FUNORTE / SOEBRAS FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS CIMENTAÇÃO DE FACETAS CERÂMICAS: DISSILICATO DE LÍTIO CAMPO GRANDE 2013 2 CLÁUDIO CASSIMIRO TINOCO FRANÇA CIMENTAÇÃO DE FACETAS CERÂMICAS: DISSILICATO DE LÍTIO Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Prótese Dentária do IOPG (Instituto Odontológico de PósGraduação) como requisito para obtenção do titulo de Especialista em Prótese Dentária. Orientador: José Olavo Mendes CAMPO GRANDE 2013 3 Apresentação da Monografia em 26/07/2013 ao curso de Prótese Dentária. _____________________________________ Coordenador: José Olavo Mendes _____________________________________ Orientador: José Olavo Mendes 4 Dedico aos meus pais e minha esposa por me incentivarem na busca do conhecimento. 5 AGRADECIMENTOS A figura humana e científica do Professor José Olavo Mendes, grande incentivador do meu trabalho; e pelo entusiasmo que sempre transmitiu. 6 RESUMO A odontologia estética é procurada por uma população que vive cada dia mais buscando uma melhoria na qualidade de vida. Assim sendo, a odontologia vem aprimorando as exigências estéticas atuais. Com essa melhoria, novos sistemas cerâmicos laminados se destacam: laminados cerâmicos compostos por dissilicato de lítio. O tratamento com facetas de laminados cerâmicos apresentam sensibilidade na técnica desde a seleção do caso até o acabamento e polimento das restaurações, sem ignorar a cimentação, esta a mais importante. Sendo que para facetas laminadas cerâmicas compostas por dissilicato de lítio o sistema de cimentação resinosa fotoativada é considerado a melhor escolha para cimentação. Palavras-chave: cimentação, facetas, cerâmicas. 7 ABSTRACT Cosmetic dentistry is sought by a population that lives every day more seeking a better quality of life. As such, dentistry is improving the aesthetic requirements of today. With this improvement, new systems ceramic laminates are: ceramic laminates composed of lithium disilicate. Treatment with facets of ceramic laminates exhibit sensitivity in the technique from case selection to finishing and polishing of restorations without ignoring cementation, this is the most important. Since for laminates ceramics composed of lithium disilicate system cementing resin photoactivated is considered the best choice for cementing. Keywords: cement, veneers, ceramic. 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................9 2 PROPOSIÇÃO ......................................................................................................11 3 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................12 4 DISCUSSÃO .........................................................................................................14 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................22 REFERÊNCIAS ........................................................................................................23 9 1 INTRODUÇÃO A Odontologia estética, segundo Massing (2006), é procurada por uma população que vive cada dia mais buscando uma melhoria na qualidade de vida. E, acompanhando essa busca da população por tratamentos odontológicos que satisfaçam as exigências estéticas atuais, o profissional de odontologia vem aprimorando seus conhecimentos para a obtenção de um sorriso belo e harmonioso. A tendência atual é que as modificações no sorriso sejam realizadas de maneira a haver o mínimo de desgaste na estrutura dental sadia. Para Peumans (2000) entre várias opções de tratamento com finalidades estéticas, as facetas laminadas destacam-se pela possibilidade de um menor desgaste de estruturas comparadas às coroas totais. De acordo com Teixeira e Nascimento (2003) as facetas laminadas de porcelana são próteses com indicação para dentes com apelo estético principalmente, podendo devolver forma e função através do recobrimento com material estético de dentes com alteração de forma, cor ou posição. No entanto, toda essa excelência estética só poderá ser alcançada se houver conhecimentos dos princípios básicos da estética dental, assim como o domínio pleno da técnica. A busca por restaurações cada vez resistentes mecanicamente e similares às estruturas dentais levou, segundo Higashi (2006), ao desenvolvimento de novos sistemas cerâmicos, com adição de cristais e óxidos de reforço. 10 Para Higashi (2009) essa estrutura trata-se de uma cerâmica reforçada com cristais de leucita, semelhante ao sistema IPS Empress original, porém com maior quantidade de cristais. O sistema tem como vantagem, a possibilidade de reproduzir maior quantidade de detalhes na região incisal dos dentes anteriores, podendo ser 50% maquiada e 50% estratificada, dependendo das necessidades a serem reproduzidas. De acordo com Freadeani et al (2005) as cerâmicas reforçadas com Dissilicato de Lítio apresentam uma matriz vítrea na qual os cristais dessa substância ficam dispersos de forma interlaçada, dificultando a propagação de trincas em seu interior. Para Guzman (1997) este sistema possui um alto padrão estético, sem interferência significativa de translucidez, permitindo a possibilidade de reproduzir a naturalidade da estrutura dentária. Da mesma forma, o tamanho do cristal e a disposição favorecem maior resistência mecânica e ao desgaste para a restauração. Calamia (1996) afirma que o tratamento com facetas laminadas apresenta sensibilidade da técnica desde a seleção do caso até o acabamento e polimento das restaurações, sem ignorar a etapa da cimentação, essa a priori, a mais importante. A cimentação é a fase mais crítica, sendo a cimentação adesiva, a mais utilizada nesse tipo de restauração. Segundo Fredeani et al (2005) os mínimos detalhes devem ser rigorosamente seguidos para que se alcance uma adesão adequada, e assim permitir uma interação efetiva entre a cerâmica e a estrutura dental. Portanto o objetivo desse trabalho é descrever os passos da cimentação adesiva de facetas cerâmicas na técnica dual e fotopolimerizável. 11 2 PROPOSIÇÃO O objetivo do presente trabalho é: 1. Descrever passos da cimentação adesiva dual de facetas cerâmicas 2. Descrever passos da cimentação adesiva fotopolimerizável de facetas cerâmicas. 12 3 REVISÃO DE LITERATURA A indicação da faceta deve ser realizada após uma análise detalhada do caso clínico, constatando a real necessidade do tratamento. Mondelli (2003) relata que depois do caso analisado, tem que se ter o bom senso de que a conservação das estruturas dentais é um objetivo a ser seguido. Souza (2002) relata que as facetas indiretas são indicadas quando surgirem problemas dentais quanto forma, posição, simetria, textura superficial e cor, sendo contraindicadas nos casos de redução significativa da estrutura dental sadia, em casos de bruxismo ou apertamento dental, com alguma patologia periodontal grave e vestibularização severa. Kano (2005) tem como alternativa para soluções estéticas em dentes anteriores as facetas de porcelana. Porém lembra que os preparos sofreram alterações e novos sistemas adesivos resinosos foram desenvolvidos, permitindo áreas de exposição da dentina e também conservando a efetividade da cimentação. Ainda estabelece critérios para a utilização desse tipo de prótese: tais como dentes que necessitam de uma significativa modificação ou precisam de amplas restaurações, lembrando que devem ser dentes resistentes ao clareamento. A técnica de eleição de um cimento pode ser considerada o ponto mais vulnerável do procedimento restaurador. Os mínimos detalhes devem ser seguidos para que se obtenha uma perfeita adesão entre a peça cimentada e a face do dente. Peumans (2000) cita que duas interfaces são formadas: uma 13 entre a porcelana e o cimento resinoso e outra entre o cimento resinoso e o substrato dental. Uma retenção em longo prazo depende principalmente da força e durabilidade da adesão dessas interfaces. Segundo Mondelli (2003) para a realização de uma técnica de cimentação ideal, o cimento deve ser aplicado de maneira homogênea em toda a extensão do laminado, evitando assim, que haja falta de cimento em alguma região do preparo, o que poderia resultar em alterações de cor e, principalmente, em falhas adesivas. 14 4 DISCUSSÃO Schenkel e Mezzomo (2006) afirmam que o cimento é muito importante na fase final, e assim, alguns critérios estéticos devem ser seguidos: se o remanescente dentário é de boa qualidade, se não há alteração de cor; ou se o remanescente tiver alteração de cor. Esses critérios podem definir o tipo de cimento a ser utilizado. Sugerem ainda que para cimentar as facetas, não se deve utilizar o sistema dual, pois com o sistema fotoativado tem-se mais tempo para o trabalho e pode-se também controlar o processo da cimentação. Por outro lado, quando o remanescente apresentar alterações de cor, pode-se lançar mão das pastas Try-in, nos sistemas de cimentação das facetas. Essas pastas vão permitir fazer a escolha adequada da cor do cimento a ser utilizado. Aquino (2009) afirma que os cimentos Try-in é fundamental para a manutenção da estética e estabilidade da cor, pois a pequena espessura destas restaurações não permite mascarar as alterações de cor de cimentos quimicamente ativados. Esse material tem sido considerado de escolha nesse tipo de caso, pelo fato de que os cimentos quimicamente ativados e duais apresentam em sua composição a amina terciária como ativador químico, que pode provocar alterações de cor com o passar do tempo, comprometendo o resultado estético. Para Sensi (2007) os cimentos resinosos apresentam várias opções de cores e opacidade. Essas opções são importantes para os laminados cerâmicas, pois a cor do cimento utilizado pode ter algum efeito sobre o resultado estético final, principalmente quando a cerâmica de eleição apresentar alta translucidez. 15 Garbin, Mezzomo e Silva (2006) apontam que para se obter uma alta taxa de sucesso e longevidade, a cimentação tem que ser adesiva, pois além de preservar e reforçar o remanescente dental, a cimentação adesiva permite uma distribuição de tensões mais favorável, assim como melhorar a retenção e a estética. Em relação à escolha do cimento, é difícil eleger um cimento ideal, pois além de ter vários tipos e marcas, os produtos entram e saem do mercado com uma enorme rapidez. Para Hill (2007) os cimentos resinosos polimerizáveis são totalmente polimerizados após o posicionamento final da peça e aplicação do fotopolimerizador. Testes de fadiga com vários tipos de cimentos resinosos mostraram desempenho superior, quando comparados aos cimentos fosfato de zinco, ou seja, a técnica dual. Sendo assim, os cimentos resinosos, no geral, são considerados a melhor escolha para cimentação de restaurações estéticas, pois aderem quimicamente a superfície condicionada e silanizada da porcelana. Hill (2007) ainda afirma que por causa da diversidade dos produtos e dos ingredientes, as propriedades físicas dos cimentos resinosos podem variar, mas algumas generalizações podem ser feitas: forças de tensão e compressão, dureza e resiliência do cimento resinoso pode se igualar a propriedades de outros cimentos, porém, quanto à liberação de flúor na cavidade bucal, espessura, compatibilidade pulpar, e elasticidade pode ser um problema quando usado em preparos mais extensos. Alex (2008) afirma que as técnicas de preparação da superfície da porcelana para adesão tanto química ou mecânica, são cruciais para garantir o sucesso do procedimento. Não há uma concentração nem tempo específicos 16 de condicionamento a ser aplicado que seja ótimo para todas as cerâmicas, devendo-se, portanto ajustá-los para cada tipo a ser tratado. Ainda para Alex (2008) há duas situações a serem consideradas nos protocolos de tratamento prévio cimentação das superfícies das porcelanas tradicionais tipo pó/liquido: na primeira, a peça não vem condicionada do laboratório, e na segunda a peça vem condicionada do laboratório. Para Mondelli (2003) a prova antes da cimentação deve assegurar perfeita estética e função. E, antes de realizar a cimentação definitiva, deve-se testar se a cor da faceta não sofrerá modificações produzidas pelo agente cimentante. Blatz (2003) afirma que as cerâmicas constituídas pelo Dissilicato de Lítio representam o grupo de cerâmicas com resistência mecânica e ao desgaste relativamente altas. Para cerâmicas a base de Dissilicato de Lítio, uma adequada cimentação torna-se fator fundamental para a longevidade do tratamento. Para Sensi (2007) o emprego de cristais de Dissilicato de Lítio permitiu o advento de facetas cerâmicas extremamente delgadas (0,4 a 0,7 mm) associadas com preparos minimamente invasivos. Para este tipo de restauração o uso de cimentos exclusivamente fotoativáveis. Para Paulo et al (2012) a utilização de cerâmicas a base de Dissilicato de Lítio possibilitou a recuperação funcional e estética do sorriso quando se empregou preparos convencionais de facetas laminadas. A técnica de fixação autoadesiva fotopolimerizável favoreceu redução do tempo clínico, otimizando a etapa de cimentação das restaurações cerâmicas. 17 Os benefícios do sistema IPS Empress 2 são destacados por Pires e Conceição (2005) como sendo estética excelente, estabilidade de cor, biocompatibilidade, resistência à compressão, resistência ao desgaste, estabilidade química, coeficiente de expansão térmica similar ao do dente e translucidez similar à estrutura dental. Melhor controle do ajuste de cor, adaptação marginal superior, possibilidade de cimentação adesiva que confere maior resistência de união à estrutura dental. Segundo Barceleiro (2001) a cimentação de facetas laminadas cerâmicas constitui-se num capítulo à parte, da cimentação adesiva fotopolimerizável, com características próprias, que podem influenciar no sucesso da restauração. Por este motivo, devem ser seguidos os seguintes passos, sempre com muita delicadeza, no manuseio da faceta: Analisar a faceta, ainda no modelo - verificar forma, cor, textura e adaptação. Remover a restauração provisória e os restos de cimento. Analisar a faceta, no elemento dentário preparado: verificar forma, textura e adaptação. Para analisar a cor, indica-se o uso de um cimento de prova (cimento try-in), que não polimeriza e simula a cor do cimento resinoso pós-polimerização (usar o try-in do mesmo sistema de cimento resinoso a ser utilizado), permitindo ao cirurgião-dentista analisar a cor final do trabalho, pós-cimentação. Diferentes cores de cimento podem ser utilizadas para pequenas correções de cor no trabalho final, principalmente, quando se desejar escurecer, discretamente, a tonalidade da faceta de porcelana. Uma vez analisada a cor, este cimento deve ser removido com lavagem abundante. 18 Para o preparo interno da faceta, a faceta deve ter a sua face externa protegida com cera “utilidade”, para evitar alguma alteração no resultado estético final. A seguir, realizar o condicionamento da superfície interna com ácido fluorídrico a 10% por 30 segundos (no caso de facetas de cerâmica produzidas com vidro ceramizado) ou por 45 segundos (no caso de facetas com porcelana feldspática). Após o condicionamento, o ácido deve ser lavado com água, a faceta deve ser seca e aplicar um silano por 60 segundos. Secar, totalmente, com ar, o silano e armazenar a faceta, para a cimentação. No preparo adesivo do elemento dentário deve-se fazer o condicionamento com ácido fosfórico a 37%, por 30 segundos, seguido de abundante lavagem e secagem. Logo após, utilizar o sistema adesivo de preferência do cirurgião-dentista (com exceção dos adesivos autocondicionantes, contraindicados para a cimentação de facetas) seguindo as instruções do fabricante, no tocante aos tempos de aplicação e número de camadas. Não fotopolimerizar o adesivo, seja qual for a marca utilizada. Aplicado o adesivo, manipular o cimento resinoso, levando-o ao interior da faceta e esta é posicionada sobre o elemento dentário preparado. Os excessos de cimento devem ser removidos com pincel descartável e com fio dental (nas faces proximais) e uma fotopolimerização inicial, de 5 segundos, por vestibular e palatina. Certificar-se do correto posicionamento da faceta. Após a aplicação da luz, checar, novamente, a existência de possíveis excessos e fazer a fotopolimerização final de 30 segundos, por vestibular e por palatina. Em casos de múltiplas facetas, todas as etapas devem ser realizadas aos pares, sempre se iniciando nos incisivos centrais, indo em direção aos caninos. Atenção: cimentos auto-condicionantes 19 são contraindicados para cimentação de facetas. Lembrar-se de fazer o ajuste oclusal. Para o acabamento e polimento: utilizar lâmina de bisturi nº 12 para remoção de excessos cervicais de cimento e tiras de lixa para a remoção de excessos proximais. Em seguida, fazer novo polimento da faceta (nas áreas onde foi feito algum tipo de desgaste por contato oclusal inadequado), com borrachas próprias para acabamento e polimento de cerâmicas e finalizar o procedimento com polimento final utilizando-se pasta diamantada e disco de feltro. Para Anusavice (1998) algumas das limitações do cimento de fosfato de zinco são: a sua falta de adesão à estrutura dentária, a alta solubilidade, além da possibilidade de causar irritação pulpar e sensibilidade pós-operatória devido ao seu pH ácido Para Bottino o cimento de ionômero de vidro possui adesão às estruturas dentárias pela formação de ligações iônicas na interface dentecimento, como resultado da quelação dos grupos carboxila do ácido com os íons cálcio e/ou fosfato na apatita de esmalte e dentina. Possui baixa solubilidade, melhor compatibilidade biológica e libera flúor. Contudo, um controle efetivo durante sua presa inicial é bastante necessário, pois, se exposto a umidade e saliva durante sua presa inicial, o mesmo pode apresentar alta solubilidade e degradação marginal. Para Figueiredo (2002) a indicação do agente de tratamento da superfície dentária dependerá do agente cimentante empregado. Na cimentação com o fosfato de zinco, o tratamento da superfície dentária poderá ser feito com agentes que removam os detritos pela força de irrigação ou por 20 meio de esfregaço, tais como: água oxigenada a 3%, hipoclorito de sódio (a 0,5% - Dakin, ou Milton – 1%), soluções à base de clorexidina, detergentes aniônicos (Tergensol), ou soluções à base de hidróxido de cálcio. Já para a cimentação com cimento de ionômero de vidro, aconselha-se um prétratamento da dentina, com um agente condicionador específico (ácido poliacrílico), para aumentar sua adesão à estrutura dentária. Alguns dos cimentos de ionômero de vidro modificados por resina exigem pré-tratamento da superfície dentária e utilização de adesivo dentinário, enquanto que outros dispensam este procedimento. Na cimentação de peças metálicas, deve-se realizar o jateamento com óxido de alumínio. Em casos de metais nobres, deve-se realizar uma eletrodeposição de íons de estanho, para que haja o processo de oxidação superficial. Nas ligas não-nobres, o processo de oxidação ocorre normalmente. Para Mesquita (2002) os cimentos de fosfato de zinco e ionômero de vidro têm sua capacidade de embricamento aumentada quando se prepara a superfície interna da restauração através de um jateamento com pó de óxido de alumínio por 4 a 6 segundos, com conseqüente remoção de detritos e criação de microrretenções. Varjão (2004) afirma que o tratamento destas superfícies está na dependência do tipo específico de porcelana que for aplicada na superfície interna da peça protética, especificamente o conteúdo de sílica. Nos materiais com alto conteúdo de sílica, como as porcelanas feldspáticas ou as de dissilicato de lítio, o tratamento com jateamento, aplicação de ácido fluorídrico a 10% (tempo variável de acordo com o material) seguido da aplicação do silano (no mínimo 3 minutos) é capaz de produzir bons resultados. O tempo de 21 aplicação do ácido fluorídrico a 10% deve ser de no mínimo 2 minutos para as cerâmicas feldspáticas, de 1 a 2 minutos para as cerâmicas feldspáticas reforçadas por cristais de leucita e de 20 segundos para as cerâmicas de dissilicato de lítio. Para Peumans (2004) um número expressivo de estudos clínicos de médio prazo tem confirmado o desempenho clínico das restaurações laminadas cerâmicas. A manutenção da estética tem sido considerada excelente, nível de satisfação alto dos pacientes e sem efeitos adversos na saúde do tecido gengival. Para Guess e Stappert (2008) o sucesso dos laminados é determinado pelas propriedades do material e fadiga da resistência da cerâmica e dos sistemas adesivos utilizados, aliados à adaptação marginal e condição funcional e morfológica do dente pilar. Para Cardoso (2009) além da criteriosa seleção do paciente, uma redução controlada e uniforme da estrutura dental durante o preparo, espaço para uma espessura mínima de cimento e um harmonioso contato antagonista e harmoniosas guias de desoclusão, são fatores que têm se mostrado vitais no sucesso das restaurações. Para Peumans (2004), Hill (2007), Alex (2008) e Aykent (2005) os cimentos resinosos fotoativáveis aderem quimicamente à superfície preparada da porcelana e são considerados a melhor escolha para cimentação de restaurações indiretas cerâmicas livres de metal. 22 5 CONCLUSÃO Com este trabalho conclui que: 1. As novas cerâmicas constituídas por Dissilicato de Lítio representam um grupo de cerâmicas com alta resistência mecânica e resistência ao desgaste. 2. Para a longevidade dessas novas cerâmicas, uma cimentação adequada é fundamental. 3. Os sistemas de cimentação dual, por suas limitações tanto com o cimento de fosfato de zinco, como com o cimento de ionômero de vidro, deixam a desejar no fato da longevidade. Pois podem apresentar alta solubilidade e degradação marginal, assim como até agredir a polpa. 4. Os sistemas de cimentação resinosa fotoativada são considerados a melhor escolha para cimentação de restaurações indiretas livres de metal. REFERÊNCIAS1 Alex G. Preparing porcelain surfaces for optimal bonding. Compendium Cont. Educ. Dent Newton. 2008;29(6):324-335. Anusavice KJ. Materiais Dentários.10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998. Aquino APT, Cardoso PC, Rodrigues MB, Takano AE, Porfírio W. Facetas de Porcelana: Solução Estética e Funcional. International Journal of Brazilian Dentistry. 2009;5(2):142-52. Aykent F. Effect of provisional restorations on the final bond strengths of porcelain laminate veneers. J. Oral Rehabil Oxford. 2005;32:46-50. Barceleiro M. 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