Regras SIFI estão reformulando o sistema bancário
global
Uma nova categoria de bancos vai além das SIFIs
Knowledge@Wharton: Existe uma outra área interessante — uma categoria especial que está sendo comentada
em relação às maiores SIFIs — além das 28 [o G20 mais tarde identificou 29 dos maiores bancos globais], talvez,
as cinco principais— que alguns chamam categoria do último balde. A ideia é desencorajar novas fusões e
aquisições de modo que não tenhamos mega bancos, que sejam maiores do que o que já temos, e que essas
instituições seriam obrigadas a ter uma reserva extra de capital, de cerca de 3% pontos percentuais dos ativos. E
isso é visto como uma pílula de veneno.
Schlich: É interessante, quando você pensa sobre isso — a razão para ter essa categoria é bastante simples.
Os reguladores estão dizendo basicamente os bancos estão em um certo nível hoje, e têm um certo nível de
complexidade. Queremos criar um desincentivo de modo que as instituições não fiquem maiores ou mais
complexas, e se o fizerem, nós tenhamos a capacidade de, então, cobrar um capital adicional. E assim eu
acho que está bem claro os supervisores no mundo inteiro não estão buscando bancos mais complexos. Eles
estão buscando bancos menos complexos, bancos menos interligados. E eu acho que isso é apenas mais uma
indicação de como as regras estão se voltando para essa direção.
Knowledge@Wharton: Será que isso efetivamente suprime fusões e aquisições desses bancos de maior
dimensão? O que acontece lá embaixo é uma outra história, mas quando você chega nesse nível você realmente
quer ficar maior? Existe um alto preço a pagar.
Goldstein: Absolutamente. E está relacionado a tudo o que falamos até agora. Portanto, a ideia é a de que a
regulação será meio progressiva. À medida que você ficar maior e maior, você vai ser obrigado a manter mais
e mais capital. E então existe um pouco de punição extra no topo de linha, de modo que se você ficar muito
grande, então você terá que separar um capital que é realmente maior do que você deseja. E sim, este é um claro
incentivo contra.
Schlich: Você espera que isso não pare as fusões e aquisições. O que você vai ver são bancos em negócios em
que eles estão focados. Portanto, eles podem fazer uma fusão e aquisição e manter apenas certas partes do
negócio. Então, o futuro realmente pode ser com bancos que estão muito focados — seja na área do varejo ou na
área comercial — e não querendo se tornar um banco universal. Espero que isso não pare as fusões e aquisições,
porque eu acho que há necessidade delas — temos bancos demais no mundo. Isso vai tornar os bancos muito
seletivos. Vai fazê-los pensar sobre o seu modelo de negócios, e que vai fazê-los pensar sobre que tipos de
negócios querem estar e onde querem fazê-los.
1 | Knowledge@Wharton knowledge.wharton.upenn.edu
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