AVALIAÇÃO DO APARELHO
DIGESTÓRIO
HISTÓRIA CLÍNICA
• 70% dos diagnósticos gastrenterológicos
são feitos com a história clínica
• 90% associando-se ao exame físico
Atenção para:
• Alergia alimentar e/ou medicamentosa
• História social - consumo de álcool,
cafeína, tabagismo e vida estressante
Sintomas GI comuns:
• náuseas, vômitos
• Odinofagia (deglutição dolorosa),
pirose (azia/queimação),
dispepsia(dificuldade de digestão)
• diarréia, constipação
• distensão abdominal, flatulência
• “boca seca”, halitose, úlcera bucal
• disfagia - dificuldade de mastigar ou
deglutir
• alteração no apetite
• perda ou ganho de peso
• icterícia
Náuseas
• Náusea – sensação de vômito eminente,
com repulsa a toda idéia de ingerir
alimento, referida na garganta ou no
epigástrio, pode ou não ser seguida por
vômito. Pode estar acompanhado de malestar geral, palidez, sudorese, salivação,
bradi ou taquicardia e sensação de
desmaio.
Vômitos
• Vômito – é a expulsão abrupta ou
violenta do conteúdo GI pela boca.
Material eliminado:

Secreção ácida- vômito ácido

Muco – vômito mucoso

Alimentos – vômito alimentar

Esverdeado ou amarelado – bilioso

Odor de fezes (escuro) – fecalóide

Corpos estranhos – ascaris

Sangue – hematêmese

Pus – purulento

Fezes – vômito fecal
Vômitos - Complicações
• ruptura pós-emética do esôfago,
• desnutrição,
• laceração da mucosa esôfago-gástrica justa
cárdica (síndrome de Mallory-Weiss - refere-se ao
sangramento proveniente de lacerações da mucosa (laceração de Mallory Weiss), na junção do estômago e esôfago, normalmente causada por esforço
ao tossir ou vomitar.)
• aspiração pulmonar (síndrome de Mendelson - é
uma pneumonia química, broncopulmonar,
causada pela aspiração de conteúdo gástrico )
Diarréia
• Perda fecal aumentada de água e
eletrólitos (fisiopatologia),
• do ponto de vista clínico distingui-se
pelo aumento diário do número de
evacuações, diminuição da consistência
das fezes e eliminação de alimentos não
digeridos.
Diarréia
• A avaliação é subjetiva, principalmente
pela dificuldade de quantificar o
volume, há relatos em geral de 6 a 8
episódios nas 24 horas
Topografia
–
Alta - intestino delgado – dor em cólica peri-umbilical, ausência
de elementos anormais-muco, pus, ou sangue, número de
evacuações inferior a 10, volumosa, com repercussão
hemodinâmica, cólica que desaparece após evacuação – com
restos alimentares, sem puxo (Sensação dolorosa na região do
ânus, a qual precede ou acompanha uma evacuação difícil ) ou
tenesmo(é uma sensação dolorosa na bexiga ou na região anal,
com desejo contínuo, mas quase inútil, de urinar ou de
evacuar).
–
Baixa - intestino grosso – dor no hipogástrico ou fossa ilíaca
esquerda, pode conter pus, muco ou sangue, a cólica não alivia
após evacuação, não contem restos alimentares, frequente a
presença de pressão intestinal com sensação de evacuação
incompleta (puxo) e tenesmo
Diarréia - Características
• Evolução: aguda (5 a 7 dias) e crônicos
(meses ou anos)
• Aspecto: aquosa (amareladas, volumosas
provenientes do delgado), disenteria (afecal,
com sangue, muco ou pus) esteatorréia
(fezes amareladas, pastosa, brilhantes,
cheiro de “manteiga rançosa”).
Diarréia - Características
Mecanismo patogênico:
• osmótica (presença de substâncias
osmoticamente ativas no lúmen intestinal,
como magnésio, sulfato, fosfato, deficiência de
enzimas, hiperalimentação, síndrome de
dumping – de difícil absorção),
• secretória (secreção ativa de substâncias para o
lúmen intestinal, desencadeada por parasitas,
viral, bacteriana, tumoral e medicamentosa)
Diarréia - Complicações
• desidratação,
• desequilíbrio hidro-eletrolítico
• lesões da pele
Constipação
• Aumento da consistência das fezes
• Aumento do intervalo entre as
evacuações
• Dificuldade de esvaziar o intestino e
apresentar esforço evacuatório
• Sensação de evacuação intestinal
incompleta
• Hiperdigestão dos alimentos
Constipação - Características
• Cor – marrom, amarelo, amarelo-esverdeada,
verde, preta, vermelha
• Odor – normal ou fétido
• Consistência – semi-pastosa, pastosa, duras
• Calibre – grossas, afiladas e achatadas,
estreita redondas, etc
Constipação - Complicações
• Ulcerações,
• Fecaloma (fezes muito endurecidas),
• Megacólon - dilatação do cólon causada por
obstáculo ao trânsito intestinal,
• Dolicólon – cólon anormalmente longo,
• câncer no intestino grosso,
• Volvo de sigmóide - torção do cólon
sigmóide
• Complicações anais (erosões, fissuras,
prolapso)
Sangramento
• Hematêmese (vômitos vermelhovivo ou em borra de café).
• Melena (fezes escuras, pastosas)
• Hematoquezia (fezes e sangue
vermelho vivo)
• Enterorragia (eliminação de sangue
via retal)
• Atentar para início, duração e
quantidade
HEMATÊMESE
•
•
•
Eliminação de sangue pela cavidade oral
proveniente do tubo digestório, pode ser
vermelho vivo ou escuro, como “borra de café”,
é precedida de náuseas.
O aspecto escuro indica sangramento não
recente (houve tempo para atuação do HCl
sobre a Hb),
Quando há coágulos sanguíneos, são vultuosos
e indicam maior gravidade.
MELENA
• Eliminação de fezes pretas (como carvão
ou pixe), pastosas, brilhantes e mal
cheirosas por via anal.
• A cor e a consistência são elementos
essenciais para caracterizá-la. O uso de
ferro ocasiona fezes escurecidas, assim
como na constipação
HEMATOQUEZIA
• Eliminação de sangue vivo via anal com
fezes,
• Em geral ocorre nas lesões do colón
esquerdo.
ENTERORRAGIA
• Perda de sangue por via anal,
podendo ser vermelho vivo ou preto.
DISFAGIA
• Dificuldade ou até impossibilidade para
deglutir alimentos (orofaríngea) ou
dificuldade do trânsito alimentar pelo
esôfago (esofágica).
• Odinofagia – quando existe dor a
deglutição.
ACALASIA
•
•
•
Caracteriza-se pela incoordenação motora do
corpo do esôfago com a abertura da cárdia, em
situações normais,
Com os movimentos de deglutição a cárdia
abre, já nesta situação poderá ocorrer 10 ou
mais deglutições sem a abertura da cárdia,
sendo retido o alimento na luz do esôfago.
Esta situação poderá acarretar a dilatação
progressiva do esôfago (mega) ou o aumento do
seu comprimento.
REGURGITAÇÃO
• Caracteriza-se pelo retorno dos
alimentos ou secreções digestivas à
cavidade oral de forma não abrupta.
ÍLEO
Síndrome de oclusão intestinal.
• Quando mecânico refere-se a oclusão parcial ou
total da luz intestinal (aderência, hérnias,
estenoses cicatriciais, tumores, corpo estranho,
ascaris, cálculo biliar).
• Paralítico ou funcional ou adinâmico quando há
acentuada diminuição da atividade muscular ou
motilidade funcional que faz cessar a propulsão do
seu conteúdo
– difuso devido a manipulação das alças
intestinais, cólica biliar, hipopotassemia, uso de
medicamentos, hiponatremia
– localizado devido situações inflamatórias ou
infecciosas, como pancreatite, colecistite,
apendicite, diverticulite)
DIVISÕES DO ABDOME
DIVISÕES DO ABDOME
Hipocôndrio
esquerdo
Hipocôndrio
direito
Epigástrio
Umbilical
Flanco
direito
Inguinal
direita
Flanco
esquerdo
Suprapúbica
Hipogastrio Inguinal
Esquerda
(fossa iliaca)
DIVISÕES DO ABDOME
Pte figado, estomago, cardia, piloro,
Transverso e pâncreas
Baço
Flexura esplenica
colon
Pte figado
Flexura hepatica
colon
apêndice;
Ceco
colon
Pte apêndice
Epiplon,
int delgado,
Ileo, ganglios
Colon
descendente
TÉCNICA
1.
2.
3.
4.
INSPEÇÃO
AUSCULTA
PERCUSSÃO
PALPAÇÃO
Inspeção
• Estática
– Paciente posições ortostática e decúbito dorsal.
– Tipos de abdome
– Abaulamentos, retrações, cicatrizes
– Pele e anexos
– Turgência venosa
• Dinâmica
– Hérnias (importância da expiração e expiração forçada)
– Respiração
– Movimentos peristálticos
– Pulsações
INSPEÇÃO
Atenção
Abdome rígido + peristaltismo visível (ondas de Kussmaul)
OBSTRUÇÃO !
SIMETRIA
•Abaulamentos
• hérnia umbilical
• hérnia incisional
• lipomas
• hematomas
PROTUBERÂNCIAS
ABDOME RETRAÍDO OU ESCAVADO
Hepatomegalia
Ascítico
Ausculta Abdominal
• Ambiente tranquilo
• Permanência por 2 minutos
Recomenda-se executar a
ausculta antes da palpação para
evitar aumento involuntário do
peristaltismo.
AUSCULTA
• BORBORIGMOS
– Sons originados
peristálticos
e
estetoscópio.
dos movimentos
audíveis
sem
– Aumentados no início da obstrução
intestinal e diarréia.
– Diminuídos
intestinal
ou
ausentes
no
íleo
AUSCULTA
• RUÍDOS HIDROAÉREOS
– Decorrentes de movimentos peristálticos, ouvidos com
estetoscópio (diafragma)
– Deve-se iniciar pelo QID
– Ouvidos com intervalo de 5-10 minutos
– Variam de 5-35 RHA /minuto
– Repetir a ausculta em cada quadrante 2-5 minutos
– Ausentes – íleo, trombose mesentérica, hipotiroidismo,
PO cirurgia abdominal
– Aumentados – inicio da obstrução intestinal e pilórica,
diarréia
AUSCULTA
• SOPROS
– São ruídos arteriais.
– Originados da passagem turbulenta do
sangue por uma artéria dilatada,
estenosada ou tortuosa.
– Não se alteram quando pressiona-se a área
auscultada.
– Causas: fígado (carcinoma hepático ou
hepatite alcoólica), estenose da aorta
abdominal, da artéria renal ou da artéria
ilíaca.
PERCUSSÃO
• Avaliamos a intensidade e a distribuição
dos gases no abdome, bem como estimar
dimensões de órgãos.
• Detecta presença de fluidos, ar e massas.
• No
abdome
o
som
predominante
é
timpânico ( presença de ar nas vísceras
ocas).
• Fígado – hipocôndrio D – macicez
• Fezes: regiões de macicez
PERCUSSÃO
• Distensão abdominal gasosa – hipertimpânico
• Observar macicez que possa indicar uma
massa ou aumento de um órgão.
• Abdome protuberante com flancos D e E
com macicez (paciente em dorsal) necessita
de avaliação adicional para ascite.
Percussão
Percussão
ASCITE
• QUATRO SINAIS MAIS IMPORTANTES
– Macicez nos flancos
– Flancos proeminentes
– Macicez móvel (de declive)
– Sinal da onda líquida (piparote)
– DETECTA QUANTIDADE DE VOLUME APENAS
SUPERIOR 500 ML
ASCITE
ASCITE
SINAL DE PIPAROTE OU
TESTE DE ONDA LIVRE
Palpação Abdominal
•
Superficial
•
Profunda
•
Específicas
•
Manobras especiais
•
Órgãos que só são palpados em condições patológicas:
–
–
–
–
–
Bexiga (desde que vazia)
Apêndice cecal
Vesícula biliar
Delgado
Baço
PALPAÇÃO SUPERFICIAL
• Objetivos:
•
Identificar
hipersensibilidade
abdominal,
massas, órgãos e creptações subcutâneas,
resistência muscular e defesa involuntária.
• Técnica:
– Mão no plano horizontal com dedos juntos e
retos palpe com movimentos suaves todos os
quadrantes do abdome.
– Palpar no sentido horário.
– Palpar por último o local sensível.
PALPAÇÃO SUPERFICIAL
PALPAÇÃO PROFUNDA
• Objetivos: definir massas abdominais
anotando localização, tamanho, formato,
consistência, mobilidade, pulsações
• Técnica:
– com as superfícies palmares dos dedos,
palpe todos os quadrantes do abdome.
– Em pacientes obesos usar as duas
mãos.
PALPAÇÃO DA AORTA
SINAL DE DESCOMPRESSÃO BRUSCA
DOLOROSA
• Usado na avaliação da dor abdominal –
irritação peritoneal.
• Aplica-se com os dedos uma compressão lenta
e profunda no abdome, então, subitamente
suspende a mão, soltando a parede
abdominal.
• A descompressão brusca pode ser
acompanhada de dor aguda e intensa, devido
rebote das estruturas sobre um peritôneo
inflamado
• Comum – apendicite aguda, colecistite
aguda,pancreatite, diverticulite.
Sinais Patológicos
• Sinal de McBurney – descompressão brusca e
dolorosa no ponto médio entre a cicatriz
umbilical e a crista ilíaca direita (APENDICITE
AGUDA)
• Sinal de Rosving – palpação profunda e contínua
do QIE que produz dor intensa no QID
(APENDICITE AGUDA).
APENDICITE AGUDA
EXAME FÍSICO DO FÍGADO
INSPEÇÃO
PERCUSSÃO
OBSERVAR
ABAULAMENTO
DA REGIÃO
HEPÁTICA
DELIMITAR
BORDAS
REALIZAR
INSPEÇÃO
TANGENCIAL
PERCUSSÃO
DIGITODIGITAL
UTILIZAR COMO
REFERÊNCIA
PARA A PALPAÇÃO
EM GARRAS
DETERMINAR A
BORDA
SUPERFICIAL
PALPAÇÃO
MÃO ESPALMADA
PROFUNDA
PALPAÇÃO DO FÍGADO
APROFUNDAR A PALPAÇÃO DURANTE A FASE INSPIRATÓRIA.
Percussão dígito-digital
intensamente dolorosa,
localizada e circunscrita
consiste o Sinal de
Torres-Homem,
característico de abscesso
hepático.
Palpação Profunda em garra do Fígado
Técnica de Mathieu
• Palpar o hipocôndrio direito,
flanco direito e o
epigástrico,iniciando no
umbigo em direção ao
rebordo costal
• Palpar na inspiração
• Normal – indolor, borda,
fina, firme, macia e lisa.
HEPATOMEGALIAS
HEPATITE( borda lisa e sensível
HEPATOCARCINOMA
CIRROSE (borda dura) (consistência dura com nódulo)
O BAÇO
• O baço quando aumenta de tamanho, o
faz no sentido anterior, inferior e medial.
Podendo substituir o timpanismo do
estômago e do cólon pela macicez
• A percussão não confirma a presença de
esplenomegalia.
• A palpação confirma o aumento do baço.
BAÇO
UFFF!!!!!
Semiologia do Aparelho
Urinário
Exame clínico
Anamnese:
 Você tem sentido queimação, dor, urgência ou hesitação para urinar?
 Você tem percebido presença de sangue na urina?
 Você poderia descrever a cor e o odor de sua urina?
 Você tem tido febre nos últimos dias?
 Você tem tido dor nas costas do lado direito ou esquerdo?
 Você tem tido dor nas costas que se irradia para o baixo ventre e segue em
direção as coxas?
 Você tem apresentado perdas urinárias aos esforços (tosse, espirro, carregando
peso)?
 Você tem sentido urgência para urinar na ausência de infecção urinária?
 Você sente que após ter urinado ainda resta urina na bexiga?
 Você tem molhado as peças íntimas ultimamente e/ou necessita utilizar
absorvente para proteção de possível perda urinária?
 Você tem acordado freqüentemente à noite para urinar?
 Como é o seu ‘jato’ urinário?
Exame clínico
Atenção para os sinais e sintomas:
 disúria, anúria, oligúria, nictúria, enurese (perda de urina
involuntária), polaciúria (↑Freq), poliúria, febre,
incontinência urinária, colúria, hematúria e urgência urinária
 Dor prostática – percebida no períneo ou reto.
 Dor ureteral – dor em cólica
Lembrete: nos casos de hematúria em mulheres pesquisar
presença de menstruação, pesquisar a ingestão de alimentos
e medicamentos.
Exame clínico
• Os rins são indolores, duros, de superfície regular de forma
não muito nítida pois apenas seu polo inferior é acessível à
palpação
• O rim direito é mais facilmente palpável por estar
anatomicamente situado mais baixo do que o esquerdo.
• Característica é a palpação dos rins policísticos que, em
virtude de sua forma, permitem ter a sensação de estar
palpando um "saco de laranjas" .
• Nos casos de neoplasia renal, com aumento de volume do
órgão, o rim torna-se palpável como um tumor duro,
geralmente indolor e de superfície nodular
Aumento unilateral: tumor ou hidronefrose
Aumento bilateral: hidronefrose, rins policísticos
Exame clínico
Percussão da bexiga, deve ocorrer a 5 cm da
sínfise púbica, e o som obtido nessa região
normalmente deve ser timpânico.
Algumas vezes, o som obtido nesse segmento
pode ser de macicez, indicando uma possível
presença de ascite ou de bexigoma.
Palpação da bexiga - para o conforto do paciente
deve ser prosseguida após o mesmo ter urinado,
iniciando-se a aproximadamente 2 cm da sínfise
púbica, onde pode sentir uma região firme e lisa.
Edema
• Edema: manifestação comum na hipervolemia
• Os edemas podem aparecer sob duas formas:
localizado(tornozelo-artrite reumatóide) e sistêmico(insufs.
cardíaca e renal).
• Edema generalizado = anasarca
• O exemplo clássico de edema localizado é o edema
inflamatório, cuja constituição é rica em proteínas. Daí o
líquido desse tipo de edema ser denominado de "exsudato".
• O edema sistêmico é formado por líquido com constituição
pobre em proteínas. Esse líquido é denominado de
"transudato", estando presente, por exemplo, no edema
pulmonar.
•
Edema
Download

avaliação do aparelho digestório - Universidade Castelo Branco