AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO POR EXTRUSÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES TIPOS DE CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE DE PUSH-OUT. Ciências Biológicas PIBIC – Odontologia- UNISUL Jefferson R Pereira (Orientador) Danielle Afonso Introdução A busca por estética e saúde está cada vez mais alta, estimulando assim a criação de novas estruturas para o suporte radicular, quando o mesmo encontra-se fragilizado devido a uma extensa perda coronária. Destacam-se nesse meio os cimentos de ionômero de vidro e os pinos de vibra de vidro. O deslocamento do pino é reportado em vários trabalhos, como sendo a principal causa das falhas; Ela pode estar relacionada à deteriorização do cimento pelas cargas funcionais resultantes dos esforços mastigatórios e a susceptibilidade de alteração higroscópica; Objetivo Geral Avaliar a força de cisalhamento por extrusão de cimentos empregados na cimentação de pinos intra-radiculares de fibra de vidro; Objetivo Específico a) Avaliar a resistência ao cisalhamento por extrusão nas diferentes profundidades (cervical, média, apical) do canal radicular de cimentos utilizados na cimentação de pinos intraradiculares. b) Avaliar a resistência ao cisalhamento por extrusão de diferentes tipos de cimentos de ionômero de vidro utilizados na cimentação de pinos intraradiculares de fibra de vidro. Material e métodos 50 caninos humanos; Seccionados com ponta diamantada # 3203 sob refrigeração de água, em um padrão de 15 mm aquém do ápice radicular; Tratados endodonticamente pela técnica de escalonamento regressiva; Durante todo o procedimento os espécimes foram mantidos hidratados com água destilada a temperatura ambiente; Os dentes foram obturados pela técnica de condensação lateral, com uma pasta obturadora a base de resina epóxica e hidróxido de cálcio (Sealer 26) utilizando um cone principal; Após a maturação do cimento, os espécimes ficaram armazenados em água por uma semana; Foram desobturados com broca correspondente ao pino número 2 do Kit Reforpost a uma profundidade de 10 mm, sendo novamente armazenados em água; As raízes foram posicionadas em placas metálicas que continham perfurações para o encaixe das mesmas. Os pinos foram cimentados com o seu cimento ionômero de vidro correspondente, com o auxílio de uma broca lêntulo preta, seguindo as instruções do fabricante; Tabela dos diferentes tipos de cimentos utilizados na cimentação do pino de fibra de vidro por grupos. Grupos Cimentos I Fugi I (GC Corporation) II Fugi II LC Corporation) III RelyX luting (3M ESPE) IV Ketac Cem (3M ESPE) V Ionoseal (VOCO) Improved (GC Os excessos foram removidos e a estrutura coronal foi condicionada com ácido fosfórico a 37% durante 30 segundos sendo, em seguida, aplicado o sistema adesivo Single Bond; Para reproduzir a porção coronária foi utilizada resina composta Z100; Os espécimes foram então armazenados em ambiente 100 % úmido até a realização dos testes; O ensaio de resistência ao Cisalhamento por extrusão– Push Out - foi realizado em três níveis: superficial, médio e profundo; Cada dente foi seccionado perpendicularmente ao longo eixo do pino com disco diamantado de alta concentração; Foi obtida uma fatia de cada profundidade, com espessura de aproximadamente 1 mm, retiradas a partir de 1 mm, 5 mm, e 9 mm do limite cervical de cada raiz, totalizando 150 espécimes; As amostras foram armazenadas em água destilada a 37°C em recipientes que não permitiram a passagem de luz por 12 horas. Em seguida, foram posicionadas em um suporte metálico de aço inoxidável contendo uma perfuração central com 2 mm de diâmetro. O carregamento era aplicado sobre a superfície do pino por meio de uma ponta com 1,0 mm de diâmetro acoplada a Máquina Universal de Ensaio – Kratos, com célula de carga de 100 Kg, à velocidade de 0,5 mm/min até que ocorra o desprendimento do pino. Após o ensaio a espessura de cada fatia foi aferida com paquímetro digital (Digimess). O valor máximo atingido durante o ensaio foi então registrado em Newtons (N). Resultados Tabela de análise de variância Causa da Variação P - level Cimentos 0,148 Terços 0,000 Terços/Cimentos 0,093 Média e desvio padrão da resistência a extrusão dos grupos. Grupo N Média Desvio Padrão I 16 18,081 6,003 II 16 19,596 13,441 III 16 10,596 6,389 IV 16 16,108 6,164 V 16 2,103 2,233 Não houve diferença significativa entre os terços. estatisticamente O cimento que apresentou a melhor resistência ao cisalhamento por extrusão foi o cimento Fugi II. Conclusão O material que apresenta maior resistência a extrusão é o Fugi II, todavia devido a diferença não ser estatisticamente significativa, mostramse como bons produtos também o Fugi I e o Ketac Cem. Mais estudos na área são necessários para comparação, pois devido aos vários fatores influentes, pesquisas relacionadas a cada um dos mesmos precisam ser realizadas. Bibliografia Peres SHCS, Carvalho FS, Carvalho CP, Bastos JRM, Lauris JRP. Polarization of dental caries in teen-agers in the southwest of the State of São Paulo, Brazil. Ciênc. saúde coletiva vol.13 Dec. 2008; Rio de Janeiro;suppl.2. 2. AL-Makramani BMA, Razak AAA, BDS, Abu-Hassan MI.. 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