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Ser ou não ser um investidor da bolsa
Márcia Carvalhal
As bolsas de valores são, por mais incrível que possa parecer, instituições sem fins
lucrativos, que, dentre outras coisas, intermedia compra e venda de ações de empresas em todo o
mundo. Ações são títulos negociáveis que representam uma parcela do capital de uma empresa.
Elas podem ser de dois tipos, ordinárias, aquelas que dão direito a voto nas assembléias de
acionistas; e preferenciais, aquelas que em caso de falência da empresa têm prioridade em
receber os dividendos. São negociadas de duas formas. A primeira é a forma nominativa, em que
o titular é identificado e tem o nome registrado na hora da compra. E a outra é aquela que não
tem registro de nome, ou seja, são títulos ao portador. As ações podem ainda ser negociadas com
valor unitário ou em lotes de mil.
No Brasil, ao contrário dos Estados Unidos, não existe por parte dos pequenos e médios
investidores a tradição de apostar suas economias na Bolsa de Valores. De fato, para quem
deseja liquidez e necessita de uma boa dose de segurança para dormir tranqüilo, a bolsa não é
uma boa opção. Em contraponto, para aqueles que têm uma quantia razoável para investir, em
torno de R$ 30 mil acima; não precisa deste dinheiro a curto prazo, pelo menos nos próximos
cinco anos; e agüenta fortes emoções com as grandes oscilações que a bolsa propicia; não existe
um investimento melhor. O professor de economia Alberto Oliveira divulgou um cálculo que
determina o quanto é interessante investir na bolsa a longo prazo. O cálculo é o seguinte:
Quem tinha U$ 1,00 (um dólar) em 1802 e aplicou:
•
em ouro: tem hoje U$ 0,84 (oitenta e quatro centavos);
•
em título público: tem hoje U$ 803,00 (oitocentos e três dólares);
•
em ações: tem hoje U$ 558.945,00 (quinhentos e cinqüenta e cinco mil, novecentos e
quarenta e cinco dólares).
A principal bolsa de valores do mundo é a Bolsa de Nova York, que negocia por dia
cerca de U$ 3 bi e agrega títulos de cerca de 1000 empresas dos EUA e do mundo.
A bolsa brasileira é a Bovespa – Bolsa de Valores de São Paulo, criada em agosto de
1890, passou a ser o único centro de negócios de ações de empresas de capital aberto do país a
partir do ano 2000 quando foi realizado um acordo de integração das oito bolsas existentes no
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Brasil. Graças a abertura da economia nacional nos anos 90 e o grande volume de investimentos
internacionais que essa abertura proporcionou, a Bovespa atingiu a condição da maior bolsa da
América Latina (BOVESPA, 2004). Nesse período a Bovespa ultrapassou varias vezes a barreira
psicológica.
A barreira psicológica são linhas imaginárias que os grafistas calculam que seja o limite
mínimo e o máximo de volume de negócio de uma determinada bolsa. Vamos supor que a
Bovespa tenha uma média de 15 mil pontos. Então através de cálculos complexos se determina
que ela dificilmente alcançará mais 20 mil pontos para cima ou menos de 10 mil pontos para
baixo. Então quando a bolsa começa a chegar perto dessa marca, se imagina que começará a cair
e todo mundo começa a vender seus títulos com medo de ter prejuízo, com o aumento da oferta
os valores tendem a cair e dificilmente se consegue ultrapassar essa barreira.
Existem três mercados de compra e venda de ações. São eles:
•
Mercado primário – o investidor negocia o título diretamente com a empresa que o
emitiu. Isso se dá quando a empresa lança pela primeira vez os títulos no mercado.;
•
Mercado secundário – o negócio se dá entre os acionistas. A empresa não está
envolvida;
•
Mercado fracionário – é o mercado que se negocia as frações das ações que são
negociadas em lotes de mil.
Para facilitar o entendimento dos investidores e corretores a respeito do seu movimento,
as bolsas criaram índices que representam por meio de pontuação as variações no seu volume de
negócio. Esses índices são medidos dia-a-dia e servem para o investidor entender como se
comportou o mercado num determinado período. Por exemplo: se uma determinada bolsa tem
hoje 1000 pontos e daqui a três meses 1200, saberemos que o volume de negócios daquela bolsa
cresceu 20% nesse período.
Os mais importantes índices do mundo são o DowJones, índice da bolsa de Nova York e
o Nasdaq, índice eletrônico que agrega a maior parte das empresas pontocom.
O principal índice brasileiro é o Ibovespa – Índice da Bolsa de Valores de São Paulo.
Criado em 1968 representa atualmente cerca de 80% do total do volume de negócios realizados
pela Bovespa. Agrega papéis de um aglomerado de aproximadamente cinqüenta empresas
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nacionais e multinacionais. Esses papéis são ações que possuem maior liquidez e também os que
mais circulam, ou seja, que mais são negociados em todo o mercado de ações nacional.
O investimento no mercado de ações depende muito do perfil do investidor. Para saber se
você deve investir na bolsa o professor Alberto Oliveira sugeriu que se analise antes as seguintes
perguntas:
Você tem dinheiro reservado para problemas de saúde, seguro de vida e emergências?
Não – providencie os três antes de investir;
Sim – Você está precisando ganhar em curto prazo (5 anos)?
Sim - não invista;
Não – Você suporta quedas de mais de 30% em um ano?
Não – desista;
Sim - invista.
Se você conseguiu chegar até a última etapa: parabéns e bom investimento.
Para citar este trabalho copie as linhas abaixo trocando o X pela data que acessou esse
trabalho:
CARVALHAL, Márcia. Ser ou não ser investidor da bolsa [online] - Disponível na internet via
WWW URL: http://www.rpbahia.com.br/trabalhos/paper/jornalisticos/ser_ou_nao_ser_investidor_da_bolsa.pdf - Capturado
em XX/XX/200X.
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