plano de Negócios: fundamentos, processos e estruturação. São Paulo: Atlas, 2008. BRETZKE, M. Comportamento do Cliente in: DIAS, S.R. (coord.). Gestão de Marketing. São Paulo: Saraiva, 2007. CAMPOS, W. Como realizar boas vendas. 2011. Disponível em: <http://www.portaloempreendedor.com.br/empreendedor/ler_artigo.php?ordem =998>. Acesso em 23 jun.2011. CERTO, S. Administração Moderna. 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CHURCHILL, G. A.; PETER, J. P. Marketing: criando valor para o cliente. 2. ed. São Paulo: Saraiva 2000. COBRA, M. Administração de Marketing no Brasil. 2. ed. São Paulo: Cobra Editores, 2006. ______. 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