UNIVERSIDADE SALVADOR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU MBA EM CONTROLADORIA PARA GESTÃO DE NEGOCIOS CRISTIANO MELECCHI MACCHI HENRIQUE CELESTINO DE SANTANA JOSÉ ALEXANDRE OLIVEIRA DE CERQUEIRA MILTON NASCIMENTO SANTOS NUNES ELABORAÇÃO DE PREÇOS EM SERVIÇOS UM ESTUDO DE CASO EM UM RESTAURANTE DE REFEIÇÕES COLETIVAS Salvador 2008 CRISTIANO MELECCHI MACCHI HENRIQUE CELESTINO DE SANTANA JOSÉ ALEXANDRE OLIVEIRA DE CERQUEIRA MILTON NASCIMENTO SANTOS NUNES ELABORAÇÃO DE PREÇOS EM SERVIÇOS UM ESTUDO DE CASO EM UM RESTAURANTE DE REFEIÇÕES COLETIVAS Monografia apresentada ao Curso de MBA em Controladoria para Gestão de Negócios do Programa de Pós-graduação Lato Sensu, Universidade Salvador, como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista. Orientador: Prof. Dr. Adriano Leal Bruni Salvador 2008 FICHA CATALOGRÁFICA (Elaborada pelo Sistema de Bibliotecas da Universidade Salvador - UNIFACS) Macchi, Cristiano Melecchi Elaboração de preços em serviços: um estudo de caso em um restaurante de refeições coletivas/ Cristiano Melecchi Macchi, Henrique Celestino de Santana, José Alexandre Oliveira de Cerqueira, Milton Nascimento Santos Nunes. - 2008. 41f. Monografia (Pós-Graduação) - Universidade Salvador – UNIFACS. MBA em Controladoria. Orientador: Prof. Dr. Adriano Leal Bruni. 1. Preços. 2. Serviços (Economia). I. Santana, Henrique Celestino de. II. Cerqueira, José Alexandre Oliveira de. III. Nunes, Milton Nascimento Santos. IV. Bruni, Adriano Leal, orient. V. Título. CDD: 332 TERMO DE APROVAÇÃO CRISTIANO MELECCHI MACCHI HENRIQUE CELESTINO DE SANTANA JOSÉ ALEXANDRE OLIVEIRA DE CERQUEIRA MILTON NASCIMENTO SANTOS NUNES ELABORAÇÃO DE PREÇOS EM SERVIÇOS UM ESTUDO DE CASO EM UM RESTAURANTE DE REFEIÇÕES COLETIVAS Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Controladoria para Gestão de Negócios, Universidade Salvador – UNIFACS, pela seguinte banca examinadora: Adriano Leal Bruni – Orientador ___________________________________________ Doutor em Administração, Universidade de São Paulo – USP Universidade Salvador – UNIFACS Salvador, 08 de Fevereiro de 2008 RESUMO O presente trabalho buscou analisar as estratégias de precificação em uma empresa de serviços, no segmento de refeições coletivas. Foi realizado um estudo de caso de uma empresa de médio porte que atua na região metropolitana de Salvador. Os resultados encontrados na pesquisa evidenciam que as estratégias de precificação dos serviços de refeições coletivas são fortemente influenciadas pelo mercado, e que os controles e sistemas de custos servem para analisar a rentabilidade dos contratos, questão chave para a decisão da participação da firma em determinado contrato. Palavras-chave: Preços, Serviços, Refeições Coletivas, Cliente, Mercado. ABSTRACT This study aimed to analyze the strategies for pricing in a service company, in the segment of collective meals. Was conducted a case study of a company that acts of midsize in the metropolitan area of Salvador. The results show that in the search strategies for pricing of services of collective meals are strongly influenced by the market, and that cost controls and systems used to analyze the profitability of the contracts, key to the decision of the participation of the firm in particular contract. Keywords: Prices, Services, Collective Meals, Customer, Market. AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus. Aos nossos familiares e amigos, que nos deram total apoio na realização dessa atividade. Ao Professor e Orientador Adriano Leal Bruni, que esteve sempre presente nos ajudando nos momentos bons e ruins na elaboração do projeto. Aos demais mestres da instituição, que nos transmitiram diversos conhecimentos no decorrer do curso. E por fim, a Universidade Salvador e a todos os seus funcionários que nos deram suporte no andamento dos trabalhos. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 09 1.1 Problemática, contexto e justificativa 09 1.2 Problema e objetivos 10 1.3 Estrutura e apresentação do trabalho 11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 12 2.1 Preço 12 2.2 Formação de preços 15 2.3 Formação de preços em serviços 20 2.3.1 Serviços 20 2.3.2 A variável formação de preços nos serviços 22 3 O MERCADO DE REFEIÇÕES COLETIVAS 23 3.1 Conceitos e Definições 23 3.2 Tipos de Serviços 24 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 26 5 ANÁLISE DE RESULTADOS 27 5.1 A Empresa 27 5.2 Procedimento para elaboração dos preços adotados pela empresa 29 5.3 Análise dos custos e despesas da empresa no processo de formação 30 de preços da empresa 5.3.1 Custo de mão de obra e instalações 30 5.3.2 Impostos 34 5.3.3 Matéria Prima 34 5.3.4 Despesas Operacionais 36 6 CONCLUSÃO 40 Referências 41 9 1 INTRODUÇÃO 1.1 Problemática, contexto e justificativa O mercado de refeições coletivas tem crescido de modo expressivo no Brasil. A dimensão e a importância do setor na economia nacional podem ser medidas a partir dos números gerados pelo segmento no ano 2006, segundo a Associação Brasileira de Refeições Coletivas (ABERC), o mercado de refeições coletivas como um todo fornece 7,0 milhões de refeições/dia, movimenta uma cifra de 7,5 bilhões de reais por ano, oferece 175 mil empregos diretos, consome diariamente um volume de 3,0 mil toneladas de alimentos e representa para os governos uma receita de 1 bilhão de reais anuais entre impostos e contribuições. Calcula-se que o potencial teórico das refeições coletivas no Brasil é superior a 40 milhões de unidades diariamente, o que demonstra que o segmento ainda tem muito que crescer (ABERC, 2007). O setor manteve estável nos últimos anos graças, em parte, ao processo da terceirização e de desenvolvimento de novos nichos de mercado na presente década prevê-se crescimento de 10% ao ano, duplicando-se em sete anos, aumentando sua participação na merenda escolar e incorporando a alimentação em coletividades eventuais (ABERC, 2007). Os restaurantes, também conhecidos por Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN), são áreas de produção de refeições. Isto é, são estabelecimentos que trabalham como única finalidade de comprar, receber e armazenar alimentos in natura ou semiprocessados e processá-los, para posterior distribuição de refeições a diferentes tipos de clientelas. O termo refeição ou preparação generaliza todos os tipos de alimentos prontos para o consumo humano. Dentro destes estabelecimentos, todos os processos administrativos, operacionais e de controle devem ocorrer, tal como uma unidade fabril ou indústria clássica. Define-se como unidade, enquanto centro de atuação, como de alimentação, pois busca alimentar de maneira correta a população de forma quantitativa e com qualidade microbiológica e de nutrição, pois deve oferecer fornecimento de nutrientes essenciais para a sobrevivência e manutenção do indivíduo. 10 Neste contexto, o segmento é caracterizado por problemas técnicooperacionais. A variedade de tarefas, a concomitância de atividades, o imediatismo de processos e de produtos, a larga lista de insumos utilizados em cada atividade, a heterogeneidade de hábitos e a falta de comprometimento, conhecimento, treinamento e adequação de colaboradores. Em contra-partida os clientes estão cada dia mais exigente com a qualidade, segurança alimentar e com a palatabilidade das refeições. A demanda é constituída por uma massa crítica e qualquer erro pode ser fatal e provocar a morte da empresa. 1.2 Problema e objetivos O problema de pesquisa formulado para o presente estudo pode ser apresentado como: Quais as estratégias de precificação adotadas pelas empresas de refeições coletivas? Qual a influência do mercado sobre as mesmas? Além disso, outros objetivos secundários podem ser apresentados: a) Identificar a metodologia de elaboração de preços na empresa de refeições coletivas estudada; b) Identificar a influência do mercado e dos clientes na precificação do serviço de refeição; c) Analisar de forma crítica o modelo de elaboração de preços adotado. 11 1.3 Estrutura e apresentação do trabalho Este trabalho encontra-se estruturado sob a forma de cinco capítulos. O Capítulo 1 apresenta a Introdução, com a contextualização da problemática e a definição do problema e dos objetivos do estudo a serem vistas no decorrer do projeto, enfatizando o mercado de refeições coletivas. O Capítulo 2 traz a Fundamentação Teórica, apresentando os principais conceitos explorados na pesquisa, dentre eles o preço, a formação de preços e a formação de preços em serviços, mostrados por autores renomados como Kotler, Porter, Assef dentre outros especialistas nas áreas. O Capitulo 3 relata o Mercado de Refeições Coletivas, seus conceitos e definições sobre o assunto, assim como, os tipos de serviços utilizados pelos restaurantes desse setor identificando o nicho de clientes a serem abordados a fim de suprir as suas necessidades. O Capítulo 4 discute os Procedimentos Metodológicos da pesquisa, explicando como esta será operacionalizada, avaliando a influência do mercado ed refeições, o setor de custos e o mix de custos e lucratividade. O Capítulo 5 aborda a Análise de Resultados, apresentando os principais achados do estudo, trazendo quadros e tabelas, além de um conteúdo mais abrangente sobre a empresa estudada. O Capítulo 6 sintetiza a Conclusão, apresentando uma resposta ao problema e aos objetivos propostos do presente trabalho de conclusão de curso. 12 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Preço Em economia, contabilidade, finanças e negócios, o preço é o valor monetário expresso numericamente associado a uma mercadoria, serviço ou patrimônio. O conceito de preço é central para a micro-economia, onde é uma das variáveis mais importantes na teoria de alocação de recursos (também chamada de teoria dos preços) (WIKIPEDIA, 2007). Em Marketing preço é uma das quatro variáveis no Composto Mercadológico, ou marketing mix que os mercadólogos usam para desenvolver um plano de marketing. Segundo Levinson (2007), 14% dos consumidores decidem suas compras baseando-se exclusivamente no preço. Computa-se no preço, não apenas o valor monetário de um produto, mas tudo aquilo que o consumidor tem que sacrificar ao adquirir um bem. Em termos gerais, qualquer troca envolve preço, que nem sempre é monetário. O preço pode ser definido como uma relação que indica o montante necessário para adquirir uma dada quantidade de bem ou serviço (LAMBIN, 2000). Sobre tal aspecto, também afirma Bruni (2006) que o preço pode ser visto como uma conseqüência. Oferta-se um produto similar aos existentes no mercado, praticando-se o preço da concorrência e esforçando-se para incorrer em gastos e impostos inferiores aos preços praticados. As decisões de preços são importantes, pois afetam o volume de vendas de uma empresa e quanto de recursos ela recebe. Alguns fatores de importância das decisões de preço no ambiente de marketing são considerados por Lambin (2000) tais como: o preço influencia diretamente a demanda, determina diretamente a rentabilidade da atividade e influencia a percepção do produto contribuindo para o posicionamento da marca. Mesmo com tal importância, muitas empresas não lidam bem com a determinação de preços. 13 Para Kotler (2000), o preço é o elemento do mix de marketing que gera receita enquanto os outros elementos geram custos. Além disso, o preço também é um dos elementos mais flexíveis, já que pode ser alterado de forma rápida, o que não acontece com os outros elementos do mix de marketing como produto e canais de distribuição. Apesar dessa flexibilidade dos preços torná-lo um elemento importante dentro do mix de marketing, a concorrência e o mercado competitivo se mostram como uns dos maiores problemas que as empresas enfrentam, e ainda assim muitas empresas não lidam bem com essa situação de formação e determinação de preços. Porter (1992) diz que a vantagem competitiva surge basicamente do valor que uma empresa pode criar para seus clientes, onde esse valor ultrapassa o custo de fabricação pela empresa. Porter op. cit. define valor como “...aquilo que os compradores estão dispostos a pagar, e o valor superior provém da oferta de preços mais baixos do que os da concorrência por benefícios equivalentes ou do fornecimento de benefícios singulares que mais do que compensam um preço mais alto”. Kotler (2000) argumenta que os erros mais comuns cometidos pelas empresas na hora de determinar seus preços são: a) a determinação de preços é orientada de forma demasiada nos custos; b) os preços não são revistos com freqüência para gerar mudanças de mercado; c) os preços são determinados independentemente dos outros elementos do mix de marketing, em vez de ser um elemento intrínseco da estratégia de posicionamento de mercado e; d) não ocorre variação dos preços de acordo com diferentes itens de produtos, serviços, segmentos de mercado e situações de compra. Para Kotler (2000), os erros mais comuns são: preços demasiadamente orientados para custos; os preços não sofrem revisão com suficiente freqüência para capturar mudanças praticadas pelo mercado, a determinação dos preços independe 14 do restante do composto de marketing e a não variação de acordo com diferentes itens de produtos, segmentos de mercado e ocasiões de compra. A estratégia de preço deve ser compatível com os outros componentes da estratégia de marketing, pois o preço deve permitir financiar as estratégias de comunicação, do desenvolvimento de produtos e do fortalecimento do posicionamento de qualidade desses produtos, quando for o caso, respeitando a estratégia do canal de distribuição em atingir margens necessárias para a realização dos objetivos de cobertura de mercado. Lambin (2000) alega que, de modo geral, podem-se considerar cinco objetivos para a determinação de preço: a) sobrevivência, que é um objetivo de curto prazo geralmente praticado quando existe excesso de produção, concorrência intensa ou mudança nos desejos do consumidor; b) maximização do lucro, quando são estimados a demanda e os custos com preços alternativos e escolha do nível que maximiza o lucro, e se estabelece um nível específico de lucro como objetivo; c) maximização do faturamento, estimado apenas em função de demanda, estabelecendo o preço que maximiza faturamento, ou participação de mercado; d) maximização do crescimento das vendas ou manutenção e/ou aumento a parcela de mercado, trabalha com a possibilidade de custos unitários menores, devido à curva de experiência e afastam concorrentes e; e) maximização do aproveitamento do mercado (desnatamento), utilizado quando existe estimativa do preço mais alto que se pode cobrar, dados os benefícios comparativos em relação aos substitutos disponíveis, posteriormente a empresa reduz o preço para conquistar o segmento imediatamente inferior,ou seja, procuram estabilidade dos preços e o alinhamento em relação aos concorrentes. 15 2.2 Formação de preços A formação de preços representa uma das mais importantes e nobres atividades empresariais. A definição equivocada do preço pode arruinar um negócio. Embora discussões e dúvidas permaneçam sobre o fato de ser arte ou ciência, existe a certeza de que, sob a óptica da empresa, o preço deve ser superior aos custos plenos incorridos, aí incluindo os tributos. Da diferença entre os preços e os custos plenos e impostos nascem o conceito de lucro e a manutenção das atividades empresariais (BRUNI, 2006). Tradicionalmente, segundo Kotler (2000), o preço tem funcionado como principal determinante na escolha dos consumidores, embora outros fatores tenham se tornado importantes nas últimas décadas. Por conta disso, o preço ainda permanece como um dos elementos fundamentais na determinação da participação de mercado e da lucratividade das empresas. Para Assef (1997), a correta formação de preços de venda é questão fundamental para a sobrevivência e o crescimento auto-sustentável das empresas, independente de seu tamanho ou área de atuação. Somente através de uma política de preço eficiente as empresas poderão atingir seus objetivos de lucro, crescimento em longo prazo, desenvolvimento de seus funcionários e relacionamento duradouro com seus clientes. Para ele, política eficiente não quer dizer preços altos. Nem baixos. E sim identificado com o mercado de atuação, contemplando a análise da estrutura, dos custos gerais da empresa, seu equilíbrio operacional e o retorno desejado pelos investidores. Perante as idéias de Porter (1992), a vantagem competitiva surge fundamentalmente do valor que uma empresa consegue criar para seus compradores e que ultrapassa o custo de fabricação da empresa. O valor é aquilo que os compradores estão dispostos a pagar, e o valor superior provém da oferta de preços mais baixos que os da concorrência por benefícios equivalentes ou do fornecimento de benefícios singulares mais do que compensam um preço mais alto. Existem dois tipos básicos de vantagem competitiva: liderança em custo e diferenciação. 16 Quando as empresas são numerosas, a probabilidade de dissidência é grande, e algumas empresas podem chegar a acreditar que podem fazer movimentos sem serem notadas. Mesmo quando existem poucas empresas, se elas estiverem relativamente equilibradas em termos de tamanho e recursos aparentes, isto cria instabilidade porque podem estar inclinadas a lutarem entre si e têm os recursos para retaliações vigorosas. Por outro lado, quando a indústria é altamente concentrada ou dominada por uma ou poucas empresas, são poucos os enganos quanto à força, e o líder ou líderes podem impor disciplina, assim como desempenhar um papel coordenador na indústria através de meios como liderança de preço (PORTER, 1992). Kotler (2000) diz que existem algumas alternativas, em termos metodológicos, para determinação do preço de venda. O método mais elementar consiste na adição de um mark-up padrão aos custos dos produtos ou serviços. Este método possui a vantagem de sua simplicidade, mas é muito restrito por desconsiderar explicitamente o comportamento da demanda, o valor percebido pelos clientes em relação ao produto ou serviço e a concorrência. Mesmo assim, salienta Kotler (2000), por vários motivos, esta é uma prática comum. Em primeiro lugar, as empresas são muito mais capazes, na teoria, de determinar seus custos do que estimar sua demanda. Em segundo lugar, se todos os concorrentes utilizam este método, os preços tendem a serem similares. Em terceiro, este método é menos sensível a oscilações e, por conseguinte, mais “justo” para compradores e vendedores. Segundo Assef (1997), de maneira geral, os principais objetivos das políticas de preços para as empresas são: a) Proporcionar em longo prazo, o maior lucro possível: a empresa é uma entidade que deve buscar, de modo geral, sua perpetuidade. As políticas de preços de curto prazo, voltadas para a maximização dos lucros, só devem ser utilizadas em condições especiais, como uma oportunidade rara de mercado; b) Permitir a maximização “lucrativa” participação de mercado: maximizar a lucratividade significa vender considerando não apenas o faturamento, mas também 17 os lucros das vendas. Algumas razões contribuem com efeitos negativos sobre os lucros: excesso de estoques, fluxo de caixa negativo, concorrência agressiva, sazonalidade etc; c) Maximizar as capacidades produtivas, evitando ociosidade e desperdício operacional: os preços devem considerar a capacidade de atendimento aos clientes – preços baixos podem ocasionar elevação de vendas e a não-capacidade da manutenção de qualidade no atendimento e ou dos prazos de entrega. De outro lado, preços elevados reduzem vendas, podendo ocasionar ociosidade da estrutura de produção da empresa e de seu pessoal; d) Maximizar o capital empregado para perpetuar os negócios de modo autosustentado: em última instância, quando se aplica uma determinada quantia em qualquer negócio, o que se espera é o seu retorno, ou seja, o aumento do capital através dos lucros conseguidos ao longo do tempo. Assim, somente por meio da correta fixação e mensuração dos preços de venda é possível assegurar o correto retorno do investimento efetuado. Seguindo com Assef (1997), de maneira geral, os preços dos produtos ou serviços podem ser formados por três métodos diferenciados: a) a partir da multiplicação de um fator de remarcação sobre os custos conhecidos como mark-up; b) a partir dos preços praticados pelo mercado; c) a partir de análises mais apuradas de percepção de atributos de seu produto ou serviço, valorizados pelo consumidor. Segundo o mesmo autor, as duas primeiras alternativas são as mais simples e práticas, pois não requerem maior tempo dependido em pesquisas e análises de comportamento e necessidades do consumidor. Neste sentido, Horngren et al (2004), dizem que existem três grandes questões que influenciam direta ou indiretamente a formação dos preços de venda. As três grandes influências que incidem sobre a relação oferta e demanda, e, consecutivamente, sobre os preços, são: 18 a) Clientes: estes influenciam o preço à medida que promovem a demanda por um produto ou serviço. Por conta disso, as empresas precisam sempre avaliar as decisões de precificação a partir da ótica dos clientes. Isto significa formar o preço a partir do que o cliente está disposto a pagar. Essa ótica é extremamente subjetiva e de difícil mensuração, pois pressupõe uma pesquisa de mercado com os consumidores. b) Concorrentes: é necessário que as empresas estejam atentas às ações de seus concorrentes. Os mesmos produtos em outros concorrentes e até mesmo produtos alternativos ou substitutos podem afetar a demanda por produtos e serviços da empresa. Por conta disso, a ótica dos concorrentes é uma possibilidade para formação do preço de venda, onde a empresa procura formar o preço de seus produtos e serviços a partir dos preços praticados pelos concorrentes. c) Custos: os custos influenciam a oferta de produtos e serviços, pois quanto mais baixo for o custo em relação aos preços pagos pelo cliente, maior será a capacidade de fornecimento por parte da empresa. Gestores que entendem o custo de seus produtos e serviços são capazes de estabelecer preços atrativos e obter retornos operacionais desejáveis. Nesta ótica a empresa forma o preço a partir dos custos, adicionando uma margem de ganho desejada pela empresa. De acordo com Dolabela (1999), na formação do preço, precisariam ser considerados: o preço que o cliente estaria disposto a pagar; o preço da concorrência para os revendedores e os custos de produção. Para determinar o preço de venda de um produto ou serviço a empresa precisa levar em consideração três elementos: os custos do produto ou serviço, os preços e possíveis reações dos concorrentes e o comportamento dos consumidores em relação as diversas faixas de preços alternativas (KOTLER, 2000). Analisando mais afinco à variável custo, Beulke e Bertó (1996) salientam que a forma mais tradicional de apuração de custos consiste na agregação de todos os seus fatores com vista à obtenção de um custo total do produto ou serviço. Neste caso, o estabelecimento do preço de venda consiste na simples adição de um markup ao custo apropriado. 19 Enquanto o conceito genérico de custos refere-se aos gastos incorridos pelas empresas para poder ofertar o produto ou serviço, o valor consiste nos aspectos desejados pelos clientes e atendidos pelo produto ou serviço. O preço estará limitado entre o custo e o valor; nenhuma empresa oferecerá produtos por preços inferiores ao custo por tempo indeterminado. Da mesma forma os clientes somente estarão dispostos a pagar o preço de um produto quando o valor percebido for superior. Da diferença entre o preço e custo decorre o lucro – desejado pelas empresas. Da diferença entre o valor percebido e o preço, decorrem os benefícios extras – desejados pelo mercado (BRUNI, 2006). Continuando, Bruni (2006) cita que, é imprescindível fazer uma análise de custos, pois, estes correspondem aos gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços. Portando, estão associados aos produtos ou serviços produzidos pela entidade. São consumidos pelos estoques. Como exemplos de custos podem ser citados os gastos com matérias-primas, embalagens mão-de-obra fabril, aluguéis e seguros de instalações fabris etc. Dolabela (1999, p. 190) sustenta que a determinação do preço afeta a posição da empresa, no que diz respeito ao seu faturamento e rentabilidade, bem como à sua participação no mercado. Não existem teorias que indiquem quais aa melhores maneiras para se determinar o preço de um produto, mas sim alguns fatores que devem ser considerados como, por exemplo, os custos. A determinação do preço do produto ocorre a partir da identificação dos custos fixos e variáveis da empresa. A partir dessa identificação e do volume de vendas previsto, a empresa calcula o seu ponto de equilíbrio que é o ponto em que as receitas e os custos totais se igualam, ou seja, lucro nulo. O ponto de equilíbrio indica, então, o preço mínimo pelo qual a empresa deverá comercializar seu produto, para evitar prejuízos. Para se chegar a esse cálculo, porém, é necessário que o empreendedor tenha uma noção precisa de sua estrutura de custos. A determinação dos custos pode indicar também se a empresa tem ou não condições de penetrar no mercado. 20 Porter (1992) cita que, uma situação relacionada aos custos fixos altos é aquela em que o produto, uma vez produzido, é muito difícil ou muito dispendioso para ser mantido em estoque. Nesta situação as empresas também estarão vulneráveis à tentação de abaixar os preços de modo a assegurar as vendas. Este tipo de pressão mantém os lucros baixos em indústrias como a pesca de lagosta, a fabricação de certos produtos químicos perigosos e algumas atividades de prestação de serviços. Esses exemplos supracitados nos mostram a importância de se fazer uma análise concisa dos custos empresariais, sendo necessário esboçarem todo um estudo a fim de conseguir números favoráveis para manter a organização instável ou até mesmo melhorar outros aspectos como o estoque, visando um processo de reposição rápida sem perda de materiais ou rotatividade para os itens não se tornarem obsoletos e por fim chegar a uma boa formação de preços. 2.3 Formação de preços em serviços 2.3.1 Serviços Existem vários tipos de serviços e estes podem ser classificados de diversas maneiras: locação de bens ou imóveis, software, educação, saúde, consultoria, etc. A prestação de serviços é essencialmente entendida pela venda de trabalho, ainda que para executar esse trabalho também utilize materiais, produtos, peças e componentes, além do fato de a organização geralmente possui uma estrutura física de suporte. O serviço é uma atividade ou uma série de atividade de natureza mais ou menos intangível – que normalmente, mas não necessariamente, acontece durante as interações entre clientes e empregados de serviços e/ou recursos físicos ou bens e/ou sistemas do fornecedor de serviços – que é fornecida como solução ao(s) problema(s) do(s) cliente(s) (GRONROOS, 1995). 21 Segundo Meirelles (2006), os serviços possuem as seguintes características: a) Intangíveis: o serviço em si é a realização do trabalho em processo, onde o consumo e a produção ocorrem simultaneamente, portanto intangível. b) Inestocáveis: a prestação do serviço tende a ocorrer pari passu ao consumo deste, ou seja, de forma contínua no tempo e espaço, portanto ele é inestocável, pois se extingui logo após sua realização, uma vez consumido, não pode ser comercializado como uma mercadoria. c) Interatividade: o serviço é realizado com a participação direta ou indireta do consumidor, existe uma interação entre produção e consumo em um canal relacional. d) Irreversibilidade: ao disparar o processo de realização do trabalho não é possível reveste-lo. Pode ser interrompido, mas depois de iniciado o ciclo, o trabalho realizado não pode ser desfeito. Para Gronroos (1995), na maioria dos serviços, quatro características básicas podem ser identificadas: a) Os serviços são mais ou menos intangíveis: um serviço é normalmente percebido de maneira subjetiva. Na descrição dos serviços pelos clientes, são utilizadas expressões como experiência, confiança, tato e segurança. Apesar da natureza intangível dos serviços, muitos deles possuem elementos altamente tangíveis, como é o caso da comida de um restaurante. Porém na avaliação geral do serviço, serão levados em conta todos os elementos do serviço, os tangíveis e os intangíveis. Devido ao alto grau de intangibilidade, normalmente, é difícil para um cliente avaliar um serviço. b) Os serviços são atividades ou uma série de atividades em vez de objetos: pelo fato dos serviços serem uma série de atividades ou processos e não um objeto é difícil gerenciar o controle de qualidade e fazer um programa de marketing tradicional. c) Os serviços são, pelo menos até certo ponto, produzidos e consumidos simultaneamente: normalmente, o serviço é quase que totalmente produzido quando o cliente está presente e recebe ou consome o serviço. Quase todo o processo de produção é invisível e o cliente apenas vivencia o resultado do serviço. Esta 22 característica também dificulta o controle da qualidade e as abordagens de marketing. d) O cliente participa do processo de produção, pelo menos até certo ponto: o cliente não é um mero receptor de serviço, ele também participa como recurso da produção. Devido a esta e as características anteriores, os serviços não podem ser estocados. Os serviços são perecíveis devem e são consumidos no mesmo momento da produção, e não podem ser transportados e estocados como bens. Em última instância, prestar um serviço, seja qual ele for, consiste em cumprir uma promessa de atendimento de especificações de demanda, firmadas em contratos (formais ou não) que serão realizados depois, pois sendo um trabalho em processo, não se conhece a priori o resultado final do serviço. Esta incerteza quanto ao resultado final do serviço criam fortes laços entre prestadores e usuários que se configuram em significativas barreiras de mercado (MEIRELLES, 2006). 2.3.2 A variável formação de preços nos serviços A metodologia dominante de formação de preços consiste na aplicação de um percentual (mark-up) sobre o custo do produto ou serviço. O percentual de mark-up é geralmente aplicado sem um embasamento mais profundo. Pode ser o percentual usado pela empresa líder do setor ou aquele escolhido pelo administrador com base na tradição. Esse procedimento acarreta uma rentabilidade efetiva menor (caso mais raro) ou maior do que a acreditada. A formação de preços pode ser definida como o processo de apuração do custo econômico do produtor. Define-se custo econômico com sendo a soma de todos os insumos envolvidos no processo de produção de bens e serviços, incluindo o custo-oportunidade do capital investido. A formação do preço de serviços é uma variável controlável decisiva para a estratégia da empresa. Assim como em um produto, também em serviços os preços são determinados para cobrir custos operacionais e também proporcionar lucro, além de afetar as expectativas dos clientes (ASSEF, 1997). 23 3. O MERCADO DE REFEIÇÕES COLETIVAS 3.1 Conceitos e Definições Entende-se por serviço de alimentação a atividade de preparo de alimentos que ocorre fora do domicílio, podendo, porém ser consumida em qualquer lugar. Também, pode ser entendido como um setor produtor de serviços, representado por todos os estabelecimentos envolvidos com a produção e a distribuição de refeições. Entretanto, não existe uma definição exata do termo. O setor de serviços de alimentação é bastante amplo e segundo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA, 2002) abrange oito sub-canais de distribuição, divididos em dois grupos: serviço público ou institucional que envolve os canais ligados ao governo (postos de saúde, presídios, merenda escolar) e serviços privados que engloba as redes de fast-food, bares, restaurantes comerciais, hotéis, empresas de refeições coletivas. As empresas de refeições coletivas são empresas prestadoras de serviços que fornecem refeições para empresas, escolas, faculdades e hospitais. A grande diferença dessas empresas é que as refeições são servidas no local de trabalho, ou seja, o consumidor recebe o alimento, ao contrário de restaurantes e redes de fastfood, onde o mesmo vai de encontro com o alimento. Com isso duas opções podem ser feitas, primeiro não são os consumidores que escolhem as marcas ou os tipos de alimentos que irão consumir, segundo que devido ao fato anterior, as empresas de refeições coletivas devem variar os alimentos servidos, mudando o cardápio periodicamente, para não enjoar os seus consumidores. O setor de refeições coletivas vem crescendo no Brasil devido ao fato das empresas atuarem no seu “core business” e, por tanto, terceirizando o setores que não fazem parte dele. Com isso, aumentou significativamente o número de empresas que deixaram de administrar o restaurante de sua empresa e contrataram uma prestadora de serviço. Além disso, a urbanização e o aumento do número de mulheres que trabalham fora de casa também ajudaram a impulsionar este setor. 24 Este setor é muito competitivo e o gerenciamento da qualidade é importante para evitar ou diminuir as falhas que ocorrem no processo. 3.2 Tipos de Serviços O serviço mais utilizado pela empresa é o de restaurantes ditos “industriais”, denominados como aqueles presentes dentro de empresas ou indústrias. Seu objetivo se fundamenta na boa e equilibrada alimentação dos colaboradores ou funcionários das empresas, gerando maior produtividade, satisfação e saúde dos mesmos. Normalmente, os restaurantes são classificados de acordo com o tipo de serviço utilizado e podem ser: a) Serviço de Cafeteria: Consiste em um mostrador de preparações dispostas em um balcão térmico. O comensal recebe uma bandeja, podendo selecionar estas preparações de acordo com sua preferência. As cafeterias simples ou mistas oferecem grande economia em relação à mão-de-obra e na determinação das porções alimentares que deverão ser servidas por utensílios padronizados. Este é o tipo de serviço tido como o de mais fácil controle. Cafeterias simples são aquelas onde as refeições são servidas em bandejas estampadas, enquanto que nas cafeterias mistas as refeições são servidas em bandejas lisas, com recipientes apropriados para os vários tipos de alimentos. b) Esteiras rolantes: Onde o comensal recebe a refeição em bandeja pronta, com embalagem inviolável, através de um guichê. O sistema apresenta como desvantagem o desperdício, pois não se leva em consideração as preferências e os hábitos alimentares (quantidades e qualidade) dos comensais. 25 c) Self-Service: Sistema mais encontrado em restaurantes industriais, e o mais utilizado na empresa estudada caracterizam-se por elevados padrões de cardápio. Ao contrário do que se imagina, este sistema tende a evitar os desperdícios, uma vez que o próprio comensal proporciona sua refeição. d) À francesa: Sistema mais requintado e por esse mesmo motivo não muito utilizado. Adapta-se a grandes empresas onde existem refeitórios diversificados, cada um deles com cardápio estabelecido de acordo com o tipo de comensal. O sistema à francesa geralmente é implantado, nas empresas, nos refeitórios privativos de diretorias e atende a um número restrito de comensais. 26 4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia escolhida para a análise do tema foi o estudo de caso, com A Prato Leve Refeições Coletivas1, com sede em Salvador-Ba, e com contratos em empresas no pólo petroquímico de Camaçari. Para a realização da pesquisa, foi realizado um levantamento das rotinas da própria empresa, para a caracterização e análise do processo de formação de preço. Foram mapeados os processos e as estratégias de precificação dos serviços, e uma análise dos seguintes itens: a) O papel e a influência do mercado de refeições em suas estratégias; b) Os procedimentos adotados no setor de custos para a elaboração das propostas; c) A composição (mix) de custos e a lucratividade alvo da empresa. Quadro 1 - Levantamento das rotinas da empresa A empresa faz um trabalho de inteligência de mercado? Mercado Como o ambiente de negócios influencia a estratégia de precificação? Os preços são definidos pelo mercado ou pelos custos da empresa? Qual a Estrutura do setor de custos e orçamento? Setor de Custos Qual o método adotado para mensuração dos custos? Qual o método adotado para elaborar preços? Qual a participação das aquisições, impostos, mão de obra, despesas e custos indiretos na Mix de Custos e Lucratividade composição dos custos do negócio? Qual a lucratividade alvo da empresa? Fonte: pesquisa de campo – realizada no período de 2007. 1 Denominação fictícia. Porém as demais informações são verdadeiras. 27 5. ANÁLISE DE RESULTADOS 5.1 A Empresa A Prato Leve Refeições Coletivas possui dez anos de existência, atualmente conta com 250 colaboradores, 25 contratos, e faturamento anual de R$ 30 Milhões. A maior parte dos contratos é no Pólo Petroquímico de Camaçari, e o restante são unidades avulsas, no interior do estado. Existem projetos para ampliar a atuação da firma em novos nichos do segmento de refeições, a exemplo de obras e hospitais. O serviço utilizado em 100% dos clientes da empresa é o self-service. Nele os alimentos ficam expostos e o próprio comensal proporciona sua refeição. A peculiaridade é que os funcionários de campo, ou de operação, possuem limites em relação ao acesso a proteínas2, enquanto que os funcionários administrativos ou de nível gerencial possuem livre acesso, o motivo é o fato de estes insumos serem mais onerosos e o próprio contratante institui o limite, entretanto existem exceções, desde que o cliente arque com o custo. Identifica-se que a empresa estudada mantém uma rotina periódica de estudo de mercado, há um acompanhamento das empresas concorrentes e seus respectivos clientes corporativos. Esta rotina tem como objetivo identificar novas licitações (para contratos que não foram renovados) e obter um diagnóstico dos serviços oferecidos e pelos preços praticados concorrentes. O levantamento do padrão de serviços afeta diretamente os setores operacional e comercial. O primeiro deve ficar atento a mudanças tecnológicas e inovações, além de novos serviços mais sofisticados. O segundo deve acompanhar o padrão e seu impacto nos custos da empresa, norteando estratégias de adaptação ou fortalecimento do padrão atual dos serviços. 2 São compostos orgânicos de alto peso molecular, são formadas pelo encadeamento de aminoácidos. Representam cerca do 50 a 80% do peso seco da célula sendo, portanto, o composto orgânico mais abundante de matéria viva. 28 As pesquisas de preços praticados, em concomitância com os serviços oferecidos, por parte do setor comercial, vêm demonstrando que em cadeias produtivas e conglomerados industriais, existe uma uniformização tanto dos serviços quanto dos preços praticados pelos restaurantes industriais. Com pequenas diferenças identificadas – devido principalmente a diferenças culturais das firmas contratantes – a exemplo de uma empresa de origem japonesa que solicita sushi, ou uma firma chinesa que solicita item da culinária de seu país de origem. Outra fonte de mudanças é a adoção por parte dos contratantes de uma política interna de reeducação alimentar associado a algum programa interno de saúde e bem-estar dos seus colaboradores. Nestes casos, os contratos explicitam que os restaurantes devem oferecer opções menos calóricas e com menor índice de gordura nos alimentos. Além do pólo petroquímico, outro segmento de atuação da empresa são obras, conhecidos também por contratos “especiais”, tratam-se, sobretudo de construção ou de ampliação de fábricas, em parceria com grandes construtoras no estado. Neste mercado, o padrão de serviço é facilmente determinado (na maioria dos casos, pelo próprio cliente), entretanto, o mesmo não ocorre com os custos. As operações são de grande porte, e muitas vezes em regiões de difícil acesso, por isso os custos das operações são fortemente influenciados pelas dificuldades de logística e armazenamento de alimentos, falta de qualificação e aumento dos custos com deslocamento e acomodação da mão-de obra, elevados investimentos para estrutura física e instalações do restaurante, dificuldade na implementação dos controles administrativos e gerenciais, e não raro o ambiente é insalubre sob diversos aspectos: ruído, poeira, patogêneses biológicas, etc. Nestes contratos “especiais” devido às dificuldades acima citadas, não existe um padrão de preços. Os mesmos são abertos e cabe à empresa, após a análise dos custos de transação, decidir pela sua entrada (ou não) na disputa pelo contrato e estabelecer o preço que lhe for mais apropriado. As nuances citadas são um desafio no momento de precificação dos serviços, pois todas as variáveis devem ser previstas e customizadas, sob pena de prejuízos 29 irrecuperáveis no contrato e, considerando que são contratos de grande porte, a própria sobrevivência da firma é ameaçada em caso de erro nas decisões envolvendo este tipo de serviço. 5.2 Procedimento para elaboração dos preços adotados pela empresa A pesquisa indicou que o processo de elaboração de preços dos serviços ocorre de duas formas: a) No caso dos conglomerados, ou parques industriais, existe um padrão dos serviços ofertados, e devido a este fato, também existe uma percepção dos preços a serem praticados no mercado. Neste contexto, a empresa já possui um preço-alvo, pré-determinado pelo mercado, e cabe ao setor de custos e orçamento elaborar uma proposta “de frente para trás”, ou seja, verificando partir do faturamento (determinado pelo preço versus quantidade de comensais) deve-se analisar se o contrato consegue a margem de lucro desejada, e até que ponto a firma pode reduzir sua margem através da redução de preços para poder ganhar a licitação. b) Nos contratos especiais, existe um padrão de serviços (previsto em contrato), contudo, o mesmo não ocorre com os preços do serviço. Neste caso, a empresa deve associar sua rotina de apuração de custos de matéria-prima, MOD, custos indiretos e despesas associando aos custos de transação (logística, armazenamento de insumos, qualificação e acomodação de mão-de-obra) extremamente relevantes neste tipo de operação. Somente após a apuração destes custos adicionais, o setor de orçamento pode acrescentar aos custos a margem de lucro, e finalizar o processo de elaboração dos preços. 30 5.3 Análise dos custos e despesas no processo de formação de preços da empresa Na pesquisa identificou-se o seguinte mix de custos da empresa. Tabela 1 - Custos da empresa Tipo Mercadorias Consumidas (CMV) Pessoal Impostos Despesas Operacionais Taxa de Lucro Total (%) 40% 30% 12% 10% 8% 100% Fonte: pesquisa de campo - realizada no período de 2007. Abaixo, segue as considerações de cada uma destas naturezas. 5.3.1 Custo de mão de obra e instalações No edital de licitação, estão previstos os serviços a serem executados, (desjejum, almoço, lanches, janta, ceias especiais, etc.). A partir de então, são feitos estudos com a demanda de equipamentos e do quadro de pessoal para o atendimento do contrato. Nos equipamentos, ocorrem dois tipos de situações: a) a empresa possui e mantém em estoque vários itens, derivados de contratos anteriores, neste caso será alocado como investimento o custo da manutenção ou reforma do equipamento. b) os itens que a empresa não possui devem ser adquiridos no mercado e, dependendo do valor do ativo, é alocado seu custo integral ou a depreciação deste ao orçamento. Quanto ao custo de mão de obra, primeiro é feito um levantamento dos recursos necessários, deve ser contemplado, o turno de trabalho e o rodízio para férias. 31 Após a tabulação do quadro, é feita uma planilha contendo os seguintes itens: salários, encargos, provisões (décimo e férias) e outros custos (transporte, alimentação, etc.) previstos na convenção sindical da categoria. A seguir, segue a tabela com uma amostra deste levantamento. 32 Tabela 2 - Comparação dos gastos com MOD. CARGOS QUANT. SALÁRIOS gerente restaurante aux. compras/motorista nutricionista gerente senior I técnica nutrição faturista aux. administrativo estoquista (supervisor) ch. cozinha patisseira cozinheiro geral copeira restaurante aux. ser. gerais NOTURNO técnica nutrição (12x36) aux. coz. geral (9 h) ASG (12x36 - noite) (9 h) TOTAL 1 1 1 5 2 1 1 1 2 3 12 15 2.003 635 2.101 619 525 576 983 976 572 502 412 412 2 2 2 126 681 428 412 67.621 ADICIONAL NOTURNO PERIC 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 93 53 51 1.332 0 0 0 0 INSALUB 76 76 4.712 SUB-TOTAL ENC. SOC. 0,73 SUB-TOTAL 2.003 635 2.101 619 525 576 983 976 572 502 412 412 1.462 464 1.533 507 383 421 717 712 417 366 301 301 3.465 1.099 3.634 1.202 908 997 1.700 1.688 989 868 713 713 849 481 463 73.665 620 351 338 53.776 1.470 832 800 127.441 33 continuação CARGOS EX. MED. R$ 5,67 ASS. MED. R$ 36,80 gerente restaurante 6 37 aux. compras/motorista 6 37 nutricionista gerente senior I 6 37 técnica nutrição 6 37 faturista 6 37 aux. administrativo 6 37 estoquista (supervisor) 6 37 ch. cozinha 6 37 patisseira 6 37 cozinheiro geral 6 37 copeira restaurante 6 37 aux. ser. gerais 6 37 NOTURNO técnica nutrição (12x36) 6 37 aux. coz. geral (9 h) 6 37 ASG (12x36 - noite) (9 h) 6 37 TOTAL 714 4.637 Fonte: pesquisa de campo - realizada no período de 2007. C. BÁSICA R$ 70,00 TRANSPORTE R$ 2,00 ALIM (ALMO) R$ 3,10 UNIF+EPI R$ 20,08 TOT. UNIT. TOTAL GERAL 70 70 70 70 70 70 70 70 70 70 70 70 76 131 72 131 135 133 117 117 133 136 140 140 81 81 81 81 81 81 81 81 81 81 81 81 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 3.754 1.442 3.919 1.546 1.256 1.343 2.030 2.018 1.335 1.217 1.065 1.065 3.754 1.442 3.919 7.731 2.512 1.343 2.030 2.018 2.671 3.651 12.785 15.981 70 70 70 8.820 129 139 140 16.951 81 81 81 10.156 20 20 20 2.530 1.811 1.184 1.153 171.249 3.623 2.368 2.306 171.249 34 5.3.2 Impostos Assim como ocorre na maioria dos estados no país, na Bahia o segmento de restaurantes industriais é isento de IPI, e o ICMS é calculado por um regime especial simplificado: 4% da receita bruta. Os demais tributos são o PIS (1,65%), o COFINS (7,60%) o IRPJ (1,2%) e a CSLL (1,08%). Sendo que o Pis e a COFINS são impostos com crédito fiscal na compra de mercadorias, por isso a média final do tributo é de 1,2% e 4,3% respectivamente. Tabela 3 - Tributos Tipo ICMS Cofins Pis IR/CSL Total (%) 4,00% 4,30% 1,20% 2,28% 11,78% Fonte: pesquisa de campo - realizada no período de 2007. 5.3.3 Matéria Prima No segmento de refeições, a apuração dos custos com matéria-prima é uma tarefa das mais complexas na atividade, tal fato ocorre porque a variedade de itens é grande, e seus preços sofrem efeitos de sazonalidade (entresafra) e do mercado de commodities (aberto), além de serem afetados pela política cambial, pois mais exportações representam menor oferta no mercado interno e aumento dos preços. O setor de custos faz uma previsão para estas variações, no entanto é normal a rentabilidade do negócio ser afetada por flutuações no mercado fornecedor de insumos. Para a elaboração dos custos da matéria prima, é feita uma seleção de cardápios, geralmente já previstos em contrato e dos preços médios dos insumos praticados. A empresa conta com um software de orçamentação de cardápios, o SAC (sistema de apuração de custos), nele todos os cardápios são lançados, com suas respectivas receitas discriminando a gramatura de cada item que compõe a refeição. O sistema é integrado com o sistema de compras e de inventário, e por 35 isso é capaz de apurar o custo de cada refeição. É colocado um plus como perda e desperdício no custo das refeições. A partir dos custos dos cardápios, o sistema faz um calculo do custo dos serviços, é estimado que o prato “feijoada” é servido três vezes no mês, e o prato “frango empanado” é servido cinco vezes, o custo do primeiro prato é superior ao do segundo, devido sua composição de insumos, o sistema então calcula um custo padrão (Almoço) que contemple o custo dos pratos, do mais oneroso até o do prato mais simples, classificado por grupo de refeição: almoço, janta, lanche, desjejum e pratos especiais. Tabela 4 - Custos de mercadorias vendidas (CMV) de um determinado contrato QUANT. MÊS C.M.V. UNIT. C.M.V. TOTAL (%) 4.207 14.313 3.316 6.409 1,78 3,1 2,98 2,3 7.488,46 44.370,30 9.881,68 14.740,70 2,34 13,88 3,09 4,61 OPERACIONAL DESJEJUM ALMOÇO LANCHE JANTAR CEIA COMPLETA NORMAL CEIA LEVE 11.758 11.922 6.346 5 11.392 6.399 1,73 3,46 0,86 3,18 2,28 1,04 20.341,34 41.250,12 5.457,56 15,9 25.973,76 6.654,96 6,37 12,91 1,71 0 8,13 2,08 LANCHES ÁGUA DE COCO 250 ml BISCOITO 50 G UND. CAFÉ PRETO litro CHA porção 200 ml DOCE 50 G UND. FRUTAS 150 g LEITE 250 ml MINGAU porção 250 ml PÃO C/ MANTEIGA UND SUCO FRUTAS 250 ml 2.126 825 840 5.312 148 5.926 1.073 876 1.154 3.373 0,77 0,5 0,77 0,3 0,22 0,29 0,5 0,63 0,2 0,2 1.637,02 412,5 646,8 1.593,60 32,56 1.718,54 536,5 551,88 230,8 674,6 0,51 0,13 0,2 0,5 0,01 0,54 0,17 0,17 0,07 0,21 319.566 100 SERVIÇOS ADMINISTRATIVO Administrativo DESJEJUM Administrativo ALMOÇO Administrativo JANTAR Administrativo CEIA COMPLETA T O T A L REFEIÇÕES 54.763 (peq./3) exceto extras Fonte: pesquisa de campo - realizada no período de 2007. 36 5.3.4 Despesas Operacionais Feito os levantamentos dos custos com pessoal, investimentos, impostos e matéria prima, a última etapa na rotina de apuração dos custos indiretos e das despesas, na empresa estes itens são classificados em uma conta chamada Despesas Operacionais. As previsões das aquisições e dos serviços que pertencem a este grupo de contas são feitos baseados em: a) Demandas originadas em contrato com o cliente, exemplo: exames microbiológicos de refeições para segurança alimentar, cursos e treinamentos de segurança do trabalho. Deve-se destacar neste grupo os serviços extras solicitados pelo contratante, tais serviços demandam aquisições de utensílios, profissionais, parcerias com terceiros na produção total ou parcial das refeições. Um exemplo de serviço especial é um serviço de Sushi no restaurante. b) Despesas de custeio das operações: gás, água, energia, despesas com logística, armazenamento dos insumos, descartáveis, material de limpeza e higiene, transporte e acomodação de funcionários para unidades em regiões distantes. c) Provisões de despesas com manutenção e reparo de equipamentos, veículos e utensílios. d) Despesas administrativas e de funcionamento: internet, telefone, salários do pessoal administrativo, serviços de contabilidade, assessoria RH (folha de pagamento). 37 Tabela 5 - Quadro com algumas das contas CONTAS GAS FRASCOS MATERIAL LIMPEZA MATERIAL ESCRITÓRIO/ETIQUETAS ANÁLISE LABORATORIAL microbiologica DEDETIZAÇAO/DESRATIZAÇÃO BRAND CONTROLE ACESSO Utensílios de Cozinha (reposição) garrafa termica, talheres, jogo americ, etc VEÍCULOS - Locação - COMBUSTÍVEL - QUILOMETRAGEM - CONTA TELEFONICA SERV. PRESTADO COORDENAÇÃO DO PCMSO - CONECTAR (R$9,80/prof.) PPRA, PCMSO (R$300,00/ano; R$3,00/prof) MANUTENÇÃO - SERVIÇOS CONTRATADOS - PEÇAS E MATERIAIS - FRETES E CARRETOS - LUZ - ÁGUA SERV. PRESTADO (CONTADOR) TOTAL QUANT. VALORES DESPESA ANÁLISE POR MÊS PERCENTUAL 4.600 25,19% 1.948 10,67% 4.500 24,64% 800 4,38% 0 0,00% 5500 1000 1 1 1 2 2 4.500 800 0 1 1.000 1.000 5,48% 1 600 600 3,29% 2 0 800 0 800 0,00% 4,38% 1 1.000 1.000 5,48% 980 325 50 980 325 0,27% 5,37% 1,78% 500 200 500 200 2,74% 1,10% 958 958 18.262 5,25% 100,00% 1 1 1 Fonte: pesquisa de campo - realizada no período de 2007. O procedimento de precificação passa por seis etapas: a) O sistema SAC informa o Custo de Mercadorias Vendidas (CMV) real por unidade de grupo de refeição ex. almoço, janta, desjejum, etc. de acordo com o consumo das mercadorias acrescentando uma taxa referente ao fator de correção dos insumos a preços praticados na atualidade. b) É feita uma estimativa de consumo mensal das refeições previstas em contrato. O valor é multiplicado pelo custo apurado na etapa anterior e então é verificado o custo total de mercadorias (CMV). 38 c) Após a apuração do custo por unidade de refeição, são elaborados planilhas com os demais custos da operação: investimentos, despesas operacional, despesas administrativas (da unidade e do escritório central) e de pessoal; nesta planilha os custos são rateados proporcionalmente aos serviços. d) Os custos são rateados entre os serviços, de acordo com o peso que este exerce na composição do CMV, exemplo: o almoço, que possui peso maior devido ao custo e à quantidade de saída, fica com parte proporcional das despesas e dos custos aferidos. e) Após o rateio dos custos, são acrescidos os impostos (11,78%), os gastos administrativos da matriz em Salvador (Overhead – 5%) e a margem de lucro (no exemplo a seguir, 10%). Após estes acréscimos, são definidos a taxa de marcação (mark-up) e este valor é multiplicado pelo custo (CMV) unitário do serviço. f) A planilha de precificação está feita, porém o setor comercial realiza ajustes nos serviços e nos preços, em negociação com o cliente, para a finalização da proposta. 39 Tabela 6 - Modelo de precificação de serviços de refeições coletivas em um hospital. SERVIÇOS DE REFEIÇÃO COLETIVA EM UM HOSPITAL SERVIDOR DESJEJUM SERVIDOR ALMOÇO SERVIDOR JANTAR SERVIDOR CEIA COMPLETA NORMAL/ACOMPANHANTE DESJEJUM NORMAL COLAÇÃO NORMAL/ACOMPANHANTE ALMOÇO NORMAL LANCHE NORMAL JANTAR NORMAL/ACOMP.CEIA COMPLETA NORMAL CEIA LEVE DIETA LÍQUIDA DIETA SEMI-LÍQUIDA DIETA LÍQUIDA RESTRITA FORMULA INFANTIL FORMULA ENTERAL ÁGUA DE COCO 250 ml BISCOITO 50 G UND. CAFÉ PRETO litro CHA porção 200 ml DOCE 50 G UND. FRUTAS 150 g LEITE 250 ml MINGAU porção 250 ml PÃO C/ MANTEIGA UND SUCO FRUTAS 250 ml TOTAL REFEIÇÕES (peq./3) exceto extras TOTAL REFEIÇÕES DIA PERCENTUAL METAS QUANT. C.M.V. MÊS 4.207 14.313 3.316 6.409 11.758 6.327 11.922 6.346 5 11.392 6.399 299 2.403 1 34 2.500 2.126 825 840 5.312 148 5.926 1.073 876 1.154 3.373 54.763 1.825 UNIT. 1,78 3,1 2,98 2,3 1,73 0,61 3,46 0,86 3,18 2,28 1,04 1,87 1,87 1,87 4,3 50,52 0,77 0,5 0,77 0,3 0,22 0,29 0,5 0,63 0,2 0,2 Fonte: pesquisa de campo - realizada no período de 2007. C.M.V. TOTAL 7.488,46 44.370,30 9.881,68 14.740,70 20.341,34 3.859,47 41.250,12 5.457,56 15,9 25.973,76 6.654,96 558,69 4.490,11 1,87 146,37 126.300,00 1.637,02 412,5 646,8 1.593,60 32,56 1.718,54 536,5 551,88 230,8 674,6 319.566,09 45,41 35% (%) M.O.D. 2,34 13,9 3,09 4,61 6,37 1,21 12,9 1,71 0 8,13 2,08 0,17 1,41 0 0,05 39,5 0,51 0,13 0,2 0,5 0,01 0,54 0,17 0,17 0,07 0,21 100 0,95 1,66 1,6 1,23 0,93 0,33 1,85 0,46 1,7 1,22 0,56 1 1 1 2,31 27,07 0,41 0,27 0,41 0,16 0,12 0,16 0,27 0,34 0,11 0,11 171.249,07 24,33 25% DESP. TRIBUTOS OPERAC. 0,14 0,24 0,23 0,18 0,13 0,05 0,26 0,07 0,24 0,17 0,08 0,14 0,14 0,14 0,33 3,87 0,06 0,04 0,06 0,02 0,02 0,02 0,04 0,05 0,02 0,02 24.452,55 0,1178 0,46 0,8 0,77 0,6 0,45 0,16 0,9 0,22 0,82 0,59 0,27 0,48 0,48 0,48 1,12 13,11 0,2 0,13 0,2 0,08 0,06 0,08 0,13 0,16 0,05 0,05 82.898,85 Desp. fin. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3,47 11,78 0 LUCRO PREÇO 0,15 0,59 1,02 0,98 0,76 0,57 0,2 1,14 0,28 1,05 0,75 0,34 0,62 0,62 0,62 1,42 16,69 0,25 0,17 0,25 0,1 0,07 0,1 0,17 0,21 0,07 0,07 105.558,80 mark-up 15 FINAL 3,92 6,83 6,56 5,06 3,81 1,34 7,62 1,89 7 5,02 2,29 4,11 4,11 4,11 9,48 111,25 1,7 1,1 1,7 0,66 0,48 0,64 1,1 1,39 0,44 0,44 703.725,36 2,2 100 40 6 CONCLUSÃO A pesquisa, permite concluir que existem, basicamente, duas estratégias de precificação do serviço de refeições coletivas: preço definido pelo cliente e preço baseado nos custos. No primeiro caso, os clientes (ou contratantes) são instituições, a exemplo de indústrias e hospitais, instaladas em cidades de médio e/ou grande porte ou em conglomerados, a exemplo de pólos ou parques industriais, com infra-estrutura consolidada. Existe uma percepção por parte do cliente dos serviços e dos preços a serem praticados, e sua tomada de decisão é baseada nesta percepção. Cabe às empresas de refeição mensurar o quanto eles estão dispostos a pagar pelo serviço e então, através do seu sistema de custos, estimarem um custo-meta para verificar a viabilidade econômica do contrato: Cliente > Valor > Preço > Lucro > Custo – Meta > Produto. (KOTLER, 1995, p.246). No segundo caso, os clientes solicitam o serviço de refeições em projetos de grande porte em locais de difícil acesso, a exemplo de hidroelétricas, barragens, fábricas, etc.em regiões pouco desenvolvidas sem infra-estrutura de estradas, energia, baixo IDH da população local, sem acesso a serviços de telecomunicações, saúde, segurança e transporte público. Nestes contratos as adversidades principalmente a logística e a falta de mão de obra qualificada, - tornam a percepção dos preços mais abertos por parte dos clientes, e então as empresas de refeição coletiva deve alinhar sua a gestão de custos com um planejamento operacional consistente, baseados em pesquisas e levantamentos em campo, para que possa elaborar propostas com preços competitivos e, ao mesmo tempo, que mantenha suas margens de lucratividade. 41 Referências ABERC. Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas. História e Mercado. São Paulo: ABERC 2007. Disponível em: <http://www.aberc.com.br/base.asp?id=2>. 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