Palestra: SIPAT – RP MANGUINHOS – 1998
Profa. Tânia Torraca, Otorrinolaringologista
Faculdade de Medicina - HUCFF - UFRJ
Perda Auditiva Induzida por Ruído:
Conceitos
• Perda auditiva por exposição a ruído do
trabalho
• Perda auditiva profissional
• Surdez ocupacional
• Perda auditiva induzida por ruído
ocupacional
• Perda auditiva induzida por níveis de
pressão sonora elevada
• Perda auditiva ocupacional
Perda Auditiva Ocupacional:
Agentes Causais
Ruído Industrial
Produtos Químicos:
 Solventes aromáticos:
tolueno, xileno, benzeno,
triclororoetileno, álcool etílico
 Metais: chumbo, arsênico, mercúrio
 Asfixiantes: monóxido de carbono, nitrato de butila.butila
Vibrações
História
Sibaritas (720 aC) artesãos gregos, criaram
“distrito Industrial “
Júlio César (50-44 aC) proibição de rodar a noite
os veículos pesados
Caio Plínio Secundus (23 dC) autor da obra
clássica ‘Naturalis historia”
Chineses (Idade Média séc XII) descoberta da
pólvora, introdução em conflitos militares
Séc XVII surdez dos ferreiros, caldeireiros.
 Revolução Industrial: surdez dos ferroviários,
tecelões.
Características
• Perda auditiva é irreversível, neurossensorial,
predominância coclear
• História prolongada de exposição a níveis de
ruídos elevados (>85 dB 8 horas por dia)
• Perda auditiva gradual num período de 6 a 10
anos de exposição
• Inicia-se nas freqüências altas, ordem 6, 4, 8,
3, 2 KHz ou 4, 6, 8, 3, 2 KHz
• Equivalentes nas duas orelhas
• Deve estabilizar-se quando cessa a exposição
a ruídos
Tipos de alterações auditivas
provocadas pelo ruído
• Trauma Acústico
 Exposição aguda.
 Causa: som explosivo instantâneo,
com pico de pressão sonora muito
elevado.
 Natureza das lesões: mecânicas.
Atividades de risco: exercícios com tiro
(militares).
Tipos de alterações auditivas
provocadas pelo ruído
• PAIR –

Perda Auditiva Induzida pelo Ruído
Exposição crônica
 Doença cumulativa e insidiosa
 Cresce ao longo dos anos de
exposição
 Associada ao ambiente de trabalho
 As lesões: mecânicas e metabólicas.
Tipos de alterações auditivas
provocadas pelo ruído
• TTS
Perda Auditiva Temporária
 Desvio Temporário dos Limiares
• PTS
 Desvio permanente dos limiares.
Sinais e Sintomas
Auditivos
1- Perda Auditiva
2- Zumbidos
3- Dificuldade de discriminação
Sinais e Sintomas
Transtornos Não-Auditivos
1- Comunicação
2- Neurológicos
3- Vestibulares
4- Digestivos
5- Comportamentais
6- Cardiovasculares
Avaliação Diagnóstica
Anamnese
- Historia do Trabalho
- Historia Familiar
- Uso prévio de ototóxicos
- Queixas de zumbidos, hipoacusia etc.
Avaliação Diagnóstica
Exames
- Otoscopia
- Audiometria Tonal e Vocal
- Impedanciometria
- Potenciais Evocados: BERA e EOA.
Avaliação Diagnóstica
Preparo para Audiometria:
Repouso Acústico: antes da jornada de
trabalho ou 14/16 horas após.
Classificação das Perdas Auditivas
Sua caracterização clínica e médico pericial é de
complexa abordagem.
Utiliza-se a classificação de MERLUZZI (1979), de
grande vantagem, não utiliza o critério de
médias de freqüências e fácil aplicabilidade.
Ë considerado normal o indivíduo que apresenta
um limiar auditivo bilateral igual ou inferior a 25
dB, conforme a ISO 1999.
Perda Auditiva de 1o. Grau
Média Tritonal
-10
125
250
500
750 1000 1500 2000 3000 4000 6000 8000 -10
0
0
10
10
20
20
30
30
40
40
50
50
60
60
70
70
80
80
90
90
100
100
110
110
120
120
130
130
1º Grau
O.E.: 10dB
O.D.: 10dB
Discriminação
O.E.: 100%
O.D.: 100%
Perda Auditiva de 2o. Grau
-10
125
250
500
750 1000 1500 2000 3000 4000 6000 8000 -10
0
0
10
10
20
20
30
30
40
40
50
50
60
60
70
70
80
80
90
90
100
100
110
110
120
120
130
130
2º Grau
Média Tritonal
O.E.: 15 dB
O.D.: 18 dB
Discriminação
O.E.: 96%
O.D.: 96%
Perda Auditiva de 3o. Grau
Média Tritonal
-10
125
250
500
750 1000 1500 2000 3000 4000 6000 8000 -10
0
0
10
10
20
20
30
30
40
40
50
50
60
60
70
70
80
80
90
90
100
100
110
110
120
120
130
130
3º Grau
O.E.: 25 dB
O.D.: 30 dB
Discriminação
O.E.: 100%
O.D.: 100%
Perda Auditiva de 4o. Grau
Média Tritonal
-10
125
250
500
750 1000 1500 2000 3000 4000 6000 8000 -10
0
0
10
10
20
20
30
30
40
40
50
50
60
60
70
70
80
80
90
90
100
100
110
110
120
120
130
130
4º Grau
O.E.: 46 dB
O.D.: 48 dB
Discriminação
O.E.: 80%
O.D.: 48%
Perda Auditiva de 5o. Grau
Média Tritonal
-10
125 250 500 750 1000 1500 2000 3000 4000 6000 8000 -10
0
0
O.E.: 61dB
10
10
O.D.: 40dB
20
20
30
30
40
40
Discriminação
50
50
60
60
O.E.: 80%
70
70
80
80
90
90
100
100
110
110
120
120
O.D.: 100%
TRATAMENTO
A PAIR é uma lesão irreversível!
Não existe nenhum tipo de tratamento clínico
ou cirúrgico para a recuperação dos limiares
Auditivos.
A PREVENÇÃO é a principal medida a ser
tomada antes de sua instalação.
PREVENÇÃO
A Lei obriga as empresas e os profissionais da
área de saude e segurança a implementar e
gerenciar programas de prevenção e de
progressão da perda auditiva.
PREVENÇÃO COLETIVA: clausura de processos
industriais.
PREVENÇÃO INDIVIDUAL: EPI (abafador e/ou
protetor auricular).
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE
PERDAS AUDITIVAS
De acordo com a NR-9 da Portaria no. 3214 do
Ministério de Trabalho, toda a empresa deve
ter um Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais e de Conservação Auditiva (PCA).
Em 1996, a NIOSH, publicou o guia prático
para prevenção da perda auditiva
ocupacional.
Comunicação de Acidente de Trabalho
Toda perda auditiva ocupacional – PAIR
deve ser notificada ao INSS com a
emissão de CAT – Comunicação de
Acidente de Trabalho.
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Perda Auditiva Ocupacional