Sistema Endócrino Prof. Sidney Senhorini Jr Médico Endocrinologista Betaclínica - Centro de Diabetes de Maringá 1 Definição Hormao, que quer dizer “eu estimulo”. São compostos químicos derivados quer de proteínas, quer de lipídios Capazes de produzir aceleração ou frenação de atividades químicas Cumprem finalidades específicas - isto é, existe para cada hormônio uma tarefa a desempenhar 2 Eixo Hipotálamo-HipófiseGlandular 3 4 Hormônios na Infância 5 Período de certa “calma” hormonal Doenças hormonais principais: tumores secretores (hipófise, ovários, adrenais) Levam ao surgimento de pêlos pubeanos, desenvolvimento sexual desordenado, puberdade precoce... 6 Puberdade Precoce Surgimento de caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos de idade (brancas) ou 7 anos de idade (negras) Cronologia de aparecimento: telarca pubarca Perda da cronologia: investigar doenças hormonais 7 Estadios de Tanner 8 Conseqüências da Puberdade Precoce Sociais Físicas Psíquicas Necessidade de detecção e tratamento precoces 9 Hormônios na Adolescência 10 Adolescência = “tempestade hormonal” Telarca precede a pubarca que precede a menarca – cronologia correta Estrógeno: aumento da libido e desenvolvimento sexual secubdário Progesterona: alterações de humor 11 Ciclo Menstrual 12 Doenças Comuns da Adolescência Irregularidades menstruais Síndrome dos ovários policísticos Hiperprolactinemia Síndrome de Cushing 13 Síndrome dos Ovários Policísticos É uma síndrome de resistência insulínica Hiperinsulinismo compensatório gera espessamento da cápsula ovariana Anovulação leva à conversão estrógenos andrógenos Pode haver hirsutismo em graus variados Tratamento: resolução da resistência insulínica 14 Síndrome dos Ovários Policísticos 15 16 17 Acantose Nigricans 18 Hiperprolactinemia Prolactina – hormônio da lactação Surge em doenças ovarianas (ex.: ovários policísticos) ou devido a tumores hipofisários (microprolactinomas) Sinais clínicos: edema, irritabilidade, ganho de peso, amenorréia, galactorréia 19 20 Hormônios na Idade Adulta 21 Nova fase de acalmia após a “tempestade” da puberdade Principais doenças com fundo hormonal: ovários policísticos, infertilidade, Cushing, Endometriose, tumores endócrinos, doenças tireoideanas. Bom estado hormonal relaciona-se com estabilidade psíquica, atividade física e boa alimentação 22 Síndrome de Cushing 23 Eixo Hormonal 24 Diagnóstico Cortisol Livre urinário Cortisol Salivar Ritmo de cortisol Teste de supressão noturna com dexametasona Exames de imagem: USG ou TC de adrenais ou exames do SNC - RNM ou TC de hipófise Diferencial: Sd. de Cushing x Doença de Cushing 25 26 Tratamento Cirurgia Neurocirurgia 27 Endometriose Ciclos menstruais dolorosos Dispareunia Menorragia Dor pélvica Defecação dolorosa (endometriose colônica) Náuseas e vômitos Hematúria 28 29 30 Doenças Tireoideanas 31 Hipotireoidismo 32 Definição e Aspectos Gerais Síndrome Clínica resultante da deficiência de hormônios tireoideanos Leva a uma diminuição global do metabolismo corporal Em crianças leva a retardo do crescimento e desenvolvimento puberal Tem sintomas largamente reversíveis com o tratamento clínico 34 Fisiologia Portanto: ↓T3 e T4 ↑TSH Classificação Hipotireoidismo Primário: falência tireoideana à Causa mais comum à Doença auto-imune (Tireoidite de Hashimoto) à Produção de Anticorpos anti-tireoperoxidase (AntiTPO) Hipotireoidismo Secundário: causa hipofisária Terciário: causa hipotalâmica Resistência periférica à ação dos hormônios tireoideanos Hipotireoidismo Primário Tireoidite de Hashimoto (90% dos casos) Pós radioiodoterapia Pós tireoidectomia Ingestão excessiva de iodo Tireoidite sub-aguda Deficiência de iodo (raro atualmente) Agentes bociogênicos: lítio, drogas antitireoideanas Patogênese A deficiência dos hormônios tireoideanos afeta todos os tecidos do corpo, gerando múltiplos sintomas Principal característica: acúmulo de glicosaminoglicanos (principalmente ácido hialurônico) no tecido intersticial Edema (pele, músculo cardíaco, músculo estriado) Fator genético importante: 6 vezes mais comum em mulheres Apresentação Clínica Diagnóstico Laboratorial TSH: à exame mais sensível à Valor de referência: 0,5 a 4,0 um/L à à TSH > 4,0 = hipotireoidismo TSH alterado + T4 normal = hipotireoidismo subclínico T4-Livre: Usado como complemento ao TSH Ajuda verificar a dose de hormônio que está sendo reposta Diferencia entre hipo primário ou secundário T4-livre não sofre interferência de outras medicações hormonais Diagnóstico Laboratorial Anti-TPO: Ultrassonografia à Anti-corpo responsável pelo dano celular causado na tireóide Estuda anatomicamente a glândula Deve ser dosado no diagnóstico para definir e confirmar a etiologia auto-imune da doença Revela: volume, aspecto, nódulos, sinais inflamatórios Negativa-se com o tempo – diagnóstico tardio tem anti-TPO negativo Punção de nódulos tireoideanos guiada por USG – confiabilidade e segurança Alcoolização de nódulos: redução de volume de nódulos benignos à à Tratamento Reposição de levotiroxina (T4) Período: indeterminado – 80% dos pacientes devem fazer uso contínuo da medicação Objetivo: restaurar a fisiologia (reposição hormonal) Dose de reposição varia com a idade – em adultos varia de 1 a 2mcg/kg/dia Controle feito pelo TSH – valor deve ficar entre 0,4 a 2,0 Levotiroxina Sódica NÃO DEVE SER MANIPULADA Doses disponíveis: 25, 50, 75, 88, 100, 112, 125, 150, 175 e 200mcg Evitar a troca de marcas comerciais durante o tratamento (não existe equivalência entre elas) Comprimido deve ser tomado em jejum, com água, 20 minutos antes do café da manhã Retirar o comprimido do blíster somente no momento do consumo Não expor à luz solar Não expor a temperaturas superiores a 40 graus Seguimento Confirmação do quadro clínico: TSH, T4-livre. Anti-TPO, USG de tireóide Pesquisa de co-morbidades: lipidograma, glicemia Início da medicação novo exame (TSH) em 60 dias Ajuste da dose após atingir a meta de TSH, exames a cada 4-6 meses no primeiro ano, e anualmente após o primeiro ano Anualmente: USG de tireóide Nódulos > 1cm devem ser puncionados e encaminhados adequadamente Quadro Clínico SPS, 25 anos, sexo feminino Clínica: sono, fraqueza, dores em MMII, edema, ganhou 5kg em 6 meses, unhas quebradiças e pele ressecada Exame geral sem particularidades – normotensa TSH: 6,5 mU/L USG tireóide: bócio discreto com tireóide heterogênea ao exame. Ausência de nódulos - T4-L: 0,98 (nl) Conduta Iniciou tratamento com LT4 50mcg/dia Repetiu exames em 60 dias, com TSH de 2,5 mU/L e redução dos sintomas Dose aumentada para 75mcg/dia – repetiu TSH em 60 dias com valor de 0,8 mU/L Dose mantida e seguimento programado Conclusão Fácil diagnóstico e manejo clínico Sintomas comuns a várias doenças Suspeitar e pesquisar casos com história familiar positiva Diagnóstico e tratamento precoce diminuem a probabilidade de bócio Ao confirmar o diagnóstico pesquisar a família (principalmente mulheres) Hipertireoidismo 49 Quadro Clínico Estado Hiper-metabólico: emagrecimento, tremores, taquicardia, sudurese, etc Início repentino Pode haver bócio ou não (geralmente está presente) ou nódulos produtores de hormônio tireoideano (nódulo “quente”) Exoftalmia: característico da Doença de Graves 50 Etiologia Doença de Graves: causa mais comum. Doença auto-imune onde o anticorpo antireceptor de TSH (TRAB) ativa o receptor sem inibição. Nódulos tireoideanos “quentes” Uso exógeno de hormônio tireoideano: TRIAC, T3, compostos “naturais”emagrecedores 51 Doença de Graves 52 Diagnóstico TSH, T4-livre, T3 (se necessário) Dosagem de anticorpos (TRAB, Anti-TPO) USG de tireóide Cintilografia de Tireóide 53 Tratamento Drogas anti-tireoideanas (Metimazol, Propiltiouracil) Radioiodoterapia (medicina nuclear) Cirurgia 54 Climatério (Menopausa) Período que marca o final das menstruações e da idade fértil Alterações metabólicas importantes – distribuição de gordura, diminuição do meabolismo, sintomas psicomotores... Reposição hormonal – controversa – prós e contras – deve ser individualizada 55 56 Considerações Finais Muuuuuito Complexo Muuuuuito Hormônio Muuuuuita Doença Nem Freud explica!! 57 O que este endocrinologista pensa Equilíbrio entre corpo e mente Boa alimentação Cuidado médico constante Exercícios físicos Ser feliz – o resto deixem com os hormônios... 58 MUITO OBRIGADO!! Dr. Sidney Senhorini Jr E-mail: [email protected] Fone: 44 – 3026-6463 59