_ 1199901714 3 ~ ~~1111111111111111111111111111111111111111 DIFERENCIAÇÃO Banca Examinadora: E VANTAGEM COMPETITIVA UM ESTUDO DE CASO NO SEGURO SAÚDE: Profa. Ana Maria Malik ( orientadora) Prof. Prof, Prof, Prof, --~. _ _ _ _ -- - - F~ndaçáO FGV G"êtuno Escola de B,iblJoteca ~ V~rg •..• s Admilllstra<.ão cre E.mpresas de Sao P~Ulo I11I1 .,., C .'\' \.:_~ ,I ..... -, '._~ 2; ~bla de Administração de ~mpresas de São Paulo Data J' .Of Tombo 111~199 - ~, .' .. N° de Chamada -BI;S . 'Ô~c'L L'Ô~~~ I~~ SP-00013989-4 ~' DEDICATÓRIA I~ • Aos meus pais, que sempre me ajudaram e me incentivaram com exemplos e atitudes que me deram ânimo e força e discernimento, nos momentos difíceis. 2 AGRADECIMENTOS À Ciça pelo carinho, compreensão e apoio. ~ Ao Ludmar e Nilza pelo conforto de suas presenças. Aos meus amigos Paulo e Renata, companheiros de longa jornada nos desafios da nossa vida profissional e pessoal. À Ana Maria Malik, pela orientação segura e objetiva, além da grande pessoa que é, e que eu tanto admiro. Aqueles que se foram, e que enquanto partilharam o brilho de suas existências com a minha, nunca imaginariam o quanto influenciaram minha senda. 3 i' 'c ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO FUNDAÇÃO GETQLlO VARGAS DIFERENCIAÇÃO E VANTAGEM COMPETITIVA NO SEGURO SAÚDE: UM ESTUDO DE CASO Autor: LUIZ TADEU ARRAES LOPES Banca Examinadora: Profa. Ana Maria Malik ( orientadora) Prof. Prof. Prof. Prof. _ _ _ _ Tese apresentada ao curso de pós-graduação da EAESP-FGV, área de concentração em Mercadologia, área de domínio conexo em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde, como requisito para obtenção do título de doutor em Administração ..'0' SÃO PAULO 1999 4 LOPES, Luiz Tadeu Arraes Diferenciação e Vantagem Competitiva no seguro saúde Um estudo de Caso da International Consulting Division São Paulo, EAESP/FGV, 1999, (Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós Graduação da EAESP/FGV, Área de Concentração: Mercadologia, Ár~a de Domínio Conexo: Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde. RESUMO: Trata das diferenciações encontradas no seguro saúde e se estas levam a um impacto no preço final do produto. Apresenta as várias diferenciações contratuals e investiga os agentes, as variáveis que levam às diferenciações e seus "impactos no preço do seguro traçando um esquema de vantagem competitiva comparativo. PALAVRAS-CHAVE: Vantagem competitiva - Diferenciação - Benefícios Seguro Saúde - Risco I I ·1 -, \ 5 I ... t. \ SUMÁRIO lntroouçãç : : ;.........................................................................11 Capítulo I Conceito de Seguro Saúde ~ 1.1 Assistência de saúde e princípios de risco 1.2 Seguro saúde empresarial - características e fundamentos do produto 1.2.1 Coberturas do Seguro Saúde 1.2.2 Despesas não cobertas pelo seguro saúde 1.2.3 Usos e singularidades do produto Capítulo 11 Uma perspectiva do mercado de seguros 2.1 A perspectiva do mercado segurador mundial.. 2.2 O mercado segurador brasileiro 2.3 Seguro Saúde no Brasil - Aspecto de mercado e estrutura da indústria 2.3.1 Barreiras à entrada na indústria de seguro saúde 2.3.2 Variáveis de produtos de substituição 2.3.2.1 Competidores com produtos substitutos 2.3.3 O poder dos fomecedores 2.3.4 Variáveis de poder dos compradores empresariais : 2.3.4.1 A cadeia de valor de seguradoras e empresas 2.3.4.2 Percepção de valor pela empresa compradora 2.3.4.3 Os critérios de compra da empresa compradora 2.3.4.4 Critérios de compra do corretor comprador 2.3.5. Intensidade de competição e risco 16 16 21 25 26 .28 36 36 39 45 .45 51 56 63 66 70 72 73 73 75 Capítulo 111 Vantagem Competitiva e Planejamento Estratégico 3.0 Significado da vantagem competitiva 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 77 85 Padrões dE:tdescontinuidade e vantagem competitiva Processos de inovação e vantagem competitiva Qualidade e vantagem competitiva Tecnologia de Informação e vantagem competitiva Divergências de conceito de vantagem competitiva Análise estrutural da indústria e vantagem competitiva 6 85 88 90 91 92 96 3.7 Estratégia competitiva genérica e vantagem competitiva , 3.7.1 Vantagem Competitiva e Diferenciação 3.7.2 Estratégias genéricas adicionais e vantagens competitivas 3.7.3 Vantagem competitiva e indústria de serviços 3.8 Barreiras à imitação na indústria de serviços 3.9.Fontes de vantagem competitiva sustentável na indústria de serviços ~ 101 102 106 109 11O 112 Capítulo IV Michael Porter, vantagem competitiva e a indústria de saúde 4.1·A cadeia de valores 4.2 Atividades primárias de valor 4.3. Atividades de valor de apoio 4.4. Tipos de Atividades 4.5 Definição de cadeia de valores 4.6. Elos verticais 4.7. Estrutura industrial e cadeia de valores 4.8 A diferenciação no esquema de vantagem competitiva de Michael Porter 4.8.1 Fontes de diferenciação 4.8.2 O custo da diferenciação 4.8.3 Percepção de valor pelo comprador 4.8.4 Valor para o comprador e o comprador real 4.8.5 Estratégia de diferenciação 115 117 119 121 123 125 128 131 132 134 138 141 147 152 ~ Capítulo V Objetivo e Metodologia 155 5. Escolha do objeto de estudo, objetivo 5.1 Tipos de pesquisa 5.1.1 Pesquisa exploratória 5.1.2 Pesquisa Descritiva 5.1.3 O estudo de caso de caso 5.1.4 Desenho de Investigação 5.1.5 Fontes de Dados 155 155 157 157 159 160 161 ~~ Capítulo VI Análise dos Resultados 6.0 6.1 6.2 6.3 6.4 167 Matriz Comparativa de diferenciação vantagem competitiva Perfil Etário Matriz comparativa de diferenciações Matriz comparativa - custos e coberturas Matriz comparativa - preços e coberturas níveis básicos 7 : , 167 167 169 170 171 6.5 Os impactos da diferenciação no preço 6.6 Visão geral de preços e coberturas como diferenciação 6.7 Diferenciação, preços e coberturas 6.8 Redes credenciadas como diferenciação na matriz 6.8.1 Esquema comparativo - rede credenciada - diretoria/gerência 6.8.2 Esquema comparativo - rede credenciada - intermediário 6.8.3 Esquema comparativo - rede credenciada - básico 6.8.4 Diferenciação, riscos e redes credenciadas 6.9 Aspectos mercadológicos e diferenciação na matriz comparativa 6.9.1 Decisão gerencial relativa aos seguro saúde : 173 181 185 186 189 189 190 190 191 194 Capítulo VII 7.0 Conclusão 196 Bibliografia 203 8 índice de Quadros e Tabelas Quadro 3.1: páginas Quadro Porcentagem da População por tipo de plano de saúde .49 Quadro 3.2: Quadro Porcentagem da Participação de Mercado das Seguradoras 1997/1998 57 Tabela n. 4 Quadro de Perfil Etário e Tabela de Faixas para Estudo de seguro saúde Anexo 1 Quadro Matriz Comparativa de Seguros Saúde Nível Básico Opção 1 Anexo 2 Quadro Matriz Comparativa de Seguros Saúde Nível Básico Opção 2 Anexo 3 Quadro Matriz Comparativa de Seguros Saúde Nível Básico Opção 3 Anexo 4 Quadro Matriz Comparativa de Seguros Saúde Nível Intermediário Opção 1 Anexo 5 Quadro Matriz Comparativa de Seguros Saúde Nível Intermediário Opção 2 Anexo 6 Quadro Matriz Comparativa de Seguros Saúde Nível Intermediário Opção 3 Anexo 7 Quadro Matriz Comparativa de Seguros Saúde Nível Executivo Opção 1 Anexo 8 Quadro Matriz Comparativa de Seguros Saúde Nível Executivo Opção 2 Anexo 9 Quadro Matriz Comparativa de Custos Individuais e Totais AGF Opção 1 Anexo 10 Quadro Matriz Comparativa de Custos Individuais e Totais AGF Opção 2 Anexo 11 Quadro Matriz Comparativa de Custos Individuais e Totais AIG Anexo 12 Quadro Matriz Comparativa de Custos Individuais e Totais Marítima Anexo 13 Quadro Matriz Comparativa de Custos lndividuaís e Totais Sul América 9 168 Anexo 14 Quadro Matriz Comparativa de Custos Individuais e Totais Generali Anexo 15 Quadro Matriz Comparativa de Custos Individuais e Totais Generali ~nexo 16 Quadro Matriz Comparativa de Custos Individuais e Totais Porto Saúde 10 I - INTRODUÇÃO Aqueles que impediram melhorias porque representavam inovações, serão mais cedo ou mais tarde forçados a aceitar as inovações, pois estas jã não representam mais uma melhoria li li (Palmerston, 1849) Não muito tempo atrás, em julho de 1996 a seguradora Cygna ( a mesma que detém, a propriedade na Golden Cross junto com o Banco Excel ) defrontou-se com a seguinte situação. Sua carteira de apólices de seguro saúde empresarial, que possuia em torno de cem mil vidas1 seguradas, entrou em uma curva exponencial de prejuízos devido a uma avaliação equivocada de riscos em apólices contratadas, aliada a um tardio reajuste nos preços dos seus seguros saúde já em vigência. Para bloquear este processo de prejuízos em curto período de tempo, a decisão da seguradora englOboutoda a sua carteira de saúde: a partir da data aniversário das apólices existentes nenhuma delas seria renovada, implicando na perda de uma carteira que demorou em torno de dez anos para ser construída. A Cygna assim abandonava o segmento de seguro saúde empresarial, e as cem mil vidas que dela dependiam se espalharam por várias outras seguradoras pagando acréscimos de preço de até cem por cento. Foi este o resultado de uma estratégia baseada na diferenciação de um produto com coberturas consideradas adequadas e rede credenciada de primeira linha, porém sem nenhuma vantagem competitiva sustentada, principalmente em relação às diferenciações, que pudesse permitir tal posicionamento competitivo no médio e longo prazo. o I termo " vida" no mercado de seguro saúde é usado pelos executivos do setor no sentido do segurado visto unitariamente. Este termo tem sentido quando se avaliam riscos da apólice, uma vez que o titular segurado traz na maioria das vezes outros dependentes, aumentando o número de vidas da apólice. 11 A partir deste diferenciação • episódio interessei-me pelas do seguro saúde empresarial. movimentações estratégicas Tenho acompanhado da as recentes entradas de novos concorrentes estrangeiros e nacionais e noto com apreensão aumento da volatilidadeê da incerteza frente às estratégias o de diferenciação existentes atualmente. Dois pontos serão focalizados na presente Tese: • O desenvolvimento de uma matriz comparativa de vantagens competitivas para o seguro saúde empresarial, que permita visualizar as diferenciações. • A averiguação de processos de diferenciação adotados no seguro saúde empresarial e de se estes são acompanhados por impactos nos preços. Por trás destes dois pontos, escondem-se mudanças profundas no mercado de planos de saúde e em específico dos seguros saúde empresariais. desafios existentes Frente aos a indústria de seguro saúde tem sido um laboratório de práticas estratégicas devido à intensidade e aceleração da competição a que tem sido submetida. comerciais, Tecnologia técnicas 1997 as seguradoras globalização, novas de comunicação e processamento novas estruturas organizacionais, aquecem um mercado revolucionária, métodos das informações, novas tecnologias de riscos ,todos estes fatores que em 1997 teve uma receita de R$ 19.1 Bilhões . Em como subsegmento deste mercado atenderam 5.3 milhões de pessoas, apresentaram -~ uma receita anual de R$ 4 Bilhões, preço médio anual de R$ 755 e um custo médio anual de R$ 566. CONJUNTURA 1998,p.32 ). novos ~ o ECONÔMICA ( 2 termo "volatilidade" é de uso comum no mercado segurador e financeiro e denota uma incerteza do risco, seja na velocidade de ocorrência deste, seja nos fatores que podem influenciá-lo, seja na extensão das perdas. A obra de Peter Berstein " Desafio aos deuses - a-fascinante história do risco" discorre historicamente sobre a volatilização dos riscos nos tempos atuais. 12 ~ Tal tipo de entrave empresarial tem levado o setor de seguros a enfrentar o que se chama de ambiente de " hipercompetição ", caracterizado por intensas mudanças, onde concorrentes flexíveis , agressivos diferenciação, invadem mercados diferenciações de protagonistas erodindo, as vantagens duradouras, segmento matéria estabelecidas bem situados. Estrategicamente tradicional, defendido principalmente por PORTER ( 1985) devem manter suas vantaçens em e inovadores de por o pressuposto ,de que as empresas por meio de diferenciação na tentativa de torná-Ias passa a ser uma opção cada vez mais adotada pelos executivos do de seguro saúde empresarial preocupados em se defender em mercados cada vez mais instáveis. o pano de fundo de todo o presente estudo é a diferenciação, como a raiz para se entender toda uma série de práticas comerciais e preços existentes na indústria de seguro saúde. assistência Prazos de reembolso, internacional, revisão de coberturas custos de abrangência relativos a sinistralidade, periodicidade de revisão, percentual de agravação mundial, percentuais 3para de agregados, coberturas de grandes eventos, claúsulas de remissão, eventos pré existentes, carências, limites de cobertura, livre escolha existente, rede credenciada, outros, são na verdade mecanismos para entre minimizar a incerteza e o risco aos quais uma seguradora está exposta quando adota a diferenciação. Não respeitar . . estes instrumentos de restrição do risco é pavimentar o caminho rumo a prejuízos que costumam ser fatais neste setor. As vantagens competitivas diferenciais " arriscado" criados sempre terão o lado influenciando e os os resultados de uma carteira de apólices já existentes. o mercado de seguro saúde empresarial, trata de um produto . simples de ser diferenciado. Os fornecedores, consumidores, deste setor englobam características mercados. Passível , de ser criticado propagandas, não encontradas políticas de preço normalmente , I em outros , à primeira vista devido ao aspecto de i, exclusão social e impacto emocional de seu consumo, o séguro saúde é entendido Termo utilizado nos casos em que a seguraodora considera o candidato como acima do risco médio impondo i, assim uma sobretaxa ao preço do seguro. ' 3 13 como a transferência de uma gestão de risco do consumidor para a seguradora, onde a essência de todo o procedimento está em maximizar as áreas onde há possibilidade de controle sobre o resultado, enquanto se minimiza as áreas de descontrole do mesmo e onde o vínculo entre causa e efeito é obscuro. Cabe lembrar um outro aspecto do seguro saúde que não é compreendido pela sociedade existência nem pelo mercado em que ele se insere - o ambiente nem de sua . O seguro saúde só tem valor em um ambiente de volatilidade. De 1960 até os anos oitenta poderlarnos dizer que não havia uma condição "sine qua non" para a existência do seguro saúde, ou seja a volatilidade do ambiente em que se insere. Sua proliferação é um sinal da desagregação da assistência médica pública brasileira. Associada a isto, a aparição abrupta de diferentes riscos ( AIDS, custos médicos em ascensão, dificuldade de atendimento em países do exterior, etc. ) em um contexto instrumentos financeiros uma situação considerado estável desencadeou uma busca por novos e mais eficazes. O seguro saúde é sintoma de social, ( e não a causa da volatilidade que é o foco de tanta preocupação ). O presente trabalho é restrito: ele não engloba o universo total do seguro saúde. Será estudado um segmento específico deste mercado - o das pessoas jurídicas ou seguro saúde empresarial. O mercado referente às pessoas físicas está fora da análise., pois as características dos consumidores, pessoas jurídicas, são extremamente gestão de riscos , a diferenciação específicos. A neqociaçãç, no mercado de os preços, a são mais associáveis a um estilo racional de escolha, relacionado diretamente a uma abordagem gerencial da questão. - Por isto, a orientação diferenciação deste trabalho ~ no intuito de tentar dar o retrato da entre os vários seguros saúde e dos impactos nos referidos preços, seja dentro da perspectiva gerencial acima descrita. Torna-se necessário colocar que o presente trabalho iniciou-se em um período pré regulamentação de planos de saúde por parte do governo, e uma das variáveis as 14 quais não podemos dimensionar de maneira adequada é o extremo dinamismo que hoje toma conta do referido mercado. Nosso trabalho iniciou-se em Outubro de 1997, e finalizou em Dezembro de 1998, praticamente véspera do mês de Janeiro de 1999, quando a nova regulamentação de planos de saúde passa a entrar em vigor, todavia é importante notar que a utilidade dá pesquisa como ferramenta de análise do mercado não deixa de perder valor, na medida em que possibilita averiguar os impactos da diferenciação frente aos preços do mesmo. 15 · Capítulo I Con.ceito de Seguro Saúde Entender o mercado do seguro saúde e as vantagens competitivas que as seguradoras procuram desenvolver para se diferenciar, envolve a adequada compreensão do risco, sendo este a base para a construção de qualquer produto e qualquer cobertura . 1.1 Assistência de Saúde e Princípios de Risco Os produtos de administração de risco existem porque há uma demanda por instrumentos que transferem o risco de uma parte avessa ao risco a alguém disposto a arcar com ele. Esta abordagem, no caso do seguro saúde está implícita desde o início da história deste produto nos E.U.A, quando se considerava o produto inviável . O avanço das técnicas atuariais possibilitaram o dimensionamento gradativo do risco de saúde gradativamente, porém a introdução do seguro saúde não resultoü de uma transição ideológica em favor de um Estado de bem estar social ampliado, e sim conseqüência da reação de forças de mercado. Na verdade a Associação Médica Americana se opunha ao seguro. saúde encarando-o como uma interferência na relação médico-paciente. Esta posição era acrescida de outra, por .v parte do mercado que acreditava ser atuarialmente o seguro saúde impossível devido à seleção adversa ( o risco de que as pessoas que mais provavelmente se tornariam doentes seriam aquelas rffais interessadas em adquirir o seguro). Em 1929 o Hospital da Universidade Baylor demonstrou que o seguro saúde era viável, aceitando um contrato para segurar 1250 professores de Dallas contra um prêmio fixo <te cinqüenta centavos de dólar por ano por segurado. O plano garantia até 21 dias de internação por ano. (KUTTNER,1998) 16 A partir daí veio o acoplamento de uma rede credenciada que funcionava como uma franquia da Associação Americana de Hospitais que visava o pagamento dos hospitais. Durante a Segunda Guerra Mundial, o controle salarial imposto pelo governo americano e a carência de mão de obra inseriram o seguro saúde como um benefício das empresas na disputa de novos funcionários. No fim da guerra, . os planos de seguro reembolsavam os custos determinados pelos médicos, e o seguro era ligado ao emprego. Toda uma geração de norte americanos se acostumou a obter cobertura de saúde através do emprego, como se essa justaposição fizesse parte da ordem natural das coisas. A contribuição de empregadores ao seguro saúde em grupo cresceu de quase nada em .1940 para mais de 100 bilhões de dólares por ano, em meados da década de 80. (KUTINER ,1998). o seguro saúde passou assim á incluir-se na categoria de produtos, na medida em que o consumidor aceita a perda ao adquirir o seguro, o que é um reconhecimento explicíto da incerteza. Mas o seguro saúde e o risco a ele agregado fazem parte de uma mudança de percepção desse mesmo risco por parte do consumidor. o risco é a base de todo e qualquer seguro. Sendo assim , com o seguro saúde isto não seria diferente. O seguro é o oposto de um jogo porque o que é imprevisível e sujeito ao acaso em relação ao indivíduo é previsível e uniforme no conjunto de segurados. A lei dos grande~",números, garante essa previsibilidade no seguro, pelo Teorema de Jacques Bernouilli, segundo o qual a probabilidade tende para a certeza à medida que as tentativas tendem para o infinito - ~ (BERNSTEIN,1998). Minimizando a contribuição de cada um , pode oferecer a todos adequada proteção, graças ao equilíbrio atingido na gestão de riscos através da reunião de grandes massas de segurados.: o risco é elemento de importância essencial no processo econômico. Todo investimento, por menor que seja o seu teor de racionalização, é feito pelo menos 17 com o mínimo de ponderação ou de avaliação do risco que possa compromete-lo ou leva-lo ao insucesso. O risco , entretanto , não é apenas o de fracassar o empreendimento por motivos ou causas econômicas e comerciais, que derivam da capacidade empresarial ou das condições instáveis e , por vezes, imprevisíveis , do mercado. Ele assume também a forma material da destruição provocada pela ação física de acontecimentos também materiais, como por exemplo o incêndio, a explosão, o naufrágio, a capotagem de um veículo de transporte, uma cirurgia cardíaca . O seguro , absorvendo as conseqüências financeiras dos riscos, desempenha, portanto, transcendental função econômica. A ação do seguro não alcança todas as espécies de risco, mas pelo menos absorve grande parte deles. O seguro saúde, lida com duas grandes perdas econômicas : despesas de cuidados médicos e perda de renda resultante da incapacidade de trabalho devido à doença. No Brasil conhece-se normalmente o seguro saúde que cobre as despesas médicas, sendo o seguro por perda de renda mais raro e com mercado muito restrito. No seguro saúde existem mecanismos para a contenção do risco, chamados de exclusões ou despesas não cobertas como cirurgias plásticas, impotência sexual, tratamentos psiquiátricos, tratamento homeopático, epidemias de caráter coletivo, etc. É importante entender quais são os impactos estratégicos do risco sobre o mercado dos seguros em si. A lucratividade do seguro, mostrou que a margem média de lucro gerada pela atividade de seguros não passou de 1.4% dos "prêmios"( receita básica das seguradoras ). São números abrangendo todas as empresas do Brasil e a média dos últimos quatro anos. Vale dizer que, para cada milhão faturado em seguros no país, espera-se um lucro de R$ 14.000,00. Essa margem é do mercado como um todo, englobando os ramos em que ele opera. Dela faz parte o seguro de automóvel, o maior faturamento e que tem um resultado negativo de 2.6% . Faz parte também o seguro saúde, ramo que mais tem crescido e dá um resultado positivo de 7.1% . (SALLES ,1998) 18 o risco determina com isso uma classificação de produtos no Brasil, ou seja aqueles que o consumidor quer comprar e aqueles que a seguradora quer vender. No primeiro grupo temos o seguro de automóvel e seguro saúde, já no segundo temos o seguro de vida que as seguradoras querem vender por causa de sua margem de lucro de 14.7% sobre prêmios. O mercado de.seguros hoje, devido ao risco, condena as empresas seguradoras que não têm uma. boa capacidade de distribuição a operar exclusivamente nos ramos que o consumidor procura( automóvel com sua margem negativa e saúde com uma ascensão dos riscos ). Para uma seguradora operar em saúde, o ideal seria ter um " mix " de faturamento mais ou menos como este: 20% em automóvel, 20% em saúde, 40% em vida e o restante em riscos patrimoniais. É assim mesmo, com o automóvel sendo usado sómente como estratégia comercial para conquistar clientes, aos quais, num outro momento, se tentará vender um seguro lucrativo. (SALLES ,1998). Para as seguradoras que já estão no mercado ( e portanto com sua rentabilidade baixa ) só há duas saídas: ou aumentando os ganhos de escala ou mudando a composição da carteira Alcançar esta posição é o mesmo que dizer que haverá maior focalização nos produtos os quais as seguradoras terão maior competência e poderão produzir maior valor agregado. O risco , na verdade vem a influenciar o que se chama de rating da seguradora, que de forma geral é uma avaliação do risco de crédito realizada por empresas especializadas, através de uma análise prospectiva dos aspectos críticos que afetam o crédito analisado. Essa avaliação reflete uma opinião sobre a capacidade de cumprir uma obrigação financeira ou a credibilidade relacionada a uma obrigação específica. (CONJUNTURA ECONÔMICA,1998) 19 · Na situação das seguradoras o risco de crédito objeto de análise é a sua capacidade de pagar sinistros. O rating de uma. sequradora dá um retrato da segurança financeira ao segurado , o corretor, o ressegurador, os gerentes de risco das indústrias, os bancos comerciais, ou os investidores potenciais. Quando uma seguradora contrata uma empresa de rating para conceder uma opinião sobre sua capacidade financeira de pagamento dos sinistros aos segurados, é analisado o ambiente em que a seguradora opera, sua carteria de produtos, sua partlclpeção no mercado, qualidade e credibilidade de seu corpo gerencial, desempenho operacional, perfil de investimentos, etc. As seguradoras podem ser classificadas em AAA,AA,A,BBB,BB,B,CCC,CC,C,D sendo que esta ordem é decrescente em qualidade de pagamento de risco. Assim sendo, de acordo com o risco a nota AAA representa a maior capacidade financeira de pagamento dos sinistros aos segurados e a D a menor. Segundo a revista (CONJUNTURA ECONÔMICA,1998) a implicação dos riscos inerentes ao país impactam sobre a classificação de rating das seguradoras: " Pode-se perceber que na América Latina os ratings das seguradoras estão mais concetrados no patamar vulnerável. O principal motivo é o risco país, já popularizado pelos brasileiros como "risco Brasil " As agências internacionais de _rating ainda consideram os chamados "mercados emergentes " como de alto risco , fato pelo qual as empresas localizadas nesses mercados ( América Latina e Ásia) focam prejudicadas em seus próprios ratings individuais" Torna-se assim importante compreender o risco como parte integrante do seguro saúde como um produto, e muitos dos procedimentos de cobertura levam em conta este aspecto. 20 1.2 Seguro saúde empresarial - características e fundamentos do produto Para avaliar um esquema que possa mostrar as vantagens competitivas apresentadas pelas várias seguradoras junto à pessoa jurídica é importante definir de maneira clara uma estrutura que permita visualizar o seguro saúde. o objetivo do seguro saúde é garantir o pagamento ou reembolso das despesas de assistência médica e/ou hospitalar efetuadas pelo segurado em decorrência de evento coberto. o seguro saúde empresarial define os participantes do contrato da maneira como segue: • Seguradora - entidade que assume a garantia do seguro • Contratante - é a pessoa jurídica legalmente constituida, que contrata o seguro, ficando investida de poderes de representação junto dos segurados perante a seguradora, em relação aos assuntos inerentes ao contrato • Grupo Segurado - é , em qualquer época, o conjunto de componentes do~grupo segurável efetivamente aceitos e incluidos no seguro. Este se compõe de : segurados titulares ( vinculo direto com o contratante ), segurado dependente ( cônjuge ou companheiro do segurado titular observada a legislação específica, assim como filhos, enteados ou tutelados, dependentes economicamente do segurado titular, conforme a legislaçã(ó.do imposto de renda e previdência social. • Prestador - pessoa física "Ir ou jurídica legalmente constituida e habilitada a prestar serviços de assistência médica e/ou hospitalar. Existem pontos do seguro saúde que devem ser definidos e comentados, para o entendimento 'elasvantagens competitivas (CONTRATO AGF,1998) 21 • Proposta de Inclusão - é o documento pelo qual o componente do grupo segurável propõe a sua inclusão .ern um plano de seguro contratado e informa seus dados pessoais, bem como declara suas condições de saúde e de seus dependentes para a análise e aceitação pela seguradora. A proposta de inclusão pode não ser aprovada de acordo com as condições de sinistralidade da apólice. Por exemplo caso a sinistralidade da empresa esteja alta dificilmente são aprovados agregados ( pai, mãe, enteados) , uma vez que estes aumentam o risco da apólice. • Unidade de referência - É a unidade padrão utilizada para cálculo dos prêmios, limites de coberturas e valores de reembolso do seguro. O valor unitário da moeda será reajustado na freqüência e índice mutuamente pactuado entre as partes. A unidade de referência pode. ser alterada pela empresa, ou seguradora em decorrência de duas possibilidades: aumento da sinistralidade da apólice, gerando um aumento na unidade de referência ( que não é repassado às coberturas do seguro) aumento da tabela da Associação Médica Brasileira (AMB) e por conseguinte da unidade de referência e da cobertura. O primeiro caso de reajuste é específico para ,cada apólice, sendo reavaliado no aniversário anual ( caso haja uma sinistralidade baixa não é efetuado). Já a AMB ocasiona um aumento generalizado em todo o mercado de saúde e ocorre em geral uma vez ao ano, no mês de julho. • Tabela de Honorários e Serviços Médicos - é composta das instruções gerais e da tabelà de procedimentos. Define \ valores básicos unitários por procedimento, em número de unidades de referência, para honorários 22 médicos, exames complementares e terapias, bem como a composição e o número de profissionais da equipe médica e porte anestésico. É o ínsírumento base para cálculo dos pagamentos ou reembolsos das despesa médicas efetuadas pelos segurados, porém não é base de cálculo para pagamentos de reembolsos junto à rede credenciada cuja negociação é independente da seguradora e os hospitais e laboratórios. • Coberturas e limites de coberturas - são a garantia de reembolso ou pagamento de despesas com assistência médica efetuadas pelo segurado, conforme seu plano de seguro. Estas são regidas pelos valores máximos de cobertura a que o segurado tem direito, expressos em números de dias por evento, padrão de acomodação, limites individuais em unidades de referência e múltiplos aplicáveis à quantidade de unidades de referência da Tabela de Honorários Médicos Caso, o sequrado passe a ter um valor de reembolso superior ao da Tabela não será coberta esta diferença. • Evento - é o acontecimento, acidente ou doença , que tenha como conseqüência danos comprovados à saúde, exigindo assistência médica e/ou hospitalar. O evento tem início na data de ocorrência ou da constatação da doença e termina 365 dias depois. Pode-se notar aqui CWea descrição de evento leva a excluir, por exemplo, cirurgias plásticas, mudança de sexo, que não caracterizem fins curativos. Quanto aos chamados eventos preexistentes, - ~ apesar de no seguro saúde em geral não terem cobertura, no empresarial não costuma existir nenhuma obstrução neste sentido. • Emergência - entende-se como casos de emergência, \ clínica ou cirúrgica, aqueles em que há necessidade de atuação médica imediata , sem tempo para preparo cirúrgico do paciente quando for o caso. 23 • Rede Credenciada de prestadores de assistência médico hospitalar - é o grupo de prestadores constituído de estabelecimentos e profissionais referenciados pela seguradora, colocado à disposição dos segurados, para prestar serviços de assistência médica. Neste caso , o pagamento das despesas cobertas será efetuada pela seguradora diretamente ao prestador. A rede credenciada de prestadores é dividida em categorias distintas , de acordo com o plano de seguro contratado . Pode ter padrão enfermaria ou quarto privativo. • Reembolso - entende-se por reembolso o pagamento ao segurado das despesas por ele efetuadas, em prestador não constante da rede credenciada, para evento coberto, até os limites estabelecidos pelo plano de seguro contratado. Para a conversão do reembolso em moeda nacional será aplicado o valor da moeda de referência vigente na data da efetiva prestação do serviço • Carência - é o período de. tempo ininterrupto, contado a partir da data de inclusão, durante o qual o segurado permanece no plano de seguro, efetuando o pagamento dos prêmios, para adquirir o direito às coberturas estabelecidas. A carência poderá ser total, parcial ou ine»istente, abrangendo todas as coberturas ou parte delas , respeitando os limites estabelecidos pelo plano de seguro. • Franquia - é a participação financeira do segurado no pagamento ou reembolso das despesas de assistência médica, • , Prêmio - o prêmio mensal é a importância paga pelo contratante à seguradora \ para que os segurados tenham direito às coberturas dos respectivos planos de seguro. 24 • • Sinistro - é o evento que causa dano à saúde do segurado, cuja cobertura esteja prevista no contrato 1.2.1 Coberturas do seguro saúde As coberturas do seguro saúde são divididas em coberturas básicas e adicionais As coberturas básicas garantem o pagamento ou reembolso das seguintes despesas do segurado , decorrentes de evento coberto, de acordo com o plano contratado. São coberturas básicas : • diárias hospitalares • diárias de UTI • despesas de acompanhantes • taxas de sala de cirurgia • serviços auxiliares hospitalares como exames, medicamentos anestésicos, oxigênio, sangue, hemoderivados, alimentação dietética • serviço geral de enfermagem e paramédicos • taxas de monitores Na maioria das vezes a cirurgia plástica sómente terá cobertura , em um seguro saúde, se efetuada para restauração de função em órgãos , membros ou regiões atingidas em decorrência de acidente coberto pelo plano de seguro contratado e ocorrido durante sua-vigência. ~ Os pequenos atendimentos ambulatoriais fazem parte das coberturas básicas e englobam honorários relativos ao médico assistente e auxiliares nas cirurgias de anestesia locàl ou atendimentos de urgênci~1emergência em unidades de Pronto Socorro. Dentro destes pequenos atendimentos ambulatoriais estão as terapias como inaloterapia, quimioterapia, radioterapia, fonoaudiologia, 25 hemoterapia, ~ fisioterapia, ortóptica, litotripsia e demais previstas na tabela de referência da seguradora. Inclui-se nestes casos também medicamentos, materiais , curativos, anestésicos, oxigênio, taxas de utilização de salas, exames complementares e demais recursos terapêuticos ministrados durante o período de atendimento, além de vacinas. Os contratos de seguro saúde implicam na contratação de subprodutos que na verdade tratam de clausulas adicionais, que para as empresas às vezes podem negociados à parte para reduzir custos como por exemplo gravidez e parto, consultas, exames complementares. 1.2.2 Despesas não cobertas pelo seguro saúde As despesas não cobertas pelo seguro, nos contratos empresariais nem sempre são cumpridas à risca, já que certas empresas no fechamento de contratos negociam o seu grupo de funcionários e dependentes, para obter o máximo de coberturas possível. São excluídas da cobertura do seguro saúde, as despesas decorrentes ou provenientes de : • Procedimentos de caráter experimental ou não previstos no Código Brasileiro de Ética Médica, bem como medicamentos não reconhecidos pelo Serviço Nacional de Fiscalização de Medicina e Farmácia, procedimentos não reconhecidos pela AMB. • Cirurgia plásticas de caráter estético ou não restauradoras; doenças profissionais ou acidentes do trabalho não previamente' submetidos previdêncià social; tratamentos clínicos ou cirúrgicos à para obesidade, rejuvenescimento ou estético em suas várias modalidades; convelescença, 26 • estadas em estâncias hidrominerais , "spa" ou assemelhadas, bem como estadas para repouso, tratamentos de senilidade ou geriatricos, esclerose de varizes por injeção. • ~ Impotência sexual, esterilização ou fertilização, fecundação in vitro, colocação ou retirada de dispositivo intra uterino, e suas conseqüências. • Tratamentos psiquiátricos ou de doenças mentais, psicoterapia, psicanálise, fonoaudiologia para segurados com mais de doze anos de idade. • Tratamento homeopático em regime de internação hospitalar; cirurgias para correção de miopia, hipermetropia ou astigmatismo, tratamentos cirúrgicos para hipertrofia ou hiperplasia das mamas de qualquer etiologia • Despesas de qualquer natureza com doadores de sangue ou de órgãos; tratamentos odontológicos de qualquer natureza, exceto os de caráter estritamente restauradores, na especialidade buco-maxilo-facial, decorrentes de acidentes cobertos pelo seguro. • Endemias ou epidemias, envenenamento de caráter coletivo, catástrofes, calamidades públicas ou outra causa que atinja maciçamente a população; guerra, revolução, contato com material nuclear • Competições aéreas, nauticas ou terrestres, inclusive treinos preparatórios, prática de paraquedismo, vôo livre ou ultraleve, bem como suas conseqüências; atos ilícitos, embriaguez , uso de drogas, psicotrópicos ou entorpecentes, bem como tentativa de suicidio ou suas conseqüências. • Despesas 'extraordinnárias de acompanhantes de segurados Internados como alimentação, uso de telefone, aluguel de televisores, frigo bar, materiais descartáveis de uso pessoal ou de higiene íntima não inerentes ao tratamento 27 do segurado ( camisolas, aborventes, fraldas, etc. ); quaisquer serviços prestados aos segurados não relacionado com a assistência médica.; expedição de pareceres ou atestados para quaisquer fins. • Medicamentos de qualquer natureza, exceto nos casos preyistos nas condições gerais da apólice e demais clausulas; materiais , vacinas ou medicamentos importados; • Compra, aluguel ou conserto de aparelhos ortopédicos, próteses, órteses ( muletas, bengalas, aparelhos de surdez, próteses auditivas, etc. ) óculos, lentes de contato ou similares de qualquer natureza; enfermagem particular, seja em regime hospitalar ou domiciliar. • Todas as coberturas que estejam em período de carência ou que exijam contratação de clausulas adicionais ou suplementares ou que não estejam previstas no plano do seguro, bem como suas conseqüências: consultas médicas extra hospitalares exames complementares extra hospitalares gravidez e parto tratamentos especiais : doenças infecto contagiosas de notificação compulsória, AIDS, tratamentos por hemodiálise em pacientes crônicos ou próteses intracirúrgicas; check up assistência médica e hospitalar aos dependentes do titular falecido. 1.2.3 Usos e singularidades do produtos Os aspectos 'e características do seguro saúde como produto nem sempre se restringem ao seguro em si. Existem inúmeros aspectos a serem levados em 28 conta e , na maioria das vezes, tomam importância tão grande quanto a cobertura em si. • Livre Escolha - o segurado, a seu critério, poderá ser atendido por profissional ou estabelectmento não constante da rede credenciada de prestadores. O valor pago pelo segurado será reembolsado de acordo com os limites e franquias estabelecidas pelo plano de seguro contratado. • Rede Credenciada de Prestadores - o segurado , por sua opção, poderá ser atendido por profissional ou estabelecimento constante da rede credenciada de prestadores, identificando-se como segurado. Neste caso, não haverá desembolso por parte do segurado, desde que observado o plano de seguro contratado. Caso o segurado opte por atendimento superior àquele previsto em seu plano de seguro, este pagará pelas diferenças de custo diretamente ao prestador, não tendo neste caso, direito a qualquer reembolso. A seguradora atendimento reconhece ser responsável por eventuais despesas de ao segurado pela rede credenciada de prestadores, decorrentes de despesas não cobertas ou valores excedentes aos limites previstos no plano de seguro contratado. • Sistema Misto - o segurado poderá optar pela utilização da rede credenciada de prestadores juntamente com a livre escolha; neste caso a seguradora efetuará o pagamento das despesas cobertas diretamente ao prestador e reembolsará ao segurado as despesas decorrentes da livre escolha, de acordo com o seguro saúde contratado. • Autorização Prévia - para a prestação dos serviços pela rede credenciada de prestadores, previstos na cobertura básica e abaixo relacionados, será 29 necessária a autorização prévia e expressa da seguradora, mediante solicitação e justificativa médica: internações hospitalares de qualquer natureza remoção hemodinâmica terapias Despesas Hospitalares - Os honorários médicos são limitados ao múltiplo estabelecido para o plano de seguro contratado conforme as condições especiais de cada seguro saúde existente no mercado, e aplicado sobre os valores dos procedimentos constantes da Tabela de Honorários e Serviços Médicos incluindo a assistência pré e pós operatória nos casos cirúrgicos. As visitas médicas , nos casos clínicos, são limitadas a uma por dia. Não serão cobertas as despesas . efetuadas com mais de um médico assitente da mesma especialidade. - As diárias hospitalares são limitadas a noventa dias por evento coberto, de acordo com o padrão de acomodação e rede credenciada de prestadores para o plano de seguro contratado. Quando o mesmo evento exigir várias internações, os períodos serão acumulados até o limite. A permanência em UTI é considerada como diária hospitalar. Os medicamentos e materiais utilizados durante o período de internação são limitacros, respectivamente, aos valores constantes no Brasindice ou outra publicação que vier a substitui-lo vigente na data do atendimento e ao ~ valor de aquisição de mercado. • Atendimentos ambulatoriais 30 - Os honorários são limitados aos múltiplos estabelecidos para o plano de seguro contratado conforme condições especiais, aplicados sobre os valores dos procedimentos constantes da Tabela de Honorários Médicos da seguradora. Os limites de coberturas do plano de seguro são renovados automaticamente a cada período de doze meses de vigência do contrato. • Solicitações de reembolso no livre escolha No caso do segurado utilizar atendimento por livre escolha, este deverá entregar à seguradora o formulário "solicitação de reembolso" preenchido e assinado, no prazo máximo de sessenta dias da data do atendimento. O reembolso será pago no prazo e forma definidos nas condições especiais , a contar da data do recebimento da documentação completa da seguradora, aonde são necessários: recibos e notas fiscais originais quitados com descrição total de cada serviço recibos de honorários médicos com CRM e CPF ou CGC no caso de pessoa jurídica preenchimento de relatório médico remoções deverão apresentar recibos e notas fiscais quitados, acompanhadas de justificativa, dados, distância , locais de origem e de destino, recursos envolvidos vacinas serão cobertas quando apresentarem "solicitação de reembolso" mediante justificativa médica acompanhadade nota fiscal quitada e recibos. todos os documentos apresentados para reembolso ficam retidos junto às seguradoras, que emitirão o demonstrativo das despesas efetuadas e reembolsadas. despesas decorrentes de evento coberto, efetuadas pelo segurado no , exterior" serão reembolsadas no Brasil, em moeda nacional, com base no 31 • câmbio oficial, pela cotação de venda da data do atendimento, de acordo com o plano de seguro contratado. • Cartão de identificação do segurado É o documento pessoal e intransferível, emitido pela seguradora e de sua propriedade, identificando o segurado, e que visa exclusivamente identificá-lo nas operações inerentes ao plano de seguro. Na maioria das vezes a empresa contratante é responsável pelos cartões de identificação quanto à distribuição, recolhimento, cancelamento de segunda via, Some-se a. estas responsabilidades, e pedido aquelas por utilização indevida, por roubo ou extravio não Comunicado em 24 horas e pela não devolução do cartão quando do término da vigência individual ou do plano do seguro ou contrato. • Períodos de carência Inexistente - para eventos cobertos resultantes de acidente ocorrido durante a vigência nascidos individual durante do segurado; a vigência para os filhos do segurado do contrato de seguro e incluídos titular até o trigésimo dia contado a partir da data do nascimento. De 30 dias para atendimento de urgências em unidade de pronto socorro De 180 dias para cirurgias ambulatoriais com anestesia local; para terapias ~ , vacinas preventivas , remoções, hemodiálise em casos agudos, assim como cirurgias do aparelho digestivo, ou órgãos anexos, para internações cirurgicas. De 300 dias especialidades para internações Angiologia, clínicas cardiologia, 32 de urgência nas seguintes endocrinologia,ginecologia, hematologia, nêurologia ou reumatologia, internações de urgência em oftalmologia, cirurgia de mão otorrinolaringologia, urologia De 540 dias para internações clínicas em oncologia, cirurgia vascular, linfática, cirurgia cardíaca, cabeça e pescoço, mama,cirurgia torácica, cirurgia endocrinológica,ginecológica, microcirurgia reconstrutiva, neurocirurgia, oncologia, ortopedia e traumatologia ou plástica reparadora De 720 dias para internações decorrentes de doenças preexistentes, doenças congênitas, transplantes, implantes ou reimplantes. Em geral os períodos de carência são negociados entre as empresas e as seguradoras. • O início e o término do contrato obedecem a períodos de 12 meses, findos os quais o contrato poderá de ser renovado mediante aviso prévio por escrito de no mínimo trinta dias antes. • Aceitação e vigência individual As seguradoras em geral inserem no plano de seguro saúde todos os componentes da empresa que se encontrem em plena atividade de trabalho, perfeitas condições de saúde e tenham idade não superior a sessenta e cinco anos de idade. A proposta de inclusão, bem como a declaração de saúde, preenchidas e assinadas pelo segurado titular, para si e seus dependentes, é submetida à seguradora para análise de sua aceitação. O segurado uma vez aceito no seguro, deve permanecer no plano contratado por um período mínimo de doze meses consecutivos, exceto nos casos em que o segurado desvincular-se do contratante . ou se houver o cancelamento do contrato. O cancelamento do contrato ocorre quando do cancelamento do contrato entre as partes ou: 33 quando o segurado se desvincular do contratante quando houver manifestação por escrito do contratante ou do segurado titular, com relação a si ou á seus dependentes, no aniversário da apólice quando o segurado dependente perder a condição de dependência quando o contratante deixar de pagar os prêmios do seguro à seguradora quando forem constatadas fraudes • Os prêmios mensais serão constituidos pelo somatório dos valores expressos em número de unidades de referência por segurado e por plano específico, convertido em moeda nacional • A reavaliação dos prêmios será recalculada a cada novo período de vigência do plano de seguro, e periodicamente conforme o estabelecido em condições especiais, tomando-se por base o resultado da experiência de utilização pelos segurados do contratante e a previsão de custos médicos hospitalares efetuadas pela AGF para o novo período" Existem três claúsulas contratuais que deverão ser feitas independente do seguro saúde básico, atualmente junto às empresas . Na verdade funcionam como subapólices. Porém nem todas as seguradoras as possuem para oferecer junto a seus clientes, sendo esta uma grande vantagem competitiva que diferencia as seguradoras. ~ • 1. Claúsula - suplementar de assistência médico hospitalar aos dependentes ~ do segurado titular falecido garante, isento de pagamento de prêmio, a continuidade do plano de seguro contratado aos beneficiários do segurado titular que vier a falecer durante a sua vigência individual 34 • 2. Claúsula - suplementar de avaliação periódica de saúde Garante ao segurado titular o pagamento das despesas com exames complementares de diagnóstico para avaliação periódica de saúde. • 3. Clsúsula - suplementar para tratamentos especiais - garante o pagamento ou reembolso de despesas com assitência médica efetuadas pelo segurado com tratamentos considerados especiais ( AIDS, meningites, cólera, coqueluche, difteria, febre amarela, febre tifóide, hanseníase, leischmaniose, oncocercose, peste, poliomielite, raiva humana, sarampo, tétano, tuberculose, varíola, esquistossomose, filariose, malária, dengue e outras definidas pelas autoridades sanitárias como infecto contagiosas de notificação compulsória) 35 Capítulo 11Uma perspectiva do mercado de seguros A indústria de seguros vem passando por modificações estruturais muito acentuadas, tanto nacional quanto internacionalmente. Os impactos destas mudanças vêm ocasionando transformações nas corretoras, seguradoras, e empresas clientes. 'É importante ter um retrato do conjunto de alterações que ocorrerão no mercado brasileiro e mundial, para poder ter a análise estrutural do seguro saúde já que este é parte integrante do portfólio destas empresas, mesmo porque tal análise faz parte da compreensão das vantagens competitivas conseguidas através da diferenciação como estratégia competitiva. 2.1 A perspectiva do mercado segurador mundial ° mercado segurador mundial foi estimado em US$ 2.1 trilhões, segundo levantamento divulgado (BUENO,1998). Outro fator que impactou o resultado mundial da indústria do seguro foi a queda das taxas de prêmios, com aumento da concorrência.Tal tendência tem ocorrido em conseqüência de processos de megafusões decorrentes da atual globalização da indústria. (BUENO,1998) Nota-se que existem diferenças entre os países líderes no consumo de seguros, já que o mecanismo de poupança neles seguem raciocínios diferentes (BUENO,1998). A importância do mercado segurador mundial não se expressa sómente como um ramo importante da economia, mas cada vez mais pelo fato de as seguradoras serem investidores profissionais, possuirem um volume de ativos de US$ 21 trilhões (GAZETA MERCANTIL,1998) .A indústria seguradora tem uma dimensão estratégica em economias avançadas, sendo sua principal tendência a pressão 36 • pelo corte de custos. A implicação mais direta são as reduções de despesas administrativas e comerciais. Os custos administrativos baixaram de 25% para 12% dos prêmios ganhos, e os comerciais caíram de 30% para 18% dos prêmios ganhos, mundialmente. (BUENO,1998) .Porém, como o processo de globalização tem aumentado a concorrência, a exigência por patamares de custo mais baixo tem levado a uma fusão de seguradoras. O mercado segurador europeu apresentou em 1997 em torno de 10 fusões valor de 109 Bilhões de dólares. (BUENO,1998) A diminuição destes custos tem sido verificada nos processos de fusão como no caso ocorrido entre. a General Accident Plc e a Commercial Union, duas das maiores seguradoras britânicas. Com sua fusão ocorrida em fevereiro de 1998 por 24 Bilhões de US$ , ocorreu uma economia de 493,2 miihões de US$ em conseqüência de 5 mil demissões. (RELATÓRIO DA GAZETA MERCANTIL,1998). O objetivo maior destas megafusões é controlar grandes fluxos financeiros que possibilitem ganhos de escala mundiais. Este é um processo de concentração delineado dentro da área de serviços financeiros que vem na esteira da consolidação do sistema bancário mundial. (BUSINESS WEEK,1998) O interesse mundial pelo mercado de seguros da América Latina tem crescido . Ele foi responsável por 20% das 139 fusões no mercado segurador mundial de 1995 a 1997, considerando-se apenas as operações entre países. Em relação ao volume financeiro, a América Latina movimentou mais de US$ 2 Bilhões, 0.5% do ~ total de US$ 40.5 Bilhões das negociações entre fronteiras no mundo. (GAZETA MERCANTIL, 1998). A alta perspectiva de consumo' de seguros na América Latina , onde o total de prêmios per capita gira em torno de US$ 58,90 com uma porcentagem de prêmios em relação ao P.I.B de 1,87%, sendo a participação no mercado mundial de 1,44%, torna o mercado atrativo para o processo de fusões e aquisições. Para se ter uma comparação a América do Norte apresenta um total de prêmios per capita de US$ 2.259,20 com uma porcentagem de prêmios em 37 • li . . • relação ao P.I.B de 8,45% e uma participação no mercado mundial de 30,85%. (CONJUNTURA ECONÔMICA,1998) . Nesta mesma perspectiva o Brasil ocupa a 45. posição no ranking com consumo per capita de apenas US$ 95, sendo superado na América Latina pelo Chile, Argentina, Uruguai e Panamá.Ou seja, trata-se um grande mercado em potencial.(BUENO,1998). Calcula-se que o potencial da região em relação ao crescimento da indústria de seguros deve se aproximar de 10% até a virada do milênio. Todavia, a América Latina ainda é um mercado fechado, onde o Brasil e a Venezuela são os dois entraves a sua liberalização, considerados como o que impede a explosão desse setor na região.(GUIA DE SEGUROS,1998) Na maioria dos países, os efeitos da liberalização do mercado começam a ser . sentidos, com uma queda nos preços do seguro e uma forte onda de fusões entre empresas locais e "players " internacionais. A Swiss Reinsurance Company, um gigante do mercado internacional ressegurador, estima que a indústria de seguros na América Latina crescerá até o final do milênio cerca de 10% ao ano no mercado de seguros ligados à vida ( life insurance ) e entre 6 e 8% no restante do mercado ( non life insurance ) . (LUQUET,1997). Apesar de taxas significativas de crescimento na região, a América Latina tem apenas 1.5% do mercado mundial de seguros , gerando uma receita anual de prêmios da ordem de 30 bilhões US$ . (LUQUET,1997) Além de uma renda per capita baixa e das altas taxas inflacionárias do passado, as .razões para a modesta participação do mercado segurador nas economias latino americanas são os preços altos, se comparados aos países industrializados, e o portfólio de produtos, que não vai de encontro às necessidades dos consumidores. Dentro da estrutura industrial dos seguros na América Latina, as corretoras tem passado pelo mesmo processo de fusão e aquisição, sendo que o objetivo final 38 • tem sido o de procurar a excelência de atendimento, que possa ser diluído em uma carteira maior e mais diversificada. Como exemplo de fusões nas corretoras de seguro, mercado fusão em 1996 , a Aon consolídou de seguros. Primeiro, com a BAMERINDUS Alexander & SEGUROS,1997) duas ações que movimentaram o a aquisição da Bain Hogg Group, e depois a Alexander Services .(lNFORMATIVO HSBC . Outra fusão que alterou o mercado mundial de corretagem de seguros diz respeito à Marsh & McLennan, que tornou-se a maior corretora mundial com a aquisição da Johnson & Higgins por US$ 1.8 Bilhão, agregando assim 70 escritórios nos E.U.A e Canadá e 60 no restante do mundo. (GAZETA MERCANTIL,1997) Na verdade estas aquisições refletem a instabilidade do setor de seguros nos últimos anos, que gerou por quase uma década, uma queda nos prêmios pagos. Preveu-se uma rápida consolidação entre as principais corretoras de seguros, como uma das poucas formas de aumentar os lucros em meio aos preços em queda dos seguros .. As combinações entre corretoras fornecem escritório, eliminando duplicações redução no setor de pessoal na equipe de apoio e importantes de economias com a eliminação de investimentos redundantes na tecnologia mais aperfeiçoada de computadores. 2.2 O mercado segurador brasileiro •• Até fins da década brasileiro êra arrecadados de 80, o lento desenvolvimento um faTo constatado devido à baixa do mercado relação entre segurador prêmios e o PIS, que tem sido considerada como o indicador por excelência do desenvolvimento do mercado de seguros. No caso do Brasil no período que vai de 1950 até 1988, quando o PIS real acumulou uma taxa de· crescimento 906% ( 6.3% ao ano, em média) (CONJUNTURA de , a razão prêmios I PIB se manteve constante. ECONÓMICA,1998) 39 Esta relação demonstra os limites da economia brasileira, uma vez que como investidores institucionais desenvolvimento as seguradoras dos mercados de capitais fato de que essas. empresas têm importante e financeiro. papel no Tal afirmação se deve ao investem suas reservas técnicas em títulos de emissão das empresas e dos governos, em imóveis e outros ativos, com o fim de valorizá-los capacitando-se para o pagamento de sinistros. No Brasil desde meados dos anos 70, o governo tem procurado fortalecer investidores mercado institucionais de capitais, possibilitar como meio para evitar a eclosão de crises graves no promover investimentos estes o desenvolvimento do mercado produtivos, já que tais investidores financeiro e trazem lógica ao mercado acionário através de sua análise técnica mais apurada. Como conseqüência capitais em 1980 os recursos aportados pelas seguradoras ao mercado de eram estimados em R$ 4 Bilhões e em 1997 chegavam .a quase R$ 8 Bilhões . Complementando esta constatação, em 1997 38.6% das reservas técnicas foram aplicados em titulos governamentais e 36.5% em títulos privados. (CONJUNT"URA ECONÔMICA,1998): No mercado brasileiro Seguradoras ( Fenaseg havia segundo estimativas da Federação ) em 1994, um público potencial Nacional das de 45 milhões de pessoas nas classes A e B. Mesmo entre as classes de alta renda , o número de seguros per capita era baixo, quando comparado ao que ocorreria em países de renda média. Na classe B, por exemplo , em 1992, mais de 50% dos indivíduos não possuíam qualquer tipo de seguro. (CONJUNTURA ECONÔMICA,1998).A estrutura do mercado de seguros no Brasil entre as décadas de 70 e 80 foi resultado das reformas levadas adiante em meados da década de sessenta Nessa época ,operavam cerca de 200 companhias uma adequada seguradoras, a maioria sem estrutura de capital, ocorrendo um prejuízo à imagem do seguro em si junto ao público consumidor.Em 1966 através do decreto lei n. 73, o governo 40 . da época deu início ao·saneamento do mercado no sentido de redução de riscos de liquidez e insolvência. (CONJUNTURA ECONÔMICA,1998) A princípio procurou-se diminuir ao máximo o grau de liberdade operacional das companhias seguradoras. Em uma segunda etapa o Decreto lei n. 1150 , de 1970 , tinha como objetivo incentivar um processo de fusões e incorporações, por meio de isenções fiscais, de modo a fortalecer financeiramente as empresas que permanecessem no mercado. (CONJUNTURA ECONÔMICA,1998) Cabe ao Conselho Nacional de Seguros Privados, regular o montante de reservas técnicas, estabelecendo um limite global de operações para cada seguradora, de acordo com a sua solidez financeira e estrutura técnica. Além disso existe um limite operacional para cada seguradora em função do patrimônio. Assim sendo, riscos superiores aos limites de retenção são ressegurados junto ao Instituto de Resseguros do Brasil. A estrutura normativa, estabelecida desde a década de 60 , completa-se com a SUSEP, tendo sido esta autarquia criada como órgão controlador das atividades de seguros, teve no início um poder de fiscalização muito abrangente e que ia desde a fixação da condição das apólices até a liquidação das sociedades seguradoras. Com o período de inffaçãc que se encerrou com o Plano Real, o principal impacto foi em relação ao esvaziamento de poupanças e à defasagem nos valores das coberturas contratadas frente à correção monetária. Observou-se uma diminuição da demanda de seguros e uma queda na receita real de prêmios. O retrato das seguradoras era então o de excelentes resultados financeiros, mas baixa lucratividade. Pode-se dizer que as principais características das seguradoras até então eram ineficiência operacional ( expressa em elevadas despesas comerciais e administrativas ), baixa produtividade em apólices e sinistros processados, pouca variedade de oferta de produtos, ineficiência dos canais de distribuição, técnicas 41 de avaliação de risco' obsoletas, custos elevados de resseguro, concorrência limitada. (CONJUNTURA ECONÔMICA,1998). O mercado de seguros brasileiro passou a sofrer mudanças no final dos anos 80 , quando o país começou a adequar-se de acordo com um mercado mais globalizado, menos regulamentado, mais privatizado, aberto ao exterior. A opção escolhida foi a da liberalização com conseqüências como a da abolição do sistema de tarifa mínima, produtos multirisco, reestruturação objetivando diminuição de custos e agilizando processos operacionais. Tais medidas resultaram em uma diminuição dos preços dos seguros, assim como uma segmentação incessante, principalmente no ramo de pessoa físicas com o lançamento de novos produtos como capitalização, vida e saúde. O clima de maior competição e de abertura ao exterior do mercado de seguros teve também impacto fora do país. Após um longo período de ostracismo, as seguradoras estrangeiras passaram a procurar posicionar-se no mercado brasileiro. Uma constatação disso é o movimento de fusões e aquisições no mercado brasileiro, aonde a desregulamentação e as características de ausência de catástrofes naturais, grandes potenciais no resseguro, economia estabilizada ( após o Real ), assim como um potencial de crescimento expresso em quociente prêmios e prêmios per capita muito baixos, são os principais motivos para a vinda das seguradoras estrangeiras. No Brasil, apesar de o mercado ser relativamente pequeno se comparado a países como E.U.A , Japão e europeus, a tendência de fusões é a mesma, além de sentir os reflexos do movimento mundial. A megafusão anunciada em abril de 1998, entre o Citibank e o grupo Travelers, o 32 maior grupo segurador do mundo e o 12 nos E.U.A terá, por exemplo seus reflexos no Brasil. Entre 1992 e ~997 houve 59 operações de fusão e aquisição entre seguradoras nacionais e estrangeiras, sendo que a maior parceria foi entre a American 42 International Group ( AIG ) e a Unibanco , por 550 milhões de US$. (DANTAS ,1997). A segunda maior parceria foi a da Aetna com a Sul América, milhões de US$. Já a norte americana Liberty investiu por 450 US$ 100 milhões na compra da Paulista Seguros, assim como a Hartford ( uma das divisões do grupo ITI) associou-se à lcatu Seguros, formando assim a Icatu Hartford, sendo o valor desta transação em torno de US$ 50 milhões.(CORREA,1998).Em março de 1997 foi feita nova fusão entre o Banco Excel - Econômico e a Cigna . uma das dez maiores seguradora americanas, com ativos de US$ 100 Bilhões. A entrada da Cigna no capital do Excel ( 4.6% do capital) operar em seguros, ,forma com produtos que focalizarão acidentes pessoais. uma "joint venture " para a área de saúde, vida , e (ADACHI,1997) Além deste tipo de posicionamento outros" players " resolveram atuar de maneira individual no mercado, como por exemplo a Met Lyfe , que negociou com a Porto Seguro, quarta maior companhia brasileira, a compra de sua carteira de saúde. A Generali, seguradora italiana, continua operando sózinha no Brasil, com o Banco Sudameris Yasuda e Yasuda porém atua que detém o controle das seguradoras América do Sul Fire and Marine Insurance, com ativos totais de US$ 31.4 Bilhões. Já a norte americana CHUBB Seguros fez um aumento de capital de US$ 25 milhões em dezembro de 1997, tornando-se uma das seguradoras com maior liquidez do mercado .. (BUENO,1998) Estas fusões, aquisições e aumento de capital ocorreram em contraposição às últimas décadas onde o setor de seguros no Brasil era uma espécie de cartório, aonde os investidores estrangeiros só podiam se associar com empresas brasileiras como acionistas minoritários. A resposta a estes processos de fusões e aquisições tem sido positiva para o mercado segurador, uma vez que tem permitido a transferências de know - how na área de seguro pessoais, o desenvolvimento de novas formas dê distribuição, mais baratas e mais eficientes do que a centrada em corretores. 43 O intuito disso é o cliente tomar contato com os produtos existentes, assim como providenciar um posterior contato com o seu corretor para realizar o orçamento. Outras empresas tornaram a existência linhas de proposta de lojas de seguro uma realidade, assim como criaram simplificada , de fácil aceitação, com o atrativo de estarem ligadas a planos de capitalização. Além disso novas formas de mensuração de risco, tornam a venda massificada mais lucrativa e atraente para os intermediários. No entanto as seguradoras de médio porte sofreram os impactos mais diretos deste processo de abertura. Elas não têm um canal de distribuição, tecnologia e uma carteira de segurados muito grande como a Arbi Seguros, a Indiana Seguros e a Oceânica Seguros, que acabaram sendo vendidas para a Sul América, Bradesco Seguros e o grupo Bozanno Simonsen. O processo de ingresso das companhias seguradoras no Brasil tem sido o do controle majoritário acionário em seguradoras nacionais. A realidade do mercado representados segurador brasileiro pode ser resumida em fatos pelo fato de que entre 1995 e 1997, as provisões técnicas das seguradoras e empresas de capitalização e de previdência privada passaram de R$ 11.2 Bilhões para R$ 18.6 Bilhões, um crescimento médio de 28.9%. Já no período de 1992 a 1997, o volume de prêmios arrecadados cresceu 250%, em termos reais , o que corresponde a uma taxa média anual de 28.4 % . A razão prêmios/PIB, por conseguinte comparação internacional. equivalente a 2.04% do PIB (CONJUNTURA já se aproxima do que seria razoável numa Em 1996, arrecadou-se prêmios de seguros num valor Em 1997, esse percentual subiu para 2.24%. " ECONÔMICA, 1998) No entanto a maior mudança verificar lucratividade ocorreu no âmbito do negócio, aonde passou-se a com a comercialização de seguros e não com a inflação. Avanços mais nítidos só ocorrerão com a maior liberdade de mercado, reforma previdenciária, quebra do monopólio de acidentes de trabalho, regulamentação 44 do seguro saúde, criação do seguro de responsabilidade civil obrigatório , e a abertura do mercado de resseguros. 2.3 Seguro Saúde no Brasil - Aspectos de Mercado e Estrutura da Indústria 2.3.1 Barreiras à entrada Analisar os aspectos de estrutura de mercado do seguro saúde, implica uma visão geral de como o contexto da medicina privada se posicione, já que os preços podem cair ou os custos dos participantes reduzindo assim a rentabilidade. barreiras podem ser inflacionados A partir daí a ameaça de entrada indústria depende do estudo das barreiras que o novo concorrente em ter. em uma existentes, em conjunto com a reação pode esperar de suas contrapartes já existentes. são altas, o recém chegado , pode esperar retaliação Se as acirrada dos concorrentes na defensiva. Deve-se portanto enxergar este tópico sob o prisma de um potencial entrante na indústria de saúde. Assim, o setor de medicina privada - representado por empresas de medicina de grupo, seguradoras, cooperativas médicas e planos de autogestão - movimentou em 1997 aproximadamente 2% do Produto Bruto, ou seja 16 Bilhões, por ano. Apesar destes números Interno o setor privado atende a apenas 26.3 % da população do país sendo o restante da população, num total de 115 milhões de pessoas ( 73.7 % ) , assistida pelo SUS. Porém as desproporções quantitativas saúde mostram que o atendimento hospitais, 372,5 mil leitos, hospitalares/ano e privadas da rede privada dá-se através 120 mil médicos e 4.16 milhões contra 6.9 mil hospitais, 565 mil leitos, milhões de internações numéricas entre as redes públicas 45 de 4.3 mil de internações 70 mil médicos e 15 hospitalares no SUS. (BORGES,1997) são decorrentes. da expansão de .Estas diferenças da rede de hospitais particulares , pertencentes às empresas de assistência médica e dos empresários que vendem serviços a elas. Este cenário é o pano de fundo das barreiras à entrada já que as previsões de crescimento credenciadas o setor antevêm uma alta competitividade em relação às redes de médicos e hospitais . Um adicional ainda maior de barreiras à entrada é o processo de movimento migratório de clientes de uma empresa para outra em busca de melhores preços As previsões de crescimento e serviços mais eficientes. do seguro saúde se baseiam no fato de que a medicina no país passa por um processo de privatização. Na prática, o Brasil está se adaptando a um modelo parecido com o dos E.U.A , onde a assistência médica privada é predominante. Este processo de privatização inicia-se com a Policlínica Central, que em 1956 inicia suas atividades saúde no ABC paulista. Sua preocupação dos funcionários e dependentes inicial era atender das multinacionais que à procuravam implantar este benefício. Neste mesmo período o Convênio INAMPS troca de vantagens hospitalares) tributárias, EMPRESA comprometia-se a prestar serviços médicos ( ambulatoriais a seus funcionários ( podendo abranger dependentes') em e/ou diretamente ou através da contratação de terceiros ( medicinas de grupo, etc. ). A partir deste período houve uma grande expansão da medicina privada( cooperativas médicas, seguros saúde, autogestões, medicinas de grupo, hospitais privados ), que se estendeu ao longo dos anos 70, devido principalmente ao convênio empresa, Desenvolvimento o Plano de Pronta Ação Social. (MEDICE ,1991) 46 e o Fundo devido de Apoio ao No entanto para o setor as estimativas para o final do século são de que com a exploração de novos segmentos não avaliados ( idosos e classes O e E ) , a receita da indústria possa passar para R$ 25,7 bilhões crescendo R$ 9 bilhões até o ano 2000. (UEHARA,1997) De acordo com o Ministério segmentava em relação da Saúde, em 1998 a população brasileira aos tipos de planos de saúde da seguinte se maneira (OESP ,1998) : Porcentagem da população por tipo de plano de saúde I participação I pacientes provedor rede , I 10 milhões 6.4% SUS 105 milhões 67.3% ; privada convênio 17.3 milhões 11.1% , cooperativa 10 autogestão 9 milhões 5.8 % seguro saúde 4.7 milhões 3.0% - sem acesso pública , o mercado ineficiências que diminuem respeito (KUTTNER,1998) a perspectiva I 6.4% milhões privado de medicina supletiva exibe I i diversidade estrutural, exibindo de produtividade do setor. A esse lembra o impasse em que ficou o sistema americano no início desta década, já que este havia aumentado seus custos durante os anos 70 e 80 devido à fragmentação da estrutura da indústria em milhares de planos de saúde cada um com o seu cronograma de devolução e seu ritual de concessão de tratamento; gerando por decorrência uma ineficiência econômica. As vendas do segmento de seguros saúde para empresas mostram as grandes ineficiências que relação desenvolvido pelo corretor de seguros junto às seguradoras independentes. ainda prevalecem em ao processo de vendas, Estes corretores intermediam o contato entre seguradora e consumidor, garantindo que .+7 ~! !: ~ a empresa cliente escolha o produto adequado às suas necessidades e administrando também o seguro saúde. Pelo seu trabalho o corretor recebe uma comissão que varia de seguradora para seguradora. No seguro saúde as condições de comercialização dos corretores se estendem de um agenciamento sobre a primeira fatura do seguro, acompanhada de 10 % de comissão vitalícia ~ I, i< ~' ! , mensal até o final do contrato. O diferencial de comissionamento procura ir de encontro aos interesses do corretor já que a negociação de venda de um seguro saúde transcorre num prazo de tempo longo. Assim, a seguradora que pretende ingressar no mercado de saúde terá como uma grande barreira à entrada o fato de que teriam de atuar junto aos corretores para ter acesso ao mercado, sem custos elevados de comercialização. A demora nas negociações junto as empresas se deve, na verdade, ao fato de que um seguro saúde possue um custo elevado acarretando um processo de decisão gerencial muito lento que deve levar à negociação de todos os pontos em consideração na tentativa de obter uma relação melhor de custo benefício. Atualmente, há 38 mil corretores autônomos cadastrados no país. De acordo coma FUNENSEG , responsável pela habilitação desses profissionais, há espaço hoje no mercado para o contingente alcançar 50 mil . O faturamento aproximado dos corretores no ano de 1995 foi de aproximadamente de R$ 2.9 Bilhões, número que demonstra a força da categoria no setor. (ERNST YOUNG,1996). A mesma tendência que acompanhou as seguradoras na tentativa de diversificar riscos também tomou conta dos corretores no sentido de permitir obter uma melhor rentabilidade, atuando com mais intensidade no ramo de saúde, já que este em pouco tempo será muito mais rentável. O seguro saúde tem proporcionado a oportunidade de uma abordagem diferencial,qu~ pode ser aproveitada pelas corretoras no intuito de atuarem como gestoras de risco via consultoria. Corretoras como Tudor & Marsh, Aon, Johnson & Higgins , Providence, Torres & Associados, Hewitt Associates, Prudence, têm 48 '" operado especificamente com o seguro saúde, responsabilizando-se não somente pela venda do seguro em si, mas também por outros processos que englobam reembolsos, . inclusão sinistralidade, e exclusão negociação de segurados de carências, , negociação implantações, de indíces palestras, de etc. O seguro saúde para este tipo de corretor na verdade passa a ser a porta de entrada para outros beneficios como seguro odontológico, seguro de vida, previdência privada, bônus, e pesquisa de mercado. No entanto a indústria de medicina supletiva encontra um cenário em que o número de associados aos planos de saúde e seguro saúde estagnaram imunes à concorrência seus preços farmacêuticos reais em 40 milhões. Por sua vez externa, contrariaram , ao mesmo tempo os serviços a tendência em que os médicos geral e aumentaram preços dos produtos eram liberados de décadas de controle. Os impactos destes fatores ocorrem na direção de um aumento no preço dos prêmios e sinistralidades das apólices vigentes. Os processos de fusão e aquisição tanto de seguradoras quanto de corretores de seguro, procuram ganhar economias de escala em marketing , processos de venda, pesquisa, formação de carteira; e tecnologia atuarial de risco. Na área de saúde as grandes fusões e aquisições ocorreram entre a AETNA e Sul América, a AIG e o UNIBANCO, Cygna e Exceli, Marítima e Bank America; e por parte dos corretores tivemos a AOUN e Alexander McFarlane, Tudor & Marsh e Johnson & Higgins, Cocroom Willis e York. o mercado brasileiro de saú2ie é descrito como tendo um potencial grande de crescimento, devido aos sequintes aspectos: (CONJUNTURA ECONÔMICA, 1998) • O seguro saúde é um bem superior, significando que as despesas com saúde tendem a crescer mais do que o incremento da renda per capita. • O crescente envelhecimento da população necessidade de investimentos em saúde. 49 brasileira leva a uma maior • . A população tem cada vez mais consciência dos problemas que hoje afetam a saúde no Brasil. • Os incentivos fiscais concedidos pelo governo às pessoas físicas e jurídicas, já que desde 1995 as primeiras podem deduzir da base de cálculo do imposto de r renda, sem limite de valor. As pessoas jurídicas podem deduzir integralmente como despesa operacional os valores destinados a planos de saúde para os funcionários da empresa. As restrições à participação de capitais estrangeiros nas seguradoras ( Resolução CNSP 14/86 ) foram derrogadas em 1996 por parecer da Advocacia Geral da União. O mercado de medicina privada cresceu aceleradamente já que entre 1987 e 1992, o número de usuários da medicina supletiva cresceu a uma taxa média anual de 7.4%, assim distribuida: seguro saúde, 26%; cooperativas médicas, 18%; autogestão e planos administrados 7%; medicina de grupo, 2.9%. No conjunto, em 1992, tais planos e seguros davam assistência a 32 milhões de pessoas. 1997, tal número subiu para 41 milhões, o que significou um crescimento Em médio anual de 6.4%. Desses 41 milhões, 75% eram atendidos por planos coletivos e o restante, por planos individuais. Estima-se que, em 1997, o sistema privado de saúde tenha receita total de R$ 19. 1 bilhões e despesa de R$ 15.2 bilhões. Nesse mesmo ano, o preço médio anual per capita de planos e seguros saúde teria sido de R$ 462,5 e o custo, de R$ 367.5. O setor empregou diretamente 137 mil e, indiretamente, 240 mil. " (CONJUNTURA ECONÔMICA,1998) O Relatório do Mercado Segurador (ERNST & YOUNG,1996), estabelece a evolução do número de associados aos planos de saúde, sendo que em 1975 eram. de dois milhões, passando em 1996 para trinta e oito milhões e no ano 2000 as estimativas são de que este número passe para cinquenta milhões. Sob o ponto de vista de portfólio de produto existe um crescimento cada vez maior . - do seguro saúde na carteira das seguradoras, pois em 1997 na carteira total de 50 seguros ele ocupou o segundo lugar em arrecadação de prêmios ( 22% do total) e apresentou a (CONJUNTURA Normalmente, maior taxa de crescimento em relação a 1996 (36%) ECONÕMICA,1998) as seguradoras diferenciadas ao custo da diferenciação, ou a sua ainda prestam atenção insuficiente sustentabilidade uma vez alcançada.' Estratégias de diferenciação de sucesso tem sua origem nas ações coordenadas de todas as partes de uma empresa, e não apenas do departamento de marketing. No caso das seçuradoras exemplo sistemas que atuam em saúde para empresas, de informática, relatórios estatísticos temos como , pesquisas atuariais, departamento de análise de sinistros, auditoria médica, centrais de atendimento, departamento de gerenciamento de redes credenciadas, etc. Para as seguradoras diferenciar-se os clientes, que operam com seguro saúde empresarial dos demais concorrentes oferecendo singularidades é necessário valiosas para além de oferecer preços baixos no seguro saúde. A diferenciação permite às seguradoras pedir um preço prêmio, que no caso do seguro saúde se visualiza na rede credenciada, coberturas, reembolsos no exterior, equipes de apoio às empresas, coberturas de acidentes de trabalho etc. 2.3.2 Variáveis de produtos de substituição A variável dos produtos que substituem o seguro saúde, deve ser observada contra o pano de fundo da regulamentação composição do setor de medicina de forças durante a regulamentação privada. A foi expressa pelos interesses conflitantes das seguradoras, das medicinas de grupo, das cooperativas médicas, planos . administrados e autogestões. As principais diferenças participantes foram referentes às coberturas não padronizadas, específica para o setor , áreas geográficas cobrança. As principais convergências entre os a uma legislação de rede credenciada e formas de se fizeram sentir na forma de contratar I 51 pagar o prestador de serviço, além da forma de reajustar. Havia necessidade de legislação que regulamentasse o setor pois esta não existia até então a não ser para os seguros saúde. Além disso era necessário uniformizar critérios para controlar a obediência à legislação, assim como uma exigência para a abertura do setor aos estrangeiros para proteger o consumidor. Com a nova legislação quatro entidades passarão a regulamentar o setor, sendo que o Conselho Nacional de Seguros Privados será responsável pela constituição, organização, funcionamento responsabilizará contratuais pelas condições e estatísticas, limites técnicos exercerá técnicas, contabilidade de garantias. consultivo atuarial, O Conselho através de membros instrumentos líquidos Nacional de cinco se mínimos, de Saúde Ministérios e de dezesseis entidades ligadas à saúde. Cabe ao Ministério da Saúde propor normas de procedimento e à SUSEP operadoras das empresas do setor. Também assim como quais os patrimônio e constituição um caráter representantes e fiscalização autorizar relativas à prestação de serviços pelas pedidos de funcionamento, mudanças em constituições societárias, fiscalização de atividades das operadoras e aplicação de penalidades, proceder liquidação de operadoras cassadas, além de promover a alienação de carteiras das operadoras. Quanto às vigências e prazos, houve uma medida provisória em 05 de Junho de 1998 e que se transformou em lei em Novembro com aplicação a partir de Janeiro de 1998, sendo que a adaptação das operadoras à nova lei ocorrerá em Dezembro de 1999, após a expedição das normas reguladoras pelo CNSP. Os contratos de medicina privada terão de se adaptar à nova legislação em um prazo de 15 meses, e a lei terá sua aplicabilidade em três situações a primeira quando toda e qualquer pessoa jurídica de direito privado, que ofereça planos de saúde mediante contraprestações pecuniárias com atendimento em serviços próprios ou de terceiros; a segunda quando qualquer pessoa jurídica constituída e regulada em conformidade com a legislação 52 específica para a atividade de comercialização de seguros e por último no caso de entidades ou empresas que mantém sistemas de assistência à saúde na modalidade de autogestão. Os principais referência pontos da 'nova legislação terão extensão na criação do plano que consiste na obrigação das operadoras possuírem um plano com' cobertura integral e internação de 365 dias, carência de 300 dias para parto, 180 para outros procedimentos e 2 anos para pré existências. As exclusões procedimentos medicamentos serão as referentes clínicos ou cirúrgicos importados, a tratamento clínico/cirúrgico com fins estéticos, medicamentos para experimental, inseminação tratamento artificial, domiciliar, prótese/órtese não ligados ao ato cirúrgico ( pode ser revisto ), procedimentos odontológicos salvo aqueles relativos à prevenção e manutenção básica da saúde, casos resultantes de cataclismos, guerras, etc. A legislação também prevê a criação de planos com cobertura parcial ambulatorial, hospitalar, obstétrica e odontológica. Tais planos devem ser formatados obedecendo coberturas de consultas médicas . em número limitado, exames ambulatoriais, internação hospitalar sem limite de prazo, UTI sem limitação de prazo, honorários médicos, serviços auxiliares diagnose e terapia, transfusões , .quimioterapia e radioterapia durante de a internação, remoção. Cor:nercialmente as carências do plano anterior serão contadas e a adaptação às novas regras ocorrerá em 15 meses É importante se 'ater a determinados pontos da legislação: • carência de 300 dias para parto • carência de 180 dias para outros 53 • carência de 2 anos para pré existência • reembolsos para atendimento de urgência / emergência fora da rede credenciada • atendimento de emergência, acidentes pessoais e complicações no processo gestacional têm carência de 24 horas • não pode haver limitação por idade • variação de preços em função da idade para maiores de 60 anos, só com autorização da SUSEP , inclusive para contratos anteriores a 05/06/98 • contratos devem conter todas as claúsulas que os regulam • saída de credenciados deve ser comunicada ao segurado com trinta dias de antecedência • não 'pode haver exclusividade do prestador de serviço com determinada operadora. • não havendo acomodação hospitalar no plano contratado o atendimento, fica garantido no nível superior • segurado com plano empresarial • pode ao desligar-se da empresa manter sua vinculação ao plano, desde que pague o preço que a empresa pague à operadora • período de permanência é igual a 1/3 de seu tempo como empregado com mínimo de seis e máximo de vinte e quatro meses. Situação se interrompe com a obtenção de novo emprego. • morte do titular permite permanência dos dependentes nos prazos previstos no item anterior. • no caso do aposentado deve haver um mínimo de dez anos para que ele continue no plano. Com. menos de dez anos ele pode continuar pelo período equivalente ao trabalhado. Não vale a clausula de remissão. Os principais impactos da lei verificar-se-ão produtos:' • Planos individuais 54 em três níveis, com relação aos · Maior incidência de modificações · Custo tende a aumentar · Transferência da carteira O valor dos prêmios aumentarão • Planos Empresariais · Prevêem grande parte das coberutras · Coberturas acrescidas podem afetar custo · Atendimento a desligados • Autogestão · Adequação à nova legislação · Custo dos serviços devem sofrer algum impacto · Sistema deve crescer · Alternativa à adequação Os principais impactos sobre as operadoras. serão os seguintes: • Seguradoras · Adequação dos produtos ao plano de referência não é dificuldade · Pagamentos ao SUS · Possibilidade de intervenção • Medicinas de Grupo · Enquadramento à nova legislação ·Constituição de reservas técnicas 55 · Pagamentos ao SUS · Possibilidade de intervenção · Submeter contas a Auditores Independentes · Inpedimento de falência! concordata · responsabilidade • ao gestor Autogestão · Podem constituir empresa · Adequação as novas regras .Isenção de algumas exigências ·Continua com as vantagens 2.3.2.1 Competidores com produtos substitutos A variação estrutural, cronologicamente atender, tem se mostrado muito diversificada nesta indústria, porém as empresas de " medicina de grupo" em princípio, aos trabalhadores montadoras' de automóveis surgiram em 1960 para do ABC, uma vez que as empresas procuravam propiciar atendimento médico com uma qualidade superior à apresentada pelo governo. Estas empresas na verdade incentivavam os médicos a formar as primeiras empresas de medicina de grupo. Hoje elas representam uma receita anual de 5 bilhões, cobrando preços anuais médios de R$ 306,00 e apresentam o menor custo médio anual do setor, R$ 229,50. (CONJUNTURA ECONÔMICA, 1998). Em 1998, é o setor que vem sofrendo a maior seguradoras, uma vez que a regulamentação concorrência por parte das do setor por parte do governo em Maio de 1998, as colocou sob a égide de uma fiscalização direta da SUSEP, e que por conta disto passam a ter que apresentar reservas técnicas para os planos vendidos além de necessitarem de expandir as coberturas e a necessidade de análises estatísticas de risco para a previsão de sinistros.As empresas vêem sua capacidade de estender benefícios aos funcionários 56 limitada pelas variáveis econômicas, que as obrigam a racionalizar gastos. A ABRAMGE congrega cerca de 260 grupos médicos dos quase 700 existentes no país hoje, prestando serviços a 17.5 milhões de usuários ( 42.2 % do mercado ).(UEHARA, 1998) Além disso, as mudanças que passaram a prevalecer em relação às coberturas ( com a exigência de coberturas mínimas) tornam o custo dos planos de saúde mais altos e o impacto sobre o preço causaria sua duplicação. A consequencia disto no curto prazo seria uma migração do segmento de segurados com menor renda para o SUS. As maiores críticas às medicinas de grupo vieram no entanto da ausência fiscalização de sobre suas atividades. Desde que surgiram no mercado brasileiro essas empresas ficaram à margem de regulamentações consumidores , sem ter a quem recorrer no e , em conseqüência, governo contra , os eventuais irregularidades. o retrato desta situação então vinha sob a forma de reclamações incessantes do usuário junto à Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor ( Procon ) de São Paulo com queixas referentes ao reajuste de preços, negação de fornecimento guias de internação ou exames, além de recusa de determinadas de coberturas. (CALAIS,1998) Já (TREVISAN,1997) alertava para a mesma situação em relação aos convênios médicos, onde estes eram alvo de 85.75% das reclamações. De janeiro a junho de 1998, 2947 pessoas se queixaram dos convênios, segundo maior alvo das reclamações junto ao Procon o Relatório do Mercado Segurador da Ernst & Young ( 1996 ) também destacava este aspecto negativo das assistências médicas onde os planos de saúde tem sua imagem prejudicada, principalmente devido à insatisfação dos consumidores. 57 Os planos e seguros de saúde privados ocupam o primeiro lugar no ranking reclamações do PROCON , em S.Paulo. Em 1996, foram 8.682 consultas reclamações sobre o assunto, de e 986 mas em 1997 só nos dois primeiros meses do ano o PROCON recebeu 1596 consultas e 559 reclamações sobre planos de saúde. Esses números representavam um crescimento de 48% das consultas em relação ao mesmo período de 1996. As reclamações aumentaram 1.430% em comparação ao primeiro bimestre de 1995. Para solucionar estes problemas um projeto que regulamentou o setor foi apresentado em 1991, não surtindo efeito. Dois anos depois pelas mãos do então senador Ivan Saraiva ( PMDB - GO ), atual Ministro do Tribunal de Contas da União veio o atual projeto, vem recebendo já aprovado em sua versão original no Senado, que novas versões até hoje. Ao todo foram anexados outros 19 projetos de lei. A discórdia em torno dos planos de saúde começou em fevereiro de 1994, quando o projeto do senador goiano seguiu para a Câmara dos Deputados Em tramitação pela Câmara , os projetos chegaram a passar pela mão de cinco relatores até chegar ao atual, Pinheiro Landim ( PMDB - CE ) . A Comissão Especial criada para tratar do assunto e encabeçada pelo presidente da Câmara dos Deputados Michel Temer ( PMDB - SP ) , surgiu na gestão de Luiz Eduardo Magalhães ( PFL - BA ) como presidente daquela Casa. Quando o projeto começou a gerar impasses, o Executivo, por determinação então presidente Itamar Franco, ameaçou enviar ao Congresso do seu próprio projeto, que jamais chegou à Câmara. Em Maio de 1998, finalmente o projeto foi votado gerando modificações extensas junto aos convênios, que foram obrigados a cobrir todos os possíveis eventos, mesmo os pré existentes, e pessoas mais de 60 anos . Estas mudanças no setor acarretarão competitiva no setor. Espera-se que numerosas manter frente aos riscos que terão de cobrir. 58 empresas com uma forte mudança não consigam se Diferentes das medicinas de grupo os seguros saúde estruturam os prêmios em bases atuariais, constituindo reservas técnicas e reembolsando as despesas médicas e hospitalares, visto que a doença e o evento médico é encarado como a ocorrência de sinistro. Este procedimento com relação ao risco é o que será exigido de todo o mercado. o controle das seguradoras é feito pela SUSEP , que fiscaliza e vela pela liquidez e solvência destas empresas. o público, em geral, não diferencia as empresas que operam seguros saúde das que oferecem planos sem o devido cálculo atuarial. Assim os planos da nova regulamentação do setor é o de homogeneizar estes procedimentos para todo o mercado. As seguradoras atenderam em 1997 5.3 milhões de usuários, apresentaram uma receita anual de R$ 4 bilhões, preço médio anual de R$ 755 e um custo médio anual de R$ 566. Hoje, de 40 seguradoras operam na área de saúde, supervisionadas ( Federação pela Fenaseg Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização, atendendo a 3% do mercado de saúde supletiva .. (BORGES, 1997) . Entre os anos de 1997 e 1998 no segmento seguradoras são, de acordo com os (CONJUNTURA de saúde as onze maiores ECONÔMICA, 1998): Variação da Participação de Mercado das Seguradoras 1997/1998 Sul América. ...................... 28.8 % Sul América ....................... 34.21 % Bradesco ........................... 28.1 % Bradesco ........................... 26,6% Golden Cross ..................... 16.5 % Golden Cross ..................... 13.39% 59 I Bamerindus 4.6 % Marítima. .4.6 % Porto Seguro Unibanco ltaú I : Bamerindus .4.7% Marítima .4.69 % 36% Porto Seguro .4.33% 2.6 % Unibanco 2.25% Itaú 1.79% Interamericana 1.62% Unimed 1.38% ····2.2 % Unimed 1.7 % i i Estas movimentações no ranking das seguradoras mostra estratégicos em mutação, estabilizado e também que com a nova regulamentação posicionamentos um sinal de que o setor ainda não se encontra ainda podem ocorrer entradas de novos concorrentes estrangeiros. As tecnologias trazidas por estes novos concorrentes são úteis no sentido de que trarão possibilidades de diminuição do custo do mercado de saúde privado hoje tão pressionado por custos crescentes. (BUENO,1997). Para aumentar exploraram hospitais, sua participação, seus diferenciais, as seguradoras atuantes na área de saúde operando mais com a livre escolha de médicos e colocado à disposição do paciente o profissional e a instituição desejar. Outro exemplo de diferenciação, vem da Bradesco Seguros que terá escritório responsável intervenções cirúrgicas pelo atendimento de. 1.8 milhões de segurados segurado. interessados um em realizar em 58 hospitais de primeira linha nos E.U.A e 23 nos países da Europa. (BARROSO,1998) companhia. de segurados que .0 serviço atenderá 25% a 30% do universo que tem planos do tipo Super Saúde com a O custo dependerá da abrangência da cobertura e da faixa etária do Se o plano escolhido pelo cliente der direito à consulta , o segurado poderá realizar também consultas médicas no exterior, com direito a reembolsos no Brasil. Os honorários médicos serão pagos através de reembolsos. (BARROSO ',1998) 60 Já a seguradora HSBC. Bamerindus e Cigna Seguradora estão lançando seguros saúde que cobrem grandes tratamentos como o neoplasias coronariana, cirurgia malignas, cirurgia cardiovascular maior, cardíacas, angioplastia neurocirurgias, substituiçào das juntas ortopédicas e transplante de órgãos como medula óssea, pulmão, coração o fígado, pâncreas e rins. O HSBC Preferred Health Care cobre tratamentos até US$ 2 milhões em 18 dos melhores hospitais dos E.U.A . Além disso oferece não só apoio médico como também durante o tratamento; passagens aéreas, hospedagem. operacional acompanhante e tudo mais o que for necessário é de responsabilidade da seguradora. (MAINENTI,1998) Tais diferenciações tem objetivos diferentes; o HSBC procura atingir um público composto por executivos de alta cúpula em empresas. Mercadologicamente é importante observar que os clientes de baixa renda são, ao mesmo tempo, um objetivo concomitante das seguradoras: em97 a Bradesco Seguros lançava o " Multi Saúde Bradesco Rede Preferencial ", um produto que terá preços 25% inferiores à linha tradicional. (ADACHI,1997).A sua vez apresenta semelhantes. o " Sul América Diferenciado Sul América por ". com reduções de preço Ambas as seguradoras conseguiram baixar seus custos através de .. redes credenciadas restritas e de custo inferior. Uma análise comparativa entre o que pode significar no mercado o avanço do seguro saúde é a situação atual nos E.U.A comparativamente ao nosso país. Outros competidores deste mercado são as cooperativas médicas, entre as quais a UNIMED ocupando a liderança, estas prescindem da figura do sócio majoritário ou controlador, divididos saúde) de modo que os resultados ( lucros) entre os cooperativados de suas operações ( médicos e outros profissionais da área de segundo suas contribuições ao esforço comum. As cooperativas atenderam a cerca de 10 milhões de pessoas em 1997, obtiveram 61 são médicas uma receita anual bruta de R$ 4.2 bilhões e operaram com preço médio anual de R$ 420 e custo médio anual de R$ 315. (CONJUNTURA ECONÔMICA,1998) Segundo dados da ABRASPE, autogestão, há 280 empresas no país usando planos de cobrindo 10 milhões de pessoas, ou 24% do mercado total, atrás apenas das empresas de medicina de grupo, com 670 operadoras e17.3 de usuários. (TREVISAN,1998). por 2.1 milhões complementares/mês, de milhões As autogestões no Brasil hoje são responsáveis consultas médicas/mês, 3.8 80 mil internações hospitalares/mês, milhões de exames 270 m-il credenciados e R$ 400 milhões/mês. (CIEFAS,1998). O prêmio anual per capita de um plano de autogestão esta em torno de R$ 480,00 e o custo médio mensal tem girado ao redor de R$ 598,00 , sendo que podemos considerar ainda a existência do custo administrativo destas operações. (CIEFAS,1998) As autogestões se limitam a grandes .empresas sejam estatais ou privadas sendo vários os exemplos destas, como: • CELPA - Centrais elétricas do Pará • CELPE - Centrais elétricas de Pernambuco • BACEN - Banco Central do Brasil • CESP - Centrais Elétricas de S.Paulo • FORO • BOSCH A última modalidade inclui os "planos administrados ". que como o próprio nome dá a entender gerenciam , a iniciativa tem origem entre os grandes empregadores, os planos de saúde, contratam médicos, fazem convênios que com hospitais etc. Em 1997, tais sociedades atendiam a 9 milhões de pessoas, com uma receita anual de R$ 5.7 bilhões, cobraram anualidades médias de R$ 633,60 e incorreram em custos médios anuais de R$ 570,24. Um exemplo recente de -62 uma empresa que se estruturou para uma autogestão como plano de saúde para seus funcionários, é a Bosch Freios que reduziu seus custos mensais entre 40% e 50% com o benefício dado .a seus funcionários, hoje em torno de 800 titulares e 3.500 vidas. A economia equivale a R$ 300 mil ao ano, sendo o custo per capita do plano mais barato em torno de R$ 18.60. (FERRERO,1997) No entanto com a nova legislação certas tendências devem ser consideradas: • As medicinas de ·grupo e cooperativas médicas grandes já estão procurando se tornarem seguradoras; as pequenas e médias terão dificuldades, na adequação dos planos e reservas técnicas • As autogestões dificuldades continuarão a ser um bom neqocio pois não haverá quanto a registros, os custos se manterão devidos as coberturas que já são amplas • A legislação, estrangeiras, • sendo mais clara, deverá facilitar a vinda de empresas causando uma estabilização de preços A médio prazo as assistências médicas médias e pequenas serão absorvidas pelas grandes; no longo prazo só as seguradoras permanecerão. 2.3.3 O poder dos fornecedores o fornecedor tradicional da indústria 'de saúde, e assim portanto do seguro saúde, são os hospitais, médicos, laboratórios, e clínicas especializadas, Dependendo do prestador tais fornecedores tem seus serviços estabelecidos Brasil, mas no caso de o segurado necessitar de serviços no exterior no existe estrutura de reembolso de coberturas quando do regresso deste. Hoje as desproporções de abrangência entre as redes públicas e privadas de saúde em matéria vêm decrescendo. A disponibilidade da rede privada dá-se através de 4.3 mil hospitais, 63 de serviços no atendimento 372,5 mil leitos, 120 mil médicos e 4.16 milhões de internações hospitalares/ano contra 6.9 mil hospitais. 565 mil leitos, 70 mil médicos e 15 milhões de internações hospitalares (BORGES,1997).lsto vem a acarretar na rede credenciada modificações no SUS até então impensadas, .junto aos hospitais, já que cada vez mais a privatização da medicina os torna dependentes de um público vinculado à seguradoras, convênios médicos. autogestões, planos administrados. Mesmo os hospitais assistências segurados começou públicos acomodações por convênios procurado inserir em seu portfólio que possam ser usadas para pacientes assistidos por convênios de que sejam e seguro saúde. O Hospital das Clínicas a atender pacientes representaram tem particulares. em 1996 Em 1998 menos de 1.5% do atendimento no Instituto Central ( que responde por 60% do movimento do HC ), mas geraram 10% do faturamento. A tendência predominante é a de diminuição do tempo de internação dos pacientes. Esse movimento está sendo impulsionado pelos convênios e seguros saúde que reembolsam os hospitais e querem pagar cada vez menos. Tal reação se baseia no aumento da rotatividade e na redução de custos, garantidas em parte pela adoção de novas tecnologias. Os médicos através da Tabela da AMB , reajustam seus honorários impacto nos preços pelo fato de que agem diretamente acarretando sobre as tabelas dos convênios e seguradoras, gerando um processo inflacionário no mercado. Os funcionários procuram hoje conseguir junto aos hospitais um sistema baseado em " pacotes" ao contrário de cobrirem por diária ou patologia; com isso tenta-se fechar pacotes medindo custos médios de seus serviços e cirurgias. tempo determinar-se-á seguindo métodos Com isto orçamentos mensais para cada fornecedor que procurará, atuariais, estabelecer uma média de gastos, que não .ultrapasse a média histórica. Esta pressão pode levar a distorções na qualidade de atendimento e requer a busca de um equilíbrio. O hospital enquanto fornecedor 64 caracteriza um mercado imperfeito, com distribuição de custo e benefícios muito eficientes. (ENTHOVEN,1989) chama esta ineficiência de "paradoxo privação ", ou seja , pessoas com coberturas do excesso e da altas de seguro recebem uma assistência que se torna cada vez mais dependente de tecnologias complexas, portanto mais caras, cujos gastos são levados pela parte empreendedora sistema. Outras, sem cobertura, recebem pouca assistência, e do quando a recebem. Isto tudo coloca um conflito aos hospitais como fornecedores, já que na ânsia de barrar a síndrome de elevação de custos que ocorre na indústria de seguro saúde, as seguradoras das seguradoras, pessoas procura-se ao limitar o aumento de custos em tratamento auditorias O procurarão reduzir seus custos com os mesmos. Assim na visão ( pré existência ), ou submetendo evitando segurar o corpo médico para controlar custos. paradoxo do mercado de saúde, é que quanto mais submetido formas a privadas distanciando-se de regulação, mais a soberania do consumidor este for às se reduz, do modelo de m,ercado. As variáveis que levam a esta situação seriam: 1. Os diagnósticos e procedimentos médicos são obscuros para o leigo ( o .próprio paciente ). 2. A conta não é paga pelo paciente, mas pela seguradora. 3. O médico/ hospital esta dos dois lados da transação: em parte cria sua própria demanda 4. Graças ao seguro não há relação de poder de compra para o consumidor 5. A política tributária estimula a procura de seguro saúde via descontos no Imposto, ocorrendo isso para o empregados ou segurado pessoa física. 6. Muitos segurados mesmo descontentes, plano de saúde pelo vínculo empregatício. 65 permanecem "aprisionados "a seu 2.3.4 Variáveis de poder dos compradores empresariais o seguro saúde grupal ou ernpresariel insere-se num contexto diferente do contexto do seguro saúde pessoa física. As empresas situam o seguro saúde dentro de um portfólio de outros produtos que no seu conjunto formam a política de benefícios das empresas. Para observar companhias, principalmente a importância (GRIFFES,1998) com que a política de benefícios expõe de que os benefícios é levada nas dos funcionários os planos de saúde) são essenciais nas relações trabalhistas, básicas que os sindicatos parte de um portfólio prescrevem negociações. ( tão Portanto o seguro saúde faz mais abrangente de benefícios como previdência privada, seguro odontológico, seguro de vida, política de bônus. Tendências mais recentes do mercado de trabalho ( reengenharia, downsizing, trabalho part - time etc. ) tem influenciado os benefícios, entre ele$ o de saúde. (KUTTNER,1998) segue seu raciocínio no intuito de abordar pontos econômicos de abordagem de mercado, que podemos considerar não tão válidos em um país tão carente de estruturas confiáveis de saúde como é o Brasil: •• Na verdade, Enthoven baseou-se em uma norma extramercado - a prática de a empresa fornecer funcionários informação seguro uma boa cobertura de seguro saúde para seus - para compensar outro aspecto do fracasso do mercado - a imperfeita e a falta de poder de barganha do consumidor saúde. No entanto, à medida que o mercado de trabalho tornando mais volátil, passou a ser cada vez mais implausivel que a empresa funcionasse do foi se confiar em como. sucedâneo do empregado na aquisição de serviços de saúde de acordo com os melhores interesses do consumidor; 66 " Porém a maioria dos executivos da área de recursos humanos ainda insere o seguro saúde como um benefício imprescindível ao corpo de funcionários. Um retrato desta situação é descrito pela Gazeta Mercantil ( 1998 ), quando coloca que em 1995 , em uma amostra de 170 empresas todas ofereciam assistência médica a seus funcionários, sendo pagos 90% a 100% das mensalidades pela empresa. (CHECCHIA,1996) este benefício corrobora esta constatação ao descrever a frequencia com que aparece nas organizações.As escolhas em relação aos tipos de produto existentes hoje na medicina privada por parte das empresas seguem uma relação proporcional ao seu crescimento. Assim. empresas pequeno pequenas quase sempre optam por assistências porte ou cooperativas médicas ( UNIMED ) regionalizadas, médicas de como por exemplo Samp, Nipomed, SL Saúde, Sermed, etc.A escolha por tais empresas decorre do fator custo, com enfoque em uma rede credenciada de baixo custo. com ausência de livre escolha e às vezes com a ausência de coberturas básicas como cirurgias cardiovasculares, e outras. À medida que o grupo econômico se torna grande e complexo, e à medida que a organização passa a adotar políticas claras de benefício, a escolha pela medicina supletiva se torna cada vez mais complexa e as negociações mais extensas e complicadas. Em empresas de médio porte assistências médicas de grande porte como AMIL, Golden Cross e outros passam a fazer parte da escolha principalmente por serem empresas com rede credenciada diferenciadas. Estas assistências menos regionalizada e coberturas melhor chegam a concorrer com grandes seguradoras como Sul América e Bradesco Saúde, que disputam de igual para igualo aspecto dos custos. Cada vez mais existe uma opção das grandes empresas por estas seguradoras pelo fato de que a sua utilização é facilitada pelo uso de carteirinha 67 na rede credenciada ( carteiras de P.V.C com a denominação do plano, registro do segurado, validade e que é aceita na entrada de hospitais sem quaisquer outros procedimentos burocráticos ), ao contrário das guias de internação ( procedimento de assistências médicas, que permitem a internação do segurado em hospitais mediante autorização prévia da medicina de grupo ). Um patamar acima, aonde se posicionam grandes grupos econômicos de caráter nacional ou internacional, escolha nestes casos autogestões e planos administrados predominam. A se refere ao baixo custo do risco, que torna viável à empresa gerenciar o benefício de seus próprios funcionários e dependentes Não se pode afirmar que a presença destes tipos de medicina privada seguem esta lógica sempre, mas em geral é o que se constata no mercado. As negociações são também linha mestra da 'negociação mais complexas do que o exposto acima mas a seguirá o padrão de o rnelhor custo pelo melhor benefício, ao contrário das pessoas físicas cujos planos mais formatados e espaço de negociação muito restrito não permitem muita margem de manobra. Há pouco tempo atrás, isto ainda não era norma. Era comum ver empresas cuja diretoria tinha planos livre escolha com custos altos como a OMINT Assistencial, às vezes com custo de R$ 2.500,00 por grupo familiar. o mercado de seguro saúde empresarial dimensionem com exatidão a variável hoje é regido custo, tanto por avaliações' que do ponto de vista das seguradoras quanto das empresas. Os aumentos médicos crescentes dos custos dos hospitais, laboratórios e honorários tem preocupado as empresas. Hoje a média de gastos com benefícios de saúde chegam a 7,93% da folha de pagamento nominal ( apenas salários fixos ), e a forma como ocorrem as negociações deve sofrer uma mudança. As soluções de negociação quase sempre tem implicado em uma contribuição por 68 parte do funcionário. A Sul América por exemplo procura adotar no Brasil o Managed Care a ser implantado nas empresas que fazem parte de seu seguro saúde no intuito de diminuir estes custos. o sistema de co-pagamento vem dentro destas propostas, seguindo a linha de que o usuário pagará um pouco pelos procedimentos que utiliza. A AGF Brasil Seguros S.A, informava que em 1996, a negociação com clientes de seu plano de saúde embutia taxas de reajuste da ordem de 25% .Em 1997 baixou para 10% , enquanto o IGP- M. índice da Fundação Getúlio Vargas ( FGV ) para a inflação nacional, durante este ano acumulou 6.75% . (TREVISAN,1997). ponto presente em negociações mecanismo de funcionamento seria uma franquia Outro para exames , porém seu obedece à uma relação inversamente proporcional à mensalidade. A forma de pagamento de hospitais e laboratórios também tende a mudar, já que se prevê o estabelecimento de um cálculo atuarial para definir o orçamento para os fornecedores da rede credenciada mensalmente. Se os gastos num determinado período ficarem estáveis, para cima ou para baixo, o lucro ou prejuízo fica com o hospital ou laboratório. divididos com base em índices previamente acordados. Fora destes níveis, são Outros pontos como o clínico geral ( gatekeeper ) tentarão modificar uma situação caracterizada por um número grande de eventos relacionados a exames e consultas de médicos que desconhecem o paciente. Procurar. formas de minorar o aumento de custos médicos no curto prazo segue idéias, que favoreçam essa perspectiva como por exemplo projetos de prevenção de fumo, .qualidade de vida, acesso a spas, academias e de ginástica . No entanto, é constatado no mercado que as próprias empresas não conseguem dimensionar com exatidão quais os planos adequados para seu corpo de funcionários em custo e qualidade. Empresas economizar que fornecem assistência médica a seus funcionários poderiam 24% se escolhessem melhor os planos de saúde. Essa constatação 69 foi feita durante os últimos doze meses junto a 53 multinacionais que tem negócio no Brasil. Essas empresas poderiam economizar R$ 58 milhões se mudasse de plano. O custo médio dos planos é menor para as empresas paulistas, devido ao maior volume de planos básicos. 710,00 por usuário, metropolitana por ano, As empresas cariocas pagam na média, R$ enquanto os paulistas pagam R$ 600,00. No interior paulista, da capital e região o custo cai a R$ 470,00. No Brasil há uma variedades de planos fornecidos para empresas, muita diferença de preço e de qualidade oferecidos aos entre os produtos e um grande espaço entre os planos funcionários menos graduados e aqueles executivos. O custo médio por ano por usuário, em 1996 foi de planos básicos, R$ 700,00 para especiais e R$ 1.200,00 disponíveis c para R$ 400,00 para para executivos. (TREVISAN,1997) As 53 empresas gastavam cerca de R$ 300 milhões por ano com saúde, somando 582 mil usuários ( empregados e família) com uma média de cinco a seis planos por empresa. Ao todo 52% dos usuários da amostra têm planos especiais, 45% básicos e apenas 3% dispõem das facilidades do executivo. (TREVISAN,1997) Observa-se que o processo de adoção do produto se reveste de características complexas devido ao fato de todo processo de venda passar pela área de recursos humanos, através do gerente de recursos humanos, assistentes sociais e chefes de departamento pessoal. Na atual conjuntura econômica, o interesse das empresas é diminuir custos. Os planos de benefícios são vistos corno custos, e a pressão por uma maximização dos recursos é muito forte. Na verdade o seguro saúde conseguiu aumentar vantagem saúde competitiva tenha a de seu comprador, muito. embora nem sempre o seguro um preço baixo e certos aspectos favorecem esta vantagem (PORTER,1990). 70 do comprador industrial 2.3.4.1 A cadeia de valor das seguradoras e das empresas No caso do seguro saúde existe o impacto da cadeia de valores deste sobre a cadeia de valores das empresas, não só de maneira direta , mas de maneira indireta. O benefício é importante para que haja tranquilidade para com seus dependentes O valor criado pela seguradora dos funcionários à em relação empresa compradora é visto através de vários elos, entre a cadeia de valores da empresa e da seguradora. As ligações entre a seguradora e a cadeia de valores da empresa compradora: seriam relevantes para o valor no que se refere a como o seguro é usado. (pORTER, 1990) aborda esta questão quando afirma: . ti Mesmo o produto projetado com todo o cuidado pode ter um desempenho insatisfatório se um comprador não compreende como instalá-lo, operá-lo ou mantê-lo, ou se ele for usado para um fim para o qual não foi planejado" Nota-se que a diferenciação das seguradoras junto às empresas compradoras é mais complexa e abrangente do que aparenta ser, pois várias atividades de valor do comprador representam oportunidades de diferenciação para a seguradora. Fatores como os abaixo colocados são considerados como uma diferenciação na cadeia de valor da empresa compradora já que reduzem o custo de atividades da mesma: • Reduções de custo de entrega no caso de reembolsos, já que o serviço de expedição da seguradora prevê a entrega e recebimento de cheques. • Redução de fraudes contra a empresa por parte de funcionários e médicos, e que acabariam por onerar a apólice. Tal controle é feito por auditoria médica, em casos de sinistros duvidosos. 71 • Através de premiação na renovação da apólice via aumento coberturas ( consultas por exemplo ), ou desconto na fatura, de algumas é possível reduzir o índice de consumo do produto, evitando assim uma sinistralidade alta da apólice. • É possível também reduzir o custo da empresa compradora em outras atividades de valor, como no caso de empresas que tenham estrutura interna de reembolso de consultas e exames. Isto se deve ao fato de o próprio seguro saúde oferecer coberturas que eliminam a existências destas estruturas, compostas em geral por pessoal de recursos humanos, e de expedição ligados ao reembolso das consultas e exames de seus funcionários. • A claúsula de super plano que poderíamos chamar de "seguro do seguro", permite reduzir o risco do produto, pois como foi dito, ao cobrir com uma franquia de 30% o excedente de coberturas básicas e partos, é reduzido o custo esperado de risco da empresa compradora. 2.3.4.2 Percepção do valor pela empresa compradora o segmento devido de produtos a uma de saúde empresariais dificuldade empresa compradora hoje é de difícil abordagem, para avaliar seu consumo com antecipação. existem grandes dúvidas sobre em relação à assistência Para a o que se deveria comprar, médica ou seguro saúde. A maior parte deste universo apenas julga o aspecto custo. Coberturas, rede credenciada, tempo de demora do reembolso, que são impactos mais diretos e outros impactos mais indiretos que também afetam a empresa compradora de maneira mais explícita ou implícita são pouco considerados.. determinação favorável, A percepção real da empresa compradora influencia a do nível de diferenciação. Procurar tornar esta mesma percepção . . é a base do segmento de produtos de saúde destinados às empresas. 72 Nota-se a importância dada à listas de referência de empresas que já possuem o produto, catálogos explicativos, prospectos da matriz, aspectos à relativos aparência e postura do corretor ( inclusive curriculum vitae deste ), vídeo da seguradora, etc. Os sinais de valor ( fatores utilizados pelo comprador para inferir o valor criado) no seguro saúde são importantes; se não respeitados inviabilizam a diferenciação. Pelas próprias características do público abordado ( funcionários) , aspectos referentes à pontualidade, vestimentas, maneira de falar, segurança nas respostas, retorno rápido de solicitações de informações ou problemas, são na verdade os sinais de valor que impactam a empresa compradora. Os sinais de valor na seguradora hoje, são tão importantes quanto o valor real na determinação da diferenciação do seguro saúde. 2.3.4.3 Critérios de compra da empresa compradora Analisando os dois tipos de critério de compra da empresa, é possível levantar alguns pontos como custos menores disponíveis para uma avaliação reembolso de consultas, em da apólice carência, à concorrência, relação , nével de cobertura, cobertura de eventos dados tempo de preexistentes, informações de diárias e custos de hospitais, forca de vendas ( corretores ), rede credenciada de bom nível, livre escolha, existência de carteira de identificação, reajustes de acordo com a utilização. Os critérios compradoras. de uso do produto são em geral, bem aceitos pelas empresas Quando bem divulgados costumam criar valor para estas. 2.3.4.4 Critérios de compra do corretor - comprador Na compra de seguros saúde para pessoas jurídicas, caráter diferenciado e influencia é um comprador,e a figura do corretor tem um a negociação. O corretor nestes casos também as seguradoras devem encarar esta constatação 73 como um desafio, já que existe a importância de tê-lo para divulgar e até mesmo criar singularidades em nível de critérios de sinalização e de uso. Assim como para a empresa, o processo de compra dos corretores é regido também por critérios de uso e sinalização: Critérios de uso • pagamentos de comissões • produtos que assegurem ao corretor boa imagem, frente à empresa a que este apresentou o produto • livre acesso em todos os níveis hierárquicos da sequraoora. quando da ocorrência de problemas a serem solucionados • material de apoio ( catálogos, propagandas inseridas em revistas, etc. ) • prêmios de incentivo • pagamento sem atraso das comissões • adiantamento de comissões em caso de necessidade • a indicação da seguradora para clientes novos • rapidez nas respostas de cotação Critérios de Sinalização principalmente à imagem de solidez financeira da seguradora • referem-se, • instalações da seguradora • receptividade ao próprio corretor I I através do pessoal que emite cheques de pagamentos de comissões, etc. • confiança pelos executivos da seguradora 74 2.3.5 Intensidade da competição e risco No segmento de seguro diversificação pois desta forma podem aproveitar com as diferenciações diferenciação saúde empresarial , as seguradoras buscam as oportunidades maior que surgem junto às empresas compradoras. O mesmo mecanismo de também tem ocorrido para aproveitar os relacionamentos com os corretores, como um canal de venda valioso e barato. O grande desafio das seguradoras no entanto é que na medida em que estas competem entre si via diferenciação ou diminuição da margem de lucro a intensidade do risco no seguro saúde aumenta. Em períodos de alta sinistralidade, a concentração em um ramo não permite às seguradoras balancearem suas reservas . . Tal fato é observado com evidência junto às seguradoras que concentram suas atividades em ramos que não o segmento de saúde, como seguro de automóveis, vida, patrimonial, e outros. A diversificação em direção ao seguro saúde possibilita um aumento na arrecadação de prêmios, além de um melhor aproveitamento oportunidades de mercado, viabilizando a pulverização de riscos. Quase todas as grandes seguradoras que ingressaram no seguro saúde como à Porto Seguro, Marítima, AIG, AGF,Bradesco, procuraram neste segmento encontravam Sul América, Generalli, Cygna, CHUBB e outras uma saída estratégica para as margens baixas que em outros tipos de seçuro. Estrategicamente, processos de flanqueamento concorrentes das oferecendo foi uma saída para que ocorriam em diversas empresas que possuiam o seguro saúde como benefício, gerando assim uma ameaça nas linhas de produtos existentes. o seguro saúde não é um seguro simples, seu ambiente competitivo é complexo e difícil, e uma seguradora mal preparada por maior que seja seu porte pode ter problemas sérios ao se expor nesse segmento de mercado. Não foram raras-as seguradoras que tiveram a sua imagem 75 institucional prejudicada por desenvolverem um seguro saúde inadequado a perda Cygna ao cliente pessoa jurídica, gerando de outros seguros que existiam na empresa. Exemplos não faltam: que perdeu dimensionamento desaparecer produto, conseguiu uma de risco, frente carteira de cem mil vidas devido a um a mau a CHUBB que viu sua carteira de sessenta mil vidas a agressividade ou a Itaú Seguradora, de seguradoras mais diferenciadas em que dimensionando mal um produto, não permanecer no mercado em nenhuma das três vezes em que tentou ingressar nele. É importante que a seguradora ingresse nesse mercado detendo expertise. Ela deve estudar as características do segmento, observando o perfil das empresas potenciais como clientes e os fatores de sucesso para atuar. O mercado do seguro saúde tende a ficar mais concentrado em grandes grupos seguradores devido às grandes fusões e aquisições; além disso com a nova regulamentação necessidade de enquadramento e com a das empresas às normas da Susep isto tende a se intensificar mais. Hoje em dia há uma queda na relação entre despesas de comercialização prêmios ganhos, refletindo uma racionalização dos custos nas seguradoras. e Nas atuais condições de mercado no seguro saúde, os altos custos de comercialização foram apontados como um dos empecilhos para o sucesso das seguradoras. A margem de comissão dos corretores tem caído durante os últimos dois anos , ·de um total de 10% do prêmio total para algo em torno de 7% em apólices médias, e 5% a 3% em apólices grandes. Para as seguradoras que atuam em saúde, o maior problema advém do paradoxo de ter de diferenciar em coberturas e atendimento, ao mesmo tempo que se procuram deter o avanço no risco. O verdadeiro desafio a todos os .players deste mercado reside aí, todos eles estão à procura de conseguir este equilíbrio entre risco e diferenciação. dimensionar Observa-se que seguradoras os riscos inferidos. 76 tem tido mais sucesso em CAPíTULO 111Vantagem Competitiva e Planejamento Estratégico Entender o conceito de vantagem competitiva e diferenciação, atual do contexto empresas. competitivo Assim, dos negócios, a vantagem empresa são compreendidas caráter diferenciado competitiva implica na análise e sua projeção estratégica e a diferenciação nas em qualquer como a capacidade de agregar valor, ampliando do relacionamento junto ao ambiente em que opera. o (KAY, 1996). Todavia a busca deste caráter diferenciado, torna-se de difícil aplicação em um ambiente regido pelas variáveis de globalização e tecnologias de informação ( SHEPARD, 1997). que se caracterizam eo mesmo tempo como a chave para a compreensão da vantagem competitiva e da diferenciação ( LEVITI,1991 A intensidade e a aceleração da competição trazem a constatação ). de que os esquemas existentes de estratégias genéricas visando a criação e sustentação da vantagem competitiva e de diferenciações, como o de ( PORTER ,1985) satisfatórios, porém nem sempre têm gerado a adequada atuais mercados. Para que isso ocorra é necessário têm sido compreensão dos levantar a evolução do pensamento estratégico através do tempo na intenção de focalizar o conceito do que seria a vantagem competitiva em várias épocas até a sua atual configuração. o planejamento fundamentos, estratégico iniciou-se emprestando das teorias militares seus no intuito de controlar o futuro, via previsões e metas. O desfecho dessa abordagem foi que a partir da década de 80, com a mudança dos contextos competitivos estratégico. houve uma erosão (MINTZBERG,1987). constante do prestígio Pensar estrategicamente ambiente de incerteza caracterizado do planejamento implicava limitar um por um aumento no risco. A definição da incerteza, então em. termos econômicos e estratégicos, tornou-se a base para os primeiros conceitos de vantagem competitiva e a diferenciação. o planejamento estratégico de negócios não existiria em um mundo certo, sem riscos; nem haveria a necessidade de construção de vantagens competitivas 77 e diferenciações. Frente a esta observação, podemos vincular o termo" estratégia" e o seu siqnificado como um direcionamento para a busca do completo sentido do termo vantagem competitiva e por conseqüência da diferenciação. Os primeiros corporativo, processos sintetizando de formulação estratégica que a empresa visavam multidivisional o planejamento dos anos 60 e 70 foi suscetível à afirmação de que a previsão do futuro e seu controle , estavam nas mãos da administração, visavam uma. vez que as primeiras o planejamento formulações corporativo(pORTER,1985). estratégicas Anteriormente Frederick Taylor e Alfred Sloan já desenvolviam organicamente a empresa nas funções para atingir o planejamento. profissionais O primeiro dava a senha para uma nova classe de do planejamento estratégico quando dividia o desempenho de uma tarefa de sua coordenação, o segundo desenvolvia na General Motors um sistema baseado em gerentes responsáveis pela. estratégia futura da organização ( de planejamento se originam do processo MINTZBERG,1987). A formalização orçamentário, destes procedimentos que apenas extrapolava ao futuro as experiências BRANDENBURG,1962) . A vantagem sempre ao futuro, e traduz exigências sentido ( HOFER,1983 competitiva destes da empresa ( modelos se refere ligadas aos insumos corporativos. ) afirma que a vantagem destes modelos era Neste procurar interagir com o ambiente, atingindo as metas chave da empresa Com o aumento da volatilidade e da incerteza desde os anos 70, notou-se que planejamento não é estratégia. Ficou claro que descrever o futuro não significava fazê-lo acontecer, e planejar passou a ser motivo de descrédito uma vez que não levava a vantagens competitivas tangíveis. Constatações claras dessa fase são os artigos de (BROWN,1969) , (ANSOFF,1965), e (ARMSTRONG,1982) que mostram um fundo de descrença no planejamento com vistas ao desenvolvimento futuro e como vantagem competitiva. 78 A projeção vai dando lugar ao planejamento de cenários, onde forma-se uma base para escolhas estratégicas e por conseguinte para uma quantidade de resultados possíveis A estruturação de um planejamento de cenários especula sobre visões diversificadas do futuro do negócio inserido no contexto mundial ou nacional. Sua se refere à organização do pensamento sobre o ambiente de maior contribuição negócios e formulação e sua maior ambição era projetar o negócio no tempo e avaliar como o futuro poderia ser influenciado por desenvolvimentos descrever alternativas estratégicas internos e externos. A vantagem competitiva um conjunto permitindo de mais complexo que a livre especulação passava a ser de interações e feedbacks simulados, sobre cenários fosse combinada com a precisão de resultados vinculados ao plano corporativo. Estes modelos limitavam-se a montar dados analisando-os como o centro para as decisões estratégicas, essencialmente porém tornou-se sistemas de gerenciamento avaliações em vez de representações claro que os mesmos eram de informações e de realização de de contextos reais. (MINTZBERG,1973) alertava sobre sua incapacidade de funcionar para decisões operacionais diárias. Na década de 70 tal abordagem autocrática e fundamentada em modelos ou matrizes já era um padrão adotado ·por quase todas as empresas diversificadas, em função de um ambiente que começava a mostrar sinais de crescimento escassez de capital, inflação ascendente descontinuidades, A ênfase minimizando do planejamento lento, e um aumento cada vez maior nas suas potenciais vantagens competitivas. estratégico e consequentemente do conceito de vantagem competitiva, a partir de então passou a ser a de separar os negócios prósperos daqueles que só drenavam dinheiro e compatibilizar competitivas fortes com vantagens competitivas mais sustentáveis. as posições A ferramenta para orientar essas opções era uma matriz de investimentos , que apresentava todos os negócios competitiva. em termos da sua atratividade de mercado e posição Dependendo de onde um negócio estava posicionado, havia opções estratégicas definidas a serem consideradas. 79 Com isso as estruturas de muitas empresas em meados da década de 1970, foram modificadas. Para fins de formulação de estratégias, foram definidas unidades estratégicas de negócios ( UENs ) que podiam ou não corresponder às fronteiras existentes entre divisões de produto. As UENs tinham como principal vantagem competitiva, uma promessa de certeza e controle facilitando o processo de formulação estratégica e medida dos seus resultados. unidades descentralizadas (BUZZELL ,1991). Estas de negócios, podiam ser tratadas como independentes umas das outras, gerando a vantagem de poderem se adaptar a um contexto de diversificação, se aproveitando assim de um posicionamento estratégico parecido com um portfólio de ações. Assim uma empresa multidivisional que não adotasse a estratégia de portfólio seria vista como um conjunto de unidades de negócios sem uma estratégia (HENDERSON,1982 o planejamento global e portanto não superior à soma de suas partes. ) de portfólio, tem um argumento lógico: o fundamento' de seu estudo é que o investidor precisa se interessar pelo risco, além de pelo retorno. consequência A chave de toda esta teoria, passa a ser decisiva para o planejamento estratégico na medida em que alia a vantagem competitiva do portfólio como um mecanismo de diminuição investimentos, o de riscos e incertezas através da diversificação de e as influências da variação do retorno. ( MARKOWITZ, 1952 ) comportamento de um sistema que consiste em apenas poucas peças com forte interação será imprevisível . Com tal sistema pode-se fazer uma fortuna ou perder tudo em uma só aposta grande. Já em uma carteira diversificada, alguns ativos aumentarão de preço mesmo quando outros se desvalorizarem; no mínimo, as taxas de retorno entre os ativos diferirão. O uso da diversificação para reduzir a volatilidade vai ao encontro da preferência naturalmente avessa ao risco de todos por resultados certos, em vez de incertos. ( BERSNTEIN,1997) 80 : Várias seriam as vantagens teoria financeira do portfólio competitivas decorrentes retorno e risco, os dois componentes recomendando-se do modelo financeiro decisões por novos produtos.(URBAN,1980 no que a deveria ser usada como um guia para investimentos em novos produtos ou negócios. (WI NO, 1974), ou (GRANT,1979) argumentando-se o uso de de portfólio, nas ) colocava que a análise de portfólio financeiro deveria ser incluída planejamento planejamento corporativo conjuntamente com outros modelos como o de negócios e matrizes de produto. Assim, a extensão da interação desta ferramenta analítica no planejamento estratégico passaria a partir de então a ser empírica (CARDOZO,1983 A adaptação negócio ) das empresas às matrizes de portfólio de produtos e unidades de foi perfeita, Acreditava-se e as empresas revelaram níveis de adoção altíssimos que estas matrizes trariam grandes vantagens competitivas vez aplicadas adequadamente, houve críticas. (HALL,1978) maximizariam e uma o retorno do capital. No entanto criticava a recomendação à adoção de unidades de negócio em mercados fracos visando um máximo de cash flow e desincentivando o crescimento aconselhava destas através de maiores investimentos. cautela no seu uso concomitante com outras técnicas para analisar indústrias e competidores, pelo autor além disso vários outros argumentos foram focalizados como a sua inutilidade no gerenciamento desenvolvimento desgerenciamento planejamento (HAMERMESH,1979) do crescimento interno e de negócios, sua pouca aderência às metas institucionais de negócios maduros. (HAMERMESH,1986) ,e o combatia o por portfólio quando colocava que seu uso, por toda uma empresa poderia levar a constantes limitações no negócio base da companhia. Outro conceito oriundo desta época do planejamento estratégico, o ciclo de vida do produto, projetava a evolução dos negócios através do tempo. trazia para o planejamento diminuir os atrativos estratégico a vantagem competitiva básicos de uma indústria 81 O ciclo de vida de aumentar ou como uma oportunidade de investimento. Seu objetivo chave é entender o processo de evolução da indústria e ser 'capaz de predizer as mudanças, porque o custo de reagir estrategicamente aumenta, quando a necessidade de mudança se torna mais óbvia e a vantagem competitiva da melhor estratégia é maior para a primeira empresa a selecioná-Ia. À medida que a indústria vai atravessando seu ciclo de vida , a natureza da concorrência se modifica. As principais críticas ao modelo de ciclo de vida do produto podem vir de vários fatores. O principal deles se refere à duração dos estágios, que variavam de indústria para indústria, reduzindo assim a utilidade do conceito como instrumento de planejamento. Ao mesmo estender tempo, a inovação do produto ou seu reposicionamento o ciclo de vida abrindo espaço para o verdadeiro mesmo prevendo a evolução da indústria e descrevendo que invariavelmente por muitos podiam problema com o um padrão de evolução ocorreria. Assim visto que a evolução real da indústria segue caminhos diferentes, o padrão do ciclo de vida nem sempre se manterá, mesmo que este seja um padrão comum. Nada no conceito nos permite predizer quando ele irá manter-se ou não. (pORTER, 1979 ) Tanto as matrizes vantagem de portfólio quanto o ciclo de vida do produto competitiva de permitir que os executivos pudessem negócios de acordo com características inerentes de participação de mercado introdução, . O objetivo crescimento, primordial seria antever cenários traziam a categorizar e crescimento estratégicos de maturidade e declínio. A vantagem competitiva que esta estruturação de quadros conceituais traria às empresas que a adotasse seria a comparação de unidades de neçócios assim antevisões economia focalizar de tendências ou produtos de mercado em portfólios e demanda. organizando A expansão mundial das décadas de 60 e 70 levava o planejamento estratégico os alvos que os interessavam dentro desta perspectiva competitiva, ou seja o mercado .e o ambiente macroeconômico, da a de vantagem o portfólio de produtos e o ciclo de vida do produto. Era uma época que obscurecia o papel de 82 concorrentes conjuntamente com as estruturas competitivas de cada mercado,e as estratégias de diferenciação. Com o acirramento da concorrência no início dos anos oitenta, (ROTHSCHILD ,1981) traria um componente novo no horizonte das análises ambientais - a concorrência. (PORTER, 1980) tornaria a visão da vantagem competitiva mais diretamente ligada às forças competitivas estudos do meio ambiente. Posteriormente de concorrência vão se aprofundando moldes das estratégias de diferenciação valor", procuraria identificar fatores 4 à medida que seus começa-se a estabelecer os onde a construção de uma cadeia de no processo de produção nos quais a empresa poderia ter sucesso, ou fracassar, ao agregar valor à produção. Para o autor , o aspecto principal do meio ambiente da empresa é a indústria ou as indústrias em que competitivas futuras. ela compete, por gerar Tais. vantagens teriam na estrutura influência na determinação potencialmente o que terminaria as vantagens industrial uma forte das regras competitivas, assim como das estratégias disponíveis. A diferença existente entre as vantagens competitivas que o tipo de planejamento estratégico gerava, através da extrapolação confrontado com a significativas principalmente da companhia nova visão aonde as forças para o ambiente, é externas à indústria são em sentido relativo entre as empresas; uma vez que as forças externas em geral afetam a todas elas ,encontrando-se o ponto básico .nas habilidades específicas de cada uma. (pORTER,1980 concorrência ) estende o conceito de vantagem competitiva, afirmando que a em uma indústria tem raízes em sua estrutura econômica básica. O Porter sinaliza a diferenciação como decorrente de um ambiente competitivo, tomando-se uma estratégia defensiva. Sua visão é clara quando informa que a diferenciaçào é uma estratégia viável para obter retornos acima da média, proporcionando isolamento contra a rivalidade competitiva devido à lealdade dos consumidores com relação à marca como também à conseqüente menor sensibilidade quanto ao preço. 4 83 grau de concorrência em uma indústria dependeria básicas: poder de negociação poder de negociação dos fornecedores, dos compradores, de cinco forças competitivas ameaça de novos entrantes ameaça de produtos ou , serviços substitutos e a rivalidade entre as empresas existentes. o escopo de concorrência forças competitivas torna-se portanto mais abrangente, já que as cinco acima refletem o fato de que a concorrência em uma indústria não é limitada aos participantes estabelecidos gerando o conceito de rivalidade ampliada. Assim o raciocínio passa a ser o de que a concorrência em uma indústria age no sentido de diminuir a taxa de retorno sobre o capital investido, e por conseqüência as estratégias que fossem adotadas poderiam com o tempo acelerar mais esta diminuição.( MILLER ,1980) A estratégia competitiva abre o cenário para o conceito de vantagem competitiva de maneira planejamento mais formal, e para as ambiguidades de uma nova era para o estratégico, que se estende até final dos anos 90. 84 3. Significado de Vantagem Competitiva " Abordo um marinheiro e pergunto-lhe por que os navios de seu país são construídos para durar apenas uns poucos anos; responde-me ele, sem hesitar , que a arte da navegação está progredindo tão rápidamente que mesmo os melhores navios, iriam se tornar quase inúteis se durassem mais do que alguns anos ". (ALEXIS de TOCQUEVILLE o termo vantagem competitiva é influenciado negócio (LEVITT,1983). ,1840 ) pelos ambientes globalizados de Esta influência se verifica através das forças competitivas geradas pela globalização como a fragmentação mais estreitos e mais concorridos, de mercados em segmentos e que pressionam mudanças na estrutura organizacional no sentido de atendê-Ias (DAY, 1990). Estas mudanças na estruturas das organizações no afã de conseguir melhores condições competitivas, tornam-se uma fonte adicional de riscos tornando menos atrativos os capacidades mercados. de Todavia lucratividace, segmentos conforme estreitos possibilitam os mecanismos de maiores sustentação e manutenção da vantagem competitiva desenvolvidos. (HALL ,1980) No entanto para desenvolver e manter as vantagens competitivas estas estar em consonância com a tem de mutação das condições ambientais globais em que se inserem (DAY,198B). Esta compatibilização das atividades de uma organização com o ambiente com o qual ela interage e seus impactos diretos estratégia empresarial torna-se uma constatação clara nos' sobre a ambientes globalizados. (JOHNSON, 1988 ) Isto tudo leva a uma situação entre a empresa e as mudanças arriscadas que a globalização as impelem 85 a seguir, sem muitas drásticas e escolhas, assumindo onerosos fiSCOS na criação e, manutenção de vantagens competitivas, No entanto foi observado que a maioria das empresas em posição de atacantes bem sucedidos tinham características de antevisão de tendências dos mercados em que pretendiam se inserir, (LlEBERMAN,1990) Como variável no processo de formação, sustentação e manutenção das vantagens competitivas, a globalização traz grandes benefícios comparativamente falando, pelo fato de que ao se conduzir por aspectos de atratividade de mercado. a empresa necessariamente em respostas . competitivamente acaba desenvolvendo às, tendências observadas processo internos de inovação nestes e vantagem competitiva Pontos de ruptura e padrões de descontinuidade do escopo competitivo ( conjunto influenciam diretamente a vantagem competitiva. o escopo tornando-se mais sólidas, (KERIN,1992) 3.1 Padrões de descontinuidade dependem mercados, são variáveis tangíveis de atividades da empresa que ) e (PORTER 1989 ) . competitivo tem um efeito poderoso sobre a vantagem competitiva, pois I traça a configuração e a economia da cadeia de valores, através de quatro dimensões, que a afetam: 1. Escopo de segmento: as variedades de produtos produzidos e de compradores atendidos. 2 .. Escopo Vertical: até que ponto as atividades são executadas internamente, 3. Escopo geográfico: a variedade de regiões, países ou grupos de países em que uma empresa compete com uma estratégia coordenada, 4. Escopo da indústria : a variedade de indústrias afins com que a empresa compete com uma estratégia coordenada. 86 Portanto o ambiente em que a empresa se encontra e seu escopo competitivo influenciam a análise e a visualização das próprias vantagens competitivas ocasionando três problemas (STREBEL.1993): 1. A tentação de agrupar todos os tipos de mudança numa mesma categoria, apresentando utilizadas muitas abordagens ·às mesmas como se pudessem ser por todas as empresas, não importando a situação de cada uma delas. 2. O desenvolvimento de estratégias unidimensionais , como a inovação de produtos ou a liderança em custos. 3. A tomada de decisões estratégicas desconsiderando o processo de mudança. Estes problemas são de difícil solução devido às mutações rápidas e dinâmicas do escopo competitivo e do ambiente competitivo hipercompetição onde condições de desequilíbrio (D'AVENI,1993). A hipercompetição vantagem competitiva, sustentabilidade vantagens já que da vantagem temporárias caracterizando e mudanças trouxe novas colocações transforma competitiva, (HAMEL,1989). o aspecto subdividindo-a No entanto a de o termo são constantes. ao conceito longo de prazo da em uma série de ênfase no equilíbrio, tem feito com que pouco se possa dizer sobre diferentes tipos de mudanças, ou sobre os processos de mudança entre equilíbrios dinâmicos que afetem a vantagem competitiva. ( STREBEL, 1993 ) Algumas reflexões sobre a administração sentido de compreender de tecnologias tornam-se esta variável da vantagem competitiva, úteis no como o trabalho de transição entre ciclos tecnológicos (FOSTER, 1996) e a alternância de períodos de consolidação e descontinuidade Compara estratégias breves saltos com reorientações agudas (MAIDIQUE,1984). deliberadas com estratégias emergentes quantitativos em direção 87 à com a noção de reorientação estratégica. (MINTZBERG,1987) Estas reorientações derivam da tecnologia da informação que age diretamente sobre o custo é diferenciação afetando atividades de valor e mesmo mudanças no escopo competitivo. (PORTER, 1985) As reorientações denominado estratégicas acontecem em um determinado momento " ponto de ruptura ". O termo tem sido observado por vários estudiosos da estratégia competitiva e vantagem competitiva sendo descrito descontinuidades no negócio observadas sempre em tendências recentes do setor e da empresa. (STREBEL,1993 A antecipação como ) de pontos de ruptura altera o equilíbrio de poder, já que ocasiona a mudança descontínua e redistribui as forças competitivas perante as vantagens competitivas obtidas (ABERNATHY ,1978). Quando uma empresa antecipa pontos de ruptura, ela se torna uma desbravadora em um mercado. As principais vantagens competitivas advindas desta estratégia são duas, a princípio: a primeira originada por ·umacondição monopolista inicial com o consequente aumento de parcela de mercado e lucros; a segunda obtida pelas vantagens da curva de experiência que beneficiam os primeiros .entrantes. (HIPPEL ,1984 ) Assim, os pontos de ruptura geram um processo dinâmico que se desenvolve ao longo do tempo construindo, sustentando e erodindo a vantagem competitiva, um ciclo interminável, traduzido em liderança de mercado. A adoção em desta estratégia pela empresa não é fácil. (DAY, 1990) chega a explicar a dificuldade em adotá-Ia quando se refere aos seus impactos diretos , quando da adoção do dinamismo e do gerenciamento de pontos de ruptura. 3.2 Processos de Inovação e vantagem competitiva A inovação é um fator chave na criação de vantagens competitivas. na medida em que se ·entende que há estrutura e previsibilidade no processo. 88 Os estudos de (FOSTER,1988) levaram a três idéias fundamentais na compreensão da obtenção da vantagem competitiva, pela inovação: 1. A curva S , que é um gráfico da relação entre o esforço monetário despendido em melhorar um produto ou método e os resultados obtidos como vantagem competitiva. 2. Os limites, onde é determinado quais tecnologias estão a ponto de se tornar obsoletas, fazendo com que as empresas percam vantagens competitivas, 3. Descontinuidades tecnológicas, através das quais os períodos de mudança de um grupo de produtos ou métodos para outro geram um intervalo entre curvas S -e uma nova curva começa a se formar por meio de bases novas. Torna-se alcançados. à medida que limites são obter avanços cada vez mais oneroso Assim que isto acontece é importante conseguir novas vantagens competitivas através de outras abordagens. Todavia, a capacidade diferenciadora da inovação como variável componente fundamentadas sistemas nos atuais ambientes concorrenciais, de alta apropriabilidade, competitiva da vantagem competitiva a transformação já que a menos que haja da inovação em vantagem requer forte apoio de elementos de estratégia. conseqüência tem críticas (KA Y, 1993), Como a inovação não pode compensar as desvantagens competitivas em outras áreas, Por exemplo a inovação em produtos pode não levar a nada caso o atendimento a clientes seja deficiente. É comum visualizar a inovação nos ambientes globalizados como um lançamento indiscriminado de produtos, porém o que se promete é um aprofundamento qualidade e uma diferenciação perigo a evitar é o de concorrentes, inovação, e que. não na prática inovadora aperfeiçoar no produto, modelos relacionados levem' a diferenciações tem premiado empresas 89 (BUZZEL, 1991). da Outro a inovações de (GRUENWALD,1994).· A com capacidade de colocar rapidamente novos produtos de acordo com as necessidades estabelecendo-se do mercado e como lideres de mercado. (ACS ,1992). 3.3Qualidade (PORTER,1989) e vantagem competitiva considera a qualidade como uma variável da vantagem competitiva na medida em que agrega valor ao cliente final. Esta visão de vantagem competitiva compreende a estrutura da indústria comportamento da concorrência sistemática para examinar .(pORTER,1989) estabelece uma competitiva administração diagnóstico não é unidimensional: de· portfólios da vantagem competitiva, Sua idéia de ele não se atém ou mesmo culturas organizacionais à inovação, diversas. Seu competitiva se insere em um sistema, que disseca a origem desta , procurando indústria em particular. forma as atividades executadas por uma empresa deduzindo daí que a maneira como elas interagem é a fonte da qualidade. vantagem e do definir a cadeia de valores para competir em uma A palavra chave no modelo de Porter de vantagem passa a ser o valor que este tem para o cliente, sendo que a vantagem competitiva precisa ser sustentada para garantir o máximo possível esta diferenciação perante o mercado. Com isso constatamos a dimensão da percepção de processo de qualidade, que longe de ser" comprado" tem de ser sistematicamente" conquistado ". Trata-se de uma evolução profunda de como encarar a competição .. . Para a empresa. a escolha de produtos que tragam valor ao seu portfólio carrega por si' mesma qualidade, princípio uma opção de sustentar vantagens, ligadas a aspectos que como ativos não são fáceis de conseguir e por este difíceis de serem imitados pela concorrência. Os motivos de mesmo desta dificuldade são vários, (BUZZELL, 1985) estabelece que a obtenção de qualidade 90 a longo prazo é muito mais difícil de manter complacência que o tempo traz. (GROOCOCK,1986) devido considera principalmente à que a qualidade superior que se espera subdivide-se em duas: a qualidade de conformação e a qualidade percebida. Existe uma perspectiva de requerer que a qualidade seja vista externamente, do ponto de vista do cliente, e não internamente, de um ponto de vista de controle e qualidade. que O conjunto destes tipos de qualidade há duas qualidade maneiras percebida especificações necessidades básicas superior de vencer com traz vantagem competitiva, concorrentes. o desenvolvimento Uma é conseguir de um conjunto de de produto e padrões de serviço que satisfazem mais de perto as dos clientes do que é conseguido pelos concorrentes. obter qualidade superior de conformação seus concorrentes conseguindo na obediência às especificações tanto em termos de qualidade A outra é ser mais eficaz do que apropriadas dos produtos e aos padrões de serviço. Esses tipos. de comercializações concorrentes já são utilizadas pelos percebida quanto de qualidade de conformação. A qualidade estabelecendo parece entrar em um patamar novo de vantagem competitiva parcerias de valor agregado no intuito de gerir fluxo de mercadorias e serviços através de uma cadeia. (JOHNSTON,1988) 3.4 Tecnologia de informação e vantagem competitiva Outra fonte de vantagem competitiva se refere às tecnologias de informação que estão trazendo mudanças tecnológicas encurtando os ciclos de vida dos produtos assim como a exigência dos clientes em relação a níveis cada vez mais elevados de atendimento e qualidade. 91 (PORTER,1998) coloca que a revolução da informação está afetando a competição de três maneiras vitais; na medida em que altera a estrutura do setor, superando seus rivais através de vantagens competitivas adquiridas e originando novos negócios. o maior impacto sobre a vantagem competitiva acontece quando a tecnologia da informação permeia a cadeia de valor, transformando a maneira atividades de valor são executadas e a natureza das interligações. sobre o escopo competitivo reformulando principalmente as Atua também a maneira produtos atendem às necessidades. do comprador (PORTER,1998). como transporte aéreo, serviços financeiros, seguros, como como os Setores tais distribuição e fornecimento de informações têm, até agora, sentido esses efeitos. (MCFARLAN ,1984). (CASH,1985) focaliza os computadores compartilhados operação, comenta benefícios sobre modificação sistemas eficaz daqueles sistemas de entre duas ou mais empresas - e seus aspectos de estratégicos a competição interorganizacionais e custos de tais sistemas. se transferir existentes. da criação (HOPPER,1990) de sistemas, (GILDER, 1997) discorre para a sobre estas mudanças tecnológicas de informação em uma de suas variáveis que é a Internet; colocando que esta traz desintermediação los geograficamente Os fatores acima comercialização dos processos, além de não restringi- através da colaboração de empresas em outros países. adicionados de rearranjos e clientes somados às alterações organizacionais, das tradicionais canais de estruturas verticais leva a vantagens competitivas indestrutíveis. (DAY,1990) 3.5 Divergências de conceito de vantagem competitiva O ritmo de mudanças tecnológicas obriga as empresas a se reposicionarem frente aos conceitos tradicionais de vantagem competitiva, já que estas mudanças 92 claramente. ultrapassaram a velocidade com a qual as mesmas podem reagir (DRUCKER.1988). Da constatação acima, duas opiniões se colocam em relação ao conceito atual de vantagem competitiva. criação de valores De uma primeira maneira focaliza-se para o cliente via diferenciações sustentem a vantagem indefinidamente. a ser a própria incapacidade essência de sustentação na procura de que estas De outro lado, vislumbra-se a dinâmica do devido à tecnologia de informação mercado e os ajustes freqüentes estas o conceito como a da vantagem competitiva passando gerando uma a médio e longo prazo, sem que a concorrência avance através da criação de novas e temporárias vantagens competitivas. o motivo desta diferença se deve principalmente à conceituação entre estrutura dinâmica de mercados e estrutura estática de segmentos de indústrias.(D'AVENI ,1995) observa a causa desta divergência quanto à vantagem competitiva devido à velocidade dos processos competitivos em contraposição à estrutura estática dos segmentos industriais. o mecanismo a que se refere D'Aveni e que responde à perspectiva de tempo tão curta para a sustentação pela averiguação mercado.(BUZZELL, de de vantagens competitivas, pode ser melhor entendido como surge a concorrência em um determinado 1991) discorre sobre como a concorrência se delineia em um mercado, alertando os estudiosos do esquecimento da origem destes processos que eles não são criados por uma horda de pequenos concorrentes esperando a largada e sim por um pioneiro, submetido posteriormente a desafios pelos seguidores e ingressantes tardios. o mecanismo de construção e destruição de vantagens competitivas de D'Aveni , é que a maior contundência principalmente de suas críticas aos esquemas estáveis criados ( o de Porter ) , torna-se o âmago das críticas ao seu próprio 93 esquema e também à concepção das vantagens competitivas como algo dinâmico. A visão da vantagem competitiva deficiência estratégica fundamental, de D'Aveni desta maneira sofre de uma de raciocínio financeiro, melhor entendida por (BUZZEL ,1991): As vantagens competitivas não fogem das características das estruturas industriais nas quais estão sendo sustentadas e fica evidente que na verdade, mesmo em ambientes de extrema transição, existe uma evolução do mercado até certo ponto visualizável e que parece seguir os padrões do ciclo de vida do produto. À medida em que um mercado evolui com o tempo, muitas de suas características mudam. O que era um mercado atraente num estágio de seu desenvolvimento· pode se transformar num cenário pouco atraente mais tarde. Além do mais as opções estratégicas disponíveis a uma unidade de negócios, e os resultados que delas podem ser esperados, também mudam, devido a forças do processo evolução. A visão tradicional implica em uma necessidade de sustentar de a vantagem competitiva para que esta possa gerar lucros adequados, e assim seja uma forte defesa para proteger a empresa que a possui. Sob esse prisma parece que a vantagem competitiva é inerente a determinados pontos da evolução dos mercados. O motivo para isso é que existem estágios de evolução mercados correspondendo e setores ao ciclo de vida do produto porém industriais associados inteiros. Apesar de esta visão evolutiva recebido crítiéas (DHALLA,1976),isso não tem inviabilizado a sua aplicação a ter na estratégia competitiva (BUZZELL ,1966). Pode-se deduzir em uma avaliação estratégica que implique na observação de quando adotar vantagens competitivas, a possibilidade de haver momentos em que talvez não valha a pena se dedicar a sustentar vantagens 94 competitivas continuamente, crescimento estágios vantagem mesmo em referência tendem mais às inovações, a atrair novos participantes adiantados. Outra é que à medida pesquisa e desenvolvimento característica porque os mercados em mais do que os mercados em chave das inovações em que os mercados evoluem, como a proporção dedicada à inovação em termos de produtos de cai, aumentando a de pesquisa e desenvolvimento voltada para processos. o que diferencia realmente o conceito de vantagem competitiva ,1995 )se propõe a explorar é diminuição a velocidade da inovação concomitantemente do seu período de sustentação. agregado que não o da inovação à Outros fatores de criação de valor perdem espaço em sua sustentação de uma vantagem é, na verdade, concepção, já que a uma estratégia defensiva projetada para proteger o que a empresa possui; já na hipercompetição, com freqüência, que (D'AVENI a melhor defesa é, um ataque forte. Como base nisso observa-se que a estratégia, conforme praticada em esquemas tradicionais de vantagens competitivas, pode se constituir na razão do declínio competitivo.(HAMEL, 1989) As fronteiras da vantagem competitiva no entanto ainda não foram delineadas seu conceito e tem se alterado com o passar do tempo, desde que teve início o declínio do planejamento estratégico. No entanto a tendência mais forte tem sido a de que a vantagem competitiva deve tentar englobar dentro das variáveis que a compõem, a variável da dinâmica de mercado. O estudo das interações este tipo de variável da vantagem competitiva têm sobre estratégia é muito recente, mas a sua atuação passa cada vez mais a ter um impacto crescente. (PORTER ,1991). 95 3.6 Análise Estrutural da Indústria e Vantagem Competitiva o objetivo da análise estrutural é relacionar uma empresa ao seu meio ambiente. Dado que pode-se ver a indústria de seguro saúde como qualquer sistema de negócios existente, esta análise torna-se possível. ( STUDIN ,1995) Conforme afirma (RICHERS,1996), a análise estrutural possibilita· positivos na construção e adequação de vantagens competitivas que possibilita acompanhar os movimentos competitivos aspectos na medida em induzindo a seguir o mercado mais de perto e entender as suas tendências, comparar desempenhos entre empresas, precaver-se contra surpresas desagradáveis, e avaliar ações -antecipatórias Para (RICHERS,1996) contribuição uma à estratégia análise estrutural competitiva quando de indústria permite dá antecipar sua maior eventos e tendências gerando vantagem competitiva. (ANDREWS,1971) abordagens e (CHRISTENSEN,1973) que embasariam tentam articular as primeiras uma estratégia competitiva derivada desta análise estrutural. O resultado foi a " Roda da Estratégia Competitiva " , um dispositivo básico para a articulação de estratégias competitivas de uma empresa como guia do comportamento global da mesma. Os aspectos que esta analisava eram relacionados a pontos fortes e fracos da empresa, às ameaças e oportunidades indústria, aos valores pessoais dos dirigentes e à expectativas da sociedade. Apesar de conseguir definir quais as questões que deveriam ser encaradas estabelecer de maneira clara as vantagens competitivas, da dar respostas para a estas questões ainda era uma grande dificuldade. A análise estrutural de indústrias concebida por (PORTER, 1988) trouxe a estas questões possibilitando encarar conceitualmente 96 respostas o quadro competitivo no qual as empresas estavam inseridas. Como ponto chave de sua análise estrutural (PORTER, 1988) vantagem procurava competitiva, entender acreditando qual a fonte que ao precursora consegui-Ia de qualquer seria possível, compreender a estrutura de uma determinada indústria. Como (HENDERSON,1983) já antevia, as pressuposições de que a análise .estrutural deveria focalizar as trocas existentes numa estrutura de competição de negócios, passam a ser uma exigência determinante para quem se dispusesse a encarar os focos de vantagem competitiva. Com isso o esquema de PORTER ( 1988 ) pode ser visto é um avanço. Estas trocas teriam a variável . determinada indústria, rentabilidade definindo porque os mercados atraentes a atratividade de uma geram retornos médios sobre o investimento bem acima do custo do capital. No entanto a atratividade não é homogênea, submercados e (BUZZEL, 1991) e segmentos indústria. Uma vez que chega que podem a atratividade a mencionar os vários ser mais atrativos do mercado níchos.. que o resto tem uma influência importante sobre a lucratividade de uma empresa, os administradores da tão devem estar preparados para analisá-Ia detalhadamente e· procurar a resposta para os fatores que respondem pelo seu nível, e suas probabilidades de aumento ou decréscimo no.futuro. (HAMEL, 1995) observa como podemos compreender estas regras de atratividade: " Normalmente, o planejamento estratégico considera partida, a estrutura existente do setor. O planejamento posicionar a empresa de forma ideal dentro da como tradicional estrutura identificando os segmentos, canais , preços , diferenciais proposições de configurações proporcionarão venda e os lucros mais altos." 97 da ponto cadeia de procura existente, de produtos de valor , que A análise estrutural atratividade por de meio de (PORTER,1980) cinco forças procura encontrar competitivas: as regras a entrada de de novos concorrentes, a ameaça de substitutos, o poder de negociação de compradores, o poder de negociação A de fornecedores e a rivalidade entre concorrentes. . estrutura industrial posa soberana como a grande influenciadora da rentabilidade e atratividade da indústria. Isto na verdade ocorre por conta de que as cinco forças impactam diretamente sobre os preços, os custos e o investimento necessário das empresas. o resultado é que todas as indústrias não são semelhantes do ponto de vista de rentabilidade inerente. Existem aquelas onde as cinco forças são favoráveis muitos concorrentes e obtém retornos atrativos ao contrário de outras indústrias onde uma ou mais forças são mais intensas e os retornos menos atrativos. A indústria de seguros saúde, por exemplo, tem como característica cada vez mais intensa no sentido de exigir financeiros uma força de seus protagonistas recursos a título de reservas financeiras para fundos perdidos decorrentes de sinistros e outros eventos. (TICHY,1990). Todavia a' análise estrutural de (PORTER,1989) não é estática: à medida que estas forças competitivas evoluem em uma indústria, as empresas tentam, através de estratégias ,obter vantagens competitivas que resultem em taxas de retorno sobre seus investimentos que sejam superiores ao custo de capital. Um exemplo de evolução de indústria em relação ao tempo, é a concentração cada vez maior do mercado de seguros brasileiros, onde a participação . principais companhias em apólices vendidas . das dez cresceu de 54% de 1997 para 68,3% em 1998. Este mercado cresceu 12% e atingiu a marca de R$ 18 Bilhões. (ISTO É DINHEIRO,1998). 98 É inquestionável no entanto, que quando esta movimentação de estratégias competitivas acontece a atratividade da indústria se modifica, no sentido de que as próprias estruturas industriais podem se alterar.(THUROW,1992) menciona as empresas varejistas americanas de confecção de roupas que estão convertendo o varejo numa competição de alta tecnologia , alterando toda a estrutura industrial do setor via a influência das cinco forças competitivas, diminuindo assim a atratividade da indústria. (PORTER, 1989) chama a atenção para as escolhas estratégicas sem considerar a estrutura industrial a longo prazo, porque assim deixa de levar em conta as conseqüências de uma reação competitiva, e o concorrente que adota esta postura é denominado pelo autor de ti destruidor de indústria ti, caracterizado por estar no segundo escalão em busca de um modo de superar grandes desvantagens competitivas. O alerta de toda esta situação é que estratégias que modifiquem a estrutura industrial, via uma inovação estratégica, podem destruir uma estrutura e sua rentabilidade.É importante, para que uma vantagem competitiva se sustente, ter a noção de que os aspectos da estrutura industrial a serem dinamizados são os que levam a uma rentabilidade de longo prazo. (SLYWOTZKY,1997) sintetiza muito bem o problema de focalizar o longo prazo . que as empresas enfrentam quando se deparam com ambientes em transição, já que a velocidade externa do meio é difícil de ser equacionada. (COLLlNS,1995) descreve a alteração da estrutura industrial no caso do mercado financeiro, aonde procura-se trabalhar variáveis que levariam a um alto valor agregado resultando numa melhoria da rentabilidade. Os líderes de mercado tem uma postura mais positiva quanto à alterações na estrutura industrial, ~eus interesses são mais no sentido de melhorá-Ia ou protegela do que buscar maior vantagem competitiva (PORTER ,1989) .Pagarum preço adicional por um determinado produto significa adotar estratégia pelo lado do fornecedor de serviços ou fabricante, levando a uma maior penetração em um mercado. (SHOSTACK ,1987) 99 (ACHROL ,1991) confirma a intenção da organização em maximizar ou minimizar a exploração de seu negócio em termos de valor agregado captado. A ameaça da entrada determina a probabilidade de novas empresas invadirem uma indústria e conquistarem mercado, passando valores agregados para os compradores sob forma de preços baixos ou elevando os custos da concorrência. A estrutura industrial determina produto para os compradores. para seus compradores, independente dos quem mantém a proporção do valor criado por um Se o produto de uma indústria não cria muito valor o valor a ser conquistado pelas empresas é pequeno. outros elementos da estrutura. Uma visão comumente defendida sobre rentabilidade industrial é que os lucros constituem uma função de equilíbrio entre oferta e procura. Se a procura for maior do que a oferta, isto resulta em alta rentabilidade. Contudo este equilíbrio a longo prazo sofre uma forte influência da estrutura industrial, da mesma forma que as conseqúências de um desequilíbrio entre a oferta e a procura para a rentabilidade. A estrutura industrial determina com que rapidez os concorrentes nova oferta. As barreiras de entrada diminuem a probabillidade acrescentam de entrada de novos entrantes em uma indústria evitando a queda dos preços. A intensidade da rivalidade existentes desempenha irão expandir um importante papel para determinar agressivamente a capacidade se as empresas ou optar por manter a rentabilidade. As barreiras de saída impedem que as empresas saiam de uma indústria quando existe um excesso de capacidade. Assim, a estrutura industrial regula o equilíbrio entre a oferta e a procura assim como a duração dos desequilíbri.os. 100 3.7 Estratégia competitiva genérica e vantagem competitiva o posicionamento de uma empresa dentro de sua indústria implicará em uma rentabilidade abaixo ou acima da média, independente de a estrutura industrial ser favorável ou desfavorável de concorrência. Isto evidencia os impactos da vantagem competitiva como instrumento para superar dificuldades do mercado. Esta independência quanto à estrutura industrial leva à procura de um desempenho acima da média no longo prazo, como principal objetivo de uma vantagem competitiva sustentável (HENDERSON,1983). Com base nisso a vantagem competitiva divide-se em baixo custo e diferenciação; a combinação entre estes dois tipos básicos de vantagem competitiva e o escopo de atividade originam estratégias genéricas de liderança no custo, diferenciação e enfoque ( custo e diferenciação) (PORTER ,1989 ). Estas vantagens competitivas envolvem mercados inteiros sem se preocupar com seus segmentos e subsegmentos. Na maioria das vezes dizem respeito a produtos ou linhas de produtos que aceitam somente uma das estratégias genéricas ( custo ou,diferenciação ), ,descartando a outra. As estratégias de enfoque especificam segmentos estreitos do mercado, e são muito restritas a um determinado grupo de consumidores com necessidades e características específicas. Segundo (McCARTHY,1982 ) poderíamos considerar a diferenciação e o custo na estratégia de enfoque, como a procura de sub mercados com características homogêneas. No caso da vantagem competitiva de baixo custo.o objetivo é tornar-se o produtor melhor posicionado neste aspecto em sua indústria. As fontes deste baixo custo variam e dependem da estrutura da indústria. Geralmente, identifica-se e explorase as fontes de vantagem de custo, oferecendo-se um produto padrão e enfatizase a obtenção de vantagens de custo absoluto e de escala de todas as fontes. 1.01 UABl A. Traduzidos em retornos mais altos, o líder em custo não pode despreocupar-se diferenciação, da sob pena de ter de reduzir os preços bem abaixo da concorrência para ganhar vendas.(CHATTOPADHYAI ,1985) Discorda-se muito da estratégia de custo como viável para as empresas nos dias de hoje, uma vez que as atuais baixas taxas de crescimento ( 1985) formas de competição rentabilidade fidelização limitam o espaço e novas para esta . Afinal as margens são baixas e possibilitam poucas opções estratégicas via aspectos diferenciais do produto. (WILSON,1984).O de que criem mesmo não acontece com a estratégia de diferenciação aonde, ao contrário da estratégia de custo, seu conceito é desenvolvido através de uma estratégia genérica por meio do enfoque em um ou mais atributos, que os consumidores consideram importantes, procurando então posicionar-se para satisfazê-los. É importante, tão clara no entanto , observar que a diferenciação não é conceitualmente, quanto parece. (FOX,1978) enxerga a estratégia genérica de diferenciação como uma segmentação de mercado. Obter rentabilidade é o benefício que a empresa procurará, sendo que se este for superior aos custos extras esta será um competidor acima da média em sua indústria. 3.7.1 Vantagem competitiva e diferenciação É importante entender o raciocínio estratégico da diferenciação, (SHAW, 1912) a descreve no sentido da procura das satisfações dos desejos humanos, de maneira mais satisfatória que a concorrência. Em sua análise, discute-se a necessidade de tratar cada região geográfica específica como um problema de distribuição separado, colocando como importante o reconhecimento em de diferenças sociais e econômicas e a obrigação de tratá-Ias como problemas separados de marketing, o que não deixava de ser um tipo de diferenciação. 102 (SMITH,1956) sinalizou a diferenciação de produtos como uma tentativa de alterar a forma da curva de demanda através de propagandas e promoções veiculadas pelos fabricantes. A associação do termo segmentação de marketing com o ajustamento do produto. e o esforço mercadológico, para diferenças em diversas demandas, passa a posicionar a segmentação de marketing e a diferenciação do produto como alternativas, em vez de complementos. (SMITH,1956). (CHAMBERLlN,1965) abordou a segmentação de mercado e diferenciação de produto em sua teoria de competição monopolística na medida em que a diferenciação de produto foi definida no sentido de distinguir serviços e produtos .de um vendedor, preferido em relação a outros. Cabe ao autor o mérito de estabelecer a importância das percepções do consumidor e características não físicas do produto como bases reais ou imaginárias de diferenciação, reconhecendo a existência de preferências no consumo resultando em um conjunto de curvas de demanda diferentes. (FRANK,1972) em " Marketing Segmentation " , observa a segmentação de mercado como uma estratégia de marketing. (ROSEN,1974) contribui de maneira a colocar a existência de uma distribuição de funções de preferência ou sistemas de valores dos consumidores. Este visualiza a existência de segmentos de mercado e define a diferenciação de produto como a variação nas características oferecidas por bens alternativos. Tal ponto de vista situa, portanto, a diferenciação de produto e as estratégias de segmentação de mercado como uma conseqüência da existência de segmentos de mercado. A partir daí, (SAMUELSON,1976) desenvolve o raciocínio' no qual fornecedores fragmentam a curva de demanda em segmentos menores através de uma diferenciação. Na sua opinião, o principal responsável 'pela demanda segmentada do mercado é o fornecedor. Sua crença se baseava no fato de que 103 apesar da diferenciação dos consumidores, ser uma resposta genuína às diferentes necessidades na sua maior parte esta se caracterizava por ser artificial. (MAJAHAN, 1978) destaca que a segmentação de mercado passa de uma forma de análise de pesquisa direcionada à identificação e alocação de recursos entre segmentos de mercado. Neste sentido, a segmentação de mercado é vista como uma maneira de visualizar o mercado ao contrário de ser uma estratégia de gerenciamento. o termo diferenciação como uma imaginárias propaganda, de difícil em si no entanto tem vários significados: pseudodiferenciação onde estabelece diante da inexistência de diferenças ele se onçma a criação aparentes de diferenças tais como nomes, status.' Este é um aspecto interessante principalmente tangibilização (LANCASTER,1979). como seguros, Já (ABELL,1979) fundos de descreve investimento a diferenciação em produtos' e serviços como um complemento ou meio de implementar a segmentação de mercado, tornando-o um conceito operacional e mais voltado às práticas de mercado. Outros autores como (STANTON,1981) descrevem a diferenciação de produto como uma alternativa à segmentação' de mercado, no sentido de que traz uma fidelização maior e não apenas uma mera divisão de mercados. (PORTER,1981) do produto 1 vê a diferenciação como dependente de características físicas e outros elementos do marketing mixo Sua análise se baseia em critérios de uso e sinalização dando assim base para conotações físicas e não físicas quanto às diferenças existentes entre produtos. No mercado diferenciado, a empresa decide operar em dois ou mais segmentos de mercado, mas projeta para cada um programas separados de produto e marketing.(KOTLER,1984) (DICKSON,1987) coloca a considerável confusão conceitual que permeia o assunto, mesmo em relação à diferenciação de produto, segmentação de mercado e estratégia de mercado. Através de um histórico abrangente sobre os conceitos 104 de diferenciação de produto e segmentação de produto levantados pelo autor, observa-se a falta dE;lconsenso existente. Tanto a diferenciação de produto quanto a segmentação de mercado, carecem de uma precisão em seu uso, sendo que a diferencição de produto às vezes é vista como uma alternativa à segmentação mercado, e em outras como um complemento ou um meio de implementar de uma estratégia de segmentação de mercado. É muito importante notar no trabalho de (DICKSON ,1987) sobre a disponibilidade de opções estratégicas baseado no segmento de diferenciação de produto, diferenciação e a estratégia de modificação de produto da demanda, que estão baseadas pelas opções estratégicas determinadas pelas condições existentes de mercado; pelos segmentos existentes, e por uma estratégia de desenvolvimento de segmentos na medida em que já existe diferenciação de produto. A estratégia de diferenciação do produto pode ser perseguida com ou sem uma segmentação de mercado, mas esta só pode ser seguida quando uma diferenciação existe ou quando é acompanhada por uma estratégia de produto de diferenciação de produtos complementares. (LEVY,1990) discorre sobre o conceito de diferenciação, onde o conceito de vantagem competitiva diferencial foi definido como atributo ( ou grupo de atributos ) percebido pelo consumidor como exclusivo da marca, é um benefício básico da marca. Para ele esse atributo percebido é a única diferenciação do produto que pode ser considerada estratégicamente relevante. o autor ainda chama esta tese básica como estabelecendo que "proposta profunda da demanda se o consumidor não percebe a vantagem competitiva forma de um ou mais atributos distintivos, todas as características incorporadas OI, na à estratégia, toda a inovação tecnológica ou comercial é competitivamente inútil em termos de diferenciação inútil em e posicionamento termos de estratégia. 105 sendo, portanto, também (LEVY,1990 ) ainda destaca que o significado que (PORTER,1991) dá ao termo diferenciação não equivale ao plano simbólico, ao nível.da demanda, enquanto PORTER ( 1991 ) faz este termo equivaler à expressão manejo diferenciado dos recursos. Por melhor que se manipule os recursos, se não for . . obtido diferenciação no plano simbólico - a partir da demanda - o produto, mais tarde ou mais cedo, ficará vulnerável economicamente. 3.7.2 Estratégias genéricas adicionais e vantagens competitivas decorrentes o princípio básico que norteia uma estratégia genérica é que esta se torna um método diferente para a criação ou sustentação da vantagem competitiva. Portanto, obter benefícios de uma otimização da estratégia da empresa para um determinado segmento alvo ( enfoque ) não pode ser conseguido ao mesmo tempo em que se procura abordar uma grande variedade de segmentos ( liderança no custo ou diferenciação ). Conseguir liderança simultaneamente no custo e na diferenciação, é praticamente incompatível, uma vez que o primeiro impele a empresa a adotar medidas que reduzam despesas indiretas de marketing , padronização do produto, etc. Três condições possibilitariam que uma empresa conseguisse liderança no custo e diferenciação, ao mesmo tempo: . 1. Concorrentes no meio termo Ninguém se encontra posicionado para forçar uma empresa ao ponto em que custo e diferenciação se tornam' inconsistentes. 2. Custo influenciado pela parcela ou inter-relação Ocorre na medida em que a posição do custo é determinada em grande parte pela parcela de mercado. 3. Empresa adota pioneiramente uma importante inovação,permitindo custo e intensificar a diferenciação. 106 reduzir o No entanto a estratégia genérica por si só não conduz a um desempenho acima do normal, a não ser que sua sustentabilidade provenha de uma vantagem competitiva que resista à concorrência ou evolução da indústria. A vantagem competitiva pode ser conseqüência da diferenciação como coloca (REIBSTEIN ,1985) . A empresa observada como um todo, não faz compreender a vantagem competitiva, devido à grande extensão de suas operações e atividades. Esta se , origina das inúmeras atividades que uma empresa executa, sendo que cada uma delas contribui para os custos relativos e cria base para a diferenciação. Estabelecendo-se que a cadeia de valores é a representação de uma reunião de atividades executadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seu produto, esta exibe o valor total e consiste em margem e atividades de valor . .Por margem, entendemos a diferença entre o valor total e o custo coletivo da execução das atividades de valor. Já as atividades de valor empregam insumos adquiridos, recursos humanos e formas de tecnologia para executar sua função, podendo ser divididas em atívidades primárias e de apoio. Como atividades primárias poderíamos descrever as atividades envolvidas na. criação física do produto e na venda e transferência para o comprador, sendo elas a logística interna, operações, logística externa, marketing e vendas e serviços. As atividades de apoio podem ser divididas em quatro categorias genéricas; aquisição, desenvolvimento de tecnologia, gerência de RH e infraestrutura da empresa. Existem ainda três tipos de atividades dentro das atividades primárias e de apoio que desempenham papéis diferentes na vantagem competitiva, segundo (PORTER,1991 ). 107 1. Diretas Atividades envolvidas na criação de valor, como montagem, fabricação de peças, operação da força de vendas, publicidade, projeto do produto, recrutamento, etc. 2. Indiretas Atividades que tornam possível a execução de atividades diretas em uma base contínua, como manutenção, programação, operação de instalações, gerência de força de vendas, etc. 3. Garantia de qualidade Atividades que garantem a qualidade de outras atividades, como monitoramento, inspeção, testes, revisão, etc. o diagnóstico de uma vantagem competitiva passa pela definição da cadeia de valores de uma empresa em uma indústria particular, onde o grau apropriado de desagregação depende da economia das atividades dos propósitos, para as quais a cadeia de valores está sendo analisada. As empresas conseguem vantagem competitiva por meio de redeftniçães dos papéis destas. atividades. Embora os elos dentro da cadeia de valor sejam cruciais para a vantagem competitiva, eles são sutis e passam despercebidos. A identificação dos elos é um processo de busca dás formas pelas quais cada atividade de valor afeta ou é afetada por outras. Pode-se considerar procura de sinergias correntes esta identificação que criam valor, de elos, como uma sendo descritas através de atividades e recursos compartilhados, benefícios indiretos de marketing, pesquisa e desenvolvimento, negócios similares e imagem compartilhada.( BUZZELL,1991"). Unidades individuais de uma empresa ganham valor quando identificadas 108 como membros de um todo empresarial conhecido. Assim sendo, dada a dificuldade de reconhecer e administrar elos, a habilidade para fazer isto produz uma fonte sustentável de vantagem competitiva. Possuindo também cadeias de valores, o comprador vê o produto comprado como um insumo comprado para sua cadeia. A origem da diferenciação de uma empresa está na forma como sua cadeia de valores se relaciona à cadeia de seu comprador. para seu O valor é criado quando uma empresa cria vantagens competitivas comprador - reduz o custo de seu comprador ou eleva-lhe o desempenho. 3.7.3 Vantagem Competitiva e a Indústria de Serviços A vantagem competitiva na indústria de serviços deve ser vista sob a ótica de que separa as características entre produtos tangíveis e intangíveis dentro do contexto da mesma. (SHOSTACK, 1977) define os produtos( serviços e bens) em termos de proporção de produtos físicos e serviços intangíveis que estes contém, mostrando existem poucos produtos e serviços puros, provando que que existe uma fronteira fluida que delineia produtos e serviços além de dar origem a níveis variavéis de graduação de tangibilidade. (PARASURAMAN, 1991) sugere que se a fonte essencial do benefício produto é mais tanqível considerado colocam competitiva modelam ela será considerada de um um bem, caso contrário será um serviço. Vários estudiosos como (SARNEY, 1991), (DAY,1988) as habilidades no mercado, as habilidades e recursos organizacionais onde as características e recursos subjacentes posicional. A sustentabilidade como fonte de vantagem dos serviços e da indústria a uma vantagem competitiva destas vantagens é vista Como uma sucessão de barreiras à imitação destas habilidades e recursos ao mesmo tempo que uma performance de longo prazo é diretamente ligada a estas. (SHARADWAJ,1993) 109 A indústria de serviços tem distinguido duas fontes de vantagem competitiva recursos específicos e habilidades distintas permitindo à unidade de negócios formatar as atividades primárias e secundárias e compondo a cadeia de valor tanto em relação ao baixo custo quanto à diferenciação (DAY,1988). (PORTER ,1988) define estas habilidades e recursos específicos como" transportadores "de vantagens de custo e diferenciação. As habilidades específicas e recursos não garantem vantagem competitiva, permitindo que a empresa alavanque suas possibilidades de diferenciação e custo. (AAKER,1989) nota que , múltiplas bases de vantagem competitiva são necessárias para que um serviço consiqa competir de maneira bem sucedida. (SHOSTACK,1989) procura analisar o processo de provisão de serviços em termos de complexidade ( número de degraus envolvidos em proporcionar o serviço ) e divergência ( a execução do serviço ), assim como as alternativas de posicionamento que. emergem desta análise - divergência reduzida, divergência aumentada, complexidade reduzida e aumentada. (BHARADWAJ,1993) propõe um esquema conceitual que possibilita a visualização de vantagens competitivas subjacentes à indústria de serviços enfatizando as características relacionadas aos mesmos como atividade principal, e referentes à equipamento intensivo, complexidade de ativos necessários, relação de intangibilidade e tangibilidade, atributos de experiência e processo de entrega de serviços. 3.8 Barreiras à imitação na indústria de serviços Entender o processo competitivo da indústria.de serviços depende da análise e reflexão sobre seus mecanismos de imitação e durabilidade das vantagens competitivas desenvolvidas nesta. 110 A entrada nos mercados pode ser melhor compreendida quando da análise das diferenças conceituais entre barreiras à entrada e barreiras à imitação. As '. - primeiras se referem aos ativos específicos coletivos da indústria, enquanto as segundas se destinam aos mecanismos endógenos e individualizados de cada firma pertencente à indústria. (MAHONEY,1992). Além das barreiras à imitação oriundas de fatores' normais responsáveis por uma performance superior, (REED,1990) afirma a importância das chamadas " ambiguidades causais " que aumentam ainda mais estas barreiras. Três características de uma empresa individualmente falando são importantes na construção de ambiguidades causais: subentendimento resultante do acúmulo implícito das habilidades diárias; a complexidade resultante do inter relacionamento entre .habilidades e ativos e a especificidade resultante de habilidades específicas e ativos utilizados em processos de serviços para consumidores em particular. o impacto mais direto destas ambiguidades causais incide na incapacidade de concorrentes conseguirem diagnosticar com exatidão os fatores de sucesso de uma determinada empresa simultaneamente, tornando pouco provável estabelecer uma lista de fatores ambíguos de sucesso a serem seguidos. Nada impede que o concorrente interessado em entrar num determinado mercado procure através da imitação de habilidades e recursos de empresas já existentes conseguir acelerar a apropriação de fatias de mercado. Neste caso sua preocupação inicial será a de focalizar suas imitações em três características principais relacionadas diretamente a processos de deseconomias de tempo., eficiências de habilidades e interconexões de recursos e habilidades. (DIERICKX ,1989) .Manter barreiras de imitação através de processos de manutenção de habilidades e recursos são constantes desafios, que requerem monitoramento e , reinvestimento nas fontes presentes -epotenciais de vantagem competitiva. \ 111 3.9 Fontes de vantagêm competitiva sustentável na indústria de serviços Podemos listar as fontes subjacentes de vantagem competitiva na indústria de serviços como sendo: efeitos de escala, sinergias de demanda e custo,inovações , . marca, relações contratuais, efeitos de comunicação, cultura corporativa, expertise organizacional, tecnoloqia de informação. (BHARADWAJ,1993).Os efeitos de escala em geral não oferecem vantagem de custo no setor de serviços devido às descentralizações no nível local. (UPAH,1980). Alguns estudiosos observam que em grande parte da indústria de serviços , a aplicação de novas tecnologias tem possibilitado às empresas obterem significativas economias de escala. (QUINN ,1990). (PORTER, 1990) explica que quanto maior o número de unidades locais de firmas de serviço operando sobre uma. identidade corporativa dentro de uma indústria, maior o potencial de explorar economias de escala para conseguir vantagem de custo e institucionalizar sistematização, estandardização e outras características para conseguir vantagens de diferenciação. Quanto maior o custo de inter relações entre unidades particulares no portfólio de uma empresa de serviços e seu portfólio total, maior se tornam as possibilidades<le sinergias de diferenciaçào e custo. Estas sinergias decorrem pelo rateio das atividades entre negócios ; aumento de rendimento pelo cruzamento de clientes diferentes e divisão de conhecimentos e habilidades. (QUINN,1986) Já produtos, proces-Sose inovações gerenciais podem ser usados para ganhar uma vantagem competitiva na medida em que os ganhos obtidos tornam-se propriedade via patentes, copyrights ou segredos que podem deter novos entrantes tão bem quanto conseguir adquirir vantagens competitivas por escala e escopo ou diferenciação. Esta mesma afirmação é descrita por (TEECE,1988) como um re:gime de apropriação que assimila as rendas provenientes da inovação, corno por exemplo empresas de serviço que ao utilizar tecnologia de informação para conseguir conhecimento, acabam por conseguir conhecimento 112 organizacional e reter direitos de propriedade .A apropriação da diferenciação pela marca tenta superar a intangibilidade do serviço, obtendo-se uma vantagem competitiva marcante. (SHOSTACK,1977) Dentro dessa linha nota-se que a marca na indústria de serviços pode estar evidente no nome da empresa em. si, e na mesma proporção em que a intangibilidade física nos leva à necessidade de procurar nomes fortes e símbolos de impacto positivo .ambosdireta ou.indiretamente ligados à qualidade percebida. (BERRY,1991) Os relacionamentos também são fontes de vantagem competitiva desde que estes sejam proporcionais aos atributos e experiência, do serviço em si, pois as relações através de fortalecimento de laços sociais e pessoais com os consumidores fornecem um fator que diminui riscos percebidos.(CROSBY,1990) Esta vantagem competitiva proporciona uma alternativa extra ao desenvolver laços de confiabilidade que às vezes extrapolam os próprios contratos. (MOORMAN,1992) No caso específico das seguradoras, (O'CALLAGHAN,1992) focaliza a importância da informática como um processador que fortalece os elos entre os corretores e as seguradoras através da constatação direta do aumento de vendas de apólices . A proximidade ge()gr.áfica através de escritórios regionais e de agentes intermediários, que tem sido constatada através de descentralizações de processos, pode também ser vista como uma vantagem competitiva (ALLEN,1988) .O pioneirismo é descrito como um importante fator na construção de vantagens competitivas na área de serviços por meio de vantagens competitivas de custo e diferenciação através de áreas geográficas. (KERIN,1992)~ (DENNISON,1984) explora a cultura organizacional como vantagem competitiva em organizações de serviço, sendo esta constatação· discutida por (WILKINS,1983) já que este observa uma melhoria de alcance de objetivos organizacionais em empresas de culturas internas fortes. 113 A presença de variáveis relativas à expertise organizacional, assim como consequências diretas da curva de experiência, tem levado a um aumento da eficiência individual ou de grupos funcionais nas empresas relacionadas a serviço. (ABELL,1980) 114 CAPíTULO IV. MICHAEl PORTER, VANTAGEM COMPETITIVA EA INDÚSTRIA DE SAÚDE A vantagem competitiva de (PORTER,1989) não pode ser compreendida observando-se a empresa como um todo. Sua origem se baseia nas inúmeras atividades distintas que uma empresa executa no projeto, na produção, no marketing, na entrega e no suporte de seu produto. As seguradoras têm uma miríade de atividades que envolvem ou fazem parte indiretamente do seguro saúde, entre os quais a análise de risco, negociação do risco, implantação do seguro, implantação do seguro no sistema de informatização, gerenciamento da rede credenciada, negociação com a rede credenciada, confecção de manuais de rede credenciada, confecção de carteiras de usuário, confecção de relatórios de sinistralidade, administração logística de ambulâncias, administração de central de atendimento 24 horas, implantação de programas de qualidade de vida, administração de seguro internacional, administração de recursos humanos, administração de marketing, administração de vendas,apoio a corretores ,.auditoria de riscos. Estas atividades contribuem para a posição de custos relativos de uma seguradora, além de. criar uma base para a diferenciação como estratégia competitiva. Por exemplo, entre 1996 e 1997, a Unibanco Seguros reduziu custos em quase 25% em relação às suas despesas administrativas que eram de 160 milhões de reais, 'caindo para 129 milhões. (EXAME,1998). A seguradora conseguiu reduzir custos usando o computador e meios eletrônicos de operação, não usando papéis para fazer seguros, salvo o contrato que o cliente assina Portanto, além de criar bases para a diferenciação da seguradora, conseguiu diminuir a posição de custos relativos. 115 Sobre estes dois fatores ( custos relativos e diferenciação), (PORTER,1992) procura desenvolver o conceito de cadeia de valores que possibilita o exame de todas as atividades executadas por uma empresa, e como elas interagem para gerar fontes de vantagem competitiva. O conceito de cadeia de valores procura desagregar ... uma empresa nas suas atividades de relevância estratégica compreendendo o comportamento dos custos e potenciais de diferenciação nas suas atividades de relevância estratégica . A cadeia de valores encaixa-se no conceito mais extenso de sistema de valores. Pode ser vistA como a transposição dos produtos de uma empresa na cadeia de valores de seu comprador determinando suas necessidades via diferenciação. (PORTER,1992) No estudo o segmento pesquisado ( de empresas I pessoas jurídicas cujos funcionários recebem o seguro saúde para si e seus dependentes como benefício institucional ), o seçuro saúde se_encaixa na cadeia de valores como um instrumento de política de benefícios. Transferindo este benefício para a cadeia de valores interna da empresa pode-se entender melhor o impacto na observação de que o seguro saúde mal conduzido pode se tornar um centro de custo ou lucro. (GRIFFES,1990) Assim as cadeias de valores das várias empresas de uma indústria diferem, porém a diferença realmente importante é que a empresa pode divergir em escopo competitivo da cadeia de seus concorrentes representando uma fonte de vantagem competitiva. potencial O tamanho, a cultura organizacional, o custo, a região geográfica e as características da mão de obra" empregada podem ser fatores chave para a potencial empresa cliente definir qual será o seguro saúde a ser implantado, haja vista a especifici?tade das vantagens competitivas de cada seguradora, acopladas ao seu seguro saúde. Por exemplo há empresas com ampla base de filiais no território nacional que em geral procuram dar ênfase na negociação ~e contratação de um seguro' saúde para as seguradoras que possuam vastas redes credenciadas. Já empresas cujas necessidades de 116 , '; reembolso de despesas médicas são voltadas aos seus principais executivos procuram seguradoras que possam dar reembolsos maiores no livre escolha. o atendimento de um segmento particular da índústrla pode permitir que uma empresa ajuste sua cadeia de valores a ele, resultando em custos reduzidos ou em diferenciação no atendimento deste segmento em comparação com a concorrência. Entre seguradoras, há as que primam por diferenciação no atendimento do livre escolha, enquanto outras visam ao atendimento em rede. credenciada, têm custo menor mas se ausentam desta diferenciação. Outro exemplo deste atendimento a um segmento particular de uma indústria foi um seguro saúde que vigorou até 199ô cujo nome era H. O . S. P. I. T. A L e que atendia somente a bancos, corretoras e distribuidoras de valores. Posteriormente a empresa foi comprada pela AIG. 4.1 A cadeia de valores Todas as atividades executadas por uma empresa ( projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seu produto ) podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia de valores. Esta exibe o valor total e consiste de margem e atividades de valor. Cada atividade de valor emprega insumos adquiridos, recursos humanos e tecnologia para executar sua função. No seguro saúde uma atividade de valor como a venda do seguro saúde poderia ser descrita de acordo com estas três variáveis da seguinte maneira: insumos adquiridos - conhecimento do risco provável do grupo a ser estudado mediante dados de faixa etária e eventos pré existentes, tipos de risco a que os funcionários .estão sujeitos em suas atividades, tipos de dependentes legais a serem incluídos, tipos de cobertura a serem contratadas, 117 qualidade da rede ..,; credenciada a ser dontratada, negociações de índice de sinistralidade a prevalecerem em contrato. recursos humanos - mão de obra utilizada para. as várias atividades da seguradora como atuários. pessoal de apoio ao produto. médicos auditores. pessoal de apoio à rede credenciada. pessoal responsável pela área comercial. pessoal responsável pelos contatos aos corretores. etc. tecnologia - a tecnologia diz respeito a uma adequada avaliação do risco. O grande ponto da questão é a melhor maneira de avaliar riscos para que a apólice de saúde não entre em prejuízo. Além disso. cada vez mais as seguradoras têm investido em sistemas para melhor controle das apólices. O processamento de reembolsos junto ao segurado é o maior diferencial a explorar. A respeito da tecnologia aplicada ao seguro, saúde. deve-se incorporar novas tecnologias. utilizando intensamente a automação dos escritórios. multimídias. trocas eletrônicas de dados. que possibilitam rapidez no atendimento a clientes eliminando cálculos manuais e textos' repetitivos (ERNST & YOUNG.1996).Outra afirmação a respeito é a de que a utilização da tecnologia permitiria uma melhor apresentação dos seguros. aprimoraria controles e processos de emissão. cobrança. comissões e avaliação de sinistros com processamentos de imagens e canais altemativos de comercialização. As atividades de valor podem ser divididas em dois tipos gerais: atividades ft" primárias e atividades de apoio. As primeiras são envolvidas na criação física do produto e na sua venda e transferência para o comprador. bem como na assistência após a venda. No mercado segurador o papel de atividade primária caberia ao gerente de contas da seguradora e ao corretor de seguros ( já que este processa a venda e o pós venda ). 118 4.2 Atividades primárias de valor Existem cinco categorias genéricas de atividades pnrnanas envolvidas na concorrência em qualquer indústria. Cada categoria pode ser dividida em uma série de atividades distintas que dependem da indústria particular e da estratégia da empresa: Logística Interna - Atividades associadas ao recebimento , armazenamento e distribuição de insumos no produto, como manuseio de material, armazenagem, - . controle de estoque , programação de frotas, veículos e devolução. Nas seguradoras este item se refere especificamente a livretos de rede credenciada. a serem enviados aos clientes, documentações de reembolso como relatórios médicos , recibos de consulta, fichas de preenchimento de inclusão, exclusão, carteirinhas de segurados, a confecção de apólices de saúde, informativos sobre o produto, relatórios de sinistralidade , auditorias médicas etc. Operações - Atividades associadas à transformação dos insumos no produto final, como trabalho com máquinas, embalagem, montagem, manutenção de equipamentos, testes, impressão e operações. A variável operações em uma seguradora na área de saúde diz respeito principalmente à operacionalizaçâo ~o dia a dia da empresa, reembolsos na livre escolha, reembolsos na rede credenciada, apoio ao cliente na rede credenciada, teleatenoirnento 24 horas, processamento por imagem no departamento de sinistros, chamados de ambulância, pagamentos da rede credenciada, gerenciamento de recursos financeiros para a cobertura de riscos, médicos 119 auditores da rede credénciada e projetos de qualidade de vida junto às empresas, procedimentos relativos ao home care, etc. Um exemplo recente de atividade primária foi a da Marítima Seguros ao adotar o processamento por imagem, implantando o sistema de imagem no departamento de contas médicas, usado para a análise de contas médicas glosadas. As contas com alguma diferença entre o que foi informado pelo prestador e o apurado pela seguradora são digitalizadas e indexadas no sistema de imagem para acompanhamento dos analistas responsáveis. (SANTOS,1997). Logística Externa - Atividades associadas a coleta , armazenamento e distribuição física do produto para compradores, como armazenagem de produtos acabados, manuseio de materiais, operação de veículos de entrega, processamento de pedidos e proçrarnação. A logística externa das seguradoras dizem respeito principalmente ao trâmite de documentos, ou visitas de negociação de apólices potenciais ou antigas, visitas às . - empresas para os projetos de qualidade de vida, visitas a hospitais. Marketing e~vendas - Atividades associadas a oferecer um meio pelo qual compradores possam comprar o produto, como propaganda, promoção, força de vendas, cotação, seleção de canal, relações com canais e fixação de preços, pesquisa de mercado. Um exemplo na atividade de marketing é o que hoje envolve a Sul América Seguros na área de saúde com o managed care onde pretende-se que os 2 milhões de segurados da empresa possam escolher seu médico de família ( clínico geral ) , ou seja , aquele que. ficará responsável pelo acompanhamento direto de sua saúde, detectando e prevenindo doenças. A tecnologia é da norte americana Aetna, com a qual a .Sul ~. . América firmou uma" joint venture " em ., fevereiro do ano passado, num negócio que envolveu 450 milhões de dólares, formando a Sul América Aetna Seguros e Previdência.(BARROSO,1998) 120 As atividades primárias de marketing na maioria dos casos são realizadas pelos corretores de seguros, uma vez que as seguradoras terceirizam suas vendas para com estes profissionais através do pagamento de comissões que variam ,na área de saúde, de 1% a 10% do prêmio mensal da apólice. (AIG,1997) Serviço - Atividades associadas ao fornecimento de serviço para intensificar ou manter o valor do produto, como instalação, conserto, treinamento, fornecimento de peças e ajuste do produto .. No caso das seguradoras na área de saúde, existem vários pontos que procuram enfatizar melhor internacional Como exemplo há o serviço que dá aos clientes do nível de reembolso de assistência mais alto, uma total em relação ao segurado no exterior, dando apoio quanto à morte, segurança traslado estes serviços. de corpo, acompanhantes, interessados livre escolha no exterior, passagens de ida e volta etc. Outras seguradoras têm serviços referentes em realizar intervenções de a segurados cirúrgicas em hospitais de primeira linha nos E.U.A, e Europa. (BARROSO,1998). Na indústria de seguro saúde podemos dizer que o ponto chave, na maioria das seguradoras, que focalizam seus esforços no segmento saúde empresarial, são atividades relacionadas a serviços no sentido de que estas levam à fidelização dos segurados institucionais. 4.3 Atividades As atividades quatro de valor de apoio de valor de apoio em qualquer indústria podem ser divididas em categorias genéricas, sendo estas também específicas para urna . determinada indústria. ;, 121 \ • Aquisição - A aquisição refere-se à função de compra de insumos empregados na cadeia de valor da empresa e não aos próprios insumos adquiridos. Embora estes insumos adquiridos estejam comumente associados a atividades primárias, eles estão presentes em cada atividade de valor, inclusive de apoio. Como todas as atividades procedimento de valor, a. aquisição emprega uma tecnologia 11 para lidar com vendedores, normas de qualificação " como e sistemas de informação. No caso do seguro saúde podemos colocar a compra dos riscos pelo IRB ( Instituto de Resseguros do Brasil) como uma categoria genérica de aquisição por parte das seguradoras, excedentes que assim procuram reassegurar a sua capacidade. Um exemplo de resseguro é o da seguro de vida nas resseguradoras, ( uma dessas resseguradoras) no ranking carteira de hoje muito grande. Por exemplo a Munich Re cujo faturamento foi de 13,18 Bilhões, em 1995/96 teve esta carteira representando colocada as responsabilidades , com 16% do total . Já na Swiss Re , segunda prêmios de 12,56 Bilhões esta carteira teve participação de 27%. (REVISTA DE SEGUROS,1998). Desenvolvimento de tecnologia - cada atividade de valor engloba fecnologia, seja ela know how, procedimentos processo. O desenvolvimento ou a tecnologia envolvida no equipamento de' técnologia consiste em várias atividades do que podem ser agrupadas, em termos gerais, em esforços para aperfeiçoar o produto e o processo. O desenvolvimento numerosas tecnologias telecomunicações escritório de tecnologia pode apoiar qualquer uma das c~ englobadas em atividades de valor, inclusive áreas como para o sistema de entrada de pedidos, pará o departamento de contabilidade. ou automação Ele não se aplica apenas do a tecnologias diretamente relacionadas ao produto final. No esquema, de PORTER produto e suas desenvolvimentos o desenvolvimento características estão apelam associados a 122 de tecnologia· relacionado a cadeia atividades inteira , enquanto primárias ou de ao outros apoio particulares. (GOUVEIÀ,1997) expõe sobre o desenvolvimento do sistema EDI e EIS no processamento de informações de retaguarda nas seguradoras de saúde como uma categoria genérica que tem alterado a indústria de seguro saúde. Assim o objetivo do sistema EDI e EIS é o de agilizar processos de venda, eliminação de retrabalhos, diminuição de erros, maior interação com as corretoras , maior produtividade e maior rapidez no fechamento de propostas. Gerência de Recursos Humanos - A gerência de recursos humanos consiste em atividades envolvidas no recrutamento, na contratação, no treinamento, no desenvolvimento e ':la compensação de todos os tipos de pessoal. Ela apoia as atividades primárias e de apoio e a cadeia de valores inteira. Infraestrutura da empresa - consiste em uma série de atividades, incluindo gerencia geral, planejamento " finanças, contabilidade, problemas jurídicos, questões governamentais e gerência de qualidade. A infraestrutura , ao contrário de outras atividades de apoio, geralmente dá base à cadeia inteira, e não, a atividades individuais. Algumas vezes, a infraestrutura da empresa é encarada apenas como "despesa indireta ", mas pode ser uma poderosa fonte de vantagem competitiva. Um exemplo disto são os métodos de comercialização de seguros, (MAINENTI,1998) em que a seguradora vem alterando sua infraestrutura no sentido de oferecê-Ias no varejo em lojas especializadas no modelo " self service ". Os seguros ficam disponíveis em um "display" dentro da loja. Para contratá-lo o cliente só precisa paqá-lo e telefonar_paraa seguradora validar o seguro. 'O" 4.4 Tiposde Atividades Dentro de cada categoria de atividades primárias e de apoio, existem três tipos de atividades que desempenham um papel diferente na vantagem competitiva . . Direta - Atividades envolvidas na criação de valor, que no caso do seguro saúde se referem a itens específicos do produto, a saber: cobertura de gravidez e parto, 123 consultas médicas, exâmes de diagnóstico, tratamentos especiais, home care, etc. Além disso temos os pontos que em geral são negociados e criam valor para as empresas: âmbito territorial das coberturas, as coberturas do seguro, despesas não cobertas, as formas de utilização do plano, as autorizações prévias, os tipos de plano e limites de cobertura, as solicitações de reembolso, o cartão de identificação do segurado, os períodos de carência, vigência do contrato, a aceitação e vigência individual, o prêmio, e o cancelamento do contrato. (CONDiÇÕES GERAIS AGF,1998) . Indireta - Atividades que tornam possível a execução de atividades diretas em uma base contínua. Neste aspecto podemos citar os serviços efetuados pelas redes credenciadas, e que podem ser da própria seguradora ( .Sul América, Bradesco, AGF, etc.') ou terceirizadá ( Medservice , Intermédica, etc. ). O ponto fundamental da rede credenciada no caso são os próprios hospitais, e seus serviços. No mercado de saúde hoje, a. quantidade de serviços realizados atinge 4.16 milhões de internações por ano em 9.890 hospitais, ocupando 856.750 leitos, utilizando a mão de obra de 275.973 médicos. GAZETA MERCANTIL ( 1998 ). . Garantia de Qualidade - Atividades que garantem a qualidade de outras atividades. No seguro saúde institucional, as atividades que garantem a qualidade são alusivas principalmente ao atendimento de clientes pessoas jurídicas que :~ demandam urna diferenciação relativas a cada etapa de atendimento do produto, notadamente às relativas a negociações específicas de custo e atendimento. Estas três atividades coexistem nas empresas. Todos os três tipos estão presentes não só entre atividades primárias, mas também entre atividades de apoio. Das três atividades, as indiretas representam uma proporção grande e em rápido crescimento do custo, podendo desempenhar um papel significativo na diferenciação através de seu efeito sobre as atividades diretas. 124 Apesar de divididas. as atividades diretas e indiretas constantemente gerando inter relações, qualidade permeiama ao mesmo tempo que as atividades empresa como um todo. coexistem de garantia Como principal característica de das atividades de garantia de qualidade está o fato de que o custo cumulativo destas pode ser enorme, afetando o custo ou a eficácia de outras atividades, que por sua vez ao serem modificadas alteram também a própria garantia de qualidade. exemplo recente diz respeito às mudanças da regulamentação aprovada Congresso para regulamentar os planos de saúde, que modificarão seguro saúde, principalmente nas características que os planos estarão sob fiscalização Um no o mercado de relativas à qualidade, do governo ( o Conselho uma vez Nacional de Seguros Privados e a Câmara de Saúde Suplementar vão elaborar as normas ). (ISTO É ,1998) . 4.5 Definição de cadeia de valores. Para diagnosticar a vantagem competitiva, é necessário definir a cadeia de valores de uma empresa para competir em uma indústria particular. Começando com a cadeia genérica, empresa particular. relevantes atividades de valor individuais são identificadas Uma pré condição para a definição de atividades exige que atividades com economias e tecnologias na de valor distintas sejam isoladas. O grau de desagregação depende da economia das atividades e dos propósitos para os quais a cadeia de valores está sendo analisada, seguindo o princípio básico de que estas devem ser desagregadas se tiverem economias tiverem um alto impacto em potencial de diferenciação diferenfes, ou representarem uma proporção significativa ou crescente-do custo. As empresas obtêm quase sempre vantagem tradicionais. competitiva por meio de uma redefinição dos papéis de atividades Na verdade tudo aquilo que uma empresa faz deveria ser classificado em uma atividade primária ou de apoio. Um exemplo disso é o das seguradoras 125 em que num passado' recente a área de vendas era responsável apenas pela comercialização das apólices de seguro saúde. Com a evolução das responsabilidades os executivos implicados passaram a negociar quaisquer sinistros de ponta que surgissem, assim como casos de administração direta da apólice. Embora as atividades de valor sejam os blocos de construção da vantagem competitiva, a cadeia de valores é um sistema de atividades interdependentes. As atividades de valor estão relacionados por meio de elos dentro da cadeia de valores. Por sua vez estes elos são relações entre o modo como uma atividade de valor é executada e o custo ou o desempenho de uma outra. A vantagem competitiva provém de elos entre atividades, da mesma forma que as atividades individuais, podendo resultar em vantagem competitiva de duas formas: otimização e coordenação. Eles refletem inter relações entre atividades para obter o mesmo resultado global, assim como refletem a necessidade de coordenar atividades, que por sua vez reduzem o custo ou aumentam a diferenciação. Elos entre atividades de valor surgem de uma série de causas genéricas, dentre as quais: • A mesma função pode ser desempenhada de formas diferentes As seguradoras nem fempre só provêm seguro saúde para seus clientes pessoas jurídicas; outras modalidades de produto também estão à disposição como os - planos administrados, autogestões e o home care , muito utilizado para diminuir custos de casos de segurados que estejam internadas em um longo período de tempo. 126 • o custo ou o desempenho de atividades diretas através de maiores esforços em atividades indiretas É avaliada principalmente pelo fato de que uma atividade indireta como a auditoria médica, leva na maioria das vezes a uma melhoria da qualidade da rede credenciada, já que a pressiona a melhorar seus serviços a um preço" justo". Hoje em dia as empresas solicitam à auditoria médica relatórios de reembolsos efetuados para ter idéia de quais os funcionários que mais utilizam os planos, ou quais os hospitais mais utilizados. Estes relatórios em geral são solicitados para compor os " indices de sinistralidade " que fazem parte das negociações com a seguradora. • Atividades executadas dentro de uma empresa reduzem a necessidade de demonstrar, explicar ou prestar assistência técnica a um produto no campo. • Funções de garantia de qualidade podem ser desempenhadas de formas diferentes Embora os elos dentro da cadeia de valores sejam importantes para a vantagem competitiva, eles passam despercebidos. A identificação dos elos é um processo ~ de busca das formas pelas quais cada atividade de valor afeta ou é afetada por outras. A exploração 'dos elos exige fluxos de informações que permitam a concorrência da otimização \ou da coordenação. Com isso, sistemas de informação são vitais para a obtenção de vantagens competitivas a partir dos elos. A exploração destes 127 por sua vez, exige a otimização e a coordenação que cruzam linhas organizacionais convencionais. Este tipo de exploração de elos gerando informações é estabelecido entre os corretores e as seguradoras, aonde se negociam indices de sinistralidade, exceções de cobertura como AIDS, hemodiálise crônica,doenças congênitas, meningite infecciosa, eventos pre existentes, carências , inclusão de agregados, custos , reajustes de moeda, reajustes da tabela AMB, e informações sobre potenciais clientes. Administrar elos é, uma tarefa organizacional mais complexa . do que administrar . . atividades de valor. Dada a dificuldade de reconhecer e administrar elos, a habilidade para fazer isto produz uma fonte sustentável de vantagem competitiva. 4.6 Elos verticais Os elos existem não só dentro da cadeia de valores de uma empresa, mas também entre a cadeia de uma empresa e as cadeias de valores dos fornecedores e dos canais. Estes elos, denominados verticais, são similares aos elos dentro da cadeia de valores - o modo como as atividades do fornecedor ou canal são executadas afeta o custo ou o desempenho das atividades de uma empresa e vice - versa. ~ Como fonte de constatação da afirmação acima pode-se sinalizar a peculiaridade de que no Brasil os bancos são os grandes vendedores do seguro ( quatro entre as dez maiores seguradoras, por prêmios totais vendidos no ano passado, pertencem aos bancos de varejo ). Donos de enormes redes de agências espalhadas por todo o território nacional, suas seguradoras usam essa estrutura para vender apólices. Em 1997, 50% dos seguros vendidos, foram comercializados pelos gerentes e funcionários de agências bancárias - apenas a 128 outra metade foi vendida por corretores. Nos E.U.A , a quase totalidade dos seguros é vendida por corretores. (ISTO É DINHEIRO,1998). Os elos entre as cadeias de valores dos fornecedores e a cadeia de valores de . uma empresa propiciam oportunidades para a empresa intensificar sua vantagem " competitiva. Os elos do fornecedor significam que a relação com fornecedores não é um jogo de soma zero em que um só ganha à custa do outro, mas sim uma relação em que ambos podem ganhar. Os elos existentes verticalmente entre corretores e seguradoras são explorados de maneira pouco profunda, gerando conflitos freqüentes entre as seguradoras e os corretores quando da comercialização de apólices, em seguros saúde. Isto posto nos leva a refletir sobre as perdas de 'oportunidade,"já-que a coordenação e a otimização conjuntas com os canais podem reduzir o custo ou intensificar a diferenciação. (PORTER,1989) discorre sobre as fontes destes conflitos quando coloca que os elos verticais , como os elos dentro de uma cadeia de valores de uma empresa, são negligenciados. Mesmo que sejam reconhecidos, a propriedade independente" de fornecedores ou canais ou uma história de relação podem impedir a coordenação e a otimização conjuntas necessárias para explorar elos verticais. Os conflitos entre seguradoras e corretores têm sua origem na margem de comissão, que na maior parte das vezes gira de 3% a 10% do valor da apólice de seguro saúde. Isto impõe um conflito de interesses no qual o corretor é pressionado a diminuir esta faixa de comissionamento pará tornar a seguradora mais competitiva em'relação a seus custos, e vice versa. Os compradores também possuem cadeias de valores. O produto de umà empresa representa um insumo comprado para a cadeia do comprador. A origem da diferenciação de uma empresa está na forma como sua cadeia de valores se relaciona à cadeia de seu comprador. A.. diferenciação gerada pelo valor cria vantagem competitiva para seu rf, !\i I"~ comprador, reduz seu custo ou eleva-lhe o desempenho. Por sua vez o escopo I.~ 129 II competitivo afeta a .cadeia de valores através de quatro dimensões: o escopo do segmento, escopo vertical, escopo geográfico, escopo da indústria. Um escopo amplo permite que uma empresa explore os benefícios da execução interna de um maior número de atividades. Ele pode permitir que a empresa explore inter relações entre as cadeias de valor que atendem diferentes segmentos, áreas geográficas ou indústrias afins, porém compartilhar e integrar tem, contudo, custos que podem anular seus benefícios. A esse respeito (SALLES ,1998) comenta que no seguro saúde uma seguradora pode ser mais competitiva se operar um " mix " de faturamento composto de 20% em automóveis, 20% em saúde, 40% em vida e o restante em riscos patrimoniais. Já a vantagem competitiva de um escopo estreito está em especificidades entre variedades de produtos, compradores ou regiões geográficas dentro de uma indústria em termos da cadeia de valores mais adequada para atende-los. Isto pode ser visto pelos reembolsos no livre escolha com valores altos, home care, assistência odontológica, psiquiatria, fonoaudiologia, AIDS, rede credenciada, assistência internacional que são por exemplo coberturas que a alta gerência de uma empresa valoriza muito como benefício. A relação entre escopo competitivo e a cadeia de valor fornece a base para a definição dos limites relevantes ,·fV das unidades empresariais. Unidades empresariais estrategicamente distintas são isoladas, pesando-se os benefícios da integração e da desintegração e comparando-se a força das inter' relações no ~ atendimento a segmentos relacionados, áreas geográficas ou indústrias às diferenças nas cadeias de valores mais adequadas para atendê-los individualmente. Assim sendo; 'algumas seguradoras durante certo tempo atuaram com o benefício \ odontológico como parte do seguro saúde. Com o passar do tempo e as., 130 exigências de uma estrutura diferenciada, com tabelas de reembolso rede credenciada específica, o que era característica próprias e específica de um produto passou a ser um produto à parte, com centro de custos próprios e sendo gerida como unidade de negócios autônoma, transformando-se em um seguro odontológico para empresas. Grandes vantagens para a integração vertical ampliam os limites de uma unidade empresarial a fim de abranger" vantagens pequenas corrente acima" ou "corrente abaixo ", enquanto implicam que cada estagio é uma unidade empresarial distinta. É comum nesse aspecto as seguradoras em saúde terem participações acionárias em corretoras. 4.7 Estrutura industrial e cadeia de valores É preciso entender a cadeia de valores e a estrutura industrial, uma vez que a segunda modela a ~adeia de valore~ coletivas dos concorrentes. (HUNT, 1995). A estrutura determina as relações de negociação com compradores e fornecedores que se refletem na configuração da cadeia de valores de uma empresa e no modo como as margens são divididas com compradores , fornecedores e sócios de coalizões. A ameaça de substituição para uma indústria influencia as atividades de valor desejadas sustentabilidade pelos compradores. As barreiras de entrada influenciam a de várias configurações das cadeias de valores. (GRUCA, 1995) comenta a respeito de uma estrutura de barreira à entrada de novos concorrentes, como um influenciador da sUstentabilidade da configuração de cadeias de valores. A variedade de cadeia de valores do concorrente é, por sua vez, a base para muitos elementos da estrutura industrial. aprendizagem patenteada, Economias de escala e por exemplo, surgem da tecnologia cadeias de valores dos . concorrentes. - l31 empregada nas Podemos citar em relação ao parágrafo acima o concorrente mais direto ao seguro saúde, que é a autogestão. A variedade da cadeia de valores da autogestão tornase muitas vezes os próprios elementos da estrutura industrial (CIEFAS,1998), como a ausência necessidades efetividade de finalidade do-cliente, a criação de alternativas do pagamento tratamentos não cobertos lucrativa, sua singularidade dos .serviços, de acordo com as próprias para os clientes, a possibilidade de agregar a outros no seguro saúde, possibilidade de ações conjuntas com programas de saúde ocupacional, etc. De forma semelhante , a diferenciação dos produtos da indústria tem sua origem no modo como os produtos das empresas são utilizados nas cadeias de valores dos compradores. diagnosticados Assim, muitos elementos da estrutura industrial podem ser através da análise das cadeias de valores dos concorrentes em uma indústria. 4.8 A diferenciação no esquema de vantagem competitiva de Michael E. Porter Uma empresa diferencia-se da concorrência se puder ser singular em alguma coisa valiosa para os compradores. O ponto até o qual os concorrentes em uma indústria conseguem diferenciar-se um do outro também constitui um elemento da estrutura industrial. Os seguros saúde dentro desta afirmação têm vários pontos que devem ser anallsados, como diferenciação: o prazo de reembolso escolha, a cobertura a nível mundial, assistência internacional, no livre periodicidade de revisão de sinistralidade, coberturas opcionais, check up, coberturas para grandes eventos, qualidade de vida, agravação de custos para dependentes, agravação de custos para agregados, credenciadaclaúsula especiais, central rede credenciada, limites de utilização de remissão por morte, eventos pré existentes, 24 horas, carências, vacinas, estrutura' administrativa,' controle e administração da rede credenciada. 132 na rede tratamentos operacional e As empresas encaram as fontes de diferenciação em potencial de uma forma limitada, já que as vêem apenas como práticas de marketing ou produto, ao invés de considerarem que elas se originam em qualquer parte da cadeia de valores. Em geral , as empresas também são diferentes , mas não diferenciadas, porque buscam formas de singularidade -que os compradores não valorizam. Os diferenciadores ainda prestam atenção insuficiente ao custo da diferenciação, ou à sua sustentabilidade , uma vez alcançada. As seguradoras não conseguem por meio de seus departamentos de marketing discernir um fator muito importante na diferenciação do seguro saúde, que é o risco. Este é o limitador em um processo de diferenciação do seguro saúde e parte das vezes inviabiliza alguns tipos de diferenciação que se queira realizar. No caso do seguro saúde os melhores produtos na verdade passam a ser os de equilíbrio entre a gestão do risco da empresa e o valor da contribuição mensal, perante as diferenciações que este equilíbrio pode gerar. Se um seguro saúde oferece diferenciações inadequadas a ponto de aumentar o risco da .apólice em demasia ( coberturas muito altas por exemplo) , para a " empresa segurada isto pode ter duas implicações futuras:ou o seguro deve ter seu prêmio corrigido frente à sinistralidade constatada ou a seguradora declina da empresa como cliente frente aos seus riscos futuros. Já para a seguradora, o risco agravado sem uma adequada contribuição de prêmios, pode a levar à insolvência, caso permaneça com a sua carteira de apóli~s mal dimensionada. Serve-se desta situação a estratégia de certas seguradoras de formatar produtos ~ que não permitem uma diferenciação ( a menos que seja feito um resseguro ), e que na verdade' tendem a direcionar seus segurados à rede credenciada onde seus custos para cobrir os sinistros são menores. Já as seguradoras que diferenciam seus produtos, deve dimensionar os preços dos prêmios de acordo com o risco assumido .O resultado mais frequente é os prêmios serem maiores que os cobrados por seguros mais básicos e sem tantas diferenciações .. 133 4.8.1 Fontes de diferenciação A diferenciação permite que a empresa peça preço prêmio, venda maior volume do seu produto por determinado preço ou obtenha benefícios equivalentes, como maior lealdade do comprador durante quedas cíclicas ou sazonais. No seguro saúde observa-se que a lealdade do segurado aumenta na medida em que o produto seguradoras extensa. é diferenciado. É comum ter-se uma preferência maior por cujos produtos de seguro saúde tenham uma rede credenciada Já as seguradoras com redes credenciadas mais restritas tentam compensar esta desvantagem através de uma rede credenciada qualitativamente superior ou via tabelas de reembolsos maiores. A diferenciação de uma empresa pode agradar a um grupo amplo de compradores em uma indústria ou apenas a um subgrupo de compradores particulares. O seguro saúde tem dois públicos muito com necessidades específicos em uma empresa ( de acordo com a escala hierárquica a que pertencem na organização ). • consumidor de maior poder-aquisitivo - em geral prefere, seguros saúde com livre escolha de médicos e hospitais com reembolsos altos. • - consumidor de menor poder aquisitivo - dá preferência a seguros saúde com ~ rede credenciada extensa de médicos e hospitais e reembolsos baixos. A diferenciação não pode ser compreendida se a empresa for considerada como um todo, pois 'ela provém das atividades específicas que uma empresa executa e do modo como afetam o comprador. A diferenciação surge da cadeia de valores da empresa. Qualquer atividade de valor constitui uma fonte em potencial 134 de singularidade. A aquisição de matérias primas e de outros insumos pode afetar o desempenho do produto final e , portanto, a diferenciação. (BULLA,1998) explica o processo de agregar valor aos negócios da seguradora via auditoria interna através da identificação de oportunidades' que possam contribuir pàra a otimização de resultados, através da redução de custos , aumento da receita e aprimoramento das práticas operacionais de gestão e controles existentes. O objetivo disto é orientar o planejamento dos trabalhos com base na identificação abrangente dos riscos de negócio, considerando riscos do ambiente externo, riscos dos processos operacionais, riscos associados à utilização da tecnologia de informações, riscos financeiros, riscos de informações para tomada de decisões. Outros diferenciadores de sucesso criam singularidade através de outras atividades primárias e de apoio. Neste caso é importante frisar que o gerenciamento financeiro de uma seguradora pode reverter como um importante diferencial na medida em que possibilita uma maior solidez financeira e melhor reembolso de sinistros. O relatório da (AUSTIN ASIS,1998) sobre desempenho financeiro do mercado segurador dá a idéia dos pontos que levam a um bom resultado: a formação e consolidação de poupança interna e a aplicação de elevados recursos em títulos de renda fixa e imóveis As atividades de marketing e de vendas também têm um impacto sosre a diferenciação. De modo semelhante, atividades indiretas como manutenção ou programação podem contribuir para a diferenciação do mesmo modo que as atividades diretas como montagem ou processamento de pedidos. A atividade de seguradoras em campanhas publicitárias dirigidas aos corretores de seguros tem sido um ponto muito forte da visão institucional do mercado quanto à sua ~ diferenciação. , 135 Atividades de valor que representam apenas uma pequena percentagem do custo total podem, não obstante, ter um grande impacto sobre a diferenciação. Alguns seguros saúde possuem um diferencial sem custo para a seguradora que é o de intermediar a compra de vacinas no exterior ou no mercado interno; outro diferenciaf adotado tem sido o desconto de preço nas mensalidades dos segurados junto a academias de ginástica e spas, o que tem tido um bom resultado no mercado. A análise da diferenciação exige uma divisão melhor de algumas atividades de valor, enquanto outras podem ser agregadas se tiverem pouco impacto sobre a diferenciação. Uma empresa pode diferenciar-se através da amplitude de suas atividades , ou de seu escopo competitivo. Uma série de outros fatores diferenciadores pode resultar de um escopo competitivo amplo, como a habilidade para atender as ne~essidades dás s_eguradosem qualquer região geográfica; por isso as redes credenciadas amplas de médicos e hospitais são consideradas importantes em algumas empresas. A diferenciação também pode originar-se "corrente abaixo "'. Os canais de uma seguradora constituem uma fonte de singularidade, e melhorar sua reputação, seu serviço, o treinamento do cliente e diversos outros fatores. As seguradora podem aumentar estas singularidades, por meio de ações como a seleção de canais para alcançar consistência nas instalações , nas capacidades ou na imagem; o estabelecimento d~ padrões e políticas para o modo como os canais devem operar; o fornecimento de materiais de treinamento e publicidade para uso pelos canais ; o fornecimento de fundos de modo que os canais possam oferecer ~ crédito. Além disso é muito comum as seguradoras usarem seus corretores como prepostos de ação para suas neqociações e diferenciações. Por exemplo existem concessionárias Bradesco e Sul América que só vendem seus produtos e que tem, grande poder 'de barganha junto aos clientes finais. 136 • Embora a diferenciação envolva qualidade, ela constitui um conceito muito mais amplo sendo associada ao produto. As estratégias de diferenciação procuram criar valor para o comprador por toda a cadeia de valores; A identificação de condutores de singularidade permite desenvolver meios para a criação de novas formas de diferenciação ou de sustentação daquela existente. Uma maneira de atingir estes pontos é procurar desenvolver uma antevisão de aumentos de demanda que possam comprometer os serviços já prestados Seguindo a recomendação acima, nota-se' hoje por parte das redes credenciadas vinculadas às seguradoras um esforço muito grande de ampliar as estruturas que já possuem procurando antever um aumento do público que possue o seguro saúde . Os hospitais estão investindo para melhorar sua capacidade de atendimento, ainda que não estejam super - lotados, pois o número de pessoas associadas a planos ou seguros saúde tem crescido . Há previsão de que o sistema privado , que envolve hoje 1390 empresas e atende 40 milhões de brasileiros, deverá dobrar sua clientela nos próximos três anos (MALTA, 1998) Os condutores da singularidade nas seguradoras são o desempenho ~ e características de seguros oferecidos, os serviços fornecidos, a intensidade , a tecnologia empregada na execução, a qualidade dos insumos' adquiridos e informações empregadas para controlar uma atividade. Em geral, a singularidade tem sua origem nos elos dentro da cadeia de valores ou nos elos com fornecedores e com canais explorados por uma empresa. Os elos resultam em singularidade se o modo como uma atividade é executada afeta o desempenho da outra: • Elos dentro da cadeia de valores - quando a satisfação das necessidades do comprador quase sempre envolve a coordenação de atividades ligadas. 137 Além disso há a administração normal das várias atividades que implicam no dia a dia do seguro saúde, que vão desde a inclusão de segurados até o seu atendimento na rede credenciada. • Elos com fornecedores - A singularidade para satisfazer as necessidades do comprador também pode ser o resultado da coordenação com fornecedores .Pode-se dizer que o transporte por ambulância na maioria das vezes é um processo logístico que deve ser muito bem coordenado entre o pessoal de apoio da linha direta ( que atua 24 horas) e o hospital de destino. • Elos com canais - Através da coordenação com os canais, de atividades entre a empresa e os corretores, pode-se agregar valores para o cliente final. Como a conferência de faturas de empresas para evitar erros de confecção, assim como acompanhamento de todos os processos de carência, inclusão, exclusão, custos, sinistralidade , acompanhamento de sinistros, reembolsos etc. 4.8.2 O custo da diferenciação Uma empresa precisa incorrer em custos para ser singular porque a singularidade exige ~ue ela execute atividades de valor de forma mais adequada que a concorrência. A corretora de seguros York Willis Corron Group, procura diferenciar seus serviços, já que pretende atuar como consultora de gerenciamento de riscos, em vez de ser uma mera intermediadora entre a seguradora que venderá a apólice e a empresa que está comprando uma cobertura do negócio. (ANTUNES ,1998) Algumas formas de diferenciação são mais dispendiosas que outras, porém o valor dado pelos usuários a estas as tornam imprescindíveis. Em um seguro 138 saúde, o fato de ele apresentar boa parte dos segurados utilizando o livre reembolso representa um custo maior, do que se os segurados utilizassem a rede credenciada. Isto se deve à probabilidade de pagamentos de custos hospitalares superiores para médicos e hospitais que privilegiam o pagamento de seus honorários à vista, e que são credenciada ( em geral com mais elevados do que se fossem pela rede uma tabela de reembolso acordada com os fornecedores ). A diferenciação por meio de um maior número de·características do produto será mais dispendiosa do que a diferenciação através de características diferentes, porém mais desejadas. Com isto é possível entender os custos mais elevados de ter hospitais de primeira linha como o Albert Einstein ou Sirio Libanês na rede credenciada (em geral agregando custos de 30 % ao prêmio ) , em relação a outros aditivos relativos à internação de 365 dias ou tratamentos especiais ( AIDS, Hemodiálise, próteses, tuberculose, etc. ) que em geral agregam custos de 5% ao prêmio. o custo da diferenciação reflete os condutores dos custos das atividades de valor em que a singularidade esta baseada. A relação entre condutores dos custos e da singularidade assume duas formas relacionadas através dos condutores de custos pelas atividades singulares, ou os condutores de custo afetando o custo de se ser singular. Ao buscara diferenciação,' em geral uma empresa afeta os condutores o-doscustos de uma atividade de forma adversa e acrescenta custo. A posição de uma empresa em relação aos condutores dos custos irá determinar o custo de uma estratégia de diferenciação particular em relação aos concorrentes. A presença dos hospitais de primeira linha na rede credenciada eleva os custos do seguro saúde aumentando assim o índice de sinistralidade e por decorrência o prêmio final. Este raciocínio pode ser explicado pois, além de os hospitais serem mais custosos do que seus concorrentes,eles ainda apresentam corpo clínico aberto, ou seja os reembolsos dos médicos e suas equipes são tratados como 139 livre escolha sendo portanto negociados fora da rede credenciada, um fator que leva a um aumento nos custos. A escala, as interrelações , a aprendizagem e a oportunidade são condutores dos custos de importância particular pois afetam o custo da diferenciação. si só , a escala diferenciação. possa resultar em diferenciação, Embora, por ela afeta o custo desta A escala pode determinar o custo da escolha, por parte de uma empresa, de uma política de fazer uma intensa publicidade, por exemplo, ou da rápida introdução de novos produtos. Uma empresa com uma movimentação mais rápida na curva de aprendizagem uma atividade diferenciadora enquanto uma movimentação Com relação a esta afirmação, terá uma vantagem em de custo na diferenciação, antecipada pode reduzir o custo da diferenciação. as seguradoras procuram no mundo inteiro reduzir custos . Ao longo dos últimos anos elas tem feito de tudo para reduzir despesas administrativas e comerciais. A AIG ( American International Group ) , a maior seguradora do mundo, tem aplicado sua vantagens competitivas de escala, inter relações , aprendizagem e oportunidade, adquiridas ao redor do mundo, para aproveitar-se do recém aberto mercado brasileiro, seguindo uma linha de produtos voltada mais à penetração em classes sociais mais baixas. Com seu Access Card é possível o atendimento em consultórios médicos e em hospitais de rede privada , desembolsando o preço da consulta estipulado pela Associação Médica Brasileira ( AMB ). (ANTUNES,1998) Os condutores dos custos desempenham um papel importante na determinação do sucesso de estratégias de diferenciação e têm implicações competitivas. concorrentes têm posições relativas diferentes com respeito Se os a importantes condutores dos custos, seu custo para atingir a singularidade na atividade afetada irá diferir. De 'modo semelhante, formas diferentes de diferenciação menos dispendiosas são mais ou para uma empresa, dépendendo de sua situação quanto aos condutores dos custos das atividades afetadas. Um exemplo das tentativas atuais 140 de decréscimo dos condutores de custo, vem da parceria entre a Arnerican International Group ( AIG ) e a UNIBANCO que, comprada por US$ 550 milhões, . obteve redução nos custos de 22 milhões de dólares possibilitando lançar seguros saúde com cobertura de transplantes e câncer .(BUENO,1998) Outro exemplo que esclarece este. conceito diz respeito às diferenças entre as escalas do seguro saúde que, como condutores de ousto, têm permitido diferenciações específicas para cada seguradora. A Sul América, por exemplo, teve crescimento de 42% entre 1996 e 1997. O seguro saúde já ultrapassa os tradicionais seguros de automóveis da empresa e hoje representa 40% de sua carteira, apresentando 2 milhões de beneficiários.(GAZETA MERCANTIL,1998). Sua capacidade de escala como condutor de custo permite então diferenciações, muito mais custosas que seguradoras como a AGF Saúde que hoje conta com 80 . - mil benefíciários . (MALTA,1998).No caso extremo, uma companhia pode contar com uma vantagem de custo tão grande na diferenciação de uma determinada atividade de valor que como conseqüência este se torna mais baixo do que o custo de uma empresa que não esteja tentando ser singular na atividade. Esta possivelmente a aposta do governo brasileiro ao abrir o mercado de saúde para as seguradoras estrangeiras, no intuito de obter melhorias de qualidade a custos mais baixos. Caso uma empresa não esteja reduzindo seu custo, tentativas no sentido de alcançar singularidade em geral o elevam. De modo semelhante, uma vez que os concorrentes imitam uma grande inovação, uma empresa só pode permanecer diferenciada acrescentando custo. Ao avaliar 6 custo da diferenciação, uma - ~ empresa deve comparar o custo da singularidade numa atividade com o custo de ser igual aos concorrentes. Torna-se importante observar que a singularidade não resulta em diferenciação, a menos que esta seja de valor para o comprador. Um diferenciador de sucesso descobre formas de criar valor para os compradores que produzam um preço 141 prêmio superior ao custo extra. O ponto de partida para compreendermos todo esse processo de valor parao comprador é sua cadeia de valores. A cadeia de valores do comprador determina o modo como um produto de uma empresa é utilizado, bem como os outros efeitos da empresa sobre as atividades do comprador. Estes determinam as necessidades do comprador e constituem as bases da diferenciação e do valor para o comprador. No entanto o que vem a ser valioso para qualquer tipo de comprador depende de como um produto e a empresa' que o fornece afetam a cadeia do comprador. Criar valor para um comprador e justificar um preço prêmio requer o mecanismo de reduzir o custo ou elevar o desempenho. Para compradores industriais, comerciais e institucionais, a diferenciação exige que uma empresa seja capaz de criar de uma forma singular vantagem competitiva além de vender por um preço mais baixo. Os compradores institucionais podem valorizar um fornecedor que ofereça satisfação ou prestígio para executivos ou outros empregados, mesmo que ele não contribua para o lucro da companhia . Isto reflete as' diferenças que existem entre as metas da companhia e as dos empregados. É comum executivos se referirem ao plano de assistência médica da OMINT Assistencial como um plano de saúde diferenciado, aonde os reembolsos de livre escolha chegam a ter valores muito elevados permitindo o atendimento de seus segurados em hospitais no exterior. Todavia o preço deste produto é maior que o usual alcançando milhares de dólares ao ano. .Assim, devido a uma necessidade de seus executivos ocasionada pela hierarquia na empresa, a companhia paga valores nem sempre racionais por produtos. Uma empresa reduz o custo do comprador ou aumenta o seu desempenho através do impacto de sua cadeia de valores sobre a cadeia de valores do comprador. Uma empresa pode afetar a cadeia do comprador fornecendo um insumo para uma atividade dele. Contudo , o produto de uma empresa terá impactos diretos e .indiretos sobre- a cadeia do comprador que extrapolam a atividade em que o produto é de fato usado. Um exemplo é a constatação de que as empresas que compram planos de saúde não querem aumentar seus gastos 142 com esse benefício, que chegam a 7,93% da folha da folha de pagamento nominal ( apenas os salários ). Mantido esse impasse, há que haver uma mudança na maneira como as partes fazem n~gócio.(GAZETA MERCANTIL, 1998) Às vezes, o comprador tem contato individual com atividades de valor da . empresa, enquanto em outros casos o comprador só observa o resultado de um grupo de atividades. Assim , o valor criado por uma empresa para seu comprador é determinado pelo conjunto total de elos entre a cadeia de valores da empresa e a cadeia de valores de seu comprador. As ligações entre uma empresa e a cadeia de valores de seu comprador dependem de como o produto da empresa é usado pelo comprador, não como ele foi planejado para ser utilizado. Mesmo o produto projetado com todo cuidado pode ter um desempenho insatisfatório se um comprador não compreender como instalá-lo, operá-lo ou mente-lo, ou se ele for usado para um fim para o qual não foi planejado. o seguro saúde é criticado por seus usuários em relação a uma série de fatores que as vezes não podem ser preenchidos pelo seguro, negociados junto àempresa. porque não foram A ausência de coberturas de AIDS, hemodiálise crônica, tuberculose, doenças congênitas, febre amarela, marca passo, próteses, cobertura de 365 dias, planos sem limites de idade, rede no exterior, limites altos para o livre escolha provocam descontentamento sendo que estas na verdade não foram negociadas. Todo impacto de uma empresa sobre a cadeia de valores de seu comprador, inclusive toda ligação entre as atividades de valor do comprador e a empresa representa uma possível oportunidade para diferenciação. Quanto maior o número de impactos diretos e indiretos que um produto tem sobre a cadeia de valores de seu comprador, maiores as possibilidades de diferenciação e maior o nível geral de diferenciação obtido. Esta é uma opção cada vez maior entre os corretores que trabalham com seguro saúde e que tentam tangibilizarseus serviços o máximo possível já que a ameaça de sua intermediação ser questionada é muito 143 forte. Os corretores por sua vez possuem uma legislação que lhes é muito favorável, haja visto que a sua existência em qualquer apólice é assegurada por lei mesmo que estes não tenham participado de uma negociação. Como suas comissões são altas ( em torno de 10% do valor do prêmio ) , os corretores cada vez mais tentam diferenciar seus ganhos neste segmento de negócio. (BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL, 1997) No entanto, os limites de prêmios do seguro saúde para as empresas tem começado a esbarrar em limites de custo. Um dos pontos a serem revistos é o de novas formas de distribuição mais baratas e mais eficientes do que a atual, centrada nos corretores. Assim, qualquer coisa que uma empresa possa fazer para reduzir o custo total do comprador na utilização de um produto, ou outros custos do comprador, representa potencial para a diferenciação. Uma empresa pode reduzir o custo de seu comprador de várias maneiras, através da redução de custos de entrega, instalação e financiamento, através da redução do índice necessário de consumo do produto, a redução do custo direto e indireto de utilização do produto e através da redução do custo de falha do produto. 4.8.3 Percepção do valor pelo comprador Qualquer que seja o valor oferecido por uma empresa a seus compradores, estes em geral encontram dificuldade para avaliá-lo com antecipação. Uma compreensão detalhada do modo como o produto físico afeta o custo ou o desempenho do comprador em geral exigeumaampJa experiência no seu uso. Um comprador enfrenta um desafio ainda mais difícil para saber de que forma as outras atividades executadas por uma empresa irão afetar o valor para ele. Além disso, um comprador nem sempre consegue medir com precisão o desempenho de uma empresa e de seu produto mesmo depois de o produto ter sido comprado e usado. 144 • Os compradores não costumam compreender todas as maneiras pelas quais um fornecedor reduz ou poderia reduzir seus custos ou melhorar seu desempenho . Embora seja mais provável que os compradores compreendam os impactos diretos de uma empresa sobre as cadeias de valores, eles em geral não reconhecem os impactos indiretos ou as formas pelas quais outras atividades do fornecedor, além do produto, os afetam. Eles às vezes podem perceber um valor demasiado, da mesma forma que podem deixar de perceber valor suficiente. Uma situação muito-comum nas negoclações de renovação do seguro saúde diz respeito aos reajuste de custo do produto. Para o executivo implicado nesta negociação , às vezes a colocação de que um reajuste no prêmio da apólice por parte das seguradoras vem acompanhado de questionamentos sobre quando esta mesma apólice era lucrativa para a seguradora e o preço do prêmio não era rebaixado por isto. Tudo isto é decorrente do fato de uma visão pouco definida do que seja risco e suas implicações junto à seguradora e ao próprio cliente. As empresas' que procuram dar a seus funcionários um seguro saúde encontram muitas dificuldades em conseguir discernir as vantagens competitivas que cada seguradora pode fornecer. Existem hoje no mercado em torno de 1390 empresas que atendem 40 milhões de brasileiros. (MALTA,1998). A capacidade de avaliar tantos contratos e negociar claúsulas e apólices levam os departamentos de recursos humanos a, não raramente; além de corretoras escalar advogados para saber das implicações de um determinado contrato. Na determinação do nível efetivo de diferenciação atingido, a percepção do comprador sobre uma empresa e sobre seu produto, pode , ser tão importante quanto a realidade daquilo que a empresa oferece. Além disso , se os compradores não conhecem bem' aquilo que é útil para eles, isto pode vir a ser uma oportunidade para a estratégia de diferenciação, visto que uma empresa pode estar em condições de adotar uma nova forma de diferenciação e ensinar os compradores a valorizá-Ia. As claúsulas de remissão por morte, por exemplo , no 145 seguro saúde, vem confirmar esta afirmação, já que estas favorecem os dependentes do segurado por dois ou três anos no caso de sua morte, sem custo para a empresa. Os compradores utilizam indicações como publicidade, reputação, embalagem, o profissionalismo, a aparência e a personalidade dos empregados do fornecedor, a atratividade vendas das instalações e as informações fornecidas nas apresentações de para inferirem o valor que uma empresa cria ou criará. Estes fatores utilizados pelo comprador para inferir o valor criado por uma empresa se denominam sinais de valor. Alguns sinais de valor exigem despesas permanentes por parte de uma empresa, enquanto outros refletem a clientela ou a reputação que uma empresa construiu no decorrer do tempo. Outros sinais de valor não são controlados pela empresa. Os sinais podem ser tão necessários, em algumas indústrias, para expor custos escondidos de um produto em que a empresa conta com uma vantagem em relação benefícios não reconhecidos. à concorrência, quanto o são para expor Em algumas, os sinais de valor são tão importantes quanto o valor real criado na determinação da diferenciação realizada. Isto ocorre em particular quando o impacto de uma empresa sobre o custo ou o desempenho do comprador número de compradores é subjetivo, indireto ou de difícil quantificação, compradores está comprando pela primeira quando um grande vez , quando não são sofisticados ou quando a recompra é infrequente. os Assim sendo, a empresa cliente não terá acesso à comissão que o corretor obteve, assírrucomo a uma o agenciamento negociado, já que o valor corrésponde porcentagem elevada do prêmio. Os compradores não pagarão por valor que não percebam, não importa quão real ele possa ser. Assim, o preço prêmio pedido por uma empresa refletirá não só o valor de fato apresentado comprador ao seu comprador bem como percebe este valor. Uma empresá que apresenta modesto, mas que o sinaliza até que apenas ponto o um valor de modo mais efetivo pode, na verdade, pedir um preço mais alto do que uma empresa que apresenta um valor mais alto, mas o 146 • sinaliza de forma ineficaz. Com isso os corretores que intermediam um processo de negociação de seguro saúde, na maioria das vezes têm receio de expor seus ganhos, já que a tangibilização de suas atividades não é clara. A longo prazo, o limite máximo do preço prêmio que uma empresa pode pedir reflete seu impacto real sobre o valor para o comprador - impacto sobre o desempenho e o custo do comprador em relação à concorrência. Com a globalização deste mercado, as comissões têm seguido uma queda , seus patamares por parte de corretoras que não oferecem valor agregado têm caído, tornando o processo de difícil tangibilização . Através de uma sinalização efetiva do valor, uma empresa pode ter condições de pedir um preço superior ao valor real por um tempo. Ás vezes o fato de a empresa não conseguir apresentar um valor percebido qué se equlpare a -seu preço tende a tornar-se conhecido, em parte através dos esforços dos concorrentes . O inverso é menos comum. Deixando de sinalizar seu valor de uma forma efetiva, uma empresa talvez nunca realize o preço que seu real valor merece. 4.8.4 - Valor para o comprador e o comprador real Uma empresa não compra um produto; tomadores de decisão individuais o fazem. O valor real e os sinais de valor são avaliados e interpretados por estes tomadores de decisão. A identidade da pessoa ou pessoas específicas que tomam a decisão de compra influenciará,v se não determinar , o valor ligado a um produto. O tomador de decisão pode não ser a pessoa que paga pelo produto e pode não ser o usuário. Diferentes tomadores de decisão valorizarão coisas diferentes com ~. relação a um fornecedor, e empregarão critérios diferentes para avaliá-Ias.Uma - série de indivíduos influenciam o tomador de decisão, embora talvez não tenham uma participação direta na decisão. Estes indivíduos podem vetar um fornecedor, apesar de não disporem de poder para escolher. 147 A identificação do valor que uma empresa cria para o comprador e dos sinais de valor usados pelo. comprador depende da determinação da identidade do comprador real. Em geral, o processo de identificação deste comprador real sugere novas dimensões de desempenho que não ficam aparentes de imediato se o comprador é visto como a empresa. A aplicação destes fundamentos do valor para o comprador a uma indústria resulta na identificação de critérios de compra do comprador. Tais critérios podem ser divididos em: • Critérios de uso - aonde os critérios de compra afetam o valor real para o comprador por meio de uma redução do custo deste ou de uma elevação do seu desempenho. Os critérios de uso poderiam incluir fatores como qualidade e características do produto. • Critérios de sinalização - são os critérios de compra originados de sinais de valor, ou de meios usados pelo comprador para inferir ou julgar qual é o valor real de um fornecedor. A AGF Seguros na área de saúde procurou um diferencial ao incluir os serviços de psicólogos, psicoterapeutas, fonoaudiólogos, assim como reforçou sua medicina preventiva, que inclui descontos em aulas em academias de ginástica e spas. (CARVALHO,1996) Nas empresas o tomador de decisão é o gerente de recursos humanos, que ao analisar o possível benefício a ser implantado procura valorizar aspectos de custo e benefício. Todos os aspectos que formatem o seguro saúde às necessidades da empresa serão utilizados, levando as negociações a se estender por meses e em alguns casos até anos. O preço prêmio que uma empresa pedirá será uma função de sua singularidade, ao satisfazer' os critérios de uso e de sinalização. A abordagem dos critérios de uso sem satisfazer os critérios de sinalização, minará a percepção de um comprador do valor de uma empresa. " 148 As distinções entre os dois tipos de critérios são sempre complexas, visto que muitas atividades de uma empresa contribuem para os critérios de uso além, de servirem como sinais de valor. Assim a reputação da marca pode ser valiosa para um comprador porque elimina qualquer culpa se um fornecedor não tiver um bom desempenho. Os compradores não pagam apenas por sinais de valor. Uma empresa precisa compreender com que conveniência ela satisfaz os critérios de uso e o valor criado de modo a determinar um preço prêmio adequado. O valor de um critério de sinalização contribui para que o comprador perceba o valor criado a fim de satisfazer critérios de uso. • Critério de uso Os critérios de uso têm sua origem nas ligações entre a cadeia de valores de uma empresa e a cadeia de valores de seu comprador. Estas são numerosas, existindo critérios de uso que extrapolam as características do produto físico. Embora" a distinção entre um produto e outras atividades de valor seja uma questão de grau, ela é importante, já que outras atividades de valor fornecem um número de dimensões como base para a diferenciação. Os critérios de uso também podem incluir coisas intangíveis, como estilo, prestígio, status percebido e conotação da marca. Em geral, critérios de uso intangívei§. surgem de motivações para a compra que não são econômicas no sentido restrito. Estes critérios são mais importantes no ramo dos produtos ~ institucionais, onde o comprador real é um indivíduo com discernimento considerável para fazer compras. No caso em estudo este é o gerente de recursos humanos. Além disso as negociações se estendem por meses e até anos, quando cada benefício é mensurado e avaliado, e-várias hipóteses são testadas até se ter uma idéia correta de todas as variáveis envolvidas, e suas conseqüências para o 149 • benefício da empresa. Os critérios de uso envolvem as características dos canais de distribuição, ou o valor" corrente abaixo ". Cada vez mais o "valor corrente abaixo " deste intermediário diz respeito à própria administração da apólice, já que o seguro saúde não deve levar a um maior trabalho do departamento de recursos humanos com sua operacionalização e que implique em uma maior estrutura e custos. . • Critérios de sinalização Os critérios de sinalização refletem os sinais de valor que influenciam a percepção do comprador sobre a habilidade da empresa em satisfazer os critérios de uso. As atividades executadas por uma empresa, bem como outros atributos, podem ser critérios de sinalização, como por exemplo reputação, publicidade cumulativa, aparência externa do produto, 'embalagem, aparência e porte das instalações, tempo no negócio, relação de clientes, parcela de mercado, preço, visibilidade da empresa compradora para a alta gerência, etc. Os critérios de sinalização são da maior importância quando os compradores encontram dificuldades para medir o desempenho de uma empresa, quando eles compram o produto esporadicamente ou quando o produto é fabricado seçundo as especificações do comprador . • Critérios de compra A identificação de critérios ude compra começa por um comprador intermediário que também deve ser analisado, sendo no seguro saúde este papel desempenhado pelo corretor. - ~ Se fosse feita uma análise das forças existentes durante o processo de negociação do seguro veríamos que o corretor dirige a venda das apólices, portanto passa a ser dele a decisão de compra e o maior impacto de influência junto às gerencias nesta decisão. Os critérios de uso devem ser identificados 150 porque medem as fontes de valor para o comprador e determinam critérios de sinalização. o conhecimento das necessidades do comprador constitui uma fonte de critérios de uso. A convenção pode' colorir a percepção interna de critérios de uso; uma análise interna apenas é insuficiente. Nenhuma análise dos critérios de compra do comprador deve ser aceita, a menos que inclua algum contato direto com ele comprador. Em um' esforço para éompreender seus critérios de compra, uma empresa deve, identificar sua cadeia de valores e realizar uma análise sistemática de todos os elos existentes e potencial entre a cadeia de valores de uma empresa e a cadeia de seu comprador. uso não conhecidos Este tipo de análise pode não só revelar critérios de , mas também mostrar como avaliar o peso relativo de critérios de uso bem conhecidos. No seguro saúde, descreve-se com mais objetividade o acima mencionado já que este benefício sempre é visto com uma certa emotividade, oferecer todas as coberturas possíveis aos funcionários. ou seja procura-se Todavia as mudanças recentes no mercado em relação a custo e risco cada vez mais defrontam seguradoras e as com a necessidade de propor uma franquia por parte dos segurados impedir a entrada de agregados. Estas medidas têm de ser " vendidas " ao gerente de recursos humanos mais preocupado em adotar o melhor plano de saúde a sua empresa do que em analisar o comportamento dos custos. Uma empresa pode calcular o valor de satisfazer cada critério de uso estimando de que modo ele afeta o~custo ou o desempenho do comprador. envolvem julgamentos, estratégia de Estes cálculos mas são um instrumento indispensável na escolha de uma diferenciação sustentável. A determinação do valor para comprador na satisfação de cada critério de uso irá permitir uma classificação ordem de importância. 151 o por Da mesma forma que os critérios de uso, os critérios de sinalização definidos tão precisa e operacionalmente estratégia de diferenciação. devem ser quanto possível de modo a orientar a Os critérios de sinalização variam em importância e uma empresa deve classificá-los em termos de seu impacto sobre a percepção do comprador para que possa fazer escolhas sobre o montante a gastar com eles. 4.8.5 Estratégias . A diferenciação de dlferenclação . provém da criação singular de valor para o comprador. Ela pode resultar da satisfação de critérios de uso ou de sinalização, embora em sua forma mais sustentável ela se origine de ambas. Uma diferenciação que uma empresa execute de que influenciam sustentável modo singular uma gama de atividades exige de valor os critérios de compra. A satisfação de alguns destes critérios exige que uma empresa execute bem apenas uma atividade de valor. Muitas atividades de valor desempenham normalmente um papel na satisfação de alguns critérios de uso ou de sinalização. O nível de diferenciação empresa é o valor cumulativo criado por ela para os compradores ao satisfazer todos os critérios de compra. A diferenciação resultará num desempenho se o valor percebido- pelo comprador-ultrapassar A estratégia de diferenciação de uma superior o custo de diferenciação. tem por objetivo criar a maior defasagem entre o valor criado para o comprador e o custo da singularidade possível na cadeia de valores de uma empresa. O custo da diferenciação irá variar por atividade de valor , e a empresa deve escolher as atividades em que a contribuição para o valor para o comprador seja maior em relação ao custo. Isto pode significar fontes de singularidade a busca de de baixo custo, bem como de algumas de alto custo com alto valor para o comprador. O custo de diferenciar-se 152 de várias formas irá depender da posição da empresa em relação aos condutores dos custos , que podem influenciar o método de diferenciação da empresa e seu desempenho resultante. O componente final da estratégia de diferenciação é a sustentabilidade . A diferenciação não resultará em um preço prêmio a longo prazo, a menos que suas fontes permaneçam valiosas para o comprador e não possam ser imitadas pelos concorrentes. A intensificação da diferenciação ocorre de duas maneiras básicas. Ela pode tornar-se mais singular na execução de suas atividades de valor existentes ou ela pode reconfigurar sua cadeia de valores de modo a intensificar sua singularidade. Para tornar-se mais singular em suas atividades de valor é preciso que uma empresa manipule os condutores da singularidade. Em ambos os casos, um . . . diferenciador deve simultaneamente controlar o custo da diferenciação de modo que ele se traduza em um desempenho superior. Intensificar as fontes de singularidade via fontes de proliferação de diferenciação na cadeia de valores, tornando o uso real do produto consistente com o uso intencionado ou o emprego de informação grupo de com o produto para facilitar o uso e sinalização compõem um métodos para alguns diferenciadores de sucesso. Já outros diferenciadores de sucesso tornam o custo da diferenciação uma vantagem via a exploração de todas as fontes de diferenciação que não são dispendiosas, ou minimizando o custo da diferenciação controlando condutores dos custos, particularmente o custo de sinalização ou ainda a enfatização de formas de diferenciação onde a empresa conta com uma vantagem de custo em dif~nciarse. A mudança de regras para criar singularidade pode passar pela mudança do tomador de decisão para tornar a singularidade de uma empresa mais valiosa, descobrir critérios de compra não reconhecidos ou responder às mudanças nas circunstâncias do comprador ou canal. Ao mesmo tempo a sustentabilidade da \ diferenciação depende de duas coisas: seu valor percebido para os compradores e a falta de imitação por parte dos concorrentes. Existe sempre o risco de as 153 necessidades ou as percepções dos compradores se modificarem, eliminando o valor de uma forma-particular de diferenciação. Os concorrentes também podem imitar a estratégia da empresa ou pular as bases de diferenciação escolhidas por ela. A sustentabilidade da diferenciação de uma empresa frente aos concorrentes depende de suas fontes. Para ser sustentável , a diferenciação deve estar baseada em fontes em que existam barreiras de mobilidade para concorrentes que as estão replicando. A diferenciação será mais sustentável se as fontes de singularidade da empresa envolverem barreiras, e a empresa conta com uma vantagem de custo na diferenciação, na medida em que as fontes de diferenciação são multipias e se a empresa cria custos de mudança ao mesmo tempo que se diferencia. 154 Capítulo V - Objetivos e Metodologia 5. Escolha do objeto de estudo, objetivo Esta tese pretende abordar quais as diferenciações usadas pelas seguradoras no seguro saúde e se estas diferenciações levam a um impacto no preço final do produto. Para os fins deste estudo o seguro saúde é definido como o instrumento financeiro que garante o pagamento ou reembolso das despesas de assistência médica e/ou hospitalar efetuadas pelo segurado em decorrência de evento coberto, mediante pré - pagamento de um prêmio. (FUNENSEG,1997). 5.1 Tipos de pesquisa o trabalho envolveu dois tipos de pesquisa: a exploratória e a descritiva. Na pesquisa exploratória valeu-se , conforme (MATIAR, 1994) mais especificamente do método de levantamento biblioqrátlco. Esta fase teve como principal objetivo aumentar a compreensão do autor sobre o tema e propiciar subsídios para a formulação de hipóteses. Em uma segunda etapa, foi utilizado o método do estudo de caso de cunho descritivo. Foi feito o estudo intensivo de uma negociação para a implantação de um seguro saúde como benefício para os funcionários da International Consulting Division ( Divisão de Consultoria do Grupo Price Waterhouse ). A ênfase é dada à obtenção de descrição e compreensão. dos fatores que envolvem o objeto de estudo, além de obter novas relações que venham a explicar se as diferenciações apresentadas pelas várias propostas de seguro saúde para a International Consulting Division têm um impacto direto sobre o preço do seguro. A pesquisa bibíioqráüca, buscou. dar todas as faces da vantagem competitiva como diferenciação e análise estrutural do seguro saúde. Por isso esta foi dividida em quatro partes que pudessem dar uma visão global do assunto. 155 Na parte I foram abordados os aspectos relativos à vantagem competitiva e diferenciação. Estes dois pontos foram expostos sob vários aspectos. Inicialmente procura-se contrapor a vantagem competitiva estratégico, no intuito de obter parãmetros para tempo as influências da globalização, foram focalizados. indústria e a evolução do planejamento entender o conceito. Ao mesmo pontos de ruptura, qualidade. e tecnologia As divergênclas -quanto ao conceito, a análise estrutural e a vantagem diferenciação' e a indústria competitiva, assim como a estratégia da competitiva, a de serviços deram as bases para entender as fontes de vantagem competitiva na indústria de serviços. Na parte 11foi exposto o esquema de Michael Porter de vantagem competitiva sentido de entender a cadeia de valores, as atividades primárias no de valor, as atividades de valor de apoio, os' elos verticais, a definição da cadeia de valores e como a diferenciação se encaixa neste conjunto de conceitos. Na parte 111tentou-se uma compreensão da perspectiva do mercado de seguros no âmbito mundial e brasileiro. Deste ponto partiu-se para uma análise da estrutura da indústria de seguro saúde, de maneira a tentar entender competição e risco do seguro saúde. Na parte IV o produto seguro saúde foi descrito em detalhes, para compreender os usos e singularidades do produto ao mesmo tempo em que se tentou entender pontos de diferenciação do produto. 156 • 5.1.2 Pesquisa exploratória A pesquisa exploratória visa proporcionar uma visão geral do tema, desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, a fim de formular o problema de forma mais precisa; e levantar hipóteses. (GIL,1994) (BOYD,1987) estabelece três métodos para pesquisas exploratórias: estudos de fontes de informação secundária; investigação de indivíduos que podem ter informações sobre o assunto, e análise de casos selecionados. As fontes secundárias serão usadas neste trabalho, sendo em sua maior parte bibliografias referentes a dissertações, artigos de jornais, livros, publicações e pesquisas, relatórios de seguradoras referentes à apólices específicas, contratos e estudos atuariais. Deve-se esclarecer que as fontes bibliográficas presentes na tese, principalmente aquelas referentes ao mercado segurador brasileiro, são na maioria das vezes oriundas de publicações não arbitradas, já que informações competitivas do seguro saúde raramente são citadas em livros e publicações acadêmicas, por motivos de serem informações confidenciais. Além de tudo o mercado de seguro saúde tem sido alvo de fusões e aquisições, assim como de compras de carteiras , o que gera um ambiente muito reservado à divulgação de informações gerenciais e mudanças muito rápidas. C" 5.1.3 Pesquisa Descritiva (SOYD,1987) classifica as pesquisas descritivas em dois tipos ou métodos de estudo: o método do caso e o método estatístico. Um e outro diferem pelo número de casos estudados e na amplitude do estudo de cada caso, já que enquanto o estudo de caso é feito com o exame completo de alguns outros, o estudo estatístico relaciona-se a poucos fatores estudados em grande número de casos. 157 o estudo pretende-se exploratório, 'sem a preocupação para generalizações teóricas. Pretende-se, de constatar hipóteses a partir de argumentos e hipóteses já verificados em outros estudos referentes às dimensões da vantagem competitiva, risco e diferenciação (PORTER,199.o), verificar se este caso específico fortalece ou aprimora referenciais teóricos até então existentes, pois basta um caso indicar uma direção contrária para que haja novos questionamentos. Esta opção pelo estudo descritivo do caso será aplicada pelo método de análise da analogia. Os casos coletados são tipicamente estudados para descobrir três fatores: 1. Fatores comuns a todos os casos no grupo geral; 2. fatores que não são comuns a todos os casos, mas são comuns em certos subgrupos; e3. fatores que são únicos de determinado caso. (BOYD,1987) Com o caso será posslvel comparar semelhanças e diferenças dos impactos do risco na diferenciação e vantagem competitiva do seguro saúde, entre as várias seguradoras, através de fatores comuns a todas e também dos que não o são, aparecendo apenas em certos subgrupos. 5.1.4 O estudo de caso Apesar das críticas trabalhos, existentes principalmente Nos estudos contra o método do estudo de caso, muitos no campo das ciências sociais, continuam de marketing (COBRA,1992)'C', vários estudos a utilizá-lo. de casos foram publicados enriquecendo o acervo científico da área. Com o objetivo de sistematizar o método e torná-lo menos sujeito a pontos fracos ( resultados viesados ou paradoxais) , desenvolve-se um trabalho detalhado para dar suporte ap método, percorrendo todas as fases de uma pesquisa: definição do problema, design ( plano ), coleta de dados, análise de dados e composição relatório. Para o autor, viés pode ocorrer em todo tipo de experimento já que 159 de o estudo de caso é um questionamento empírico que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto real, quando os limites entre o fenômeno e . o contexto não são claramente evidentes, e no qual múltiplas fontes de evidências são utilizadas. (YIN,1984) As razões para a escolha do método do .caso único é semelhante a um experimento no qual se pretende determinar se as proposições teóricas são corretas ou se outras alternativas analíticas são relevantes. Normalmente usa-se o caso único quando ele representa um caso crítico ou extremo único. Outra razão para o estudo de um único caso é por ele representar um caso revelador, um fenômeno passado merecedor de uma investigação científica. O ponto vulnerável do método está na representação incorreta do caso, que deverá ser evitado através da maximização de coletas de evidências. 5.1.5 Desenho de Investigação Outra dimensão relevante colocada por (YIN,1984) é quanto ao desenho de investigação sendo este definido por um plano que guia o pesquisador no processo de coleta, análise e interpretação das observações . É um modelo de lógica que permite elaborar relações causais entre as variáveis. O desenho da pesquisa também define os limites das generalizações , ou seja, se as interpretações podem ser generalizadas para uma população ou para diferentes situações. - '~ As etapas que compõem o plano de pesquisa para o estudo de caso seguirão a orientação dada por (YIN,1984): 1. Problema -a ser estudado 2. Proposições ( Hipóteses direcionadoras) (, 3. Unidade de análise 160 r .-. 4. Articulação dos dados com as proposições 5. Critério para interpretar os resultados. ( comparativo com outras proposições rivais) • O problema A definição do problema refere-se ao POR QUE a diferenciação como vantagem competitiva impacta no preço do seguro saúde; e COMO este mercado se estrutura hoje. • Proposições Em um estudo de caso exploratório, de acordo com (YIN,1984) poderia optar-se por não formular proposições. Em alguns design de pesquisas de casos, no entanto, são utilizados proposições baseadas em estudos anteriores que irão dar as direções para a exploração mesmo que ao final da pesquisa estas não sejam negadas ou confirmadas (YIN,1984). Neste estudo alguns questionamentos e proposições foram utilizados para conduzir a pesquisa com base na assertiva de Porter de que a " diferenciação gera vantagem competitiva ". Buscou-se fatos que indicassem evidências com relação ao impacto da diferenciação no preço do seguro saúde. .q 5.1.6 Fonte de Dados • Unidade de Análise A unidade de,análise será o seguro saúde grupal dos funcionários da International Consulting Division. Independente de ser parte de um conglomerado de empresas ., ., 161 de consultoria e auditoria ( Price Waterhouse ) , a empresa será analisada como cateçoria unitária de firma. • Objetos da pesquisa Os objetos da pesquisa são os seguros saúde da AIG,AGF, Sul América, Generali, Porto Saúde e Marítima ( que foram pesquisados para o benefício de saúde da ICO Price Waterhouse ). • Universo ou população O universo da pesquisa é constituído pelas seguradoras atuantes na área comercial de seguro saúde para pessoa jurídica . • Amostra É composta pelas seguintes seguradoras American International Group, AGF Brasil Seguros, MarftimaSequros, Porto Saúde, Generali, Sul América AETNA; por motivos de que são as seis mais atuantes seguradoras no segmento de saúde empresarial e que operem na cidade de São Paulo. • Questionário (LlVINGSTONE,1982) o questionário descreve três possibilidades de instrumentos plenamente estruturado, o semi estruturado e o não estruturado, atribuindo a esse último a função de " direcionador profundidade. " em pesquisas abertas de Optamos por esse tipo de questionário, pois não pretendíamos fixar respostas, diferenciaçõe~ de pesquisa: já que nossa intenção é adquirir um conhecimento possíveis que cada seguradora 162 e dos seguros pré geral das saúde pode ..r oferecer, a partir da estruturaríamos nossa investigação sobre os impactos da diferenciação sobre o preço. Os questionários utilizados para a pesquisa de campo foram resultado de percepções obtidas no decorrer de informações adquiridas, de conversas com executivos das áreas comerciais das seguradoras escolhidas e da Recursos Humanos da Price Waterhouse ICD no transcorrer da negociação, de maneira que este conseguisse abstrair todas as variáveis referentes aos impactos da diferenciação no preço dos seguros saúde. Assim, o primeiro questionário semiestruturado configurou-se com basicamente em duas partes: a primeira situa a seguradora, suas características gerais como competidor no mercado em que atua; a segunda se refere ao seguro saúde em si com seus aspectos específicos ( aspectos mercadológicos, aspectos de rede credenciada, aspectos de risco ). Os executivos da áreas comerciais de saúde das seguradoras responderam ao questionário nos meses de Abril a Maio de 1998 com o objetivo de estruturar um comparativo das várias seguradoras. Tais questionários foram respondidos individualmente pelo próprio executivo sem a figura do entrevistador. Na fase seguinte e recolhidos uma semana após o seguinte questionário com perguntas abertas, referente aos aspectos técnicos do seguro saúde. Houve dificuldades, por parte dos pesquisados, em discorrer sobre o total de recursos administrados e total de receitas por conta de sigilo nas demonstrações :0- financeiras. Da mesma maneira determinadas seguradoras estavam em negociação de venda de suas carteiras para empresas estrangeiras motivo pelo qual também não foram informados sobre participação de~seguradoras de capital não nacional. 163 " Aspectos mercadológicos 1. Quais os principais do produto aspectos mercadológicos do seguro saúde de sua empresa? 21 Como se estruturam as coberturas básicas do respectivo seguro em relação aos seguintes pontos: - diárias por evento na rede credenciada - diárias de U.T.I na rede credenciada - serviços hospitalares - acomodação ( quarto privativo ou coletivo) - remoção - tabela de honorários médicos - tabela de honorários clínicos - sala de cirurgia por evento - limite anual na rede credenciada • Como se estruturam as coberturas de parto do respectivo seguro em relação aos seguintes pontos: - diárias por evento - serviços hospitalares - remoção - tabela de honorários médicos por evento v - tabela de honorários clínicos por evento. - sala de cirurgia por evento - limite anual na rede credenciada • Como se estruturam as coberturas de consulta relação aos seguintes pontos: - consultório 164 do respectivo seguro em - domiciliar · -limite anual na rede credenciada • .Como se estruturam as coberturas de tratamentos extra hospitalares do respectivo seguro em relação aos seguintes pontos: - serviços auxiliares por evento - honorários médicos por evento - terapias - limite anual na rede credenciada - vacinas • Quais são os aspectos principais das coberturas referentes à exames para diagnóstico? • • . Existem limites financeiros de utilização na rede credenciada? Existe remissão por morte do titular? Como se estende esta cobertura aos dependentes? • Como se estrutura as coberturas ( se houverem) para AIDS, prótese, e infecto contagiosas? • Existe central de atendimento 24 horas? Aspecto de rede credenciada • Quais os hospitais de primeira linha presentes na rede credenciada? • Quais os prontos- socorros credenciados dentro da rede credenciada? • Qual a área geográfica coberta pela rede credenciada a nível nacional? • Qual a área geográfica coberta pela rede credenciada na cidade de S. Paulo? 165 Aspectos do risco • Qual o indice de sinistralidade normalmente negociado pela seguradora? • Como são repassados os aumentos da tabela tia Associação Médica Brasileira? • São realizadas auditorias de risco nos sinistros quando estes ocorrem? • Existem acompanhamentos dos sinistros de ponta nas apólices? • Existem compartilhamento de risco da seguradora junto à empresa cliente? Como este é feito? • Qual o preço final do seguro saúde por segurado? • Matriz Comparativa de Preços Com os resultados dos questionário foram estruturadas matrizes comparativas para se verificar as diferenciações existentes entre os vários seguros saúde conjunto ao preço de cada seguro. 166 Capítulo VI Análise dos Resultados 6. Matriz comparativa de diferenciação como vantagem competitiva Uma matriz onde os impactos da diferenciação dos seguros saúde no preço sejam visualizáveis e comparáveis entre as seguradoras, requer uma visão do contexto das claúsulas de coberturas .e deve .equalizá-las, o trabalho de campo procurou desagregar as claúsulas contratuais das propostas das seguradoras que implicassem em uma diferenciação. Assim chegou-se a uma matriz com as claúsulas contratuais e o preço final por segurado. 6.1 Perfil Etário A matriz inicia-se por uma segmentação da população em perfis etários com"o intuito de formalizar cálculos atuariais para as coberturas do seguro saúde dando a dimensão do risco em processos de avaliação de custos e coberturas. Isto é conseguido por uma listagem dos funcionários, dependentes e agregados com sua data de nascimento. A aceitação por parte da seguradora de agregados ( pais, mães, sobrinhos, amásias, enteados, primos, avôs, avós, sogros, sogras, tio e tias) torna-se uma diferenciação que tem impactos diretos sobre o preço da apólice, aumentando, a médio prazo, a sinistralidade. A matriz tem como base o perfil etário e a tabela de faixas etárias resultante segmenta o grupo de funcionários e dependentes de acordo com as seguintes especificações: 167 Perfil Etário e Tabela de Faixas Etárias para Estudo de Seguro Saúde O -17 anos 18 - 35 anos 36 - 45 anos 46 - 55 anos 56 - 65 anos 66 - 70 anos + 71 anos Fonte - Perfil etário para estudo de seguro saúde constante na solicitação de estudos da Sul América A determinação destes segmentos por faixas etárias é diferente entre as seguradoras, divergindo nas tabelas de perfil etário. Normalmente as diferenças ocorrem na faixa da população estudada acima dos 55 anos. Por exemplo a Sul América Seguros abre a faixa de 56 a 60 anos, 60 a 65 anos, 65 a 70 anos, acima de 71 anos (ESTUDO SUL AMÉRICA ,1998). A AIG define seus estudos de acordo com as características de relação com o titular direto da apólice ( titular, cônjuge, filhos, + de 55 anos e agregados ); assim as faixas etárias só tem preço específico para faixas etárias acima de 55 anos. (ESTUDO AIG,1998). Estas diferenças de estruturação do perfil de faixa etária dizem muito a respeito da maneira como o conservadorismo e a exposição em relação os riscos são vistos pela seguradora. Entre os problemas que uma grande quantidade de agregados pode ocasionar está o risco de não conseguir substituir o benefício atual. Isto acontece pelo fato de outras seguradoras resistirem a aceitar os riscos da apólice. O termo utilizado no mercado para uma situação como essa é o de " empresa refém OI, já que, na recusa do mercado segurador em aceitar esta apólice, a seguradora a que pertence a mesma passa a ter um certo monopólio no reajuste do preço desta. \ (LEÃO,1998) \ . ,. f4!] 168 , t~ • Como podemos observar na matriz para a Price Waterhouse, a maioria de seus funcionários está entre O - 17 anos, e 18 - 35 anos, 398 vidas ( totalizando 85.04% do número de vidas da empresa ). (TABELA ETÁRIA PRICE WATERHOUSE ,1998). O número de agregados na apólice é pequeno, girando em torno de 15 vidas e representando 3.2 % do número de vidas do grupo. (TABELA ETÁRIA PRICE WATERHOUSE,1998) 6.2 Matriz comparativa de diferenciações O cenário de fundo para os estudos que as várias seguradoras fizeram e que constam em nossa matriz comparativa é o fato de a empresa Price Waterhouse ICD estar procurando saídas para homogeneizar o benefício de saúde no grupo de funcionários. Isto vem dê encontro a duas mudanças internas de posicionamento . A primeira se refere ao caráter globalizado da Price Waterhouse. Sua fusão recente com a Coopers & Lybrand determinou uma mudança do perfil do quadro .. de consultores da empresa. O funcionário da Price em geral era um recém formado, sua principal característica é a baixa idade ( como vimos no perfil etário da empresa ). Isto gera·pouco interesse do funcionário por benefícios como saúde, previdência privada ou seguro de vida. A Price Waterhouse entendia que com isso não havia predisposição para uma mudança na estrutura de benefícios de .q saúde. ". Após a fusão, o quadro de consultores da empresa passou a exigir um patamar de experiência maior, além de formação globalizada, nota-se que não há espaços para benefícios que não gerem diferenciações. A alternativa foi procurar saídas que levassem-a uma diferenciação, procurando equilibrar os custos e melhorando o benefício de' saúde. Foram feitos estudos com as seis principais seguradoras que operam com o saúde empresarial ( AGF, AIG, MARíTIMA, SULAMÉRICA, 169 GENERALLI, PORT9 SAÚDE) , pa~a procurar desenvolver um seguro saúde que trouxesse diferenciação. 6.3 Matriz comparativa - custos e coberturas A base de toda matriz comparativa entre as seguradoras segue os níveis hierárquicos da empresa Price Watérhouse ICD. Isto significa que de acordo com o nível hierárquico diferenciações do funcionário na estrutura da empresa do seu seguro saúde. Com isso construiram-se melhores são as junto às mesmas uma proposta de preços versus coberturas do seguro que maximizasse a relação custo benefício ( maiores coberturas pelo menor preço possível ). Para as propostas das seguradoras o grupo de funcionários três, de acordo coma extensãodo foi subdividido em beneficio ao nível hierárquico a que pertencem na mesma: 1. Padrão básico para funcionários de nível operacional 2. Padrão intermediário para funcionários de staff 3. Padrão top para funcionários de nível gerencial e diretoria o primeiro fator a analisar frente aos impactos da seguro saúde são as moedas (unidades diferenciação no preço do de referência ) apresentadas por cada uma das seguradoras." As moedas apresentadas na pesquisa apresentaram os seguintes valores acordo com as seçuradoras" : • Sul América - U.S - 0.42 6 As unidades de referência ou moedas são a base do reembolso no livre escolha do seguro saúde; ou seja, quanto maior o valor destas maior é a proporção de reembolso com base na tabela da AMB. 7 As moedas se baseiam especificamente na Tabela da AMB 90 onde indicam a proporção de cobertura em relação à referida tabela. 170 de • Assurance Generalê de France- URAGF - 0.38 • Generalli - U.R.G - 0.375 • Marítima Seguro~ - U.S.M - O.36~ • Porto Saúde- U.S.P - 0.34 • American International Group - R.M - 0.254 6.4 Matriz comparativa preço e coberturas • níveis básicos As coberturas básicas para os níveis hierárquicos básicos da empresa englobaram as claúsulas de diárias, U.T.I , acomodação, serviços hospitalares, ambulância, honorários médicos, honorários clínicos, sala de cirurgia, limite anual da rede credenciada. Com relação às diárias tanto para U.T.I como diárias simples, todas as seguradoras ofereceram 365 dias por evento, com exceção da Porto Seguro. As acomodações para este nível de plano são todas padrão enfermaria, e em n.enhuma seguradora conseguiu-se para este nível negociar quarto privativo para os segurados. As tabelas de honorários" médicos apresentaram diferenças em relação à Marítima, pois esta desenvolveu um produto com uma tabela 0.7 x tabela da AMB e também apresentou um produto com 1 x tabela da AMB. Aeestratégia desta seguradora ao oferecer um produto básico com preço inferior e menor padrão de reembolso em relação aos outros concorrentes liga-se ao fato destes funcionários não utilizarem o livre escolha e ao diminuir seu padrão de reembolso a empresa pouco influenciava na qualidade percebida do benefício. A sala de cirurgia apresenta diferenças entre as seguradoras: enquanto a AGF , AIG oferecem valores específicos para a sala de cirurgia, a Marítima, Sul América, Generalli e Porto Saúde oferecem apenas 1 x a Tabela da AMB. 171 • Nenhuma das seguradoras apresentou limite anual na rede credenciada, tampouco no livre escolha como restrição ao risco a que foram expostas. • Coberturas de parto A AGF e a AIG apresentaram uma limitação em quantidade de diárias ( 60 dias a primeira, e 05 dias a segunda). As outras seguradoras incluiram o seu total de diárias junto aos 365 dias de cobertura por evento. Os outros itens de cobertura como serviços hospitalares, honorários médicos e clínicos, sala de cirurgia e limite anual permaneceram os mesmas das coberturas básicas. • Cobertura de consultas Nesta cobertura, as seguradoras apresentam limites. Por exemplo a AIG, com um limite de cobertura de R$ 128,90 anual por pessoa, e a Marítima que apresenta um limite em números de 6 consultas ao ano para os titulares ou cônjuge. Para menores de 12 anos há um limite de12 consultas ao ano e para gestantes um limite de 09 consultas ao ano. • Cobertura de Tratamentos Extra Hospitalares A cobertura de tratamentos extra hospitalares apresenta limites na AIG de R$ 618.24 anuais por pessoa; já a Marítima apresenta um limite de sessões de 40 por pessoa. A AGF apresenta um diferencial de cobrir vacinas nacionais para seus segurados. As seguradoras restantes não apresentam limites nem adicionais como vacinas. 172 • Exames para diagnóstico Apenas a AIG limita exames a um máximo anual por pessoa de R$ 618.24. 6.5 Os impactos da diferenciação no preço A análise das diferenciações planos básicos das seguradoras apresentam um . . cenário onde as coberturas diferenciadas levam diretamente a um aumento no preço. A constatação que começa a desenhar-se e que será revista em toda a matriz é a de que a diferenciação como vantagem competitiva nos seguros saúde tem seus limites delineados pelo risco. Quanto maior o risco assumido por uma cobertura, maior será o preço do seguro saúde. Nos padrões apresentados em preços e coberturas é possível comentar a respeito de cada uma das estratégias de diferenciação em relação a vantagem competitiva e risco, as seguintes observações: AGF Plano Básico - O seu plano básico denominado Special apresenta o maior preço no seguro saúde, no valor de R$ 58.77 . No caso das coberturas apresentadas, 8ú AGF apresenta vários enfoques de diferenciação como coberturas de vacinas, ausência de limites anuais nas consultas, exames e tratamentos na rede, além de ~ oferecer uma série de diferenciais adicionais, isto impacta diretamente em seus preços. Plano Intermediário - apresentando o plano Superieur com 04 x Tabela da AMB .e quarto privativo, a AGF ainda não apresenta preços mais baixos que a concorrência, principalmente devido à sua capacidade maior de reembolso. Seu 173 preço por pessoa de R$ 103.95 demonstra que esta seguradora não dimensiona aspectos de diferenciação sem contrabalançar riscos com preços maiores. No entanto, observamos que para segmentar melhor este nível, outras . seguradoras notadamente a Generali e. Porto Seguro, procuram estender Tabelas de reembolso" quebradas ", de 3 x Tabela ou 2.5 x Tabela dentro do mesmo nível. A Porto Seguro Saúde observa 3 x Tabela para Parto e 2.5 x Consultas, para compor melhor O risco. As características de uso do' nívãl intermediário permitem estas tabelas de reembolso" quebradas ". A justificativa é a de que o funcionário neste nível de plano consegue aplicar o livre escolha para consultas, mas não para cirurgias. Como a AGF não traduz este uso, seus preços passam a ser maiores, ( uma das razões disso é o fato de que a AGF não procura descaracterizar seus produtos deixando de diferenciá-los em coberturas ). Como uma opção para escolha da empresa, a AGF ofereceu também para o mesmo nível intermediário o plano denominado Qualité , aonde um livre escolha menor com 03 x Tabela da AMB oferece uma rede credenciada de melhor qualidade. Trata-se de uma estratégia de diferenciação, no sentido de que se existe opção de melhor segmeritação, o produto deverá melhorar sua qualidade , uma coerência lógica de vender um risco maior à um melhor preço. Plano Senior A vantagem competitiva da AGF ocorre frente a seus concorrentes nos níveis mais elevados de, segmentação, quando seu seguro saúde atende diretorias e gerências, cujo volume de utilização do livre escolha é muito alto ( permitindo diferenciações ). 174 Com o seu padrão Excellence com um reembolso no livre escolha de 04 x Tabela da AMB a partir destes padrões os preços da AGF passam a se tornar competitivos. adicionando coberturas adicionais como AIDS e remissão por morte. Seu preço de R$ 151.80 é vantajoso quando as outras concorrentes. principalmente as regionalizadas ( como Marítima e Porto Seguro ). apresentam preços semelhantes sem estas coberturas. o padrão de raciocínio estratégico neste ponto é coerente com a observação de usar níveis básicos com preços maiores para subsidiar padrões elevados com diferenciações, porém a preço competitivo. AIG Nível Básico - As técnicas de apuração de risco desta seguradora são pautadas por assumir riscos e contrapor diferenciações de maneira cautelosa. A AIG apresentou uma planilha de preços pelas coberturas apresentadas em torno de 39.84% acima da planilha de menor preço ( Marítima ). Isto nos leva a considerar que a empresa procura diminuir seu risco face a coberturas e diferenciações menores do que as observadas em outras seguradoras concorrentes. O preço apresentado no seu plano básico denominado nível 10 • ficou em torno de R$ 56.12 Nível Intermediário - Seguindo a mesma linha estratégica de diferenciação, a AIG não procurou quebrar a sua Tabela de Reembolsos em valores inferiores à 04 x - .~ Tabela da AMB. O respectivo nível de plano intermediário denominado pela AIG como Plano nível 25 apresentou preço por pessoa de R$ 104.13, sendo aproximadamente igual ao da AGF, motivo pelo qual confirma-se uma coerência na estratégia 'das duas empresas. 175 Padrão Senior reembolso - ~0n1 o padrão. n!vel Executivo 11a AIG oferece padrões de de 04 x a Tabela da AMB, a um preço de R$ 123,26 . O raciocínio estratégico é o mesmo da AGF, planos com preços" maiores para níveis hierárquicos inferiores, sustentando riscos nos níveis mais elevados e tornando-os mais competitivos e diferenciados. Marítima Nível Básico - A Marítima saída seguradora desta seguradoras apresenta o menor custo por cobertura. No entanto a foi oferecer uma tabela de AMB inferior às outras ( 30% inferior ) e uma rede credenciada mais restrita. Este primeiro plano apresentado por R$ 40.13 é denominado plano Ideal ainda não é o plano básico, devido a reembolsos de 0.7 x Tabela AMB ( portanto 30% abaixo ). O plano Básico da seguradora com 01 x Tabela da AMB apresentou um preço maior de R$ 53.61, ainda assim inferior aos planos básicos da maioria seguradoras. das O seu preço com isso é inferior à média das outras seguradoras, porém os riscos, mesmo na rede credenciada mais restrita, não são menores, pois o que se leva em consideração nos cálculos de risco é a exposição da população e nem tanto o que o hospital possa apresentar de custo. Normalmente a Marítima tem apresentado os menores preços do mercado para o seguro saúde, a sua rede credenciada não é de abrangência nacional, todavia a sua diferenciação ocorre principalmente na prestação do serviço para a empresa cliente. O aspecto do preço da Marítima. ser mais baixo implica como conseqüência empresa ser uma seguradora regionalizada, atendo-se principalmente a à São Paulo, principalmente a capital. A idéia da Marítima de minimizar sua tabela de reembolso escolha no' livre acompanhada e oferecimento de uma rede restrita, não de uma queda de preço por parte do mercado, pois os reembolsos 176 é livre escolha nos níveis" mais básicos não ocorrem, por causa de o funcionário e seus dependentes em geral utilizarem-se da rede credenciada para todas as suas necessidades. Além disso uma rede credenciada restrita não apresenta grande~ . ganhos de escala uma vez que estes segmentos de funcionários normalmente usam quartos coletivos, aonde barganhas de preço por parte das seguradoras são menores. Nível Intermediário • O plano intermediário da Marítima denominado Pleno " , costuma adotar a estratégia de quebrar a Tabela de Reembolsos. Neste caso existe a de 03 x Tabela AMB e 02 x Tabela AMB. O preço da Marítima neste segmento passa a ser de R$ 82.84, portanto 20% a menos que concorrentes como AIG e AGF. Essa mesma estratégia passa a se tornar inviável à medida que os reembolsos no livre escolha começam a se tornar maiores. Esta é mais uma prova de que a diferenciação no seguro saúde implica quase sempre em um aumento no risco e no preço. Padrão Senior • Com o plano Seniõr I e uma tabela de reembolsos composta de 04 x Tabela da AMB e 03 X Tabela da AMB, não é observado um processo de diferenciação. A um preço de R$ 144,36 por pessoa a Marítima não consegue manter competitividade clara frente às seguradoras mais diferenciadas simplesmente porque seus preços não justificam os riscos assumidos em níveis mais básicos. A v maior conseqüência disto tudo é um riscoalavancado, dos padrões mais baixos sem a devida contraparte dos níveis mais elevados. ~ Sul América Plano Básico~ - esta é a seçuradora mais especializada em planos básicos para empresas. Suà capacidade de formatação, seus sistemas de informação, sua 177 extensa rede credenciada e padrões de cálculo de risco a tornam um parâmetro no mercado quando fala -se de empresas com mais de mil funcionários. Seu preço por vida gira em torno de R$ 58.32 ( o segundo maior das seis seguradoras ), contrabalançado por uma rede credenciada de extensão nacional. A Sul América comprova também que o risco assumido no seguro saúde implica em processos de diferenciação que elevam os preços. Nível intermediário - o plano especial I responde por este segmento e os reembolsos no livre escolha são de 2.5 x Tabela da AMB. A Sul América no plano Especial I apresenta o Hospital Sirio Libanês, o Santa Catarina, 9 de Julho e outros na rede credenciada, sendo que em outras seguradoras estes hospitais só aparecem no nível Senior. o preço da Sul América de R$ 82.34 é o retrato de que a seguradora disputa uma competição direta de preço e diferenciação com as concorrentes mais regionalizadas como Porto Saúde e Marítima. Nível Senior - Com"dois níveis de planos senior, o padrão Executivo I e 11 , a Sul América tem na formatação de seus livre escolhas uma resistência por parte do público interessado nas empresas ( Diretores e Gerentes). Isto ocorre pelo fato de que Diretorias e Gerências esperam um padrão de reembolsos elevado, maior do que apenas uma vez a Tabela da AMB. Sua rede credenciada composta pelos ~ hospitais de primeira linha trazem um preço baixo para o Executivo I; de R$ 142.88 e no Executivo 11 . Generali Plano Básico - a seguradora em questão, apresenta os preços mais baixos do grupo, acima 'apenas da Marítima Plano Ideal. Ao preço de R$ 45.36 a Generali tem procurado aumentar sua carteira no seguro saúde com grande sucesso, 178 porém com uma exposição de risco cada vez maior. Os processos de cobertura da Generali são próximos da Sul América e AIG, porém s~us preços são muito baixos. Como um dos últimos entrantes no mercado pessoa jurídica , a sua estratégia procura aumentar a carteira da empresa em detrimento da carteira dos concorrentes. Seu risco aumenta na medida em que esta carteira de segurados vai aumentand.o, e consequentemente os pagamentos à rede vão sendo feitos. Aqui nota-se que as diferenciações assumidas com o passar do tempo reajustam os preços das apólices nas renovações. Nível Intermediário - O mesmo padrão de estratégia de preços da Generali se mantém no nível intermediário, baseado em um padrão de preços de R$ 59.97 por pessoa. À medida que a estratégia de baixos preços, com diferenciações, se estende , o risco da Generali vai crescendo, uma vez que a qualidade da rede credenciada e os níveis de reembolso vão aumentando. A tabela da AMB no nível intermediário é o dobro do plano básico oferecido ao segurado, criando o paradoxo de riscos maiores com preços proporcionalmente menores. Nível Senior - Apresenta duas tabelas de reembolso ( 06 x AMB e 04 x AMB) no plano GDB 04, sendo o preço dos planos de R$ 161.21 e R$ 143.21 , onde a mesma política estratégica da Marítima tem as mesmas conseqüências de riscos altos, emJlíveis hierárquicos mais baixos e sem contrapartes nos planos de níveis hierárquicos mais altos. Porto Saúde Plano Básico - O procedimento desta seguradora segue a mesma estratégia de ganhar mercado adotando um preço baixo para formar carteira. Hoje ela procura, através de uni processo de compartilhamento de risco com a empresa cliente, manter preços mais baixos. 179 o seu preço de R$ 43.46 apresenta um compartilhamento no risco junto ao cliente, já que se ocorrer um acréscimo nos preços estes serão divididos com os beneficiários simultaneamente, procurando oferecer um preço menor em períodos de sinistraHdade menor. A política da Porto Seguro aproxima-se da Generali, pois • não são seguradoras tradicionais. nesse mercado ( a Porto Seguro é muito conhecida por uma política agressiva junto ao seguro automóvel, e a Generali no setor de riscos patrimoniais ) e portanto procuram a qualquer custo aumentar sua participação de mercado. Ainda na tentativa de oferecer uma melhor segmentação para a empresa, a Porto Seguro ofereceu uma apólice com 02 x Tabela da AMB ao preço de R$ 62,34. Podemos considerar esta uma estratégia inversa à da Marítima Seguros onde procurou-se diminuir a Tabela da'AMB. Nível Intermediário - A mesma receita do Plano Básico, com composição de tabelas da AMB em valores diferentes de reembolso, e sem a cobertura de AIDS, tornam a estratégia da Porto Seguro um prolongamento de seu raciocínio estratégico para o nível básico repetido para os níveis mais altos. Padrão Senior - Com o plano Master 04 e Master 06 a Porto Seguro equaliza preços mais elevados em padrões hierárquicos maiores, justificando riscos maiores em padrões hierárquicos mais baixos. Seus preços, de R$ 169.14 e R$ 194.00, procuram restabelecer um equil íbrio de diferenciação e risco, aonde o aspecto da questão reside em retornos maio;:es assim que a diferenciação ocorrer. No entanto seu patamar de preço se baseia em um meio termo, entre as várias seguradoras apresentadas. 180 • 6.6 Visão geral de preços e coberturas como diferenciação o retrato final dos preços e coberturas apresentados entre as seguradoras estudadas, mostra os impactos das estratégias de diferenciação do benefício em uma empresa cliente. A diferenciação, via coberturas, impacta nos preços, gerando implicações na sinistralidade do médio ~ longo prazo, que podem alterar a rentabilidade do retorno das apólices de seguro saúde empresariais. Visualizando os preços totais de todos os níveis estudados para cada nível hierárquico, teremos um retrato do preço total das apólices que esclarecem melhor as estratégias de diferenciação e preço de cada uma das seguradoras nos anexos que seguem. AGF - Há quatro propostas oferecidas pela seguradora para a empresa, oferecendo cobertura para todos os níveis hierárquicos, conforme vemos nos anexos 1,2,3,4,5,6,7,8. A AGF Seguros procurou minimizar diferenciações principalmente nos níveis hierárquicos intermediários, para os quais foram oferecidas duas propostas, uma com a rede credenciada do plano superieur e outra com a rede credenciada do plano qualité. Como contraposição à diminuição da rede credenciada de um e outro foi oferecido o plano Superieur com 4 x Tabela de reembolsos, e o plano Qualité com 3 x Tabela de reembolsos. Outra forma que a .AGF Seguros. procurou para minimizar seus riscos foi a de oferecer o plano Excellencs com 4 x Tabela de reembolsos e 3 x Tabela de reembolsos. Conforme se pode constatar nos anexos estas mesclas de redes credenciadas e tabelas de reembolso proporcionam uma diminuição da diferenciação e uma diminuição de preços entre as várias propostas da AGF de até 4.3% no preço do prêmio. No entanto, em todas as alternativas oferecidas, 181 houve acréscimo no preço, uma vez que no geral há um ganho nas coberturas, como foi possível analisar anteriormente. AIG • A AIG Life ofereceu duas propostas para os níveis hierárquicos da empresa visualizados nos anexos 1 e 2. A estratégia da AIG é a de minimizar diferenciações nos níveis intermediários onde foram uma proposta com a rede credenciada do plano Executivo 11 e outra com a rede credenciada do plano Especial 11. Como contraposição à diminuição da rede credenciada de um plano e outro foi oferecido o plano Executivo 11 com 6 x Tabela de reembolsos, e o plano Especial 11 com 4 x Tabela de reembolso. Os níveis hierárquicos mais elevados ( gerência e diretoria) foram negociados com o plano Master com 6 x Tabela de reembolsos. Conforme se nota nos anexos 1 e 2 estas mesclas de redes credenciadas e tabelas de reembolso proporcionam uma diminuição da diferenciação e simultaneamente uma diminuição de preços entre as várias propostas da AIG de até 10.67% no preço do prêmio. No entanto, a diferenciação da AIG quanto às coberturas de reembolso ( financeiramente elevadas ) em todas as alternativas propostas geraram um aumento no risco acompanhado por um aumento nos preços. MARíTIMA· A Marítima Seguros apresentou três propostas à empresa, portanto englobando todos os níveis hierárquicos da mesma, conforme os anexos 1,2,3. Opção 1. Com um preço total de R$ 42.467,38 mensais, a proposta da Marítima Seguros veio prop~rcionar um acr~scimo de 18.31% nos preços da empresa frente ao preço total hoje existente de R$ 35.894,00 da Interclínicas e AMIL conjuntamente. 182 Opção 2. Com um preço total de R$ 40.674,46 mensais, a proposta da Marítima Seguros veio proporcionar um acréscimo de 13.31% nos preços da empresa frente ao preço total existente de R$ 35.894,00 da Interclínicas e AMIL conjuntamente. Na Marítima Seguros a estratégia de minimizar diferenciações ocorreu principalmente nas propostas dos níveis hierárquicos básicos onde foram oferecidas duas propostas, uma com a rede credenciada do plano básico e outra com a rede credenciada do plano ideal ( constando de uma rede credenciada mais restrita ). A Marítima assim procura oferecer nos níveis hierárquicos mais básicos tabelas de reembolso até 30% mais baixas e rede credenciada mais restrita no plano ideal. Conforme se constata nos anexos, estas mesclas de redes credenciadas e tabelas de reembolso proporcionam uma diminuição da diferenciação e uma diminuição de preços entre as várias propostas da Marítima Seguros de até 25.17% no preço do prêmio.No entanto, em todas ás "alternativas houve acréscimo no preço, uma vez que no geral entre coberturas há um aumento muito grande no reembolso . . SUL AMÉRICA - A Sul América Seguros ofereceu duas propostas à empresa, abrangendo todos os níveis hierárquicos da empresa e expressa nos anexos 1 e 2. Na Sul América Seguros a estratégia de diminuir diferenciações ocorreu principalmente nos níveis intermediários onde foram oferecidas duas propostas q uma com a rede credenciada do plano Especial I com 2.5 x tabela de reembolsos, e outra com a rede credenciada do plano Pleno II com 4 x tabela de reembolsos. ~ A Sul América procura trabalhar nos níveis intermediários com níveis de tabela de reembolso até 30% mais baixos e rede credenciada diferenciada no plano Especial I e Pleno 11. 183 Estas mesclas de redes e tabelas de reembolso proporcionam uma diminuição da diferenciação e uma diminuição de preços entre as várias propostas da Sul América de até 24.49% no preço do prêmio. No entanto, em todas as alternativas propostas houve acréscimo de preço uma vez que no geral entre coberturas há um ganho muito grande no reembolso. . GENERALI - duas propostas foram oferecidas pela seguradora junto à empresa, para todos os níveis hierárquicos da empresa. Na Generali Seguros a estratégia de minimizar riscos ocorreu principalmente nos níveis hierárquicos básicos. Para os níveis hierárquicos altos foram oferecidas duas propostas , uma com o preço mais baixo e padrão enfermaria e a outra com o quarto privativo e preço mais elevado. A Generali Seguros procura buscar trabalhar nos níveis mais básicos com níveis de tabela de reembolso até 50% mais baixos e a mesma rede credenciada . Nos quais estas mesclas de redes credenciadas e tabelas de reembolso proporcionam uma diminuição da diferenciação e uma diminuição de preços entre as várias propostas da Generali Seguros de até 4.34% nos preços. No entanto, em todas as propostas houve acréscimo de preço uma vez que as diferenciações coberturas de reembolso são altas. PORTO SEGURO - Foram oferecidas três propostas pela Porto Saúde junto à empresa para todos os seus níveis hierárquicos . Nesta seguradora a estratégia de minimizar diferenciações, ocorreu nos níveis hierárquicos mais altos da empresa e nos níveis básicos. Foi oferecido o nível básico com 1 x Tabela e 2 x Tabela de reembolso, e o nível Master com 4 x Tabela e 6 x Tabela de reembolso. Outra forma que a Porto Seguro procurou para minimizar suas diferenciações foi a de oferecer o plano Master com tabelas de reembolso diferentes para restringir o livre escolha. 184 ,q- Conforme podemos constatar nos anexos 1,2 e 3 vê-se que estas mesclas de redes credenciadas e tabelas de reembolso proporcionam uma diminuição da diferenciação e uma diminuição de preços entre as várias propostas da Porto Seguro de até 15.59% no custo do prêmio. No entanto, em todas as alternativas propostas houve acréscimo no preço uma vez que no geral entre coberturas há um ganho na tabela de reembolsos. 6.7 Diferenciação, preços e coberturas A diferenCiação em coberturas traz acréscimos no risco quando se trata de seguro saúde, o que justifica os preços diferentes nos prêmios entre as várias seguradoras apresentadas. As estratégias de abordar este risco, trazido por coberturas diferenciadas, podem ser' vistas na maneira como cada uma das seguradoras se expõs. A princípio quanto menor a seguradora, e quanto mais recente sua entrada no mercado de saúde, maior a sua exposição via preços mais baixos, como Porto Seguro e Marítima, ou entrantes mais recentes como Generali apresentarem preços relativamente mais baixos do que os outros concorrentes. Isto é explicado pela necessidade de construir carteira de segurados rapidamente para que se possa obter preços em quantidades razoáveis para se começar a enfrentar os riscos mais constantes do produto como consultas e exames, que ocorrem quase que imediatamente. o seguro saúde é um produto arriscado. A experiência demonstra que uma apólice mal administrada ocasiona prejuízos de volume expressivo em prazos de dois a três anos. A principal característica, no entanto, é que se a empresa cliente quiser ela abandona o produto da seguradora, ficando esta com o prejuízo acumulado de' anos às vezes. Por isso empresas mais tradicionais no mercado como AGF, Sul América e AIG possuem uma visão de risco que procura 185 dimensionar diferenciações claras de coberturas contraposta a um preço maior. O mercado sempre denota a procura de um equilíbrio entre coberturas e rede credenciada, além de variações nas tabelas de livre escolha. A matriz comparativa de vantagens competitiva em referência às diferenciações frente aos preços mostra posições sustentadas em preços maiores da AIG, Sul América, e AGF .Já as demais seguradoras como Marítima, Porto Seguro e Generali procuram sustentar-se em redes mais restritas e coberturas de livre escolha parciais. No entanto observar que os riscos das seguradoras aumentam com as diferenciações é causa de uma preocupação constante, motivo pelo qual os preços são majorados. 6.8 Redes credenciadas como diferenciação na matriz Redes credenciadas diferenciam os seguros saúde das várias empresas pela sua extensão e qualidade. Sua importância na vantagem competitiva do produto' é justificada pelo fato de que na verdade este é o "cartão de visita ", para o consumidor final. A rede credenciada contribui para a posição de preços da seguradora, criando uma base para a diferenciação. Além disso a vantagem competitiva da seguradora se baseia nesta negociação t pois esta na verdade procura executar suas atividades de forma mais barata e melhor do que a concorrência .. É conhecida a atenção especial que médicos e hospitais, dão a segurados cobertos nos produtos diferenciados. Com isso verifica-se claramente como a rede credenciada é uma base de valor para a diferenciação. No aspecto de extensão da rede credenciada, sua valorização ocorre conforme a extensão da empresa em território nacional, ou até mais recentemente conforme seus principais executivos estejam expostos à globalização ( no caso de redes que estão sendo estabelecidas no exterior ). 186 Parecendo diferencial um paradoxo, a ausência de rede credenciada também é um na medida em que esta pode ser suplantada 'por uma melhoria na tabela de reembolsos no livre escolha. Este aspecto da ausência de rede credenciada se verifica principalmente públicos de diretoria e alta gerência em empresas, pois a maioria entre destes segurados usam médicos e hospitais ausentes na rede. No entanto para simplificar o esquema competitiva, a análise será levantada à de diferenciação extensão como vantagem da rede credenciada e à inserção de hospitais e laboratórios de renome. No esquema comparativo foram averiguados a existência dos principais hospitais, assim como dos principais laboratórios. Quanto à extensão da rede credenciada comparou-se outro fator diferenciador das seguradoras e para isso levantou-se as principais cidades de utilização dos segurados, a saber São Paulo, Guarulhos, Diadema, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Jacareí, Mogi das Cruzes, Santos, Suzano, São José dos Campos, Sorocaba, Barueri, Americana, Janeiro, Jundiaí, Campinas, Jaguariúna, Limeira, Piracicaba, Osasco, Rio de Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Salvador', Brasília. A rede credenciada pode ser vista como parte da estratégia, pois cada seguradora ,pode adotar uma estratégia diferente quanto à construção desta. Por exemplo ,nas seguradoras que alugam redes terceirizadas, como é o caso da Generali , através dos serviços terceirizadas laboratórios, da rede Medservice, somente gerenciam .efetuando todos Intermédici ou outros. redes credenciadas os pagamentos, Estas de médicos, administrando· empresas hospitais e os sinistros e repassando custos seja para seguradoras, seja para empresas que adotem planos administrados. Seus serviços são cobrados das seguradoras 187 e empresas que adotem planos administrados para seus funcionários e dependentes através de um preço per capita fixo. Os· valores dos sinistros são pagos pela rede credenciada aos hospitais, médicos e laboratórios, e depois ela os repassa para a empresa ao final do mês, em um relatório com todos os eventos para que sejam pagos. A vantagem para a seguradora que adota este tipo de rede reside no fato de que os gastos indiretos de salários, médicos auditores, estrutura, e etc não são assumidos. Por outro lado redes terceirizadas não são as melhores opções para o gerenciamento do risco do seguro saúde, visto que tais empresas dão prioridade ao pagamento dos sinistros para os prestadores em vez de se ater a um controle de possíveis fraudes ou má condução de recursos. Um exemplo de seguradora que; para diminuir despesas com riscos repassados pela rede credenciada terceirizada, decidiu adquirir uma rede própria é a AIG. Por meados de 1997 ela deixou de usar os serviços da rede Medservice e comprou a rede GAMA. O motivo principal alegado foi o de que os preços e riscos da rede Medservice estavam crescendo sem maiores critérios lógicos, inviabilizando as apólices da seguradora. Outras seguradoras, como a AGF, procuram ter um sistema misto de rede credenciada própria com rede credenciada terceirizada. A rede credenciada própria atua na cidade de São Paulo e do Rio de Janeiro, e a rede Medservice terceirizada atua no restante do país. Já as maiores seguradoras. como Bradesco e Sul América só operam com redes próprias em todo o país, e- apostando no controle de todo processo do saúde para diminuir seus custos. As seguradoras de menor porte, como Marítima e· Porto Seguro, adotam redes "l:" próprias. Como são redes restritas à cidade de São Paulo, a seguradora passa a ter uma desvantagem competitiva fundamental quando este quesito é comparado às suas rivais, já que grande parte das empresas tem filiais em outros estados e cidades do interior. 188 As redes credenciadas são um aspecto de diferenciação tão grande que muitos segurados de empresas que possuem seguradoras utilizando da rede terceirizada Medservice, confundem a seguradora com a rede credenciada. De qualquer forma não existe uma receita de diferenciação específica neste aspecto. Cada seguradora adota um tipo de rede que melhor se adeque ao seu posicionamento competitivo, a sua estrutura, ao seu tamanho e abrangência. Para o cliente final no entanto é importante colocar que redes extensas cada vez mais se tornam um fator de decisão favorável, na medida em que transmitem mais segurança no atendimento em regiões distantes das capitais. 6.8.1 Esquema comparativo - rede credenciada - diretoria e gerência Todas as seguradoras de nosso estudo ( AIG, AGF, Sul América, Marítima, Generali ) tiveram em suas redes credenciadas os hospitais Albert Einstein, Sirio Libanês, Oswaldo Cruz, com exceção da Porto Seguro. Em relação a laboratórios todas apresentaram o Laboratório Fleury. Em matéria de diferenciação como vantagem competitiva, para os níveis hierárquicos mais elevados das empresas ( diretores e gerentes ), as gerências de recursos humanos consideram a presença destes hospitais como fundamentais como benefício para suas empresas. 6.8.2 Esquema comparativo - rede credenciada -intermediário Neste nível as diferenças de hospitais e laboratórios são muito mais aguçadas entre seguradoras pesquisadas, Apenas a Generali, Marítima e Sul América apresentam o Albert Einstein , Sírio Libanês Oswaldo Cruz; e o laboratório Fleury '. 189 Em matéria de rede credenciada a diferenciação conseguida no nível intermediário é muito grande para as seguradoras acima. N? entanto é importante colocar que tanto Sul América quanto Generali são seguradoras que podem comportar o risco de ter tais prestadores em suas redes ( já que os sinistros destes hospitais aumentam em muito o risco de uma carteira ). Apesar de a AGF e Porto Seguro não terem o hospital Albert Einstein na rede credenciada para este nível, é importante colocar que a AIG oferece o Sirio Libanês neste. Para estruturar um padrão de diferenciação no nível intermediário a Generali, Marítima e Sul América são as mais diferenciadas seguidas pela AIG, AGF e por último a Porto Seguro. 6.8.3 Esquema comparatlvo- rede credenciada- nível básico Nos níveis básicos as redes credenciadas são as mesmas em todas as seguradoras apresentadas, sendo que o único diferencial a acrescentar seria o da extensão da rede a nível nacional. Sob este prisma a Sul América e AIG são as que possuem maiores redes credenciadas, seguidas pelas seguradoras que apresentam a rede Medservice ( pelo motivo da extensão da rede ) como terceirizada, como a AGF, Generali,-e as mais restritas à cidade de S.Paulo e Rio de Janeiro como Marítima e Porto Seguro. 6.8.4 Diferenciação, riscos e redes credenciadas .0- Ao contrário do que se pensa as redes credenciadas são formatadas para diminuir - .~ riscos, pois mediante negociações com hospitais, laboratórios e médicos é possível conseguir custos menores com base na escala. Todavia redes credenciadas podem ser um paradoxo e aumentar custos. Hospitais como Albert Einstein normalmente não negociam tabelas com seguradoras, o seu custo é com base na tabela' pedida pelo próprio prestador. 190 Viu-se no passado negociações com empresas que tinham sinistralidade muito alta devido ao uso intenso do hospital Albert Einstein e Sírio Libanês na rede credenciada. lucrativa. Esta acaba por eliminá-los Com isso indiscriminadamente sinistralidade a seguradora que na procura de tornar a apólice mais oferece para qualquer nível hierárquico, estes hospitais na rede corre o risco de ter uma elevada e com isso ter de corrigir no futuro suas apólices junto às empresas clientes. 6.9 Aspectos mercadológicos e diferendação Entre os aspectos mercadológicos na matriz comparativa citados como variáveis de diferenciação entre os seguros saúde, estão: • Prazo de reembolso no livre escolha • Cobertura à nível mundial • Assistência Internacional • Revisão de custos - percentual de sinistralidade • Coberturas opcionais (AIDS, próteses, marca passo, etc. ) • Cobertura opcional de check up • Cobertura para grandes eventos ( cardio, câncer, quimio e radio ) • Programa de qualidade de vida • Agravação de custo para outros dependentes • Agravação de custo agregados • Hospitais de primeira linha • Rede credenciada em S. Paulo e capitais • Limites de utilização de rede credenciada • Claúsula de remissão • Coberturas de eventos pre - existentes • Limites de, utilização de tratamentos especiais ( hemodiálise, AIDS, próteses, 'Ú infecto contagiosas e marca passo) • Central de atendimento 24 horas • Carências 191 • Coberturas de vacinas • Limites de utilização de diárias + UTI • Possibilidade de mold~r o plano de acordo com a empresa • Plano burocratizado • Limites de Terapia rede credenciada • Estrutura operacional e administrativa • Controle e administração da rede credenciada Na verdade estes fatores são requisitados em qualquer estudo de empresa cliente para o seguro saúde, já que são partes tradicionais da negociação. Porém faz-se necessário a descrição do que seja cada uma destas diferencições negociadas presentes no quadro, a saber: • Prazo de reembolso necessários no livre escolha - envolve quantos dias úteis são para que um reembolso, feito no " livre escolha ", seja pago ao segurado. Esta variação competitiva de dias, é importante como um diferencial de vantagem na medida em que o segurado negocia com a equipe cirúrgica o número de dias para pagamento de seus honorários. • Cobertura escolha, a nível mundial porém no exterior. diferenciação globalizados. • Assistência possibilite feitos no livre Cada vez mais este tem sido um ponto já que boa parte de executivos . Internacional ao segurado providenciar - envolve todos os reembolsos na Price Waterhouse de são - envolve estrutura de atendimento no exterior que acessar socorro. A assistência uma linha direta, internacional em qualquer cobre inclusive país, e passagens aéreas para familiares, estadia de familiares, traslado de corpo, e operações consulares no caso de morte. • Revisão de custos percentual de sinistralidade - Esta variável implica que a empresa possua um ponto de equilíbrio na relação prêmio pago e sinistro. 192 Quanto menor o percentual de sinistralidade , mais difícil para a empresa manter uma apólice saúdavel do ponto de vista de reajustes no prêmio a ser pago. • Periodicidade de revisão do percentual de sinistralidade - implica no espaço de tempo que o riscç passa a ser mensurado na relação sinistro! prêmio, quanto mais tempo a empresa tem para ter a revisão de sinistralidade menor são suas chances de ter uma revisão positiva da sinistralidade. • Cobertura opcional de AIDS, prótese, marca passo, etc. - Implica como fator da diferenciação na possibilidade de se ter claúsulas complementares, que possam ser contratadas quando houver o interesse pela empresa. • Cobertura opcional de check up - Implica na possibilidade de ter-se claúsulas complementares, que possam ser contratadas quando houver o interesse pela empresa. • Cobertura para.grandes event~s ( cardio, câncer, quimio e radio ) - diz respeito à cobertura de grandes riscos,(os chamados" sinistros de ponta "), pelo montante que exigem e pelo tempo de tratamento que tomam. • Programa de qualidade de vida - o objetivo desta diferenciação é o de possibilitar coberturas não tradicionais como psicologia, psicoterapia, acupuntura, RPG. • Agravação de custos para outros dependentes - tal diferenciação leva a seguradora a ter preços menores para dependentes até 24 anos ( em geral a metade do custo de um titular ). • Percentual de agravação para agregados - tal variável leva em conta os c riscos que o agregado traz para as apólices empresariais, por isso muitas seguradoras calculam o custo do seu prêmio à parte. Quando a seguradora ~ calcula este de maneira diluida, dentro do atual contexto passa a ser uma diferenciação. • Hospitais de primeira linha - sua presença na rede credenciada é sinal de diferenciação como exposto anteriormente. • Rede credenciada em S. Paulo e capitais - esta variável diz respeito à extensão da rede credenciada nas várias capitais. 193 • ~ Limites de utilização em rede credenciada - diferenciação clara como claúsula contratual, aonde a rede credenciada e não o livre escolha apresentam limites de Diárias ou UTI . • Claúsula de remissão - apresentação ou não de cobertura aos dependentes de titular falecido sem ônus para a empresa. • Coberturas de eventos pré-existentes - claúsulas relacionadas a estas coberturas. • Limites de utilização de tratamentos especiais - relacionados à presença de claúsulas ligadas à cobertura de AIDS, hemodiálise, prótese, infecto contagiosas e marca passo. • Central de atendimento 24 horas - referente à atendimento telefônico 24 horas inclusive nos finais de semana, para dar apoio aos segurados em caso de urgência. • Carência - carência de qualquer espécie seja na rede credenciada, seja no livre escolha. • Coberturas de vacinas - diz-se da cobertura de vacinas estrangeiras ou . nacionais para os dependentes dos segurados. • Plano burocratizado - diz respeito à existência de necessidade de guias e autorizações para eventos cirúrgicos ou não. • Estrutura operacional e administrativa - diz mais respeito ao controle do risco. • Controle e administração da rede credenciada - gerenciamento e controle da mesma. 6.9.1 Decisão Gerencial relativas aos seguros saúde oferecidos A Price Waterhouse ICD teve como decisão gerencial focalizar suas negociações com a Sul América e AIG, as demais seguradoras foram descartadas, de acordo. com memorando gerencial enviado pela supervisão de recursos humanos. . . 194 o motivo dessa escolha foi principalmente relativo à rede credenciada de ambas as empresas, que eram justamente as que tinham maior extensão nacional, um . fato importante para uma empresa preocupada com o atendimento de seus consultores em caso de emergência. Ambas as seguradoras tiveram um custo acima do atualmente verificado com as assistências médicas existentes na Price Waterhouse ICD. A AIG com R$ 54.171,22 e a Sul América com R$ 42.820,92 mostraram-se acima dos R$ 35.894,81 das duas assistências médicas juntas. Este custo total adicional no entanto foi considerado o preço da melhoria para o benefício de assistência médica: É importante acrescentar no entanto que a promulgação da legislação que rege os planos de saúde e que entrou em vigor no dia 4 de janeiro de 1999, fez com que as negociações fossem interrompidas até que os seguros saúde e o mercado em geral ficasse mais transparente uma vez que se a empresa optasse por uma mudança neste novo benefício ele já teria de incorporar novas coberturas e sendo assim seus custos aumentariam devido aos impactos de risco trazidos por essa mudança. 195 • Capítulo VII Conclusão Neste último capítulo, daremos destaque a alguns achados de nossa pesquisa que tomamos como mais significativos e traçaremos considerações com base nos mesmo. Um primeiro fator é que as diferenciações via acréscimo de coberturas, elevam o preço final do seguro saúde; e em um segundo lugar é possível construir um esquema comparativo que evidencie estas diferenciações e estes impactos nos preços. A pesquisa conclui que quando uma seguradora procura diferenciar seu seguro saúde via a adição de determinadas coberturas ( AIDS por exemplo ), a exposição da mesma ao risco necessariamente leva a um acréscimo no preço. Esta medida não for tomada a própria seguradora procurará limitar o risco via restrição de rede credenciada, limitação de reembolsos e recusa de determinados segurados. Este estudo é inédito neste sentido, o tema da diferenciação no seguro saúde e sua relação junto aos preços finais do produto são um objeto de investigação novo. Até o momento qualquer esquema comparativo que expusesse as diferenças comparativas entre as seguradoras, quanto às suas coberturas e preços. ~ As limitações do estudo referem-se principalmente ao fato de o mesmo não abordar assistências médicas, autogestões, planos administrados e cooperativas - ~ médicas, resumindo-se às seguradoras que apresentam o seguro saúde para o mercado de pessoas jurídicas como benefício coletivo para seus funcionários. Tampouco se aborda a administração posterior do seguro bem como o gerenciamento do risco e suas implicações sobre o preço. 196 Futuras pesquisas que"abrangessem a diferenciação e a vantagem competitiva no mercado de pessoas físicas trariam relações novas entre os impactos gerados pela diferenciação nos preços, uma vez que o risco unitário gerado tem implicações diferentes sobre a apólice e sobre o risco. Pesquisar comparativamente a dif~renciação como vantagem competitiva, entre as várias seguradoras que compuseram nosso estudo de caso ( AGF,AIG,Sul América, Porto Seguro, Marítima, Generalli ) trouxe à luz os mecanismos a que estão sujeitos os preços do seguro saúde voltado à pessoa jurídica. Isto é constatável na pesquisa pelo fato de ser possível visualizar as diferenciações nas coberturas do seguro saúde como a -variável que mais influencia seus preços. Isto se deve ao risco que essas diferenciações abrangem, já que são compostas de subcoberturas ( básica, parto, consultas, tratamentos extra hospitalares, exames para diagnóstico ) que conjuntamente diferenciam o seguro saúde. A matriz de estudo torna-se importante, já que evidencia os impactos da diferenciação no preço levando em conta estas subcoberturas, comuns a todos os seguros saúde, Consequentemente leva a uma comparação de preço versus o benefício que o mesmo pode trazer aos segurados. Existem influências de outras variáveis junto ao preço final do seguro saúde, como o processo de globalização via fusões, aquisições e vendas de carteiras de numerosas assistências médicas, seguradoras e mesmo autogestões e planos administrados para seguradoras estrangeiras. Os ganhos de escala gerados por estas compras de carteira trarão novas pressões para uma queda futura nos preços do seguro saúde, uma vez que o aumento na escala de segurados permite uma certa diminuição do risco gerado por diferenciações. ~ Pode-se também observar que as diferenciações em custos e coberturas levarem inevitavelmente a um encarecimento dos preços finais do : seguro saúde, permitindo algumas considerações em relação à regulamentação governamental proposta pela lei n. 9.656 de 1998 aos planos de saúde, já que esta trará 197 igualmente futuras alterações sobre a diferenciação e sobre a política de preços dos seguros saúde existentes hoje no mercado. A nova regulamentação trará a obrigatoriedade de determinadas coberturas. Pelo nosso estudo estas aumentarão o preço do seguro gerando um aumento nos preços de todos os seguros saúde assim como um controle muito maior dos riscos e mudanças nas estruturas organizacionais e processos de funcionamento. As consequencias destas medidas levam a conjecturar sobre duas vertentes: a primeira se refere à redução do número de seguradoras competidoras às que detenham capacidade financeira e volume de reservas técnicas para assumir os riscos majorados frente às novas determinações que a regulamentação exige. Uma segunda vertente será ocasionada pelos novos preços com os quais estes produtos se posicionarão para o consumidor, forçando uma migração de boa parte dos consumidores para o sistema público de saúde. A matriz comparativa de diferenciações demonstra que a hipótese de uma elevação dos preços é verificada quando ocorrem diferenciações nas coberturas. Esta relação é presente entre as seguradoras pesquisadas no momento em que houve uma constatação direta entre risoos, diferenciações nas coberturas e elevação dos preços. Por outro lado não foi verificado que as diferenciações mercadológicas no seguro saúde geram acréscimos sobre o preço final do seguro saúde, já que por não se tratar de adição de maiores riscos, seu custo na e- formação dos preços fica diluído entre todas as apólices de seguro saúde existentes na seguradorã. Sua presença pode ser minorada ou aumentada conforme a e'Xigência estratégica da seguradora se mostrar mais ou menos necessária ( via um maior esforço de propaganda, novos canais logísticos de venda, materiais de apoio, etc. ). Este, portanto, é um aspecto diferencial que não pode ser conduzido como as claúsulas contratuais de cobertura do seguro saúde que não podem ser extintas ou retiradas a qualquer momento, já que existem dentro de bases contratuais. 198 o axioma a ser verificado será o de .que as diferenciações originadas de claúsulas contratuais de cobertura são diretamente impactantes nos preços dos seguros saúde. Já as diferenciações originadas de aspectos mercadológicos, por não serem contratuais, não levam a impactos diretos sobre o preço da apólice. A matriz comparativa da pesquisa não é dinâmica, consultá-Ia permite visualizar as diferenciações e seus impactos no preço assim como o risco envolvido apenas em determinado momento no tempo ( que coincide com o estudo da implantação do seguro saúde e sua negociação ). Estrategicamente, no entanto, preços e diferenciações adotados pelas seguradoras retratam posicionamentos de meio termos. Todavia as desvantagens do meio termo como colocadas por Porter não parecem traduzir nas seguradoras estudadas uma limitação da capacidade dessas empresas pois o fator risco é soberano quando se trata de claúsulas contratuais de coberturas, e sua influência direta sobre as estratégias de diferenciação as torna limitadas e arriscadas, possibilitando uma alteração das posições no caso de prejuízos com base no risco ( via renegociação do preço da apólice, ou uma alteração no contrato através de revisão de patamares de valores de cobertura) . Assim nos seguros saúde que apresentem a estratégia do meio termo devido ao preço e às diferenciações não haverá certeza de uma baixa rentabilidade, nem tampouco da perda de clientes de grande porte que negociam preços baixos. Na pesquisa notou-se que as diferenciações ocorriam nas seguradoras na medida em ~ que as redes credenciadas passavam a ser mais regionalizadas ( diminuindo riscos ) ou determinadas coberturas eram excluídas. Esta receita caracteriza o caráter de meio termo na estratégia de todas as seguradoras pesquisadas e escolher a alternativa que traga à seguradora o maior retorno no curto prazo tende As estratégias de meio termo são consideradas extremamente pobres, pois falta parcela de mercado, investimento de capital e a empresa resolve fazer o jogo do baixo custo, da diferenciação necessária no âmbito de toda indústria para evitar a necessidade de uma posição de baixo custo, ou do enfoque para criar diferenciação. 8 199 a ser a decisão mais ãrriscada , frente aos riscos financeiros que estas deverão assumir. Competir em seguro saúde com base no preço significa ter aumentar as probabilidades de suas perdas frente ao risco assumido em relação aos concorrentes. Isto induz a que as seguradoras devam procurar sempre expor-se de maneira cautelosa frente aos seus riscos. Esta estratégia está presente principalmente em duas seguradoras da pesquisa, a Porto Seguro e a Marítima que, ao oferecerem preços menores procuravam, através de uma· limitação da rede credenciada, minimizar o impacto sobre o risco. Ao mesmo tempo seguradoras com redes credenciadas mais diferenciadas, como AGF, AIG e Sul América, procuravam tornar o preço de seus prêmios maiores que os de seus concorrentes com o objetivo de reduzir os riscos desta escolha ( uma vez que suas redes credenciadas eram extensas ). A GENERALI procurou uma outra estratégia do meio termo aonde os reembolsos de livre escolha são menores que os dos concorrentes, para. reduzir os riscos de um preço baixo e uma rede credenciada de nível mais elevado. Para o seguro saúde, não se deve correr mais riscos do que o necessário para gerar o retorno oferecido em forma de lucros. As seguradoras interessam-se antes pelo risco e depois pelo lucro. Já no esquema proposto por Porter, a restrição de diferenciações é encarada como uma barreira ao sucesso da empresas. Nas tt" seguradoras acostumadas a perdas financeiras no pagamento de sinistros originados por coberturas cujos riscos foram mal calculados , as diferenciações são ~istas com muita cautela. A vantagem competitiva entre as seguradoras cada vez mais será focalizada na dimensão dos riscos a serem aceitos, e as diferenciações mercadológicas acopladas a cada produto se restringirão cada vez mais. 200 Nossa pesquisa leva '8 comprovar os efeitos diretos da diferenciação sobre os preços no seguro saúde, devido especificamente ao riscos assumidos com a adoção das claúsulas contratuais . Além disso leva-nos a compreender o caráter de meio termo estratégico em que as seguradoras se posicionam. Pode-se assegurar com isto que mesmo quando a concentração de mercado aumentar no futuro. este é um parâmetro estável e inerente ao risco de cada apólice de seguro saúde. A mudança desta perspectiva só será possível na medida em que as seguradoras avançarem na mensuração do risco e na tradução de melhores garantias para as diferenciações oferecidas. Podemos concluir portanto que diferenciação e vantagem competitiva na indústria de seguro saúde se equilibram entre os riscos que as coberturas adotadas trazem no preço final. É possível enquadrar e dimensionar esta relação através de matrizes comparativas entre as. várias seguradoras, assim como também é possível dimensionar as restrições que estas seguradoras se colocam, já que adotam necessariamente uma estratégia de " meio termo ", e qualquer postura mais agressiva quanto a preço resulta em prejuízos no curto prazo. Estes prejuízos. dificilmente se transformam em lucros no longo prazo, uma vez mal dimensionadas as políticas de preços do seguro. A nova regulamentação não alterará em nada esta regra competitiva, os preços dos seguros saúde deverão subir frente às coberturas exigidas a partir deste ano pelo governo. O maior impacto portanto resultará da diminuição dos competidores e na saída dos 201 consumidores que porventura não possam pagar por estas diferenciações de cobertura tornadas obrigatórias a partir deste ano. 202 BIBLIOGRAFIA 1. AAKER, D. A. " Managing brand equity: capitalizing on the value of a brand name" , New York, The Free Press. 2. ABELL, D.F. e HAMMOND, J.S. "Strategic Cliffs, 1. edição, Prentice Hall, 1979. market planning" Englewood 3. ABELL,D.F.; HAMMOND,J.S. "Strategic market planning: problems and analytical approaches. "Englewoods Cliffs, N.J.: Prentice Hall, 1980. 4. ABERNATHY, W. J.; UTTERBACK, J.L. " Patterns of industrial innovation Technology Review; June July, 1978, p. 41 - 47. li, 5. ACS Z. J. e AUDRETSCH, D. B. 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CAPITAL FRANClls PRAZO DE REEIIUIOLSo SEGURADORA : 7 DIAS orEIS MULTINACIONAL - CAPitAL AMI.RIC:AN9 INTERNAçOEs DIÁRIAS I UTI : 3S5 PI ANO SEM LlMlniOS FINANCEIROS DE UTILIZAÇAO NA REDE COBERtURA DE PRÓTF.ses E OR'reses INTERNAS CENTRAL DE ATENDIMENTO:iA HORAS REMlssAo POR MEsEs PRAZO DE REEMBOLSO: 5 DIAS IlTEls COBliRTURA DE AIDS. DE ACoRDO cOll'i SINISTR. n 50110 US 4XTHSM-AOF 4XTHsM-AOF 4 X TABElA AMB 2,5 x TAIiaA TPSS 2,5 X TABELA TO INCLUSO,1iM SERV. ,HOSP. X TABELA TPSS X TABELA TPSS 3 X TABELA TO ' 3 X TABÉI.A TO ' INEXISTENTE SEM LIMITES FINANCEIROS DE unUZAçAo NA REMisSAo POR 24 MESES PI : ÀlDs, INFECTO, DIÁLISE, PRÓTESE ( CHSCK UP E QUALIDADE DE VIDA ( OPCiONAl.) PRAzo DE REEMBOLSO: 5 DIAS OrEis SEM LIMITES PARA CONSULTAS, EXAMES li; TRJUAMEII ••RI:DE COBERTURA DE VACINAS I.. ~:OEIERTUltA (~:::=~~~::: ~::~:~ REDE cREDeNCIADA A NWa NACIONAL HOSPITAIS e LABORATÓRIOS DE 1° LINHA C CENTRAL De ATENDIMeNTo 24 HORAS SEGuRADoRA MULTiNACIONAL - CAPITAL FRANCês' SEM UMITES FINANCEIROS DE UTILlZAÇAo NA REDE REMlssAo POR 60 MESES coBERTURA fI : AIDS ( OPCIONAL) PRAZO DE REElliBOLSO : 7 DIAS OTEI8 SI LmHTES PARA CONS., EXAM. E TRAT. (EXC FONI FI~ REDE CREDENCIADA A NivElo NACIONAL I CRI5DENClf •. HOSPITAIS li LABORATORIOS DE 1° LINHA CREDI:NC:I~ CENTRAI. DE ATENDIMENtO 24 HORAS I•.,~IEOUR.ADC)AABAASlLEIRA ESQUEi.fÁ DE VANTAGEM COMPETlTivÁ COMPARATlVO. I··. A.G.F.lI~lIDE ... :.:.:: ..... :. SEGURO SAÚDE. U.R.A.GJ'.- 038 . .••..AG.F,SAUDE .••.......• ·...~E~\iRO .ASSURANCE CUSTOS TOTAIS A.G.F;···· RS .: •••···AG;f; . SAUDE -ASSURANCE GENERALE .. SEGURO SAUDE .. BÁSICO 103,95 103,95 103,95 103,85 10395 ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS + 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS. ..DEPENDENTE '..•..•..•••.•.• :••.CUSTOS.TOTAIS . . ·••·••••••••·• ••••••••• A.G.F.:· ••••·•····· ... ••..CUSTOS . ..... TOTAIS RS ... Ri ..TrrULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL ..FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL ..FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL ... f-_..,.-..,-,_--,-_7"".8"'7.::.5L!1!CJ8 "TOTAL .. (.210Y.OAl\ 151,80 151,80 151,80 151,80 15180 55 ANOS ESPECIAL ..TITULAR ..CONJUGE 134 •.•· VIDAS CUSTOEMRS N VEIS DE SEGURO CUSTO EM RS ..TITULAR ..CONJUGE ..TOTAL .••.••. DEFRANCE . ..........• .• U.R.A.CÚ •• 038· .. INTERMEDIÁRIO ...•.•••.•••••••.• . ......•.•••••••..•••.•. :·•.•CUSTOS INDIVIDUAIS A.G.F;···· . .•. ••••. . . . ··QUAi.:fr~ 3 )t1'ABELA . 58,77 58,77 58,77 58,77 5877 totÃ'S.»~:·::: SEGURO SAODE 38"· N VEIS DE SEGURO CUSTO EM RS CUSTOSINDlV1DUAlSA.G.~,.: SPECIAL .. . ... GENERAlE DE·FRANCE·.···· SAl/IiE ....••.. ···U.RAG;FJO . ..TrrULAR ..CONJUGE ..FILHOS .•SEGURADOS + 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL 1· ... .: .. ·····••·••• .".CÜSTOS . .• ASSURANCE GENERALE DE FRANCE . SEGURO SAUDE •. N VEIS DE SEGURO .. BÁSICO •... ... .•. •. : . . PRICE WATERHOUSe A.G.F; ••· . ! .. . . .: :.: .... 21.82950 . ..TOTAL 1.2"" ViDAS. f-,--.,-. 18.82320 .;CUSTO TOTAL :", .....".,."..".",., .•.•. -"':!:; ••:••.• :.~.!CJ ..... t • RI.' :.:1:.. .......•••• : ..•.. .• 48.52788 I ...••... 1 TOTALAGF ESQUÉMÁDÉVÁNTAGEM COMI'iftrriVÁ. . . COMPÁRATIvO - SEGURO SAÚDÉ.- PRICÉWAtERH6USE· I··.•;:r:.f.:~:U~E. AS:~~~~~~rg~~ReLE~1õ iJ.R.A.G.F.' 038 N VEIS DE SEGURO F~A~fS CUSTOS TOTI\IS A.G.F. R$ ... .•mULAR ..CÔNJUGE ..ALHOS ..SEGUR • DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL ,.TQTAL·l3A . VIDAS. 1- N VEIS DE SEGURO CUSTO EM R$ .. INTERMEDlARIO .. BASICO ..••••• .••••.. CUSTO...S INDMDUAlS.A.G ..F. •••. •.... SPECIAV· •..•. .•TITULAR ..CÔNJUGE ..ALHOS ..SEGURADOS • 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL ••~••· •••.•.•. ~.••.•. G .•..••. S.•.•.• A .•.••.• U ..•.••.•.. D .•....•.••. E.••.•...••...••.•. A .••..••.• S..•.•.• :U.·.~ .•• R;.~A. .•~G ..~•. U.RXG:"."·&:íS··· N VEIS DE SEGURO CUSTO EM R$ 58,77 58,77 59,77 58,77 58 77 F~.1 ..••. 0~D3N8~RA .•....•.•.•... L ••.. E••..•..... D .•..•.. Et..•.. r.A••..•.... ••..•. N.•.. C.•.E.••. < t;.•. ••( ••··•••• e:~·\'~f~~7}f~:~~~gi;6~~\~Wg~·FR~.NCE .. ·•• ••• CUSTO EM R$ .. BASICO 103,95 103,95 103,95 103,95 10395 ..TITULAR ..CÔNJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS. 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL 176,06 178,06 176,06 176,08 17608 ..TITULAR ..CÔNJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS. 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL ..> ....... . ..TITULAR ..CÔNJUGE ..FILHOS ..SEGUR • DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL ... .. 7'-'.8"'7-"'5L!:la~.,T\)IA".::i10VlDM ... I-..c...;""","",...-,-_-=.,..,,,,",,",,~ .......... 21.82950 ..TITULAR ..CÔNJUGE ..FILHOS ..SEGUR • DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL .•TOTAL . ... 12•.... VIDAs •.I:-.-.,....,,...--,--.,...,...~2:.!;1.~83~1>:«~,.CUSTO"T.OTAL.1.R$ . .. ••. I---~_,.,.".......,.....-_-Il f....,.,,,-......,...:5:.!;1.~53~8~1~2_--,-........-I1 TOTALAGF ÉSQUÉMA DE \Wit'AGÉM cOMPARAtiVo. COMPtmt!VA .:/;.::....<.< ..... .:. SEGURO SAODE' PR'C'; WAtéRHOUstt ~ CUStOS torA/S .'.'.•.••..• $eGU~OSAUOE .:.•..···.···A.lG.· .•. ·.·····...:••.• ;. SÍlGUROSAÚOe> .U.R./lG.F."O 2578: CUSTO EM R$ CUSTOS I.NIlMDUAlS A.G.F ÉXCELLeNCE lt4TABELA CUSTOS INDMOUAIS A.I.G"· NlvEL 10. PLANO BAslCO .•TITULAR .•CONJUGE ..FILHOS .•SEGURADOS + 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL .•• •....:;:-. .•...•••..;.: •.••CUSTOS TOTAIS A.I.G .•••.•·· '.. . . R$' .. .•TITULAR ..CONJUGE .•FILHOS .•SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL .~tOtAI.< 134.' VlDM. 58,12 58,12 58,12 58,12 58 12 ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS + 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL .........•. \> 1 ••• · •••• 58,12 58,12 58,12 58,12 5812 c. •.~ .•• 104,13 104,13 104,13 104,13 104 13 »>, ..TITULAR ..CONJUG E ..FILHOS ..SEGURADOS + 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL 123,28 123,28 123,28 123,28 12328 Ti\••• :.?5C~~WS~~TLX·cc •..•..•. ..•..... :.•••••...•....•••. >•..•..••..•.•• / .•.....•...•.•.•..•.... ,>.."., 'CU,,:r()~ 1~:r!\lSe:LCi.•·./·· ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL 104,13 104,13 104,13 104,13 104 13 ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL 123,28 123.28 123,28 123,28 12328 ESQUEMA DE VANTAGEM COMPETtTlVA . . COMPARA7lVÓ ,. SEGURO. SAÚDE. PRICE WAtERHOUSÉ --i . N VEIS DE SEGURO N VEIS DE SEGURO .. ..•. • CUSTOS TO~7S "TITULAR "CÔNJUGE "FILHOS "SEGUR + DE 55 ANOS "DEP. ESPECIAL C7......... .•..•.•••••. 40,13 40,13 40,13 40,13 40 13 "TITULAR "CÔNJUGE "FILHOS "SEGURADOS + 55 ANOS "DEPENDENTE ESPECIAL MARITIMA ~AÚDE MVEIS DE SEGURO CUSTO EM R$ "BAsICO . ..•.• . . •••••••••••••••• CUS.T •...... O."S •... '.N .... DlVI.DUAIS ..M.AI!'.T'MA .....••.... ...••.••. ·.·.····.····" ..• PLENO •• ···· . ..•.•• . ... "TITULAR "CÔNJUGE "FILHOS "SEGURADOS + 55 ANOS "DEPENDENTE ESPECIAL -::::7 ••••.••.•.••..••.•...•.• 40,13 40,13 40,13 40,13 4013 •. . ••. MARITIM~ .. SEGURO SAUDE . •••.'.. U.S. M.03690 " INTERMEDIARIO .C:USTOS INDIVIDUAIS MARITIMA . IDEAL 'TOTAIS '.! CUSTO EM R$ " MSICO custos SEé;ORO ·.··.•• CUST~~T~~7~MA~TIMA "TITULAR "CÔNJUGE "FILHOS "SEGUR + DE 55 ANOS "DEP. ESPECIAL ,,:. CUSTOEMR$ ". CUSTOS INDlVlDUAlSA.G.F, .SENIOR.· 144,36 144,36 144,38 144,38 14438 82,84 "TITULAR 82,84 "CÔNJUGE 82,84 "FILHOS 82,114 "SEGURADOS + 55 ANOS 82,84 "DEPENDENTE ESPECIAL • ••...•.....•.••••••.••••....••. 82,84 82,84 82,84 82,84 82 84 CUST9S. T()TAlS .. "R$'/" "TITULAR "CÔNJUGE "FILHOS "SEGUR + DE 55 ANOS "DEP. ESPECIAL MARITIMA .•....•...•...•• 144,38 144,38 144,38 144,38 14438 40.87448 .•TOTAL·· PRlCE981~ 1 1 ESQUEMA DE VANTAGEM CCMPETTT1VA.·..:;.i:··:.: COMPA~AnvO .SEGUROSAQÓE" . ..• ' CU$TOS.TOTAlS sEaiIRo SAf:JDE . :):}\:...... PRléE WATERHCvsif .. •.. ••.•} ••.••<:> MARITIMA. ·\.SEGURÓSAÚDE· . "; U.S.M 03690 NTvEIS DE SEGURO ., INTERMEDIÁRIO .. BÁSICO --:-:T . CUSTOS INDlVlDUAlS.MARITIMA.:. . . IDEAL ." CUST()STOTAIS .' RS ..TlTULAR ..CÔNJUGE ..FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL ......:::. . ..' 53,61 53,61 53,81 53,81 53 81 ..TlTULAR ..CÔNJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS + 55 ANOS •.DEPENDENTE ESPECIAL 1- N VEIS DE SEGURO CUSTO EM R$ N1VEIS DE SEGURO CUSTO EM R$ -.. •. • <?)..... CU~! .••. ?..:.S..... . IN.DMpLEDNUoAn'S .:M./~. ~r.T.•. :'.MA·· . . . .. . . ..TITULAR ..CÔNJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS + 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL ~:'." •.•..•.•.. ..•• .. BÁSICO , .,,. .,.::/:' 1····· 62,84 82,84 82,84 82,84 8284 :. . CUSTO EMR$ .••.•CUSTOS INDIVIDUAIS A.G.F,. ..... . ••... ..'..': . SENIOR. .•.... ..TITULAR ..CÔNJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS + 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL •.........••. ": .: 144,38 144,36 144,36 144,38 14438 ..•.• :.. C;USrOS TOTAIS. MAR.lrlMA ... ·..·•.···;·:Rf:::: .. · ..•..••.... MARITIMA···:··· " 53,61 53,81 53,81 53,81 5361 ..TITULAR ..CÔNJUGE ..FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL 82,84 82,84 82,84 82,84 6284 ..TITULAR ..CÔNJUGE ..FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL 144,36 144,36 144,38 144,36 14438 COMPErrnvA •.••........ ..../ ESQUEMAD.i:VANtAGeAi COMPARATIIioiSEGURO·SAODE.PRfCE >\y ·/S~~~:~~~~~E ..•••••. :.. 58,32 58,32 58,32 58,32 58 32 ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS + 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL CUSTOS TOTAISSUL .•. R$ 58,32 58,32 58,32 58,32 5832 1-_-.,.. __ . .•.•.. ~~~~~~~~~~ . ·U~S;Ó42 .• INTERMEDIARia ... ·••·...}çUS:rOS .. . .. .••. ........ ..•.... > •.. . ' )··r· ..•.·.·•· ••...·••.....•.•. S.•.~....U.Gut.;~ •. ".... • <7>< .:....:-, .i/ CUSTO EM R$ •>CU~TOSINDIVIDUAIS 2.10 VIDAS. SIJL AME~ICA> .SULAM.ERICA· .. ·· •• S)(ECUTIVO I x4J'AIlSLA .•• .. 82,34 82,34 82,34 82,34 82 34 82,34 82,34 82,34 82,34 8234 17.29140 ....... 142,88 142,88 142,88 142,88 14288 ..TITULAR ..CONJUGE .. FILHOS .. SEGURADOS + 55 ANOS .•DEPENDENTE ESPECIAL < CUSTOS .) TOTAIS SUL A.MERICA •..•••.. . lU. .. 124 VIDAS . . 142,88 142,88 142,88 142,88 14288 ..TITULAR ..CONJUGE .. FILHOS .. SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL .,TOTAL . OE$R4A2~ .:~.•G..•.E.. C .••...•. .. BASICO I.N.DIVIDUAIS SUL AMERICA ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL . ..... " MVEIS DE SEGURO CUSTO EM R$ ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS + 55 ANOS .. DEPENDENTE ESPECIAL ,...._...,-.:.:7.:::.81'-"4:..:8"'l8 .:rOTAI". ......./.. <H '.' ESPECIALI )( TABELA as •.: ·.·.·.·.·.·.·CUST~~rOT~k~ AM.E..I.R ••ICA.·· ... .•TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL ..TOTAL.:134V1DAS. .•...... N VEIS DE SEGURO CUSTO EM R$ CUSTOS INDIVIDUAIS SUL AM •..... ··8AsICO . . .'C.•...'. ' -: ,:.,. N VEIS DE SEGURO -.'. ••...\<CilSTÓSTOTAfS -:,' -:' ,~-... . . .: SEGURO. SAUDEi . .••.••...•..••.•.••.•..•.•••..•..•.••••• ···.·U.$.042··· .. SÁSICO ~.:::.-..~.~ .: ..•••• > WATEAHOUSEi·· ....,...,.......,.- --'lC!;7.:!..71!.;.7,,142 ..cusro I IOTAI.1- R' I 42.12340 ÉSQUEMÀ~ VANTAGÉMCOMPEmJIi"'.· COMPAAA1l\IO ,SEGUROSAOOE ······iC ~PAlCÉWArEAHOUS~ . •···•••· •• ··.·,IlNJ:)(01.3») . .·~eGuRO SAúbE .•••.••... ·••.CUSTOSINDMDUAlSSUlAM .• B SlCO • . ••.CUSTOS INDMDUAIS ... ···aAsiCO··· .•TITULAR ••CONJUGE ••FILHOS ••SEGURADOS. 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL ••TITULAR ••CONJUGE ..FILHOS ..SEGUR. DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL I· ,.:rOTAL ·ClJstÓ.stOtA'S.·· .: ...•. •• ·.134·)nDAS SUL AM .·.eXEcutIVO . 58,32 58,32 58,32 58,32 5832 58,32 58,32 58,32 58,32 5932 ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS. 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGUR. DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL 82,34 92,34 82,34 82,34 8 34 82,34 82,34 82,34 82,34 8234 ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS. ..DEPENDENTE 55 ANOS ESPECIAL ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGUR. DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL Ix4TAaeLA RICA •.•.•..•. . 213,75 213,75 213,75 213,75 21375 213,75 213,75 213,75 213,75 21375 ] 51.81121 ...... I ESQUeMA DE VÀNTAGEM COMPErtmiA. Coi.fPA~AnvO: SEGUM SAODE' .....................> ............... .....•.•.•. •.•. I'RICEWATERHOUSE·· .•••.••. GENERAU .•.••• "': ••.••• SE;,~.~~:~~fE ..·.•..•.•...••••• · . U.R.G - O.ar5 " INTERMEDlARIO ·····••· •••••••CUSlOSINDlV1DUAiSGEN.E.RAU·· ~ "TITULAR ..CONJUGE "FILHOS "SEGURADOS + 55 ANOS "DEPENDENTE ESPECIAL ..CUSTOS.TOT ..C-.' 45,36 45,36 45,38 45,38 45 36 . 59,97 59,97 59,97 59,97 5997 "TITULAR "CÔNJUGE "FILHOS "SEGURADOS + 55 ANOS "DEPENDENTE ESPECIAL 45,38 45,38 45,36 45,38 45 38 . 1- __ ..........;;'1'01A •• ••••· "'""'_-.-~8"'.O"'7,=8&:2~4 59,97 59,97 59,97 59,97 5997 "TITULAR "CONJUGE "FILHOS "SEGUR + DE 55 ANOS "DEP. ESPECIAL 2.11):VIOAS ..... "TITULAR "CONJUGE "FILHOS "SEGUR + DE 55 ANOS "DEP. ESPECIAL 1-..,.,...,."..._,..".....,-..!1~2.=.:59:.:3:e740 .;TOTAL>.124.V1DAS ..... 1111,21 181,21 181,21 181,21 16121 "TITULAR "CÔNJUGE "FILHOS "SEGURADOS + 55 ANOS "DEPENDENTE ESPECIAL •.. ·••.•• CUSTOS.TOTAISGENERALI I .:;. AIS GENERAU •••.•••.• .....••.•.••••••• ; ••• RS . ....••••..•••• . ..••• "TITULAR "CONJUGE "FILHOS "SEGUR + DE 55 ANOS "DEP. ESPECIAL 134V10AS . ... ········•···•.•··t;ÓSb4 .;......... .... ••••.•••.•... CUSTO EM RS N VEIS DE SEGURO CUSTO EM RS NlvEIS DE SEGURO CUSTO EM RS ..•••..••...•••.• CU.STOS IN~~IiUt;'~GENERALL ;o10111L ••..•..•••.. . " BAslCO ~." clistostotAiS ...·se@/-tó·sAúb(· . GENERALI ..S~G\JRO S~~DE .•... N VEIS DE SEGURO [< «.·ANÉX014··.······ .. ·············ilf····· . ...•.... 181,21 161,21 161,21 181,21 18121 ÉS(jUEMA.OE cOMPARAnvo ...... ,'..... ,..,i.:o:::::.,~::, c:. VANTAGEM.COMPETmVA SEg~~~r;.~DE . .U.R.G.-037S( N VEISDE SEGURO .... CUSTO EM R$ . :'. ::::ANEXO·J ~),: .::'·,:·,·'·'CiJstos·TOTAls'>.'::: , :','.', .. .. :,:... . : ,", -.:'.'< . N VEISDE SEGURO :. ':",'.',:.'."SEdIJFI~~A&OE .., CUSTO EM R$ ... ···i··:··••.•••••••••••••• :•••••••• N VEIS DE SEGURO .. INTERMEDlARIO CUSTO EM R$ .. BASICO CUStOSINDMDUAIS GENERAU:' .... GDSOl 45,36 45,38 45,38 45,36 45 38 ..TITULAR ..CÔNJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS + 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL 58,87 59,97 59,97 59,97 5997 '.,. '"CU.SIOS TOTAIS GENERAU,: R$ ..TITULAR ..CÔNJUGE ..FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL ,.TC)TAl· ··<}r .'.' .... ).i · ·'.,..·.:.·.:.:·. :.:::-,: . ..TITULAR ..CÔNJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS + 55 ANOS ..DEPENDENTEESPECIAL 1···.·,··· :"::':".: .::: ..::.::://:"::: ..: ·'.•••••••• .. 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BASICO .' .•.•.•. ..•...•.•......' . CUSTOSINOIVIDUAlSPORTO .: . MASTER4· ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS .•SEGURAOOS ..DEPENDENTE 82,34 62,34 62,34 62,34 62 34 + 55 ANOS ESPECIAL ..... '•.~US~9S 43,48 43,46 43,46 43,48 4346 N VEIS DE SEGURO CUSTO EM RS .. INTERMEDlARIO ···.CUSTOS.IN.OIVIDUAIS PORTO .SEGURO .• PL~NÓ: •• CUSTOS TOTAIS PORTO SEGURO' . ..RS.. . •..•..• ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL ..TOTAL . ••••..•..••.•• 43,48 43,48 43,48 43,48 4348 ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGURADOS + 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL . N VEIS DE SEGURO J~~I\l~;~R!9SEGURO ..TITULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. ESPECIAL TOTAL\ ••216\11[),6.s '""'~~= ................... ..TlTULAR ..CONJUGE •.FILHOS ..SEGURADOS + 55 ANOS ..DEPENDENTE ESPECIAL •.•.••.••..•.•.....•••• " .....•....• ·.CUSTOS. 82,34 62,34 82,34 82,34 62 34 SEGURO· 189,14 189,14 169,14 169,14 16914 TOT~I~r~TOSEGURO '.' ..T1TULAR ..CONJUGE ..FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS ..DEP. 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CUSTOS .IN.DMDUAlS PO.IUO SEGURO . •.TITULAR •.CÔNJUGE 43.46 •.TITULAR 43.48 •.CÔNJUGE 62.3-' ..TITULAR 62.3-' •.CÔNJUGE •.FILHOS •.SEGURADOS 43.48 •.FILHOS 62.3-' •.FILHOS 43.46 •.SEGURADOS + 55 ANOS 4346 •.DEPENDENTE ESPECIAL 62.3-' •.SEGURADOS + 55 ANOS 62 34 •.DEPENDENTE ESPECIAL 43.46 43.46 43.46 43.48 4346 62.34 62.3-' 82.34 82.34 6234 ..DEPENDENTE .' .' + 55 ANOS ESPECIAL ••.. MASTER4 l~.OO la..oo la..oo la..oo la. 00 ···.CUSTOS TOTAISRS PORTO SEGURO .•.••••• •.TITULAR •.CÔNJUGE •.FILHOS •.SEGUR + DE 55 ANOS •.DEP. ESPECIAL ~3-' VIDAS ..TITULAR •.CÔNJUGE •.FILHOS •.SEGUR + DE 55 ANOS •.DEP. ESPECIAL •..••.. f,-".-_,..-,---.,.-,:,..,,-'5:.;;.8o;2;:c3"".64"'1,,:rpr"'L ...•. 210 .• ViD,AS .. .....•• f,-,..,.,.,......,--,-,...".. __ ..• la..oo la..oo la..oo •.TITULAR •.CÔNJUGE •.FILHOS ..SEGUR + DE 55 ANOS •.DEP. ESPECIAL I 1"'3:;;.O:..:9-"1."'40"'l .•tOrAL 1114.00 la. 00 •••.••..••••...•. '.. . 124. 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